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PROCESSO CIVIL
Curso de Direito Processual Civil de Fredie Didier (2016)
TEORIA DA EXCEÇÃO
- ‘Exceção’ está para o réu assim como ‘ação’ está para o autor. Aplicando as 3 acepções de ação já
vistas, teremos os 3 sentidos de exceção:
ESPÉCIES DE DEFESA
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OBJEÇÕES EXCEÇÕES EM SENTIDO ESTRITO
Alegação de defesa que PODE SER CONHECIDA EX A alegação de defesa que, para ser conhecida,
OFFICIO pelo juiz. Exemplos: decadência legal, precisa ter sido arguida pelo interessado. NÃO
causas de nulidade absoluta do negócio jurídico, PODEM SER CONHECIDAS EX OFFICIO.
questões relacionadas à admissibilidade.
RESPOSTA DO RÉU
- Resposta do réu é uma designação genérica (qualquer manifestação que o réu faça sobre a demanda).
Não confundir resposta do réu (gênero) com defesa ou contestação (espécie).
- A resposta do réu tem lugar após a audiência preliminar de conciliação ou mediação, quando esta
frustra seus objetivos ou quando não é o caso de sua designação.
CONTESTAÇÃO
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- Quando a audiência preliminar não for realizada em virtude da não admissão de autocomposição
(art. 334, §4º), havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não
citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência
(art. 335, §2º).
- A contestação pode ser indeferida. Exemplo: contestação intempestiva ou falta de comprovação da
regularidade da representação processual da parte (como a falta de documentos que comprovem a
aptidão do sócio para atuar em nome da sociedade).
- Se o réu apresenta a contestação sem advogado, o juiz deve nomear um advogado dativo para
ratificar a peça de defesa. O mesmo se aplica ao caso do incapaz que constituiu advogado e
apresenta contestação, embora não tenha representante (cabe ao juiz nomear um curador especial).
- Se a contestação for intempestiva e estiver acompanhada de documentos, embora a peça possa ser
desentranhada, se for o caso, os documentos permanecem nos autos, pois o réu revel tem direito à
produção de provas (súmula 231 do STF: o revel, em processo cível, pode produzir provas desde que
compareça em tempo oportuno).
- O art. 336 traz a REGRA DA EVENTUALIDADE OU DA CONCENTRAÇÃO DA DEFESA:
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões
de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que
pretende produzir.
- Assim, o réu tem o ônus de alegar tudo quanto puder, sob pena de preclusão. Para isso, poderá
cumular defesas (cumulação própria ou imprópria). Na imprópria, o réu pode formular defesas
incompatíveis entre si, mas deve ser limitada pela boa-fé. Exemplo: se o réu afirma que a mercadoria
entregue possui vícios, é impossível negar a sua entrega; o réu pode alegar que pagou e, na
eventualidade, que a dívida está prescrita.
- O art. 337 traz um rol de QUESTÕES QUE DEVEM SER ALEGADAS ANTES DA DISCUSSÃO DO MÉRITO:
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* APENAS A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM E A INCOMPETÊNCIA RELATIVA NÃO PODEM SER
CONHECIDAS DE OFÍCIO (art. 337, §5º).
- Didier faz uma crítica à intepretação literal do art. 337. O dispositivo, se interpretado literalmente,
parte da premissa teórica de primazia das questões de admissibilidade em relação às questões de
mérito. Contudo, a primazia deve ser do mérito. A falta de um requisito de admissibilidade que visa
proteger o réu pode ser ignorada, por exemplo, se o órgão julgador puder julgar improcedente a
demanda. Até mesmo porque o julgamento de improcedência pode ser mais interessante ao réu do
que a extinção sem resolução do mérito. Assim, a falta de um requisito de validade somente pode
gerar a invalidade do procedimento se houver prejuízo ao interesse protegido pela exigência formal
que foi desrespeitada.
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da
causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio
de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o
juízo da causa.
§2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a
contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de
conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de
conciliação ou de mediação.
- Essa contestação é apta para adiar a audiência preliminar. A contestação não equivale ao pedido de
cancelamento da audiência, que o réu poderia ter formulado, pois é possível que ele tenha interesse
na autocomposição, mas apenas não aceita que a audiência preliminar se realize no foro que ele, réu,
alega ser incompetente.
- Note que caso o réu seja vitorioso na alegação de incompetência, este será, a princípio, o juízo
competente para o processamento da causa (prevenção). Todavia, é possível que o réu indique como
competente outro juízo, distinto daquele do seu domicílio.
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3) Incorreção do valor da causa no CPC-73, era alegada em peça distinta. O art. 292 apresenta os
critérios legais para a fixação do valor da causa. Se o réu não impugnar o valor da causa neste
momento, haverá preclusão.
- A decisão do juiz sobre essa alegação do réu é impugnável apenas por ocasião da apelação ou das
contrarrazões (art. 1009, §1º).
4) Inépcia da petição inicial se o réu silenciar sobre este ponto, significa que ele conseguiu defender-
se do que foi pedido e que a petição inicial não é inepta.
5) Perempção, litispendência e coisa julgada são requisitos processuais negativos (não podem
existir para que o processo se instaure regularmente).
Art. 337 §1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada.
§2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e
o mesmo pedido.
§3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em
julgado.
8) Convenção de arbitragem é cláusula negocial firmada por pessoas capazes envolvendo direitos
disponíveis. Não pode ser conhecida de ofício, quer se trate de cláusula compromissória, quer se trate
de compromisso arbitral.
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instaurado antes da propositura da ação, o juiz estatal, ao receber a alegação de convenção de
arbitragem, suspenderá o processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre sua própria
competência. Se o procedimento arbitral não houver sido instaurado, o juiz decidirá a questão. Se o
procedimento arbitral for instaurado depois do ajuizamento da demanda perante o Poder Judiciário,
mas antes da decisão do juiz a respeito da questão, o processo jurisdicional estatal também deverá ser
suspenso, por idêntica razão.
- A existência de convenção de arbitragem é fato que pode ser reconhecido pelo juízo arbitral, no caso
em que o processo arbitral é anterior ao processo estatal, ou superveniente, mas antes da decisão do
juiz estatal, ou pelo próprio órgão jurisdicional estatal, no caso de ainda não haver processo arbitral
pendente. Assim, a extinção do processo jurisdicional estatal pode decorrer de uma decisão do juiz
da causa ou como efeito anexo da decisão do juízo arbitral sobre a sua própria competência.
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a alteração da petição inicial para
substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os
honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre 3% e 5% do valor da causa
ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, §8º.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação
jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas
processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 dias, à alteração da petição
inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§2º No prazo de 15 dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
10) Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar são exemplos:
a) Não pagamento de honorários advocatícios de processo extinto sem resolução de mérito,
quando o autor intente a mesma ação (art. 486, §2º);
b) Não pagamento das custas processuais (art. 290);
c) Não realização do depósito obrigatório na ação rescisória (art. 968, II);
d) Não apresentação da caução pro expensis prevista no art. 83.
11) Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça o NCPC não exige mais peça avulsa.
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- Se a gratuidade da justiça for concedida após a petição inicial, o pedido de revogação será formulado
por petição simples, no prazo de 15 dias (art. 100).
- A decisão que acolhe o pedido de revogação é impugnável por agravo de instrumento (art. 101 e
1015, V).
- A arguição de impedimento ou suspeição do juiz, membro do MP ou auxiliar da justiça deve ser
arguida em peça distinta da contestação (será analisada no próximo resumo).
- O art. 342 elenca DEFESAS QUE PODEM SER ALEGADAS APÓS A CONTESTAÇÃO:
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I - Relativas a direito ou a fato II - Competir ao juiz III - Por expressa autorização legal, puderem
superveniente; conhecer delas de ofício; ser formuladas em qualquer tempo e grau
(objeções) de jurisdição.
- Nesses casos, entende-se que a contestação pode ser aditada para acrescentar as defesas que podem
ser alegadas após o prazo de resposta do réu.
- Assim como o demandante deve formular sua petição inicial de modo claro e determinado, o
demandado tem o ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu II - a petição inicial não estiver III - estiverem em contradição
respeito, a confissão; acompanhada de instrumento com a defesa, considerada em seu
que a lei considerar da substância conjunto.
do ato;
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao
advogado dativo e ao curador especial.
- O curador especial e o advogado dativo, na maioria das vezes, não têm acesso imediato ao réu, o
que permite a elaboração de uma defesa genérica.
- Didier entende que a defesa genérica por parte do defensor público pode tornar-se fator de
desequilíbrio processual injustificado: a incidência da regra deveria pressupor a dificuldade concreta
de comunicação entre representante judicial e o réu, que pode não existir no caso.
- A FAZENDA PÚBLICA SUBMETE-SE AO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA.
RECONVENÇÃO
- É a demanda formulada pelo réu, contra o autor, no mesmo processo em que está sendo demandado.
É um incidente processual que amplia objetivamente o processo (demanda nova em processo
existente). Ação e reconvenção são PROCESSADAS SIMULTANEAMENTE.
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REQUISITOS DA RECONVENÇÃO
1) Requisitos da petição inicial, inerentes a qualquer demanda.
2) Existência de uma CAUSA PENDENTE.
3) Deve ser apresentada NO MESMO PRAZO DA CONTESTAÇÃO E NA MESMA PEÇA em que ela é
apresentada. Contudo, o réu pode reconvir independentemente de contestar, se assim preferir
(art. 343, §6º).
4) O juiz da causa principal deve ser competente em razão da matéria e da pessoa para julgar a causa. Se
não o for, não haverá remessa dos autos a juízo distinto, pois a reconvenção exige uma causa pendente.
5) Deve haver compatibilidade entre o procedimento da causa principal e o procedimento da reconvenção.
Se o procedimento especial se converte em ordinário após o prazo de defesa, cabe reconvenção.
É o caso da reconvenção em ação monitória e ação possessória. SÚMULA 292 DO STJ: A RECONVENÇÃO É
CABÍVEL NA AÇÃO MONITÓRIA, APÓS A CONVERSÃO DO PROCEDIMENTO EM ORDINÁRIO.
6) A reconvenção deve ser conexa à ação principal ou a alguma dos fundamentos de defesa.
Basta a afinidade de questões.
7) Deve haver interesse processual. QUANDO O EFEITO PRÁTICO ALMEJADO PELA RECONVENÇÃO PUDER
SER ALCANÇADO COM A CONTESTAÇÃO, NÃO HAVERÁ INTERESSE PARA RECONVIR.
- Exemplo 1: não cabe reconvenção para alegação de exceção substancial, pois com a simples defesa o
demandado pode exercer o contradireito.
- Exemplo 2: na ação declaratória (dúplice), o réu não pode reconvir para pedir a declaração contrária,
para isso deve apenas defender-se. A súmula 258 do STF (“é admissível reconvenção em ação
declaratória”) deve ser interpretada assim: o réu não pode reconvir para pedir a negação do pedido do
autor, mas pode reconvir para formular outra pretensão.
- Enunciado 45 do FPPC: para se que considere proposta a reconvenção, não há necessidade de uso desse
nomen iuris, ou dedução de um capítulo próprio. Contudo, o réu deve manifestar inequivocamente o
pedido de tutela jurisdicional qualitativa ou quantitativamente maior que a simples improcedência da
demanda inicial.
8) Deve ser cabível. A reconvenção é VEDADA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS (art. 31 da Lei 9.099/95) e no
PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA O EXERCÍDIO DO DIREITO DE RESPOSTA OU RETIFICAÇÃO DO OFENDIDO
(art. 5º, §2º, II, da Lei 13.188/2015).
9) Deve haver o pagamento de despesas processuais, quando devidos.
Na Justiça Federal, não é devido o pagamento de custas para reconvir.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para
apresentar resposta no prazo de 15 dias.
§2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em
face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na
qualidade de substituto processual.
§6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
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- A reconvenção deve ser proposta pelo réu (reconvinte) na mesma peça da contestação (prazo de 15
dias). Em seguida, o autor da ação principal (reconvindo) será intimado, na pessoa de seu advogado,
para apresentar resposta (à reconvenção) no prazo de 15 DIAS.
- No CPC-73, a reconvenção era apresentada em peça autônoma (formalismo desnecessário).
- Na resposta (à reconvenção), o reconvindo poderá denunciar a lide ou proceder ao chamamento ao
processo.
- É possível a reconvenção da reconvenção, salvo na ação monitória (art. 702, §6º).
- Embora a ação principal e a reconvenção devam ser JULGADAS NA MESMA SENTENÇA, são
AUTÔNOMAS. É possível que a ação principal não tenha o mérito apreciado por algum motivo e a
reconvenção prossiga normalmente (§2º). Contudo, se ambas forem julgadas, serão julgadas na
mesma sentença.
- A decisão que indefere liminarmente a petição inicial da reconvenção ou a julga liminarmente
improcedente não extingue o processo (decisão interlocutória, agravável).
- A reconvenção deve ser dirigida contra o autor, mas pode ser dirigida contra o autor E terceiro em
litisconsórcio necessário, unitário ou simples (§3º). É possível a ampliação subjetiva do processo,
contando que autor e terceiro sejam litisconsortes necessários. É que se o réu propusesse uma ação
autônoma em face do terceiro, haveria a reunião de causas, em razão da conexão.
- A reconvenção também pode ser proposta pelo réu E um terceiro contra o autor, em litisconsórcio
facultativo unitário ativo (§3º). O terceiro colegitimado atuaria, a rigor, como assistente litisconsorcial
do réu reconvinte. O litisconsórcio, nesse caso, não pode simples por uma razão: se o terceiro
formulasse uma demanda própria, distinta da demanda reconvencional proposta pelo réu, estaria
escolhendo o juízo perante o qual essa demanda seria processado, em burla ao princípio do juiz
natural.
- O réu pode reconvir em face do substituto processual, desde que a reconvenção se dirija ao autor
(substituto), mas seja fundada em pretensão que tenha em face do substituído (§5º).
REVELIA
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Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras
as alegações de fato formuladas pelo autor.
EFEITOS DA REVELIA
EFEITO MATERIAL: Os prazos contra o réu EFEITO PROCESSUAL: Possibilidade de
presunção de revel que não tenha preclusão em desfavor julgamento antecipado
veracidade das advogado fluem a partir do réu do poder de do mérito, caso se
alegações de fato feitas da publicação da alegar algumas matérias produza o efeito
pelo demandante decisão (art. 346). de defesa (ressalvadas as material (art. 355, II).
(art. 344). matérias do art. 342).
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável
à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de
publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontrar.
- Atenção: a dispensa de intimação só se aplica ao réu revel sem patrono nos autos. Se o réu aparece
(com patrono nos autos) mas não contesta tempestivamente, será revel, mas o advogado deverá ser
intimado dos atos ulteriores. Exemplo: o réu compareceu à audiência preliminar com seu advogado,
mas não apresentou a contestação.
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- Se o réu revel decidir intervir no processo, passará a ser intimado dos atos que forem praticados e
poderá produzir provas. Logo, se o réu apresentar contestação intempestiva, não poderá deixar de
ser intimado, mas poderá ocorrer o efeito material da revelia.
- É possível ao réu revel ajuizar ação rescisória por erro de fato, se a sentença considerar existente fato
que não ocorreu ou inexistente fato que tenha ocorrido.
- Se houver revelia, não se poderá estender a coisa julgada à resolução da questão prejudicial
incidental (art. 503, §1º, II), pois não terá havido contraditório suficiente.
- É possível haver revelia na reconvenção. Ocorre que se o reconvindo (autor na ação principal) for
revel na reconvenção, haverá a apreciação de fatos comuns (regra da comunhão da prova) e o juiz não
poderá presumir existentes fatos que foram considerados não ocorridos por conta da instrução
probatória ocorrida na ação originária.
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