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Com efeito, determina a Constituição de 88, em seu art. 5º, X, que "são invioláveis a intimidade,
a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação" e, de outro lado, define o Código Civil brasileiro que
De acordo com Carlos Alberto Bittar, "o direito à imagem consubstancia o vínculo que une uma
pessoa à sua expressão externa, ou seja, ao conjunto de traços e caracteres que a distinguem e a
individualizam" e, além disso, "consiste no direito que tem a pessoa de impedir que outrem a utilize, sem
autorização, de sorte que a fixação e a posterior utilização econômica dependem de sua anuência".
Relativamente às pessoas jurídicas, o Código Civil em vigor acolheu a tese de que também elas
são titulares de direitos da personalidade, ao dispor que:
Assim, fica claro que a pessoa jurídica de direito público pode titularizar direitos de
personalidade, dentre os quais se situa o direito de imagem, resta esclarecer a respeito da possibilidade
de os órgãos e entidades da Administração Pública autorizarem a veiculação de sua imagem por
particulares, com fins comerciais.
Em razão disso, deve-se atribuir a natureza de bem de domínio público à imagem da autarquia, o
que, por conseguinte, atrai a incidência do regime jurídico de direito público.
Além disso, Maria Sylvia Di Pietro ressalta que, no uso de bens públicos por particulares, é
necessário verificar atentamente o fim a que se destinam, porque de nenhum modo podem ser
desvirtuados de seus objetivos básicos para satisfazer interesses exclusivamente privados.
O Código Civil estabelece a possibilidade de uso da imagem por terceiros mediante autorização,
segundo o seu art. 20 supracitado, a diferenciação entre os regimes jurídicos privado e público determina
a vedação no caso de uso publicitário de fachadas de órgão públicos. Isso porque, embora o particular
possa autorizar, a título gratuito ou oneroso, que se empregue seu nome e sua imagem em negócios
privados, por meio de um contrato, a Administração Pública, que deve atuar pautada na supremacia do
interesse público e também em sua indisponibilidade, somente está autorizada a veicular, com
exclusividade, sua imagem, sendo vedada qualquer forma de transmissão de direitos.