ISSN 1808-7493

997718087493144
Com Fox, você deixa
a ferrugem e as doenças
do lado de fora da soja.
Com mais de 100 milhões de hectares, Fox não
dá chance para as principais doenças entrarem na
lavoura, como a ferrugem, a antracnose, o oídio e a
mancha-alvo. É por essas e outras que somos o
fungicida que mais cresce em uso no Brasil:
é a proteção que barra as doenças e libera seu
potencial produtivo.

Fox - De primeira, sem dúvida.

www.deprimeirasemduvida.com.br 0800 011 5560

 Expediente
Publishers and Editors
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Inor Ag. Assmann

Rua Ramiro Barcelos, 1.224,

CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul/RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: redacao@editoragazeta.com.br
comercial@editoragazeta.com.br
www.editoragazeta.com.br

ANUÁRIO BRASILEIRO DA SOJA 2015

Editor: Romar Rudolfo Beling; editor assistente: Igor Müller;
textos: Cleiton Evandro dos Santos, Benno Bernardo Kist,
Cleonice de Carvalho, Letícia Mendes e Romar Rudolfo Beling;
supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut;
fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann),
Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades;
projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado;
arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila;
edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado;
catalogação/tabelas: Sadraque Lenz Veiga; marketing: Raul Dreyer,
Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs, Gabriela da Silva, Ana Paula Knak e
Andréa Lenz; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado;
distribuição: Simone de Moraes;
impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).

ISSN 1808-7493

É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.

Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.

Ficha

A636
Anuário brasileiro da soja 2015 / Cleiton Evandro dos
Santos ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora Gazeta
Santa Cruz, 2015.
120 p. : il.

ISSN 1808-7493

1. Soja – Cultivo – Brasil. 2. Ferrugem asiática. I. Santos,

Cleiton Evandro dos.

CDD : 633.340981
CDU : 633.34(81)
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
2
Sílvio Ávila

Sumário
Summary
Apresentação 08 Introduction
PRODUÇÃO 12 Production
MERCADO 32 Market
PERFIL 56 Profile
PESQUISA 86 Research
PAINEL 114 Panel
EVENTOS 120 Events

4
ACABE COM O COMPLEXO
DE LAGARTAS NA SOJA

® TM Marcas registradas de The Dow Chemical Company ou companhias afiliadas.

COM UMA TACADA SÓ
CHEGOU EXALT®, O NOVO INSETICIDA
COM MECANISMO DE AÇÃO EXCLUSIVO
DA DOW AGROSCIENCES

• Altíssimo efeito de choque

• Maior velocidade de controle em
relação às diamidas
• Não requer associação de ativos
• Modo de ação exclusivo
Dow AgroSciences
• Amplo espectro de controle do
complexo de lagartas

Soy Solution 0800 772 2492 | www.dowagro.com/br

 Ser o maior parceiro do
agronegócio é olhar de perto
o desenvolvimento do País.

|
Central de Atendimento BB SAC
4004 0001 ou 0800 729 0001 0800 729 0722 | Defi | 0800 729 5678 | bb.com.br/agronegocio
ciente Auditivo ou de Fala Ouvidoria BB ou acesse
0800 729 0088
@bancodobrasil
/bancodobrasil
Com o Plano Safra, o Governo Federal está
investindo R$ 216,6 bilhões na agricultura familiar
e empresarial. O Banco do Brasil é o maior
financiador desses recursos. Porque apoiar o
agronegócio gera desenvolvimento para todos.
Sílvio Ávila
Apresentação
Introduction
Gran
de
Não seria exagero dizer que o Brasil é
movido a soja. Uma atividade que, em seus
diversos elos da cadeia produtiva, assegu-
ra faturamento de R$ 100 bilhões, como é
a projeção para 2015, não pode ser nada
menos que o motor do desenvolvimento
nacional. E a associação com a força que
coloca em movimento uma sociedade é
ainda mais oportuna no caso da oleagino-
sa: além da exportação na forma de grão, e
8
da transformação em farelo e óleo comes-
tível, ainda resulta em grande medida no
biodiesel que abastece a frota interna de
veículos que se valem desse combustível.
Em meados do ano, as mais diversas
regiões brasileiras estavam com os prepa-
rativos das lavouras a pleno vapor, pro-
videnciando o plantio da nova safra. Em
todas essas localidades, a soja inspira
planos de investimentos e de progresso
no campo e na cidade, nos vários seto-
res que apoiam o agronegócio, dos servi-
ços ao comércio em geral. É do desempe-
nho das plantações que advém a energia
em praticamente todos as áreas, e mes-
mo o retorno do grão e de seus produtos
na forma de impostos impulsiona obras
públicas, beneficiando toda a população.
Nada mal para uma cultura que até
muito recentemente estava confinada ao
angular
ambiente das regiões temperatas e sub-
tropicais do Sul do Brasil. Foi graças ao
visionarismo de pesquisadores que a ole-
aginosa pôde ser adaptada, em seu apri-
moramento genético, ao clima tropical
dos cerrados. Com isso, ela invadiu as
extensões do Sudeste, do Centro-Oeste,
do Nordeste e até do Norte, expandin-
do seus benefícios junto a novos agentes
do agronegócio. É particularmente nes-
ses novos espaços que a lavoura alcançou
extensões quase inimagináveis, estenden-
do-se a perder de vista.
Só mesmo uma grande angular pode-
ria captar esse fantástico cenário que a
soja hoje descortina no País. No campo e
na cidade, o planeta soja paira como uma
constelação luminosa e enriquecedora
sobre a realidade da socioeconomia bra-
sileira. Para o bem do próprio Brasil e de
toda a população global, que se alimen-
ta a partir desse grão, parece não haver
nem obstáculos, nem empecilhos e nem
limites para essa lavoura. E como o Anu-
ário Brasileiro da Soja 2015 vem apresen-
tar, essa fascinante história parece, a cada
ano, a cada nova safra, vir desdizer ou
ampliar os méritos e as façanhas do perí-
odo anterior. 2015 promete!
Boa leitura.
9
Sílvio Ávila
Big cornerstone
It would be no exaggeration to say that Brazil
is powered by soybean. An activity that, in its var-
ious agents in the supply chain, rakes in revenue
of R$ 100 billion, the projection for 2015, could
be nothing less than the engine of national devel-
opment. Moreover, the association of the power
that moves a society is even more opportune in
the case of the oilseed: whose shipments abroad
include grains, meal and edible oil, whilst in the
national scenario the seed is transformed into bio-
diesel that powers the domestic vehicle fleet.
In mid-year, lots of Brazilian regions were in-
volved full time in the preparation of the fields for
the new crop. In all these locations, soybean in-
spires investment and progress plans in cities and
rural zones, in the various sectors that support
agribusiness, services and commerce, in general.
It is the performance of the crop that gives origin
to investment and progress plans, in practically all
regions, and the returns from the same grains and
their products, in the form of taxes, drive public
works, benefiting the entire population.
It is not bad for a crop that up until recent-
ly was confined to the temperate and subtropi-
cal regions in South Brazil. It was thanks to the
10
far-reaching vision of many researchers that the
oilseed was adapted, in its genetic enhance-
ment, to the tropical climates of the Cerrado
regions. And so, it made it to the vast regions
in the Southeast, Center-West, Northeast and
North, spreading its benefits to new agribusi-
ness agents. It is particularly in these new plac-
es that the soybean fields began to cover vast
stretches of land, as far as the eye can see.
Only a big cornerstone could capture this
fantastic scenario that soybean is now unfold-
ing before the Country. In the town and in the
countryside, the planet soybean hovers like a
brilliant and enriching constellation over the re-
ality of Brazil’s socioeconomic reality. For the
good of Brazil itself and the entire population of
the globe, who feed on this kernel, there seem
to be no obstacles, nor impediments, nor any
limits to this crop. And, as the 2015 Brazilian
Soybean Yearbook presents, this fascinating sto-
ry seems to, year after year, at every new crop,
contradict or broaden the merits and deeds of
the previous period. 2015 is a promising year!
Happy reading.
 ANTICIPATING, ADAPTING AND MANAGING:
CHANGE IN A TRANSFORMING WORLD
A Noble Agri é líder de mercado no gerenciamento
da cadeia global de suprimentos de
produtos agrícolas, industriais e de energia.
Gerenciamos e controlamos cadeias integradas
de suprimento com um portfólio diversificado de
commodities. Nosso comprometimento se inicia
desde o momento em que o grão é colhido até sua
entrega final. Nossos produtos são processados através
de unidades próprias de armazenamento, terminais
portuários e processamento, além de serem
transportados em navios próprios ou afretados
para a entrega aos clientes globais – adicionando
valor a cada elo da cadeia de suprimentos.
Estamos crescendo no nosso negócio por meio
da escuta e do entendimento das necessidades
de nossos clientes, da origem ao destino.
Noble Brasil SIA
A member of the Noble Agri Escritórios Regionais
Av. das Nações Unidas, 850 I 22º andar Rondonópolis - MT
Pinheiros - CEP 05425-070 Maringá- PR
Tel +55 11 3566 8700 Passo Fundo - RS
www.nobleagri.com Luís Eduardo Magalhães - BA +55 77 3639 0405
Noble Agri is a market leader in managing
the global supply chain of agricultural,
industrial and energy products.
We manage and control integrated supply chains
across a diversifed portfolio of commodities and our
commitment starts from the moment a
commodity leaves the ground through
to the moment its delivered.
Our products are processed through our
owned and operated, ports, storage and
production facilities worldwide and transported
on our own or chartered ships to customers globally
- adding value at every link in the supply chain.
We're growing our business by listening
to andunderstanding our customer's
needs from source to destination.
+55 66 3410-3000
+55 44 3304 2200
+55 54 3327 3235
Sílvio Ávila

Produção
Production

Área plantada
de soja poderá
ser ampliada em
3% a 5% no ciclo 2015/16
12
 Levantou
poeira
A cultura líder do agronegócio brasileiro
renova em 2015 seu ímpeto de crescer, com decisão
de mais um avanço no cultivo para a nova safra
Incertezas que ainda cercavam o cenário em
setembro de 2015 não suplantavam fatores favorá-
veis a mais um avanço na principal cultura agrícola
do Brasil, a soja, no início da implantação de novo
cultivo. Opiniões expressas em diversos ambientes
ligados à atividade indicam que será novamente
ampliada a área de plantio na safra 2015/16 no País
e, por consequência, a liderança no meio do agro-
negócio brasileiro e inclusive mundial, onde já se
coloca à frente na comercialização do produto.
Em nível oficial, antes de fazer o anúncio pre-
visto para outubro, a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) confirmava a perspectiva
de aumentar a área plantada de soja para a pró-
xima temporada, sem especificar porcentagem.
Observava, no entanto, manifestações junto ao
mercado do setor de que o incremento poderia
situar-se entre 3% e 5%. As razões para tanto, se-
gundo o analista Thomé Futh, estariam ligadas à
maior liquidez e à rentabilidade ainda oferecidas
pelo grão, que ocuparia espaços de outras cultu-
ras, como milho (que seria reforçado na segunda
safra), feijão e pastagens, com maior adoção de
confinamento na pecuária.
Expectativa semelhante era expressada pelo
Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agri-
cultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universida-
de de São Paulo (USP), em avaliação de 14 de
setembro de 2015, na véspera do fim do perío-
do do vazio sanitário e do início do plantio. In-
dica então “preços firmes no Brasil, sustentados
pelo dólar cada vez mais valorizado”. Em nível in-
ternacional, com o aumento produtivo, as cota-
ções chegavam aos menores níveis dos últimos
anos. Porém, a alta valorização interna do dólar
e a perspectiva de manutenção do câmbio eleva-
do, junto com a boa demanda do produto brasi-
leiro, ajudavam a manter o preço estimulante no
Brasil, conforme diversas análises feitas.
Outras questões favoráveis eram levantadas,
caso do fenômeno climático El Niño, que a prin-
cípio garantiria mais chuvas e menos riscos de es-
tiagens no Centro-sul do País. Nem receios rela-
cionados à economia do principal comprador
internacional do grão, a China, assim como ao
aumento de custos confirmado nesta safra, colo-
cam freios ao ímpeto de crescimento brasileiro
na cultura. Quanto aos chineses, várias lideran-
ças opinam que continuarão o seu interesse e a
necessidade pelo produto, em particular o brasi-
leiro, ainda que possa diminuir o ritmo das im-
portações.
Os custos em elevação, em especial, e incer-
tezas de preços futuros ainda trazem preocupa-
ções ao setor produtivo. A Associação dos Produ-
tores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), em seus
eventos pelo País, e junto com especialistas, tem
orientado a avaliar o momento da venda, consi-
derando interessante no início de setembro a an-
tecipação do processo, o que vinha ocorrendo, e
com preços ainda remuneradores.
Incentiva também medidas de aumento de efi-
ciência produtiva e redução de gastos, com melho-
ria de fertilidade e bom manejo de pragas, de acor-
do com indicações da pesquisa. Quanto à intenção
de plantio, os principais estados produtores con-
firmam o propósito de seguir na evolução produ-
tiva, que pode determinar a chegada do Brasil aos
100 milhões de toneladas de soja na nova safra.
13
 Dust in the air
Uncertainties that were still surrounding the sce-
The leading nario in September 2015 did not were not able to
crop in Brazilian supersede factors favorable to further increases to
agribusiness Brazil’s main agricultural crop, soybean, at the begin-
ning of the new growing season. Opinions coming
renews its from several environments linked to the activity in-
impelling force dicate new advances to the area devoted to the crop
in 2015, with the in the 2015/2016 growing season and, as a result,
strengthening the leadership of Brazilian agribusi-
decision to make ness, where the product is negotiated in anticipation.
further strides in At official level, before making the announce-
the cultivation of ment, scheduled for October, the National Food
Supply Agency (Conab) was confirming the per-
the new crop spective to increase the area devoted to soybean
in the next growing season, without giving de-
tails about the percentage. The organ was, howev-
er, observing reactions from the market of the sec-
tor maintaining that the increase could range from
3% to 5%. The reasons, according to analyst Thomé
Futh, were supposed to be linked to the higher li-
quidity and profitability of the kernel, which was
also supposed to replace other crops, like corn (to
be strengthened in the winter crop), beans and pas-
tureland, leading to more livestock confinements.
Similar expectation was expressed by the Cen-
ter for Applied Studies on Advanced Economics
(Cepea), a division of Luiz de Queiroz College of
Agriculture (Esalq), of the University of São Paulo
(USP), at an assessment on 14th September 2015,
on the eve of the end of the fallowing period and
beginning of planting. It then indicates steady pric-
es” in Brazil, sustained by the constantly rising val-
ue of the dollar”. At international level, with the in-
crease in production, prices reached the smallest
levels in recent years. However, the high value of
the dollar in the domestic scenario, and the per-
spective for the exchange rate to continue high,
along with the soaring demand for the Brazilian
crop, helped sustain the stimulating price in Brazil,
Sílvio Ávila
The area devoted to soybean is likely to expand
by 3% to 5% in the 2015/16 cycle
14
according to several analyses recently conducted.
Other favorable questions were raised, for exam-
ple, the El Niño, which, in principle, would guaran-
tee more rain and less risks of drought conditions in
the Center-South regions in Brazil. Neither the con-
cerns about the economy of the main internation-
al buyer of Brazilian soybean, China, nor the high-
er production costs already confirmed for the next
growing season, curb the impelling force towards
the bigger soybean crop in Brazil. With regard to Chi-
na, leaderships in Brazil maintain that the country
will continue interested in buying the cereal to meet
its internal demand, especially from Brazil, although
the rhythm of imports could slow down a bit.
The soaring costs, in particular, and uncertain-
ties related to future prices are still cause for con-
cern for the supply chain. The Brazilian Soybean
Growers' Association (Aprosoja), in its events
throughout the Country, and along with special-
ists, has given advice on the best sales moment, tak-
ing the beginning of September as a good moment
for anticipating the process, a fact that had been oc-
curring, and with prices still remunerative.
The association equally encourages measures
that boost productive efficiency and cost reduc-
tions, where fertility enhancement and past man-
agement play a relevant role, in compliance with
indications from research works. As to the planting
intentions, all major soybean producing states have
confirmed their target to increase production, a fact
that could be responsible for increasing the size of
the new soybean crop to 100 million tons.
MAIS ALTO – Bigger
Cenário possível para soja na safra 2015/16
no Brasil, com 4% de aumento
Área (mil ha) Produção (mil t)
33.376,8 100.193,0
Fonte: Conab.
Selecionadoras ópticas para sementes agrícolas: Soja,Milho, Feijões e Algodão.
As selecionadoras Bühler aumentam a qualidade das principais sementes
agrícolas, removendo os grãos defeituosos e materiais estranhos contidos no
produto. Maximizam a germinação no campo e melhoram a padronização visual
dos lotes das sementes. Solicite a visita de um de nossos vendedores e
descubra como as selecionadoras Bühler podem adicionar mais valor ao seu
produto.

www.buhlergroup.com/sanmak

Bühler SANMAK Ind. de Máquinas SA. Tel: +55 (47) 2111 2700
Rua Francisco Vahldieck, 3767, Blumenau, SC, Brasil

SANMAK M+

Innovations for a better world.

 Sílvio Ávila

16
 Sem limites
para colher
Crescimento em área, e também em produtividade,
permitiu alcançar mais um resultado histórico
na produção de soja na temporada 2014/15
Os preços não estavam mais tão bons quan-
to no ano anterior e alguns problemas climáti-
cos se apresentaram. Mas os custos estavam se
mantendo, a taxa de câmbio mostrava aumen-
to, a relação com outros produtos era favorável
e o produtor brasileiro decidiu avançar mais um
tanto na sua principal cultura na safra 2014/15.
A soja, da qual o Brasil é o segundo maior país
no ranking mundial, voltou a registrar recordes,
tanto em área quanto em produção, que suplan-
tou a 96 milhões de toneladas, incremento pró-
ximo de 12% em relação à temporada anterior.
“Apesar de os preços não apresentarem bom
suporte para a safra, os produtores considera-
ram o plantio da oleaginosa como a melhor op-
ção, frente às demais lavouras”, avalia a Compa-
nhia Nacional de Abastecimento (Conab), no
levantamento final do ciclo 2014/15, divulga-
do em setembro de 2015. Menciona também
a “quase manutenção dos custos de produção,
capitaneada pelos preços dos fertilizantes, bem
aproveitada pelos produtores com fortes com-
pras antecipadas no primeiro semestre; e valo-
rização do dólar diante do real, tornando a que-
da nos preços internos mais amena do que a das
cotações internacionais”.
Com isso, de acordo com o relato do órgão
oficial, o plantio foi incrementado em mais de
6%, anexando áreas de algodão, milho, feijão
em cores e pastagens. A ampliação de cultivo
deu-se quase de forma geral, incluindo as áreas
tradicionais do Sul, do Centro-Oeste e do Sudes-
te, e estendendo-se em especial às novas áreas
de cerrado do Nordeste e do Norte. Nos esta-
dos nordestinos, a expansão superou a 9%, com
percentual maior no Maranhão (13,2%), segui-
do da Bahia, que tem maior área e produção, e
do Piauí, enquanto no Tocantins, no Norte, que
completa a região denominada de Matopiba, o
avanço alcançou a 13,5%.
Em termos de produtividade, a atual maior
região produtora, o Centro-Oeste, sofreu forte
estresse hídrico no desenvolvimento das lavou-
ras, em especial em Goiás e no Distrito Federal.
Mato Grosso do Sul ainda registrou melhor cli-
ma e rendimento, enquanto o líder Mato Gros-
so conseguiu manter a produtividade, conforme
a Conab. O órgão observa também que “ataques
de lagartas e percevejos, em intensidade baixa
a média, devido à redução das chuvas, e asso-
ciados a elevadas temperaturas, foram perfeita-
mente administradas pelo competente manejo”.
A produtividade da oleaginosa no País, ao fi-
nal da safra, ainda conseguiu ter variação positi-
va em relação à anterior (5,1%, atingindo 2.999
quilos por hectare), com bons resultados no Sul,
em especial no segundo maior produtor, o Para-
ná, que apresentou 11,7% de aumento. No Su-
deste, São Paulo recuperou-se da temporada an-
terior, com 32% de acréscimo. Da mesma forma,
a Bahia, que concentra a produção na parte Oes-
te, conseguiu melhoria de 16,7% sobre o ano
anterior. O resultado maior neste ítem, em nível
de Brasil, no entanto, é o da safra 2010/11, quan-
do foram produzidos, em média, 3.115 quilos
de soja por hectare.
17
 Unlimited harvest
Prices were no longer as attractive as in the
Growth in area, and previous year, and some climate related prob-
also in productivity, lems affected the crop. However, production
led to another costs continued stable, the exchange rate was on
a rising trend, the relation with other products
historical was favorable and the farmers decided to invest
result in soybean more in their main crop in the 2014/15 growing
production in the season. Soybean, a crop in which Brazil ranks as
second biggest global producer, registered re-
2014/15 growing cords again, both in planted area and in produc-
season tion, which amounted to more than 96 million
tons, up almost 12% from the previous season.
“Although the prices were not showing sub-
stantial support to the crop, the farmers consid-
ered the oilseed as their best option, compared
to other crops”, say sources from the National
Food Supply Agency (Conab), in its final survey
of the 2014/15 cycle, published in September
2015. The survey also refers to the “almost un-
changed production costs, led by the price of
fertilizers, with the farmers taking advantage of
the good prices in their anticipated purchases
in the first half of the year; the rising value of the
dollar against the real, responsible for smooth-
er price falls in the domestic scenario, com-
pared to the international quotes”.
Under such circumstance, according to the
report of the official organ, the planted area went
up by more than 6%, replacing cotton, corn, beans
and pastureland areas. The expansion of the crop
happened as a whole, including the traditional ar-
eas in the South, Center-West and Southeast, and
Sílvio Ávila
particularly extending throughout the new areas
in the Northeast and North cerrado regions. In
the northeastern states, expansion was in excess
NAS ALTURAS – Up in the sky
A produção brasileira de soja nos últimos anos
Safras Hectares Toneladas Kg/ha
2009/10 23.467,9 68.688,2 2.927
2010/11 24.181,0 75.324,3 3.115
2011/12 25.042,2 66.383,0 2.651
2012/13 27.736,1 81.499,4 2.938
2013/14 30.173,1 86.120,8 2.854
2014/15 32.093,1 96.243,3 2.999
Fonte: Conab.
18
of 9%, where the state of Maranhão experienced
the biggest increase (13.2%), followed by Bahia,
where the planted and area is bigger, and Pauí,
while in Tocantins, in the North, which encom-
passes the region known as Matopiba, advances
amounted to 13.5%.
In terms of productivity, the present lead-
ing producing region, the Center-West, suffered
from severe drought conditions during the field
development stage, especially in Goiás and Fed-
eral District. Mato Grosso do Sul experienced
better climate conditions and had a better perfor-
mance, and the leading producer, Mato Grosso,
managed to keep its productivity rates, according
to Conab sources. The organ also observes that
“worm and bug outbreaks, in moderate intensity,
due to scarce rain fall, and associated with high
temperatures, were perfectly kept under control
by competent management practices”.
The production volume of the oilseed in the
Country, at the end of the crop, managed to
achieve a positive relation compared to the pre-
vious year (5.1%, reaching 2,999 kilograms per
hectare), with good results in the South, where
the second biggest producer, Paraná, harvested
a crop 11.7-percent bigger. In the Southeast, São
Paulo made a recovery from the previous season,
with an increase of 32% from the previous year.
Likewise, in Bahia, where the crop is concentrat-
ed in the western portion of the state, the volume
was up 16.7% from the previous year. The big-
gest result on this item, at national level, howev-
er, was achieved in the 2010/11 crop year, when
the average per hectare amounted to 3.115 kilo-
grams of soybean per hectare.
Sílvio Ávila

Estados
em marcha
Crescimento futuro da planta parece orientar-se
pela bússola, mas áreas consolidadas apresentam maior
incremento total no cultivo da oleaginosa

O solo de pelo menos 16 dos 27 estados
brasileiros é ocupado pela principal cultura
agrícola do País. A soja, que começou a nas-
cer no Sul do Brasil há 100 anos e passou a re-
gistrar números maiores há 50 anos na região,
hoje se consolidou no Centro-Oeste, em par-
te do Sudeste, e abre espaços pelo meio do
Nordeste e do Norte. O maior produtor é há
vários anos o Mato Grosso, no Centro-Oeste,
região que sucedeu o Sul na liderança produ-
tiva, com o avanço das áreas de clima tempe-
rado para as tropicais do cerrado. Mas os esta-
dos sulistas, o pioneiro Rio Grande do Sul e
o sucessor Paraná, continuam entre os primei-
ros colocados na produção, e com disposição
para ampliar espaços de cultivo.
Condições favoráveis ao grão têm ele-
vado a cada ano os números da oleaginosa
no Brasil, e o maior aumento absoluto em
área se dá justamente no Estado líder. Na sa-
fra 2014/15, o Mato Grosso acrescentou 319
mil hectares no plantio de soja. Também os
gaúchos cultivaram mais 309 mil hectares e
ocuparam a segunda posição no total plan-
tado e a terceira na produção. Em ambos os
casos, a expansão ocorre sobre outras cul-
turas e pastagens. O quarto maior produtor,
Goiás (no Centro-Oeste); o segundo maior,
Paraná (no Sul); e o quinto maior, Mato
Grosso do Sul (no Centro-Oeste), vêm na
sequência dos que mais ampliaram o cultivo
em área (223, 214 e 180 mil hectares).
Já em termos percentuais, os maiores ín-

20
dices ocorrem em estados do Norte (22,3%)
e do Nordeste (9,3%), onde as áreas ain-
da são menores, mas estão crescendo com
maior disponibilidade de espaço, e inclusi-
ve com boas produtividades. Estas se equipa-
ram às melhores alcançadas no Sul (no Para-
ná e em Santa Catarina) e no Centro-Oeste
(Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), confor-
me a Companhia Nacional de Abastecimen-
to (Conab). Em relação a futuros avanços na
área cultivada com a oleaginosa, a Embrapa
Soja prevê que ocorram, em sua maioria, nos
estados do Tocantins, Piauí, Maranhão, Pará e
de Rondônia, em regiões do Mato Grosso e
na metade sul do Rio Grande do Sul.
O Instituto Mato-grossense de Economia
Agropecuária (Imea), na estimativa feita para
safra de soja 2015/16, em agosto, no Estado
líder na cultura, indica nova elevação em área
(de 2,06%), embora menor do que em anos
anteriores. A ampliação é prevista em espe-
cial para as partes nordeste (65,7 mil hec-
tares) e norte (42 mil hectares), sobretudo
na conversão de pastagem em agricultura.
O Departamento de Economia Rural (De-
ral), da Secretaria da Agricultura e do Abaste-
cimento (Seab), do segundo maior produtor,
o Paraná, estima igual tendência de 2% no
Estado. Já a Associação Riograndense de Em-
preendimentos de Assistência Técnica e Ex-
tensão Rural (Emater-RS/Ascar) revela o atual
ímpeto na região em que tudo iniciou: prevê
avanço pouco maior, na ordem de 3%.
21
 States marching on The soil of at least 16 of the 27 Brazilian
Future growth of the states is devoted to the main agricultural crop
plant seems to follow in the Country. The soybean, whose begin-
the compass, but ning started in South Brazil a hundred years
ago, and began to make strides in the region
consolidated areas 50 years ago, has equally consolidated in the
show the biggest Center-West, in parts of the Southeast, and is
increases in soybean now making it to the Northeast and North.
Mato Grosso, in the Center-West, the big-
bean crops gest producer for years, has outstripped Rio
Grande do Sul in production volume, follow-
ing the shift of the crop from temperate cli-
mate zones to the tropical cerrado regions.
However, the southern states, Rio Grande do
Sul, the pioneer, and its successor Paraná, are
still on the list of major producers, and always
ready to devote more areas to the oilseed.
Favorable conditions have been responsi-
ble for ever-increasing soybean crops in Bra-
zil, and the biggest absolute increase in area
takes place in the largest producing State. In
the 2014/15 growing season, Mato Grosso
added 319 thousand hectares to its soybean
A SOJA NOS ESTADOS – Soybean in the States
Sequência pela maior produção na safra 2014/15
Variação em % sobre o período 2013/14
Estados/Região Área Produção Produtividade
(mil ha) (mil t) (kg/ha)
1. Mato Grosso (CO) 8.934,5/3,7 28.018,6/6,0 3.136/2,2
2. Paraná (S) 5.224,8/4,3 17.210,5/16,4 3.294/11,7
3. Rio Grande do Sul (S) 5.249,2/6,3 14.881,5/15,7 2.835/8,8
4. Goiás (CO) 3.325,0/7,2 8.625,1/-4,1 2.594/-10,6
5. Mato Grosso do Sul (CO) 2.300,5/8,5 7.177,6/16,7 3.120/7,6
6. Bahia (NE) 1.422,0/8,3 4.180,7/26,4 2.940/16,7
7. Minas Gerais (SE) 1.319,4/6,6 3.507,0/5,4 2.658/-1,1
8. Tocantins (N) 849,6/13,5 2.475,7/20,2 2.914/5,9
9. São Paulo (SE) 796,8/6,0 2.366,5/40,2 2.970/32,2
10. Maranhão (NE) 749,6/13,2 2.069,6/13,5 2.761/0,3
11. Santa Catarina (S) 600,1/10,6 1.920,3/16,8 3.200/5,6
12. Piauí (NE) 673,7/7,4 1.833,8/23,1 2.722/14,7
13. Pará (N) 336,3/51,9 1.017,0/52,1 3.024/0,1
14. Rondônia (N) 231,5/21,1 732,9/20,6 3.166/-0,4
15. Distrito Federal (CO) 56,1/-22,1 147,3/-31,8 2.626/-12,5
16. Roraima (N) 24,0/33,3 79,2/40,9 3.300/5,8
Fonte: Conab, setembro de 2015.
22
crop. The farmers in Rio Grande do Sul also
devoted an additional 309 thousand hectares,
ranking second in planted area and third in
production. In both cases, the expansion oc-
curs over other crops and pastureland. The
fourth biggest producer, Goiás (in the Cen-
ter-West); the second largest, Paraná (in the
South); and the fifth biggest, Mato Grosso do
Sul (in the Center-West), follow on the heels
of those states that expanded their area the
most (223, 214 and 180 thousand ha).
In percentage terms, the biggest increases
occurred in the states of the North (22.3%)
and Northeast (9.3%), where the cultivated
areas are smaller, but are on a rising trend
that results from the availability of land, with
high productivity rates. They are equivalent
to the best productivity rates achieved in the
South (Paraná and Santa Catarina) and in the
Center-West (Mato Grosso and Mato Grosso
do Sul), according to sources from the Nation-
al Food Supply Agency (Conab). With regard
to future advances in areas devoted to soy-
bean, Embrapa Soybean anticipates that most
of them are supposed to occur in the States
of Tocantins, Piauí, Maranhão, Pará and
Rondônia, in regions of Mato Grosso and in
the mid-south region in Rio Grande do Sul.
The Mato Grosso State Agricultural Econ-
omy Institute (Imea), at its estimation of the
2015/16 soybean crop, in August, in the soy-
bean leading producer state, points to a new
increase in area (2.06%), although smaller than
in previous years. The expansion is supposed
to take place mainly in parts of the northeast
(65.7 thousand hectares) and north (42 thou-
sand hectares), especially in the conversion of
pasturelands into arable land. The Rural Econ-
omy department (Deral), of the Secretariat of
Agriculture and Supply (Seab), in the second
largest producer, Paraná, estimates a similar
trend of 2% in the State. In the meantime, the
Rio Grande do Sul State Rural Extension and
Technical Assistance Corporation (Emater-RS/
Ascar) reveals the present increase in the re-
gion where everything started: it anticipates a
slightly bigger increase: some 30%.
Inor Ag. Assmann
Grão de
imenso valor
Principal produto da agricultura brasileira multiplica
seus efeitos positivos na economia e na sociedade,
contribuindo com renda e empregos
A soja é uma carta de apresentação do Bra-
sil na economia agrícola, cheia de boas informa-
ções. É com folga o produto primário que detém
o maior Valor Bruto de Produção (VBP), situado
próximo de R$ 100 bilhões, quase 57% do total,
e a maior receita na exportação, tendo atingido
US$ 31,4 bilhões em 2014. Este número repre-
senta 32,5% das vendas do agronegócio ao exte-
rior e 14% do total exportado pelo País. Além de
garantir altas rendas e divisas, oferece milhões de
empregos e evidentes melhorias das condições
de vida nas mais diferentes regiões.
Resultados de estudos decenais do Progra-
ma das Nações Unidas para o Desenvolvimen-
to (PNUD) revelam “a coincidência da melhoria
do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
com as regiões de avanço da fronteira agrícola da
soja”, mencionou Décio Luiz Gazzoni, da Embra-
pa Soja, em trabalho sobre a sustentabilidade da
cultura no País. Identifica outros efeitos positi-
vos, como a interiorização do desenvolvimento e a
atenuação dos fluxos migratórios às megalópoles,
a criação de fortes pólos regionais (Passo Fundo e
Santa Rosa, no Rio Grande do Sul; Londrina, Ma-
ringá e Cascavel, no Paraná; Dourados, em Mato
Grosso do Sul; Cuiabá, Rondonópolis e Sorriso,
no Mato Grosso; Uberlândia, em Minas Gerais;
Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia; e
Balsas, no Maranhão, entre outros) e a dinamiza-
ção desta e de outras cadeias produtivas.
24
No campo social, o pesquisador cita que, em
média, cada 10 hectares de soja geram um empre-
go direto e um indireto, na cadeia e nos serviços
associados. Desta forma, o total de postos de tra-
balho propiciados hoje pela atividade já passaria
de 6 milhões de pessoas. A par disso, conforme
Gazzoni, o grão introduzido de forma comercial
nos anos de 1960 contribuiu para a modernização
das relações trabalhistas no campo, além do trei-
namento, da capacitação e da valorização do tra-
balhador e da sua família. Em termos econômicos,
assinalou, “a soja é o grande ícone da moderniza-
ção da agricultura brasileira, que se transmutou de
importadora líquida para uma das maiores expor-
tadoras de alimentos do mundo”.
O estudo do técnico evidencia que a soja re-
munerou os agricultores acima do custo de opor-
tunidade de outros produtos, na maioria dos anos.
Hoje, conforme cálculos da Confederação da Agri-
cultura e Pecuária do Brasil (CNA), em maio de
2015, só a venda da produção da oleaginosa deve
gerar R$ 99,9 bilhões no ano – ou R$ 98,6 bilhões,
segundo os números do Ministério da Agricultura
(Mapa), em julho de 2015. O valor corresponde a
57% do valor apurado com os 20 principais produ-
tos agrícolas e 21% do total agropecuário. Enquan-
to isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), na Pesquisa Agrícola Municipal (PAM)
2013, com 64 produtos, constatou participação da
cultura na ordem de 30% do total.
 Para sorrir
A soja, conforme a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) 2013, é o principal produto em 40 dos 50 municípios com maior valor de produ-
ção agrícola no País. O fato ocorre no maior produtor nacional da oleaginosa, Sorriso, no Mato Grosso, Estado líder na soja. O município
teve também em 2013 a maior receita total na agricultura (R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,3 bilhão da soja). Mato Grosso insere 19 municípios
entre os 50 primeiros, destacando-se ainda Sapezal, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum e Primavera do Leste. Vários são de Goiás (quar-
to maior produtor), como Jataí e Rio Verde, e do quinto maior Estado, Mato Grosso do Sul, casos de Maracaju e Ponta Porã, assim como do
Paraná (segundo colocado), onde Tibaji e Castro lideram no ano.
Informações do início de 2015 ainda dão conta de que a nova safra recorde de soja foi o principal fator de aumento do Produto Interno
Bruto (PIB) da agropecuária no primeiro trimestre, contribuindo com força para o avanço no setor, enquanto o índice da indústria e inclusi-
ve o de serviços decrescia. Em 2014, o PIB da cultura correspondeu a 34% do agropecuário e ficou próximo de 2% do total.
Enquanto isso, nas exportações do primeiro semestre de 2015, embora o valor tivesse redução de modo geral e a balança comercial bra-
sileira registrasse novo saldo negativo, o complexo soja, com US$ 15,9 bilhões em vendas, possibilitava, mais uma vez, a obtenção de saldo
positivo de US$ 36,2 bilhões no agronegócio, com 37% do valor exportado por este segmento e 17% do total brasileiro.

Bringing smiles
Soybean, according to the Municipal Agricul-
tural Survey (MAS) 2013, is the main product in
40 of the 50 municipalities of the highest agricul-
tural production in the Country. The fact is oc-
curring in the biggest national soybean produc-
er, the municipality of Sorriso, in Mato Grosso,
leading soybean growing State. In 2013, the mu-
nicipality equally raked in the biggest amount
of revenue from agriculture (R$ 2 billion, of
which R$ 1.3 billion from soybean). Mato Gros-
so is home to 19 municipalities of the 50 big-
gest soybean producers, where the highlights
are Sapezal, Campo Novo do Parecis, Nova Mu-
tum and Primavera do Leste. Several of them are
in Goiás (fourth biggest producer), like Jataí and
Rio Verde, and in the fifth biggest producer, the
State of Mato Grosso do Sul, where the munic-
ipalities of note are Maracaju and Ponta Porã,
just like in Paraná (ranking second), where Tiba-
ji and Castro are leaders in production.
Information in early 2015 also attests to the
fact that the new record soybean crop was a ma-
jor factor in the bigger Gross Domestic Product
(GDP) of agriculture in the first quarter, strong-
ly driving the sector forward, while the industry
and services index was on the decline. In 2014,
the GDP corresponded to 34% of agribusiness
and remained close to 2% of the total.
Meanwhile, as far as exports go over the
first half of 2015, although the general value de-
creased a little, with the Brazilian trade balance
registering a deficit, the soybean complex, with
US$ 15.9 billion in sales, was again responsible
for a surplus of US$ 36.2 billion in the agribusi-
ness trade balance, with 37% of the value from
exports of this segment, representing 17% of
Brazil’s total exports.

25
 Great value grain
Soybean is a letter of introduction to Brazil’s
Main product in agricultural economy, full of useful information.
Brazilian agriculture It is by far the primary product of the highest
extends its positive Gross Production Value (GPV), approximate-
ly R$ 100 billion, almost 57% of the total, and
effects on the the biggest export revenue, totaling US$ 31.4
economy and society, billion, in 2014. This number represents 32.5%
generating income of all foreign agribusiness sales and 14% of the
Country’s total exports. Besides bringing in
and jobs substantial revenue and dividends, it offers mil-
lions of jobs, whilst improving the quality of life
throughout the different regions.
Results from decennial studies of the Unit-
ed Nations Development Program (UNDP) re-
veal the “coincidence of the improvement of the
Human Development Index (HDI) in regions
where the soybean agricultural frontier is mak-
ing strides”, said Décio Luiz Gazzoni, of Embra-
pa Soybean, in a paper on the sustainability of
the crop in the Country. He identifies other pos-
itive effects, like inland progress and a curb on
rural- urban migration, the creation of strong re-
gional hubs (Passo Fundo and Santa Rosa, in
Rio Grande do Sul; Londrina, Maringá and Cas-
cavel, in Paraná; Dourados, in Mato Grosso do
Sul; Cuiabá, Rondonópolis and Sorriso, in Mato
Grosso; Uberlândia, in Minas Gerais; Barreiras
and Luiz Eduardo Magalhães, in Bahia; and Bal-
sas, in Maranhão, among others) and the dy-
namic progress of this and other supply chains.
In the social realm, the researcher main-
tains that, on average, 10 hectares of soybean
Inor Ag. Assmann
26
generate one direct and one indirect job, in
the chain and in related services. Therefore,
the total number of job positions provided
by the activity reaches 6 million. In the mean-
time, according to Gazzoni, the kernel that
was commercially introduced in the 1960s has
played a big role in modernizing the labor re-
lations in the rural zones, besides providing
for training, capacity building and placing val-
ue on the workers and their families. In eco-
nomic terms, he noted, “soybean is the great
icon in the modernization of Brazilian agricul-
ture, which changed from importer to one of
the biggest food suppliers in the world”.
The study of the technician makes it clear
that soybean remunerated the farmers above
the opportunity cost of other crops, in most
years. Now, according to calculations by the
Brazilian Confederation of Agriculture and Live-
stock (CNA), in May 2015, the sales of the oil-
seed alone are supposed to generate R$ 99.9
billion a year – or R$ 98.6 billion, according to
the figures released by the Ministry of Agricul-
ture, Livestock and Food Supply (Mapa), in July
2015. The value corresponds to 57% of the val-
ue ascertained from the 20 major agricultural
products and 21% of the total income from agri-
culture. In the meantime, the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE), in its Mu-
nicipal Agricultural Survey (MAS) 2013, involv-
ing 64 products, ascertained a 30-percent par-
ticipation of the crop in the total.
Percevejos:
passe por cima
destes obstáculos.
•Parceiro ideal para o manejo de lagartas
•Fórmula da FMC com dois modos de ação
•Maior efeito de choque
AZAR DAS PRAGAS QUE CRUZAREM SEU CAMINHO.

ATENÇÃO
Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e
siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os
Conheça também outras soluções FMC para soja:
equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores
de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos
de produtos. Uso exclusivamente agrícola.
Nematicida/Inseticida 200 CS
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
Sílvio Ávila

Jogo seguro
Estimativa é de que produção mundial do grão
se estabilize na próxima temporada, depois do aumento
de volumes registrado no período 2014/15
Os principais agentes mundiais da soja pam os primeiros lugares na produção e duzidos, que totalizam 319 milhões de to-
promoveram uma disparada produtiva no respondem por mais de 82% do total, regis- neladas. Após este resultado, que também
ciclo 2014/15. Os países das Américas, Es- tram grandes safras. Na soma global, ocorre incrementa os estoques, o Departamento
tados Unidos, Brasil e Argentina, que ocu- ampliação de quase 13% nos volumes pro- de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)

28
já projeta estabilização para o próximo ciclo,
em termos de produção.
O líder Estados Unidos chega a estimar
aumento de 18% na colheita do período
2014/15, e para a nova temporada previa, em
setembro de 2015, leve decréscimo para 107
milhões de toneladas. Para o segundo maior
produtor, o Brasil, a perspectiva do organismo
americano em relação à safra seguinte é de
novo acréscimo (na faixa de 2,6%). O mesmo
ocorreria, segundo seus prognósticos, em ou-
tro país sul-americano, o Paraguai, com mais
4,7%, enquanto os vizinhos argentinos recua-
riam para 57 milhões de toneladas.
No comércio internacional, o USDA já
apresenta o Brasil como o maior exportador
na safra 2013/14, com 46,83 milhões de to-
neladas, superando os Estados Unidos, que
embarcaram 44,57 milhões de toneladas. A
situação é equilibrada na atual, mas para a
próxima fase coloca novamente os brasilei-
ros na dianteira, com 54,5 milhões de tone-
ladas, projetando que a venda externa nor-
te-americana ficaria em 46,95 milhões de
toneladas. Os dois países lideram com fol-
ga a exportação da oleaginosa, enquanto na
importação apenas a China responde por
mais de 64% do total.
O consumo mundial, as importações
e as exportações crescem menos do que a
produção no ciclo 2014/15, respectivamen-
te em torno de 8,3%, 7,7% e 10,9%, segundo
a mesma fonte. Com isso, os estoques evo-
luem em torno de 25,6%, situação que se re-
flete também em queda nos preços interna-
cionais. Para o novo ciclo produtivo, mesmo
com a estabilização prevista no cultivo, as
projeções do departamento americano são
de que a disponibilidade final do produto
ainda poderá crescer cerca de 8%, uma vez
que o consumo, as importações e as expor-
tações não evoluiriam mais do que 4%, 2,8%
e 1,3%, cada qual. A China, que ampliaria as
compras em 9,4% no presente período, iria
recuar a expansão para 2,6%.
29
 Safe game
All major global soybean agents promoted a
Projection is for production spree in the 2014/15 growing season.
global soybean Countries in America, including Brazil, the United
production to States and Argentina, which are leading producers
and account for more than 82% of the total, are
stabilize after the celebrating huge crops. In global terms, there is an
bigger crops in the increase of 13% in volumes produced, totaling 319
2014/15 growing million tons. After this result, which equally raises
the volume of the ending stocks, the US Depart-
season ment of Agriculture (USDA) is projecting stable
volumes for the next cycle, in terms of production.
The leading producer, the United States, is es-
timating an 18-percent rise in the volume of the
2014/15 growing season, and for the new season,
in September 2015, the forecast was for the crop
to amount to 107 million tons. For the second big-
gest producer, Brazil, the perspective of the North-
American organ relative to the next crop is a new
increase of 2.6%. The same is supposed to occur,
in line with its projections, in another South-Amer-
ican country, Paraguay, with an extra 4.7%, while
the neighboring Argentina’s crop is supposed to
drop to 57 million tons.  Produção 319,37
As far as the international trade goes, USDA
viewed Brazil as the biggest exporter in the
2013/14 crop year, with 46.83 million tons, out-
stripping the United States, which shipped abroad
44.57 million tons. At the current season, the sit-
uation seems be balanced, but for the next crop
year, the organ again places Brazil in the leading
position, with 54.5 million tons, projecting the
North-American sales at 46.95 million tons. The
Sílvio Ávila
30
two countries lead by far all oilseed exports, while
with regard to imports, China alone accounts for
the purchase of more than 64% of the total.
Global consumption, imports and exports
do not keep pace with the volume produced in
the 2014/15 growing season, about 8.3%, 7.7%
and 10.9% respectively, according to the same
source. Within this context, ending stocks soar
about 25.6%, a situation that equally reflects on
smaller international prices. For the new cycle, in
spite of the projected stable crop, the estimates
of the North-American organ point to a final vol-
ume that could increase by 8%, once consump-
tion, imports and exports did not evolve more
than 4.0%, 2.8% and 1.3%, each of them. China,
which is supposed to expand its purchases by
9.4% in the present crop year, would bring down
its expansion to 2.6%.
O QUADRO MUNDIAL DA SOJA
Global soy picture
Safra 2014/15 (Em milhões de t)
Importação 119,82
Consumo 298,28
Exportação 124,88
Estoques 78,73
Maiores produtores e exportadores
Estados Unidos 108,01 49,94
Brasil 94,50 50,00
Argentina 60,80 9,60
Paraguai 8,40 4,60
Maiores importadores
China 77,00
UE 13,5
México 4,03
Japão 2,90
Fonte: USDA/Wasde – Estimativa em 11 de
setembro de 2015.
Sílvio Ávila

Mercado
Market

Presença
certa no pódio
Brasil desponta nas exportações de soja, com forte
escalada em 2013 e manutenção do crescimento em
nível internacional nos períodos seguintes

A força da soja brasileira está cada vez mais
presente no mundo e já ultrapassa os Estados
Unidos na liderança das vendas externas em
2014. De 2012 para cá, a escalada se mantém,
com grande pulo em 2013, na altura dos 30%,
conforme a Associação Nacional de Exporta-
dores de Cereais (Anec). Já a Associação Brasi-
leira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove)
tem números que mostram aumento de 73%
nas exportações do grão entre 2010 e a proje-
ção de 2015, enquanto a evolução produtiva
ocorre na faixa de 37% no período. Nos pro-
dutos industriais, a venda de farelo para o ex-
terior avança 10% nesse intervalo.
O complexo soja assume relevância
maior a cada ano no comércio mundial bra-
sileiro e na geração de divisas. A fonte indus-
trial revela a evolução anual na participação
do segmento na totalidade das exportações
do País. Em 2014, segundo a Abiove, esta
proporção já alcança 14%, com mais de US$
31 bilhões gerados. Se for considerado ape-
nas o período de oito meses, entre janeiro e
agosto, quando se concentram as vendas da
produção brasileira, o índice passa de 17%
e se mantém neste patamar em 2015, mes-
mo com a redução verificada nas cotações
internacionais.
O avanço recente das exportações bra-
sileiras de soja, de acordo com Sérgio Tei-
xeira Mendes, diretor geral da Anec, deve-
-se ao grande apetite da China pelo produto
e à maior competitividade do Brasil, com a
valorização do dólar em relação ao real, na
comparação com os concorrentes diretos,
em especial Estados Unidos e Argentina. As
questões econômicas enfrentadas pelo Bra-
sil e pela China, na avaliação de Mendes,
não devem interferir no movimento das
operações brasileiras, que, no caso do grão,
devem atingir cerca de 50 milhões de tone-
ladas em 2015.

32
 Vendas externas
do complexo soja
representam 14%
do total brasileiro

50 anos da Anec
Em 2015, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais completa 50 anos de existência. Embora ao ser
criada, em 1965, tivesse o objetivo de congregar os exportadores de milho, acabou acompanhando de perto todo
o processo evolutivo da soja no Brasil, que então ainda se restringia ao Estado do Rio Grande do Sul, mas ali co-
meçava a se expandir. O diretor Sérgio Mendes lembra que o uso do óleo de soja ocorria na prática apenas naque-
le Estado, pois nos outros era utilizado o de algodão ou de amendoim. Com o controle que passou a ser exerci-
do pelo Conselho Interministerial de Preços (CIP), os empresários viram nesse grão uma matéria-prima mais em
conta, e apostaram na alternativa.
A este fato, menciona ainda o dirigente, associou-se o processo de desodorização do grão, o que contribuiu
para uma rápida mudança, no início para mistura de matérias-primas e logo em seguida para o emprego de 100%
de soja na fabricação do óleo. Em meio a este processo, surgiu também, em 1981, a Associação Brasileira da In-
dústria de Óleos Vegetais (Abiove), para defesa dos interesses específicos das esmagadoras nos processos de co-
mercialização. Já a história da Anec, desde logo, passou a coincidir com a da soja, que avançou pelo País e se cons-
tituiu na maior expressão de seu agronegócio, traduzida na liderança das exportações brasileiras.

33
 Standing on the podium
The strength of Brazilian soybean is making
Brazil emerges it to the world and, in 2014, the Country out-
as a big soybean stripped the United States in foreign sales. The
exporter, having strides began in 2012, followed by a huge leap
in 2013, about 30%, according to data released
made huge strides in by the National Association of Cereal Exporters
2013 and continued (Anec). On the other hand, the Brazilian Vege-
on a rising trend in table Oil Industries Association (Abiove) reveals
numbers that attest to a 73-percent growth in
the international soybean exports between 2010 and the figures
scenario over the projected for 2015, whilst the production evo-
periods that followed lution remains at 37% over this period. As far as
industrial products go, soybean meal shipments
abroad soar 10% in the meantime.
The soybean complex, year after year, ac-
quires an ever-increasing importance in Brazil’s
foreign trade and in the generation of dividends.
The industrial source reveals the annual evolution
in the participation of the segment in the Coun-
try’s total exports. In 2014, according to Abiove
sources, this proportion has already reached 14%,
with the generation of revenue of upwards of US$
31 billion. If only a period of eight months is tak-
en into consideration, from January through Au-
gust, when the bulk of Brazilian sales take place,
the percentage is in excess of 17% and his pro-
portion remains stable in 2015, in spite of the re-
duction in the international prices.
The credit of the recent strides made by Bra-
zilian soybean exports, observes Sérgio Teixeira
Mendes, general director at Anec, goes to China’s
appetite for the product and to Brazil’s soaring
competitiveness stemming from the higher value
of the dollar, compared to the Brazilian currency,
in the comparison with the direct competitors, the
United States and Argentina. The economic hur-
dles faced by Brazil and China, in his view, should
not interfere with the movement of the Brazil-
ian operations, which, in the case of the kernel,
should amount to about 50 million tons in 2015.

Anec turning 50
In 2015, the Brazilian Association of Cereal Exporters turns
50. In spite of the fact that, at its creation in 1965, its major ob-
jective consisted in bringing together the corn exporters, but
ended up keeping a close watch on the entire soybean evolu-
tion process in Brazil, which, back then, was restricted to the
State of Rio Grande do Sul, but was starting its rising trend. Di-
rector Sérgio Mendes recalls that soybean oil was only used in
that State, and in the other states, it was cotton and peanut oil.
With the control that ended up in the hands of the Inter-Minis-
terial Price Council (CIP), the entrepreneurs saw in this grain
cheaper raw material, and bet on the alternative.
This fact, the official mentions, was joined by the deodor-
ization process of the grain, a fact that contributed towards a
speedy change, at the beginning, for a mix of raw materials and,
soon afterwards, in the use of 100% soybean for manufacturing
the oil. In the meantime, this process gave origin to the Brazil-
ian Vegetable Oil Industries Association (Abiove), on behalf of
the specific interests of the soybean crushing industries in the
commercialization processes. As to the history of the Anec, from
an early stage, it began to coincide with the history of soybean,
which made strides throughout the Country and turned into
the biggest expression of agribusiness, which translated into the
leadership of Brazilian exports.
O GRÃO BRASILEIRO NO MUNDO
The Brazilian kernel in the world
Evolução das exportações de soja
Ano Volume (t) Valor (US$)
2010 29.073.156 11.042.999.979
2011 32.985.560 16.327.286.538
2012 32.916.417 17.455.200.216
2013 42.796.103 22.812.299.141
2014 45.691.999 23.277.378.054
Jan-Ago 2014 42.574.578 21.721.102.851
Jan-Ago 2015 47.316.309 18.298.069.303
Fonte: Aliceweb/MDIC – Elaboração: Anec.
LIQUIDEZ – Liquidity
Exportações do complexo soja (incluindo farelo e óleo) e
participação no total das vendas brasileiras ao exterior
Ano US$ 1.000 %
2010 17.114.802 8,5
2011 24.154.416 9,4
2012 26.121.995 10,8
2013 30.965.500 12,8
2014 31.407.621 14,0
Fonte: MDIC/Secex – Elaboração: Abiove.

Foreign sales of the soybean complex account for 14% of the total in Brazil
34
Sílvio Ávila

Muito
competitivo
Situação do câmbio torna o Brasil ainda mais
forte na venda mundial de soja e o principal país
importador, a China, segue mostrando bom apetite

A relação entre o dólar e o real, com a
moeda americana mais valorizada no Brasil,
torna o País ainda mais competitivo no mer-
cado internacional de grãos e, em particu-
lar, da soja. Se a situação cambial se mantiver
nesses patamares, as condições de cresci-
mento das exportações brasileiras são muito
grandes, na avaliação de Sérgio Teixeira Men-
des, diretor geral da Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec), em setem-
bro de 2015. Se baixar, pode influir na redu-
ção do ritmo, mas o avanço brasileiro deve
prosseguir, segundo ele, pela condição cada
vez mais reforçada do País como fornecedor
confiável, e pela boa demanda externa.
A procura pelo produto dá-se em espe-
cial na Ásia, e em particular na China, há vá-
rios anos o maior importador do Brasil, que
destina mais de 70% da sua produção àque-
le país. Mesmo com a anunciada desacelera-
ção no crescimento do gigante chinês, a ex-
pectativa no setor é de que se mantenha “o
seu grande apetite” pelo grão. Também Aldo
Lovatelli, presidente da Associação Brasilei-
ra das Indústrias de Óleos Vegetais (Abio-
ve), no final de agosto de 2015, menciona-
va a “dependência chinesa da matéria-prima,
a mais barata e acessível do mundo”, e que
deve continuar comprando do Brasil, “um
dos poucos, se não o único país com oferta
suficiente e potencial para cumprir qualquer
demanda adicional”.
O grande aumento da destinação do
grão brasileiro ao mercado chinês ocorreu
em 2013, com salto de 30%, e passando de
75% do total exportado. No ano seguinte, o
índice de participação dos chineses esteve
na faixa de 71,5%, conforme dados da Anec,
enquanto na comparação entre janeiro e
agosto de 2014 e de 2015, segundo núme-
ros da Abiove, esta parcela evoluiu de 73%
para 76%. Após a China, três países (Espa-

36

nha, Países Baixos – Holanda e Tailândia)
mantêm-se entre os maiores compradores
do Brasil, entre 2013 e 2014, quando a ex-
portação brasileira cresceu perto de 7%. É
de se registrar ainda, no último ano, que os
Estados Unidos superaram Taiwan na quin-
ta colocação dos importadores do Brasil, a
Alemanha dobrou as compras e a Turquia
mais do que triplicou.
Em torno de 50 países compram a soja
brasileira. O dirigente da Anec sublinha a
condição sempre mais sólida de fornece-
dor confiável assumida pelo Brasil, a par-
tir do atendimento das exigências interna-
cionais e da sua potencialidade produtiva.
Mendes reitera o fato de “o País dispor de
vastas áreas a serem plantadas sem precisar
devastar florestas, podendo triplicar a pro-
dução com a ocupação de pastagens degra-
dadas”. Ao mesmo tempo, identifica gradati-
vas melhoras no escoamento da produção,
com maior utilização de saídas ao Norte, o
que começa a desafogar a logística, mesmo
com maior exportação de milho. “Em 2015,
já são escoadas cerca de 3 milhões de tone-
ladas a mais de soja pelos portos nortistas, o
que significa 85.700 viagens de caminhão a
menos para o Sul”, informa.
DESTINOS DA SOJA
BRASILEIRA
Destinations for Brazilian soy
Principais importadores do grão em 2014
Países Volume (t)
1. China 32.664.328
2. Espanha 2.120.346
3. Países Baixos 2.000.437
4. Tailândia 1.244.266
5. Estados Unidos 1.061.772
6. Taiwan 724.678
7. Alemanha 650.111
8. Japão 581.066
9. Rússia 547.105
10. Itália 462.157
11. Turquia 453.600
12. Vietnã 431.045
13. Coreia do Sul 425.785
14. Portugal 317.438
15. Noruega 306.733
Fonte: Aliceweb/MDIC – Anec.
37
 Very competitive
The relationship between the dollar and
Situation of the the Brazilian currency, with the former highly
exchange rate valued in Brazil, turns the Country even more
turns Brazil more competitive in the international cereal market,
particularly as far as soybean goes. If the pres-
competitive in global ent patterns of the exchange rate hold true, Bra-
soybean sales, whilst zilian exports have every chance to continue
the biggest importer, soaring, said Sérgio Teixeira Mendes, general di-
rector of the National Association of Cereal Ex-
China, continues porters (Anec), in September 2015. If the dol-
with its big appetite lar/real rate drops, it might have an influence on
the rhythm of exports, but, in his opinion, Brazil
should continue making strides on that score, as
the Country has become an increasingly reliable
supplier, and foreign demand is soaring.
Asian countries, in particular, are interested in
Brazilian soybean, and China has for years been
the biggest importer of the cereal, and more than
70% of the crop is destined for that country. In
spite of the announced economic deceleration
of that giant country, the sector is betting on
no changes to the “huge appetite” for the cereal
shown by that country. For his part, Aldo Lovatel-
li, president of the Brazilian Vegetable Oil Indus-
tries Association (Abiove), in late August 2015,
commenting on the “Chinese dependence on
the raw material, the cheapest and most acces-
sible in the world”, said it signaled sales by Bra-
zil should continue, as it is “one of the few coun-
tries, if not the only one, with sufficient offer and
potential to meet any additional demand”.
The big increase in the amount of soybeans
Inor Ag. Assmann
38
destined for the Chinese market occurred in
2013, with a leap of 30%, exceeding 75% in to-
tal exports to that country. The following year,
the percentage of Chinese imports represented
71.5%, according to data from the Anec, while in
the comparison between January and August of
2014 and 2015, according to Abiove numbers,
this share evolved from 73% to 76%. After China,
three countries (Spain, the Netherlands - Hol-
land and Thailand) belong to the list of Brazil’s
biggest buyers, between 2013 and 2014, when
Brazilian exports went up by 7%. It is also worth
mentioning that the last year the United States
exceeded Taiwan in the fifth place of the biggest
importers, Germany doubled its purchases, and
Turkey more than tripled them.
Some 50 countries purchase soybean from
Brazil. The Anec official insists on the ever more
solid status of Brazil as a reliable supplier, always
in compliance with international requirements,
and its productive potential. Mendes reiterates
the fact that “the Country boasts vast areas of ar-
able land, with no need to cut down forests, with
chances to triple its production through the oc-
cupation of degraded pasturelands”. At the same
time, he identifies logistic improvements, as far
as crop transportation goes, with the traffic flow-
ing faster, despite bigger corn exports. “In 2015,
some three million tons are shipped abroad
through the ports in the North, which translates
into a reduction of 85.700 truckloads to the
South”, he informs.
 portocotegipe.com.br

U M P O RTO
D E P ESO
N A BA H I A .

(4 MI LH Õ ES
D E TON E L A DA PO R A NO,
PRA S E R MA I S EX ATO.)

_Terminal especializado na movimentação de granéis sólidos

(soja, farelo de soja, milho, trigo, malte, sorgo, entre outros).

_ Mão de obra própria e especializada.

_ Capacidade de armazenagem de 400 mil toneladas.

_ Movimentação anual de grãos média de 4 milhões de toneladas.

Inor Ag. Assmann

Lugar
garantido

40
 Demanda interna dos produtos de soja se mantém,
mesmo com retração econômica, e assegura ainda
nível equilibrado com a oferta da produção
Além do mercado externo favorável, o em curso, conforme a análise do órgão go-
consumo interno da soja se mantém positi- vernamental, no seu levantamento final da
vo, apesar de a economia brasileira enfrentar safra 2014/15, em setembro, “deve ser de 41
dificuldades. Tanto para o farelo quanto para milhões de toneladas, aumento de 11,4%, se
o óleo de soja é verificada demanda crescen- comparado ao de 2014”. Na sua avaliação,
te, o que fazer aumentar o processamento este movimento se relaciona, “em parte, ao
do grão. Com isso, a Companhia Nacional de crescimento do consumo de soja em nível
Abastecimento (Conab) identifica nível equi- interno, mas, principalmente, ao aumento
librado em seu balanço de oferta e demanda, do uso do óleo de soja para o biodiesel, que
ao considerar que “o estoque final previsto passou de 5% para 7% da mistura no diesel”.
para 2015, na ordem de 3,4 milhões de tone- A Associação Brasileira das Indústrias de
ladas, fica dentro da normalidade”. Óleos Vegetais (Abiove), por sua vez, prevê
O esmagamento do grão de soja no ano o processamento de 40,1 milhões de tone-
DE GRÃO EM GRÃO – Grain by grain
Oferta e demanda de soja
Safra Produção Importação Consumo Exportação Estoque
2013/14 86.120,8 578,7 40.332,8 45.691,0 1.415,8
2014/15 96.243,3 400,0 44.638,9 50.000,0 3.420,1
Fonte: Conab, setembro de 2015.
Guaranteed place
Besides the favorable foreign market, inter-
Domestic demand nal consumption of soybean continues positive,
for soybean products in spite of the difficulties faced by the Brazilian
continues stable, in economy, There is soaring demand for both
soybean meal and soybean oil, and grain pro-
spite of the economic cessing is keeping pace with this trend. There-
downturn, and fore, the National Food Supply Agency (Conab)
achieves a better identifies a balanced level in its offer and de-
mand survey, considering that the “ending
balance between stock anticipated for 2015, about 3.4 million
supply and demand tons, remains within normal perspectives”.
Soybean crushing in the current year, ac-
cording to an analysis by the government or-
gan, in its final crop survey of the 2014/15 sea-
son, in September, “should reach 41 million
tons, up 11.4%, compared to 2014”. In the or-
gan’s evaluation, this movement relates “in
part, to the soaring consumption of soybean
ladas de soja em 2015. Deste total, 30,4 mi-
lhões de toneladas destinam-se à obtenção
de farelo e 7,95 milhões de toneladas para o
fabrico de óleo, das quais 3 milhões de tone-
ladas irão originar biodiesel. A respeito, Da-
niel Furlan Amaral, gerente de economia da
entidade, enfatizou em seminário de proces-
sadoras, no dia 19 de agosto de 2015, em
Florianópolis, Santa Catarina, que o Brasil
industrializa somente 42% da sua safra de
soja, o que evidencia amplo potencial de au-
mento da produção de farelo e de óleo para
atender às necessidades de consumo.
in the domestic scenario, however, particular-
ly, in the soaring usage of soybean oil for bio-
diesel, whose mandatory mixture with com-
mon diesel was increased from 5% to 7%”. 
The Brazilian Vegetable Oil Industries As-
sociation (Abiove), in turn, projects the soy-
bean processing volume at 40.1 million tons
in 2015. Of this total, 30.4 million tons are
destined for the manufacturing of 7.95 mil-
lion tons of oil, of which, 3 million tons will
generate biodiesel. Within this context, Daniel
Furlan Amaral, economy manager at the enti-
ty, emphasized in a seminar for processors, on
19 August 2015, in Florianópolis, Santa Cata-
rina, that Brazil industrializes 42% of its soy-
bean crop, which attests to the huge poten-
tial for the production of meal and oil to meet
consumption needs.
41
Inor Ag. Assmann

Demanda firme Farelo de soja segue com a procura em alta tanto

no mercado interno quanto no externo, com utilização
crescente nas áreas da alimentação animal

As rações para alimentação animal con-
tinuam a demandar quantidades crescen-
tes de farelo de soja, que entra com cerca
de 21% na sua composição. A produção es-
timada pela Associação Brasileira das Indús-
trias de Óleos Vegetais (Abiove) para 2015
deve aumentar em torno de 5,7%, avançan-
do para 30,4 milhões de toneladas, que se-
rão divididas quase meio a meio para os
mercados interno e externo. Depois de três
anos em que o primeiro abocanhava maior
volume, o exterior passou a requerer maio-
res quantias, o que equilibra a demanda, na
perspectiva atual da entidade.
Até agosto de 2015, em comparação ao
mesmo período de 2014, a exportação bra-
sileira do produto diminuiu um pouco (3%)
para o principal mercado, a União Europeia,
que responde por 56% do total, mas aumen-
tou 22% para a Ásia (exceto China), que já
atinge 34% do total. Também o Oriente Mé-
dio apresentou bom crescimento, de 134%,
correspondendo a 7% do montante expor-
tado pelo Brasil. “Os países dessas duas re-
giões são, atualmente, grandes compradores
do produto, o que cria mercado importante
para as exportações brasileiras”, comenta Da-
niel Furlan Amaral, gerente de economia da
Abiove. “Dado o crescimento de renda nes-
ses locais, espera-se que ocorra aumento das
vendas neste ano e em 2016”, acrescenta.
No plano doméstico, o Sindicato Nacio-
nal da Indústria de Alimentação Animal (Sin-
dirações) registra que a absorção de farelo
de soja para a fabricação das rações segue
crescendo. Para 2015, projeta expansão na
ordem de 3%. Conforme Ariovaldo Zani, vi-
ce-presidente executivo da entidade, a ati-
vidade pecuária resiste à crise. O frango de
corte, que demanda 48% do total fabricado,
em especial apresentou maior elevação de
consumo no primeiro semestre (5,4%), com
incremento de exportações e também das
vendas internas. A expectativa é de que se
mantenha firme o mercado nacional do de-
rivado da soja, que, pelos cálculos da Abio-
ve, cresce 16,7% desde 2010, enquanto o ex-
terno evolui 9,8% nesse período.

42
 EM 2015, COMEMORAMOS
UM MARCO EM NOSSA HISTÓRIA.
DEZ ANOS DE CONTÍNUO
INVESTIMENTO E EXTREMO
COMPROMETIMENTO EM
INOVAR PARA AGREGAR VALOR
AO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.

Mais que aumentar a produtividade,

buscamos trabalhar lado a lado com o
agricultor, entregando as melhores soluções
em genética, tecnologia e serviços. Esta Juntos
foi a primeira década de uma sólida anos
produzimos
parceria entre a Nidera e o produtor
mais.
brasileiro. E o melhor ainda está por vir. niderasementes.com.br
Afinal, juntos produziremos cada vez mais.
Sílvio Ávila

Strong demand
Animal feeds rely heavily on huge amounts
Soybean meal in of soybean meal, which represents 21% in their
strong demand at composition. Production estimated by the Brazil-
home and abroad, ian Vegetable Oil Industries Association (Abiove),
for 2015, should go up by about 5.7%, to 30.4
with and ever- million tons, split on a 50-percent proportion
increasing usage in between the domestic and foreign market. After
animal feeds three years in which the former required the big-
ger volume, the foreign market began demand-
ing higher amounts, which balances demand in
the present perspective of the entity.
Up until August 2015, compared to the same
period in 2014, Brazilian shipments abroad of
the product receded a little (3%) to the main
market, the European Union, which accounts
for 56% of the total, but sales to Asia (except
China) went up by 22%, now accounting for
34% of the total. The Middle East has also start-
ed purchasing bigger volumes, 134% more,
corresponding to 7% of Brazil’s total meal ex-
ports. “The countries of these two regions are
now huge buyers of the product, thus creating
an important market for Brazilian exports”, says
Daniel Furlan Amaral, Abiove economy man-
ager. “Given the higher purchasing power in
these places, chances are that sales will go up
this year and in 2016”, he adds.
In the domestic scenario, the Brazilian Feed
Industry Association (Sindirações) maintains
that the absorption of soybean meal for animal
feed is on a rising trend. For 2015, the Associa-
tion is projecting a 3-percent rise. According to
Ariovaldo Zani, executive vice-president of the
entity, agricultural activities have not been af-
fected by the crisis. Meat chicken farms, which
demand 48% of the total feed manufactured,
experienced a 5.4-percent rise in consump-
tion over the first half of the year, with bigger
exports and equally soaring sales at home. The
expectation is for the domestic market of this
soy-based product to remain stable. According
to Abiove sources, this market has been evolv-
ing 16.7% a year since 2010, whilst sales abroad
went up 9.8% over the period.

CAMINHOS DO FARELO – Destinations for meal

Oferta e demanda em mil toneladas
Anos 2010 2011 2012 2013 2014 2015*
Produção 26.998 28.322 27.767 27.621 28.752 30.400
Consumo doméstico 12.944 13.758 14.051 14.350 14.799 15.100
Exportação 13.849 14.451 13.885 13.376 13.817 15.200
Fonte: Abiove * Estimativa em 28/08/2015.

44
Robispierre Giuliani
Fluxo azeitado
Produção de óleo de soja ganha impulso com o
aumento da utilização nacional no biodiesel,
associado a fortalecimento na venda para o exterior
O aumento da mistura obrigatória de no interno, 22,1%.
biodiesel no diesel utilizado nos veícu- “A demanda de óleo de soja para bio-
los brasileiros, de B5 para B6 em 2014 e diesel tem sido, certamente, o fator de
para B7 em 2015, é determinante para o maior impulsão das vendas domésti-
incremento que se registra na produção cas do produto”, ratifica Daniel Furlan
de óleo de soja, a principal matéria-pri- Amaral, gerente de economia da Abiove.
ma para obtenção do biodiesel nacional, “Com a mistura obrigatória no diesel mi-
respondendo por 77% do total. A Associa- neral em 7%, o biodiesel deverá consumir
ção Brasileira das Indústrias de Óleos Ve- em 2015 cerca de 3 milhões de tonela-
getais (Abiove) projeta elevação de cerca das de óleo de soja”, informa o dirigente
de 6,8% na oferta do produto de soja em da indústria. Ele registra, em outro mo-
2015, pelos processadores. Assim, des- mento, que este fato deve diminuir a ca-
de 2010, o avanço produtivo do deriva- pacidade ociosa da estrutura de proces-
do deve alcançar 14,8%, e o do seu desti- samento instalada no País, que já atingiu
46
65% e pode baixar para 50% em 2015.
Ainda segundo o gerente da associação
industrial, as exportações do derivado de
soja também vêm apresentando desempe-
nho favorável, com embarques expressivos
para todo o continente asiático. “Recente-
mente, verificou-se a retomada das vendas
para o Irã, mercado que se mostra com
grande potencial comprador”, completa
Daniel. Entre 2010 e 2015, a variação do
produto para o mercado externo apresen-
ta-se negativa (-12,8%), mas para 2015 já se
mostra positiva (em 0,4%), na expectativa
favorável trazida pelas vendas ao exterior.
 Oil oriented
Soybean oil production
picks up steam as a result
of its national use as
biodiesel, associated with
soaring sales abroad
The mandatory higher percentage of bio-
diesel in diesel that powers Brazilian vehicles,
from B5 to B6 in 2014 and to B7 in 2015, is a de-
termining factor in the ever-increasing produc-
tion of soybean oil, the raw material for our na-
tional biodiesel, accounting for 77% of the total.
The Brazilian Vegetable Oil Industries Associa-
tion (Abiove) is projecting a rise of about 6.8%
in the supply of the soybean product in 2015,
by processors. Therefore, since 2010, advances
in the production of this derivative should reach
14.8%, and 22.1% in its domestic destination.
“The demand for soybean oil for biodiesel
has certainly been the driving force behind the
soaring domestic sales of the product”, ratifies
Daniel Furlan Amaral, Abiove economy man-
ager. “With the mandatory addition of 7% bio-
diesel to mineral diesel, biodiesel is supposed to
consume 3 million tons of soybean oil in 2015”,
the manager of the industry explains. He equally
has it that this reality is supposed to reduce the
idle capacity of the processing structure around
the Country, which has achieved 65% and could
now drop to 50% in 2015.
The manager of the industrial association
also maintains that exports of the soybean-based
product have also been having a favorable per-
formance, with expressive shipments to the en-
tire Asian continent. “Recently, Brazil resumed its
sales to Iran, a market that promises to be a buy-
ing market with a huge potential”, Daniel adds.
From 2010 to 2015, the variation of the product
destined for the foreign market has been nega-
tive (-12.8%), but for 2015 the variation has al-
ready turned positive (by 0.4%), due to favorable
perspectives brought about by sales abroad.

CANAIS DO ÓLEO – Oil destinations

Oferta e demanda do produto de soja em mil toneladas
Anos 2010 2011 2012 2013 2014 2015*
Produção 6.928 7.340 7.013 7.075 7.443 7.950
Consumo doméstico 5.404 5.528 5.328 5.723 6.109 6.600
Exportação 1.490 1.782 1.764 1.383 1.295 1.300
Fonte: Abiove * Estimativa em 28/08/2015.

47
Inor Ag. Assmann

Valeu a pena
Relação de preços e custos na produção de soja foi
favorável na safra 2014/15, mas o quadro poderá
se inverter no período produtivo seguinte

A safra 2014/15 foi positiva na relação
média entre o preço recebido e o custo de
produção efetuado, constata Argemiro Luís
Brum, da Central Internacional de Análises
Econômicas e Estudos do Mercado Agro-
pecuário (Ceema), vinculada à Universida-
de Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul (Unijuí). “O câmbio acabou
salvando os produtores, uma vez que gran-
de grande parte realizou os custos ao redor
de R$ 2,20 a R$ 2,30 por dólar e, posterior-
mente, conseguiu vender a soja, em média,
a câmbio entre R$ 3,00 e R$ 3,10”, registra o
professor. Na próxima temporada, observa a
probabilidade de uma reversão.
Ainda em referência ao período passado,
Brum faz um reparo. “A produtividade mé-
dia geral não alcançou nível muito elevado. A
maioria ficou na média histórica e muitos pro-
dutores tiveram prejuízos com o clima, em
particular com a ferrugem asiática. Assim, se
o volume geral colhido foi recorde, no plano
individual a safra não representou o mesmo,
já que em boa parte o volume maior resultou
de aumento na área semeada, em especial nas
várzeas de arroz, no caso gaúcho”, comenta.
Para a safra 2015/16, o quadro de relação
entre preço e custo pode ser totalmente in-
verso, avalia Argemiro. “A lavoura pode ser re-
alizada a custo cambial ao redor de R$ 3,40 a
R$ 3,60, enquanto no momento da comercia-
lização o câmbio pode estar mais baixo, ou, na
melhor das hipóteses, igual. Isso dependerá
muito da capacidade do governo de realizar o
ajuste fiscal”, segundo o professor, em opinião
emitida em 1º de setembro de 2015. Acres-
centa que “o ganho do produtor ficará na de-
pendência do clima, em particular, tendo em
vista que muitos irão semear a soja com me-

48
nor tecnologia, menores investimentos em
insumos, devido ao seu alto custo”.
Ainda sobre cotações, a manifestação de
Brum no início de setembro observa o recuo
externo, já rompendo o piso de US$ 9,00 por
bushel. “Tudo indica que, em safra normal nos
Estados Unidos e na América do Sul no perí-
odo 2015/16, os preços em Chicago fiquem
entre US$ 8,00 e US$ 9,00/bushel, enquan-
to em 2014, no início de julho, ainda estavam
em US$ 14,00”, refere. “A tendência parece ser
o mercado voltar próximo aos patamares de
2007, um pouco antes da crise econômico-fi-
nanceira que elevou acima do normal o pre-
ço das commodities mundiais.” Assim, na ava-
liação de Brum, a valorização da soja em reais
ficaria na dependência do câmbio (desvalori-
zação do Real), que, em condições normais, já
está acima de qualquer expectativa..
Exceto agravamento na economia nacio-
nal, ou da China, no entender de Argemiro,
o câmbio no Brasil estaria chegando ao li-
mite, com “espaço para reestruturação para
baixo (algo entre R$ 3,00 e R$ 3,20 pela pa-
ridade de poder de compra, tomando por
base o ano de 1999)”. Considera que, “em
termos normais, os atuais preços futuros,
praticados entre julho e o início de setem-
bro de 2015, são muito bons e merecem
atenção dos produtores para realizarem
uma média de comercialização interessan-
te no conjunto desta nova safra”.
Em síntese, conclui, “salvo um desas-
tre cambial maior e/ou uma frustração agu-
da de safra na América do Sul, a tendência
do preço da soja em reais, para o momento
da nova colheita, entre fevereiro e abril de
2016, parece ser de valores menores do que
os atualmente praticados”.
49
 It was worthwhile
The 2014/15 soybean crop was positive in
Price and cost the average relation between farm gate pric-
relation was favorable es and production costs, ascertains Argemiro
in the 2014/15 Luís Brum, of the International Economic Anal-
yses Center and Agricultural Market Studies
soybean growing (Ceema), linked to the Regional Northwest Uni-
season, but the versity in the State of Rio Grande do Sul (Uni-
picture could suffer juí). “It was the exchange rate that ended up
benefiting the farmers, as most of them realized
a reversal in the next their production costs when the exchange rate
production cycle was R$ 2.20 or R$ 2.30 to the dollar and, lat-
er, managed to sell their soybean when the ex-
change rate ranged from R$ 3 to R$ 3.10”, says
the professor. For the next growing season, he
spots chances for a reversal of the picture.
Still with regard to the past period, Brum
makes a remark. “Average productivity did not
reach a high level. For most farmers, it was in line
with historical averages, but some of them were
adversely affected by the climate, particularly as far
as Asian rust goes. Therefore, if the general vol-
ume reached record amounts, at individual level,
the crop did not perform accordingly, in view of
the fact that the bigger volumes, for the most part,
resulted from bigger planted areas, especially in
the meadowlands originally devoted to rice farm-
ing, in Rio Grande do Sul”, he comments.
For the 2015/16 growing season, the picture
of prices against production costs could com-
pletely reverse, Argemiro comments. “The soy-
bean fields could be established at an exchange
rate ranging from R$ 3.40 to R$ 3.60 to the dol-
lar, whilst at the moment sales begin, the ex-
Inor Ag. Assmann
50
change rate may have receded, or, at best, re-
mained unchanged. This will depend a lot on
the capacity of the government to implement
the long-awaited fiscal adjustment”, according
to the professor, at an opinion he expressed on
1st September 2015. He adds that, “producers’
gains will depend on climate conditions, in par-
ticular, because many of them will seed their
soybean relying on deficient technology, small-
er investments in inputs, due to high costs”.
Still on the subject of quotations, Brum’s
opinion in early September refers to internation-
al receding prices, already disrupting the ceiling
price of US$ 9 per bushel. “There is every indi-
cation that, in a normal crop year in the United
States and South America in the 2015/16 grow-
ing season, prices in Chicago are expected to re-
main between US$ 8 and US$ 9/bushel, while in
2014, in early July, they were still at US$ 14”, he
recalls. “The trend points to a market that is ap-
proaching the 2007 levels, some time before the
economic crisis that abnormally pushed up the
prices of global commodities.” Therefore, in the
opinion of Brum, the higher value of soybean in
the Brazilian currency would depend on the be-
havior of the exchange rate (devaluation of the
Real), which, under normal conditions, has al-
ready outstripped any expectation.
With the exception of an economic collapse
in the domestic scenario, or in China, in Ar-
gemiro’s view, the exchange rate in Brazil is sup-
posed to be reaching its limit, with room for a de-
clining restructuring step (something between
R$ 3 and R$ 3.20 through the parity of the pur-
chasing power, with the year 1999 taken as ba-
sis)”. He considers that, “under normal terms,
the present future prices practiced from July to
early September 2015, are very favorable and de-
serve growers’ attention in order to realize inter-
esting average sales in the new crop as a whole”.
In short, he concludes, “except for a big-
ger exchange rate disaster and/or a deep frus-
tration in the South American crop, the trend
for the soybean price in Real, for the time the
new crop is harvested, from February to April
2016, seems to lose ground in light of the pric-
es now practiced”.
Inor Ag. Assmann

Futuro brilhante Projeções para os próximos anos colocam o Brasil

como vocacionado a ser o principal fornecedor da
demanda adicional de soja em nível mundial
É possível projetar, de acordo com a evo- vinculada ao aumento do consumo de car-
lução demográfica e econômica da popula- nes ocasionado pelo crescimento da eco-
ção mundial e as inerentes mudanças de há- nomia mundial, junto com a renda per ca-
bito alimentar e de padrão de consumo, que pita das pessoas mais pobres. “O volume
o crescimento da demanda de soja continu- das principais carnes produzidas no mundo
ará próximo dos 4,83% ao ano, verificados cresce continuamente desde meados do sé-
entre 1960 e 2015. A posição é expressada culo passado, com maior incremento nas úl-
por Amelio Dall’Agnol, da Embrapa, segun- timas décadas”, afirma o pesquisador. A soja
do o qual o Brasil figura como “vocaciona- é componente importante na formulação de
do a ser o principal fornecedor da deman- rações para alimentação animal.
da adicional do produto no mercado futuro, Para a expansão da cultura necessária
por exclusão de competidores à altura”. O ao atendimento desta demanda, ainda se-
País é o atual segundo maior produtor glo- gundo as informações do representante
bal e já lidera nas exportações. da Embrapa, o Brasil apresenta as maiores
Um das principais causas do aumento da vantagens comparativas a médio prazo, em
demanda de soja, segundo Dall’Agnol, está relação aos atuais e potenciais países pro-
dutores. O maior produtor, Estados Unidos,
em sua avaliação, parece não dispor de área
adicional, dependendo de trade offs (confli-
tos de escolha) entre culturas e aumento de
produtividade, enquanto o terceiro maior,
a Argentina, enfrenta esgotamento de áreas
férteis e próximas dos portos, além de ou-
tros problemas.
Já o Brasil poderia expandir sua produ-
ção tanto pela incorporação de áreas com
explorações pouco produtivas (pastagens
degradadas, por exemplo) quanto aumen-
tar de modo sustentável sua produtivida-
de, que cresceu 2,1% geométricos nos últi-
mos 50 anos e superou a expansão de área
como principal causa do aumento produti-

52
vo. Esta ainda pode ocorrer nas novas fron-
teiras do cerrado nordestino e do leste da
Amazônia, em especial a área denomina-
da de Matopiba (primeira sílaba do nome
dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí
e Bahia), assim como na parte oriental e su-
doeste do Centro-Oeste.
Análise da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), de 2014, citada
em “Projeções do Agronegócio 2014/15-
2024/25”, do Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento (Mapa), indica que
a tendência da expansão ocorra mais em
pastagens nativas, bem como onde ainda
há terras disponíveis, ou pela substituição
de lavouras. O aumento de área, de acordo
com o estudo do Mapa, deverá acontecer
em taxa média anual de 2,7%, menor que a
dos últimos 10 anos (4,6%).
O mesmo ocorreria com a produção
(que aumentou 72,8% no decênio passado)
e o consumo (que evoluiu 39,2%). A expor-
tação deverá chegar a 66,5 milhões de tone-
ladas, com aumento maior do que a da pro-
dução (prevista para mais de 126 milhões
toneladas) e a da demanda interna (que pas-
saria de 54 milhões de toneladas).

Expansão nos derivados

A Conab projeta igualmente acréscimos para os derivados de soja, em índices mais baixos do que os do grão, porém um pouco maiores
do que os observados na última década. A produção de farelo avançaria 26%, e a de óleo, 21%. Nas exportações, o primeiro cresceria 17,4%,
enquanto o segundo diminuiria 6,5%, mas o consumo interno de ambos seria ampliado de forma significativa (34,6% e 30,6%, cada qual).
No óleo, o destino deverá ser em especial o consumo humano, e com destaque também no biodiesel, que requereu 46% da oferta no ciclo
2014/15, como mais um potencial consumidor do produto de soja, em expansão que se estende a todo complexo produtivo.

53
 Brilliant future
It is possible to project, in light of the de- fertile land exhaustion problems and problems
Projections for the mographic and economic evolution of the glob- with areas near the ports, besides other hurdles.
next years point to al population and the inherent changes to the On the other hand, Brazil could expand its
Brazil’s vocation to eating habits, along with consumption patterns, production both by incorporating areas where
that the evolution of the demand for soybean little productive explorations are taking place
become the main will continue close to 4.83% a year, in line with (degraded pasturelands, for example), or by in-
supplier of the the evolution from 1960 to 2015. The position creasing the productivity rates in a sustainable
additional demand is expressed by Amelio Dall’Agnol, of Embrapa, manner, once they went up by 2.1% geometric
who considers Brazil the country “selected as points over the past 50 years and outstripped
for soybean at main supplier of the additional demand for the area expansion as the major cause for produc-
global level kernel in the future market, with no other sup- tive increases. The latter could still occur in the
pliers in a position to assume this responsibili- new frontiers in the northeastern cerrado and
ty”. Currently, Brazil is the second largest global east Amazonia, particularly in the area referred
producer and ranks first in exports” to as Matopiba (first syllable of the states of Ma-
One of the main causes that explain the ranhão, Tocantins, Piauí and Bahia), as well as in
soaring demand for soybean, according to the Center-West’s eastern and southeastern por-
Dall’Agnol, is linked to the rising consump- tions. An Analysis by the National Food Supply
tion of meat, brought about by the rising glob- Agency (Conab), in 2014, quoted in “2014/15-
al economy, along with the per capita income 2024/25 Agribusiness Projections”, by the Min-
of the poorer classes. “The volume of the main istry of Agriculture, Livestock and Food Supply
types of meat produced in the world has been (Mapa) indicates that the trend for expansion
soaring continuously since the mid-1900s, and is likely to occur particularly in native pasture-
more intensively over the past decades”, says lands, as well as where there are still stretches
the researcher. Soybean is a relevant compo- of land available, or through the replacement
nent in the composition of animal feeds. of crops. The increase in area, according to
For the expansion of the crop in the propor- the study by Mapa officials, is supposed to take
tions needed for meeting such demand, accord- place at an annual average rate of 2.7%, smaller
ing to explanations by the Embrapa representa- than over the past 10 years (4.6%).
tive, Brazil boasts better comparative edges in the The same is supposed to occur with produc-
medium term, compared to the present and to tion (which went up by 72.8% over the past de-
potential soybean producing countries. The larg- cade) and consumption (which soared 39.2%).
est producer, the United States, in his assessment, Shipments abroad are reckoned at 66.5 million
seems to have no additional areas available, de- tons, with a higher increase compared to produc-
pending on the trade-off (conflicting choices) be- tion (projected to amount to 126 million tons)
tween crops and productivity increases, whilst and compared to internal demand (estimated to
the third biggest producer, Argentina, is facing reach in excess of 54 million tons).
FUTUROLOGIA
Futurology
Projeções para a soja, Derivatives on the rise
entre o ciclo 2014/15 Conab is equally projecting higher volumes of soybean derivatives, but at lower rates compared
e o período 2024/25 to the kernel, and a little bigger than over the past decade. The production of meal is supposed to
Item Variação (%) soar 26%, and oil, 21%. As far as exports go, the former would experience an increase of 17.4%, while
Produção 33,9 the latter would suffer a reduction of 6.5%, but the internal consumption of both products would go
Consumo 22,9 up significantly (34.6% and 30.6%, respectively). With regard to the oil, its destination will be for hu-
Exportação 42,1 man consumption, for the most part, while some of it will be transformed into biodiesel, which re-
Fonte: Projeções do quired 46% of the volume produced in the 2014/15 growing season, coming as a potential consum-
Agronegócio – Mapa/AGE.
er of soybean oil, now on the rise, and involving the entire production complex.

54
Inor Ag. Assmann

Perfil
Profile

A olhos vistos
A valorização do grão impulsiona o plantio da
soja na região Norte do Brasil, que registrou acréscimos
de 22,3% em área no ciclo 2014/15
O plantio da soja, cultura que lidera en- com acréscimo de 22,3% sobre o cultivo an-
tre os principais cultivos do agronegócio terior, conforme levantamento de setembro
brasileiro, também avança com força em re- de 2015. Já a colheita poderá totalizar 4,304
giões ainda com menor expressão na pro- milhões de grãos, 26,9% acima do registra-
dução total, que já chega perto de 100 mi- do na temporada 2013/14.
lhões de toneladas. O Norte do Brasil é uma “O início da safra de soja na região Nor-
dessas novidades que chamam atenção nos te do País se deu 1985, quando foram co-
dados da Companhia Nacional de Abasteci- lhidas apenas 500 toneladas de grãos”, re-
mento (Conab). Lá, a área semeada na sa- corda o técnico Leonardo Amazonas, da
fra 2014/15 foi de 1,441 milhão de hectares, Gerência de Oleaginosas e Produtos Pecu-
ários da Conab. A produção vem evoluin-
do desde então, e chegou a 1,15 milhão de
toneladas no ciclo 2004/05, com o Estado
de Tocantins respondendo por 64,9% des-
se volume, Rondônia por 16% e o Pará por
14,6%. Na etapa 2014/15, estes percentuais
são de 57,5% para o Tocantins, 23,6% para
o Pará e 17,1% para Rondônia.
Desde 2008, os preços internacionais de
soja em grãos estão em alta, recorda Ama-

56
 A produção foi
estimada em 4,304
milhões de toneladas,
alta de 26,9%

zonas. Esse foi um dos motivos pelos quais
os agricultores brasileiros ampliaram as áre-
as plantadas, pois o produto tem apresen-
tado melhor rentabilidade. “O aumento da
produção de soja na região tem alavancado
a economia dos municípios, além de forne-
cer divisas para o Estado produtor”, destaca.
Paras as próximas safras, o técnico da Co-
nab avalia que, apesar de os preços interna-
cionais estarem em baixa, o dólar em alta
tem mantido os preços internos valorizados,
sendo a soja a cultura com o melhor rendi-
mento. Assim, segundo ele, há tendência de
acréscimo de área para a safra 2015/16 em
todo o País, principalmente na região cha-
mada de Matopiba (Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia), onde o espaço cresceu mais
de 10% no período 2014/15.
Nestes ambientes, a soja é plantada
em grandes áreas, e com alta tecnologia.
Em relação às demais regiões produtoras,
apenas a época de plantio é diferente. “Os
produtores do Norte não perdem nada em
tecnologia para os que produzem em ou-
tras regiões do Brasil”, compara Amazo-
nas. Acrescenta que os portos da região es-
tão aumentando de modo significativo as
exportações, e a tendência é de que o es-
coamento do Mato Grosso seja feito por
estes locais no futuro.

57
 Perceptible to the eye
Soy plantings, now the most important
The soaring value crop among Brazilian agribusiness, are also
of the kernel drives making strides in regions with not much ex-
soybean plantings in pression if total production volumes are con-
sidered, now amounting to almost 100 mil-
the North of Brazil, lion tons. The North of Brazil is one of these
which registered new areas that capture the attention, say
increase of 22.3% in sources from the National Food Supply Agen-
cy (Conab). In that corner of the Country,
area in the 2014/15 the area devoted to soybean in the 2014/15
growing season growing season reached 1.441 million hect-
Sílvio Ávila
ares, up 22.3% from the previous period, ac-
cording to a survey conducted in Septem-
ber 2015. Total harvest is likely to amount to
4.304 million kilograms, up 26.9% from the
2013/14 period.
“The soybean crop arrived in the North
of the Country in 1985, when only 500 tons
were harvested “, recalls technician Leonar-
do Amazonas, Manager at Conab’s Livestock
and Oilseed Products department. In the
2004/05 growing season the crop amount-
ed to 1.15 million tons, with the State of To-
cantins accounting for 64.9% of this volume,

Rondônia produced 16% and Pará, 14.6%. In

the 2014/15 period these percentages reach
57.5% in Tocantins, 23,6% in Pará and 17.1%
in Rondônia.
Since 2008, international soybean prices
have been soaring, Amazonas recalls. This ex-
plains why Brazilian farmers expanded their
planted areas, as the product has proved
to be more profitable. “The bigger soybean
crops throughout the region have driven the
economy of the municipalities, besides bring-
ing in dividends for the State”, he points out.
For the next crops, the Conab technician
maintains that, although international prices
are on the decline, the high value of the dol-
lar has kept domestic prices high, and soy-
bean has proved to be the best cash crop.
Therefore, according to him, the trend is for
a bigger planted area in the 2015/16 growing
season, especially in the region of Matopi-
ba (Maranhão, Tocantins, Piauí and Bahia),
where soybean plantations were up more
than 10% from the 2014/15 period.
In these environments, soybean is plant-
ed in big areas, and with high technology.
Relative to the other soy producing regions,
only the planting time differs. “The two soy
producing States in the North are on a par
Production was with other regions in Brazil, in terms of tech-
nology”, Amazonas compares. He adds that
estimated at the ports of the region are increasingly ex-
4.304 million porting more soybean, and the trend is for
soybean from Mato Grosso to be exported
tons, up 26.9% through these ports in the future.

58
 Inor Ag. Assmann

60
 Convivência
possível
A soja está presente em áreas da Amazônia Legal,
mas monitoramento aponta que a taxa de
desmatamento vem caindo nos nove estados

O monitoramento do plantio da soja
na Amazônia – bioma que se estende por
nove estados brasileiros – aponta que o
cultivo é responsável por menos de 1%
do desmatamento nessas áreas. Desde
2008, satélites são usados para acom-
panhar o avanço das áreas desmatadas.
Como forma de proteger as áreas, a mó-
ria da soja – que teve sua transição es-
tendida até 31 de maio de 2016 – obriga
as empresas beneficiadoras a não adqui-
rem o grão quando oriundo de desmata-
mento ou de propriedades embargadas
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambien-
te (Ibama) na região amazônica.
Todas as safras vêm sendo monito-
radas com o uso de satélites, como for-
ma de identificar o avanço dos cultivos
nessas regiões. A área de desmatamento
identificada durante o período 2013/14
representa 0,9% do total mapeado na re-
gião, conforme dados divulgados pela
empresa Agrosatélite e pela Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vege-
tais (Abiove). No ciclo 2014/15, segundo
a Abiove, os dados também confirmaram
este cenário, com menos de 1% da área
desmatada destinada ao cultivo de soja.
Com base nos levantamentos, con-
forme o relatório da Agrosatélite, pode-se
concluir que a soja não exerce papel im-
portante no desflorestamento da Amazô-
nia, uma vez que 99,1% do desmatamento
é causado por outras atividades econômi-
cas. No entanto, o relatório mostra que a
safra 2013/14 registrou crescimento de 47
mil hectares plantados de modo irregular
com o grão, o que corresponde a acrésci-
mo de 61% em relação à anterior.
Por isso, a importância de manter o
monitoramento, que faz parte do pac-
to firmado entre a Abiove e a Associação
Nacional dos Exportadores de Cereais
(Anec), para que toda soja originada de
áreas desmatadas no bioma após julho de
2008 não possa ser comercializada. O ma-
peamento da soja em desflorestamentos
no Bioma Amazônia é um trabalho científi-
co realizado pela Agrosatélite com base em
imagens do Programa de Cálculo do Des-
florestamento da Amazônia (Prodes/INPE).
Na fase 2013/14, foram mapeados 73
municípios nos estados de Mato Grosso,
Pará e Rondônia, onde estão concentrados
98% da soja no Bioma Amazônia. De toda
a soja plantada no Brasil, 3 milhões de
hectares – cerca de 10% – estão no Bioma
Amazônia. “O monitoramento por satéli-
te, no âmbito da moratória da soja, é fer-
ramenta valiosa, pois proporciona trans-
parência e controle, permitindo verificar
a cada ano em que municípios do Bio-
ma Amazônia houve aumento do cultivo
de soja e qual proporção desse incremen-
to está em desacordo com o pacto”, desta-
ca o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli.

A moratória
Firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e o Grupo de Trabalho da Soja (GTS), em novembro
de 2014, um acordo estabeleceu que a transição da moratória será estendida até 2016. Integram o gru-
po o Banco do Brasil, a indústria de transformação – representada pela Associação Brasileira das Indús-
trias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec)) – e or-
ganizações não governamentais que representam a sociedade civil, como a Conservation International e
o Greenpeace. Depois desse período, será substituída pelo monitoramento via Cadastro Ambiental Ru-
ral (CAR), criado pelo novo Código Florestal Brasileiro, ainda em fase de implantação. Além disso, o GTS
promoverá programas de melhores práticas de produção e trabalhará para construir novo mecanismo
que concilie remuneração econômica adequada com a preservação das florestas.

61
 Togetherness now possible
Soybean field monitoring services in the Am-
Soybean is present azon region – biome that extends through nine
in the so-called Brazilian states – suggests that soybean cultiva-
Legal Amazon, but tions account for less than 1-percent of the defor-
ested areas. Since 2008, satellites have been mon-
monitoring services itoring the rhythm of forest cuttings. As a manner
suggest that the to protect the areas, the moratorium on soybean
deforestation rate is - whose transition was extended through 31st
May 2016 - makes it mandatory for the process-
on the decline ing companies to avoid purchasing any soybean
coming from deforested land or from farms em-
bargoed by the Brazilian Environment Institute
(Ibama) in the Amazon region.
All the crops are monitored by satellite, as a
manner to identify the progress of the cultivations
in these regions. The deforested area identified
during the 2013/14 growing season represented
0.9% of the total mapped area in the region, ac-
cording to data released by the Agrosatélite com-
pany and by the Brazilian Vegetable Oil Industries
Association (Abiove). In the 2014/15 crop year,
from Abiove sources, all data have confirmed this
scenario, with less than1% of the deforested area
destined for the cultivation of soybean.
Based on these surveys, according to an Agro-
satélite report, we can draw the conclusion that
soybean is not playing a relevant role in the de-
forestation of the Amazon region, as 99.1% of all
deforestation incidences are related to other eco-
Inor Ag. Assmann
nomic activities. However, the report shows that
the 2013/14 crop year registered an increase of
47 thousand hectares devoted to soybeans not in
compliance with regulations, which corresponds
to an increase of 61% from the previous period.
Hence, the importance of keeping the moni-
toring services, which are in fact an integral part
of the agreement between Abiove and the Na-
tional Association of Cereal Exporters (Anec),
preventing any soybean coming from deforest-
ed areas of the biome, from July 2008 onward,
from being traded. Soybean mapping in de-
forestations in the Amazon Biome is scientific
work carried out by Agrosatélite based on imag-
es of the Amazon Deforestation Monitoring Pro-
gram (Prodes/INPE).
During the 2013/14 crop year, 73 municipal-
ities were mapped in the states of Mato Grosso,
Pará and Rondônia, home to 98% of all soybean
produced in the Amazon Biome. Of the entire
Brazilian soybean crop, 3 million hectares –
about 10% - are in the Amazon Biome. “Monitor-
ing by satellite, within the range of the soybean
moratorium, is a valuable tool, as it provides for
transparency and control, thus making it possi-
ble to keep a close watch on all the municipali-
ties where soybean cultivation has expanded and
to what extent this expansion violates the agree-
ment”, says Abiove president Carlo Lovatelli.

The moratorium
Signed between the Ministry of the Environment and the Soybean Working Group (SWWG), in November 2014, an agreement set forth
that the transition of the moratorium will be extended through 2016. The Group is composed by Bank of Brazil, the transformation indus-
try –represented by the Brazilian Vegetable Oil Industries Association (Abiove) and by the National Association of Cereal Exporters (Anec)) –
and non-government organizations that represent civil society, like Conservation International and Greenpeace. After this period, it will be
replaced by monitoring services via Rural Environmental Registration (CAR, in the Portuguese acronym), created by the new Brazilian Forest
Code, whose implementation is underway. Furthermore, the GTS has undertaken to promote best production practices and will do its best
to come up with a new mechanism that equates appropriate economic remuneration with forest preservation.

62
 Nos nove estados pelos quais se esten-
de a Amazônia Legal houve redução da taxa
de desmatamento desde que foi implanta-
do oPlano de Ação para Prevenção e Con-
trole do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAm), coordenado pelo Ministério do
Meio Ambiente (MMA) e pela Casa Civil da
Presidência da República. Conforme o Insti-
tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
a área desmatada passou de 27.772 quilô-
metros quadrados por ano para 5.012 qui-
lômetros quadrados, com redução de 82%
no período monitorado, entre 2004 e 2014.
Em comparação com o relatório de
2013, também houve diminuição de 15%
na taxa de desmatamento, que era de 5.891
quilômetros quadrados por ano. A menor
taxa de desmatamento foi registrada em
2012 – numa área de 4.571 quilômetros
quadrados. A maior redução aconteceu no
Mato Grosso, maior produtor de soja no
País. Em 2004, a taxa de desmatamento no
Estado medida pelo INPE foi de 11.814 qui-
lômetros quadrados por ano. Dez anos de-
pois, a taxa caiu para 1.075 quilômetros
quadrados, com redução de 91%.
O monitoramento da área plantada na
Amazônia continuará a ser feito pelo Agrosa-
télite, e a verificação, pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE). Por meio de
satélites, são identificados plantios de soja
em áreas desflorestadas e é avaliado o des-
matamento intenso que exija providências

Bem legal
Taxa de desmatamento tem recuado na última
década, confirmando que o plantio de soja em
ambiente de Amazônia Legal também se torna legal

64

do governo e do grupo de trabalho. A fiscali-
zação das áreas com plantio não autorizado
cabe ao Instituto Brasileiro de Meio Ambien-
te e dos Recursos Naturais Renováveis (Iba-
ma). Além de multas, as empresas flagradas
com cultivo irregular em áreas desmatadas
ou embargadas perdem o acesso ao finan-
ciamento agrícola para plantação da safra.
O objetivo do monitoramento por saté-
lite é identificar plantios de soja, a partir de
julho de 2008, em áreas desflorestadas no
Bioma Amazônia e, por conseguinte, avaliar
se existem hot spots, ou municípios com in-
tenso desmatamento, de modo que sirva
de orientação para providências por parte
do governo e do GTS. Cabe ao MMA, por
meio do Ibama, fiscalizar os polígonos de
soja plantada em desmatamentos após ju-
lho de 2008.
CADASTRO RURAL O Cadastro Ambien-
tal Rural (CAR) é considerado instrumento
Inor Ag. Assmann
fundamental para auxiliar no processo de
regularização ambiental de propriedades e
posses rurais. Ele faz a identificação georre-
ferenciada do imóvel, com delimitação das
Áreas de Proteção Permanente (APP), Reser-
va Legal (RL), remanescentes de vegetação
nativa, área rural consolidada, áreas de inte-
resse social e de utilidade pública. Com base
nisso, traça mapa digital a partir do qual são
calculados os valores das áreas para diagnós-
tico ambiental.
65
 Within legal limits
Throughout the nine states comprised by
Deforestation rate the Legal Amazon region the deforestation rate
has receded over has dropped and this has happened ever since
the past decade, the Action Plan for Prevention and Control of
the Legal Amazon Deforestation (PPCDAM), co-
confirming that ordinated by the Ministry of the Environment
soybean fields in (MMA) and by the Civil House of the Presiden-
the so-called Legal cy of the Republic. According to the National In-
stitute for Space Research (INPE), the deforest-
Amazon area are in ed area dropped from 27,772 square kilometers
line with legislation a year to 5,012 square kilometers, representing
Inor Ag. Assmann
a reduction of 82% over the monitored period,
from 2004 to 2014.
Compared to the 2013 report, there has also
been a 15-percent decrease in the deforestation
rate, which reached 5,891 square kilometers a
year. The smallest deforestation rate was reg-
istered in 2012 – an area of 4,571 square kilo-
meters. The biggest reduction occurred in Mato
Grosso, biggest soybean producer in the Coun-
try. In 2004, the deforestation rate across the
State, measured by the INPE, reached 11,814 ki-
lometers a year. Ten years later, it receded to 1,075
square kilometers, representing a drop of 91%.

Monitoring services of the area devoted to

soybean in the Amazon region will continue un-
der the responsibility of Agrosatélite, and all in-
spection works will be conducted by the Bra-
zilian Institute of Environment and Renewable
Natural Resources (Ibama). Besides fines, the
companies with soybean fields in deforested
or embargoed areas are denied access to any fi-
nancing scheme for the cultivation of the crop.
Satellite monitoring is targeted at identifying
soybean fields, and this service started back in
2008, in deforested areas in the Amazon Biome
and, consequently, check if there are hot spots,
or municipalities where deforestation is ram-
pant, thus providing guidelines to the govern-
ment and to the GTS, should they wish to take
action against these deforestation moves. It is up
to the Ministry of Environment, through the Ib-
ama, to inspect the soybean hubs on areas defor-
ested as of July 2008.

Rural environmental register

The Rural Environmental Register (CAR) is
viewed as a fundamental tool to help with the
environmental regulation process of proper-
ties and rural estate. It carries out the estate’s
georeferenced identification, with the delim-
itation of Permanent Protection Areas (APP),
Legal Reservation (LR), remnants of native
vegetation, consolidated rural area, areas of
social interest and public utility. Based on this,
it designs a digital map, which serves as basis
for calculating the value of the areas for envi-
ronmental diagnoses.

66
Inor Ag. Assmann

A melhoria da estrutura logística é essencial para

que o setor produtivo de soja tenha condições
viáveis de seguir sua potencial expansão no País
O incremento nas ações de melhoria lo-
gística é fundamental no Brasil, para que
possa continuar respondendo às suas po-
tencialidades de expansão agrícola, a co-
meçar pelo seu principal produto, a soja. O
alto custo hoje presente na matriz nacional
de transportes traz problemas de competiti-
vidade, que requerem a aceleração de avan-
ços na infraestrutura, como mostram espe-
cialistas no setor. Várias medidas elencadas
em termos de rodovias, ferrovias, hidrovias
e portos são exigidas para diminuir custos
e estimular a produção, que se estende por
novas fronteiras agrícolas.
Com a mudança da geografia produtiva
mais para o Norte e o congestionamento em
transportes no Sul e no Sudeste, a evolução
dos custos médios para retirar a produção e
levá-la aos portos elevou-se de duas para qua-
tro vezes entre 2003 e 2013, em comparação
com os valores americanos e argentinos. Para
escoar, por exemplo, a soja de Sinop, no
Mato Grosso, ao porto nestas regiões, o fre-
te corresponde a cerca de 25% do preço do
produto, o que represa a produção, diz Luiz
Antônio Fayet, consultor da Confederação
de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e
membro da Câmara Temática de Infraestru-
tura e Logística do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Fayet salienta que o País, já um destaque
na área, pode se tornar até o fim da década o
maior exportador mundial do agronegócio.
Para tanto, considera essencial facilitar inves-
timentos logísticos e incentivar a mudança
de fluxos para o Norte, o que poderia reduzir
custos na ordem de US$ 50,00 por tonelada.
Segundo ele, deve ter prioridade a questão
dos portos, junto com outras medidas. No
plano ferroviário, informa que a câmara lo-
gística do Mapa propõe auditoria nos contra-
tos existentes e re-licitação de acordo com os
marcos regulatórios estabelecidos em 2011,
rompendo monopólios existentes.
A proposta, informa o consultor, é de que
50% da capacidade operacional seja aberta
a transportadores independentes. Já nas ro-
dovias, a preocupação é de que se implante
pedágio de referência nacional, onde se re-
quer obras novas, estabelecendo o valor de
R$ 5,00 por 100 quilômetros e oferecendo a
concessão a quem apresentar o menor pra-
zo do contrato, enquanto nas vias já implan-
tadas se mantenha o critério da menor tari-
fa. Com maior padronização, observa Fayet,
a ideia é evitar que o pedágio se transforme
em barreira para algumas regiões.

68
 A supremacia rodoviária
O modal rodoviário predomina no transporte da produção brasileira da soja (53%), ao contrário
do que acontece nos Estados Unidos, que concorrem com o Brasil na liderança mundial da oleagino-
sa, onde esta opção fica em apenas 5%. Os norte-americanos utilizam mais a hidrovia (60%), que fica
em 11% na estrutura brasileira, enquanto o uso da ferrovia é semelhante (36%/35%). Os dados do De-
partamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) são apresentados em estudo sobre logística
e agronegócio da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Ao observar a opção brasileira pela rodovia, o assessor econômico Rafael Alberton menciona ain-
da que 80% das estradas brasileiras não são pavimentadas e as que são, em sua maioria (62%), encon-
tram-se em condições regulares, ruins ou péssimas, conforme pesquisa da Confederação Nacional
dos Transportes (CNT). O técnico apresenta ainda cálculos com dados de 2014 do USDA e da AMS
Grain Transportation, que indicam diferenças de R$ 5,00 a R$ 7,00 por saco de soja entre custos bra-
sileiros e americanos de transporte, e substanciais possibilidades de economia no Brasil se houvesse
a mesma eficiência logística (ver quadro).
Diante desta realidade, a agenda proposta pela federação gaúcha, no ambiente “depois da portei-
ra”, é de que, junto com o aumento da capacidade de estocagem de grãos para 120% da safra, sejam
adotadas várias medidas na área de transportes. Vê a necessidade de “desburocratizar os investimen-
tos em hidrovias, onde o País utiliza apenas 28% do potencial; nova regulação do setor ferroviário, in-
centivando a competição inter e intramodal; e, ainda aumento de estradas pavimentadas, juntamen-
te com a melhoria das rodovias existentes”.

QUANTO PODE DIMINUIR O FRETE – Decrease in freight costs

Economia possível em US$/t/2014 no Brasil, pressupondo eficiência logística igual à dos EUA
Praça – Porto Valor atual Valor potencial Variação (%)
Norte do Mato Grosso – Santos 131,65 97,18 -26
Sul de Goiás – Santos 99,42 47,96 -52
Centro-Norte do Paraná – Paranaguá 70,19 21,87 -69
Noroeste do Rio Grande do Sul – Rio Grande 61,58 23,50 -62
Fonte: USDA/AMS Grain Transportation.
Elaboração: Sistema Farsul/Assessoria Econômica.
Nota: Taxa de câmbio R$ 2,35471581/US$, referência média 2014.

69
 A question of economics
It is essential to
improve the logistic
structure for soybean
to take advantage of
favorable conditions
towards expanding its
potential throughout
the Country
Logistic improvements are of fundamen-
tal importance for Brazil to continue making
good on its agricultural expansion potential-
ities, starting with its leading crop, soybean.
The high cost now of the national transpor-
tation matrix brings about competitive prob-
lems, which require speedy advances in infra-
structure, say specialists of the sector. Several
measures listed in terms of roadways, railways,
waterways and ports are needed if costs are
to be diminished and production stimulated,
now making it to new agricultural frontiers.
With the shift of the productive geogra-
phy towards the North and traffic congestion
in the South and Southeast, the evolution of
the average prices for transporting the crops
from the farms to the ports rose from twofold
to fourfold from 2003 to 2013, compared to
transportation costs in the United States and
Argentina. For example, to haul the soybean
crop produced in Sinop, in Mato Grosso, to
the port, freight costs correspond to about
25% of the price of the cereal, a fact that
dams up the production, says Luiz Antônio
Fayet, consultant with the Brazilian Confed-
eration of Agriculture and Livestock (CNA),
and member of the Thematic Chamber for
Infrastructure and Agribusiness Logistics, a
division of the Ministry of Agriculture, Live-
stock and Food Supply (Mapa).
Fayet stresses that the Country, now a high-
light in this area, could assume the leading po-
sition in agribusiness exports, by the end of
the decade. To this end, he maintains that it
is essential to facilitate investments in logistics
and encourage the shift of the transportation
flow to the North, which could reduce costs by
US$ 50 a ton. According to him, ports should
receive priority, along with other measures. In
the railway context, he says that Mapa’s logis-
tic chamber suggests an audit into the exist-
ing contracts, whilst inviting new bids accord-
ing to the regulatory frameworks established
in 2011, thus disrupting existing monopolies.
The proposal, the consultant maintains, is
that 50% of the operational capacity should
be offered to independent transporters. With
regard to the roadways, the idea is to imple-
ment a toll payment system, in line with the
national toll services, where new works are
required, at a cost of R$ 5,00 for 100 kilo-
meters and the concession should be offered
to the company that presents the shortest
contract period, while in the toll roadways
the smallest tariff criterion should be kept.
With more intense standardization, Fayet ob-
serves, the idea is to prevent toll payments
from turning into a barrier for some regions.

Roadway supremacy
Roadway modals predominate in Brazilian soybean transportation (53%), contrary to the United States, a country that is compet-
ing with Brazil in the global leadership of the oilseed, where this option remains at 5%. In the United States waterways are much used
(60%), whilst in Brazil they represent only 11%, but railway services are quite similar (36%/35%). Data from the US Department of Agri-
culture (USDA) are presented in a study on logistics and agribusiness of the Economic Advisory Council at the Rio Grande do Sul State
Federation of Agriculture (Farsul).
Upon observing Brazil’s option for roadways, economic advisor Rafael Alberton also mentions that 80% of the Brazilian roads are
not paved, and the ones that are paved, the majority of them (62%), are in regular, bad or very bad conditions, from a survey by the Na-
tional Transport Confederation (CNT). The technician equally refers to data collected in 2014 by the USDA and AMS Grain Transpor-
tation, which point to differences ranging from R$ 5 to R$ 7 per sack of soybean, comparing Brazilian and North-American transport
costs, with substantial saving opportunities in Brazil, should there be the same logistic efficiency (see picture).
In view of this reality, the agenda suggested by the Rio Grande do Sul Federation, for the “outside farm gate” environment, is that,
along with an increase to the warehousing capacity to 120% of the crop, several measures should be introduced in the transportation
area. He sees the need to reduce “bureaucracy in the investments in waterways, where the Country only uses 28% of its potential; new
regulation for the railway sector encouraging inter and intramodal competition; and an increase of the number of paved roads, along with
the refurbishment of the existing roadways”.

70
Inor Ag. Assmann

Novas saídas
Área privada espera por definições para expressivos
investimentos na ampliação desejada pelos
produtores no âmbito dos portos brasileiros

Aumentar e melhorar as opções de saí-
da da soja brasileira, cada vez mais expor-
tada, é uma das grandes prioridades lo-
gísticas. “Há mais de dois anos estamos
paralisados com a expansão portuária que
precisa ocorrer”, diz Luiz Antônio Fayet,
consultor da Confederação de Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) e integrante da Câ-
mara Temática de Infraestrutura e Logísti-
ca do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa). “O que foi feito em
dois anos é muito pouco em relação à de-
manda existente”, diz o especialista, na ex-
pectativa de definições que podem destra-
var altos investimentos privados no setor.
Grande preocupação, segundo ele, diz
respeito ao fato de que a nova lei dos por-
tos, de junho de 2013, especificou que até
junho de 2014 fossem estabelecidas todas
as poligonais dos portos, definindo o que
é porto público e o que fica para a inicia-
tiva privada investir em terminais. “Cerca
de R$ 30 bilhões de investimentos em por-
tos marítimos estão na dependência des-
sa definição, que não foi completada”, afir-
ma. Outros R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões,
acrescenta o consultor, podem se somar
com a aceleração do cronograma de lici-
tações na área.
Este ainda se encontra no primeiro
grupo – Porto de Santos, em São Paulo,
e unidades no Pará –, enquanto o segun-
do e o terceiro grupos esperam por solu-
ções do primeiro, observa Fayet. “Há para-
lisia porque medidas infralegais não foram
tomadas”, explica o técnico, em manifesta-
ção no início de setembro de 2015. O as-
sunto foi colocado pela câmara logística
do Mapa à ministra Kátia Abreu, para a mo-

72
bilização necessária às providências que
permitam ampliar a produção e a expor-
tação. Conforme ele, 4 milhões de tonela-
das de soja e milho deixam de ser produ-
zidas nas novas fronteiras devido a custos
logísticos, enquanto o déficit operacional
no Arco Norte se aproxima de 50 milhões
de toneladas no horizonte de 2025.
A demanda é reafirmada pelo governo,
na Secretaria Nacional de Portos, que ob-
servou 35 manifestações de interesse para
seis áreas portuárias a serem leiloadas em
2016, dentro do plano de concessões lan-
çado e que prevê R$ 37,4 bilhões de investi-
mentos privados. Em 2015, por outro lado,
já se verifica alguma alteração na direção de
cargas de soja, com variação menor no cres-
cimento dos números do Porto de Santos
e inclusive diminuição em Paranaguá, en-
quanto em Barcarena, no Pará, houve au-
mento significativo nos embarques.
Rene Wlach, gerente da Hamburg Süd
Brasil/Aliança Navegação e Logística para a
Região Sul, é um dos que constata maior
movimentação de cargas para o Norte,
para fugir dos picos de Santos. Neste por-
to, assim como em Paranaguá, São Francis-
co do Sul e Rio Grande, de maneira geral,
em sua avaliação, têm crescido volumes
embarcados, mas, ao mesmo tempo, ob-
serva que “os congestionamentos estão
mais controlados, por conta da implanta-
ção de programação para descarga”.
De acordo com Wlach, houve uma me-
lhora, apesar de ainda haver perdas de
tempo em carretas paradas com cargas (es-
toque sobre rodas), que geram diárias, bai-
xa produtividade e reflexos na qualidade,
o que precisa de correção.
73
 New routes
Increasing and improving the route options
Private sector for Brazilian soybean, with exports on a rising
is waiting for trend, is one of the relevant logistic priorities.
definitions “For more than two years badly needed port ex-
pansions have been at a standstill”, says Luiz An-
for expressive tônio Fayet, consultant with the Brazilian Con-
investments in the federation of Agriculture and Livestock (CNA)
expansion desired and member of the Thematic Chamber for In-
frastructure and Agribusiness Logistics, a divi-
by the producers sion of the Ministry of Agriculture, Livestock
in the realm of the and Food Supply (Mapa). “What was conclud-
Brazilian ports ed in two years is very little compared to the
existing demand”, says the specialist, in the ex-
pectation of definitions that could trigger high
private investments in the sector.
Great concern, in his words, has to do with
the fact that the new port legislation, of June
2013, specified that up until June 2014 all port
polygonals should be established, defining
what a public port is and what remains for pri-
vate initiative to invest in terminals. “Approx-
imately R$ 30 billion in investments in mari-
time ports are depending on this definition,
which has not yet been expressed”, he says.
Another R$ 20 billion to R$ 30 billion, the
consultant adds, could be included, but this
equally depends on how fast the bidding chro-
POR ONDE SAI A SOJA BRASILEIRA
Exit ports for Brazilian soy
Portos utilizados na exportação do grão e volumes embarcados
Unidades 2015 ( jan-ago/t) Variação s/2014 (%)
Santos (SP) 12.737.051 2,31
Rio Grande/ (RS) 8.785.061 20,19
Paranaguá (PR) 6.863.497 -3,98
São Luís-Itaqui (MA) 4.449.514 89,63
São Francisco do Sul (SC) 4.286.483 -8,68
Vitória (ES) 3.583.754 15,75
Aratu-Cotegipe (BA) 1.966.743 6,12
Barcarena (PA) 1.831.737 99,55
Itacoatiara (AM) 1.492.830 12,44
Santarém (PA) 1.044.026 17,68
Imbituba (SC) 190.287 -52,06
Barra dos Coqueiros (SE) 85.325 –
Total 47.316.309 11,14%
Fonte: Anec.
74
nogram unfolds in this area.
The former still belongs to the first group –
Port of Santos, in São Paulo, and units in Pará
–, while the latter and the third groups are
waiting for solutions from the first group, Fay-
et observes. “The whole thing is at a standstill
because infra-legal measures have not been
taken”, explains the technician, at a manifesta-
tion in early September 2015. The subject has
been submitted by Mapa’s logistic chamber to
minister Kátia Abreu, for the mobilization of
necessary measures that allow for expansions
in production and exports. According to him,
4 million tons of soybean and corn could be
produced in the new agricultural frontiers if
logistic costs were smaller, while the opera-
tional deficit in Arco Norte is reaching 50 mil-
lion tons on the 2015 horizon.
Demand is reaffirmed by the government,
at the National Port Secretariat, who ascer-
tained 35 interest manifestations for six port ar-
eas to be auctioned in 2016, within the recent-
ly launched concessions plan and anticipates
R$ 37.4 billion in private investments. In 2015,
on the other hand, some variations in the direc-
tions followed by soybean cargos have been de-
tected, with a smaller variation in the growth of
numbers of the Port of Santos, with a reduction
in Paranaguá, while in Barcarena, State of Pará,
shipments increased significantly.
Rene Wlach, manager at Hamburg Süd Bra-
sil/Navigation and Logistic Alliance for the South
Region, is the person that ascertains bigger car-
go transportations to the North, thus avoiding
the bottlenecks in Santos. In this Port, just like
the ones in Paranaguá, São Francisco do Sul
and Rio Grande, in general, in his evaluation,
there has been a rise in shipped volumes but, in
the meantime, he observes that “there is more
control over congestions, on account of the im-
plementation of the unloading program”.
According to Wlach, improvements have
surfaced, in spite of the fact that still much time
is lost as a consequence of loaded trucks in the
parking lots (stocks on wheels), which gener-
ate daily fees, low productivity and reflections
on quality, all things that need to be corrected.
Sílvio Ávila
Como rendeu! Condições climáticas favoreceram a lavoura
brasileira de soja durante o período 2014/15,
assegurando excelentes níveis de produtividade
As condições climáticas interferem dire- foram Goiás, Minas Gerais e Distrito Fede-
tamente no desempenho dos cultivos agrí- ral. “Basicamente, devido aos veranicos du-
colas, mas foram particularmente favorá- rante o ciclo”, relata.
veis à lavoura de soja no ciclo 2014/15. “De Em setembro de 2015, a Companhia
maneira geral, o clima se comportou bem Nacional de Abastecimento (Conab) pre-
para a essa safra”, avalia Marcelo Hirakuri, via que o Sul do Brasil poderia colher o re-
pesquisador da Embrapa Soja, de Londrina corde de 3.067 quilos de soja por hectare.
(PR). Em relação às temporadas anteriores, Dois estados, Paraná e Santa Catarina, regis-
apenas o período 2010/11 teve condição trariam rendimentos elevados de 3.294 kg/
climática mais positiva. Conforme ele, devi- ha e 3.200 kg/ha, respectivamente. O Rio
do à dimensão continental do Brasil, é nor- Grande do Sul, que sofre maiores efeitos
mal que alguns estados produtores tenham das condições edafoclimáticas (clima, rele-
eventual problema durante a safra. Na etapa vo, litologia, temperatura, umidade do ar,
2014/15, os que mais tiveram contratempos radiação, tipo de solo, vento, composição
76
atmosférica e precipitação pluvial, entre ou-
tras) alcançaria 2.835 kg/ha, apenas 10 kg/
ha abaixo da maior marca. “Todos os esta-
dos produziram bem”, resume.
A Conab também estimava boa produti-
vidade de 3.008 kg/ha para a região Centro-
-Oeste. O Mato Grosso obteria 3.136 kg/ha,
somando nove safras com produção entre
2.997 kg/ha e 3.190 kg/ha. “O Estado tem
produtividade relativamente estável”, ob-
serva Hirakuri. Afetado pela estiagem, Goiás
colheria 2.700 kg/ha, tendo potencial para
produzir, pelo menos, 3.150 kg/ha. Mato
Grosso do Sul costuma conviver com pro-
blemas que reduzem a produtividade, entre
eles o veranico, mas produziu muito bem,
com perspectiva de 3.120 kg/ha. Hirakuri
comenta que a perda ocorrida em Goiás foi
compensada por Mato Grosso e Mato Gros-
so do Sul.
ESTIAGEM Na safra 2010/11, o Nordes-
te conseguiu o volume histórico de 3.213
kg/ha. Nas três temporadas seguintes, po-
rém, o desempenho nordestino despen-
cou, afetado, principalmente, pela seca e
pelo ataque de pragas, como a Helicoverpa
armigera, com destaque na Bahia durante
a etapa 2012/13. A região se recuperou no
ciclo 2014/15, obtendo 2.841 kg/ha. Mas,
conforme Marcelo Hirakuri, da Embrapa,
ainda teve problemas com estiagem, pois
poderia ter alcançado entre 3.000 kg/ha e
3.100 kg/ha.
De acordo com o pesquisador, o Su-
deste apresentou recuperação modera-
da depois da quebra ocorrida no ano-safra
2013/14. “Ainda assim, obteve rendimen-
to baixo (2.775 kg/ha), pois Minas Gerais
teve problemas com estiagens”, acrescen-
ta. A exemplo de Goiás, os mineiros tiveram
produtividade abaixo de 2.700 kg/ha. Já São
Paulo saiu de quebra significativa na safra
2013/14 (2.246 kg/ha) para possível resulta-
do favorável de 2.970 kg/ha. Por fim, o Nor-
te também obteria bom rendimento, próxi-
mo de 3.000 kg/ha.
Tecnificados
Os técnicos da Conab desta-
caram que em algumas regiões,
como o Centro-Oeste, maior pro-
dutor da oleaginosa do Brasil, o
plantio da lavoura no ciclo 2014/15
atrasou em decorrência do tempo
seco e da estiagem. O atraso só não
foi maior porque os produtores
são altamente tecnificados e pos-
suem equipamentos em quantida-
de suficiente para agilizar a seme-
adura. A melhoria das condições
climáticas em outubro de 2014 e o
desempenho dos produtores con-
tribuíram para que 52,6% da área
já estivesse plantada em novembro
de 2015, o maior percentual das
últimas seis temporadas.
77
 Very profitable
Weather conditions
favored the Brazilian
soybean fields
during the 2014/15
growing season,
ensuring excellent
productivity levels
Weather conditions have a direct influence
on the performance of the agricultural crops,
but were particularly favorable to the soybean
fields in the 2014/15 growing season. “In gen-
eral, climate conditions were good for the cur-
rent crop year”, says Marcelo Hirakuri, re-
searcher with Embrapa Soybean, in Londrina
(PR). With regard to the previous seasons, only
the 2010/11growing season experienced more
positive climate conditions. According to him,
due to the continental dimension of the Coun-
try, it is quite normal for farmers to be affect-
ed by occasional problems during the growing
season. In the 2014/15 period, the states that
had to put up with the most serious adverse
conditions were Goiás, Minas Gerais and the
Federal District. “Basically, due to Indian sum-
mers during the cycle”, he comments.
In September 2015, the National Food Sup-
ply Agency (Conab) anticipated that South Bra-
zil was likely to have record productivity levels
of 3,067 kilograms of soybean per hectare. Two
states, Paraná and Santa Catarina, would regis-
ter the considerable performance of 3,294 kg/
ha and 3,200 kg/ha, respectively. Rio Grande
do Sul, a state that endures the biggest effects
stemming from the edaphoclimatic conditions
(climate, topography, lythology, temperature,
air humidity, radiation, type of soil, wind, at-
mospheric composition, precipitation, among
others) was supposed to reach 2,835 kg/ha,
only 10 kg/ha below the mark. “In all states the
crop is shaping up well “, Hirakuri summarizes.
Conab officials were equally anticipating
good productivity levels of 3,008 kg/ha for the
Center-West. Mato Grosso was estimated to har-
vest 3,136 kg/ha, accumulating nine growing sea-
sons with productivity ranging from 2,997 kg/ha
and 3,190 kg/ha. “The productivity levels in the
state are quite stable “, he observes. Adversely
affected by the drought conditions, Goiás is ex-
pected to harvest 2,700 kg/ha, with a potential
to produce at least 3,150 kg/ha. Mato Grosso do
Sul, as a rule, has to put up with problems that
reduce the productivity levels. These problems
include Indian summers, but in the current crop
the state harvested 3,120 kg/ha. Hirakuri com-
ments that Mato Grosso and Mato Grosso do
Sul made up for the losses in Goiás.
PROLONGED DROUGHT In the 2010/11
growing season, the Northeast managed to
harvest the historical volume of 3,213 kg/ha.
Over the next three seasons, the performance
of the Northeast plummeted, particularly as a
result of the drought conditions and pest out-
breaks, like Helicoverpa armigera, especial-
ly in Bahia during the 2012/13 growing sea-
son. The region made a good recovery in the
2014/15 crop year, with 2,841 kg/ha. Howev-
er, according to Marcelo Hirakuri, of Embra-
pa, there were drought related problems, and
productivity levels could have reached from
3,000 kg/ha to 3,100 kg/ha.
According to the researcher, the South-
east made a moderate recovery after the re-
duction in the size of the 2013/14 crop. Even
so, it had a low performance (2,775 kg/ha),
because Minas Gerais was affected by drought
problems”, he adds. Following on the heels of
Goiás, the farmers in Minas Gerais harvested
less than 2,700 kg/ha. On the other hand, São
Paulo jumped from a significant reduction of
the productivity levels in 2013/14 (2,246 kg/
ha) to a possible positive result of 2,970 kg/
ha. Finally, the North was equally supposed
to celebrate good productivity levels, close to
3,000 kg/ha.

Technically oriented
Conab technicians maintained that in some regions, like the Center-West, biggest producer of the oilseed in Brazil, the delayed
plantings in the 2014/15 growing season resulted from the drought conditions. These delays could have been longer if the farmers
were not technologically equipped, once they have enough equipment to speed up all seeding procedures. The improved climate con-
ditions as of October 2014 and the performance of the farmers contributed considerably towards finishing all soybean plantings by No-
vember 2015, the highest percentage in the past six growing seasons.

78
 Inor Ag. Assmann

80
 Só o tempo
vai dizer
Safra 2015/16 terá influência direta do El Niño,
fenômeno climático marcado por muita chuva.
Para uns pode ser bom; para outros, nem tanto.
Os produtores brasileiros de soja ini- pois há grande possibilidade de o verão ser
ciam o plantio da safra 2015/16 com o clima com chuvas muito abaixo da média.
sendo influenciado pelo El Niño, que costu- De acordo com o especialista, esse El
ma trazer chuvas acima da média mais para Niño que vem influenciado o clima em todo
o Sul do País. Dependendo da região e da o planeta deverá ser o mais intenso dos úl-
cultura, o fenômeno natural pode ser favo- timos anos, muito semelhante ao ocorri-
rável ou não. Os possíveis efeitos do El Niño do no ano agrícola 1997/98. Desse modo,
para a cultura são comentados pelo agro- as chuvas da primavera até retornam mais
meteorologista Marco Antonio dos Santos, cedo para toda a região Centro-Sul do Bra-
da Somar Meteorologia, de São Paulo. “Em sil, porém de forma muito irregular sobre
anos de ocorrência, as chuvas da primave- o Sudeste e o Centro-oeste. Por esse moti-
ra chegam mais cedo, com boa frequência e vo, não haverá padrão no regime de chuvas
volume sobre quase todas as regiões produ- bem favorável no início de safra, pois, com
toras do Brasil”, relata. chuvas irregulares, uma região poderá ter
Com isso, ao término do vazio sanitá- muito mais chuvas do que outra, até mesmo
rio, que varia entre 60 e 90 dias sem ne- com poucos quilômetros de distância. “Isso
nhuma planta viva de soja nas lavouras, as tende a provocar plantio desigual dentro de
condições climáticas já se encontram ideais uma mesma região”, comenta Santos.
ao plantio do grão. “Além disso, o regime No entanto, devido à sua influência, não
de chuvas tende a ser mais frequente e em haverá períodos de veranico como o ocorri-
bons volumes, não ocorrendo períodos de do em outubro de 2014, quando não hou-
veranico”, observa Santos. Mas a presença ve registros de chuvas durante 20 a 25 dias.
do fenômeno é bem ruim para as regiões Até mesmo no Sul, onde em ano de El Niño
produtoras de soja do Nordeste e do Norte, os meses de setembro e outubro tende a ser
mais chuvosos, em 2015 a tendência é de
que as condições para a realização do plan-
tio sejam boas, com chuvas frequentes, mas
sem longos períodos de invernada. Tam-
bém com sua existência, toda a fase de de-
senvolvimento da cultura deverá ser com
chuvas regulares e em bons volumes a par-
tir de novembro de 2015.
Para o Sul, Santos prevê que as chuvas
mais regulares e em bons volumes irão per-
mitir que o plantio transcorra sem maiores
problemas. O mesmo deverá ocorrer na re-
gião sul do Mato Grosso do Sul. No entan-
to, na região norte do Mato Grosso do Sul,
e em Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas
Gerais, as precipitações serão frequentes,
só que irregulares, podendo afetar de for-
ma negativa o pleno andamento da seme-
adura. Já nas regiões produtoras de Bahia,
Tocantins, Maranhão, Piauí e Pará, as chuvas
tendem a chegar mais cedo do que o nor-
mal, por conta do El Niño. “Com isso, os
primeiros plantios já deverão ser realizados
antes do que o habitual”, conclui.

O ciclo das águas

O oceano Pacífico Equatorial passa por períodos mais quentes ou mais frios do que a normalidade. “Quando ocorrem eventos persisten-
tes de calor ou de frio anômalo, isso recebe o nome de Niño ou Niña, respectivamente. Por isso, é considerado um fenômeno normal ou na-
tural”, explica o meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo, de São Paulo. Nos últimos meses, a falta de frio registrada em pleno
inverno no País estava diretamente ligada à presença do El Niño, atuando desde o final de fevereiro de 2015.
Conforme Nascimento, a chuvarada de julho esteve mais associada às águas mais quentes do Atlântico, perto da costa do Sul. “A correla-
ção entre El Niño com chuvarada no Sul só é válida para o período de primavera e verão”, esclarece. Isso deve acontecer a partir de outubro,
com previsão de muita chuva e possíveis enchentes no Rio Grande do Sul. O mês de agosto terminou mais seco do que a média, e setem-
bro teria chuva normal no Estado. O fenômeno deve ir até o fim do verão. Também não existe padrão de ciclicidade, ou seja, não é um fenô-
meno periódico, e cada um possui características próprias de duração. Os mais fortes foram os da etapa 1997/98 e da temporada 1982/83.

81
Inor Ag. Assmann
Only time will tell
The Brazilian soybean farmers are begin-
The 2015/16 growing ning the 2015/16 growing season under the in-
season will be directly fluence of El Niño, which normally translates
affected by El Niño, a into excessive rainfalls in South Brazil. Depend-
ing on the region and on the crop, this natu-
climate phenomenon ral phenomenon could be favorable or damag-
marked by rain. It ing. The possible effects of the phenomenon on
might benefit some soybean fields are defined by agro-meteorologist
March Antonio dos Santos, a researcher with So-
sectors, but could be a mar Meteorologia, in São Paulo. “In El Niño years,
drag on others springtime rains come earlier, at a high frequen-
cy and big volumes throughout most soybean
producing regions in Brazil”, he explains.
Therefore, at the end of the fallow period,
which varies from 60 to 90 days, during which
no living soybean plant is in the soil, climate
conditions are ideal for sowing the seed. “Fur-
thermore, rainfalls tend to be more frequent
and in good volume, with no Indian summers
82
occurring”, Santos observes. However, the
phenomenon is quite bad for soybean pro-
ducing regions in the Northeast and North, as
chances are for summer time rains to remain
much below average.
In the words of the specialist, this year’s El
Niño, with an influence on the climate all over
the planet, is likely to be the most intense over
the past years, much similar to the one that oc-
curred in the 1997/98 growing season. There-
fore, the springtime rains are coming earlier to
the entire Center-South region of Brazil and,
in an irregular manner, to the Southeast and
Center-West. For this reason, there will not be
any favorable rainfall pattern at the beginning
of the crop year, seeing that, due to the irreg-
ular rainfall pattern one region might experi-
ence more rains than another region, some-
times only some kilometers away. “It tends to
result into different planting periods within
the same region “, Santos comments.
Nevertheless, due to its influence, there
will be no Indian summers like the ones that
occurred in 2014, when dry spells used to last
20 to 25 days. Even in the South, where during
El Niño years the months of September and
October tend to be rainy, for 2015 the trend
is for planting conditions to be favorable,
with frequent rainfalls, but without long cold
spells. Equally because of its existence, the en-
tire growing stage of the crops is supposed to
have regular rainfalls and in good volumes, as
of November 2015.
For the South, Santos maintains that the reg-
ular rains and in good volumes will make it pos-
sible for plantings to occur without any prob-
lems. The same is likely to occur in the southern
region of Mato Grosso do Sul. Nonetheless, in
the northern portion of Mato Grosso do Sul,
and in Mato Grosso, Goiás, São Paulo and Minas
Gerais, rainfalls will happen frequently, but in an
erratic pattern, with chances to adversely affect
the seeding operations. On the other hand, in
the producing regions of Bahia, Tocantins, Mara-
nhão, Piauí and Pará, rainfalls tend to come earli-
er than usual, on account of El Niño. “As a result,
the first plantings are supposed to occur before
the usual period”, he concluded.
The water cycle
The Equatorial Pacific Ocean goes through warmer or colder periods on occasions.
“When persistent events occur, of unusual cold or warm conditions, this is called Niño
or Niña, respectively. It is therefore, taken as a normal or natural phenomenon”, ex-
plains meteorologist Alexandre Nascimento, of Climatempo, in São Paulo. Over the past
months, the abnormal weather conditions in the Country, in winter, were directly linked
to the presence of El Niño, which has been active since late February 2005.
According to Nascimento, the heavy rainfalls in July were associated with the warmer
temperatures of the Atlantic Ocean, near the coastal areas in Rio Grande do Sul. “The cor-
relation between El Niño and the rains in the South of Brazil is only valid for the spring-
time period and for the summer”, he clarifies. This is bound to happen as of October,
with the forecast for abundant rainfalls and possible flooding conditions in Rio Grande
do Sul. The month of August was drier than during average conditions, while September
experienced normal rainfalls in the State. The phenomenon is supposed to last through
the end of the summer. No cyclical pattern has been noticed, that is to say, it is not a peri-
odical phenomenon, and each one possesses characteristics of their own. The strongest
took place in the 1997/98 and 1982/83 seasons.
 Momentos
de superação
Indústria esmagadora de soja pretende chegar ao
final de 2015 com crescimento acumulado de 7%
sobre 2014, apesar do cenário de recessão
Aindústria brasileira esmagadora de soja
desempenho positivo tanto no ano de 2014
quanto nos primeiros oito meses de 2015. De
acordo com o gerente de economia da Asso-
ciação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais
(Abiove), Daniel Furlan Amaral, no período de
janeiro a dezembro de 2014 foi registrado au-
mento de 4% no processamento de soja no
Brasil. Já para 2015, a expectativa é de que a
indústria encerre o ano com crescimento acu-
mulado de mais 7% em relação ao anterior.
Segundo os dados da Abiove, atualizados
em 28 de agosto de 2015, do total produzido
de 94,4 milhões de toneladas, foram destina-
das ao processamento 40,1 milhões de tone-
ladas. Esse número representa acréscimo de
6,7% em relação a 2014, quando foram pro-
cessadas 37,6 milhões de toneladas. Enquan-
to isso, em 2015 foram destinadas à exporta-
ção 50,3 milhões de toneladas de soja. Desde
2013, a exportação vem superando o proces-
samento para consumo interno.
Conforme Amaral, este fato decorre de
problemas tributários do complexo soja e de
mecanismos de proteção comercial dos pa-
íses importadores de soja em grão, notada-
mente a China. “No primeiro caso, severos
84
problemas ligados ao acúmulo de créditos za plenamente seu potencial de agregação de
tributários de Programa de Integração Social valor no país e perde a oportunidade de criar
(PIS) e Contribuição para Financiamento da empregos, renda e exportações de maior valor
Seguridade Social (Cofins) oneram a indús- agregado. Tais benefícios, portanto, são gera-
tria da soja e reduzem sua competitividade dos nos países importadores”, analisa.
internacional”, cita. “Isso acaba por favorecer Ainda assim, o economista pondera que,
a exportação de soja em grão, em detrimen- de forma geral, a indústria brasileira tem aten-
to das vendas de farelo e óleo.” dido de forma satisfatória tanto o mercado do-
As políticas de defesa da indústria dos paí- méstico quanto o externo, o que possibilita ao
ses fixam um imposto de importação sobre a País a produção de carnes, óleo refinado, pre-
soja em grão menor do que o incidente sobre parações alimentícias e biodiesel. O consumo
o farelo e o óleo. “Como consequência, o grão crescente do último é um dos principais res-
torna-se relativamente mais barato do que os ponsáveis por favorecer o esmagamento da
produtos, e isso incentiva a compra dessa ma- soja no Brasil. As exportações geraram para o
téria prima”, afirma. Além disso, licenças não País cerca de US$ 31,4 bilhões em 2014, e de-
automáticas de importação e barreiras técnicas vem proporcionar US$ 25,5 bilhões em 2015.
ao farelo e ao óleo de soja formam elementos “Com adequações tributárias, esses benefícios
adicionais de incentivo às importações de soja serão ainda maiores, visto que a indústria bra-
em grão pela China. “Como resultado des- sileira terá maior competitividade interna e in-
sas duas políticas, vê-se que o Brasil não utili- ternacional”, menciona.
Desempenho positivo
Os dados apresentados na safra 2014/15 pelo setor indicam que a soja vem conseguin-
do manter bons resultados, apesar do cenário recessivo. A expectativa da Abiove é de que na
temporada 2015/16 a indústria mantenha o desempenho positivo. O receio é com a safra se-
guinte, quando a crise financeira, se persistir, pode trazer maiores impactos para a indústria
ao deixar os produtores mais receosos.
 Exceeding the limits
The Brazilian soybean crushing industry ex-
Despite the recession, perienced a positive performance both in 2014
by the end of 2015, and in the first 8 months in 2015. According to
the soybean crushing the economy manager of the Brazilian Vegetable
Oil Industries Association (Abiove), Daniel Furlan
industry aims to Amaral, January through December 2014, soybean
achieve a 7-percent crushing in Brazil was up 4%. For 2015, the expec-
growth over 2014 tation is for the industry to accumulate a 7-percent
increase compared to the previous year.
According to data from the Abiove, updated on
28 August 2015, of the total production of 94.4 mil-
lion tons, 40.1 million tons were destined for pro-
cessing, up 6.7% from 2014, when 37.6 million tons
were processed. In the meantime, 37.6 million tons
were destined for exportation, in 2015. Since 2013,
exports have been exceeding the amounts of soy-
bean processed for domestic consumption.
In Amaral’s view, this reality stems from tax-
ation problems over the soybean complex and
from trade protection mechanisms implement-
ed by countries that import soybean from Brazil,
particularly China. “In the first case, severe prob-
lems linked to the accumulation of tax credits of
the Social Integration Program (PIS) and of the
Contribution for the Financing of Social Security
(Cofins) overburden the soy industry and reduce
its international competitiveness”, he says. “A fact
that ends up favoring soy exports, to the detri-
ment of the sales of soy meal and oil.”
Industry defense policies of the countries place
an import tariff over soybean exports, but it is lower
than the tariff on soybean oil and meal. “As a result,
Positive performance
All data related to the 2014/15 growing season indicate that soybean is managing to
achieve good results, in spite of the recession. Abiove’s expectation is for the industry to
repeat its good performance during the 2015/16 cycle. The concern is about the season
that follows, when the financial crisis, should it persist, could cause huge impacts upon
the industry and create an atmosphere of anxiety among the farmers.
soy grains turn out to be cheaper than soy-based
products, a fact that encourages the countries to
import soy grains”, he says. Furthermore, non-au-
tomatic import licenses and technical barriers on
soy meal and oil are additional elements that en-
courage China to opt for soybean grains. “As a re-
sult of these two policies, it is quite clear that Brazil
is not taking advantage of its potential to add value
to its soybean, thus wasting chances to create jobs,
income and exports of value added products. Such
benefits are, therefore, generated in the countries
that import our soybean”, he analyzes.
Even so, the economists argues that, in general,
the Brazilian industry has satisfactorily met the de-
mands of the domestic and foreign markets, making
it possible for the industry to produce meal, refined
oil, food preparations and biodiesel. The ever-rising
consumption of the latter is responsible for increas-
ing the amount of soybean crushing in the Coun-
try. Exports brought in revenue of approximate-
ly US$ 25.5 billion in 2015. “With tax adjustments,
these benefits tend to soar considerably, seeing that
the Brazilian industry will become more competitive
in the domestic and foreign market”, he mentions.
DESEMPENHO
Performance
Os números da industrialização da soja
entre 2013 e 2105 no Brasil
2015
Produção 94,4 milhões de toneladas
Processamento 40,1 milhões de toneladas
Exportação 50,3 milhões de toneladas
2014
Produção 86,3 milhões de toneladas
Processamento 37,6 milhões de toneladas
Exportação 45,6 milhões de toneladas
2013
Robispierre Giuliani
Produção 81,5 milhões de toneladas
Processamento 36,2 milhões de toneladas
Exportação 42,7 milhões de toneladas
Fonte: Abiove.
85
Inor Ag. Assmann

Pesquisa
Research

Ações serão
coordenadas para
reduzir danos e custos
com defensivos
86
 Rede à prova
de pragas
Governo brasileiro elenca as oito principais
pragas que devem ser combatidas no agronegócio
do País e cria uma rede de defesa e de controle
Com quase 32 milhões de hectares culti-
vados na temporada 2014/15 e previsão de
aumento de área, a soja é, com folga, a prin-
cipal cultura agrícola do Brasil. Como tal, é
o principal alvo de pragas, num conceito ge-
ral, que envolve, além dos insetos, também
doenças, invasoras e outros organismos pre-
judiciais e restritivos à expressão total do po-
tencial produtivo da oleaginosa, indepen-
dentemente do sistema de cultivo ou da
variedade adotada. Um grande desafio para
produtores e pesquisadores a cada tempora-
da, na expectativa do avanço das tecnologias
empregadas para o efetivo controle.
De olho nos danos que vêm subtrain-
do renda e aumentando os custos de
produção da agricultura brasileira, o Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (Mapa) decidiu reagir e ele-
geu as oito pragas consideradas de maior
risco fitossanitário e com potencial de
provocar prejuízos econômicos ao agro-
negócio brasileiro. Seis delas afetam dire-
tamente à soja, em maior ou menor grau
de danos, entre outras culturas.
Com essa decisão, o Mapa definiu que
terão prioridade nos registros de produtos
para controle das doenças fúngicas a ferru-
gem da soja (Phakopsora pachyrhizie) e o
mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum);
dos insetos Helicoverpa armigera e mos-
ca branca (Bemisia tabaci); os nematoides
(Meloidogyne javanica, Meloidogyne in-
cognita, Heterodera glycines e Pratylenchus
brachyurus); as ervas daninhas resistentes:
buva (Conyza bonariensis) e capim-amargo-
so (Digitaria insularis). Além destes, duas
pragas que não atacam a soja entraram no
rol dos insetos aos quais o governo brasilei-
ro e o agronegócio declararam guerra: a bro-
ca do café (Hypothenemus hampei) e o bi-
cudo do algodoeiro (Antonomus grandis).
Conforme Luís Rangel, diretor do De-
partamento de Sanidade Vegetal (DSV) do
Mapa, a dinâmica da agricultura e a pressão
das pragas determinará que o governo revi-
se suas prioridades periodicamente, a fim
de disponibilizar produtos mais adequados
às reais necessidades do agricultor. Segun-
do ele, as pragas listadas na primeira porta-
ria são historicamente demandadas pelas câ-
maras setoriais e por acadêmicos do Brasil.
“As ações implementadas atualmente no
País precisam de uma coordenação, com
prioridades claras para sustentar a fitossani-
dade”, diz Rangel. “Entretanto, são diversas
as medidas que estão inseridas nos manejos
das diferentes pragas, como o vazio sanitá-
rio, o controle biológico e a resistência ge-
nética, o que gera complexidade que preci-
sa ser administrada pelo setor agrícola, com
o apoio dos governos em suas diferentes es-
feras”, explica.
A relação das pragas de maior risco fitos-
sanitário foi publicada no Diário Oficial da
União (DOU) do dia 24 de agosto de 2015.
A partir de agora, o desafio do Mapa é definir
o procedimento de levantamentos fitossani-
tários integrados com o Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuária (Sua-
sa) para identificar as prioridades ano a ano.
E, igualmente, organizar as ações globais, de
maneira a fortalecer a rede de defesa da agri-
cultura brasileira, reduzindo perdas e custos
e potencializando os resultados.
87
 Pest control netting
With almost 32 million hectares devoted to
Brazilian soybean in the 2014/15 growing season, the
government lists crop is, by far, Brazil’s leading agricultural activ-
the eight major ity. As such, it is also a major target for pests, in
a general concept, which involves, besides in-
pests that need to be sects, weeds and other organisms that exert a
kept under control restrictive and damaging expression to the pro-
in the Country’s ductive potential of the oilseed, regardless of
the productive system or variety cultivated. A
agribusiness and great challenge for producers and researchers
creates a surveillance at every crop year, in the expectation for prog-
and control network ress made by the technologies intended to keep
the pests under efficient control.
With an eye on the damages that result in
shrinking profits and rising production costs
for Brazilian agriculture, the Ministry of Agricul-
ture, Livestock and Food Supply (Mapa) decid-
ed to react and elected eight pests that pose the
highest phytosanitary risks and with the poten-
tial to cause economic losses to Brazilian agri-
business. Six of them affect directly the soybean
crops, with degree of damages ranging from big
to small, among other crops.
Based on this decision, Mapa officials have
defined the priorities of the products regis-
tered for the control of fungal diseases and soy-
Inor Ag. Assmann
Actions should be coordinated
towards the reduction of
damages and pesticide costs
88
bean rust (Phakopsora pachyrhizie) and white
mold (Sclerotinia sclerotiorum); the follow-
ing insects: Helicoverpa armigera and white
fly (Bemisia tabaci); nematodes (Meloidogyne
javanica, Meloidogyne incognita, Heterodera
glycines and Pratylenchus brachyurus); resis-
tant weeds: hairy horseweed (Conyza bonar-
iensis) and balmscale grass (Digitaria insu-
laris). Moreover, two pests that do not infect
soybean crops were included on the list of in-
sects, against which the Brazilian government
and agribusiness officials have declared war:
the coffee borer (Hypothenemus hampei) and
the cotton weevil (Antonomus grandis).
Luís Rangel, director of Mapa’s Vegetable
Surveillance Department (VSD), understands
that the dynamics of agriculture and the pres-
sure exerted by the pests will force the govern-
ment to revise its priorities from time to time,
in order to provide for chemical products more
appropriate for the real needs of the farmers. Ac-
cording to him, the pests listed on the first de-
cree are historically demanded by the sectoral
chambers and by Brazilian academic students.
“All actions currently implemented in the
Country are calling for a coordination, with
clear priorities that sustain all phytosanitary
moves”, says Rangel. “However, there are an ar-
ray of measures included in the management of
the different pests, like fallow farmland, biolog-
ical controls and genetic resistance, which gen-
erates a complex environment that needs to be
administrated by the agricultural sector, with
government support coming from different or-
gans”, he explains.
The list of the pests that pose the most se-
rious phytosanitary risks was published in the
Government Gazette, on August 24, 2015. From
now onward, Mapa’s challenge consists in de-
fining the procedures for the integrated phytos-
anitary surveys in conjunction with the Unified
Agriculture Sanitary System (Suasa, in the Portu-
guese acronym) to identify the priorities year af-
ter year. And, equally, define global actions, in-
tended to strengthen the Brazilian agriculture
surveillance network, thus reducing losses and
achieving potential results.
 Elas estão
descontroladas Plantas resistentes a herbicidas exigem a volta de
antigas práticas de manejo e demandam novas
tecnologias para que o sojicultor evite perdas
De herbicida total, “daqueles que só se de de aplicação, gerou uma pressão de sele-
encontra uma vez por século”, o glifosa- ção das variedades resistentes ao seu prin-
to tornou-se, num período de tempo mais cípio ativo. “São plantas de difícil controle
curto do que o esperado, um princípio ati- depois de instaladas na lavoura de soja. Daí,
vo superado por um punhado de ervas da- recomenda-se a rotação de variedades, de
ninhas. E é provável que em poucas safras herbicidas e de culturas, entre outras medi-
outras invasoras venham a desenvolver to- das, para evitá-las”, frisa Adegas.
lerância ao veneno, o que exigirá cada vez O uso sequencial do glifosato encare-
mais a associação de práticas de manejo ceu o controle e a utilização inadequada
que já estavam esquecidas na cultura da passou a exigir maior volume e mais apli-
soja, a principal lavoura do Brasil. cações, aumentando os custos de produ-
Atualmente, seis plantas invasoras apre- ção até que esta pressão selecionou plan-
sentam resistência ao herbicida. Duas en- tas resistentes em diversas áreas”, explica o
tre elas estão no rol das oito pragas “vilãs”
da agricultura brasileira elencadas pelo Mi-
Inor Ag. Assmann
pesquisador. Para se ter ideia, sem a buva e
sem o capim-amargoso resistentes, o cus-
to do controle de invasoras na lavoura de
soja ficaria em cerca de R$ 60,00 a R$ 70,00
por hectare. No caso de as duas plantas es-
tarem disseminadas, o gasto pode superar
a R$ 500,00 por hectare.
Essa é uma das razões para que o tema
seja tratado como prioridade. Diante do atu-
al quadro, os agricultores voltaram a utilizar
rotação de princípios ativos e de culturas, e
capina mecânica, entre outras medidas que
já estavam esquecidas”, relata Adegas.

nistério da Agricultura, Pecuária e Abaste-

cimento (Mapa). São elas: buva (Conyza
canadensis); capim-amargoso (Digitaria
insularis); pulicária-peluda (Conyza bo-
nariensis); avoadinha-marfim (Conyza su-
matrensis); azevém (Lolium multiflorum);
Clóris (Chloris elata). Na temporada
2014/15, completaram-se 10 anos desde
que foi identificada a primeira planta re-
sistente, a buva. Em 2008, foi o amargoso.
As identificações ocorreram no Sul do Bra-
sil, mas a buva ocorre do Rio Grande do Sul
ao cerrado, e o capim-amargoso tem presença
do Paraná até as principais regiões do cerrado.
Fernando Adegas, pesquisador da Embrapa
Soja, de Londrina (PR), enfatiza que, em áreas
onde estão disseminadas, tais plantas têm po-
tencial de competição com a soja por nutrien-
tes que pode gerar perdas de até 70%.
O uso constante e, muitas vezes, único
do herbicida, por sua eficiência e comodida-

90
 They are
out of control
From total herbicides, “the ones you can
Plants resistant to find only once a century”, in a shorter than
herbicides require expected period of time, glyphosate has lost
the return of old its efficiency against a handful of weeds. It is
very likely that after some more growing sea-
management sons more weeds have developed resistance
practices and call for against the herbicide, which will require an ev-
new technologies if er-increasing association of management prac-
tices already abandoned in soybean fields, Bra-
soybean farmers want zil’s major crop.
to prevent losses Currently, six weed species are resistant
to the herbicide. Two of them belong to the
group of the eight “villains” in Brazilian agri-
culture, listed by the Ministry of Agriculture,
Livestock and Food Supply (Mapa). They are
as follows: horseweed (Conyza canadensis);
balmscale grass (Digitaria insularis); hairy
horseweed (Conyza bonariensis); white horse-
weed (Conyza sumatrensis); perennial rye-
grass (Lolium multiflorum); Tall windmill
grass (Chloris elata). In the 2014/15 growing
season, 10 years had elapsed since the first re-
sistant weed was identified, the horseweed. In
2008, it was the balmscale grass.
These identifications occurred in South Bra-
zil, but the horseweed occurs from Rio Grande
do Sul to the cerrado regions, and the balm-
scale grass occurs from Paraná to the main
cerrado regions. Fernando Adegas, research-
er with Embrapa Soybean, in Londrina (PR),
emphasizes that, in areas where these weeds
are disseminated, such plants have a potential
to compete with soybean for nutrients, which
could result in losses of up to 70%.
The constant use and, frequently, the only
herbicide, for its efficiency and easy applica-
tion, resulted into a selection pressure of the
varieties resistant to its active ingredient. “These
weeds are difficult to control once they have
entered a soybean field. Therefore, the recom-
mendation is for rotating the variety of herbi-
cides and crops, among other measures, if
these weeds are to be avoided”, Adegas insists.
Sequential use of glyphosate has made con-
trol practices more expensive, whilst improp-
er use began to require bigger volumes and
more applications, pushing up production
costs until, finally, this pressure selected resis-
tant weeds in several areas”, the researcher ex-
plains. Just to have an idea, without the resis-
tant horseweed and the balmscale grass, the
cost of keeping the weeds under control in a
soybean field would require from R$ 60 to R$
70 per hectare. In case the two weeds have run
out of control, costs could amount to upwards
of R$ 500 per hectare.
This is one of the reasons why the subject
should be taken as a priority. In light of the
Picture, farmers again began to adopt crop
and active ingredient rotation systems, along
with mechanical hoeing, among other mea-
sures that had already been left aside”, Ade-
gas comments.
91
 ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
1 Antes da disseminação das invasoras nas lavouras
a) Uso de boas práticas agrícolas, como o plantio direto, por exem-
plo;
b) Manter o solo coberto (palhada ou cobertura verde, de acordo
com a região), pois as ervas daninhas terão maior dificuldade de se
instalarem;
c) Limpar e manter limpos equipamentos, máquinas e veículos que
transitam na lavoura e em áreas infestadas;
d) Limpar e manter limpos os calçados utilizados por produtores,
funcionários ou prestadores de serviços em áreas infestadas antes
de ingressar na zona de produção e imediações;
e) Eliminar plantas resistentes que surgem em beiras de estrada,
corredores e proximidades da área de produção e da fazenda;
f ) O uso de sementes de soja, ou culturas em rotação, certificadas
e de boa qualidade também é ferramenta importante para reduzir
os riscos.
2 Após a disseminação (presença) na lavoura
a) Capina mecânica ou roçada – no caso do capim-amargoso – para
ele não sementar e ampliar o banco de sementes no solo e a dissemi-
nação da planta resistente ao herbicida;
b) Utilizar o controle químico para evitar escapes, plantas que não
são alcançadas por roçada ou capina e buscar a eliminação uma vez
identificada a disseminação;
c) Utilizar rotação de variedades de soja e princípios ativos de herbi-
cidas registrados no Mapa;
d) Utilizar rotação de culturas – no caso, tolerantes a outros herbici-
das que não o glifosato – para controlar as plantas resistentes, caso,
por exemplo, do plantio de milho safrinha em sequência ou em ro-
tação à soja. Portanto, neste exemplo, as variedades a serem utiliza-
das não devem ser RR;
e) Monitorar de forma permanente a lavoura e adotar manejo com
boas práticas agrícolas.
Fonte: Embrapa Soja
A história de um recurso
Introduzido no mundo para controle de ervas daninhas em
1974, o glifosato não apresentou problemas de resistência de plantas
invasoras até 1995. O primeiro caso de resistência registrado foi em
Lolium rigidum (azevém anual), em um campo na Austrália, onde o
glifosato foi usado várias vezes ao longo de 15 anos.
As variedades geneticamente modificadas foram introduzidas em
1996 e a patente do glifosato nos Estados Unidos expirou em 2000.
Desde então, as ervas daninhas resistentes ao glifosato evoluíram nas
culturas tolerantes, como soja, algodão, canola e milho, nas quais o
princípio ativo muitas vezes havia sido o único utilizado.
O International Survey of Herbicide Resistant Weeds (Pesquisa
Internacional de Ervas Daninhas Resistentes a Herbicidas) reuniu in-
formações sobre o assunto e reconheceu 31 espécies diferentes com
biótipos resistentes ao glifosato, no final de 2014. No Brasil, o pri-
meiro registro ocorreu em 2005, com a buva (Coniza canadensis).
92
SOME RECOMMENDATIONS
1 Before weeds disseminate throughout the fields
a) The use of good agricultural practices, like direct planting, for
example;
b) Keep the soil covered (mulch or green manure, according to the
region), it will make it more difficult for the weeds to get estab-
lished;
c) Equipment, machines and vehicles that pass through the fields or
infested areas, have to be cleaned and kept clean;
d) Footwear worn by the farmers, employees or outsourced work-
ers in infested areas have to be cleaned before these people enter
the production fields or surroundings;
e) Elimination of resistant weeds along the roads, in corridors and
surroundings of production areas and farm
f ) The use of certified soybean, or rotation crops, certified
and of good quality is also a relevant tool if risks are to be
avoided.
2 After dissemination (presence) in the field
a) Mechanical hoeing or mowing – in the case of balmscale grass
– to prevent it from developing seeds or from expanding the seed
collection in the soil, and from disseminating weeds resistant to the
herbicide;
b) The use of chemical control to prevent escapes, weeds that are
not reached by mowing or hoeing and, as soon as any weed dissem-
ination has been detected, it has to be eliminated.
c) Rotate soybean and active ingredient varieties of herbicides reg-
istered in the Mapa;
d) Do crop rotation – in this case, tolerant to herbicides other than
glyphosate – to control resistant weeds, which is the case here, for
example, winter crop corn after soybean harvest. Therefore, in this
example, the varieties to be utilized should not be RR;
e) Monitor permanently the field and adhere to good agricultur-
al practices.
Source: Embrapa Soybean
The history of a resource
Introduced in the world for controlling weeds, in 1974, glypho-
sate suffered no resistance problems from weeds until 1995. The
first case of resistance on record was in Lolium rigidum (annual rye-
grass), in a field in Australia, where glyphosate was frequently used
over a 15 year period.
Genetically modified varieties were introduced in 1996 and
Monsanto’s patent on glyphosate in the United States expired in
2000. Since then, all weeds resistant to glyphosate evolved in toler-
ant crops, like soybean, cotton, canola and corn, in which the first
active ingredient had been the only one used.
The International Survey of Herbicide Resistant Weeds gath-
ered information on the subject and recognized 31 different spe-
cies with biotypes resistant to glyphosate, in late 2014. In Brazil,
the first record occurred in 2005, with the horseweed (Coniza ca-
nadensis).
Inor Ag. Assmann
Sem margem
para erro
Controle de doenças requer associação de manejo
e tecnologias para reduzir os danos, evitar as
ocorrências e minimizar os custos da lavoura
Eleitas em agosto como as duas doen- ra) e de US$ 23 bilhões. Os números da sa-
ças que devem ter tratamento prioritário fra 2014/15 não foram analisados.
pela Defesa Vegetal no Brasil pelo Ministé- Pelos prejuízos, não há nada que se
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimen- compare à ferrugem na lavoura de soja.
to (Mapa), a ferrugem da soja (Phakopso- Além das perdas diretas, provoca alta nos
ra pachyrhizi) e o mofo branco (Sclerotinia custos de produção ao exigir múltiplas apli-
sclerotiorum) integram a lista das oito prin- cações de fungicidas. No Brasil, a média é
cipais pragas agrícolas do País. Motivos não de três aplicações por temporada, mas áre-
faltam para isso: os prejuízos causados pela as que repetiram soja na safrinha fizeram
ferrugem da soja, também conhecida por até 11 aplicações. “O fungicida funciona.
ferrugem asiática, chegam a bilhões de dóla- No entanto, é preciso usar com racionalida-
res apenas no Brasil, enquanto o mofo bran- de, seja pelo alto custo, seja pelo volume
co aumenta sua incidência e se torna mais de defensivo, seja pelo risco de o fungo de-
difícil de controlar a cada safra. senvolver resistência, o que tende a gerar
O pesquisador Rafael Moreira Soares, da perdas no futuro”, explica Soares. Por isso,
Embrapa Soja, de Londrina (PR), concorda Goiás proíbe o plantio de safrinha de soja –
com a classificação. Segundo ele, são estas as após 31 de dezembro. Mato Grosso e Para-
duas doenças mais significativas da cultura ná seguem o mesmo caminho.
neste momento. A ferrugem surgiu no País A expansão do fungo é associada ao cli-
em 2001 e estima-se que até a safra 2013/14 ma favorável e à extensão da cultura da soja
provocou perdas de 15 milhões de tonela- no Brasil. “Diferentemente dos Estados Uni-
das de soja (quase 16% de uma safra intei- dos, onde a neve quebra o ciclo de pragas
94
no inverno, o clima não tem grande osci-
lação no cerrado brasileiro, e o fungo so-
brevive em hospedeiros de uma para ou-
tra temporada”, explica o especialista. Para
o controle, os pesquisadores sugerem que
o produtor associe práticas de manejo da
cultura e de combate ao fungo. Entre elas
estão a obediência ao vazio sanitário, a ob-
servação da época de semear (quanto mais
cedo e com uso de cultivares de ciclos mais
curtos, melhor), optar por variedades tole-
rantes ao fungo, monitorar a lavoura e, por
fim, diante do problema, utilizar os fungici-
das registrados, se possível com rotação do
ingrediente ativo.
Em geral, têm sido recomendadas mar-
cas comerciais que misturam triazol e estru-
bilurina. Mas foram lançados produtos com
base em carboxamida, de médio risco à que-
bra da resistência pelo fungo. “Daí a impor-
tância do manejo para manter a tecnologia e
sua eficiência”, frisa.
 A ameaça do mofo branco
O mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), também conhecido por po-
dridão branca da haste, está restrito ao Brasil Central, é agressivo e infesta
mais de 400 espécies de plantas, exceto gramíneas. Assim, trigo, aveia e ar-
roz são indicados em rotação. Após o fungo chegar à lavoura, a erradicação
é quase impossível. “Há 10 milhões de hectares afetados em Goiás, no Sul
do Mato Grosso e no Sul do Paraná. Por demandar muitas aplicações de fun-
gicidas, gera mais custos e dificulta o manejo”, salienta Rafael Moreira Soa-
res, da Embrapa Soja.
Para o controle, é indicado o plantio direto na palha, e manter o solo co-
berto no inverno, além do cultivo com sementes certificadas, que recebem
tratamento preventivo. O controle químico é sugerido a partir da identifica-
ção de dano, além do cuidado e da limpeza de máquinas e equipamentos
que transitem em áreas contaminadas. A chave do controle, segundo o pes-
quisador, é a aplicação. “Uso na época errada gera alto custo e não resolve o
problema. Pode até acelerar a quebra da resistência”, alerta.
Soares ainda explica que o controle biológico vem sendo testado com
sucesso, por meio da aplicação do Tricodherma, especialmente em áreas
menores. “Os produtores estão utilizando as ferramentas disponíveis para
fazer frente aos prejuízos, mas também precisam ter um severo controle so-
bre os custos gerados por estes fatores, pois a meta da produção é alcançar
rentabilidade”, avisa o pesquisador.

95
Inor Ag. Assmann
No margin for errors
Elected in August as the two diseases
Disease control that deserve priority treatment by the Minis-
requires an try of Agriculture, Livestock and Food Sup-
association of ply (Mapa) division of Vegetable Surveillance,
soybean rust (Phakopsora pachyrhizi) and
management white mold (Sclerotinia sclerotiorum) are
practices and on the list of the eight most devastating agri-
technologies if cultural pests in Brazil. There are reasons to
spare for this move: losses caused by soybean
damages are to be rust, also known as Asian rust, amount to bil-
reduced, outbreaks lions of dollars in Brazil alone, whilst white
avoided and field mold is on a rising trend and gets more diffi-
cult to control at every crop year.
costs minimized Researcher Rafael Moreira Soares, of Embra-
pa Soybean, based in Londrina (PR), agrees with
this classification. According to him, these are
the two most devastating scourges of the crop,
at the moment. Asian rust arrived in Brazil in
2001 and from that time to the 2013/14 growing
season losses are estimated at 15 million tons of
soybean (nearly 16% of an entire crop) and US$
23 billion in revenue. The figures of the 2014/15
96
crop year have not been analyzed.
In terms of losses, there is nothing that com-
pares to rust in a soybean field. Besides the di-
rect losses, it pushes up production costs, as a
result of the multiple fungicide applications. In
Brazil, there are three applications per season,
on average, but areas that repeated soybean in
the winter crop, required up to 11 applications.
“The fungicide is efficient, but there is need to
use it rationally, whether for its high price, or for
the volume required or for the risk of the fun-
gus to develop resistance, which tends to gen-
erate future losses”, explains Soares. That is the
reason why the State of Goiás has banned any
winter soybean crop – after December 31. Mato
Grosso and Paraná are following the same track.
The proliferation of the fungus is associ-
ated with favorite climate conditions and the
vast soybean fields across Brazil. “Contrary to
the United States, where the pest cycle is bro-
ken by snowfalls in winter, the climate has no
considerable oscillations in the Brazilian Cerra-
do regions, and the fungus overwinters in host
plants from one season to the next”, the special-
ist explains. For controlling the pest, specialists
suggest an association of management practic-
es and fungus fighting practices. They include
fallow farmland, the right seeding time (the ear-
lier, the better and, preferably, using short cy-
cle cultivars), the option for tolerant varieties,
field monitoring practices and, finally, in view
of the problem, the use of registered fungicides,
if possible, rotating the active ingredients.
In general, the recommendation has been
for commercial brands that mix triazole and
strobirulin. But products have been launched
based on carboxamide, of medium risk for the
fungus to create resistance. “Hence the impor-
tance of management practices to maintain the
technology and its efficiency”, he insists.

The white mold threat

White mold (Sclerotinia sclerotiorum), also known as stem rot, is restricted to Central Brazil, is very aggressive and infests approxi-
mately 400 plant species, except grasses. As a result, wheat, oats and rice are recommended for rotation practices. Once the fungus has
made it to the field, its eradication is almost impossible. “There are 10 million hectares infested in Goiás, in the South of Mato Grosso and
in South Paraná. As it demands multiple fungicide applications, it generates heavier costs and makes management very difficult”, says Ra-
fael Moreira Soares, of Embrapa Soybean.
For control purposes, the recommendation is for direct planting in the mulch and for keeping the soil covered in the winter, besides
utilizing certified seeds, which receive preventive treatment. Chemical control is suggested from the moment damage is identified, without
overlooking the need to keep the machines and equipment clean, especially after passing through contaminated areas. The key to control-
ling the pest, according to the researcher, is fungicide application. “The use in the wrong time generates high costs and does not solve the
problem. It could even speed up the development of resistance”, he warns.
Soares also explains that biological controls have been tested with success, through the application of Tricodherma, especially in small-
er areas. “The farmers are using the available tools to face the losses, but they equally need to keep strict control over the costs generated
by these variables, once the target of any crop is to generate profits”, the researcher recalls.

PROJETO
SETOR ENERGIAS
RENOVÁVEIS
GIZ/ALEMANHA
 Inor Ag. Assmann

98
 Na medida certa
Sojicultores buscam eficiência nos mecanismos de
manejo e de controle de insetos que atacam a cultura
para evitar novos custos e danos à lavoura
Nem muito, nem pouco. A aplicação de
insticidas na dose certa e na hora exata é a
melhor recomendação para o controle de
insetos sem que este processo resulte em
danos à cultura, ao meio ambiente, aos ini-
migos naturais e a predadores da praga – e,
junto com todos estes, em aumento dos cus-
tos de produção. Mas até chegar nesta ação,
é preciso passar por um longo processo,
que começa no monitoramento das pragas
e no acompanhamento do histórico da área
e de ocorrências na vizinhança.
No caso dos defensivos, o problema é
encontrar a fórmula exata para cada caso,
cada realidade de lavoura, e adaptar os co-
nhecimentos disponíveis. É exatamente nes-
sa etapa que muitos produtores acabam
confundindo quantidade com qualidade, ou
esforço com eficiência. E o resultado pode
não ser nada bom.
Na última década, o uso indiscriminado
de inseticidas e, mais recentemente, a falta
de obediência a um método de prolonga-
mento da tecnologia Bt, com o uso de re-
fúgios nas lavouras, vêm acarretando efeitos
preocupantes na sojicultura, como a seleção
de populações de pragas resistentes aos de-
fensivos. Entre aquelas com maior poten-
cial para adquirir resistência aos agroquími-
cos, estão: percevejo-marrom (Euschistus
heros), lagarta-falsa-medideira (Chrysodei-
xis includens), lagarta helicoverpa (Helico-
verpa armigera), a mosca branca (Bemisia
tabaci) e ácaros. A Helicoverpa e a mosca
branca foram declaradas inimigas prioritá-
rias da soja pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Daniel Sósa Gomez, pesquisador da Em-
brapa Soja, de Londrina (PR) observa que a
situação se agrava desde 2002, quando fo-
ram realizados testes referenciais para a re-
sistência a inseticidas em lagartas e perce-
vejos. “Isso ocorre pelo uso frequente dos
produtos, sem respeitar os níveis de ação e
o momento adequado da aplicação de inse-
ticidas”, atesta. Por isso, recomenda a alter-
nância de inseticidas com modos de ação di-
ferentes e a observância às doses indicadas
pela pesquisa.
Porém, antes do inseticida, é recomenda-
do que os produtores se familiarizem com
(e adotem) as técnicas do Manejo Integrado
de Pragas (MIP), que começa com o monito-
ramento permanente da área e compreende
todos os formatos de controle, da maneira
mais sustentável possível. Em geral, ataques
mais severos das pragas ocorrem por causa
de um desequilíbrio ambiental ou de mane-
jo. E está provada a importância de sistemas
equilibrados e da presença de inimigos na-
turais das pragas para evitar tais ocorrências.
Pesquisas realizadas em lavouras do Pa-
raná na temporada 2013/14 indicaram que
inimigos naturais, como patógenos, parasi-
toides e nematoides, representaram quase
61% das causas de mortalidade da lagarta
Helicoverpa. Em 46 unidades de referência,
no mesmo Estado, a média de aplicação de
herbicidas caiu de cinco para 2,3 após a ado-
ção das práticas do MIP. “Dá para diminuir o
uso de agroquímicos no controle de pragas
da soja e, assim, reduzir custos de produção,
melhorar a renda e estabelecer relação mais
sustentável com o meio ambiente”, frisa Da-
niel Sosa Gomez.
SOJA BT Com o lançamento de varieda-
des de soja transgênica com a tecnologia Bt
(de Bacillus thuringiensis) na safra 2014/14,
que controla algumas espécies de lagartas,
uma tecnologia considerada revolucioná-
ria chegou às lavouras. No entanto, a exem-
plo das áreas convencionais, nestas também
pode haver pressão de seleção para insetos
resistentes. Um dos desafios dos produtores
e dos pesquisadores é dar longevidade à efi-
cácia deste sistema.
Para tanto, recomenda-se o plantio de
uma área de refúgio, ou seja, o cultivo de
10% a 20%, no mesmo talhão, com soja não
Bt. A meta é manter a presença da popula-
ção suscetível à toxina para que, por meio
do acasalamento com os indivíduos poten-
cialmente resistentes (provenientes das áre-
as com plantas Bt), seja retardada a seleção
de insetos capazes de resistir à tecnologia.
99
Inor Ag. Assmann
The right proportion
Neither too much, nor too little. The appli-
Soybean farmers cation of insecticides in the right proportion
seek efficiency in and at the right time is the best recommenda-
insect management tion for keeping the insects under control. It is
a process that causes no damage to the crop,
and control to the environment and to the natural enemies
mechanisms, so as to and predators of the pest – and, along with all
avoid extra costs and these precautions, production costs are also
kept under control. Nonetheless, before reach-
damages to the crop ing this stage, there is need to go through a long
process, which starts at pest monitoring and at a
close watch on the history of the area, including
outbreaks in neighboring fields.
In the case of pesticides, the problem con-
sists in coming up with the exact formulation
for every different case, every reality in the field,
and adapt the available knowledge. It is exactly
at this point that many farmers end up confus-
ing quantity with quality, or effort with efficien-
cy, and the result could be deceptive.
In the past decade, the indiscriminate use of
pesticides and, more recently, the lack of com-
100
pliance with a method that prolongs the Bt tech-
nology, requiring the use of refuge areas in the
fields, has been incurring worrying effects in
soybean farming, like the selection of pests re-
sistant to pesticides. Amid the ones that pose the
biggest potential to develop resistance to pes-
ticides, the following are of note: brown stink
bug (Euschistus heros), soybean looper (Chry-
sodeixis includens), cotton bollworm (Helicov-
erpa armigera), silverleaf white fly (Bemisia taba-
ci) and mites. The Helicoverpa and the silverleaf
white fly have been declared soybean priority
enemies by the Ministry of Agriculture, Livestock
and Food Supply (Mapa).
Daniel Sósa Gomez, researcher at Embrapa
Soybean, in Londrina (PR) observes that the sit-
uation has been getting worse since 2002, when
referential tests were conducted on resistance to
insecticides in worms and bugs. “It occurs as a
consequence of the frequent use of the product,
without complying with the action levels and the
appropriate moment for the application of insec-
ticides”, he observes. Therefore, he recommends
the method of alternating the insecticides with
different action manners and compliance with
the dosages recommended by researchers.
However, prior to insecticides, the farmers
are advised to get familiar with (and adopt) the
Integrated Pest Management practices (IPM),
which start with the uninterrupted monitoring
of the area and comprise all control formats, in
the most sustainable manner possible. In gen-
eral, more serious pest outbreaks are the result
of environmental imbalance or management
imbalance. There is no doubt about the impor-
tance of balanced systems and of the presence
of natural enemies to avoid such occurrences.
Research conducted in soybean fields in
Paraná in the 2013/14 growing season suggested
that natural enemies, like pathogens, parasites
and nematodes represented almost 61% of the
causes that killed the cotton bollworm (Helicov-
erpa). In 46 reference units, in the same State,
the average number of insecticide applications
dropped from 5 to 2.3 times, after the adoption
of the IPM practices. “It is possible to reduce the
amounts of pesticides on soybean fields and re-
duce production costs, improve income and en-
act a more sustainable relation with the environ-
ment”, Daniel Sosa Gomez explains.
Bt SOYBEAN With the launch of Bt trans-
genic soybean varieties (Bacillus thuringiensis)
in the 2014/15 crop year, a technology that con-
trols some species of worms, a revolutionary
technology made it to the fields. However, just
like in conventional areas, there could also be
selection pressure for resistant insects. One of
the challenges of farmers and researchers con-
sists in making the efficiency of this system last
for the longest possible time.
To this end, the cultivation of a refuge area
is recommended, or else, the cultivation of 10%
to 20%, on the same stretch of land, with non
Bt soybean. The target is to keep the presence
of a population susceptible to the toxin so that,
through the mating with individuals potential-
ly resistant (coming from areas planted with BT
soybean), the selection of insects capable of re-
sisting to the technology is delayed.
 Inor Ag. Assmann

102
 Made
in Brasil
Primeira soja transgênica com tecnologia
totalmente nacional chega ao mercado e será
colhida já na safra 2015/16 nas principais regiões
Considerada um marco para a ciên- ma Roundap Ready (RR) e usado em mais
cia nacional, a primeira soja geneticamen- de 90% das áreas brasileiras. Na temporada
te modificada desenvolvida toda no Bra- 2015/16, há variedades registradas apenas
sil será cultivada de forma comercial pela para algumas regiões de oito estados brasi-
primeira vez na safra 2015/16. O sistema leiros: Paraná, São Paulo, Mato Grosso do
de produção Cultivance é uma tecnologia Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal,
que combina o uso de cultivares de soja Minas Gerais, Bahia e Rondônia.
com um herbicida de amplo espectro de Novos registros devem ser obtidos para
ação para o manejo de plantas daninhas, e a safra 2016/17, e a tecnologia tende a al-
foi lançado pela Empresa Brasileira de Pes- cançar todas as regiões do País, uma vez que
quisa Agropecuária (Embrapa) e pela mul- já foi acolhida pela União Europeia, pela
tinacional Basf, após 20 anos de trabalho. China e por outros 16 países, o que assegu-
Com gene de resistência ao herbicida ra sua comercialização também para o ex-
do grupo das imidazolinonas, o sistema traz terior. “É uma tecnologia verde-amarela, da
avanço significativo em controle de plan- concepção à comercialização”, afirma o vi-
tas invasoras, em especial no caso daque- ce-presidente da divisão de proteção de cul-
las que apresentam resistência ao principio tivos para América Latina da Basf, Eduar-
ativo glifosato, utilizado dentro do progra- do Leduc.
“Essa ferramenta gera oportunidade
para o produtor rotacionar herbicidas com
diferentes mecanismos de ação no manejo
de plantas daninhas de difícil controle, evi-
tando a seleção de invasoras resistentes”,
enfatiza Carlos Arrabal Arias, pesquisador
da Embrapa Soja, de Londrina (PR). O Bra-
sil tem atualmente 34 casos de resistência
de plantas daninhas, sendo que seis delas
ocorrem de modo frequente em lavouras
de soja. Tais invasoras podem causar 70%
de perdas em áreas nas quais estão disse-
minadas. Mais de 90% dos 31 milhões de
hectares cultivados todos os anos com a ole-
aginosa no Brasil utilizam variedades trans-
gênicas, sendo que em 30% desta área, mas
não de forma contínua, é identificado al-
gum tipo de invasora resistente.

Em sociedade
A multinacional Basf detém a patente do gene ahas (aceto-hidroxiácido sintase),
extraído da planta Arabdopsis thaliana, que confere tolerância às imidazolinonas. Em
1997, a Basf disponibilizou o gene à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(DF), que desenvolveu um método inovador de transformação vegetal, possibilitando
a introdução no genoma da soja.
Conforme Elibio Rech, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnolo-
gia, a Cultivance é uma demonstração da capacidade e da competência da ciência e da
tecnologia nacionais. “É um produto de alto valor agregado, com potencial para incre-
mentar o agronegócio”, afirma. Além disso, é um exemplo de alto impacto envolvendo
parceria público-privada e pode contribuir de forma significativa para consolidar a im-
portância do Brasil na biotecnologia mundial.
Em 2009, a CTNBio aprovou a comercialização da tecnologia Cultivance no Brasil.
Em seguida, Basf e Embrapa buscaram aprovação dessa tecnologia em diversos países
clientes da soja brasileira. O herbicida, registrado com o nome de Soyvance Pré, deve
ser aplicado logo após a semeadura da soja até o primeiro estágio de desenvolvimento
da cultura (estádio V1), na operação denominada de Plante e Aplique.

103
Inor Ag. Assmann

Made in Brazil
Considered a milestone for our national sci- weeds, especially in the case of weeds that are re-
First transgenic ence, the first genetically modified soy, entirely sistant to glyphosate’s active ingredient, utilized
soybean based on developed in Brazil, will be commercially pro- within the Roundup Ready (RR) program, and
an entirely national duced for the first time in the 2015/16 growing used in upwards of 90% of all Brazilian areas. In
season. The Cultivance system is a technology the 2015/16 crop year, there are varieties regis-
technology arrives in that combines the use of soybean cultivars with
the market and will a herbicide of an ample action spectrum for
be harvested in the the management of weeds, and was
launched by the Brazilian Agricul-
2015/16 growing tural Research Corporation
season in all soybean (Embrapa) and by multina-
producing regions tional Basf, after 20 years
of research work.
With a gene re-
sistant to the her-
bicide of the imid-
azolinones group,
the system shows sig-
nificant advances in the control of

104
tered for only some regions in eight Brazilian
States: Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas
Gerais, Bahia and Rondônia.  year in Brazil use transgenic varieties, and in 30%
New registers should be obtained for the
2016/17 growing season, and the technolo-
gy tends to reach all regions throughout the
Country, once it has already been accepted
by the European Union, China and other 16
countries, ensuring its sales abroad. “It is a
green-yellow technology, from its conception
to commercialization”, says the vice-president
of the cultivar protection division for Basf Lat-
in America, Eduardo Leduc. “
This tool generates opportunities for the
farmers to rotate herbicides with different ac-
tion mechanisms in the management of weeds
that are difficult to control, avoiding the selection
of resistant weeds”, stresses Carlos Arrabal Arias,
researcher with Embrapa Soybean, in Londrina
(PR). At the moment, there are 34 types of weeds
that show resistance, and six of them occur in
soybean fields, on a regular basis. These weeds
could cause losses of up to 70% in areas where
they are present. More than 90% of the upwards
of 31 million hectares devoted to soybean every
of this area, some type of resistant weed is detect-
ed, though not in continuous from.
In society
Multinational Basf owns the patent right of the ahas gene (acetohydroacid syn-
thase), extracted from the plant Arabdopsis thaliana, which confers tolerance to
the imidazolinones. In 1997, Basf made the gene available to Embrapa Genetic Re-
sources and Biotechnology (DF), which developed an innovative vegetable trans-
formation method, making it possible to introduce the genome into soybean.
According to Elibio Rech, researcher with Embrapa Genetic Resources and Bio-
technology , Cultivance attests to the capacity and competence of national sci-
ence and technology. “It is a high added value product, involving a public-private
partnership and could contribute significantly towards consolidating Brazil in the
realm of global biotechnology.
In 2009, CTNBio approved the commercialization of the Cultivance technology in
Brazil. Soon after, Basf and Embrapa began to seek the approval of this technology in sev-
eral countries, all of them Brazilian soybean buyers. The herbicide, registered under the
name of Soyvance Pré, should be applied soon after soybean seeding to the first develop-
ment stage of the crop (stage V1), at the operation known as Plant and Apply.
105
Inor Ag. Assmann

QUESTÃO DE GENÉTICA – A question of genetics

Quadro produção de soja safra GM – safra 2014/15
Região Área Produção Área c/ OGM
(milhão/ha) (Milhão t) (milhão/ha)
TH RI/TH Total
Norte 1,21 3,70 0,78 0,17 0,95
Nordeste 2,82 7,95 1,99 0,51 2,50
Sudeste 2,13 5,65 1,56 0,46 2,01
Sul 10,78 33,74 8,03 2,26 10,29
Centro-Oeste 14,48 42,83 10,74 2,88 13,62
Total Brasil 31,41 93,87 23,10 6,27 29,37
Fonte: Celeres, setembro de 2015.

106
 Em trânsito
Soja transgênica chega perto de 30 milhões de
hectares cultivados no Brasil na temporada 2015/16,
com novidades no portfólio tecnológico
A queda de quase 50%, em 2015, do cionais, como tolerância a nematoides e do-
bônus pago por variedades convencio- enças. Para a próxima temporada, a Céleres
nais pela indústria e por tradings, a alta Consultoria, de Minas Gerais, prevê novo
dos custos de produção e a maior com- aumento da área transgênica, que vai en-
plexidade deste sistema de manejo em costar nos 30 milhões de hectares.
relação ao conforto proporcionado pelo Somando a oleaginosa, o milho e o al-
uso de tecnologias transgênicas pode le- godão geneticamente modificados, a expec-
var o sojicultor brasileiro a usar quase tativa é de crescimento de 3,9% em área na
que integralmente variedades de soja ge- temporada 2015/16: 44,2 milhões de hec-
neticamente modificada (GM). O avan- tares, sendo dois terços de soja. Anderson
ço dos transgênicos sobre cultivares tra- Galvão, diretor da Céleres, diz que a ten-
dicionais é gritante. Na safra 2014/15, a dência é de que os eventos com genes que
área com soja tolerante a herbicidas e re- combinem tolerância a herbicidas e resis-
sistente a insetos (TH/RI) chegou a 29,37 tência a insetos ganhem cada vez mais espa-
milhões de hectares, ou seja, 93,2% dos ço. “Há tecnologias GMs complementares
31,41 milhões de hectares semeados. às existentes, com maior espectro de con-
Pouco mais de dois milhões de hectares trole de insetos (desfolhadores/de solo) e
de variedades não transgênicas (NGM) es- tolerância a herbicidas como 2,4-D, imida-
tão concentradas em pequenas proprieda- zolinonas e do grupo ‘fop’, Dicamba”, frisa.
des do Centro-Oeste e do Nordeste, e em Galvão enfatiza que a soja atualmen-
áreas nas quais há demanda por caracterís- te só conta com a tecnologia RI/TH, das
ticas muito específicas de cultivares conven- seis desenvolvidas, uma vez que nem to-
das foram disponibilizadas ao mercado,
embora muitas tenham sido aprovadas
há tempos pelas instâncias responsáveis.
“A maioria das tecnologias que tem genes
com resistência a insetos vem da mesma
base, as proteínas CRY, e algumas delas
estão sofrendo falhas no campo, segundo
os agricultores”, enfatiza.
Além disso, a maioria das tecnologias
com tolerância a herbicida baseiam-se em
dois ingredientes ativos, o glifosato (há
plantas infestantes resistência ao produ-
to) e o glufosinato de amônio. “As empre-
sas detentoras precisam desenvolver tec-
nologias que permitam variar o manejo da
lavoura, mas o sojicultor precisa utilizá-las de
forma consciente, adotar o manejo correto,
fazer o refúgio e a bordadura ao semear
cultivares com genes de resistência a inse-
tos, rotacionar culturas e monitorar, entre
outras ações que protejam e aumentem a
vida útil dessas ferramentas”, enfatiza.

Vêm novidades por aí

Uma das novidades que ingressa no mercado na safra que se inicia é o sistema de produção Culti-
vance, resultante da parceria comercial entre Basf (com herbicidas do grupo da imidazolinonas) e Em-
presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Quatro cultivares tolerantes a herbicida estão
sendo comercializadas e permitirão aos produtores a rotação com as variedades RR onde há plantas re-
sistentes ao glifosato. Ao mesmo tempo, ocorre a migração de 10% a 15% dos produtores da tecnologia
RR para a RR2 Pro, que, além de tolerar o glifosato, resiste às lagartas (Bt).
As inovações não param. O pesquisador José Ubirajara Vieira Moreira, da Embrapa Soja, de Londri-
na (PR), antecipa algumas tendências do Programa de Melhoramento Genético da empresa, o maior em
variedades convencionais do Brasil. Segundo ele, além de mais algumas variedades “Intacta” (RR2 Pro)
e convencionais com resistência a nematoides e doenças, mais produtivas e adaptadas às regiões de cul-
tivo, a empresa detém fontes de tolerância a percevejos e estresses hídricos.
Não há prazo estipulado para lançamento, pois os estudos para carregar as características em varie-
dades comerciais transgênicas e não transgênicas estão em andamento. No momento, a Embrapa não
estuda a inclusão de gene de tolerância às lagartas (Bt) à tecnologia Cultivance, embora detenha mate-
rial com esta característica. “São decisões que dependem do mercado, da estratégia comercial e tecno-
lógica de cada empresa. No futuro pode ocorrer, mas no momento não está em pauta”, finaliza Moreira.

107
 In transit
A drop of nearly 50%, in 2015, in bonus paid
Transgenic soy for conventional varieties by industries and trad-
reaches close to 30 ing companies, the high production costs and
million hectares in the higher complexity in the management sys-
tem, compared to the comfort provided by the
Brazil in the 2015/16 use of transgenic crops, could lead Brazilian
growing season, farmers to use only varieties of genetically mod-
with novelties in ified (GM) soybean. The strides made by trans-
genic cultivars compared to traditional ones is
the technological simply enormous. In the 2014/15 growing sea-
portfolio son, the area devoted to soybean tolerant to her-
bicides and resistant to insects (TH/RI) reached
29.37 million hectares, that is to say, 93.2% of
the 31.41 million hectares devoted to the crop.
Some two million hectares of non-transgen-
ic varieties (NGM) are concentrated in small
holdings in the Center-West and Northeast,
and in areas where there is demand for specific
characteristics of conventional cultivars, like tol-
erance to nematodes and diseases. For the next
growing season, Céleres Consultoria, in Minas
Gerais, anticipates further increases to trans-
genic areas, to almost 30 million hectares.
Taking into consideration genetically mod-
ified soybean, corn and cotton, the expecta-
tion is for a growth of 3.9% in planted areas in
the 2015/16 crop year: 44.2 million hectares, of
which two thirds correspond to soybean. An-
derson Galvão, director of Céleres, says that the
trend is for events with genes that combine tol-
erance to herbicides and resistance to insects
to grow even further. “There are GM technolo-
gies complementary to the existing ones, with a
broader insect control spectrum (defoliants/soil)
and tolerance to herbicides like 2,4-D, imidazo-
linones and the ‘fop’ group, Dicamba”, he says.
Galvão emphasizes that, currently, soybean
only relies on the RI/TH technology, of the six
that have been developed, as not all of them
are available in the market, although many of
them have been approved by the authorities in
charge. “Most technologies, which have genes
resistant to insects, come from the same basis,
proteins CRY, and some of them have shown
failures at field level, according to some farm-
ers”, he emphasizes.
Furthermore, most technologies that show
tolerance to herbicides are based on two active
ingredients, glyphosate (there are weeds resis-
tant to this chemical) and to glufosinate ammo-
nium. “The companies that own the technolo-
gies need to develop technologies that make it
possible to vary field management, but the soy-
bean farmers must use them in a conscious
manner, and also apply the correct management
practices, establishing refuge areas and borders
when sowing cultivars with genes resistant to in-
sects, do crop rotation and monitor the field,
among other actions that protect and prolong
the life cycle of these tools”, he insists.

New varieties underway

One of the novelties now finding its way into the market is the Cultivance production system, resulting from the commercial partner-
ship between Basf (with the imidazolinones herbicide group) and the Brazilian Agricultural Research Corporation (Embrapa). Four culti-
vars resistant to herbicides are now in the market, making it possible for the growers to do rotation with RR varieties where there are plants
resistant to glyphosate. At the same time, there is a 10 to 15-percent migration of the RR technology farmers to the RR2 Pro, which, besides
tolerating glypohosate, is also resistant to bollworms (Bt).
Innovations do not stop there. Researcher Ubirajara Vieira Moreira, of Embrapa Soybean, in Londrina (PR), anticipates some trends of
the Corporation’s Genetic Enhancement Program, the biggest in conventional varieties in Brazil. According to him, besides some other “In-
tacta” (RR2 Pro) varieties and conventional ones resistant to nematodes and diseases, more productive and adapted to cultivation regions,
the companies detain tolerance sources to bugs and water stress.
Launching time has not been scheduled yet, because the studies for adding the characteristics to the commercial transgenic and non-
transgenic varieties are still underway. At the moment, Embrapa is not considering the inclusion of the gene tolerant to bollworms (Bt) to
the Cultivance technology, although the corporation possesses material with this characteristic. “These are decisions that depend on the
market, on the commercial and technological strategies of every company. It might occur in the future, but at the moment it is not on the
agenda”, Moreira concludes.

108
 INVEST &
EXPORT
BRASIL
Guia de Comércio Exterior e Investimento
www.investexportbrasil.gov.br

Conheça o Guia de Comércio Exterior e Investimento – Invest & Export Brasil,

site do Governo Federal que reúne, em um único espaço, as informações de mais de dez
portais dedicados ao assunto.

Acesse, entre muitos outros itens:

os principais dados sobre comércio exterior e investimento, ferramentas de apoio a
empresários e oportunidades de negócios;
informações de sites nacionais e internacionais;
link de acesso ao Portal Siscomex, que integra os diversos sistemas operacionais de
exportação e importação;
tira-dúvidas on-line – Comex responde –, com o apoio de 23 órgãos que atuam na área.

Ministério da Ministério do
Agricultura, Pecuária Ministério das Desenvolvimento, Indústria
e Abastecimento Relações Exteriores e Comércio Exterior
Inor Ag. Assmann

À moda
convencional
Soja convencional segue ocupando espaços no
Brasil, e pode representar cerca de 10%, ou 3,5
milhões de hectares, na safra 2015/16

110
 No Brasil, cultivares transgênicas de soja
passaram a dominar a área plantada, mas as
convencionais mantiveram espaço de des-
taque, que poderá ser ampliado. A estima-
tiva é de que o plantio brasileiro da cultura
ocupe mais de 32 milhões de hectares na sa-
fra 2015/16. De acordo com Rodrigo Brogin,
pesquisador da Embrapa Soja, de Londrina
(PR), e coordenador do Programa Soja Livre,
desse total, cerca de 10% deverá ser destina-
do ao plantio de grãos convencionais.
"A área de soja convencional deve ficar
próximo de 3,5 milhões de hectares, com
produção de até 10 milhões de toneladas do
grão livre de transgênicos", estima Brogin.
O pesquisador ressalta que nem toda a soja
convencional produzida é segregada. Muitas
vezes, a produção é misturada à soja transgê-
nica e, nesse caso, todo o volume é conside-
rado modificado geneticamente. "Por isso,
muitas vezes, a produção de soja convencio-
nal é subestimada no País", conclui.
Na atualidade, o Mato Grosso é o Estado
que mais produz o grão convencional, além
de liderar na oferta total do Brasil. Na eta-
pa 2015/16, a previsão é de que a soja con-
vencional ocupe mais de 20% da área, ou
mais de 1,8 milhões de hectares, em territó-
rio mato-grossense. Os estados de Goiás, Mi-
nas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rondônia
também contribuem para aumentar o volu-
me do produto no mercado, representando
em torno de 25% da produção nacional.
Os principais mercados para o produto
não transgênico são Japão, Coreia do Sul e
Europa (em especial Alemanha e Holanda).
"A tendência é de estabilidade, mas os mer-
cados compradores estão mantendo, e até
aumentado, a procura pelo produto livre de
transgênicos", avalia o coordenador progra-
ma. Para ele, a demanda guiará este nicho de
mercado que é a soja convencional.
POTENCIAIS É muito difícil precisar o
rendimento médio das plantas convencio-
nais, devido à grande diversidade de am-
bientes de cultivo no País e também nas pro-
priedades, salienta o pesquisador Rodrigo
Brogin. "Preferimos considerar o potencial
produtivo das cultivares, e o seu posiciona-
mento para cultivo", afirma. Quando com-
paradas às demais tecnologias existentes no
mercado, diz que as cultivares convencio-
nais não perdem nada em relação ao poten-
cial produtivo. Testes comparando os dois
tipos apontaram que algumas até ultrapassa-
ram o rendimento das transgênicas.
Reforçando a importância do posiciona-
mento de cultivo, Brogin cita, por exemplo,
que há cultivares mais exigentes em fertili-
dade e, se semeadas em áreas de fertilida-
de média a baixa, os resultados não serão
tão satisfatórios como se tivessem sido plan-
tadas em áreas mais férteis, onde expressa-
riam ao máximo o potencial de produção.
Um exemplo é a cultivar da Embrapa BRS
284, que ganhou o Desafio Nacional de Má-
xima Produtividade do Comitê Estratégico
Soja Brasil (Cesb) para a Região Centro Oes-
te na safra 2014/15, produzindo 127 sacas
por hectare.
Ao optarem pela soja convencional, de
acordo com Brogin, os produtores consi-
deram a possibilidade de bonificação na co-
mercialização do produto e as características
genéticas, como a resistência aos nematoi-
des e tolerância ou até resistência às princi-
pais doenças foliares.

Controle de invasoras
A necessidade de controlar algumas espécies de plantas invasoras que adquiriram resistência ao glifosato também é avaliada. “Uma
das opções para contornar este problema é o uso de cultivares convencionais associado ao uso de outros herbicidas, com modo de
ação diferente do glifosato”, comenta Rodrigo Brogin. Estes produtos também podem ser usados na soja transgênica, mas, muitas ve-
zes, o custo mais elevado das sementes de algumas dessas cultivares não justifica seu uso, uam vez que somente a aplicação de glifosa-
to não resolverá o problema com as plantas invasoras.

111
 In the conventional way
In Brazil, transgenic soybean varieties have
Conventional begun to predominate in the planted area, but
soybean continues conventional varieties have kept their promi-
occupying land in nent position, now bound to expand. The area
devoted to soybean is estimated to reach up-
Brazil, and could wards of 32 million hectares in the 2015/16
account for about growing season. According to Rodrigo Brogin,
10%, or 3.5 million researcher with Embrapa Soybean Londrina
(PR), and the coordinator of the Free Soybean
hectares, in the Program, of this total, about 10% should be des-
2015/16 crop year tined for conventional soybean fields.
“The area devoted to conventional soy-
bean should remain close to 3.5 million hect-
ares, with a production of 10 million tons of
non-transgenic kernels”, Brogin estimates. The
researcher points out that not all convention-
al soybean is segregated. Frequently it is mixed
with transgenic soy and, in this case, the entire
volume is taken as genetically modified. “That is
why, frequently, the production of convention-
al soybean throughout the Country is underes-
timated”, he concludes.
Currently, Mato Grosso is the State that is
the leader in the production of convention-
al soybean, and equally supplies the biggest
amount of this type of kernel in Brazil. For the
2015/16 growing season, 20% of the area is sup-
posed to be devoted to conventional soy, mean-
ing upwards of 1.8 million hectares, in Mato
Grosso. The States of Goiás, Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul and Rondônia equally help
increase the amount of the product in the mar-
ket, representing about 25% of the entire na-
tional volume.
The main markets for non-transgenic grains
are Japan, South Korea and Europe (especial-
ly Germany and Holland). “The trend is for sta-
bility, but the buying markets are continuing
loyal to, or even expanding their purchases of
Weed control
The need to keep some weed species under control, mainly the ones that have developed resistance to glyphosate, is taken into consid-
eration. “One of the options to find a way around the problem is the use of conventional cultivars in association with other herbicides, with
active ingredients that differ from glyphosate, comments Rodrigo Brogin. These chemical products can also be applied on transgenic soy-
bean fields, but, frequently, the higher cost of the seed of some cultivars does not justify their use, as the application of glyphosate alone will
not solve the problem of the weeds.
112
non-transgenic soy”, says the coordinator of the
program. To him, demand will dictate the rule to
this market niche of conventional soybean.
POTENTIAL It is very difficult to give pre-
cise numbers for the average performance of
conventional soybean. This stems from the big
variety of cultivation environments across the
Country, and also across every individual farm,
says researcher Rodrigo Brogin. “We would
rather consider the productive potential of the
cultivars, and their position for cultivation”, he
says. If compared to the other technologies
now present in the market, he has it that con-
ventional cultivars do not lag behind any trans-
genic cultivar in terms of productive potential.
Tests conducted on both cultivars have suggest-
ed some conventional cultivars even outstrip
transgenic soy, in terms of productivity.
Strengthening the importance of position-
ing the cultivation, Brogin cites, for example,
that certain cultivars are more demanding in
terms of fertility and, sown in areas with medi-
um or low fertility content, the results will not
be as satisfactory as if they had been sown in
more fertile areas, where would they could ex-
press their entire production potential. A typical
example is the Embrapa BRS 284 cultivar, which
received the National Challenge of Maximum
Soybean Yield award, a distinction granted by
the Brazil Soybean Strategic Committee (Cesb)
for the Center-West, in the 2014/15 growing sea-
son, producing 127 sacks per hectare.
Having opted for conventional soybean, ac-
cording to Brogin, the farmers spot chances for
markups at sales, while taking into consider-
ation such genetic characteristics as resistance
to nematodes, tolerance and resistance to main
foliar diseases.
 Inor Ag. Assmann

113
 Painel
Panel
Robispierre Giuliani

Linha Flex, da gaúcha Agrimec, oferece soluções

práticas e inteligentes para a execução dos mais
diversos tipos de trabalho na propriedade rural
Para fortalecer as vantagens competiti-
vas que tornam o agronegócio um investi-
mento ainda mais atrativo e proporcionar
aos produtores maior praticidade, a Agri-
mec, indústria de implementos de Santa
Maria (RS), está ampliando sua gama de
implementos multifuncionais. Após o lan-
çamento da linha Flex de carretas grane-
leiras, a empresa apresenta a mais nova
geração da família. A linha Triflex foi de-
senvolvida com tecnologia própria e aper-
feiçoada em pleno trabalho de campo.
Segundo Odilo Pedro Marion, presi-
dente do Grupo Agrimec,“nosso foco está
em oferecer soluções práticas e inteligen-
tes para dentro das porteiras na execução
dos mais diversos tipos de trabalho, que
vão do manejo do solo ao pós-colheita”.
Graças aos dois canos de abastecimento,
as carretas graneleiras Triflex apresentam
um projeto construtivo arrojado, que pos-
sibilita operar simultaneamente com adu-
bo e sementes no plantio, agilizando o
trabalho das plantadeiras. Estas carretas
possuem divisória na proporção 30% para
sementes e 70% para adubo. Já na colhei-
ta, recebe os grãos acompanhando o tra-
balho das colheitadeiras. Nesta caso, basta
remover a divisória e o cano menor utiliza-
do para descarregar as sementes.
Eficientes e seguras, as carretas operam
em qualquer tipo de solo, proporcionando
maior produção diária da máquina. São ide-
ais para quase todas as culturas e tratores,
possuindo grande capacidade de operação
e de resposta. Para quem opta pela embrea-
gem eletromagnética com controle remoto,
é possível que apenas uma pessoa abaste-
ça a plantadeira, reduzindo custos com mão
de obra. Neste aspecto, os modelos da nova
geração destacam-se pela agilidade no servi-
ço, otimizando os recursos.
Como cada propriedade tem uma rea-
lidade de perfil de solo e de necessidades
diferenciadas, a nova geração de carretas
graneleiras traduz a filosofia da Agrimec
de identificar a necessidade de cada pro-
dutor. “Oferecemos produtos através de
uma detalhada leitura das possibilidades
e recursos dos nossos clientes. Acompa-
nhar o produtor nos auxilia a entender
suas necessidades e facilitar seu traba-
lho”, destaca o consultor de vendas Bru-
no Noetzold.

114
 A new generation
of grain trucks
In order to strengthen the competitive edg- ion, president of Grupo Agrimec, “our focus
Flex Line, by es that make agribusiness even more attrac- consists in offering practical and intelligent so-
Agrimec, a tive, whilst providing the farmers with more lutions inside the farm gates at the execution
company based in practical tools, Agrimec, an implement indus- of a diverse range of works, from soil manage-
Rio Grande do Sul, try based in Santa Maria (RS), is now expand- ment to postharvest”. Thanks to the two load-
ing its range of multifunctional implements. Af- ing pipes, the Triflex grain trucks are based on
offers practical and ter launching the Flex Line of grain trucks, the a bold construction project, making it possible
intelligent solutions company is now introducing the latest gener- to operate simultaneously with fertilizers and
for an array of works ation of the family. The Triflex line was devel- seed at planting, speeding up the work of the
conducted in a rural oped with the company’s own technology, and planting machines. These grain trucks are split
improved while operating in the field. in a proportion of 30% for seed and 70% for fer-
property. According to Odilo Pedro Mar- tilizer. At harvest, the truck receives the grains
jointly with the work of the harvesters. In
this case, the only thing to do is to re-
move the partition and the smaller pipe
used for unloading the seed.
Efficient and safe, the trucks operate
on any type of soil, expanding the dai-
ly output of the machine. They are ide-
al for almost every crop and any tractor,
with a big operating and response
capacity. For those who pre-
fer an electromagnetic clutch
with remote control, only
one person is needed to
supply the planter, re-
ducing labor costs. With-
in this context, the models
of the latest generation stand
out for their speedy service, thus
maximizing the resources.
Farms have their own soil profile
reality and different needs, the genera-
Divulgação

tion of grain trucks translates Agrimec’s

philosophy, which consists in iden-
tifying the needs of every farmer.
“We offer products through de-
tailed reading of the possibili-
ties and chances of our clients.
Keeping a close watch on the
farmers helps us understand
their needs and make their work
easier”, says sales consultant Bru-
no Noetzold.

115
Inor Ag. Assmann

Por mais rentabilidade

Selecionadoras ópticas da Bühler Sanmak
garantem sementes da mais alta qualidade,
proporcionando agregação de valor ao produto
Líder mundial em inovação e forneci- rante a seleção de sementes da mais alta
mento de soluções para a classificação glo- qualidade, garantindo forma, cor e tamanho
bal de alimentos e indústrias de processa- homogêneos. Os equipamentos são eficien-
mento não alimentares, a Bühler Sanmak tes para a remoção de grãos falhados, defei-
vai além da disponibilização de equipamen- tos visíveis, como sementes doentes, danifi-
tos de seleção ótica. A empresa ajuda seus cadas por insetos, deformadas, quebradas, e
clientes a atenderem às exigências de quali- qualquer outro tipo de semente indesejada.
dade do consumidor, resguardando a mar- Completam os diferenciais das máquinas o
ca e ampliando a receita ao agregar valor ao risco zero de contaminação cruzada das se-
produto. As selecionadoras ópticas da Büh- mentes e o manuseio cuidadoso, o que au-
ler separam uma variedade de sementes, da menta os níveis de germinação.
soja e do milho até hortaliças e sementes de Para aumentar os resultados, o sistema
pastagem. Materiais e corpos estranhos são de ejeção de alta precisão reduz as falsas
removidos com base na cor e no formato. ejeções, apresentando fluxo de rejeição
A tecnologia utilizada nas máquinas ga- altamente concentrado. Devido à perda
mínima de grãos bons na primeira passa-
gem, a maioria das aplicações não neces-
sita de uma nova separação, embora a op-
ção exista. O sistema de separação óptico
da Bühler pode melhorar o desempenho
dos limpadores mecânicos e das opera-
ções manuais, entregando melhores resul-
tados com custos gerais menores. A alta
eficiência, a estabilidade e a confiabilidade
do equipamento, aliadas ao recurso de co-
nexão remota, permitem que os técnicos
da fábrica respondam rapidamente, agili-
zando o suporte. Os equipamentos Bühler
reduzem custos de trabalho e maximizam
os rendimentos dos clientes.

116
 In pursuit of profitability
Global leader in innovation and solutions for
Bühler Sanmak global food sorting and non-food processing in-
optical sorters dustries, Bühler Sanmak goes beyond the sup-
guarantee seeds of ply of optical sorting equipment. The company
assists its clients in meeting the quality require-
the highest quality, ments of the consumers, protecting the brand
adding value to the and increasing revenue by adding value to the
product product. All Bühler optical sorters select a vari-
ety of seeds, including soybean, corn, vegetable
and pasture seeds. The removal of foreign mat-
ter is by color and shape patterns.
The technology of the machines guarantees
the selection of the highest quality seeds, en-
suring homogenous shape, color and size. The
equipment is efficient at the removal of flawed
kernels, kernels visibly affected by diseases, dam-
aged by insects, distorted and any type of unde-
sired seed. The differentials of the machines are
accomplished with the zero cross-contamina-
tion risks, along with careful handling, thus im-
proving their germination efficiency.
To improve the results even further, the high
precision ejection system reduces any false ejec-
tions, with a highly concentrated ejection flow.
Due to minimum good grain loss at the first
pass, most applications do not need a new sep-
aration, although there is an option for it. The
Bühler optical sorting system can improve the
performance of the mechanical cleaners and
manual operations, delivering better results at
lower costs. The high efficiency, stability and reli-
ability of the equipment, allied with the resource
of remote connection, makes it possible for the
factory technicians to respond quickly, speeding
up any support service. Bühler machines reduce
labor costs, and maximize clients’ profits.
Divulgação
117
 Fornalha inovadora
para secagem
Empresa gaúcha comercializa fornalha inovadora que
coleta e analisa em tempo real várias informações e
mantém temperatura de secagem inalterada
A empresa Super Máquinas, de Pelo-
tas (RS), apresenta ao Brasil novo conceito
de geração de calor para secagem e condi-
cionamento de grãos: a fornalha ciclônica
TEO IV. Patenteada e de fabricação exclu-
siva da empresa colombiana Super Brix, a
tecnologia foi desenvolvida ao longo de 35
anos de pesquisa, com o apoio do instituto
alemão GIZ (Deutsche Gesellschaft für In-
ternationale Zusammenarbeit). O trabalho
empenhado resultou em um sistema úni-
co, capaz de gerar calor de maneira limpa,
sem fumaça ou qualquer tipo de agressão
ao meio ambiente.
De acordo com o diretor da Super Má-
quinas, Matheus Pereira, a fornalha ciclôni-
ca TEO IV não pode ser considerada como
uma fornalha convencional, porque não
emite fumaça (algo realmente extraordiná-
rio). Além disso, o produto conta com con-
trole total por PLC (automação), que coleta
e analisa em tempo real diversas informa-
ções, como temperatura ambiente, umi-
dade relativa do ar e pressão atmosférica.
118
Também permite que o sistema efetue sua térmica. Devido ao movimento ciclônico
autocalibragem, garantindo sempre a mes- no interior da câmara, a combustão é com-
ma temperatura de secagem dos grãos, in- pleta, resultando em uma cinza de alta qua-
dependente das variações climáticas. lidade e muito apreciada por diversos ou-
A fornalha ciclônica TEO IV, contem- tros setores da indústria de transformação.
plada com o Prêmio de Responsabilida- Maiores informações podem ser obtidas no
de Ambiental em 2010, pode substituir os site www.supermaquinasbrasil.com.br.
modelos convencionais instalados em plan-
tas que já estão em operação, e também é
compatível com os melhores secado-
res existentes no mercado. “Por não
emitir fumaça, pode viabilizar pro-
jetos próximos a centros urbanos,
permitindo que seja instalada até
mesmo dentro de pavilhões e ou-
tros ambiente fechados”, destaca
Pereira.
A minuciosa escolha dos ma-
teriais e dos componentes con-
cede à TEO IV longa dura-
bilidade e ótima relação
custo-benefício quan-
do comparada a outras
fontes de energia
Divulgação

Innovative drying furnace
Super Máquinas, a company based in Pelo-
Company based tas (RS), supplies Brazil with a new concept
in Rio Grande of heat generation for drying and condition-
do Sul markets ing grains: the TEO IV cyclone furnace. Patent-
ed and exclusive to Colombian Company Super
innovative furnace Brix, the technology was developed over a pe-
that collects and riod of 35 years of research, with support from
analyzes in real time the German GIZ (Deutsche Gesellschaft für In-
ternationale Zusammenarbeit). The work de-
diverse information voted to it resulted into a unique system, ca-
and keeps drying pable of generating heat in a clean manner,
temperature without any smoke or any type of aggression to
the environment.
unaltered According to the director of Super Máquinas,
Matheus Pereira, the TEO IV cyclone furnace
cannot be considered a conventional furnace,
because it produces no smoke (something re-
ally extraordinary). In addition, the equipment
relies on total PLC control (automation), which
collects and analyzes diverse information in real
time, like room temperature, relative humidi-
ty and atmospheric pressure. It also allows the
Sílvio Ávila
system to perform self-calibration, guaranteeing
the same grain drying temperature all the time,
regardless of climate changes.
The TEO IV cyclone furnace, which was
awarded the Environmental Responsibility Re-
ward in 2010, can replace the conventional
models in plants already in operation, and it is
also compatible with the best dryers available in
the market. “As it does not produce any smoke,
it could make projects viable near urban centers,
and could even be installed in pavilions and oth-
er closed spaces”, says Pereira.
The accurate selection of materials and
components makes the TEO IV durable and
with and excellent cost-benefit relation if
compared to other sources of thermal ener-
gy. Due to the cyclonic movement inside the
chamber, combustion is complete, resulting
into high quality ash, greatly demanded by
several sectors of the transformation indus-
try. For more information, please access site
www.supermaquinasbrasil.com.br.
119
Robispierre Giuliani

Agenda
Abertura Nacional do Plantio de Soja – Safra 2015/16
Data: 6 de outubro de 2015
Local: Fazenda Frigovale I (TO-050, Km 35), Porto Nacional (TO)
Agenda Informações: www.aprosojabrasil.com.br e fone (61) 3551 1640

34º Jantar da Anec – 50 Anos

Data: 26 de novembro de 2015
Local: Espaço Villa Lobos – Av. Gonçalo Madeira, 209 – Jaguaré (SP)
Informações: www.anec.com.br e fone (11) 3039 5599

Showtec 2016
Data: 20 a 22 de janeiro de 2016
Local: Maracaju (MS)
Informações: www.portalshowtec.com.br e fone (67) 3454 2631

Show Rural Coopavel 2016

Data: 1º a 5 de fevereiro de 2016
Local: Cascavel (PR)
Informações: www.showrural.com.br e fone (45) 3225 6885

Expodireto Cotrijal 2016

Data: 7 a 11 de março de 2016
Local: Não-Me-Toque (RS)
Informações: www.expodireto.cotrijal.com.br e fone (54) 3332 3636

Tecnoshow Comigo 2016

Data: 11 a 15 de abril de 2016
Local: Rio Verde (GO)
Informações: www.tecnoshowcomigo.com.br e fone (64) 3611 1525

21ª Feira Nacional da Soja – Fenasoja 50 Anos

Data: 29 de abril a 18 de maio de 2016
Local: Parque de Exposições Alfredo L. Carlson – Santa Rosa (RS)
Informações: www.fenasoja.com.br e fone (55) 3512 6866

120
Orkestra™SC
Orkestra SC
™
O fungicida ideal contra
a ferrugem-asiática e o complexo
O fungicida
de importantesideal contra
doenças a
da soja.
ferrugem-asiática e o complexo
de importantes doenças da soja.

Com mais de 100 milhões de hectares, Fox não

dá chance para as principais doenças entrarem na
lavoura, como a ferrugem, a antracnose, o oídio e a
mancha-alvo. É por essas e outras que somos o
fungicida que mais cresce em uso no Brasil:
é a proteção que barra as doenças e libera seu
potencial produtivo. 0800 0192 500
facebook.com/BASF.AgroBrasil

Fox - De primeira, semwww.agro.basf.com.br

dúvida.

Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de

produtos. Incluir outros métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas
(MIP) quando disponíveis e apropriados. Uso exclusivamente agrícola. Registro MAPA nº 08813.
0800 0192 500
facebook.com/BASF.AgroBrasil
www.agro.basf.com.br

O controle eficiente de importantes

doenças da soja aliado aos benefícios www.deprimeirasemduvida.com.br
Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir
outros métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e
0800 011 5560
AgCelence ®
oferecem
apropriados. Uso exclusivamente agrícola.mais
Registro produtividade
MAPA nº 08813.
e maior rentabilidade à lavoura.

Orkestra™SC é um produto fungicida do Portfólio Soja da BASF.

O controle eficiente de importantes