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Parte Geral —Doutrina AProposta de Cidadania Liberal Multicultural de Will Kymlicka LARISSA TENFEN SILVA Professaran Cuse de Dito EDR/DP Mest am Dist. CLAUDIO LADEIRA DE OLIVEIRA Professor na Curso de eto da Un (OF), Doutr em Dre, Submissio: 02.12.2014 Docs Etoial: 29.08,2015 ‘Comuricag ae aver: 2,04,2015 RESUMO: O artigo tove por objetivo verficar quis so os fundamentos do conceitadecidadania mub ticutual desenvobido por Will Kymlckae de que forma tal conceta se coaduncu com os preceitos ‘de uma teoraIberal e das necessidades de um contexto multicultural. Para tanto, fram analisados ‘0s pressupastos de compreenséo do significado da tenia iberal e do contexto multicultural para 0 autor, Em seguita,verficou-se o significado de dversidade cutural e dos dietosdiferenciados, Por ‘im, partu-se para descrigdo e anise do conceta de ciadania liberal muticutral al como exposto pelo autor canadenso. 0 artigo foi slaborado mediante pesquisa tesricaalicercada om fontes secun das, em especial, 2s principas obras do autor sobre o tema. Com a pesquisa, fcau perceptivel «2 claboragdo de um conceto de cidadaniadiferenciada au muticutural afrmada a partir dos pres- supastos de um teria eral e muticultua, dentro dos limites de um Estado nacional inchindo uma protegéo as minorias navioais e énicas, por meio de sua inserdo e integragdo na cultura ajaitia mediante a cessio de direitos diflerenciadas que permitem a acomodagéo e protecao de suas pertenga. PALAVAAS-CHAVE: Cidadania multicultural, dretos dierenciados, minrias; Wil Kymiika ABSTRACT. The aim of this article isto veiy the basic principles of the concept of multicultural citizenship developed by Will Kymlicka, and analyze in which way such concept has appropriated ‘the fundamentals ofthe liberal theory and the needs of a mulicutual context For that purposed ‘we have analyred the fundamentals of bath the iberal theory and the multicutural context according ta the author. Next we have verfied the meaning ofthe cutual dversty and differentiated nghts Fall, we have described and analyzed the concept of multcutual liberal ctizenship proposed by the Canadian author. The present article was elaborated through theoretical research based on secondary sources, especialy the author’s main publications on the subject. The results evidenced ‘the elaboration of @ concept of diferentited citizenship, or muticuluelcitzenshp, based on the premises ofa liberal and muficutural theory, within the limits ofa national state, including the pro: tection of national and ethnical minorities, throughout ts insertion and integration inthe culture of ‘the majotty by means ofdferentited rights, which allow for the accommodation and protection of its cultural needs. KEYWORDS: Mutticutural citizenship; differentiated rights; minorities; Wil Kyika 01 oto ee, aoe, 6.25, 1612 mje 5 i) — PU Main ans — PT GERALDO SUMARIO: Introdugdo; 1 Pressupostos teéricos; 2 Diversidade cultural e natureza das reivindi capes minortéis; 3 Cidadania difeenciada e a classticacdo dos direitos de grupo; Concluséo, Releréncas IntRooUgKO O presente artigo tem por objetivo delinear a teoria liberal dos direi- tos de minoria desenvolvida por Will Kymlicka, tendo por fundamento a nocao de cidadania diferenciada ou multicultural. Essa iiltima é consubs- tanciada na coexisténcia de direitos liberais com direitos de grupos (direitos especiais de representagao, direitos poliétnicos e direitos de autogoverno) para serem exercidos dentro dos dominios dos Estados pluriculturais, com intuito de combater as injusticas sofridas pelas minorias, protegendo assim a diversidade cultural e a pertenga comunitéria. Nesse caminho, a insercao cultural leva o autor a conciliar 0 mode- lo liberal de justica com a defesa do multiculturalismo, que reconhece a existéncia de direitos e liberdades coletivas as minorias étnicas ¢ nacionais, defendendo a compatibilidade entre o liberalismo e 0 multiculturalismo, algo assim como um multiculturalismo liberalt | PRESSUPOSTOS TEORICOS ‘Antes de desenvolver 0 conceito de cidadania multicultural, Kymlicka parte na especificagao dos fundamentos essenciais que justifiquem sua teoria O primeiro deles ¢ justamente a escolha pela opgao liberal para tra- tar dos problemas multiculturais. Kymlicka parte na defesa do liberalismo contra seus principais criticos, quais sejam, 0s comunitérios, socialistas e feministas, que afirmam que o liberalismo deve ser rejeitado por seu exces- sivo individualismo ou atomismo, uma vez que ignora as manifestacdes de ser 0 individuo um ser encravado ou situado em regras sociais e relagdes ‘comunais, caminhando assim para uma teoria liberal de carster ahistrica e desprendida da realidade social Entretanto, Kymlicka nega tais acusagées, alegando que, para os libe- rais modernos, a cultura ¢ contexto social sdo valores importantes, o que 1 Ce CAMARA, gn s Navara, 2 43.187, 2 Intraién 0 mututuratsma, Parsna y Derecho, Navara: Univers Pon ee. We 6.208.112, so 8 1 5 — in 05 — RATE GERAL— O00, — oe 121 de fato ndo ocorreu com 0s liberais da tradigao classica’. Para ele, as carac- teristicas humanas sio sim formadas no contexto social, e isto é relevante para a defesa individual das escolhas e liberdades civis. Esse fato fica melhor demonstrado a partir da nogio de vida boa, ‘enquanto segundo elemento importante na sua teoria. Para as contempor& reas correntes liberais, as sociedades nao so mais compostas por indivi- duos egoistas, unicamente preocupados com o bem préprio, mas por ho- mens cujos objetivos so também encontrar a vida boa‘. Esta nogao implica nna necessidade de realizar duas pré-condigdes: a primeira, de 0 individuo ‘conduzir sua vida conforme seus valores internos, de acordo com suas cren- {¢as, mediante as quais estabelece referéncias valorativas para sua vida, e a segunda condicao é de ser o homem livre para revisar essas crencas e valo- res, examinando-as sob a luz de informacdes, exemplos e argumentos reti- rados da cultura e do convivio social, sendo necessério, para isso, 0 acesso {i educacao e as liberdades individuais para estarem aptos a realizarem boas escolhas. Assim, é importante ter assegurado as condicdes culturais para que 105 individuos tenham acesso a diferentes visdes sobre vida boa e adquiram habilidades para revisar suas vis6es a partir das liberdades individuais ¢ condigdes de sociabilidade*. Desta forma, a liberdade figura como um com- ponente no aprendizado sobre o bem, diante de concepcdes errdneas que 105 individuos possam ter*. Com isso, 0 autor nao aceita que o modelo de vida boa seja imposto aos individuos pela comunidade. Nesse sentido, fica claro que o papel da cultura e sua defesa, enquan- to terceiro elemento da teoria liberal, ocorre primeiramente pela importin- cia dos contextos culturais na formagao das identidades e no sentido de pertenga dos individuos, mas também, ¢ principalmente, porque é a cultura 2 team, p. 10. 0 aur eretza que esta cfesa basads a vloiagto da culture [see fa plo eras tradicones, com Mil, rte paisa arerar a Segunda Gusra Mondial cup fasta maior era 3 ipa dss Rags, Etesano, ap esse pelos, 86 semardas mitatas se abscueceram para of ‘Beals contemgornecs que vtaram sua aergo pare os eres humaros aus ceram Base aes eos inaviduals. € corso desta lina de cesprzs aos detes de minota « pevalérca aos dts niuals ‘ise sre, enve a beada oe 1950-1960 nos Estate Undo, a tnctnla a inlogs do calor ling aria a searegagie vaca en, p. 210-214), Desa fora, camo bem eae Rosso paradipna 23 Tberagae passau 2 assenarna tao dScominerdo es cadtos, naepardertemene de suas afncades Gericas ou Sires. € est praia que Kyla, ueciaco cela xparitnea do acual Caracs,quet Sear" (ROSAS, dno Cardo, Cidacana liberal eoconesmeno earl, ReitaPortussa de Peso, ‘Braga, v.59, 1, p. 180, an Jm 2003). 4 DELGADO, José Manuel Avene de Pina. A toa dos cetes cuturs de minoas de Kyla: ura propos aera se fats to estado demoerioe de Sato In: SANTOS, Rogir Olt So (rt) Dieta patties. Paro Alege: Sess, 2008p. 1, 5 KYMLICKA, Wil Op, 1989p. 12-13. 8 Wem, p18, 01 oto ee, aoe, 6.25, 1612 mje 5 VDD enn — PU Main ans — PT GERALDO {que vai propiciar aos individuos 0s contextos para exercerem suas liberda- des de escolha de concepgdes de bem e projetos de vida presentes nas so- ciedades que pertencem. A cultura tem seu real valor enquanto base para 0 exercicio da autonomia privada, nao sendo por isso valorosa por si mesma. Annogdo de cultura societal passa a ser entendida como uma cultura formada tanto por valores ¢ memérias compartithadas, a partir de historias ¢ linguas especiticas, como por instituigées e praticas comuns, nas quais, se encontram os significados das vidas individuais e comunitarias dentro de um territério”. Isto faz com que uma cultura continue existindo, mesmo quando seus membros sao livres para modificar 0 cardter desta, fornecendo opcdes validas para escolhas e seus significados, caracterizando-se como uma precondi¢ao de fazer julgamentos inteligentes sobre como conduzir a vida" essa forma, como explica Rosas, a pertenca comunitéria passa a ser lida como um bem social primario que nao é visto somente como um. complemento necessario ao sistema de liberdades juntamente com as opor- tunidades, riqueza ¢ rendimentos para o respeito do cidadao: © reconhecimento da pertenga nao pode ser apenas uma consegiéncia das condigées que aseguram 0 respeito proprio na sociedade bem ordenada. Tal reconhecimento nao deve vir depois, mas antes da definiczo da justiga e do status da cidadania, isto que significa considerara pertenga cultural como tim bem social primério [.]. A introdugdo da pertenga cultural de cada um como um bem social primario deve levar-nos a altear a identidade formal dos individuos para garantir uma distrbuigao equitativa desse bem.” Nessa defesa liberal das minorias, é bom frisar que, para o autor, a ideia de que as pessoas sdo entrelagadas com suas culturas nacionais pode soar a conotagdes comunitaristas, mas, no entanto, sua teoria apresenta um, cunho estritamente liberal, j& que sua defesa a cultura nao privilegia a tra- dicdo comunitaria, mas sim as escolhas individuais para os membros dessas culturas nacionais que necessitam de liberdade para questionar, revisar & rejeitar as tradicionais maneiras de viver, nao permitindo tal teoria infracao as liberdades dos membros dos grupos”. 7 CK KYMUCKR, Wi, Cucadana Heal = Une sera eral cele dress Castle Aloe, Batealon. Pid, 1996. p. 360112 8 YMLICKA Wl tera, community and eure, p. 165-167. ROSAS, Jobe Carcoo, 09 hp. 179 10 KYMLICKA, Wil. eran ane minorty gs. An intervaw.Ratl ls, v.12, 2, 6. 138, 1999. les moi, as, Carne Pon ee. We 6.208.112, so 8 ~ 123 1 5 — in 05 — RATE GERAL— O00, — Diante dessas afirmagées € que o liberalismo vai requerer direitos de minorias para proteger justamente as culturas, em especial, as minoritarias vulneraveis, com objetivo de assegurar igual acesso a seus individuos a um seguro contexto de escolha. E esta garantia é baseada na existéncia de cir- cunstancias desiguais pelas quais passam estas comunidades, as quais nao tem responsabilidades pelas desvantagens sofridas, nao devendo, por isso, arcar com os custos diante das presses e medidas injustas colocadas pela cultura majoritaria" Um iltimo elemento necessario a teoria de Kymlicka diz respeito a0 principio da neutralidade, no qual o Estado deve assegurar a existéncia de uma adequada diversidade de opgdes culturais aos individuos, mediante reconhecimento, protego e promocao das particularidades culturais"*. Ou seja, na visio liberal, 0 Estado pode promover o bem comum, desde que suas metas politicas respeitem e promovam os interesses dos membros da comunidade. Tais metas sao tidas como expressdes do processo de combi- nagao de preferéncias individuais que atribuem igual peso as preferéncias individuais, no sentido de estas nao serem valoradas por um padrao pabli- co. Isto seria diferente da visio comunitéria na qual o bem comum define 0 jeito de viver da comunidade, havendo um modo piblico de dar peso as preferéncias individuais. Para estes, o modo de vida da comunidade forma a base para um ranking de concepgses de bem e 0 peso dado a cada pre- feréncia individual depende do quanto ela contribui ou se ajusta ao bem ‘coum, Dessa maneira: A diferenca entre as versées liberal e comunitarista de bem comum residitia, enldo, no falo de que o bem comum liberal esti centrado na busca de ga- rantias das capacidades individuais de livre escolha das concepcoes do bem, exigindo constrangimentos, restrigées e limitagdes aos fins compartilhados, enquanto que 0 bem comum buscado pelo comunitarista é justamente a promogio destes fins compartilhados, os quais podem constranger € limitar as liberdades individuais de escolher ¢ buscar seus préprios estilos de vida."* 12 Aprtego de una esutuasic-cftural nz incompatvel com a defesa da neutalidadee2 come «sto esha dtesa bel dos Hoerdades cvs, a5 quls posta o surge co valor as eres aneepgiese peterros de vis. fo & aus a vloragbo # 0 rosnheermeno des paeulrcades future's dover acre piovtaramens oa co fs no merado sé cata Ct COSTA, nus, Recennecar i deren. mutans ea ages acs re Bas Ie tal, Cigasain» malice. 9 wari sara no Bras conersorne, Tonandpal/L bos: Cora ds Us/Socus, 2000.9. 890. Pt ee, Woe, 6.28, 1610, mje 8 124 — PU Main ans — PT GERALDO ‘7 DIVERSIDADE CULTURAL E NATUREZA DAS REIVINDICACOES MINORITARIAS Para Kymlicka, & necessério que o Estado trate de assegurar e defen- der a diversidade cultural com 0 estabelecimento de direitos diferenciados 408 grupos culturais minoritarios. Nesse sentido, sua teoria defende dois modelos amplos de diversidade cultural, quais sejam: as minorias nacionais «© minorias éinicas existentes dentro dos Estados pluriculturais™ ‘As minorias nacionais surgem da incorporagao de si a culturas ma- joritarias quando inicialmente desfrutavam autogoverno e estavam territo- rialmente concentradas em um Estado maior. Tais minorias seguem com 0 desejo de continuar sociedades distintas a respeito da cultura majoritéria, exigindo formas de autonomia ou de autogoverno. Nos grupos étnicos ou minorias étnicas, a diversidade surge proveniente da imigracao individual cefou familiar. Esses grupos desejam se integrar a sociedade majoritaria, ob- tendo maior reconhecimento de sua identidade étnica, com objetivo de modificar as instituigdes e leis destas sociedades para que elas sejam mais permeaveis as suas diferengas culturai E interessante notar que a imigracdo e a incorporagao das minorias nacionais sdo as duas fontes mais comuns de diversidade cultural nos Esta- dos Modernos, sendo que tais categorias, por serem amplas, so aplicadas como critério distintivo em varios paises nos quais situam os demais grupos culturais entre um ou outro campo. Porém, nem todos os grupos se adaptam, a esta classificagdo, como 0 caso dos affomamericanos"*, dos refugiados- 15 KYMLICKA, WK Invacusel6. I a paltice semdeule. Nacioralsme, ralteutuatsma y Cludadaia rad. Toms Ferancee ATE Beatie Epub. Wrclona: Paes, 2003, p. 226. Kyla pass a exlzar que os ca mosaldavs de minrias pasa pr dot rages de eamporagso Mais bora ara tart a dstngso ee Estados mullet e Estados pallies, cue ara 8 Nga fe Estadespureuturas Assi, um Etacomutnaconaléagle que conte mals uma nag, ra sual fs cukuras menoesconomam com eura da mara, A Ieorporeao des ceener agees ef 7 #3 Exado ode sar tart ilo, com no ease de nrasbexw cng de une amniade cola por far, come voli, tal come sete cuanes eu deserea2ptam go formar ume Teserao 954 beneio mito (dem, p. 26). Um estado € Police quand sia dverscade cufural€ provi da tigre ndincul Yarn, partino esas a mantralgumas de suas portculaacesstncan Estes {runes oarteipan da nstigen pibess da cura comsante «se eorestam ras Ingiss dominate, Store caracteca ass minolta os gros, parsing qu eles manannam sus pass erases Cultura, resanecrdo ina os aretos ce acorocaaa. (RYMLICKA, WI Es neces una ora Tbe = los derechos do ls mio ~ Resouesta a Cares, Young, Faeahy Fors In: La poica vrnécula. Nacionalamo, mudlaatans y suchdana. Tad. Tass Fender Ary Beatie Epi. Delors Paos, 20030 . 780), 16 KYMLICKA, Wil. Citatania Heal Una tere Hora es derechos de as minora, 9. 43-4. les no "so nem igaies veut, pos Tora para meade manera ivohintra(seos), «pr etorem Inpeses dese gr’ as Instigdes 40 cura majnténa. lem iso, Laem neo pessuem as ata na Arica cu ua Ingua histéca comurn Tals malves no permitam que se rigs ra faltura corrarte, rem gue rantvessem sua Iris eu cutie comur ge orgor au que crasson neas feras de assacagies suis cua 0 rt eg. 968,205.11 mii 25 1 5 — in 05 — RATE GERAL— O00, — oe 125 -imigrantes-voluntarios” ou minorias que envolvem estilos de vida grupal, tais como os movimentos sociais, as associacdes voluntarias e mesmo os novos movimentos sociais". Para Kymlicka, apesar destes grupos nao se encaixarem na divisio entre minorias nacionais e étnicas ¢ de apresentar diferencas entre si, de vem ser abarcados por sua teoria de maneira indireta, j& que existe uma ideia comum a todos eles, que é a caréncia do acesso & cultura que acarreta injusticas”. No caminho de uma defesa liberal dos direitos diferenciados para as minorias designadas anteriormente, o autor afirma categoricamente que tais direitos seriam consistentes com os princ{pios liberais de liberdade, igualda- de e autonomia, e ainda que eles nao se descreveriam como direitos cole- tivos, entendidos da forma tradicional como em oposicao aos direitos indi- viduais, ou seja, envolvendo a dicotomia entre individualistas ¢ coletivistas sobre a prioridade relativa do individuo ou a comunidade”. A concepcao liberal, “parte da ideia de que a origem dos direitos nao cesta na comunidade, mas sim no individuo; ¢ af se encontra o fundamento dos direitos coletivos no direito de todo individuo a manter e expressar sua 17 Estes alroiavar rear sua cutura de fora astévoma da gorrarts, ou ainéa as mina cue com 6 trancirso co tempo se spear ou perder seu pete capaci de st outogbierba, 18 Porm, st orore no preue ng aca ques questes que stables estes pos no sia impos, mas argu so fom po supesto cue a acorcarao cas erangas case acloralaces 6 somes UM ‘Spat do ua lta mis amp que deve sar combaide dono o Estadosragso. A margalagie deste (Puoosufvapass ae forerasdeas © raconas,acerda nas cufras martes e ra ftaco-nagt, ssn como tam der das minors nacenas epupes énicos Desta mara, os ets as minonas Eats cevem ser somptiis cor at jos reursaySes dos gros sora que se eneonem em Stung de dencriagem 19 No tearte as minoras ibe, oauorexclica que comoromisso Ibe de respon & deride nacional ‘eden utente dessa persion desansoh met da auonein tial, No ttre sem ‘tals ibe, oobjeie na dover so sate estas age io bea mediate asso, mas sm tated ibeatzis, anda quando no sea pessvel em ads os casos. st para quetasmineraspssem Ceonerterst "a tipe desc acade ce cicadas Ines guals que elses se popselopar. Noosa STimeverénia de teens nesses grupo bers, o ato expen que slo pos pss Sade Se casos te tercenis legimas de eteees, aan cso 6s mares raconas come em ples esranga, Sende que am slses mutinasorals as vlateserve as nages majtaras e miottas devetam $e rege sabe nagsiago paca, mediaria loo com base am pntp os fundarerais ov reat outs ses, camo a modu vind No eas de sero! minsranseris 0 mara amon br dem Sprender a conver: Mas os liberal acevo e a responsabiisde de manfestr Sia gescrtoemdede, orn tal seg, tertane promt formas e seis vleres or moe vaztas ou sterpbs, camo aus fee too estargutos so 6 erate do usar cooao, pus incentive Hoealzagao da cutur icra Ineusve com 9 deionahimeto de mersnira etna pata potas dos deter hus, cams temple da cago de trounas itemacionai reve. orm, aur eporta ume sce, tnta 72 {cant inervengo federal cuantc a oases estang'os, ro caso ce naver vole laparie es stensica fos crotosmuranes, tas coro esravito, goad, fora o as expuses massias. RYMVLICKA, ‘Chedaceni ibral= Una teat bea es deren de smi, p36, 227-733, RMALICKA, Es nacesla un eas Ubea de bs oarenoe dete nares ~ Raxpueta 2 Carne, Young, Pte y FO Ir. a pallies veseul, Nasioralso, mutcukwalsme y uzaean,p. 82). 20. bein pr B7-5Be TI. 01 oto ee, aoe, 6.25, 1612 mje 5 i) — PU Main ans — PT GERALDO identidade cultural, lingifstica e religiosa”™, Por isso, entende que o funda- mento dos direitos coletivos se encontra no individuo e ndo na comunidade que, por tal motivo, alguns direitos de grupos no sao anti-individuais, Todavia, importante na caracterizagao dos direitos diferenciados é que eles se baseiam na ideia de que a justiga entre os grupos exige que ‘0s membros de grupos diferenciados se concedam dircitos diferentes, tais como direito ao territ6rio, lingua e representacao, entre outros”. Nesse caminho, 0 autor parte em distinguir os direitos coletivos entre dois tipos de reivindicag6es que um grupo étnico ou nacional podem fazer: as restrigdes internas e as protegdes externas. As restrigdes internas dizem respeito a reivindicagdes de um grupo contra seus préprios membros, tendo por objetivo proteger 0 grupo do impacto desestabilizador do dissenso in- des dizem respeito a relagdes intragrupais na qual o grupo €inico ou nacional pode pretender usar 0 poder do Estado para restringir as liberdades civis e politicas basicas de seus proprios membros em nome da solidariedade de grupos. J4 as protegdes externas tratam das reivindicagées dos grupos contra a sociedade na qual esté inserida, tendo por objetivo protegé-los do impacto das decis6es externas. Tais protecdes implicam em relagdes intergrupais, isto 6, “o grupo étnico ou nacional pode tratar de proteger sua exisléncia € sua identidade especifica limitando o impacto das decisoes da sociedade que esta inserida”®. Para 0 autor, uma teoria liberal dos direitos das minorias poderia ser defendida somente na defesa das protecdes externas, ja que estas promo- vem a equidade entre os grupos, rejeitando assim as restrigdes internas que limitam os direitos dos membros dos grupos de questionar e rever as au- toridades e praticas tradicionais. Todavia, 6 mister esclarecer que as res- Irigdes internas poderdo ser aceitas diante das especilicidades de um caso concreto®. 21“) parte de que el ongen dels derechos no esté en fa muni sino en ena, de ahi que neuen el fndarmnta ae los derechos colectve eno derecho de odo nadun 9 Martens ySxresot ‘Sidendac cuts, gilstiayreligs.” TALAVERA, Pero, Necioval,cettadyalarcuraiad Parsoray Dereca, amplenaspanhs #9, . 445-06, 2003. . £87) 22 om, p.72-76 23. “Ll eum dni nacional puede Vata de poteger su exitenci ys deni especie Vito impacto as decistnes dele Seciedad ene gue ess engiedaae"{KYMLICKA, Wl Cudadanaoeal Gra tora Ibeal de os ceeches ce as err, p. 3) 24 Wem,» 60, 25. E cose cestacar qu arto os cirtospoiricos,derepresartat e ce autogciro, soem Iitagbes dos prinepos tbe, principale do pines ca flea, que se crateza plo camoromisso com a Sonam indus, na qual os icus dever tet Hberdade para vl evar seus ins tua. Pot Pt eg, or, 98,208.16, ii 205 1 5 — in 05 — RATE GERAL— O00, — oe 12] ‘3 CIDADANIA DIFERENCIADA E A CLASSIFICACAO DOS DIREITOS DE GRUPO ‘A proposta de Kymilicka em repensar a cidadania parte em coadunar na defesa das minorias os direitos individuais (direitos fundamentais ¢ ou humanos) com os direitos diferenciados, uma vez que somente a utilizagao dos direitos humanos nao seria suficiente para protecao das minorias, pois seus principios so incapazes de dar conta da realidade e dos conflitos da diversidade cultural, tanto no interior de uma sociedade, bem como entre sociedades. Os direitos humanos, assim definidos como “a constelagao de direi- tos politicos e civis individuais que esto formulados nas constituigoes de- mocraticas ocidentais [..."*, apesar de possuir um forte carster individual, permite varias atividades grupais, servindo principalmente para protecao da vida desses grupos. Entretanto, nao sao suficientes para a eficaz prote- ‘¢4o, vindo a contribuir para, muitas vezes, piorar a siluac3o grupal, pois a maioria, diante de uma sociedade, acaba invocando os principios dos direitos humanos para exigir “acesso ao terrt6rio da minoria, para solapar 08 principais mecanismos tradicionais politicos de consulta e acomodo e para rechagar as politicas lingufsticas que tratam de proteger a viabilidade territorial das comunidades minoritirias’”. No tocante & utilizagao dos direitos humanos para a defesa das mi- norias no Ambito internacional, também se encontra um déficit nos me- canismos para 0 cumprimento destes direitos®. Por isso a importancia da ‘comunidade internacional em funcionar como um arbitro, como tribunais, muttilaterais internacionais, para defesa dos direitos humanos e dos direitos iso, a tkrncaesablece c's tgs ce Utes acs datos cferencaces:oprimsieestablee que ura oncepao fbwal ce dretos ge minoras no jsifica, oreo om cfeunstncies etoras, 25 resides Intenas,¢ em segundo, ene qe se Sondre mer cam contaio de preter enemas, no pase ‘Stor denises que prmtam que ur pupo opine ou expire o ala as medias Somete So acts foro legimas cuancaforertem a alice ante os uses. fm resus. ua patspocte Ibert og Teerade cart de grupo ier eigualdade ort os grupos mirortres a majetares. eso set, urs concepo Iie de det des rintaras no poe ae suas ods 6 reine, ue ni sti am defends as restigGes ena pata slga e fevS20 cos ves. em, p. 211-218) 26 Kam, p. 108 27 “Ln maya inva fos princi des derechos humans pad ex seco al tritri de fe minal ara aesguaza os badeonaes mecanismos polices de consulta y sco y pata rehara las olicas linguitae qe tratando protgera valentin de ln comunadeeinstaran”(AYMLICKA, Wl Derechos humanos unite enscura In agai wemdeul. Nace n, muReulals Yudaderla as Tras FegnaesAizy BEAT Taube. Batedlona: Pade, 2003p. 116) 28. Vites si os matios:difculeade ro modo de cotfeago ces cess 6 minefa no sara itracional, hj ula eusténea de vines pes de mais com erates derndas, dletando encore Um ‘lerominador or para tess cas, prea nave’ um orensme ings pts ulgare ear cuts Siretoene plane comaste, sale eata mutes vse seats supers dos aes smo lta ete 3 aa revso federal js que gamete estas opam pola maa edo pelo dreto das ire. (ce, peinvi25) 01 oto ee, aoe, 6.25, 1612 mje 5 128 — PU Main ans — PT GERALDO das minorias, bem como de incentivar que os grupos minoritérios possam criar ou manter seus préprios procedimentos para protecdo dos direitos hu- manos dentro de suas comunidades. E entdo desta conciliagao que surge a cidadania diferenciada. Esta passa a ser caracterizada, principalmente, pelos direitos diferenciados em funcao do grupo que se compéem das protegdes externas que incluem os direitos de autogoverno, 0s direitos poliéinicos e os direitos especiais de re- presentacao. Tais direitos tém a fungao de ajudar na protecao das minorias contra 0 poder econdmico efou politico da sociedade que esto inseridas. Os direitos de autogoverno dizem respeito & necessaria autonomia politica ou juridica territorial dos grupos pata governar a si mesmos, as- segurando o pleno ¢ livre desenvolvimento de suas culturas e interesses, de sua gente. A concessio de tais direitos teria como objetivo impedir a secess4o que seria um ato extremo. O federalismo se constituiria no modo de reconhecer as reivindicacdes de aulogoverno ¢ acomodar as minorias, nacionais”. Este modelo, como explicita 0 autor, consiste na reparticao de poderes entre o governo central ¢ as subunidades regionais", nas quais am- bos possuem centros de poderes soberanos em certas reas onde nao pode haver iniromissao de competéncia”, Tais direitos se aplicam as minorias nacionais presentes nos Estados ‘Multinacionais, caracterizando-se como um tipo de direito de carster per- manente, ja que nao tem por objetivo eliminar opress6es sofridas pelos gru- pos minoritarios. No que tange aos direitos poliéinicos, estes sao medidas especificas ‘em fungdo do grupo de pertenga que “tem por objetivo ajudar os grupos €inicos e as minorias religiosas a expressarem sua particularidade e seu or- gulho cultural sem que isto seja obstaculo no éxito de suas demandas frente 29 Adlesa que as ros cevem sev aes arsles das minonas nacional usfca no ft ce que ets, Gerertamerte dos argrartes Yoram gupos cu frmatam sodedacesopeatias em ses rts fre artes co serem ienparados por Extacos maces. Asam, tas lupo ti lado para rater $5 Insttugses. Pr iso xi sites Ings t autanamia regional pars sustentar sua Insti (GVLiocR, Wi, Es scesarla una tera eral le derechos des mina Respussta Caen, Young, Party Fos. Irs 03-2, p80) 130. KYMLICKA, Wil ladon bara Ura tala etl de os derechos os min, p 7. 31 KMMLICKA, Wil. Nasinasme minottaroy federalism mutinacenal. rs La polica vemscua, Nacional, molcutvratana y cicada, Tas, Tras Fences iz"y Bibs Epa. Baclora Paes, 2003, 134, 0 local ro Gal se encorram ae mt podem aga os mies desss nas Subunidases federal de manera que as minonas aclnasfmem uma maior reste eas. Desa forma, © feceaisme pore ferecer ur ampl vero a uma minora racnal, gratings sa capacidde de tomar Sess om doarminaas ofr srs soe recta 2a socacadeglaal{KYMLICKA, Wl, Citatan seal Una earl baal de ls secs ce as mori, p. 8), 0 rt eg. 968,205.11 mii 25 ~ 128 1 5 — in 05 — RATE GERAL— O00, — as instituigdes econdmicas € politicas da sociedace dominante”*. Tais di- reitos ndo so temporais, pois as diferencas culturais nao s4o algo que se pretende eliminar, sendo justamente o tipo de direito fornecido para integrar mediante adocdo de leis que combatam no s6 a discriminagao € os pre- ju(zos da integracao, bem como servem para incentivar a modificagao das, instituiges da cultura dominante para accitar estas novas culturas. Exemplo disso sao os direitos dos judeus e mugulmanos de se eximir da legislagao que 0s obriga a fechar 0 comércio aos domingos”. Os direitos especiais de representagdo s4o aqueles originados da preocupagao nas democracias ocidentais da falta de representatividade no processo politico das questées da diversidade e dos grupos desfavorecidos. Na maioria destes paises, 0s legislativos estdio dominados por homens bran- cos e de classe média que muitas vezes ndo padecem ou nao representam tais questdes culturais™, Isto faz pensar em uma alternativa a esta situacao, mediante a utilizacao da representacdo legislativa proporcional’s, na qual reserva determinado néimero de assentos para os membros dos grupos mar- ginalizados ou desfavorecidos no foro parlamentar. Assim, 0 autor aponta para a importancia de solugées politicas para resolugao dos problemas que envolvem as minorias, entretanto, ressalta ser necessario pensar a equidade dos direitos diferenciados e procedimentos de tomada de decisao. A equidade nos procedimentos seria justamente escutar ter em conta os interesses e as perspectivas das minorias, sendo impor- tante para isto os direitos tradicionais de cidadania para que estas possam votar e se apresentar em cleicdes, organizando politicamente ¢ defendendo publicamente seus critérios. Porém, isto nao basta, necessitando cotas de assentos para membros marginalizados". Nesse caminho, Kymlicka aponta alguns efeitos positives das propos- tas de representacdo proporcional, uma vez que elas permitam e promovam candidaturas mais equilibradas, assegurando a candidatura nos partidos de brancos, negros, homens ¢ mulheres, indigenas e emigrantes, mostrando, durante 0 proceso de resignacao de candidatos, as insuficiéncias do siste- ma tradicional de representacao. 52 “Le tenen come objetivo ayudar 2 es gages tices y 2 las mines reliioas a que presen su tural sin gue cetaculce ito en fae nt cay polices tien, p33), 3, 189-186 Pt ee, Woe, 6.28, 1610, mje 8 ik — PU Main ans — PT GERALDO Os diteitos a representagao caberiam tanto as minorias nacionais, aos grupos étnicos ou ainda a outros tipos de grupos sociais, tais como as mu- Iheres, 05 negros etc., apresentando, porém, cardter temporario, até que as sociedades possam remover as opressdes sentidas por estes grupos € ndo necessitem mais deles. ConcLUSAO De acordo com 0 exposto, se tem delineada a nogao de cidadania diferenciada que se sustenta nos mesmos principios liberais usados para sustentar uma defesa de uma cidadania tradicional, em especial, nos prin- cipios de liberdade e igualdade, uma vez que “a liberdade individual esta relacionada com a pertenca ao proprio grupo nacional e que os direitos especificos em funcdo do grupo fomentam a igualdade entre a minoria e maioria’™. No entanto, a nocao de cidadania diferenciada baseada nos direitos das minorias pretende ser contra a nocao de cidadania tradicional, na qual bastam os direitos comuns de cidadania para protegao da pertenca cultu- ral, pregando ainda a separacao entre Estado € etnicidade; a nao protecao do mercado cultural; 0 nao fomento ou protecdo a culturas determinadas dentro de uma politica de omissio bem intencionada. Todavia, 0 autor, utilizando destes mesmos princfpios liberais, parte para a defesa de uma cidadania diferenciada, na qual pode ajudar a corrigir desvantagens sofridas pelos grupos minoritérios, diante do grupo majoritario, sendo que as prote- ‘$0es externas e os direitos que a compdem asseguram aos grupos as mesmas, ‘oportunidades de viver ¢ trabalhar em sua propria cultura que os membros da classe majoritaria®. E de ressaltar que o autor defende uma ideia de cidadania ainda den- tro dos limites ¢ auspicios do Estado nacional, sendo que as politicas de- mocraticas sdo politicas realizadas em lingua vernécula, ou seja, “quando as pessoas esto disponiveis em participar e deliberar com suas préprias inslituigées em sua propria lingua”* ‘39, “abated inicua st relacionada con la pertenanci al propo grupo nacional, y qu io derechos especineo n finn degra pueden mentary ai ote fy mina 9 mayor emp. 102) |AL_ "When poople are abi participate and daiate within tir own nation insttains in thir own langonee {RYMLIGKR, Wi Linear ad martyrs Aa aren: Rati fp 148) Pon ee. We 6.208.112, so 8 1 5 — in 05 — RATE GERAL— O00, — oe 131 Dessa forma, fixaese a defesa de uma cidadania diferenciada de caré- ter liberal e multicultural, dentro dos limites ¢ do julgo do Estado nacional a qual impde uma conduta por parte deste que deve velar e proteger seus cidadaos, incluindo como tais as minorias nacionais e étnicas, buscando sua integracao na cultura majoritaria por meio da cessao de direitos diferen- ciados que permitam a acomodagao e protegao de sua pertenca. REFERENCIAS CAMARA, Ignacio Sanchez. Integracién 0 multiculturalismo, Persona y Dere- cho, Navarra: Universidad de Navarra, n. 49, p. 163-183, 2008 COSTA, Sérgio; WERLE, Denilson Luis. Reconhecer as diferencas liberais, comunitérios e as relagdes raciais no Brasil. In: SCHERER WARREN, Ilse et al. Cidadania e multiculturalismo: a teoria social no Brasil contemporaneo. Florianépolis/Lisboa: Editora da Ufsc/Socius, 2000. DELGADO, José Manuel Avelino de Pina. 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