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Processo

AGI 20130020300407
Orgão Julgador
3ª Turma Cível
Publicação
Publicado no DJE : 03/04/2014 . Pág.: 60
Julgamento
19 de Março de 2014
Relator
MARIO-ZAM BELMIRO
Andamento do Processo
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Ementa
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. MENOR DEMANDANDE.
PREVALÊNCIA DO INTERESSE. COMPETÊNCIA
TERRITORIAL RELATIVA. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA
EX OFFICIO.IMPOSSIBILIDADE.

1. TRATANDO-SE DO AJUIZAMENTO DE AÇÃO DE


EXECUÇÃO DE ALIMENTOS EM FAVOR DE MENOR, A
ESCOLHA DO FORO RECAI SOBRE O AUTOR, SENDO
CERTO QUE POSICIONAMENTO DIVERSO MOSTRA-SE
CONTRÁRIO À FILOSOFIA DE PROTEÇÃO PREVISTA NO
ART. 100, INCISO II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, QUE
PROMOVE A FACILITAÇÃO DO SEU ACESSO AO
JUDICIÁRIO, BEM COMO O EXERCÍCIO DA DEFESA DE
SEUS DIREITOS.
2. FIGURANDO O MENOR COMO AUTOR DA DEMANDA, É
DEFESO AO JUIZ, DE OFÍCIO, DECLINAR DA
COMPETÊNCIA, PORQUE TAL INTERFERÊNCIA
REDUNDARIA EM DESPROVEITO À PARTE VULNERÁVEL
QUE A NORMA VISA PROTEGER.

3. RECURSO PROVIDO
STJ. Competência. Família. Ação de alimentos. Domicílio do alimentando. Alteração
posterior do domicílio. Remessa dos autos. Impossibilidade. «Perpetuatio
jurisdictionis». Súmula 33/STJ. Incidência. CPC, art. 87.
«A competência, nos termos do art. 87 do CPC, define-se no momento da propositura da
ação, somente podendo ser alterada se houver supressão do órgão jurisdicional ou
alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia. Ausentes essas duas
hipóteses, o caso é de «perpetuatio jurisdictionis», sendo descabida a remessa dos autos
para a cidade onde fixaram domicílio os autores depois de iniciado o processo. Incidência
ainda da Súmula 33/STJ.»

“Nos processos que envolvem menores, as medidas devem ser


tomadas no interesse desses, o qual deve prevalecer diante de
quaisquer outras questões. Não havendo, na espécie, nada que
indique objetivos escusos por qualquer uma das partes, mas
apenas alterações de domicílios dos responsáveis pelo menor,
deve a regra daperpetuatio jurisdictionis ceder lugar à solução
que se afigure mais condizente com os interesses do infante e
facilite o seu pleno acesso à Justiça. Conflito conhecido para o
fim de declarar a competência do Juízo de Direito de
Carazinho/RS (juízo suscitante), foro do domicilio do menor”
(STJ, CC 114.782/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 2ª Seção, jul.
12.12.2012, DJe 19.12.2012)

Nº 33: “A incompetência relativa não pode ser declarada de


ofício.”

A do foro do domicílio ou da residência do alimentando, para a


ação de alimentos (art. 53, II). Aqui, também, é lícito ao autor
optar pelo foro comum (o do domicílio do réu), por não se
tratar de competência absoluta, mas apenas de um privilégio
de caráter relativo. Convém lembrar que, havendo cumulação
de pedido de alimentos com investigação de paternidade,
prevalece o foro especial do alimentando (Súmula nº 1 do STJ).

A definição do foro do alimentando como o competente para as ações em que se pleiteiam


alimentos, por ser tratar de critério de competência relativa, comporta renúncia por parte
daquele que possui referida prerrogativa legal” (STJ, HC 71.986/ MG, Rel. Min. Massami
Uyeda, 4ª Turma, jul. 17.04.2007, DJ 21.05.2007, p. 579).
● “Tratando-se de execução de alimentos, aplica-se a regra de competência territorial do
art. 100, inciso II, do Código de Processo Civil. Não pode o juiz, na hipótese de incompetência
relativa, decliná-la de ofício (Súmula nº 33, STJ)” (TJDF, CC 20000020029342, Rel. Des.
Adelith de Carvalho Lopes, 2ª Câm., DJU 13.12.2000)

● “A execução de alimentos, fundada em título judicial, tem


sua competência firmada no local do domicílio e residência do
alimentando, prevalecendo a regra especial do artigo 100, II, do
Código de Processo Civil, visando a beneficiar a parte
economicamente mais fraca, concorrendo ainda o interesse
público emergente. A mudança de residência do alimentando
retira a competência do juízo que proferiu a decisão de
alimentos. Por se tratar de processo novo, reputa-se relativa a
competência do juízo, que não poderá decliná-la de ofício”
(TJDF, CC 20000020023129, Rel. Des. Hermenegildo
Gonçalves, 1ª Câm., DJU 23.08.2000)

● Declinação ex officio. Regra geral. “(...) Não pode o Juiz, para o qual foi distribuída a
ação, declinar, ex officio, da sua competência para apreciar o feito posto à sua razão de julgar.
Inteligência da Súmula nº 33/STJ: ‘A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.’
Precedentes jurisprudenciais de todas as Seções e Turmas desta Corte Superior” (STJ, REsp
639.565/SC, Rel. Min. José Delgado, 1ª Turma, jul. 05.08.2004, DJ 17.12.2004, p. 450).
● “A orientação desta colenda Corte se firmou no sentido de que, tratando-se
de competência territorial, não pode o juiz dela declinar de ofício, ainda que o devedor mude
de domicílio, ex vi do teor das Súmulas ns. 33 e 58 deste eg. Superior Tribunal de Justiça” (STJ,
AgRg no CC 32.521/ SP, Rel. Min. Francisco Falcão, 1ª Seção, jul.
27.08.2003, DJ 20.10.2003).

“A solitária condição de a eleição do foro ter se dado em


contrato não acarreta a nulidade dessa cláusula, sendosendo
imprescindível a constatação de cerceamento de defesa e de
hipossuficiência do aderente para sua inaplicação, inocorrentes
na hipótese em tela” (STJ, REsp 540.054/MG, Rel. Min.
Massami Uyeda, 4ª Turma, jul. 07.12.2006, DJ 19.03.2007, p.
354). No mesmo sentido: STJ, CC 46.747/SP, Rel. Min. Jorge
Scartezzini, 2ª Seção, jul. 08.03.2006, DJ 20.03.2006, p. 189.

Incabível ao autor pretender deslocar o foro para comarca


outra, afastando aquela onde ele próprio demandante propôs a
causa” (STJ, AgRg no Ag 48/RS, Rel. Min. Athos Carneiro, 4ª
Turma, jul. 22.08.1989, DJ 11.09.1989, p. 14.368).

10. Guarda de menor. “O juízo do domicílio do menor é


competente para apreciar ação de guarda proposta por um dos
pais contra o outro. A regra de competência definida pela
necessidade de proteger o interesse da criança é absoluta. Não
se prorroga por falta de exceção e autoriza declinação de ofício”
(STJ, CC 72.971/MG, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 2ª
Seção, jul. 27.06.2007, DJ 01.08.2007).

Nos casos em que o domicílio de uma das partes é


usado como parâmetro para a fixação da
competência, a sua mudança de endereço no curso
do processo não repercute no órgão competente para
o julgamento da causa, que permanece o mesmo,
em razão da perpetuatio iurisdictionis (STJ-2ª Seção,
CC 80.210, Min. Gomes de Barros, j.
12.9.07, DJU 24.9.07; RT 595/69

É competente o foro do domicílio do alimentando


para ação em que se pedem alimentos.
No entanto, por se tratar de regra de compe tê ncia
re lativa, não há óbice que impeça a propositura da
ação de alimentos em foro diverso do domicílio do
alimentando. Nesta hipótese, o alimentando estaria
renunciando à prerrogativa legal, estabelecida no art.
100, II, do CPC, e não poderia, posteriormente,
invocar a mencionada norma na tentativa de
remeter o processo ao juízo do foro de seu
domicílio, pois
implicaria violação ao princípio do juiz natural” (STJ-
2ª Seção, CC 57.622, Min. Nancy Andrighi, j.
10.5.06, DJU 29.5.06).

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Mudança de Residência do Alimentando

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TJ-DF - CONFLITO DE COMPETÊNCIA CC 20000020026637 DF (TJ-DF)
Data de publicação: 21/03/2001
Ementa: PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE
ALIMENTOS. MUDANÇA DE RESIDÊNCIA DO ALIMENTANDO. EFEITOS. 1. PARA O
MAGISTRADO AFIGURA-SE IMPERTINENTE RECONHECER, DE OFÍCIO, A INCOMPETÊNCIA
RELATIVA, POIS ESTARIA A IMISCUIR-SE NAS VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA AS
PARTES EM FACE DA PROPOSITURA DA AÇÃO EM UM OU EM OUTRO LUGAR, DADA A
PRORROGABILIDADE DO JUÍZO. 2. QUANDO A EXECUÇÃO TEM POR BASE OS
ALIMENTOS, A REGRA GERAL DO ARTIGO 575 , INCISO II , DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL , CEDE DIANTE DA REGRA ESPECIAL DO ARTIGO 100 , INCISO II , DO MESMO
DIPLOMA. E, POR ISSO, A COMPETÊNCIA DEIXA DE SER ABSOLUTA E PASSA A SER
RELATIVA, POIS SERIA CONTRÁRIO À LÓGICA QUE ORIENTA A ESPÉCIE DETERMINAR-SE
O DESLOCAMENTO DO ALIMENTANDO DE SUA RESIDÊNCIA PARA DEMANDAR ONDE
TEVE CURSO, ORIGINARIAMENTE, O PROCESSO DE CONHECIMENTO. CONFLITO DE
COMPETÊNCIA PROCEDENTE. UNÂNIME

Processo
AGI 20080020035789 DF
Orgão Julgador
2ª Turma Cível
Publicação
DJU 14/07/2008 Pág. : 85, DJU 14/07/2008 Pág. : 85
Julgamento
2 de Julho de 2008
Relator
JESUÍNO RISSATO
Andamento do Processo
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Ementa
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. FORO DO
ALIMENTANDO. DECISÃO MANTIDA. O FORO
COMPETENTE PARA A AÇÃO DE ALIMENTOS É O DO
DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO ALIMENTANDO, SENDO
A COMPETÊNCIA DETERMINADA NO MOMENTO EM QUE
A AÇÃO É PROPOSTA. EVENTUAL MUDANÇA DE
ENDEREÇO DO ALIMENTANDO, APÓS O AJUIZAMENTO,
NÃO TEM O CONDÃO DE MODIFICAR A COMPETÊNCIA.

2. AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Acordão
Processo
CCP 20140020237202 DF 0023891-93.2014.8.07.0000
Orgão Julgador
2ª Câmara Cível
Publicação
Publicado no DJE : 01/12/2014 . Pág.: 97
Julgamento
17 de Novembro de 2014
Relator
VERA ANDRIGHI
Andamento do Processo
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Ementa
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO.
ALIMENTOS. MINISTÉRIO PÚBLICO. DOMICÍLIO DO
ALIMENTANDO. COMPETÊNCIA RELATIVA.
ARTS. 304, 100, INC. II E 87 DO CPC.
I – O Ministério Público não tem legitimidade para opor
exceção de incompetência, como custos legis, porque se trata
de faculdade privativa da parte interessada, nos termos do
art. 304 do CPC.
II - Aplicável, à demanda, o art. 100, II, do CPC, que prevê a
competência o foro do domicílio ou residência do alimentando
para a execução de alimentos.
III – A competência é fixada no momento da propositura da
ação e a mudança de endereço do alimentando não determina
a modificação da competência, art. 87 CPC.
IV – Conflito conhecido e declarado competente o Juízo
Suscitado.

Acordão
CONFLITO CONHECIDO. JULGOU-SE PROCEDENTE
DECLARANDO-SE COMPETENTE O DOUTO JUÍZO
SUSCITADO. UNÂNIME
rocesso
AI 70066852831 RS
Orgão Julgador
Sétima Câmara Cível
Publicação
Diário da Justiça do dia 07/12/2015
Julgamento
2 de Dezembro de 2015
Relator
Jorge Luís Dall'Agnol
Andamento do Processo
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Ementa
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE
ALIMENTOS. COMPETÊNCIA RELATIVA. DECISÃO QUE
DECLINA, DE OFÍCIO, DA COMPETÊNCIA.
INVIABILIDADE.

De acordo com a doutrina e jurisprudência dominantes,


inclusive Súmula n. 33 do STJ, não cabe ao juiz conhecer, sem
provocação, sobre a incompetência relativa. Agravo de
instrumento provido. (Agravo de Instrumento Nº
70066852831, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 02/12/2015).
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Alteração de Domicílio da Criança e Daqueles que Detém sua Guarda


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STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1404036 GO 2013/0310779-9 (STJ)
Data de publicação: 24/02/2017
Ementa: PROCESSO CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE
DESTITUIÇÃO DE PODER FAMILIAR. ALTERAÇÃO DE DOMICÍLIO DA CRIANÇA E
DAQUELES QUE DETÉM SUA GUARDA. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE.PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONES X JUIZ IMEDIATO.
PREVALÊNCIA DESTE ÚLTIMO NA HIPÓTESE CONCRETA. 1. Conforme estabelece o art. 87 do
CPC, a competência determina-se no momento da propositura da ação e, em se tratando de hipótese de
competência relativa, não é possível de ser modificada ex officio. Esse mencionado preceito de lei
institui, com a finalidade de proteger a parte, a regra da estabilização da competência (perpetuatio
jurisdictionis). 2. O princípio do juiz imediato vem estabelecido no art. 147, I e II, do ECA, segundo o
qual o foro competente para apreciar e julgar as medidas, ações e procedimentos que tutelam interesses,
direitos e garantias positivados no ECA, é determinado pelo lugar onde a criança ou o adolescente
exerce, com regularidade, seu direito à convivência familiar e comunitária. 3. Embora seja compreendido
como regra de competência territorial, o art. 147, I e II, do ECA apresenta natureza de competência
absoluta, nomeadamente porque expressa norma cogente que, em certa medida, não admite prorrogação.
4. A jurisprudência do STJ, ao ser chamada a graduar a aplicação subsidiária do art. 87 do CPC frente à
incidência do art. 147, I e II, do ECA, manifestou-se no sentido de que deve prevalecer a regra especial
em face da geral, sempre guardadas as peculiaridades de cada processo. 5. Recurso não provido.
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Foro da Residência do Alimentando ou do Alimentante

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TJ-SC - Agravo de Instrumento AG 464571 SC 1988.046457-1 (TJ-SC)
Data de publicação: 06/12/1991
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REVISÃO DE ALIMENTOS -
FORO DA RESIDÊNCIA DO ALIMENTANDO OU DO ALIMENTANTE - INCOMPETÊNCIA
RELATIVA QUE SÓ PODE SER DECLARADA MEDIANTE EXCEÇÃO OPOSTA PELA PARTE -
NULIDADE DA DECISÃO. Tratando-se de competência relativa, o Juiz só pode declinar da sua, de
ofício, na primeira oportunidade processual, sem a prática de atos que importam em aceitação tácita da
competência e desde que seja para evitar evidente abuso de direito de uma das partes, em prejuízo da
outra, dificultando a sua defesa.
TRF-3 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA CC 91106 SP 2007.03.00.091106-2 (TRF-3)
Data de publicação: 17/01/2008
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. DECRETO LEGISLATIVO N.º 10/58.
DECRETO N.º 56.826/65. LEI N.º 5.478 /68, ART. 26 . ALIMENTANDORESIDENTE FORA DO
PAÍS. ALIMENTANTE RESIDENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL. COMPETÊNCIA
DO FORO FEDERAL DA RESIDÊNCIA DO ALIMENTANTE. 1. É competente para as ações de
alimentos decorrentes da aplicação do Decreto Legislativo n.º 10, de 13 de novembro de 1958, e Decreto
n.º 56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo federal da subseção judiciária em que reside o devedor.
Atualização do art. 26 da Lei n.º 5.478 /68, à vista do fenômeno da interiorização da Justiça Federal. 2. A
natureza das demandas é aferida primordialmente à luz da causa de pedir. Assim, é de natureza privada a
ação de alimentos ajuizada pelo Ministério Público, em prol de incapaz com endereço fora do território
nacional e em face de alimentante residente no Brasil. 3. Cuidando-se de demanda de natureza privada,
as regras de competência são ditadas pela lei no interesse das partes e, portanto, são de natureza relativa,
não comportando declinação de ofício pelo juiz. Aplicação da Súmula 33 do Superior Tribunal de Justiça.
4. Não há razão de ordem pública a determinar que a demanda alimentícia de que trata o art. 26 da Lei n.º
5.478 /68 tramite perante o foro federal da capital do Estado. 5. Ao tempo em que editada a Lei n.º 5.478
/68, a Justiça Federal possuía varas apenas nas capitais dos Estados. Atualmente, havendo varas no
interior, o art. 26 da aludida lei deve ser lido de forma a consagrar a intenção do legislador. 6. É
conveniente ao demandado e favorece a colheita da prova a tramitação, pelo forofederal da residência do
devedor, da ação de alimentos de que cuidam o Decreto Legislativo n.º 10/58 e o Decreto n.º 56.826/65.
7. Conflito de competência julgado procedente.
TJ-RS - Inteiro Teor. Agravo de Instrumento: AG 70041444571 RS
Data de publicação: 09/03/2011
Decisão: do STJ, determina que: “O foro do domicilio ou da residência do alimentando é o competente
para... DO ALIMENTANDO. Se o alimentante reside em Viamão, e o alimentando, investigante,
reside em Três Passos... DE PATERNIDADE CUMULADA COM PEDIDO DE ALIMENTOS.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. FORO DA RESIDÊNCIA...
STJ - CONFLITO DE COMPETENCIA CC 118340 MS 2011/0175077-4 (STJ)
Data de publicação: 19/09/2013
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE
PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA. AÇÃO AJUIZADA NO FORO DA RESIDÊNCIA DOS
ALIMENTANDOS. SENTENÇA EXEQUENDA PROFERIDA POR JUÍZO DE FORO DIVERSO.
COMPETÊNCIA FUNCIONAL. RELATIVIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. ARTS. ANALISADOS: 100,
II, E 475-P, DO CPC . 1. Conflito negativo de competência suscitado em 24/05/2011, visando à definição
do Juízo competente para o processamento de execução de prestação alimentícia ajuizada em 2001. 2. O
descumprimento de obrigação alimentar, antes de ofender a autoridade de uma decisão judicial, viola o
direito à vida digna de quem dela necessita (art. 1º , III , da Constituição Federal ). Em face dessa
peculiaridade, a interpretação das normas que tratam de competência, quando o assunto é alimentos, deve,
sempre, ser a mais favorável para o alimentando. 3. Em se tratando de execução de prestação
alimentícia, a aparente antinomia havida entre o art. 475-P e parágrafo único (e também o art. 575, II) e o
art. 100 , II , todos do CPC , resolve-se em favor do reconhecimento de uma regra de foro concorrente,
que permite ao alimentandoescolher entre: (I) o foro do seu domicílio ou residência; (II) o Juízo que
proferiu a sentença exequenda; (III) o Juízo do local onde se encontram bens do alimentante, sujeitos à
expropriação; e (IV) o Juízo do atual domicílio do alimentante. 4. Na hipótese, é competente para o
processamento da execução de alimentos o foro do domicílio ou residência do alimentando, eleito por
ele para o ajuizamento da ação, ainda que a sentença exequenda tenha sido proferida em foro diverso.
Relativização da competência funcional prevista no art. 475-P do CPC . Precedentes do STJ. 5. Conflito
de competência conhecido para declarar a competência do Juízo Suscitado.
STJ - HABEAS CORPUS HC 184305 GO 2010/0164918-7 (STJ)
Data de publicação: 22/03/2011
Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. HABEAS CORPUS. ALIMENTOS. COMPETÊNCIA.
DOMÍCILIO OU RESIDÊNCIA DO ALIMENTADO. SÚMULA N.º 309 /STJ. DILAÇÃO
PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. A teor do enunciado
sumular n.º 309/STJ, é legítima a prisão civil do devedor de alimentos, quando fundamentada na falta de
pagamento de prestações vencidas nos três meses anteriores à propositura da execução, ou daquelas
vencidas no decorrer do referido processo. 2. Consoante a jurisprudência sedimentada desta Corte
Superior, o foro competente para execução de alimentos é o foro do domicílio
ou residência do alimentando, ainda que a sentença exequenda tenha sido proferida em foro diverso. 3.
O remédio heróico, por possuir cognição sumária, não comporta a aprofundada análise de material fático-
probatório, tal como a suposta incompetência do juízo da execução em razão da efetiva residência do
menor, a possível imprestabilidade do título executivo ou a capacidade financeira do alimentante em
prosseguir no pagamento da pensão alimentícia, a qual deve ser aferida na via apropriada, como a
revisional de alimentos ou a própria execução (v.g.: HC 29.443/SC, Rel. Min. BARROS MONTEIRO,
DJ de 12.04.2004 e HC 14.403/CE , Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, DJ de 15.04.2002) 4.
Ordem denegada.
TJ-MA - Agravo de Instrumento AI 0491842015 MA 0008788-28.2015.8.10.0000 (TJ-MA)
Data de publicação: 23/02/2016
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. COMPETÊNCIA
TERRITORIAL RELATIVA. PODER FAMILIAR. BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. 1.O
artigo 100 , II , do Código de Processo Civil preleciona que o foro competente para processar as ações
referentes a alimentos é o de domicílio ou residência do Alimentando. Todavia, a competência territorial
possui natureza relativa, uma vez que gravita em torno de interesse privado, admitindo-se que seja
prorrogada enquanto não articulada a necessária exceção de incompetência pela parte
prejudicada/beneficiária, motivo pelo qual não pode o Juiz se pronunciar de ofício acerca desta matéria
(Súmula nº 33, STJ) e não cabe a outra parte, além da beneficiária, optar pela utilização ou não do
regramento. 2. OPoder Familiar impõe ao pai a obrigação de prestar alimentos às filhas, face à presunção
absoluta de necessidade das menores e incontroverso dever de assistência moral e material para o seu
desenvolvimento. 3. A fixação da verba alimentar não pode superar as forças financeiras do devedor a
ponto de impor-lhe sacrifício excessivo, devendo se observar o princípio da proporcionalidade e o
binômio necessidade-possibilidade, posto que não se deve onerar o alimentante, de forma a
impossibilitar o cumprimento da obrigação e a inviabilizar outros compromissos familiares e pessoais, e,
por outro lado, deve-se assegurar às Alimentandas e ao Alimentante o respeito ao princípio da dignidade
da pessoa humana. 4.Considerando que os valores fixados a título de alimentos podem ser readequados ao
final da instrução processual, compreende-se razoável o valor de 03 (três) salários mínimos e ½ (meio)
estipulado pelo Juízo de base, na medida em que o montante se apresenta mais adequado ao rendimento
do genitor e as necessidades das infantes, atendendo o binômio necessidade-possibilidade, bem como
respeita o princípio da dignidade da pessoa humana para ambas as partes. 5. Agravo de Instrumento
conhecido e improvido. 6. Unanimidade...
TJ-DF - Agravo de Instrumento AGI 20130020252354 DF 0026171-71.2013.8.07.0000 (TJ-DF)
Data de publicação: 21/02/2014
Ementa: PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. COMPETÊNCIA. FORODO JUÍZO
DO DOMICÍLIO DO EXECUTADO. ALTERAÇÃO POSTERIOR. IRRELEVÂNCIA. AUSÊNCIA
DE PROVA DE QUE NÃO RESIDIA EM BRASÍLIA QUANDO DO AJUIZAMENTO. I - DE
ACORDO COM O PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS, A COMPETÊNCIA É
DETERMINADA NO MOMENTO EM QUE A AÇÃO É PROPOSTA, SENDO IRRELEVANTES
AS MODIFICAÇÕES DO ESTADO DE FATO OU DE DIREITO OCORRIDAS
POSTERIORMENTE. INTELIGÊNCIA DO ART. 87 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL . II -
EM SE TRATANDO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS, A JURISPRUDÊNCIA TEM
SUFRAGADO O ENTENDIMENTO DE QUE É LÍCITO AO ALIMENTANDO ESCOLHER (1)
O FORO DE SEU DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA, (2) DO JUÍZO QUE PROFERIU A
SENTENÇA, (3) DO LOCAL ONDE SE ENCONTRAM OS BENS DO ALIMENTANTE, OU O
JUÍZO DO ATUAL DOMICÍLIO DO ALIMENTANTE. III - NA HIPÓTESE, DE ACORDO COM
AS PEÇAS DOS AUTOS, QUANDO DISTRIBUÍDA A PETIÇÃO INICIAL, O
AGRAVANTE/EXECUTADO RESIDIA EM BRASÍLIA. NESSE CONTEXTO, SE
POSTERIORMENTE HOUVE ALTERAÇÃO NO DOMICÍLIO, O FATO NÃO TEM O CONDÃO
DE ALTERAR A COMPETÊNCIA ESTABELECIDA QUANDO INSTAURADA A EXECUÇÃO.
DEPOIS, NÃO FICOU DEMONSTRADO QUE O EXECUTADO, ANTES DO AJUIZAMENTO,
JÁ ESTAVA ESTABELECIDO COM ÂNIMO DEFINITIVO EM OUTRA UNIDADE DA
FEDERAÇÃO. IV - NEGOU-SE PROVIMENTO AO RECURSO.
Processo

CC 134263 SC 2014/0136068-8

Publicação
DJ 04/02/2015

Relator

Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA

Andamento do Processo

Ver no tribunal

Decisão
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 134.263 - SC
(2014/0136068-8) RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA
FAMÍLIA ÓRFÃOS INFÂNCIA E JUVENTUDE DE
BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SC SUSCITADO : JUÍZO DE
DIREITO DA 2A VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DO
FORO REGIONAL IV LAPA - SÃO PAULO - SP INTERES. : G
A DE P C B (MENOR) REPR. POR : R C A DE P ADVOGADO :
CLÁUDIO JOSÉ CHARBIL TONETTI INTERES. : A G C B
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE
COMPETÊNCIA. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS.
AJUIZAMENTO NO FORO DO ALIMENTANTE. RENÚNCIA
DO ALIMENTANDO. POSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA
FUNCIONAL. RELATIVIZAÇÃO. PRECEDENTE DO STJ.
DECISÃO Trata-se de conflito negativo de competência
estabelecido entre o Juízo de Direito da Vara da Família,
Órfãos, Infância e Juventude de Balneário Camboriú (SC) e o
Juízo de Direito da 2ª Vara de Família e Sucessões do Foro
Regional IV Lapa, São Paulo (SP) nos autos de ação de
execução de alimentos. A ação foi proposta no foro de
domicílio da parte alimentante, réu e executado, o Juízo de São
Paulo (SP), que declinou da competência sob o fundamento de
que o foro de domicílio do menor é o competente, de forma
absoluta, para a execução dos alimentos, na forma do
art. 147, I, do ECA. Assim, determinou a remessa a uma das
varas de família e sucessões da comarca de Balneário
Camboriú. O Juízo de Direito da Vara da Família, Órfãos,
Infância e Juventude daquela cidade, então, suscitou conflito
negativo por entender que a execução de alimentos foi
proposta no foro de domicílio do alimentante/executado, por
opção do alimentando/executante, domiciliado em Balneário
Camboriú, renunciando, portanto, à prerrogativa de foro
previsto no art. 100, I, do CPC, que é relativa, não podendo ser
declarada de ofício. O Ministério Público Federal opina pela
manutenção da competência do Juízo paulista, onde proposta a
ação. É o relatório. Decido. O Superior Tribunal de Justiça
entende que o foro competente para execução de alimentos é
relativo, comportando renúncia por parte do alimentando em
prol dos seus interesses. A respeito da questão, destaco os
julgados abaixo: "CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA. DEMANDA
AJUIZADA NO FORO DA RESIDÊNCIA DO ALIMENTANDO.
TÍTULO EXECUTIVO PROFERIDO POR JUÍZO DE FORO
DIVERSO. COMPETÊNCIA FUNCIONAL. RELATIVIZAÇÃO.
POSSIBILIDADE. PRECEDENTE ESPECÍFICO DA SEGUNDA
SEÇÃO DO STJ: CC 118.340/MS, MIN. NANCY ANDRIGHI,
DJE DE 19/09/2013. CONFLITO CONHECIDO PARA
DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE DIREITO DA
10ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE MANAUS - AM, O
SUSCITADO." (CC n. 136.009/PA, relator Ministro Paulo de
Tarso Sanseverino, DJe de 22.9.2014.)"PROCESSUAL CIVIL.
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE
PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA. AÇÃO AJUIZADA NO FORO DA
RESIDÊNCIA DOS ALIMENTANDOS. SENTENÇA
EXEQUENDA PROFERIDA POR JUÍZO DE FORO DIVERSO.
COMPETÊNCIA FUNCIONAL. RELATIVIZAÇÃO.
POSSIBILIDADE. ARTS. ANALISADOS: 100, II, E 475-P,
DO CPC. 1. Conflito negativo de competência suscitado em
24/05/2011, visando à definição do Juízo competente para o
processamento de execução de prestação alimentícia ajuizada
em 2001. 2. O descumprimento de obrigação alimentar, antes
de ofender a autoridade de uma decisão judicial, viola o direito
à vida digna de quem dela necessita (art. 1º, III,
da Constituição Federal). Em face dessa peculiaridade, a
interpretação das normas que tratam de competência, quando
o assunto é alimentos, deve, sempre, ser a mais favorável para
o alimentando. 3. Em se tratando de execução de prestação
alimentícia, a aparente antinomia havida entre o art. 475-P e
parágrafo único (e também o art. 575, II) e o art. 100, II, todos
do CPC, resolve-se em favor do reconhecimento de uma regra
de foro concorrente, que permite ao alimentando escolher
entre: (I) o foro do seu domicílio ou residência; (II) o Juízo que
proferiu a sentença exequenda; (III) o Juízo do local onde se
encontram bens do alimentante, sujeitos à expropriação; e (IV)
o Juízo do atual domicílio do alimentante. 4. Na hipótese, é
competente para o processamento da execução de alimentos o
foro do domicílio ou residência do alimentando, eleito por ele
para o ajuizamento da ação, ainda que a sentença exequenda
tenha sido proferida em foro diverso. Relativização da
competência funcional prevista no art. 475-P do CPC.
Precedentes do STJ. 5. Conflito de competência conhecido para
declarar a competência do Juízo Suscitado."(CC n.
118.340/MS, relatora Ministra Nancy Andrighi, DJe de
19.9.2013.)"HABEAS CORPUS. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE
ALIMENTOS PROPOSTA NO FORO DO DOMICÍLIO DO
ALIMENTANTE. ARGÜIÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DO
JUÍZO QUE DECRETOU A PRISÃO CIVIL. ORDEM
DENEGADA. 1." A definição do foro do alimentando como o
competente para as ações em que se pleiteia alimentos, por ser
tratar de critério de competência relativa, comporta renúncia
por parte daquele que possui referida prerrogativa legal. "(HC
71.986/MG, Rel. Ministro Massami Uyeda) 2. Ordem
denegada."(HC n. 205.362/DF, relator Ministro Luis Felipe
Salomão, DJe de 19.8.2011.) Ante o exposto, com fundamento
no art. 120, parágrafo único, do Código de Processo Civil,
conheço do conflito e declaro competente o Juízo de Direito da
2ª Vara de Família e Sucessões do Foro Regional IV Lapa, São
Paulo (SP). Comunique-se. Publique-se. Brasília (DF), 02 de
fevereiro de 2015. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
Relator
rocesso

CC 136500 PR 2014/0262663-3

Publicação

DJ 27/11/2014

Relator

Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE

Andamento do Processo

Ver no tribunal
Decisão
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 136.500 - PR
(2014/0262663-3) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO
BELLIZZE SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DA 2A VARA
DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DE CASCAVEL - PR SUSCITADO
: JUÍZO DE DIREITO DA 4A VARA DE FAMÍLIA E
SUCESSÓES DE UBERLÂNDIA - MG INTERES. : M G DE A B
(MENOR) REPR. POR : F B DA S ADVOGADO : CRISTIANO
MENDONÇA RIBEIRO E OUTRO (S) INTERES. : J C G A
ADVOGADO : B GISLENE SILVA VIEIRA GARZONI E
OUTRO (S) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
AÇÃO DE GUARDA C/C ALIMENTOS. MUDANÇA DE
DOMICÍLIO NO CURSO DA DEMANDA. RELAÇÃO
JURÍDICA CONTINUATIVA. MENOR IMPÚBERE.
INTERESSE PREPONDERANTE. MITIGAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS.
COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITANTE. DECISÃO Cuida-se
de conflito negativo de competência estabelecido entre o Juízo
de Direito da 2ª Vara de Família e Sucessões de Cascavel-PR,
suscitante, e o Juízo de Direito da 4ª Vara de Família e
Sucessões de Uberlândia-MG, suscitado, nos autos da ação de
guarda c/c alimentos proposta por M G de A B, representado
por sua mãe, contra F B DA S. Originariamente, a demanda foi
proposta no Juízo de Uberlândia, à época foro do domicílio do
menor alimentando, que declinou da competência, noticiando
a mudança do infante com sua mãe para a cidade de Cascavel.
Ao receber os autos, o Juízo paranaense suscitou o presente
conflito, ao argumento de que, "sendo ajuizada a demanda em
observância às regras de competência vigentes, não é a mesma
passível de alteração em virtude de posterior mudança de
residência do menor, sob pena de ofensa ao princípio da
perpetuatio jurisdictionis, consagrada no artigo 87 do Código
de Processo Civil, (...)" (e-STJ, fl. 220). Instado, o Ministério
Público Federal opinou pela competência do Juízo suscitante
(e-STJ, fls. 247-249). É o relatório. Discute-se sobre a
competência para o processamento de ação de guarda c/c
pedido de alimentos, considerando-se a mudança do domicílio
do autor, menor impúbere, após a propositura da demanda.
Nesses casos, há que se reconhecer a possibilidade de
modificação da competência, com vistas à facilitação do acesso
à Justiça por parte do alimentando. Ressalte-se que a própria
natureza da prestação exigida, com destacada índole social,
autoriza a relativização da regra da perpetuatio jurisdictionis,
sobretudo quando envolve interesse de menor. Sobre o tema:
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. MUDANÇA DE
DOMICÍLIO NO CURSO DA AÇÃO DE ALIMENTOS.
RELAÇÃO JURÍDICA CONTINUATIVA. PERMEABILIDADE
A FATOS SUPERVENIENTES. MENOR HIPOSSUFICIENTE.
INTERESSE PREPONDERANTE DESTES. MITIGAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS
(ART. 87DO CPC). 1. A prestação de alimentos refere a uma
relação jurídica continuativa, por tempo indeterminado,
estando sujeita a modificações ditadas por comprovada
alteração da situação fática justificadora de sua fixação. Os
alimentos podem ser redimensionados ou afastados. 2. Assim,
os alimentos podem ser revistos ainda no trâmite do processo
originário ou em nova ação. Essa demanda posterior não
precisa ser proposta em face do mesmo juízo que fixou os
alimentos originalmente, podendo ser proposta no novo
domicílio do alimentando, nos termos do art. 100, II,
do Código de Processo Civil. Até mesmo a execução do julgado
pode se dar em comarca diversa daquela em que tramitou a
ação de conhecimento, de modo a possibilitar o acesso à
Justiça pelo alimentando. Precedentes. 3. O caráter
continuativo da relação jurídica alimentar, conjugado com a
índole social da ação de alimentos, autoriza que se mitigue a
regra da perpetuatio jurisdictionis. 4. Isso porque se o
alimentando mudar de domicílio logo após o final da lide, e
ocorrerem fatos supervenientes que autorizem a propositura
de ação de revisão de alimentos, essa vai ser proposta na
comarca onde o alimentando tiver fixado novo domicílio. Do
mesmo modo, a execução do julgado pode se dar no novo
domicílio do alimentando, como acima visto. Assim, se a troca
de domicílio ocorrer durante o curso da ação originária não
parece razoável que se afaste esse entendimento com vistas
somente no aspecto da estabilidade da lide, de marcante
relevância para outras demandas, mas subalterno nas ações de
alimentos, permeáveis que são a fatos supervenientes. 5.
Cumpre ressaltar, ademais, que no caso em tela o menor e a
genitora se mudaram para o foro do domicilio do genitor, em
São Paulo/SP, nada justificando a manutenção do curso da lide
no Estado do Ceará, nem mesmo o interesse do alimentante. 6.
Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito
da 1ª Vara de Família e Sucessões do Foro Regional III -
Jabaquara - SP. (CC n. 114.461/SP, Relator o Ministro Raul
Araújo, Segunda Seção, DJe de 10/8/2012). Ante o exposto,
nos termos do art. 120, parágrafo único, do CPC, conheço do
conflito e declaro competente o Juízo de Direito da 2ª Vara de
Família e Sucessões de Cascavel-PR, ora suscitante.
Comunique-se. Publique-se. Brasília, 20 de novembro de 2014.
MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator

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