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102 ligam-se & ampligg2o das possibilidades técnicas e priticas ¢ se idk com ela Quando a Biologia_modéria conseguiu englobar igualmente os elementos da reatidade que nos interessam historicamente (pelo fato je haverem ocorrido precisamente assim ¢ ndo de qualquer outro modo) 10 de evolugio de validade geral, que na realidade — permitia ordenar 1odo 0 essencial daqueles objetos dentro de um esquema de leis com idade geral, bre todas as ciéncias, pairave ameaca- doramente 0 crepiisculo dos deuses de todas as perspectivag axioldgi Dado que também o chamado devir hist6rico era um fragt realidade tot pelo menos na aparéncia — mas jincorporado esse_ pr ‘entifico que nao fosse o da descoberta de lo aspecto “Tegal”, enquanto que os “aconte- 86 podiam levar-séém Tina de" conta como pos ssicatives das leis. © interesse por elcs ‘pi6prios e enquanto tais nao €ra considérado_um interesse “cientifico”. 2 com precisio toda a amplitude da relagao entre 0 conc © resultado disso, no que_nos interessa aqui, é que, apesar do ia_idealista aleiniiydesde Fichte, to e pelos ‘rabalhos da escola 103 Ainda hoje 0 método teérico e “abstrato” se opée de_maneir ta e aparcntemente incontorndvel & investigago hist6rico-emplrier Ele reconhece com toda a exatidgo a impossibilidade metodolégica de substituir o conhecimento hist6rico da realidade pela formulagio de ‘ou de, pelo contrario, chegar ao estabelecimento das “Ieis”, no do termo mediante a mera justaposigéo de observagée wa conseguir estabelecé-las — pois est convencido de ‘que esse & 0 fim supremo daCiéncia — parte do fato de que experimen- tamos constantemente as relagbes da atividade humana na sua realidade imediata. Em face disso, julga poder tornar esse curso dos eventos diretamente ivel com evidéncia axiomitica e assim exploré-los nas ica forma exata do conhecimento, a formulacéo de vamente evidentes, seria ao mesmo tempo a tnica tamente observé- veis. Consegtientemente, o estabelecimento de um sistema de proposi- ges abstratas ¢ puramente formais, por analogia com as proposicées 5 exatas, seria o tinico meio de dominar intelectualmente menos no que s¢ refere aos fonémenos ‘Apesar de ter sido 0 criador desta teoria [H. Gossen, precursor ia na Be , em 1854] 0 primeiro © iinico a efetuar uma legal ¢ © hist ‘a validade empitica as proposigies da teoria abstrata, no parti em; proprias, mas si jo de, uma vez alcangadas teorias fa todos os outros elementos que entram em linha de conta, dever 0 conjunto de todas estas teorias abstratas conter a verdadeira realidade das coisas, isto 6, tudo aquilo que, da realidade, fosse digno de ser conhecido. A teoria exata da Economia estabeleceria a influéncia de um motivo psicolégico, enquanto que outras teorias teriam como tarcfa desenvolver analogamente todos os restantes motivos num conjunto de proposigies de validade hipotética. Em telagio com o resultado do trabalho tebrico — isto 6, das teorias abstratas da formagao dos pregos, dos juros, dos rendimentos — houve quem divagasse que, numa suposta analogia com as pro- posigées da Fisica, seria possivel empregé-las para deduzir de premissas dadas, resultados quantitativamente determinados — portanto leis, em sentido estrito — com validade para a realidade da vida, posto que orrespondentes, 104 face a fins dados, a economia humana ficaria claramente “determinada”” fem relagio aos meios, Nao se levava em consideragio que, para alcangar jtal resultado, ainda que fosse no mais fécil dos casos, seria necessério, |estabeleGer previamente como “dada” e pressupor como conhecida a ' tonatidade da realidade hist6rica, incluindo todas as suas relagées causais, B que, se alguma vez o espirito finito conseguisse alcangar esse conhe- no seria imagindvel qual 0 valor epistemol6gico de uma teoria © preconceito naturalista segundo o qual se deveria nesses conceitos laborar algo de semelhante as ciéncias exatas, havia precisamente ‘ago errGnea do sentido dessas formagées teéricas . Acreditava-se que se tratava do isolamento psicolégico do homem, a do instinto da aquisi¢ao, ou entio ada de uma méxima esp /idade humana, Igava poder apoiarse em axiomas psicol6 Isso teve como conseqiiéncia os res exigirem uma psicologia empirica, de molde a ‘a nio validez desses axiomas, e poderem deduzir psicologicamente 0 ‘curso dos processos econémicos Néo € nossa intengio criticar agui em pormenor a significagdo de da observacao a do chamado principio econdmico, A te © esclarecimento das condigées © dos efeitos psico igGes pressupde 0 exato conhecimento destas Giltimas © a anélise cientifica das suas relagies, A an 1) psicol6gica significa pois merament: aprofundar do conhecimento do seu condicionamento histérico e da sua cagdo cultural. O que fo THTerESSE Ma conte do-homem, deatro sulatizado I especifica da relagio em causa, Trata-se luéncias psiquicas, extremamente heterogneas entre sie extremamente concretas na sua composig#o. A investigagao sociopsicolégica significa um exame aprofundadlo dos diversos géncros ispares de elementos culturais tendo em vista a sua do do conhe- igdes particulares, esse exame auxiliar-nos-a a com 105, electualmente e em medida crescente 0 seu con mas néo nos ajudaré a explicar as preender © significag Por conseguinte, bem pouco fc cadeada ao redor da questao da le As construgées da teoria abstrata sé na aparéncia so “deduces” Na_realidade, trata-se certo grau, indispensavel propria das ciéncias da ct wie mais profunda, dado Vale pena empreender aqui a sua caract ‘assim nos aproximaremos da questo Wgica sobre a significagdo da teotia nas ciéncias sociais, Para tanto, passaremos por alto e de vez para sempre a questio de saber se as construgies tebricas que ut zaremos como exemplos ou a que faremos referéncia, correspondem, tal como so, ao fim a que se destinam. Isto é, se foram formadas praticamente de maneira apropriada. esto de saber até onde se deve | sociedade organizada ivre e de um: quadro do pensamento retine deter da vide histériea para formar um cosmos nfo contraditério de x pensadas, Belo seu contetdo, essa construgio rev uma (ufopia, obtida me elemeitos” da_realidade. A sua dados contisié apenas em que, onde qu de que determinadas relagies — do abstrato na citada construgao, a saber dentes do “mercado” — chegaram a > fagio com os fatos empiricamente que se comprove ou suspeite 0 das representadas de mo as dos acontecimentos. de 106 No que se refere igacdo, 0 conceito do tipo ideal propbe-se © juizo de_atribuigio, Nao ¢ uma “hips IF 0 camntnine para a formacdo d exposigéo da realidade, pretende conferir’a ela meios expr ‘ocos, E, portanto, a “idéia” da organizagio moderna e historica- -0s que serviram, por exemplo, pare da Idade Média a maneira de média dos pi wo de. grande quan- “dados, difusos e-diseretas, que se «mesmo faltar por completa, urbana” em sentido ido, ess jo de determinados tragos que se ma s., [/mento_que aqui tratamos_ideais” em sentido puramente_idgico, sejam Y | ties en sentido puramente eo 107 obtido a partir da sbstrago de determinados tragos da grande com base nisso, tentar-se ttacar a utopia de privados. Ela acent jal moderna, ¢ os reuniria 5 da nossa investigagio. da | sera tratado agora. Ocorre que é possi formular muitas e mesmo inimeras utopias deste nhuma se pareceria com outra, das quais nenhuma ha fealidade empirica como ordem realmente vilida numa sociedad. ras cada wma das quais pretenderia, ser uma_representacio da“ dda cultura capiilista, c cada uma das quaié poderia realmente pretende: na medida em que selecionou_certas caracterfsticas_da_nossa_cultura sua especijicidade, reuni-las num quadro ideal homo- péneo. Pols os fer@mends que nos ‘urais. détivamregra_getal_o seu interesse — a sla significacao cultural — de idéias de. valox_muit smo modo que exi 8 quais podemos considerar como signi ode igualmente fazer-se uso dos relagdes suscetiveis dese no tipo ideal de uma determinada cultura. Qual 6, em face disso, a significagdio desses conceitos de tipo ideal para uma ciéncia empirica, tal como nés pretendemos pri Femos sublinhar desde logo a necessidade de que os quadros de pensa- 24, e como certo, / | rigorosamente separados da nogio do dever ser, do “exempl Lda construgio de relacies que parecem suficientemente moflvadas para a nossa imaginagho e, conseqi jente, “Objetivamente possiveis”, © que parecem adequadas-a0 nosi6 saber NOMOTGiC. ‘Quem for da opiniio de que 6 conhecimento da realidade i ‘ou poderia ser uma cépia “sem pressuposig6es” de fatos tivos”, negar-lhes-4 qualquer valor. E mesmo quem tiver reconhecido que, no Ambito da realidade, nada est isento de pressuposigées em sentido I6gico, e que o mais simples extrato de atas ou documentos apenas poderd ter algum sentido cientifico em relagio a “significagies” _Qualquer exame atento dos elementos ica mostra, no entanto, que oh ra m_feni ‘expressdo no yocabul carater impreciso do conteiido dos conceitos_nio_prejuci algum a_clarcza da exposi¢@o. Nesses casos, basta que de que o historiddo¥ tém tina vega concepgio, temos com a presenca teiido conceitual, no caso sin ‘Mas quanto mais clara consciéneia se fem que o centenas de palavras que comportam seme que sf imprecisas porque escolhidas segundo as necessidades de ‘a cle uma especificagao particular do con de que ele cogita. ‘como idade do trabalho cientifico, jogo. E, de fato, nunca se conceituais da exposigiio iador — logo que tenta ir de modo preciso ‘contend er determinado mediante meno conereto, ou ent 6 com S quadros ou entdo tende ter do caréter 10” segundo o esquema “genus proximum, differentia specifica”; faca a prova. Fste modo de comprovacio da significago das lavras apenas no campo das disciplinas dogmétticas, que tra- ham com Gifogismo’, Também nao existe, ou apenas na aparén 60 ico descritiva” desses conceitos nos seus elemen- porta € saber quais desses elementos deveréo ser considerados essenciais. Se queremos tentar uma definig&o genética do conteiido do conceito, apenas resta a forma do tipo ideal, no sentido fnteriormente estabelecido. Trata-se de um quadro_de pensamento,_¢ nao da_realidade , © muito menos da_realidade , posto que 0 que ¢ ndo serve-de-esquema.no.qual se pudesse inelul de exemplar. Tem antes o significado de um_conceito limite _pura- mente ideal, em relagio ao qual se mede a réalidade a fim de esclarecér 6 GBEIGIAD empirico de alguns dos seus elementos importantes, € com o qual esta € comparada. configuragdes_nas_quais construimos relagdes, pela utilizagao_da categoria da_possibilidads_ obje- tiva, que a nossa imaginagda, formada e ja segundo a realidade, Julga adequadas, reer a classificagdo pura, , com 0 que néo s6 0 conceitos, como 0 seu contetide, permanecerao indi entre ambos os 10s. Pelo contrario, iodo genético, isto es que © faagao modema, tomnamse entio estenciais dde-ambos, dado que se encontram num ‘Oia os concel ito campo,.qualquer conecito que ndo_seja puiramente nos afasta da reabdade. ae va do nosso conhecimento, a citcunstincia és de uma cadeia de transforma- de apenas captarmos a realidade at aginago pode com freqiiéncia a0 nivel dos meios da utilizagéo no campo da anélise cultural quando se trata da exposi © enquanto esta pretender ser univoca. Quem dela pre mente, forgosamente se deveré culturais, como por exemplo o histéri icas pode ser claramente . Mas 6 da sua significacdo pritica que se ocupa 0 10 das ciéneias sociais, tal como as entendemos. & muito fre- porém, apenas se poder tomar univocamente con significagao quando se refere 0 em; tiva de formular um tipo ideal como esse sob 0 pretexto de constituir entao fica encalhado na esfera do vagamente “sent s_nalualistas. “Fata confusio “pode jade “propriamente dita” ou as “forgas reais” que, por (© dos acontecimentos, manifestam-se na Hist6ria, "Este ‘ltime perigo 6 tanto mais constante quanto mais habituados estamos a entender por "de uma época os pensamentos ¢ spoca, € que, por esse met significativos para 0 aspecto partic A tudo isso convém acrescentar mais duas lugar, a circunstincia de que entre a minadas manifestagSes sociais caracteristicas de uma época, pode ter} amente passado aos olhos dos seus contemporineos como um| 2) al a ser alcangado na prética ou, pelo menos, como méxima para a eee 114 regulagio de certas relagdes sociais. Assim acontece com a “protegio dos bens de subsisténcia” ¢ de outras teorias dos ca especialmente de Santo Tomés de Aquino, em relagio conceito tipico-ideal da “economia urbana” medieval E, com maior razBo, assim sucede com o famigerado “conceito da Economia ea de uma abstract A idéia de que ser, teve um incomensurvel significado para o desen- apenas na Idade Média — influiu intensamente no process0 Ora, & apenas mediante uma construcdo rigorosa dos conceitos, [fou seja, gragas ao tipo ideal, que se torna posstvel expor de forma |yoca o que se entende e pode entendes-pelo con do va Era isto 0 que © sarcasmo acerca das{“rol deveria ter em conta, pelo menos enguanto nao for c: oferecer em seu lugar algo de melhor, o que aqui si ‘mais claro. A relagio de causalidade entre a idéia que domina os homens € 0s e! se pode fazer a abstragio do surge a nossa segunda observacio. As mens de uma época, isto é as que neles atuaram de forma compreendidas, sempre que formem um quadro sentide. Os élenientos da vi al determinada época da Tdade Média, por exemplo, que poderfamos ar pelo termo de “cristianismo” dos individuos em questo, cons- emamente contradit6rios, se bem que | Idade Média tenha sido capaz de impor, em elevado grau, da f& © dos costumes. Posta a questio do que correspondia, no meio daquele caos, a0 “cristianismo medieval", com 0 qual temos de trab: thar continuamente como se se tratasse de um conceito jé ema de saber em que consistia o elemento ogo descobriremos que puro_por_nés_ctiado. le normas eticas € de , de méximas para o comportamento na vida, e de 's particulares, que nds combinamos numa $6 tese que serfamos incapazes de estabelecer. de.modo néo con: io sem recorrer a conceitos i as expomos esas como a na realidade empfrica sio evidentemente muito diferentes, As coisas apresentam-se no entanto de forma bastante simples sempre que se trate de casos em que um ou alguns raros principios diretores teSricos jente traduziveis em formulas — como a {6 de Calvino na pre- destinagao, — ou entio certos postulados morais formula clareza, tenham governado os homens e hajam produzide deter efeitos histéricos, de modo que nos seja possivel introduzir a “ numa hierarquia de pensamentos inferidos logicamente desses princi sido 0 poder constrtivo puramente Idgico do pensamento na Hist — de que © marxismo € um exemplo notével — 0 proceso empirico- -hist6rico que se desenvolveu na mente das pessoas deverd ser gcralmente \ Ii) compreendido como um processo condicionado psicologicamente, e nio | logieamente. See = al dessas sinteses de idéias que tiveram uma samentos que so a conseqiiéneia l6gica destes principios oa que deles safram por associagio, quer porque a “idéia” historicamente or que Ihes servia de base se extinguiu, ou porque apenas conse influéncia através das suas conseqiiéncias. E essas sinteses adotam mais 0 caréter de “idéia” por nds construfda, quando, de inicio, principios diretores fundamentais nfo tenham sido captados, ou apenas de modo incompleto, pela consciéncia dos homens, ou ainda quando no tenha adotado a forma de um conjunto claro e coerente de pen- samentos. Assim, so nos empenhamos neste procedimento, como sucede ¢ deverd suceder, essa “idk uma época econdmica, de que as relagBes que se devem expor sua signifieagdo cal apresentagdo sistemdtica ¢ tanto menos se to: génezo. E* dai ‘tentativa de tual © mental, e ficar-se com um iinico conceito deste fe necessario ‘Assim, por exemplo, todos os enunciados de uma smo constituem tipos ideals que, constante € neces Com esta funcdo, tornam-se mesmo i Tais exposicdes tipico-ideais, contudo, comportam em regra mais ‘outro aspecto que complica ainda mais a sua ai pretendem ser, ou inconscientemente 0 so, 7 fe sentido [dgico mas também no sentido py \plares que — seguindo 0 nosso exemy Scnismo devé ser segundo 0 ponto de opinido” & "ess permanenié para ele. Ora, no s50_ocorra de forma cons- ciente ox — mais freqiistlemente — inconsciente, tas-deserigdes_caatém jf, Aeterminados ideals aos_quais 0 fades segundo as quais orienta a sua sais podem set completamente diferentes, e sem divide que o serdo sempre, dos valores com que, por exemplo, 05 contempordneos dos primitivos cristaos compararam 0 jf.ndo_sio.meios auxiliares purne s, nem conceitos relativamiente aos quais se mede a realidade de modo comparativo, mas antes so ideais a partir dos quais so fulga fa realidade, avaliando-a, J4 ndo se trata aqui do proceso tebrico da relacdo do empirico com inados valores, mak Ne Gulzos_de alo?) adotados 10 “conceito” do cristianismo. Dado que 0 ide empirica, penetra na regio da ismio: abandona-se © campo da cién- pata se fazer uma profissio de £6 pessoal, ndo uma cconstrugio con ideal Por muito notével que seja esta diferenga quanto aos princfpios, estas duas significagdes, fundementalmente diferentes di-se com extraordindria freqiiéncia no decorrer sempre que o historiador comeca a desen- ;preensio” de uma personalidade ou de uma volver @ sua proj época, Contrariamente aos padrées éticos constantes que Schlosser esta- | beleceu segundo o espirito do racionalismo, 0 historiador moderno de , que por um lado se propde “compreender por si , € que por outro também quer “ave I: trabalho iZo_de valor; e.que. por outro tende ad seus. jiafzos. £ necessétio opor a tudo isto um/Aever elementar do autocontrole ientifico, nico meio suscetivel de evitar surpresas, que nos convida. a incdo estrita entre a relaglo que compara a realidade com tipos ideais em sentido I6gico, © a apreciagao avaliadora dessa rea- lidade a partir de ideais, Devemos repetir mais uma vez que, no sentido L que Ihe damos, um “tipo ideal” € algo de completamente diferente da o apreciagio avaliadora, pois nada tem_em_commui-com_qualquer_“per- feigio", Salvo com ade carter puramente Idgico. Existem tipos ideais (o de bordéis comé de religides. E, entre os uns que, segundo a atual perspectiva da tecnicamente “oportunos”, como outros ‘Vemo-nos obrigados a passar por alto a discussio pormenorizada do caso que 6, sob muitos aspectos, 0 mais complicado ¢ interessante: 1a questio da estrutura légica do conceito de Estado, A este respeito pretendemos apenas fazer notar que, quando perguntamos 0 que corres ponde & nogdo de “Estado” na realidade empirica, deparamos com uma dade de agdes ¢ sujeicdes humanas difusas © discretas, de relagées imeiros, tanto existem tica policial poderiam parecer que aconteceria 0 contrétio. ges manifesta com os mais diferentes matizes nas mentes dos 05 homens chegassem a conceber com toda a clareza esta precisariam da “teotia geral do Estado”, que se propde esclarecé-la. yuer que seja a forma pela se que nds realizamos para jeses que encontramos nas mentes ‘6ricos. Apesar de tudo, 0 contetdo conereto que a ‘a de “Fstado” adota poder ser apreendido com clareza mediante uma orientagéo segundo os s de tipo ideal. F, além disso, ndo hé a menor divida de que © modo como os contemporincos realizam esas sinteses, de uma forma ldgica sempre imperieita, ow ipo ideal” como uma medicao ¢ & caracterizacdo sistemética icativas pela sua especificidade, ‘ais, 116 icos ¢ dos conceitos histéricos concretos podemos conferir a forma da abstragdo e da acentuagao de determi- is, Trata-se_ mesmo iana, Se este conceito, contudo, , & posto de um processo econdmico racional, este jegralmente elabor uum conceito de tipo ideal da 6 fluida nos pormenores. Mas tal, um cardter ‘médio” puramente genérico. Sempre <8, por exemplo ‘Quanto_mais > manifestam na_realidade tanto mais se tata “de co itos genéricos. Pelo jal ad “elementos contrério, quanto relagbes 18 complexas, tanto mais o conceito, ou o sistema de © caréter de tipo ideal. Porque, i este momento, temo-nos prin ideais no seu aspecto essenci ina com grande facilidade, valendo-se do ico”. E que também & possivel constrv © estas construgies podem ter | muito considerével, No en se confundam 0 valoi urge neste caso o perigo im 10_ideal ea realidade. dagui poder-se-ia taivex construir — dao dessa ideal puro da transformacao da com base apenas em deter- escassez do solo, 0 ere: lacdo, a abundancia de metais preciosos e a racionalizagao do lo de vida. Para saber se 0 curso empirico do desenvolvimento foi efetive- mente 0 mesmo que 0 construfdo, & necessério comprové-lo com a , procedencio-se re 0 Se © tipo ideal tiver jo de forma “correta” e o deciiso efetivo ndo corresponder ao decurso de tipo idea relagdes, a sociedade medieval no fartesanal”, Eno caso de o tipo ideal ter sido construido de m heuristicamente “ideal” — Sente exemplo este caso poderia dar-se — enfao orieaaria a investi estudo mais profundo da ni ca dos elementos da. socie eval que nao tm ca Se conduzir 4 esse res sumprido 0. seu_papel_\6gico, precisamente a0 torfar_m: i, nese ¢a50, a prova de uma 118 igorosamente diferenciadas, e que a construgio apenas serviu para realizar metodicamente a attibuicao vélida de um 80 histérico & suas causas reais, entre as possiveis na situacao ia do nosso conhecimento. Tal como mostra a experiéncia, torna-se extremamente dificil manter com rigor essa diferenga, © por uma citcunstincia precisa, No esse da demonstragao clara do tipo ideal ou do desenvolvimento de tipo ideal, ela deverd sor ilustrada mediante um material da realidade \aee em que 0 saber hist6rico aparece como servidor da teoria, em vez de suceder © contrério, O tedrico facilmente se vé tentado a considerar como normal esta relagdo, ou entio, o que é pior ainda, misturar a teoria e a Hist6ria até ao ponto de as confundir. Esse perigo € ainda mais ameagador quando se chega a combinar, dentro de uma classifi- cacio genética, a construgio ideal de um desenvolvimento com a classic fieagéo conceitual de tipos ideais de determinadas configuragées culturais (por exemplo, as formas da empresa industrial a partir da “economia doméstica fechada”, ou ainda joss a partir dos “deuses Go momento”). A seqiiéncia de tipos que resulta das caracteristicas conceituais selecionadas corre 0 risco de ser tomada como uma sucesséo ist6rica de tipos que obedecem & necessidade de uma lei. A ordem T6gica dos conceitos, por um lado, ¢ a distribuicdo empirica daquilo que 6 conceitualizado no espaco, no tempo ¢ na conexio causal, por outro, aparecem entio de tal modo ligados entre si, que quase chega a ser irresistivel a tentacdo de violentar a realidade para consolidar a validade efetiva da construgio na realidade, Intencionalmente, deixou de ser demonstrada a nossa concep¢ao no_exemplg de longe 0 mais importante de construgdes de tipo ideal: & de Marx.) E isto para no complicar a exposicao com a introducdo das interpretagSes de Marx, ¢ também para nio antecipar as futuras discusses da nossa revista, nas quais se submeterio a uma anilise cexitica das obras escritas sobre este grande pensador ou inspiradas nas suas doutrinas. 1mo-nos a constatar aqui que todas as “leis” € strugBes do desenvolvimento histérico especificamente -marxistas taturalmente possuem um cardter de tipo ideal, na medida em que sejam feoricamente corretas, Quem quer que tenha trabalhado com os s marxistas, conhece a eminente e inigualével importincia few estes tipos ideais, quando utilizados para os comparar com @ lc, mas conhece igualmente 0 seu petigo, logo que séo apresenta- como construgées com validade empirica ou até mesmo como | rica, © perigo deste procedimento, legitimo em,si, reside » 119 tendéncias ou “forpas ativas” reais (0 que, na verdade, significa metn- icas). Conceitos genéticos; tipo ideal; conceitos genéricos de estrutur jconidesis; ideais no sentido de combinagdes de pensamentos influem empiricamente nos homens hist6ricos; ideais que dominam os homens; © historiador tefere a Hist6r trativa do empitico; investigacao histérica com utilizacio de conceitos te6ricos como casos-limite ideais, e enfim as mais diversas complicacoes possiveis, que apenas pudemos aqui assinalar: tudo isso so construgdes ideais cuja relagzo com a realidade empirica do imediatamente dado 6 em cada caso particular, problemética, Esta breve lista demonstra j& 0 constante entrelacar dos problemas metodoligicos e conceituais, \wamente revivem no campo das ciéncias da cultura, E dado que nos limitamos aqui a referir os problemas, vimo-nos obrigados a renunciar ao aprofundamento das questdes da metodologia e a discutir snot as relagdes entre © conhecimento de tipo ideal ¢ © obtido "entre os conccitos de tipo ideal ¢ 0s conceitos coletivos, etc. ‘Apés todas estas discusses, 0 historiador continuard no entanto 4 insistir em que a preponderdncia da forma tipico-ideal na formacao © consirugio dos conceitos nio € mais que um sintoma especifico da juventude de uma disciplina cientifica. E em corta medida, devemos dar-the razio, embora com conseqiiéncias muito diferentes das que ele deduzira ‘Tomemos alguns exemplos de outras disciplinas. Nao hé divida de que tanto 0 atormentado aluno de curso elementar como o fil6logo primitive imaginam em principio que uma lingua & algo de “orginico”, isto é uma fotalidade supra-empitica e regida por normas attibuindo a ciéncia a tarefa que consiste em estabelecer 0 que deve ter validade . A primeira tarefa, a que geralmente se lanca tal como por exemplo o fez a Academia della Crusca, contetido a determinadas regras. FE se, face a isto, um dos princi fil6logos da atualidade proclama que o objeto da Filologia ¢ a “f cada individuo”, a instituigao de um tal programa apenas parece possivel fixo, com 0 qual a anilise possa trabalhar interior da infinita diversidade da faia, sem 0 que se enco pletamente desprovida de qualquer direco © delimitagio. ' } 120 421 mesmo papel foi representado pelas construgdes das teorias realidade. B nessa luta que se realiza 0 progresso do trabalho cient natural ena concepeao organicista, ou no dominio cultural. O seu resultado € um constante processo ipo ideal na nossa acepeao, pela teoria do Ei transformacio dos conceitos através dos quais tentamos apreender a realidade. Por conseguinte, a histéria das ciéncias da vida social & ¢ conti- muaré a ser uma alterndncia constante entre a tentativa de ordenar leeeeei fatos mediante uma construgéo de conceitos, a decom- do dos quadros mentais assim obtidos, devido a uma ampliagio © Geslocemento do horizonte cienifico,e a constugSo de novos. concetos Constant (para daca sobre a base assim modificada. Nisto de modo algim se expressa~o historicas da vida d cardter erréneo da intengdo de criar em geral sistemas conceituais, pois © seu cardter de qualquer ciéncia — mesmo a simples hist6ria descritiva — trabalha 0 citncias dotadas epertério conceitual da sua época, Antes se exprime aqui o fato de que, nas ciéncias da cultura humana, a construgéo de conceitos depende do modo de propor os problemas, e de que este dltimo varia de acordo ‘com 0 contetido da cultura, ‘A relago entre 0 conceito © 0 concebido comporta, nas ciéncias da cultura, 0 carter transitério de qualquer destas sinteses. No campo espera de que se consi fatos empiricos. Na verdade, a ‘uma superagio de tipo ideal, enquanto se Ihe atribui pirica ou 0 valor de um toma completamente | tantemente progressivo da sclpnm eorlasarent Ba da sua tarefa esta 0 cardter tnco tess sempre novas. Continuamente se repetem as tentativas para determinar 0 sentido € “verdadeiro” dos conceitos histéricos, sem jamais alean+ are o seu fim. B por isso normal que as sinteses com que a Historia constantemente trabalha_ndo sejam mais que conceltos determinados, relativamen ja que, logo que se exige a6 contetido-concettual unr Gariter iunivoco, se trate de tipos ideais abstratos, Neste siltimo caso, © conceito revela um ponto de vista te6rico e portant embora esclareca a realidade, demonstra ser impréptio para se um esquema no qual essa realidade pudesse ficar completamente in- cluida. Porque nenhum desses sistemas de pensamento que sio imprescindiveis para’ a compreenséo dos elementos signifi realidade pode esgotar a sua infinita riqueza. Todos estes uma ordem a0 caos dos fatos que aspecto, das histérica & qu: critica e, por conseguinte, ao exame dos principios de sintese n0 campo Se deduzirmos as conseqiiéncias do que fica dito, chegaremos a um ponto-em que as nossas opinides talvez se diferenciem, num ou noutro 5 de muitos representantes eminentes da escola no estado atual de que dlispomos. aparetho intelectual que se desenvolven no passado mediante uma elaboracio reflexiva ou, a rigor, mediante uma transformacio reflexiva da sealidade imediatamente dada, e ainda através da sua integracdo nos 10s que correspondiam ao estado do conhecimento € & orientagio assumida pelos interesses, encontra-se em continuo confronto com tude (© que podemos e queremos adquirir quanto a conhecimento novo da empiricas, a construglo de hipsteses ¢ a verificagio das mesmas, até aqui nascesse uma citncia “perfeita” e, consegilentemente, . Para isso 0 trabalho histSrico ¢ indutivo contemporinco iria apenas uma tarefa preliminar, condicionada pela imperfel- das ciéacias sociais. a

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