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Revista de Economia Politica, vol. 14, n® 3 (55), julho-setembro/94 La crise des économies socialistes Wladimir Andreff Grenoble, Presses Universitaires de Grenoble, 1993. Desde o desmoronamento do sistema socalista, assim entendido o conjunto de paises de organizagio social apoiado no modelo sovistco, a dssolugio da propria URSS,coloca-sea questo: como foipossivel? Por ora, as respostas ainda nio surgiram de maneira satisfatéria, Entende-se:ahistéria est muitoproxima, pesquisa sobre o seu descnrolar muito jncipiente,eas paixdes ideolégicas muito vivas para fazer-seandlises ‘objetivas, que possam contempli-la,em toda a sua complexidade. iN ve 10 © esforgo que vem sendo realizado nesse sentido ainda é muito circunscrito; na ex-URSS, porconta tanto danecesidadetmedita de enfrentaro enorme ro- Lin ira blemas politicos, econdmicos © socias surgidos no DO processode transformacio, quantodo desejode afasta- ‘mento do velho sistema e de tudo que Ihe diz respeit no Ocidente, segundo o prof, Andreff, por que a das economias socialistas provocou uma crise domar- xismo eacrisedeuma profissio, ado sovietSlogo. Nio éocasodese aprofundar aquiessas razdes todas. Oque parece importante ressaltar € que @ auséncia ou ainsu- ficiéncia dessa discussio c osurgimento dos assessores ‘ocidentais no lugar dos sovietblogos, associado a ne- ‘cessidade imediata de enfrentaros problemas da trans- formagio, acabam por levar & desconsideragdo das ccaracteristicas especificas da organizagio social ante- riornesse enfrentamento, tornandosinda mais custoso, politica e socialmente, 0 processo de transicdo. Comseu livro, Prof. Andreff'se propde ustamente indicara relagio entre a natureza da crise e da ruptura ‘eas solugdes para enfrenté-la tilizandoaexperiéncia ‘acumulada em 14 anos de pesquisa edocéncia sobreas ‘economias socialistas. Assumindo desde oinicioquea debacle do sistema esté associada ds suas disfungSes ¢ 4 incapacidade demonstrada historicamente de se re- form-1o,oprof. Andreffampliaapergunta prelimi ‘mente posta, propondo-se analisaro que lhe parece um Tegulagdo extra-planejamento; foi justamente o blo- ao Tong do liv, de introduzindo as teorias bisicas utilizadas para exame do funcionamento do sistema, oprof. Andreffpassaem seguidaianilise desse funcionamento e das reformastentadas para melhoré-lo nos diferentes paises. Mas a originalidade das contribui- Bes do Prof. Andreff surge em seguida: a) na descrigdo sistematizada dos mecanismos de regulagdo da econo- ria, através do plano e extra-plano, ena qual , indicado ‘papel desempenhado pelo mercado oficial eparalelo =e pela moeda no sistema; b) na sua interpretagdo do regime deacumulagio dotipo sovietico,noqual,aolado do crescimento extensivo, ele destaca 0 que denomina uma relacdo salarial atenuada, Esta telagao ao contré- rio da que se verifica no fordismo, quando os métodos taylorianos de trabalho sio accitos pelos trabalhadores de um consumo em massa de bens iriana aceitagdo, porparte dostrabalha- dores, de um consumo mais frugal em contrapartida de ‘um trabalho de intensidade e produtividade aleatéri comdireitoaumsalério garantido, sob aameaga, paraos diretores de empresa, de mobilidade da mao de obra (ameaca possivel devido & aparente escassez de miode cobraed compulsiodas empresas para ocumprimentodo plano). Identificada a natureza da crise © constatada a ruptura do sistema, coloca-sea questo de como ccondu- ziratransigfo, Aclaé dedicado todo ocapitulo final do livro;partindo dasnogdes de mutacdo(atencioa certas ‘sontinuidades ou inércias que se mantém por algum até quesurja uma regulago para onovo sistema) « ia sda Eval eo de_uma tng crise), € adotandooenfoque geneticista, oprof. Andreffdiscute as alternativas de chogue e gradualista da transic8o sistémica, passando em revista ¢ avaliando os resulta- dos das experiéncias com as duas nos paises do Leste ‘Trata-se,assim, deum livroque ofereceaosinteres- sados no tema, uma visio abrangente das questdes relacionadas com o processo de transformacio das economias socialistas, com uma interpretagio quecons- jentementee por principio se afesta da retoricaecond- neoliberal, de uma descontinuidade estrita entre essas economias eas questées da transicSo, Dirigida ao piiblicoacadémico-masndoséaele-olivrotrazampla bibliografia. Lenina Pomeranz Da Faculdade de Economia ¢ Administragdo e do CEPST - Centro de Estudos sobre os Paises Socialistasem Transformacao, Universidade de So Paulo. 153 Precios de cuenta Elio Londero, ed. Washington D.C., Banco Interamericano de Desarrollo, 1992 Como objetivodedesenvolverum instrumental para a estimativa de pregos de conta (ou pregos-sombra) através de utilizagio de técnicas de matriz. insumo- produto, este livo divide-se em duas partes: a primeira, bastante tedrica, trata de conceitos bésicos edametodo- logia utilizada e, a segunda, com trés estuclos de caso - Colémbia, Panam e Venezuela, Oprimeiro capitulo, ue trata dos conceitos basicos, apresenta os fundamentos da andlise custo-beneficio (ACB)paraalocagSesaltemativas derecursos,discutin- do que quaisquer que sejam os crtérios adotados paraa ‘mesma, estes serio sempre um juizo de valor. [Em seguida é apresentado 0 conceito de variagio ‘compensatéria, que visa a analisar o resultado de ‘uma mudanga através de um critério de “bem estar ‘econdmico” e a sua aplicagao na ACB, através da utilizagdo dos conceitos prego de conta e taxa de desconto intertemporal. Definidoo conceito de prego de conta como corres- pondente medigao dos efeitos resultantes de variacdes idade de benseservigos,pode-se ‘entdo comparar projetos de inversto (correntes de insu- ‘mos uilizados para gerar correntes de bens e servigos) através do beneficio liquido total que gera. (O prego de ‘conta éa soma das variagdes compensat6rias atribuiveis ria). ‘Também é bisico neste tipo de andlise a taxa de desconto intertemporal ¢ 0s critérios de agregagio implicitos neste tipo de andlise, sendo ambos discu- tidos cuidadosamente, Ao final do capitulo hé um apéndice matemitico. ‘Ocapitulo dois aprofunda-se no conceito do prego de conta ¢ na forma de calculé-lo. Um projeto de inversio é desejivel se a mudanga no bem estar total é positiva, 0 que pode ser analisado com a utiizagdo de precos de conta. Como, porém, os produtos sfo avalia- dos nos projetos a pregos de mercado, & conveniente utilizar o conceito de razio de pregode conta (rpc), que a razio entre o prego de conta e o prego de mercado paraa avaliacio do mesmo. Como o preso de conta de um bem depende dos ‘efeitos que uma variago de sua oferta ou demanda tem sobre 0 valor do consumo das pessoas, é importante avaliar como 0s mercados se ajustam a tais variag6es. esta forma, osbens so classificados como produzidos (aumento da demanda satisfeito através de aumento na produgaointema) oundoproduzidos namargem (deman- dda adicional satisfeita através de aumento de exporta- ‘gbes, diminuigo de importagdes e oferta fixa), a partir do que sio fixados critérios para avaliagdo de pregos de conta paras bens. Em seguida, fixam-se crtérios para o célculo da azo do prego de conta das divisas, adapelarazioentre seu prego de conta ¢ a taxa de cémbi Finalmente, hé os crtérios paraa fixagao dos pregos de conta da mio de obra, 154 ‘No capitulo trés, sobre o uso de técnicas de insumo- produto, delineia-se a logica da utilizagao das mesmas para o céleulo de pregos de conta, jé que as mesmas permitemcalcular pes para insumos produzidos na mar- ‘gem, através da captacio de efeitos intersetorais Sio apresentadas e trabalhadas as equagdes que ‘dio origem & matriz ¢ um exemplo numérico de sua utilizagio. A seguir, discute-se como calcular as estruturas de ‘custoparabensniocomerciados (nio afetam diretamen- teocomércio exterior) como a eletricidade ‘A preparagio da matriz € explicada passo a passo, mostrando-se as implicagdes do preco das divisas, impostos &importacao e subsidios & exportacao, custo de transporte ¢ comércio sobre as rpc dos bens comer- dos, quais os critérios para incluir somente os bens ‘no comerciados mais importantes com o objetivo da ‘matriz insumo-produto ser “tratével”, como trabathar com insumos parcialmente comercidiveis, célculo de fatores de conversio para enfim chegar ao célculo das razbes dos pregos de conta, Finalmente, quendo ndo hé uma matriz insumo- produto, pode-se calcular as rpes segundo os mesmos critérios, obviamente de uma forma mais limitada, ‘No quarto capitulo, sobre o uso ea atualizagao das razdes dos presos de conta, € mostrado como as rpes ppermitem a avaliagdo de projetos de inversio. ‘Comojefoi dito, projetos de inversiosio.conjuntode

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