You are on page 1of 22
E Unio da Marioneta Portuguesa | Cent Unido Internacional da Marioneta | Un (CUS HORE 11 Formar Actores-Marionetistas na Universidade, Texto ce Christine Zurbach. (om s/s " Si ee Aceteceia (CRUEORACAM.. 16 7 referéncia como festivais, estréias © Em outubro de 2011 foi inaugurada a actualidade : ‘Nesta primeira edigao, e porque Sede eo Centro de Documentagio | ‘estamos em Marco, a Mensagem do Dia Wa UNIMA Partial: 1 Mundial d 18 ]19 \CEIDAHISTORIA > 10| 11 Nesta rubrica, momentos de histeria, | 1 Desta feita temos os Caminhes da Marioneta ry | Portuguesa, texto de ldeberte Gama, , [ACRE 28 * Espago dedicado a percursos, : i Um olhar sobre a actividade das : Estruturas | Projectos. : Um espago de partitha de ‘conhecimentos, experiéncias © ‘técnicas para a construgao de Marionetas. Um tutorial de enVide " neFeitata, da companhia de : Marionetas de Mandragora, 4 estérias © opis | Atraves do texto de Fina Mesquita, ' ficamos a conheoer um pouco do ercurso de Jas¢ Cartas Bares. [Coordenagio Geral] Jose ca [Colabaragso] Jove ci, carlos iva Fripa Mesquta, Leonor Bandera [Colaboragao nesta edi] rcebeco Gama, José Caros Baros, Christine Zurpach, Ene Neftbata, Jos6 Gi Imagem de Capa “Especticulo de Ties Lisboa 8 Pipa Mow nwa Pongal ee {Be um qua de Delve) eonor Bandeira Joana “ ign Grafica] veer ar 2461-001 Alcoboga - Poul Seman cdi ening Cae ae Popa om orga Ge [proriedade] Unima Portugal enna Abert Sour, Usbon 1524 ‘ mere cede pio MUSEU Pablicacd Trimestrat seo neieasicom RACIONAL BO TRACE: ANOT | Nimero1 | Margo 2012 es gue prt |? Editorial Finalmente conseguimos!!!! E 0 que mais me apetece escrever neste editorial. Desde que comegou a aventura de pér novamente a funcionar 0 Centro Nacional da UNIMA a ideia de criar uma publicacéo dedicada ao teatro de marionetas andava-nos a perseguir e finalmente aqui esta a “UNIMA PORTUGAL MAGAZINE”. Esta publicagao pretende ser antes de mais um dos canais de divulgagao oficial da Unido da Marioneta Portuguesa / Centro Portugués da UNIMA, dar a conhecer 0 universo do teatro de marionetas em Portugal em particular e no mundo em geral Esta publicagdo seré trimestral e inicia-se num dia muito especial, o Dia Mundial da Marioneta, dia 21 de Margo de 2012. Pretendemos contetidos variados sempre sobre o tema “Teatro de Marionetas’. Como é a primeira edigo tivemos a tentagao de colocar a maior quantidade possivel de informacao, mas, respiramos fundo e comegamos com calma para néo enchermos este primeiro ntimero demasiado. Tambem é inevitével que os de mais idade se lembrem da primeira e Unica publicagao periédica até hoje feita em Portugal, a “Marioneta - revista de teatro de fantoches” de 1983 coordenada pelo recentemente desaparecido Joao Paulo Seara Cardoso. Esta publicagao infelizmente existiu durante pouco tempo, mas foi de facto um marco importante ao qual muitos néo ficaram indiferentes na época. Este novo félego em forma de Magazine é dedicado a todos aqueles que anteriormente a esta direceao trabalharam para que a Unido Internacional da Marioneta existisse em Portugal. Acreditamos nesta publicagéo, como acreditamos desde o primeiro dia que seria possivel uma uniéo da marioneta portuguesa. O resultado esta aqui. O futuro so & possivel com o apoio de todos os que amam este universo téo magico que é 0 teatro de marionetas, por isso divulguem e participem neste projecto que pode tornar-se no magazine de todos os que so apaixonados por esta forma de fazer teatro. José Manuel Valbom Gil Presidente da Direceao da UNIMA Portugal 3 arn apie ara texto | José Git AUNIMA em Portugal nasce em 15 de Mai 1989 num movimento —associativo marionetistas portugueses _profissionais_¢ amadores e todos os interessados na Arte da Marioneta. Comegou por se chamar UNIMA P. - Unido de Marionetistas e Técnicos de Linguagens de Animagao Portugueses. Areuniao fundadora decorreu na cidade de Evora em 1989 com o patrocinio dos Bonecos de St Aleixo. Foi eleito como Presidente, José Russo, marionetista dos Bonecos de St? Aleixo - Evora Em 1993 foi eleito Presidente, José Ramalho marionetista das Marionetas de Lisboa e em Unido de Marionetistas Portugueses 1997 foi eleito Presidente, Queiroga Santos marionetista do Teatro de Agua Acesa Matosinhos. ‘Ao longo desta breve Histéria da UNIMA em Portugal, realizaram-se varias iniciativas a nivel nacional e internacional. Annivel nacional foi criada uma folha Informativa, organizaram-se debates, _conferéncias, realizaram-se formagdes técnicas e artisticas, exposigdes. Promoveram-se_os Encontros da Marioneta Portuguesa em Evora e Almada Representacao nos Festivais de Marionetas de Porto, Evora e Alcobaga. Promogéo e langamento de edigées. Representagao oficial no Festival Mondial de enfraquecit marionetistas portugue a a sua actividade artistica profissional com a pratica associativa, situagdo comum a tantos paises. Neste periodo nasce uma nova geragdo de marionetistas que perante a inactividade da UNIMA em Portugal que durou mais de 10 anos, tomam a decisao de revitalizé-la promovendo um conjunto de acgdes que culminou com a elei¢éo da actual equipa directiva que visa, entre outros objectivos, relangar 0 Centro Portugués da UNIMA e integrar 0 movimento internacional da Marioneta. Assim todo o procedimento de reiniciar a actividade da UNIMA em Portugal foi executado em absoluto respeito pelos estatutos em vigor € inalterados desde 1989. Depois de realizada uma primeira Assembleia Geral extraordinaria no dia 6 de Junho de 2009 em Alcobaga, no dia 27 de Junho de 2009 na mesma cidade, realizou-se uma nova assembleia-geral extraordindria com poderes electivos onde foi apresentada a candidatura de uma Unica lista, que foi eleita por unanimidade. A actual direcgéo da UNIMA-Portugal engloba marionetistas de norte a sul de Portugal, que possuem uma carreira consolidada e respeitada, que desempenham cargos importantes dentro das respectivas estruturas. A composigao desta Direcgao foi assim preparada e pensada para que recomegasse a sua actividade com credibilidade inquestionavel perante todos os interessados no fenémeno da Arte da Marioneta em Portugal e no Mundo. O seu actual presidente da Direccdo € José Gil, marionetista da companhia S.A. Marionetas de Alcobaga. Conseguimos assim a harmonizagdo estatutaria e funcional reforgando o papel de Centro Portugués da UNIMA, pois é nossa intengao agregar cada vez maior numero daqueles que trabalham ou venham a trabalhar ou interessar-se pela Arte da Marioneta em Portugal no mundo, juntando aos demais Centros Nacionais da UNIMA 0 nome da UNIMA Portugal - Uniao da Marioneta Portuguesa/Centro Portugués da UNIMA. ‘A comunidade dos marionetistas portugueses esta motivada para a efectiva consolidagao da estrutura que a represente internacionalmente a valorize internamente pelo que consideramos estarem reunidas as condigdes ideais para a implantagao de um Centro dindmico e versatil De momento, a UNIMA em Portugal tem mais de 40 membros que representam 95% das estruturas profissionais. e amadores que trabalham em Portugal e existem muitas mais pessoas interessadas em pertencer a Unido da Marioneta Portuguesa/Centro Portugués da UNIMA. Durante estes primeiros tempos conseguimos reactivar e organizar internamente esta Unido, onde as acgdes mais visiveis de momento foram. a organizagao dos encontros nacionais, 0 1° Encontro em Marco 2010 na cidade de Montemor-o-Novo com 0 apoio do Municipio; O 2° Encontro em Junho de 2011 em Evora com o apoio da Bienal Internacional de Marionetas de Evora e 0 3* Encontro em Fevereiro de 2012 em Espinho com o apoio do Municipio. Bem como a abertura do website da UNIMA-Portugal em. www.unimaportugal.com, e finalmente através de um protocolo com 0 Municipio de Alcobaga o sonho antigo de uma sede e um centro de documentagao tornaram-se realidade. = CONCRETIZA I NEGOcIO fotos de fama | Os encontros da UNIMA Portugal ti Encont ‘Ds exquncta para a ata a0). Peet, Jose Ramaho, Jose Russo, inagre, Cave Siva, Jacques Tadeau, Ara Mara, Ane Magra Joe6 Ge Cate Reto, hlsra Joao, Femando Canna, rise Mesquta, Axa ito, Susana Gains, Jos Angra, cavoe Agi © Sho 2" Enconva da Unima Portugal, Junho 2014, Evora, a esqurca para 2 diets: Nuno Prt, José Gi, Femando Cunha Enos Maria Jos, isebeca Gara Sota nape, Rall C. Pero do Sonos Natacha Coats, Reardo Avs, Joss Russo, Ania artic, Fiipa Mesguta e Mauricio Rebecho. || 3° Enconte da Unima Pongal Fevers 2072, Espo. > a cequorda paca a dvi Idebato Gama, Nuno Prt, Cas Siva Iegina Scuta Amro Anastseis, Femara Carvaho, dove. Gane, Nauta Revecho, Joa Caldas Jobe Gi llpa Meaguts, Mara 0 © Sofa Vinagre UNIMA- Acrénica da UNIMA — a associagao internacional de marionetistas -— teve inicio em Praga, Checoslovaquia, a 20 de Maio de 1929, por ocasido da Quinta Convengao dos Marionetistas Checos, um evento com convidados provenientes da Bulgaria, da Franga, da Jugosldvia, da Alemanha, da Austria, da Roménia e da Unido Soviética. Neste ambiente amigavel, nasceu a ideia de fundar uma organizagdo internacional de marionetistas. Foi num curto periodo de tempo que a UNIMA (Unido Internacional da Marioneta) deixou de ser um pequeno circulo de amigos para se tomar numa organizagéo mundial. E notavel que, do ponto de vista da histéria cultural, a UNIMA tenha sido a primeira organizagao mundial do mundo do teatro. Os primeiros membros da UNIMA nao conseguiram manter as suas reunides durante muito tempo: depois de Praga seguiu-se uma convengdo em Paris, também em 1929, em seguida outra em Liége em 1930, mas a seguinte, em Liubliana em 1933, foi a Ultima antes do inicio da Segunda Guerra Mundial em 1939. No entanto, nem mesmo a guerra conseguiu romper os contactos estabelecidos pelos marionetistas, apesar de as reunides terem de ser combinadas em segredo, organizadas através das vias mais audaciosas; estas eram necessérias para manter estes contactos activos. Esta era a “prova de fogo” do tempo de guerra, que se tornou de facto num teste a forca e solidariedade indomaveis que caracterizavam 0 periodo inicial da UNIMA. Foi apenas em 1957 que os checos, novamente, iniciaram a primeira reuniéo pés-guerra da UNIMA: num congresso em Praga foram relancadas as actividades da UNIMA e o evento significou o fim da guerra fria, pelo menos no que toca aos marionetistas do mundo do pés-guerra A.UNIMA, desde os seus primérdios, tem sido sempre uma organizagéo especifica: tentou aplicar os principios democraticos definidos nos seus Estalutos sem perder o seu caracter amigavel @ humanista ¢, ao mesmo tempo, conseguiu sempre tomar uma posigao assertiva para atingir os seus objectivos. Esta nunca foi uma tarefa facil, particularmente numa Europa dividida em oriente e ocidente depois de 1945. A forga da UNIMA foi e continuara a ser a capacidade de se sobrelevar a este tipo de problemas. Nos anos sessenta, uma nova geracéo de membros da UNIMA estabeleceu novas politicas para o trabalho a UNIMA. Novos Estatutos abriram o caminho para a fundacéo dos Centros Nacionais e das Comissées Intemacionais para assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento de diferentes aspectos do trabalho da UNIMA Assim, devido a este crescimento, a UNIMA deixou de ser um grupo de bons amigos para se tornar numa organizagao moderna e eficiente. Desde a guerra foram organizados doze congressos pela UNIMA, todos ligados a importantes festivais internacionais. Em 1980, 0 Congresso teve lugar fora da Europa pela primeira vez, mais concretamente em Washington D.C., capital dos Estados Unidos da América, e em 1988 ocorreu o primeiro Congresso na Asia — em trés cidades do Japao: Nagoya, Lida e Téquio. Em 1992, 0 Congresso em Liubliana, Eslovénia, trouxe a actualizagao dos Estatutos da UNIMA, tendo sido feito um grande esforgo para tornar a UNIMA mais atraente para novas geragées de praticantes e entusiastas. Uma parte dos planos delineados pela UNIMA envolveram propostas para ajudar ndo apenas aqueles que pretendiam aumentar o seu conhecimento sobre a arte da marioneta e a sua proficiéncia nessa mesma arte, mas para encorajar parcerias em novas areas que careciam de uma exploragéo mais profunda, como por exemplo a formagao, o ensino e a terapia. A partir dos anos oitenta assistimos a uma explosao de novos centros e membros em todos os continentes & volta da Europa e estes novos centros resultaram em novos grupos territoriais, como por exemplo as comissées da Asia e da América Latina, criadas para faciltar as. comunicagses e lidar. «= com_—novas. responsabilidades. Depois de 40 anos em Praga, a UNIMA mudou pela primeira vez a sua sede: 0 Secretariado-Geral mudou-se para Varsévia, na Polonia, onde permaneceu durante oito anos. Em seguida, em 1980, a sede transferiu-se para Charleville-Méziéres, na Franga, ja nessa altura local de importantes festivais mundiais e, desde 1980, a casa nao apenas da UNIMA mas também do Institut International de la Marionette. E aqui que o Secretdrio-Geral da UNIMA ainda desempenha as suas actividades num centro espagoso que alberga regularmente visitantes de todo 0 mundo. Desde 1929, quando a UNIMA foi fundada, 0 mundo mudou, bem como a propria UNIMA. E agora uma organizagao mundial reconhecia e respeitada. O espectro das actividades da UNIMA abrange actualmente varios campos. Este fenomeno esta ligado ao aumento da importancia atribuida a arte da marioneta hoje em dia Armarioneta pode agora ser encontrada em todos os géneros das artes _performativas. contemporaneas, incluindo os mass media. No teatro, no cinema, nas celebrages, nos Tituais, na educagdo e na terapia, como em todas. as artes, tornou-se um meio de unir as pessoas & de lutar contra a intolerancia e a violencia. A longa tradigao da UNIMA ndo dificulta 0 seu papel enquanto forga dinamica. E necessério, contudo, recordar constantemente os ideais humanistas da amizade e da compreensao universal contidos na declaragéo que introduz a sua constituigao. AUNIMA é responsdvel ndo apenas em relacao aos seus membros mas em relagao a todos cujas. vidas foram enriquecidas pelo espirito e pela beleza da marioneta. i logétipo da UNIMA, Ao centro, legdtipo oficial e em bak, logétipo dios 60 anos da uNiMa, 7 Jina pt ine = mensagem do ~ DIA MUNDIAL da MARIONETA @ — AUNIMAUnigo Internacional da Marioneta, sel fonou este ano Joan Baixas, artista multidisciplinar cataldo, para de todos os profissiona Joan Baixas, pintor e marionetista, cra es 1d0 na pintura ao vivo, projecy Hoje é dia de festa! Com um gesto resoluto, fechemos os jomais, calemos os noticidrios e brindemos & Arte e a Fraternidade, porque hoje é um dia festivo: - Nés celebramos o Dia Mundial da Marioneta! Nao podemos esquecer a dor, a penosa realidade de desgragas e calamidades que afligem o mundo mas, precisamente porque nao podemos olvidar, comprometemo-nos a celebrar a dignidade humana, o zelo insacidvel dos Homens para glorificar a Vida, apesar das desgragas e da morte. A Arte 6 um hino a dignidade e rene, pela poesia, numa corrente continua, as. geracées passadas e futuras, clas e culturas. A Arte estabelece uma cumplicidade de olhares entre as pessoas que se deslumbram em conjunto, os criadores e os espectadores, na exploragao do desconhecido. Todo 0 acto artistico é um intrometido gro de areia na engrenagem da realidade. AArte da Marioneta tende para estes objectivos a passos acelerados. Sempre que damos vida a um personagem, nés proclamamos uma declaracéo de independéncia. Filha rebelde das Artes da Imagem e da Palavra, da Interpretacao e da Narrativa, a Marioneta reforga 0 compromisso com a Inocéncia, lugar de felicidade, e convoca por igual o outro extremo, a Crueldade, A Inocéncia é importante, € harmoniosa e fecunda, como evidenciado por Jarry € Kurosawa, Mir6, Arseniev e muitos outros. ACrueldade, é necessario tomar as medidas para rever habituais e enfrenta-la com 0 sarcasmo. "O animal vive na natureza como a agua na agua" (Mircea Eliade), ‘A Marioneta vive no imaginario como a agua em agua. Territorio onde a razao delimita os fluxos do reino animal e do reino vegetal, da terra e da agua, o Imaginario 6 a reserva de energia das pessoas e dos povos, onde a Marioneta actua livremente como um rei, sem analisar, sem intervir, e, ai, ela prospera. "O signo diferenciador do animal-homem ¢ a representagao animada, e a primeira animagéo que 0 Homem inventou, foram os deuses. A animagdo fez de nés pessoas” (P. Sloterdijk), A nitidez desta reflexao filos6fica impregna de mistério 0 acto fundador do marionetista: dar vida ao inanimado e convocar as pessoas para esta magia. Ha bastantes anos atras, um punhado de marionetistas teve a feliz ideia de criar uma organizagao para fortalecer os intercémbios culturais. Com a UNIMA, ja convertida numa realidade consolidada e alargada a todo o mundo, torna-se mais necessério do que nunca, orientar os esforgos da profisséo para os objectivos da Arte e da Dignidade Humana. Assim, louvemos também os deuses por nos terem inspirado esta profisso, | agradegamos aos nossos avés por terem criado a UNIMA e celebremos a magnificéncia da arte do imagindrio, erguendo os nossos copos: - 4 Marioneta! Amigos, tenhamos uma BELA FESTA! Joan Baixas - Traduzido do francés por lideberto Gama CAMINHOS da texto | Ideberto Gama Vem de muito longe a origem da marioneta portuguesa, como Passos’ bem ilustrou. Quer falemos dos enigmdticos beneditos do Tomé Pires revelado por Cortesdo", dos bonifrates (do Lat. bonus+frater) referidos na Ulyssipo de Jorge Ferreira de Vasconcelos” ou dos “presépios” com que Anténio José da Silva se defrontou com as Opera representadas por actores em cujo «corpo de cortica, a alma do aramen thes infundia verdadeiro espirito” , estaremos sempre perante frageis figurinhas e outros objectos inanimados que so convocados para tocarem o amago de um piiblico pela magia do movimento intencionalmente dramatico que o animador the imprima. No entanto, em Portugal, a escassez de registos poderia indicar um panorama pobre e rarificado no que @ arte da marioneta diz respeito. Cremos firmemente tratar-se de puro engano. Amarioneta é irreverente por natureza e, por isso, temida; se for possivel, é apanhd-la, e dela fazer uma bela fogueira! O fogo que a consome toma-se assim a sua certidéo de nascimento, como o arremedo de “auto de fé” em Vila Vigosa’ demonstra a existéncia, em finais do séc. XVIII, dos Bonecos de Santo Aleixo, = Marioneta portuguesa Entre as camadas populares nao faltavam portanto o divertimento e 0 desassossego com que os «robertos» e afins mitigavam a dureza da vida, quando do hiato periédico que as feiras e romarias sempre proporcionavam Sobranceiramente ignorada ou excepcional mas depreciativamente referida, a marioneta popular portuguesa tem na primeira metade do séc. XX uma pujanga hoje muito dificilmente apercebida Tomados por “miseraveis", os pavilhées de feira, comportando 300 a 400 espectadores e quantas vezes realizando mais de uma duzia de sessdes didrias", circulavam por todo 0 territério nacional e faziam algumas excursées pelo estrangeiro, mobilizando meios tecnicos e _artisticos significativos e denunciando uma impbrtancia econémica que as elites Ines negavam com a colocagdo daquele 4podo reducionista em letra de forma. Enquanto o analfabetismo grassou, a cultura oral tradicional encontrou nesta forma tao enérgica de tocar 0 coragao de mitidos e gratidos, um excelente aliado. Porém, pelo atavismo dominante de boa parte da elite nacional, a sua recolha e fixacdo foi pouco mais que residual. A desertificagao acelerada dos campos e 0 envelhecimento precoce de um pais sujeito a uma guerra colonial que exauria as suas energias, bem como o desenvolvimento de novos meios de entretenimento como o cinema e a televisdo, foram fortes razdes para que se “evaporassem’, quase sem rasto, em menos de duas décadas, tantos exemplos dessa marioneta de matriz rural, como rural tinha sido o pais que se transfigurava, Em pouco tempo, nomes como Faustino Duarte, Joaquim Pinto ou Manuel Rosado, apenas para citar alguns dos ‘miticos’, foram cobertos com 0 manto do esquecimento. Excepgdo notdvel em contracorrente foi o trabalho incansavel, embora precocemente traido por doenca fatal, de Henrique Delgado (1938-1971), figura maior e incontornavel da histéria da marioneta portuguesa. A ele se devem de modo avassalador os materiais informativos que nos permitem um olhar razoavel sobre aquele passado, a que acresce o seu contributo para a renovagao da arte que ndo é de modo algum despiciendo. Utilizando alguns dos seus bonecos, além de um percurso comum no “teatrinho" do Clube de Pessoal da C.A.L., Francisco Esteves continuou uma divulgagao essencial para que o ‘saber-fazer' se nao tivesse perdido totalmente. O enquadramento que fez de Antonio Dias, o Mestre Dias do Dom Roberto, permitiu a uma nova geraco a iniciagao nos segredos ancestrais da arte que renasce pela mao, corpo e voz de um Joao Paulo Seara Cardoso, também ele precocemente desaparecido. E a era dos Encontros do FAOJ. Laboratério de entusiasmos e criatividade, esses encontros vao forjar uma nova geragao que aproveita o palco assim criado para conquistar um espago que Ihe tinha estado subtraido. A democratizagéio e a descentralizagao cultural no Pais, so aliadas naturais. Os novos Bonecos de Santo Aleixo moram agora em Evora, exalando um exotismo admirado além-fronteiras. Os novos criadores, com 0 Jodo Paulo a cabega, apresentam-se em inumeros festivais internacionais. As Marionetas de Lisboa e as Marionetas do Porto, primeiras estruturas da area (a par dos BSA) a serem apoiadas regularmente pelo Estado, abrem uma nova era em que, finalmente, se esbatem na sociedade portuguesa as reticéncias a uma arte até entéo ignorada ou tratada como menor. A marioneta ganha também o «seu» Museu, fundado pelos mentores das Marionetas de Sao Lourengo e 0 Diabo, outra estrutura notavel. O final dos anos oitenta traz-nos a fundagao do centro portugués da UNIMA que vai ganhar um alento renovado e decisivo na primeira década do novo milénio. Ao Festival Internacional de Marionetas do Porto, fundado por Isabel Alves Costa, juntam-se outros festivais como a BIME -Bienal Internacional de Marionetas de Evora, 0 FIMFALx -Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas de Lisboa, o Festival Marionetas na Cidade de Alcobaga, o FESTAFIFE de Viana do Castelo, o Encontro de Marionetas de Montemor-o-Novo, o Mar-Marioneta de Espinho, © FIMS- Festival Internacional de Marionetas de Sintra e tantos outros eventos (baseados no trabalho quotidiano e perseverante de estruturas ou individualidades que se vao afirmando) que regular ou intermitentemente ilustram a fecunda multiplicidade de novas propostas que florescem actualmente. Com dificuldades? Sim, mas o caminho até aqui percorrido nunca teve outra natureza. Tentativa e erro, aliados ao engenho agucado pela necessidade, caldeados pelo lastro do passado e alimentados pela ilusdo do futuro constituem 0 corpus da Arte da Marioneta. Em Portugal também. Como diz Joan Baixas na sua mensagem deste ano para a comemoragdo o Dia Mundial da Marioneta, ergamos bem alto os nossos calices e brindemos! lideberto Gama Lisboa, Margo de 2012 | PASSOS, Alexandre. 1999. Bonecos de Santo Aleixo, A sua (Imypossive! historia. Evora: CENDREV, "CORTESAO, Armando, 1944, The Suma Oriental of Tome Pires land the Book of Francisco Rodrigues. Londres: Hayaduk Society, NM VIEIRA, Luis & RIBEIRO, Rute. 2009. Verbete "Portugal in: ENCYCLOPEDIE MONDIALE DES ARTS DE LAMARIONNETTE ‘Montpelier, Franca: Entretemps/Unima 'V SILVA (O Judeu), Anténio José da. “Dedicatéria’, in Obras Completas (Prefaicio e Notas do Prof. José Pereira Tavares) - 1957, Lisboa: Sa da Costa, Y PASSOS, Op. Cit. “DELGADO, Henrique. 1968. “Joaquim Pinto - O desenvolvimento dos meios de transporte determinou 0 desaparecimento dos grandes pavilhbes de Teatro de Marionetas”, revista PLATEIA, de 16 de Janeiro. VI'GAMA, lideberto, 2011. Marionetas de Lisboa: um Contributo para a Renovacdo do Teatro de Marionetas e Acco na Comunidade, Tese de Mestrado. Amadora: ESTC. [percursos) conhecer, sabedoria “Nunca fiz nada onde néo tivesse imenso prazer, o teatro de marionetas preencheu, toda a vida nas alegrias, no prazer, no amor, & sinto-me muito bem em ter passado 67 anos da minha vida com enorme prazer, 0 teatro de marionetas é um imenso fascinio.” [Percurso Académico) José Carlos Barros estudou na Escola Secundaria Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha. O seu percurso inicia-se no Estoril através da ‘execuedo de carros de carnaval na modelagao de bonecos, que nessa época eram mandados desenhar a artistas de reconhecido mérito de ‘onde destaca um carro, desenhado do Salvador Dali. Estavamos na década de 60. Depois a tropa levou-o até Africa. Em 1971 foi para a Escola Superior de Teatro. Ai e com o apoio e participaao do Prof. Carlos Cabral, foi com o seu companheiro Zingaro (violinista de jazz) apresentar espetaculos de rua ao chapéu no largo de Camées, no jardim da Estrela e em outros locais, até a constante chegada da policia, pois eram proibidos os ajuntamentos, ainda nao tinhamos alcangado 0 25 de Abril de 1974. (Percurso Profissional) Sob a batuta do Prof. Carlos Cabral, participa na criagéo da Companhia Perna de Pau que vai ter uma intensa actividade, reforgada apés 0 25 de Abril, inclusive acompanhando em itinerancia o percurso das Campanhas do MFA. A televisao interessa-se pelo trabalho da Companhia e é ctiada a personagem Sebastido, em historias de | Redigdoe corgi por Fipa Mesqui JOSE CARLOS BARROS Marionetista desde 1970. No Festival Mar Marionetas que decorreu em Fevereiro, na cidade de Espino, foi o orador convidado. Foi 0 seu percurso no Teatro das Marionetas que ficamos a Partiho convosco algumas das suas palavras, quer na quer prementes que coloca e marionetistas que levanta nas experiéncias, quer nas questdes nas preocupacées atuais dos cerca de 10 minutos, com marionetas de luva, um pouco surrealistas, algumas escritas pelo proprio Carlos Cabral, Anténio Torrado, Maria Alberta Meneres, etc. Entretanto foi para Franga tirar um curso de marionetas terapéuticas, onde conheceu a francesa Catherine Dasté que fazia teatro nas escolas, canalizou esse contacto e a aprendizagem, no Hospital de Aleoitéo onde ensinava algumas particularidades da marioneta terapéutica. Em 1985 saiu desse caminho e fundou com outros elementos da Associgao Cultural Marionetas de Lisboa que se manteve durante alguns anos com mestria e forga. Com a sua Companhia atual “Os Criadores de Imagens" regressa em certa medida, & sua juventude fazendo de novo maquinas para espetéculos de rua, a semelhanca do trabalho desenvolvido na década de 60. [O nascer de um marionetista] © seu percurso nasce na sua infancia com o fascinio em ver o pai a fazer bonecos rudimentares: “O meu pai chegava a casa e ia construir os carrinhos com os bois, que eram umas pinhas de pinheiros latas de conservas, a fingir que eram tinas para transportar a uva, eu ali fascinado a olhar para ele, entregava-me e ficava uma tarde a brincar com aquilo. Havia uma amiga do meu pai, uma vizinha que todas as noites vinha a nossa casa contar histérias com teatro de sombras com as suas mos, naquela altura nao havia ainda luz elétrica na minha casa e, a partir de um candeeiro a petroleo fazia a sombra contra a parede e contava histérias magnificas que ela ia inventando. Por isso tive uma Infancia muito bonita e talvez deste contacto tenha surgido a minha paixéo pelo teatro e pelos bonecos.” [0 ensino do Teatro de Marionetas) No seu percurso foi ainda docente na Escola de Teatro e Cinema onde lecionou cenografia durante 36 anos. “Ful contratado para a escola de teatro, inicialmente, como Prof. da Disciplina de Fantoches, porque nao havia essa cadeira e 0 Dr. Veiga Simao, que fez a reforma do ensino no Conservat6rio, deixou aberturas magnificas para a sua autonomia pedagdgica. Assim, o Prof. Mario Barradas, director nessa altura da Escola de Teatro, achou que devia introduzir uma cadeira relacionada com o teatro de marionetas e como eu ja o fazia com o Prof. Carlos Cabral, convidou-me a concorrer a essa disciplina e, depois de aprovado, passei a ensinar essa matéria. Anos mais tarde a disciplina foi eliminada do programa, por decisao cientifica. Durante a minha carreira docente estive sempre interessado na introdugao de uma area de ensino de teatro de marionetas e, creio mesmo, que ao longo dos meus 36 anos de servico naquela escola devo ter apresentado 5 ou 6 projectos, mas de cada vez que iam a Comissao Cientifica nao passavam. E, portanto, nunca foi possivel implementar o curso.” Na sua opiniao seria fundamental a existéncia de uma escola de marionetas de raiz onde se efetuasse o ensino da construgdo de marionetas, as areas de encenagao e as. Areas de comunicagao. “E um mundo que néo esta a ser ensinado ‘ em portugal, porque eu estou convencido que muitos dos nossos colegas do teatro estao = convencidos que esta é uma arte menor, que ~ para la chegar 6 facil, e nds vemos como é arduo e dificil. A Escola Superior de Teatro Cinema nunca implementou um curso de Teatro de Marionetas, e eu acho tal tragico. No ensino pré-primario temos gente que se motiva para tal, mas essa atitude desvanece-se 4 medida que os jovens vao avangando na sua formacao. Quando os professores os recebem no ensino superior, 6 como se partissem do zero, alguns veem com alguma apeténcia, mas mais porque nasceu com eles do que por alguma formagao que os tivesse sensibilizado para esta vertente. Nao tém ferramentas. O maior problema do Teatro de Marionetas vem da politica educativa, da auséncia de escola ou de curso apropriado.” = fla universidade = formar ACTORES-MARIONETISTAS texto | Christine Zurbach / Directora do Curso de Mestrado em Teatro da Universidade de Evora i t ’ Criado em 2007, 0 Curso de Mestrado em Teatro do Departamento de Artes Cénicas da Universidade de Evora inclui desde 2009 um ramo especifico de formacao dedicado ao Actor-Marionetista, Perante a afirmagéo crescente da arte da marioneta, hoje cruzada com outras artes e novas tecnologias, o Curso visa contribuir para o reconhecimento do valor artistic e cultural que Ihe tem sido negado no plano académico, dando resposta @ auséncia de uma oferta formativa especifica de nivel universitario. Situado numa area de estudos em que, até hoje, a marioneta tem sido marginalizada como o provam a precariedade do seu estatuto enquanto objecto cientifico reconhecido e a escassez da producao bibliografica que suscita, 0 Curso é estruturado segundo 0 molde geral do Mestrado em Teatro, em toro dos 3 eixos basilares da formagao universitéria pés-graduada, ou seja: investigacdo tedrico-pratica nas Artes, aperfeicoamento técnico-artistico e actualizagao do conhecimento tedrico ¢ histérico na area. Os recursos docentes e materiais necessarios so assumidos pela Universidade de Evora, em articulagao com outras entidades disponiveis para apoiarem uma aposta formativa inovadora como a UNIMA Portugal, o Festival Escrita na Paisagem ou ainda, no plano da investigago, 0 Centro de Historia da Arte e Investigagao Artistica (CHAIA) da Universidade de Evora, responsavel dos seminarios integrados na BIME de Evora desde 1997, e, numa vertente logistica, a Camara Municipal de Montemor-o-Novo. Mas também no plano internacional, universidades prestigiadas aceitaram firmar acordos Erasmus com Evora: Paris Ill, Academia de Artes Performativas de Bratislava e a Academia de Teatro, Radio, Filme e Televisao de Ljubljana. No plano das contribuigdes artisticas individuais, na edigao actual, refira-se a colaboragao de artistas nacionais (Igor Gandra ‘Teatro do Ferro e Manuel Dias / Trulé) e estrangeiros (Eric de Sarria / Companhia Philippe Genty) que assegura(ra)m as aulas de Projecto. Unico em Portugal no panorama dos estudos universitarios, 0 Curso representa uma oferta inovadora no ambito mais vasto da formacéo tedrica e pratica na arte teatral, tradicionalmente centrada na formagéo do actor como intérprete, sobrando para o marionetista uma formagao assente na transmissao empirica pelo mestre de saberes consagrados pela tradi¢ao, como é 0 caso dos Robertos e dos Bonecos de Santo Aleixo. Até Fevereiro de 2012 deverao estar diplomados os doze primeiros alunos da edigéio 2010-2012 do Curso apés a realizagao do 4° ¢ Ultimo semestre da sua formagao em que terao optado por um dos dois perfis propostos pelo curso: realizando uma investigagao teérica com apresentagao de uma dissertagao final, ou levando a bom termo uma investigacao pratica, na forma de um projecto de criagdo pessoal ou da realizagdo de um estagio numa companhia profissional. (Direcgan/Encenacio) gor Ganda [Marontaseebjecos) aio Alves, ‘aoe Ganda, Tato de Ferro @ ‘Anos do Mestato UUnterpretaae/eo-cragdo] Amano Anastcio, Ara Caan Sata, na Cristina Dia, Fatima Maries, Jose Gi, Marta Rosa ua Pint, Ricard Ava, Sasana Nunes {Wesea de tu} Git Rovisco (Apo Tecnica} Joana Velez {Go-groduo} Departamento de Artes Cénicase ‘GHAI - Centro de Hstria da Ate e Invstigar Attica da Universidade de Era; Festival Esrita na Poisagem Tetra de Ferra centro de documentagso|sede -- da UNIMA Portugal s, Decorreu no passado dia 15 de Outubro de 2011 | pelas 16 horas a ceriménia de abertura da sede da | UNIMA Portugal bem como do Centro de ! Documentagaéo UNIMA Portugal na cidade de ' Alcobaca. ' Nesta ceriménia esteve presente o Presidente da | Camara Municipal de Alcobaga, Dr. Paulo Inacio, bem como todo 0 executivo do municipio; o Sr, Jacques Traudeu, Secretario - Geral da UNIMA Internacional que veio de Montreal (Canada) propositadamente para esta cerimonia 0 que nos deixou muito agradecidos. Esteve ainda presente em representagao da UNESCO a Sra. Anna-Paula Ormeche responsavel pelos clubes UNESCO que a UNIMA Portugal vai integrar para o préximo ano. © Museu da Marioneta de Lisboa fez-se representar pela sua Directora, a Sra. Maria José Santos 0 Director do Mosteiro de Alcobaga, Sr. Jorge Sampaio também compareceram a esta cerimonia. Estiveram também mais de meia centena de representantes das varias estruturas profissionais de teatro de marionetas portuguesas. Foram varias as pessoas que neste mesmo dia ofereceram documentos para 0 Centro de Documentagao, aos quais agradecemos aqui publicamente. Também nao podemos de deixar de agradecer a todos os que desde 0 inicio da UNIMA em Portugal, trabalharam para que este sonho se tornasse realidade. Assim deixamos um OBRIGADO especialmente a José Russo, José Ramalho e Queiroga Santos, que foram os anteriores Presidentes das direccdes e obviamente aos restantes membros dos corpos sociais e respectivos sécios, que de alguma forma foram também responsaveis pela realizacdo deste ‘sonho. ~ Centro Portugués da UNIMA Uniao da Marioneta Portuguesa. Centro de Documentagao UNIMA - Portugal Union Internacional de la Marionette Unido Internacional da Marioneta Inaugurado a 15 de Outubro pelo Sr. Presidente de \Na foto, Dr. Paulo inécio, Presi Aleot ques Trude A sede da UNIMA Portugal este situada na rua 16 de Outubro n°7/9 na cidade de Alcobaga e pode ser visitada das 9:30h as 12:30h e das 14:00h as 17:00h, de segunda a sexta com marcagao prévia para 0 e-mail presidente@unimaportugal.com José Gil (Presidente da Direcgdo da UNIMA Portugal) 0 que se faz por cd espaco dedicado a actividade das estruturas | projectos portugueses [Pormenores das fotos de:] [1}'00m Perlimplim com Belisa em seu Jardim’ Griadores de Imagens [2] Robertos e Outras Marionetas” - Trulé, Investigacao de Formas Animadas [ST Fots do" espectaculo’ “Acende a Noite’, da /Quintal Parede 14] 0 Rei Vai Nu’, da companhia Fio de Azeite [8)"D. Roberto’, SA Marionetas = Teatro © Bonecos. Foto de Sofia Vinagre |e) Teatro de Marionetas do Porto. Espectéculo 3" Estagao" Foto de Henrique Delgado. Bh (71 “sx. Aparo’ commeanhia Teatro 0 Maroneias ‘Mandragora. Fot rae to de Joaquim Pesqueira 18] Espectaculo Ema & Gui-*A Flor Azut my) Alma de Arame / Sardinha em Lata [6]°0 Nabo Gigante” Particulas Elementares [10}°0 Joao Pateta’, da companhla Maurioneta [1] Nesta foto, de Alberto Castelo, o especticuio Retalhos" - Marionetas da Feira [Estruturas | Projectos) ABarraca do Gregorio [ar] Algazarta - teatro de marionetas [isha] Alexandre Pring [Usboa] ‘A Tarumba - Teatro de Marionetas [lisa] Alma dArame [Mantemor-0-Now] Angela Ribeiro - Marionetista {dmata} Bonecos de Santo Aleixo [Evra] Beto Hinga [6a] Companhia Marimbondo fuss] Criadores de Imagens (Anatora} Delphim Miranda - Marionetas [lista] Era Uma Vez — Teatro de Marionetas {tvara] Fio de Azeite - marionetas do Chao de Oliva [Sintra] Fadas e Elfos (tistoa} Francisco Mota ~ Robertos [Pata] Jorge Cerqueira ~ construtor de marionetas {Sita} Jo&o Costa — Dom Roberto lisboa] Limite Zero [Porte] Lua Cheia -teatro para todos [Usba] MAO -Marionetas, Actores e Objectos [Viana éo Casta} Marionetas da Feira [Santa Mai a Fea] ‘Maurioneta (Reguenges de Monsaraz] Marionetas de Lisboa {Lisioa} MA ~ Marionetas do Algarve ffar] Mestre Filipe @ as suas marionetas [Usbal No Mundo da Lua [Sao Pedro do Estori) Particulas Elementares [Ova] Pandora Teatro [6a] Projecto Pumba [Sata Mai da Fea] Quinta Parede [orto] S.AMarionetas - Teatro & Bonecos [acobaral Teatro de Marionetas do Porto [Partal Teatro e Marionetas de Mandragora (Espino) Teatro de Ferro [6aial TFA- Teatro de Formas Animadas (ia do Conde] Trulé — Investigagao em Formas Animadas ttvral Valdevinos - teatro de marionetas [Sintra] [Espacos Dedicatos; ‘Museu da Marioneta de Lisboa [tisboal C.AM.A- Centro de Artes da Marioneta (listoa} ‘Museu das Marionetas do Porto [Prtal Museu da Arte da Marioneta [Viana de Castle) Casa dos Bonecos [Evara] 18 Jonna prt mauine L tutorial =| [ARTICULACOES] 001 » 004 por enVide neFetibata [Teatro e Marionetas de Mandragora] RUZETA Neste tutorial tratarei da natureza das articulacées com intengiio de esclarecer o que é uma articulacéo, para o que serve e qual a tipologia de articulacéo a ser usada em determinada situacéo. Apresento ainda as articulacées divididas por tipologias. Com a utilizagde de articulacées capacitamos a marioneta com a propriedade de esta ‘articular’ nos pontos que pretendemos que tal aconteca impedindo outros de se movimentarem indevidamente. ‘Tmagine-se portanto uma articulacdo como um elemento introduzido ou criado entre duas partes ou mais (normalmente segmentos sélidos) permitindo a estes articularem controladamente entre si Dependendo da quelidade de movimento que pretendemos adquirir existem ao nosso dispor diversos tipos de articulagées assim como matérias primas preferencialmente indicadas para cada caso, Todavia as ar- ticulagées ndio sto elementos estritamente necessérios para o funcionamento de uma marioneta, j4 que esta pode ser um objeto rigido sem partes moveis. Podemos dividir as propriedades fisico-mecdnicas das articulagées em trés grandes grupos essenciais; articulagées flexiveis, articulacées plésticas e articulacdes rigidas. Elasticidade, densidade e resisténcia a torcéo séo, entre outras, propriedades fisico-mecdnicas de articulacées flexiveis, ou seja, articulagdes compostas por partes providas de flexibilidade capazes de alterar a sua forma momentaneamente. Por exemplo, a esponja possui uma densidade que Ihe permite dobrar, torcer sobre si prépriae esticar até , Bes um certo ponto, Jd uma mola de ago articulago apresenta maior elasticidade toda- via menor torcto. Um cordel de . nylon tem uma elasticidade pratica- . ponpheves ante nula mas uma enorme torcio. simples Estes materiais stio propensos a apresentar maior ou menor flexi t a’ dade devido 4 sua natureza semi rigidas rigida {FLEXIVEIS} flexiveis plasticas As propriedades plésticas sto basicamente a maleabilidade e a ductilidade. A capacidade de defor- mar sob tensdo e a capacidade de deformar sob compresséo respetivamente. Importante serd dizer ue as matérias séo pldsticas quando apés deformacdo adotam a nova forma ao contrério das flexiveis Jue retomam a forma original ‘As matérias plésticas mais comuns e de facil reconhecimento sto as pastas como as argilas mas podemos por exemplo inserir neste grupo os filamentos de cobre. O cobre apresenta uma relativa re- sisténcia e consegue manter a sua nova forma sendo que é uma soluctio de baixo custo para marionetas de cinema de animacéo. {PLASTICAS} Uma articulagio rigida soluciona por vezes a necessidade de maior resisténcia, precisdo e durabili- OB dade. Ainda que de mais complexa execuctio, esta construgdo apresenta beneficios futuros porque @_ quando se opta assim por materiais mais resistentes o desgaste seré consequentemente menor impli- = cando menor manutencio. Somos capazes de, desta forma, controlar amplitudes e Gngulos precisos de movimento AS} A articulacdo que apresento a seguir foi criada para o espetéculo ‘casa dos ventos' e tem vindo a ser desenvolvida e aprimorada desde espetdculos como 'Xerazade ndo esté sé!','A Fantdstica Aventura de uma Crianga Chamada Pindquio' e ‘F.U.N.I.L.’ até & presente configura¢éo. E uma articulagao lacrada que encerra em si prdpria os travées limitadores de movimento ¢ 0 eixo, ponto pivot de movimento. Quando totalmente terminada apresenta-se como uma peca Unica com reduzi- das partes méveis. Todavia apresenta uma manutengdo complexa. Se forem usados materiais pobres é de ter em conta que pode implicar a substituictio integral da articulagdo ou mesmo de um membro inteiro. ‘A préxima etapa de desenvolvimento passaré pela criactio de modelos genéricos desta articulacto e de facil adaptacdo e integracdo na marioneta. Passaré ainda pela criagdo de um sistema de configuracéo e afinagdo de movimento que seja reversivel. Quem sabe? ... Talvez num préximo espetdculo. 7 is non es ge a tt wales 130 co ae meee oe ety ortatiye fe =e er i é do e construcdio destas ar- ‘Ao exemplo das demais engenharias, um étimo ponto de partida para a concecéo e co ticulogdes € a Natureze, Natureza urbana, mais propriamente, que nos oferece uma vasta gama de solutes yécnicas passiveis de serem usadas para cumprir outras funcdes para além daquelas para que foram inicial- mente criadas. 2) nina pati magi Contactos e amizades com pessoas de todo o mundo também envolvidas na arte da marioneta (de forma amadora ou profissional, que promovem a arte da marioneta através do ‘seu trabalho) ou que simplesmente adorem esta forma de arte; Reunides, conferéncias, festivais, intercambios e colaboragées; Oportunidades de cooperagao com pessoas em todas as areas da arte da marioneta (terapia, ensino, formagao, pesquisa, documentagdo, coleogées, exposicdes, etc.); Informagées e publicagdes sobre os desenvolvimentos mundiais; ‘Cursos e workshops; Orgulho da condicao de membro da organizagao de teatro mais antiga do mundo. UNIMA Portugal nis da Maeneta Portugues -Conto Porto da UNIMA cepwente nine ato oer

You might also like