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º C CONTO CONTIGO…
Ana M. André S. Ana C. Ana A. Ana F. Ana F. Alexandre R. Alex C. Adriano S. Alexis N. Ana L. Eis-nos numa nova investida da Escrita!
Ana L. Cátia F. Ângelo P. Ana P. Ana F. Ana P. Ália F. Ana B. Ana G. Ana P. António D. Muitos alunos, vários textos, páginas cheias, sob a formade Contos,
Escola EB 1,2,3 Augusto Moreno
Bernardo A. Daniela L. Bruno C. Anaísa F. André M. Ana G. António V. Ana G. Ana G. Ana A. Cristian R. criados pelas mãos de pequenos artistas, pretensos escritores de
Título: Conto Contigo!
Cátia T. Eugénia F. Carmen T. Catarina B. Boris F. Andrea S. Carlos B. Ariana G. Carla A. Cândido D. Diego S. amanhã!
Autores e Ilustradores: Alunos dos 5.º A, 5.º B, 5.º F, 5.º G,
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Guilherme Ms. Inês G. Daniel R. Diana B. Daniel F. Daniela V. Elina B. Diana J. Daniel R. Daniel C. Francisco C. Teimoso aventureiro da ilusão, Publicação: Escola EB 123 Augusto Moreno -Bragança
Inês P. Inês C. Daniel F. Estefano F. David P. Daniela F. Filipe V. Diogo A. Danny D. Daniel M. Maria P. Surdo às razões do tempo e da fortuna, Edição: Câmara Municipal de Bragança
João R. João C. Daniela F. Francisca G. Fernanda C. João A. Gabriel M. Francisco L. Diogo P. Dayanni Marta M. Achar sem nunca achar o que procuro, Organização:
João P. Jonathan B. Filipe F. Francisco F. Gonçalo X. João S. Ilda M. Franklin C. Elisabete R. Reis Sofia F. Exilado Equipa da Biblioteca/CRE
Lígia F. Júlia L. Hugo M. Gonçalo S. Gildo C. José B. Joana A. Hélder R. Filipe M. Diana R. Soraia N. Na gávea do futuro, Departamento de Línguas
Luís M. Letícia G. Inês F. João D. Jéssica P. Micael G. Joana P. Joana G. Isabel M. Duarte R. Tatiana F. Mais alta ainda do que no passado. Orientação dos textos:
Professores de Língua Portuguesa
Madison M. Luís M. Joana S. Luís F. João S. Nuno M. Luís P. Joaquina F. José P. Elisabete S. Teófilo B. in: Diário X, Portugal - Catarina Afonso
Mafalda R. Margarida P. João V. Mariana P. José V. Ruben F. Maria L. Joel P. Kristophe T. Erivelton S. Teresa R.
A quarta aventura da escrita aconteceu! Escola EB 123 Augusto Moreno - HelenaFerreira
Maria C. Pedro P. Luís F. Mariana G. José S. Sónia E. Marta M. José R. Luís A. Filipa C. Ana R.
Cada Conto diferente, a mesma arte de contar…! Escola
Escola EBEBAugusto
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Escola 123
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EB Augusto
123123 EB 123
Moreno
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Augusto Augusto
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Augusto MorenoMoreno - Fátima Mateus
Marta G. Pedro A. Ricardo S. Pedro C. Luís F. Tânia M. Miguel G. Marta J. Maria A. Jéssica A. Bárbara P. Escola EB 123 Augusto Moreno - CesarinaTeixeira
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Patrícia C. Ricardo S. Rita A. Rafael M. Matilde R. Tatiana V. Rúben R. Pedro Q. Maria F. João F. Carlos A. - Moisés Pires
Rafaela C. Sofia R. Rodrigo S. Ruben J. Pedro A. Vitória D. Tânia R. Rafael A. Marta F. Liliana C. Cláudia M. A ida para Trás-os-Montes, terra de origem da minha mãe, nada me disse e em nada me - Palma Ferreira
Rui A. Sofia M. Rúben F. Sara S. Rafael A. Vladyslav B. Vanessa C. Rafaela R. Mirian S. Paulo G. Ianca C. perturbou. Não sabia o que me esperava, e tanto fazia.(…) In: O Menino que Gostava de Ler - Margarida Dias
- Maria de Lurdes Carlos
Tiago R. Sofia A. Tiago F. Vicente G. Rui D. Vladyslav I. Vitor S. Tânia L. Paulo C. Tatiana A. Igor C. (…) - Vocês não gostavam de saber o que se passa além da nossa aldeia e deste caminho para
- Anabela Figueiredo
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E ACABARA MAIS UM DIA DE ESCOLA… NO QUAL, TANTO OS ALUNOS COMO Orientação de Desenhos:
André V. Maria Jesus Yu Xin Xin Márcia M. OS PROFESSORES ESTAVAM EXAUSTOS! In: Uma verdadeira Amizade Professores de EVT
Duarte R. Maria F. Maria M. - Manuel Fortes
Ao longo dos anos, a caça e a pesca foram perpetuando-se, de geração em geração!
- Assunção Fernandes
Sara A. Marilia D. - Belmiro Fernandes
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Kristina P. - Isabel Marcelo
In: Um mundo mágico
LISTA DE TURMAS E ALUNOS Soraia A. Era um poço de dor e amargura. Sentia angústia e desespero, numa só palavra, sentia TERROR!!!
- Manuel Gonçalves
AUTORES DA OBRA COLECTIVA 2010 - Magda Amaro
In: E a vida Renasceu
- José Gonçalves
Capa e Arranjo Gráfico:
Maria da Glória Manso Alves
Revisão dos Textos:
Elisa Ramos
Graça Cristóvão
Maquetagem: Biblioteca/CRE
Impressão: Casa de Trabalho - Bragança
Bragança
JUNHO 2010
CONTO CONTIGO
EB 1,2,3 Augusto Moreno
Vamos a isso!
Margarida Fonseca Santos
ÍNDICE
O Luís vivia numa aldeia pequenina, no meio da floresta, mas não mui-
to longe do mar. Para ir à escola, precisava de percorrer alguns quilóme-
tros e, pelo caminho, ia-se encontrando com outros colegas: o Rodrigo,
a Luísa e a Amélia.
A viagem era feita a pé e seguiam os quatro tagarelando e rindo para
se esquecerem do frio ou do calor que tinham de suportar pelo cami-
nho. Os dias corriam lentos e iguais, naquele deserto onde nada de novo
acontecia. Durante a viagem, os quatro amigos falavam de tudo e de
mais alguma coisa…
- Vocês não gostavam de saber o que se passa além da nossa aldeia e
deste caminho para a escola? - perguntou o Luís, que tinha um espírito
mais aberto e aventureiro.
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Nesse momento, as cabecinhas dos três amigos, como que se ilumi-
naram...
A primeira a falar foi a Amélia:
- Podíamos combinar passar um dia na praia. – lembrou ela - Afinal
não é assim tão longe...
Se bem o pensaram, melhor o fizeram.
E, no sábado seguinte, puseram-se a caminho até à praia. Quando lá
chegaram, viram uma coisa surpreendente, um grande galeão!
E, na praia, havia pegadas frescas na areia, o que queria dizer que al-
guém tinha estado ali há pouco tempo. Como o sol estava intenso, refu-
giaram-se dentro do galeão e o Rodrigo, que era o mais curioso de todos,
decidiu explorá-lo.
- Este galeão parece muito misterioso! – exclamou ele.
-Que tal uma espreitadela?
- Siiiim! – disseram todos em coro.
- Então vamos a isso! – concordou o Rodrigo entusiasmado.
Mas, algo os assustou… pareciam espadas…
No início pensaram que era o grupo de esgrima da aldeia, mas quando
ouviram gritos tiveram muito medo.
Desorientados, começaram a correr, cada um para seu lado. O Luís,
como era o mais pequenino, escondeu-se dentro de uma arca e, lá dentro,
encontrou uma caixa muito pequena e luminosa. Parecia feita de ouro.
Quando os gritos e o barulho das espadas acabaram, saiu sorrateira-
mente da arca e levou a caixa consigo para mostrar aos seus amigos. Já
era tarde, e ele pensou: os meus pais devem estar preocupados comigo,
é melhor ir embora. Onde estarão os outros?
No dia seguinte, encontraram-se todos junto do grande carvalho, no
meio da floresta. O Luís levava a caixa misteriosa na mão. Estavam todos
ansiosos por ouvir o Luís contar o que tinha acontecido dentro do barco,
no dia anterior, e saber o que continha aquela caixa.
Então, enquanto o Luís ia contando abriu a caixa. Mal acabou de a abrir, saiu
de lá uma luz de tal maneira brilhante e intensa que lhes ofuscou o olhar.
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Uma Noite de Sonho...
Aí vivia a Sereia Balucha. Era uma elegante e bela sereia de pele mo-
rena, cabelos negros e olhos azuis como duas safiras. Vivia no fundo do
mar das Caraíbas, no seu Palácio de Cristal, com o pai Hula, a mãe Tula
e as suas cinco irmãs mais velhas. O Palácio de Cristal era fielmente
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guardado pela Guarda Real, por Cavalos-marinhos e pela Manta Augus-
ta protectora das pequenas sereias.
Mas lá no fundo do mar, não muito longe deste pequeno Reino, vivia
também a poderosa bruxa Polvorosa, a polva maléfica de tentáculos gi-
gantes, que ansiava em mal - fazer às pequenas sereias.
No Reino das Caraíbas, nunca era permitido a uma sereia sair do Palá-
cio de Cristal ou vir à superfície e ter contacto com o mundo dos huma-
nos antes de atingir a maior idade.
Ora, neste reino, a maior idade só se atingia aos 20 anos...
Balucha estava quase, quase a fazê-los...
- Bom dia, pequena Balucha, hoje é um grande dia!!! - disse a mãe
Tula, entrando no quarto da pequena sereia.
- Bom dia, mãe! Finalmente vou poder sair daqui e conhecer coisas
novas e bonitas com as minhas irmãs.
- Estás é curiosa por conhecer o mundo dos humanos, não é, minha
filha? Balucha, tens que ter muito cuidado, pois há um sem número de
perigos que rodeiam o nosso Reino!.
- Oh, mãe, estás a falar de Polvorosa? Não te preocupes! Ela não me
vai fazer mal. Estou ansiosa pela autorização do papá! As manas contam
coisas maravilhosas!
Balucha levantou-se, tomou o seu banho de espuma salgada com a
ajuda das esponjas do mar, penteou os seus belos e longos cabelos e
dirigiu-se ao salão real, onde a esperavam o Rei Hula, a Rainha Tula, as
suas cinco irmãs e um grande número de convidados.
Quando entrou, as suas irmãs começaram a dançar à sua volta e, como
que por magia, sobre a sua cabeça foi pousada a coroa protectora de co-
ral e diamantes.
- Querida filha, és agora livre! Acompanha-me! - disse-lhe o pai. Balu-
cha seguiu o pai e, chegados à porta do reino, esperavam-na dois Golfi-
nhos para a escoltarem no seu primeiro passeio.
Ela nem podia acreditar naquilo que os seus olhos viam. O Palácio
Real, por fora, era ainda mais belo do que por dentro. Todo construído de
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Uma Noite de Sonho...
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- Raio de Luar tem um castelo onde esconde um enorme tesouro e
tem medo que alguém se aproxime dele.
- Vamos só ver de longe! - implorou a pequena sereia.
Nadaram muito devagarinho para não serem vistos. Quando chega-
ram perto da ilha, Balucha viu um lindo rapaz sentado nas rochas com
um ar muito triste. A vontade de Balucha foi ir ter com ele e perguntar-
lhe a razão da sua tristeza.
- Vamos, devemos regressar ao Palácio, devem estar ansiosos. Afinal,
este foi o teu primeiro passeio! – exclamaram os golfinhos.
Balucha não queria regressar. Ela ansiava por falar com aquele rapaz
de cara triste, a quem chamavam pirata e diziam ser perigoso. De regres-
so ao palácio, a sereia contou com entusiasmo tudo o que tinha visto e
todos a ouviram com muita atenção. A jovem sereia tinha, no entanto,
uma pergunta a fazer sobre o que vira:
- Podem os humanos viver como nós debaixo de água?
Balucha não podia esquecer aquele triste e solitário rapaz.
– Não, minha querida, os humanos não podem viver debaixo de água!
Debaixo de água eles morrem. – explicou a mãe – Pois não conseguem
respirar dentro de água como nós.
- Querida mãe, eles vivem para sempre?
– Não, eles têm uma vida mais curta do que o povo do mar. Nós po-
demos viver até 500 anos. Quando morremos desfazemo-nos em es-
puma e deixamos de existir, enquanto que os humanos têm uma alma
imortal que vive no céu após a sua morte. Agora é hora de descansar
pois amanhã chegarão os três príncipes que vêm pedir a tua mão em
casamento.
A pequena sereia adormeceu a pensar em Raio de Luar. Porque estaria
ele tão triste?
Na manhã seguinte, mal apareceu o primeiro raio de sol, começaram
a chegar ao palácio os príncipes que vinham disputar a mão de Balucha.
Veio cada qual de um oceano diferente. Vindo do Oceano Atlântico, o
príncipe Maneco, sábio e de invejável cultura, chegou ao palácio mon-
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Uma Noite de Sonho...
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O exército real, com a ajuda dos golfinhos, dirigiu-se à Ilha Esmeralda,
só que Raio de Luar havia desaparecido...
Procuraram por todos os oceanos e mares e até hoje não o consegui-
ram encontrar.
A sereia Balucha entristeceu e, nem as suas irmãs e a sua amiga Or-
nontina conseguiam fazê-la sorrir.
O Rei Hula, perante a tristeza da sua filha, ordenou que as buscas nun-
ca cessassem, e que em noites de luar as sereias encantadas, que com
seus cantos seduziam pescadores e tripulantes, não parassem de cantar
na tentativa de encontrar o grande amor da sua princesa que até hoje
por ele espera no fundo do mar...
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Uma Noite de Sonho...
5.º A e 5.º B
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A Sorte de Jeremias
Era um jovem chamado Jeremias, alto, cabelo loiro, que vivia com a
mãe numa aldeia trasmontana.
Jeremias adorava a caça, mas era homem sem sorte.
Ainda criança, já ia com o seu pai caçar.
Um triste dia, o seu pai faleceu. Jeremias como era filho único herdou
tudo: caçadeira, o cão, a roupa e até o vício da caça.
A mãe estava sempre a dizer-lhe que não tinha jeito para caçar, mas
mesmo assim, ele insistia em acompanhar os outros caçadores da aldeia,
pois, o seu cão, com um saber de experiência feito, era muito bom e in-
vejado por todos os aficionados da aldeia e das vizinhanças.
“Luso” era o seu nome. Foi baptizado assim, porque era forte e valente
como os Lusitanos a defender o seu território e do seu dono. Quando era
para a guerra batia-se como um robusto lusitano. Um certo dia, Jeremias,
sem querer, alvejou-o. Luso ficou com uma perna ferida. Por isso, já não
podia correr pelos montes, nem meter-se em folias de mau gosto. Limita-
va-se a olhar de longe e dar umas ladradelas, mas agora com medo, com
os pêlos de ponta e com o rabo entre as pernas. Já tinha doze anos. Só
esperava a morte e um enterro digno, de preferência no quintal do dono.
Desesperado, Jeremias decidiu ir à cidade comprar outro cão de caça.
Ao entrar na loja de animais viu um preto, pequenino e muito meigo.
Acertou o preço com o dono da loja e comprou-o.
No seu primeiro dia de caça “Turco” (nome atribuído pela mãe de Je-
remias, por ser meio escuro) assim que ouviu o primeiro disparo, enfiou-
se debaixo da carrinha com medo. Jeremias não o conseguia tirar de lá.
Só saiu quando os disparos dos outros caçadores pararam. Não queria
guerras. Apenas boa vida, boa comida e boa cama. Que ninguém o cha-
teasse.
A história do cão com medo de tiros repetiu-se, vezes e vezes, sem
conta.
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Até que um dia, Jeremias decidiu dedicar-se à pesca.
Comprou tudo o que era necessário: cana, cesto, banco, anzóis, galo-
chas, carril e sediela, quanto baste e até saco térmico para a merenda.
Numa bela tarde, Jeremias despede-se da mãe e vai até ao rio mais
próximo da aldeia. Era o rio Sabor. Nas ladeiras do Sabor é um louvar a
Deus de perdizes. Qualquer caçador por muito fraco que seja, carrega o
cinto, com facilidade.
Pelo caminho Jeremias ia cantando, assobiando e respirando o ar puro
da natureza e o odor das flores das giestas e madressilvas em ambiente
inigualável na época em que vivemos. Estava feliz da vida, pois achava
que a pesca seria uma boa aposta. Não precisava de cão nenhum.
Quando lá chegou, escolheu um belo lugar e instalou-se.
Depois de algum tempo, lançou a cana dentro de água. Como ainda era
muito cedo, o sono começou a invadir-lhe os olhos. Quando estava a passar
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A Sorte de Jeremias
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Mais tarde e recomposto de tanta emoção, olhou para a outra mar-
gem e viu uma bela rapariga a lavar roupa. Será que também vou pescar
esta?! Foi o pensamento que passou pela cabeça de Jeremias.
Tinha de tentar e não tardou a fazê-lo.
Isabel era muito tímida. Vivia na aldeia em casa de uns senhores muito
ricos. Não convivia com ninguém, estava sempre em casa a trabalhar ou
no rio a lavar roupa.
A partir daquele instante, Jeremias começou a pensar como iria apro-
ximar-se da rapariga. Começou por meter conversa:
-Está um belo dia, não acha?
A rapariga muito envergonhada respondeu:
-Sim, é verdade.
Jeremias insistiu:
-Costuma vir aqui, muitas vezes?
-Sim, venho lavar a roupa da minha patroa. E você? Nunca o tinha vis-
to por aqui.
-Pois, isso é uma longa história. Olhe, como é que se chama?
-Chamo-me Isabel. E você?
- Chamo-me Jeremias.
Contou -lhe o sucedido com a sua cana de pesca. Ali em cima, no largo
do rio tinha pescado duas perdizes. Isabel riu-se muito com a história
que lhe contou. Para o justificar mostrou-lhe as perdizes dentro do cesto
da pesca. Ela correu para ver as perdizes acabadas de pescar. Jeremias
vendo mais de perto toda a beleza de Isabel, não resistiu e disse:
- És muito bonita e simpática!
Isabel ficou corada e não respondeu. Mas, o seu coração tinha ficado
preso ao dele como as perdizes à sua cana, quando foram pescadas!
Jeremias ofereceu-lhe uma perdiz para o seu jantar. Primeiro disse que
não, mas não resistiu e aceitou a oferta.
- Obrigada! - disse Isabel.
Ficaram uns segundos a olhar um para o outro. Ia ficando tarde e Je-
remias perguntou:
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A Sorte de Jeremias
- Amanhã voltas?
-Sim. Venho à mesma hora.
No dia seguinte, Isabel trouxe a perdiz, condimentada com ovos, para
os dois comerem. Ela já não conseguia comer aquele manjar, sem a pre-
sença de Jeremias. Jeremias agradeceu e disse:
- A perdiz arranjada por ti tem outro paladar.
Isabel, mais uma vez, agradeceu e retorquiu:
- Contigo, por perto, a vida tem outro sentido.
Passaram a tarde a conversar sobre as suas vidas e aventuras.
Ao chegar a casa, Jeremias contou o sucedido à mãe.
- Ai, mãe, hoje conheci uma rapariga muito bonita, de cabelos reluzen-
tes como raios de sol, tem olhos verdes como a cor límpida das águas do
rio, estou sem palavras! – exclamou Jeremias.
- Ainda arranjas aí namorico! – retorquiu D. Glória.
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No dia seguinte Jeremias adoeceu, mas Isabel fora para o rio na pers-
pectiva de encontrar o seu amado.
Pensou que ele se esquecera dela e começou a chorar:
- Minha vida nunca mais será a mesma, será que se esqueceu de mim?
– interrogou-se Isabel.
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A Sorte de Jeremias
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Pedro herdou o vício da pesca: as canas, os iscos, tudo. Francisco her-
dou o vício da caça: caçadeira, cães, roupa, tudo. Ambos herdaram a
casa, na qual viveram até encontrarem o verdadeiro amor.
6.º A, 5.º F
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E a Vida Renasceu…
T E R R O R !!!
Tudo estava mais calmo, na manhã seguinte. Daniel ainda não acre-
ditava na hipótese de que tivesse acontecido algo de grave aos seus
pais, que tanto amava. Almoçava tranquilamente na companhia dos
empregados da casa e, quando se preparava para comer a sobremesa,
o telemóvel toca. Em profundo sobressalto, atende. Uma voz sinistra
fez-se ouvir, confirmando o pior dos cenários: os seus pais tinham sido
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E a Vida Renasceu
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Então os três decidiram entrar. Ficaram extasiados com o que viram.
Ali se encontravam fotos e vários objectos antiquíssimos pertencentes,
talvez, aos antepassados da família de Daniel.
- Mas…mas…isto são fotos e algumas coisas dos meus trisavôs! – es-
clareceu Daniel, admirado.
- É melhor irmos embora! Vamos comer e descansar – sugeriu Maria,
com doçura.
- Nem pensar, eu agora vou investigar! Quero saber mais sobre os
meus antepassados. Os meus pais nunca me contavam nada sobre a his-
tória da minha família e agora tenho a oportunidade de ser eu próprio a
descobri-la. – referiu Daniel decidido.
Nos dias seguintes continuou incansavelmente as suas pesquisas, que
cada dia o surpreendiam mais.
Um dia, à tardinha, sob doçura do sol, foram dar um passeio pela
herdade. Pelo caminho encontraram um homem de físico imponente,
cara ossuda, cabelo esgrouviado, olhos grandes e secos e com uma
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E a Vida Renasceu
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- Mas se aquele homem aparecer, ele pode… - argumentou José.
- Eu sei, eu sei! – insistiu Daniel, interrompendo José.
- Muito bem, mas peço-te o maior cuidado possível. – pediu José.
A caminho da praia ia pensando nos bons momentos que tinha pas-
sado com os seus pais e na fortuna que lhe tinham deixado. Lá, Daniel
encontrou uma menina de beleza fulgurante. Muito delicada, cheia de
graças e encantos, formosa como a mais bela flor; tinha um olhar límpido
e azul, a boca pequena e delgada e os seus lábios eram duas cerejas. Os
cabelos, de um castanho tão escuro que tocava quase o preto, caíam-lhe
de um lado e outro da sua face gentil. De mãos brancas e finas como ca-
mélias, pele fresca e macia como uma rosa, o seu sorriso soou como uma
orquestra aos ouvidos do rapaz, que ficou, de imediato, fascinado.
Estava sentada numa rocha, num silêncio contemplativo e repousante,
extasiada com a beleza inconfundível do mar. Daniel aproximou-se dela,
sereno e resoluto e, nesse momento, a jovem virou-se para ele.
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E a Vida Renasceu
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olha que me deste uma grande ajudinha, meu rapazinho. Agora tudo o
que era teu passou para as minhas mãos.
- Ajuda? Eu? Ajudar-te?!... – ripostou Daniel.
Enquanto a conversa decorria entre os dois rivais, Maria e José assis-
tiam a tudo boquiabertos.
- Como pudeste trair-me desta maneira? Confiei em ti! – rematou Da-
niel para Mariana.
Esta não respondeu, limitou-se a ouvir o que o tio tinha para dizer.
- Pois é, tu agora estás falido – continuou o usurpador, observando o
pânico que se estampava nos rostos de Maria, de José e de Daniel.
Daniel regressou a casa com Maria e José. Após aquele episódio ficou
a chorar no quarto, durante algum tempo.
Maria e José, muito abalados com a situação, foram acalmar o rapaz e
propuseram-lhe:
- Daniel, compreendemos o teu sofrimento e gostaríamos de passar a
ser teus pais adoptivos para te poder ajudar nesta difícil situação.
Daniel não reagiu muito bem depois de ter ouvido tal coisa pois a dor
da perda dos pais era ainda muito forte. Maria prosseguiu:
– Não queremos que esqueças os teus pais, mas como não existe
mais família é a melhor solução para impedir Alfredo de conseguir o
que quer.
Daniel pediu que saíssem e o deixassem só. Muito confuso com a pro-
posta e com imensas saudades dos pais, decidiu ir dar um passeio até
à praia. Aí encontrou novamente Mariana que se riu na sua cara, ironi-
camente. Daniel continuou a andar com lágrimas a escorrerem-lhe pela
face como um rio que não tem fim.
Caminhou até que encontrou a velha amiga Margarida com quem brin-
cava naquela praia sempre que vinha com os pais para aquela herdade.
– Margarida! Há tanto tempo Margarida! – exclamou Daniel.
– Daniel, és mesmo tu? – inquiriu Margarida. – Há muito tempo que
não te via.
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E a Vida Renasceu
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Para comemorar, Maria fez um delicioso jantar que os três saborea-
ram animadamente.
No dia seguinte, Daniel acordou muito bem disposto, vestiu-se rapida-
mente e correu para abrir a porta a Margarida. Instalaram-se os dois na
mesa da cozinha e saborearam o maravilhoso pequeno-almoço, prepa-
rado por Maria, enquanto Daniel contava:
- Margarida, como sabes os meus pais morreram naquele cruzeiro…
mas agora estou feliz com os meus pais adoptivos...
- Pais adoptivos?! - interrompeu Margarida.
- Sim, ainda não sabes que, daqui em diante, os meus pais são a Maria
e o José – informou Daniel que continuou a sua história:
- Como estava a dizer, os meus pais morreram naquele cruzeiro.
Desde esse desastre, o teu tio tenta usurpar a minha herança.
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E a Vida Renasceu
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- Daniel, peço imensa desculpa por não ter acreditado logo em ti. Vem
ouvir isto!
- Do que estás a falar, Margarida? – intrigou-se Daniel.
- Eu gravei uma conversa que incrimina o meu tio e a minha prima e
prova que tu estás inocente. – informou Margarida.
Maria e José ouviram a conversa e sugeriram:
- Vamos já fazer queixa à polícia. Esse homem é um criminoso!
Na esquadra, os polícias concordaram que havia provas suficientes
para prender o tio de Margarida. E lá foram dois polícias acompanhados
por Daniel, Margarida, Maria e José. Alfredo reconheceu que não po-
dia continuar a negar. Não ofereceu resistência e foi condenado a vários
anos de prisão.
Maria e José assinaram os documentos da adopção e da transferência
da herança para Daniel.
E a vida de Daniel renasceu…!
6.º B, 5.º G
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O Menino que Gostava de Ler
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O Menino que Gostava de Ler
O meu avô ficou silencioso e olhou para mim com um ar que agora
sei ser de pena. Naquela altura achei-o descabido. Agora sei o que ele
sentiu.
Bem, o primeiro dia de aulas foi um martírio. O meu espírito de re-
jeição não me permitiu aceitar nada, nem ninguém. Só queria voltar
para casa dos meus avós. Aí, já sentia algum resguardo e, embora não
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o admitisse, sentia-me bem. Pela primeira vez, senti-me em casa. Sen-
tia aquilo que os meus colegas da capital descreviam quando estavam
com os pais: protecção.
Quando saí da escola, o meu avô esperava-me acompanhado de um
sorriso que me fez estremecer. Sabia que o tinha magoado muito antes
de sair de casa e, pelo caminho, não lhe tinha dirigido palavra. Por isso,
não estava à espera daquele imenso calor que me aquecia naquele frio-
rento dia de Inverno.
Não vou falar da escola nem dos meus amigos de escola. Sim, por-
que agora tinha amigos dos quais me recordo e cujos nomes relembro.
Vou falar dos meus avós. Melhor, vou falar da minha avó. A avó Maria
era uma enciclopédia viva. Não uma daquelas enciclopédias chatas, com
letras pequeninas e assuntos maçudos e intragáveis. Uma enciclopédia
fresca e cheia de conhecimentos simples e úteis, de agradável digestão.
A avó Maria não tinha muita instrução. Só tinha feito a quarta classe.
Era, contudo, uma leitora feroz, mormente dos clássicos. O que quero eu
dizer com isto? Quero dizer que lia, com imenso prazer, as obras de Júlio
Dinis , Camilo Castelo Branco , Alexandre Herculano , Almeida Garrett e,
acima de tudo, do grande Eça de Queirós .
Quem são estes senhores? Ainda não descobriste? São criadores de
sonhos. Sonhos que tornam a nossa vida mais rica e menos vazia. Sonhos
que preenchem as nossas mentes com fantasias de outros tempos, mas
que podem ser muito actuais. Mas, isso cabe a ti descobrir.
Estava eu a dizer que a avó Maria lia muito e conseguia que o avô Au-
gusto passasse parte do serão, também ele, a ler. Naquela casa, havia um
momento de leitura das vinte e trinta às vinte e uma e trinta. As teleno-
velas dos avós eram os livros. As minhas passaram a ser as daquele lar.
Os anos foram passando e eu fui crescendo assistido pelo carinho daque-
les dois seres cheios de saberes populares, mas também, eruditos. A avó
Maria sabia, com as ervas que o avô Augusto apanhava no campo, fazer um
chá ou uma infusão para qualquer moléstia. Reconhecia, contudo, como
ninguém, a importância dos médicos para o bem-estar das pessoas.
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O Menino que Gostava de Ler
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Bragança e, apesar de estar um pouco cansado e muitíssimo triste, pela
morte da minha avó, estava, também, imensamente curioso pois a “sua”
filha tinha algo muito importante para nos contar a sua e nossa ida de-
finitiva para Trás-os-Montes. Fiquei muito entusiasmado, pois acreditei
que íamos ser, pela primeira, vez uma família. Uma família feliz. Os meus
pais tinham pensado comprar casa na mesma rua da do meu avô. Mas,
como não queríamos que ele se sentisse só, optaram por ficar definitiva-
mente em casa do avô Augusto.
As férias de Verão passaram a correr. As obras na casa do avô estavam
quase terminadas. Obras necessárias para acolher uma família habitu-
ada aos confortos da grande cidade e que ele se prontificara a mandar
executar quando soube que a sua existência não perderia sentido. Devo
referir que o avô Augusto, quando soube da decisão, se apressou a re-
gressar a Bragança com o intuito de supervisionar, ele próprio, as obras
em curso. Os meus pais acharam que não seria necessário, mas como o
meu avô era uma pessoa muito voluntariosa, lá conseguiu ir para Bragan-
ça sozinho. No fundo, os meus pais até o compreendiam. Tinha receio
que as obras realizadas não tivessem a qualidade imprescindível para a
sua prole.
Acrescento que aceitei, com a maior das naturalidades, a intromissão
de Francisca na minha vida. Ela não era nenhum anjo, mas também não
era uma peste de três anos. Era uma irmã perfeitamente aceitável desde
que não se imiscuísse muito na minha vida de pré-adolescente.
A minha vida começou a ser mais ou menos completa, já tinha a
minha mãe do meu lado e ela dava-me amor e carinho, tinha o meu
avô que estava sempre pronto a ajudar. Nunca, mas nunca me esque-
cerei dele, pois foi ele e a minha avó que me mostraram o que era ser
amado.
…
42
O Menino que Gostava de Ler
uma escola muito maior e com novos amigos. O apoio dos meus pais foi
o que me deixou mais confiante em relação a este ano.
No início das aulas, estava nervoso pois tinha medo do desconhecido.
Mas, aquela escola nova era, também ela, um local de respeito, de paz e
de gente boa.
Para espanto meu, no primeiro dia de aulas, reconheci um velho ami-
go, companheiro de férias, o Gonçalo. Os nossos pais eram muito próxi-
mos e, antes da separação dos meus, costumávamos passar as férias de
Verão, na Costa da Caparica. Apesar de já não me lembrar muito bem
dele nem ele de mim, sabíamos que nos conhecíamos de algum lado. Co-
meçámos a falar. Soube que ele morava em Bragança, pois os seus pais
tinham sofrido um terrível acidente de automóvel que lhes tirara a vida
e tinha-se mudado para cá, para casa de uma tia, havia dois anos.
Fiquei muito sensibilizado, mas como ele não pretendia abordar o as-
sunto, calei-me. Mais tarde encontrámos a Filipa. Apresentei-lha. A Filipa
já tinha sido minha colega de turma no primeiro e segundo ciclos. Quan-
do me mudei para Bragança foi uma daquelas resistentes que não se
importou com o meu mau feitio e fez questão em ser minha amiga.
Como tinham tantas coisas em comum, ficaram logo aliados. Eles eram
viciados em computadores, tal como eu o era em livros. Enquanto eu
passo horas a fio a ler, eles passam dias e dias a navegar na Internet e a
ver os novos jogos que saíram para o computador.
43
caiu. Voltaram a ligar. A voz, do outro lado, era-me familiar. Notava-se,
contudo, um timbre próprio de quem tinha passado alguns anos fora de
Portugal. Sem grande esforço reconheci a voz do João. João era o pai do
Afonso e meu ex-marido. Perguntou-me como estava e como estava o
nosso filho. Achei tudo isto, muito estranho, pois desde que partira para
o Canadá, não tinha ligado nem uma só vez. Como tinha conseguido o
meu contacto, não me quis dizer.
Contei-lhe os acontecimentos sucedidos após a sua ida. Disse-me que
queria voltar para Portugal, para perto do Afonso, de quem sentia imen-
sa falta. Difícil de perceber, mais difícil de aceitar. No entanto, lembrei-
me do meu comportamento, em relação ao nosso filho, e anuí.
44
O Menino que Gostava de Ler
Regressado a casa, soube que a minha mãe tinha uma coisa importan-
te para me contar. Fiquei preocupado. O que estaria a suceder? Estaria o
avô doente? Passar-se-ia algo com ela, com Francisca ou com meu pai?
Ela ir-me-ia contar ao jantar. No entanto, estava tão curioso que decidi
ir perguntar-lhe. Quando ela me relatou os factos, fiquei estupefacto.
Não sabia o que dizer. Tinha tantas interrogações na minha cabeça! Por
que razão teria ele vindo agora, depois de tantos anos? Que quereria de
mim? Seria arrependimento? Como reparei que a minha mãe estava um
bocado perturbada com tudo isto, disse-lhe que faria o que ela achasse
mais sensato. Iria ouvir o que ele tinha para me dizer. Não era imprescin-
dível que me pedisse desculpa. Mas, se me propusesse ir morar com ele
para Lisboa, eu não iria pois já tinha uma vida construída em Bragança.
Com isto deixei-a mais descansada.
…
45
O Menino que Gostava de Ler
Glossário
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espinhoso – difícil, árduo
fugaz – pouco duradouro, passageiro
inédito – nunca visto, novo
ínfimo – mínimo
infusão – água fervida com ervas com aplicação medicinal
integração – adaptação
moléstia – doença
nefasto – prejudicial, mau
progenitor – aquele que dá a vida.
prole – descendência,
ténue – fraco, pouco consistente
6.º E, 6.º F
48
Uma Verdadeira Amizade
Tocou a campainha, mas claro, como era o último dia de aulas, nós
os cinco quisemos aproveitar para jogar à bola, até cerca das dezoito
horas.
Nem demos pelo passar do tempo, quando olhámos para o relógio já
eram dezanove horas e trinta minutos.
50
Uma Verdadeira Amizade
- Ai! Aqui há lobos, temos mesmo que fugir! – gritou muito aflita a
Cristiana.
E do fundo do corredor surgiu aquela voz incrivelmente soturna:
- AH! AH! AH! daqui não sai ninguém, agora quem manda aqui sou eu.
A Marta, com os seus reflexos rápidos, sugeriu imediatamente que
dessem corda aos sapatos e fugissem dali a toda a velocidade.
Cristiana corria cada vez menos, até que lhe disseram que estava ali
uma barata.
Nessa altura, pareceu ganhar asas nos pés e foi a primeira a chegar ao
bar, onde se escondeu muito rapidamente. Ana foi para o refeitório, Dio-
go e Elisabete entraram na arrecadação. Ficaram uns minutos quietos,
tentando recuperar o fôlego depois da corrida desenfreada que tinham
efectuado. Foi então que tiveram a ideia de começar a lançar para o chão
os líquidos de limpeza que ali estavam com o intuito de fazer o ladrão es-
corregar e cair. Entretanto este aproximou-se sorrateiramente e prendeu
Ana. Esta tentou gritar pedindo ajuda aos amigos. Diogo apercebeu-se
de todas estas manobras e retribuiu empurrando-o e libertando a sua
amiga. O assassino não teve qualquer reacção, caindo no chão.
Nesse momento Ana e Diogo deslocaram-se para junto dos seus amigos.
- Então o que se passou? – perguntaram eles muito ansiosos.
Mas mais uma vez o homem assustador recuperara e estava algu-
res escondido nas sombras nocturnas da escola e disse numa voz de
trovão:
- O que se passou foi que a vossa amiguinha tentou armar-se em
esperta!
Pelo som da sua voz não conseguiram perceber em que local da esco-
la se encontrava Procuraram-no sem fazer qualquer barulho, entrando
muito sorrateiramente nas salas.
Diogo começou a mandar cada um para seu lado. Ana foi procurá-lo
para os lados da reprografia, Cristiana foi para as salas de cima, Elisabete
foi para os lados do bar e Marta e Diogo foram para a cave.
51
Diogo reparou que tinha os cordões desatados e, enquanto parou para
os atar, o perseguidor aproveitou para lhe tocar no ombro. O Diogo ape-
nas teve tempo de exclamar:
52
Uma Verdadeira Amizade
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E lá foram elas ter com os amigos à casa de banho, mas o malfeitor
ainda não se dera por vencido, resolvendo ter a última palavra:
- Podemos resolver isto, satisfatoriamente, basta vocês deixarem-me
ir embora e não chamarem a polícia Fica tudo resolvido e ninguém se
aborrece.
Claro que esta ideia seria inconcebível para o Diogo, que interrompeu
prontamente:
- É que nem penses seu... delinquente! Isso é resolver bem as coisas?
Só se for para ti. Nós preferimos que não nos mates e que te entregues à
polícia. Que tal? Agrada-te? Se não te agrada não me importa.
O ladrão não gostou muito e resmungou algumas palavras ininteligí-
veis. A Ana, neste momento já bastante enervada, não se conteve mais
e gritou:
- Olhe! Antes de falar de nós, assim, tenha muito cuidado!
Ele parecia cada vez mais aborrecido com a situação:
- Olha para esta menina! Ainda há bocado estavas tão assustada e ago-
ra ainda estás a contrariar-me.
O Diogo resolveu sair em defesa da sua amiga. Mas esta também não
tinha “papas na língua”.
- Obrigada, Diogo, por me defenderes, mas este malvado, ainda vai
pagá-las! Tu vais ver!
E enquanto Ana acabava de falar, o homem deu um passo atrás e res-
pondeu:
Eu até podia ir para a prisão, mas era se vocês me apanhassem e tives-
sem tempo de telefonar à polícia.
Nisto, ele desatou a correr e os cinco amigos foram atrás dele. Já só o
apanharam ao chegar perto do bar. Olhou-os muito seriamente, franziu
a testa, virou a cabeça para a esquerda, para a direita, olhou para baixo
e… e disse, num discurso muito abafado:
- Eu, eu queria… eu não tenho coragem para dizer isto, vou mas é fugir.
Ele ainda tentou escapar, mas a rapidez de raciocínio dos nossos he-
róis ultrapassou o pensamento, e então pegaram nas garrafas de água e
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Uma Verdadeira Amizade
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NOTA: Se formos sempre unidos e confiarmos uns nos outros, conse-
guiremos ultrapassar todos os problemas na vida!
7.º A
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Um Mundo Mágico
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Um Mundo Mágico
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- Não comas tudo, seu guloso! Assim, a floresta de chocolate vai aca-
bar por causa da tua gulodice. - avisou o Luís.
- Mas eu tenho muita, muita fome!
- Mas, não te esqueças, não podes voltar a engordar…
- Ah, pois é, já me esquecia disso!
- Vamos lá, temos de nos despachar, antes que a fada Íris saia com as
vossas amigas. – disse a Luz.
- Ah, mas eu tinha tanta, tanta vontade de as ver! – referiu o Luís.
- Vamos só comer mais uma árvore de chocolate! – insistiu o Gonçalo.
- Não sejas guloso!
- Está bem, vamos lá então para casa da fada Íris!
- Temos de nos despachar, se não só as vemos amanhã. – pediu a luz.
- A meio do caminho encontraram um dragão e ele disse-lhes:
- Só poderão passar se acertarem a seguinte adivinha. Aí vai:
- Quando nasce, anda com quatro pernas, depois, quando envelhece
um bocado, tem duas e, quando envelhece muito, tem três.
- Isso é muito fácil!
- São as pessoas.
- Parabéns, acertaram.
- Podem passar.
- Chegámos, finalmente!
- Vamos entrar e ver as nossas amigas!
- Olá!!!
- Abraçaram-se e, de imediato, viram o quarto.
- Estamos no quarto?!
- Que estranho!
- Foi tudo um sonho!
Estavam, novamente, no seu mundo real, mas tinha sido uma aventu-
ra imaginária fantástica.
7.º B
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Um Mundo Mágico
61
A Flor do Amor
A história que vou contar foi-me contada pelo meu bisavô, há cerca de
sessenta anos.
A história passou-se no ano de 1313, desde então conhecido como o
ano do azar. Nesse ano, muitas foram as mortes na pacata aldeia de La-
dares, situada no reino da Ruptura, um dos reinos mais místicos de que
há memória!
Ladares era até então uma aldeia feliz, não havia roubos, mendigos ou
epidemias… todos viviam felizes, sem grandes preocupações, uma vez
que parecia não haver nada de mau naquela povoação.
Um certo dia, um mago que vivia nas montanhas que rodeavam La-
dares foi raptado e morto à facada, chamava-se Tomás e ainda hoje se
desconhecem os verdadeiros motivos que levaram à sua morte. Na altu-
ra constou que o mago se tinha perdido de amores pela jovem filha de
um abastado nobre, e que este, para se ver livre do provável genro o terá
mandado matar.
Contudo, os seus raptores cometeram um grande erro: mataram To-
más junto à Boca do Inferno, um lugar que possuía mais energia mística
do que aquela que o sol emite para a terra durante um ano inteiro.
Segundo o relato de um dos carrascos, antes de fechar os olhos para
sempre, Tomás, que não ofereceu qualquer resistência, dirigiu-se aos
seus algozes, dizendo:
- Prometo por Hades que um dia vós pagareis pelo que me fizestes!
Não voltareis a viver em paz…
Depois de morto, queimado e enterrado a dez metros de profundida-
de para o afastar em definitivo do reino dos vivos, os assassinos fugiram
aterrorizados com as últimas palavras proferidas por Tomás.
Já no seu túmulo, com os poderes que nunca o abandonaram, Tomás
invocou Hades, deus da morte, e ambos fizeram um acordo. Passado cer-
ca de um mês, Tomás regressou, mas não pôde recuperar o seu corpo,
apenas o seu espírito vagueava no reino dos vivos. Junto à Boca do Infer-
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no, o local onde lhe roubaram a vida, procurou a faca do seu apunhala-
mento e disse batendo com o seu cajado negro no chão:
- Pelos poderes de Hades e de Merlin, invoco a deusa mais tenebrosa,
a deusa dos Corações Partidos.
Mal acabou de proferir estas palavras, envolta numa nuvem de fumo,
apareceu uma mulher alta, coberta com uma túnica preta, todo o seu
rosto parecia queimado, contudo, o mais repugnante era a falta do seu
olho direito!
Conversaram durante algum tempo e ela fez tudo o que Tomás pediu.
Nos meses seguintes uma verdadeira maldição abateu-se sobre a aldeia!
As casas robustas, feitas de pedra, desmoronaram, uma a uma; o chão
das ruas abriu-se e houve pessoas que nunca mais foram vistas. Mas o
pior estava ainda para vir: a peste. Ninguém escapou a esta terrível do-
ença! Até a filha do abastado nobre, objecto do amor incondicional do
Tomás, com o seu lindo rosto rosado, as suas mãos suaves como a seda
e seus cabelos de cor de oiro, acabou por morrer desfigurada e numa
agonia atroz.
A peste também acabou por apanhar o Alfredo moleiro, o homem
mais admirado da aldeia, que, além de fazer uma óptima farinha, era
também o melhor caçador das redondezas.
Conhecedor e amante das histórias e lendas do passado, julgando sa-
ber a origem das desgraças que se abateram sobre Ladares, foi até à
Boca do Inferno e ajoelhando-se junto ao túmulo do Tomás disse:
- Eu sei o que te aconteceu grande Tomás, mas por favor perdoa
os inocentes. Perdoa todos aqueles que não contribuíram para a tua
desgraça!
Ouviu-se então uma voz grave e misteriosa que parecia sair das pro-
fundezas da terra, dizendo:
- Não, eles sabem o que me aconteceu e só tu vieste até aqui. Só tu
vieste até mim, só a ti eu perdoo!
Ditas estas palavras, o moleiro ficou completamente sem manchas e
feridas no corpo! Até as marcas das batalhas travadas ao serviço do Rei e
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A Flor do Amor
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do chegaram ao alto do monte, Anita ajoelhou entre algumas rochas que
formavam uma espécie de círculo. Preparava-se para colocar a flor no
chão, à sua frente, quando um raio e uma espécie de trovão surpreende-
ram os dois irmãos! No local onde a faísca tocou o solo, por trás de uma
enorme nuvem de fumo surgiu um vulto esguio, vestido de preto, com a
face escondida por um capuz, trazendo na mão direita um cajado sinuo-
so. Dirigiu-se à jovem que empalidecera subitamente e estendendo-lhe
a mão delicada para a ajudar a levantar-se disse:
- Olá Anita! Há muito que te admiro… Estás cada vez mais bonita…
Gostava de conversar contigo.
Alberto, incrédulo, recuava afastando-se dos dois, aterrorizado, sem
saber muito bem o que pensar de tudo aquilo.
- Tu tiveste um pai humilde e generoso… eu devo-te um favor!
- Porquê? Porque me deves um favor? Que queres de mim?
- Sim… Devo-te um favor! O teu pai foi o único a vir ter comigo… acredi-
tou em mim e veio ao meu encontro explicar que estava inocente. Como
infelizmente faleceu não lhe posso conceder o pedido, então é a ti que
eu faço questão de agradecer! Pede o que quiseres, fá-lo-ei com todo o
gosto. - continuou Tomás num tom calmo e sereno.
- Mas porquê eu? A minha mãe e o meu irmão também vieram pres-
tar-te homenagem! – perguntou Anita algo atrapalhada.
- Porque eras muito chegada ao teu pai e a vossa relação foi sempre
exemplar! – explicou Tomás.
- Posso mesmo pedir o que quiser? – continuou Anita, agora já muito
curiosa.
- Sim, concretizarei o teu pedido com todo o gosto.
- Queria muito ver o meu pai, tenho tantas saudades dele!?
- Se é isso que queres, amanhã, bem cedo vai até ao moinho e lá verás
o teu pai.
- Obrigado, nem posso acreditar, amanhã lá estarei bem cedo.
Depois de uma longa tarde cheia de surpresas, Anita regressa a casa
ansiosa e feliz. O tempo estava a demorar muito a passar e Anita estava
66
A Flor do Amor
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branco até aos pés, uns cabelos loiros compridos e uma pele rosada mui-
to macia.
- Anita, venho a mando de Tomás, sei que ele te deve um pedido e eu
vou levar-te até ele.
- Como podes levar-me até ao meu pai?
- É fácil… Basta procurares a flor do amor.
- E onde poderei encontrar essa flor? – Perguntou Anita, curiosa.
- Vai ao bosque tenebroso e lá encontrarás a flor do amor… ela é
uma flor linda… grande, com umas pétalas vermelhas, arredondadas.
Quando estiveres perto dela diz em voz alta o teu nome e o teu pedido,
arrancando uma pétala de cada vez. Se arrancares a flor não te posso
levar ao teu pai e terás azar para toda a vida, principalmente no amor…
Quando tiveres as pétalas na tua Posse regressa aqui ao moinho e cha-
ma por mim.
- Farei tudo como me disseste, mas quem és tu, qual é o teu nome? –
Pediu Anita.
- O meu nome é Mariana, sou a Fada dos Desejos.
Depois de receber estas ordens Anita foi rapidamente tratar de procu-
rar a flor do amor.
Seguiu algo nervosa para o bosque tenebroso e começou desde logo a
procurar a flor do amor que era muito rara. Atravessou um lago num bar-
co que só tinha um remo, em direcção ao lado mais sombrio do bosque
que era onde a flor se devia encontrar. Ao fundo de uma clareira, com
erva até aos joelhos, avistou a flor do amor. Correu até ela. Lembrou as
palavras da fada Mariana e disse em voz alta:
- Anita, quero ver o meu pai outra vez.
Depois arrancou uma pétala de cada vez e regressou a correr para o
moinho. O caminho de regresso foi muito mais rápido… seguiu o seu
próprio rasto…
Ao chegar ao moinho, Anita gritou:
- Fada Mariana, fada Mariana.
A fada apareceu e disse:
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A Flor do Amor
- Muito bem Anita, cumpriste tudo como te disse, então o teu pedido
vai ser concretizado!
De seguida, pegando nas pétalas que Anita lhe estendeu continuou:
- Flor do amor tão rara que tu és, faz com que o moleiro apareça aos
meus pés.
Ditas estas palavras, o moleiro apareceu. Estava velho, mas continuava
bonito e com um rosto suave que transparecia serenidade.
- Pai! – gritou Anita, ao ver o seu pai.
- Filha, que bom ver-te!
- Tinha tantas saudades tuas! – continuou Anita.
- Eu também, minha filha! Nunca chegámos a despedir-nos…
- Ó pai, tu não sabes o que isso me custou… Se pudesses ficar con-
nosco…!
- Minha filha, infelizmente não posso, já estou velho e o meu lugar não
é aqui, mas eu prometo que vou estar sempre a olhar por ti, pelo teu
irmão e pela tua mãe. Vocês são as pessoas mais importantes na minha
vida. Eu parto com muito orgulho em vocês, principalmente em ti por
seres tão boa menina e tão corajosa.
Passearam em redor do moinho e conversaram muito… Falaram da
sua mãe, das searas e das pretendentes do seu irmão. Também falaram
do Tomás e das razões que levaram à sua morte. Anita prometeu repor a
verdade e espalhar pelas redondezas o amor impossível do velho Mago
e as atrocidades do abastado nobre que o mandou matar. Mas tudo tem
um fim… Chegada a hora da derradeira despedida, Anita, com uma lágri-
ma a escorrer pela face, disse soluçando:
- Gostei tanto de estar aqui contigo pai, só lamento não poderes ficar
mais tempo, mas sei que vais estar sempre connosco…
- Não tenhas dúvidas disso minha filha, vou estar sempre, sempre con-
vosco! Esta noite, antes de adormeceres dá um beijo à tua mãe e ao teu
irmão. Esses serão os meus beijos… entregues por ti àqueles que eu con-
tinuarei sempre a amar…! Adeus minha filha. Fica bem…!
- Adeus pai, gosto muito de ti…!
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70
A Flor do Amor
Anita sentia-se feliz por ter estado com o pai, mas por outro lado triste
por não poder estar com ele sempre que quisesse. Infelizmente, existe a
morte e esta é a única coisa que não se pode evitar!
8.º B, 8.º C
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Da EB 1,2,3 Augusto Moreno
A minha verdadeira
imagem está nos livros
que escrevi.
Miguel Torga