Professional Documents
Culture Documents
Humanos na
Aviação
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
79 p. :il. – (EaD)
CDU 656.7
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 6
1 Introdução 9
1.1 Histórico 9
1.2 Definições 12
Glossário 19
Atividades 20
Referências 21
1 Introdução 24
2 Estresse 24
3 Fadiga 25
4 Sobrecarga de Trabalho 26
5 Excesso de Confiança 26
6 Tipos de Personalidade 27
Glossário 28
Atividades 29
Referências 30
1 Introdução 33
2 Definição e Características 33
3 Estágios de Desenvolvimento 34
3
4 Equipes de Trabalho Efetivas 35
Glossário 37
Atividades 38
Referências 39
Unidade 4 | Comunicação 41
1 Introdução 42
2 Tipos de Comunicação 42
3 Filtros e Barreiras 44
Glossário 46
Atividades 47
Referências 48
1 Introdução 51
2 Iluminação 51
3 Temperatura 51
4 Som e Ruído 53
5 Qualidade do Ar 53
6 Acessibilidade 54
Atividades 55
Referências 56
1 Introdução 59
2 Tipos de Erro 59
4
2.2 Nível das Regras 61
2.2.1 Equívocos 61
3 Erro e Violação 62
Glossário 67
Atividades 68
Referências 69
1 Introdução 72
3 Cultura Justa 72
Atividades 75
Referências 76
Gabarito 78
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
O curso possui carga horária total de 10 horas e foi organizado em 7 unidades, conforme
a tabela a seguir.
6
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
Bons estudos!
7
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS
SOBRE FATORES HUMANOS
8
1 Introdução
1.1 Histórico
Na I Guerra Mundial, os aviões eram utilizados como um veículo militar, mas rapidamente
se tornaram armas de guerra, quando foram usados para lançar bombas e abater aviões
inimigos.
Neste período, os britânicos da Royal Flying Corps, Corporação de Voo da Força Aérea
Britânica, registraram que de cada 100 aviadores que morreram durante o voo, dois
morreram de ataque inimigo, oito por causa de falhas mecânicas ou estruturais da
aeronave e 90 em consequência de suas próprias deficiências individuais (MANUAL
TÉCNICO DO EXÉRCITO AMERICANO, 1941, apud ATSB, 2008.)
9
Por esta razão, os comandantes militares demonstraram interesse em reduzir o número
de perdas de aeronaves e de tripulações, resultantes das deficiências individuais
de seus pilotos. Este fato deu luz à aplicação dos estudos de Fatores Humanos na
investigação de acidentes.
10
acesa e de verificar se o trem estava baixado, não ouviu o alarme que indicava baixa
altitude. A aeronave chocou-se com o lago Everglades e o acidente causou a morte de
101 pessoas à bordo. O relatório de investigação do acidente declarou como provável
causa o fracasso da equipe em monitorar os instrumentos de voo durante os quatro
minutos finais de voo (NTSB AAR-73-14 apud ATSB, 2008.).
Desde então, os estudos sobre Fatores Humanos passaram a considerar não apenas
as ações individuais do piloto, mas também as da tripulação de cabine, das equipes de
manutenção, dos controladores de tráfego aéreo, além de questões organizacionais
que envolvem a atividade aérea.
A partir deste acidente, os estudos sobre Fatores Humanos passaram a ser incluídos na
formação dos profissionais de manutenção. As autoridades de aviação civil dos Estados
Unidos da América, do Reino Unido e do Canadá organizaram simpósios internacionais
sobre Fatores Humanos em manutenção de aeronaves para discutir as questões
relativas ao desempenho humano na atividade de manutenção. Já foram realizadas 15
edições deste evento ao longo dos anos.
11
1.2 Definições
De acordo com Edwards (1985 apud HAWKINS, 1993), o objetivo dos Fatores Humanos
é otimizar o relacionamento entre as pessoas, a tecnologia e o meio ambiente.
12
1.3 Modelos de Análises de Fatores Humanos
Este modelo foi desenvolvido por Edwards, em 1972, e adaptado por Hawkins, em 1984
e 1987. Ele procura enfatizar a ação humana em interação com os demais componentes
do tradicional sistema homem – meio – máquina. Assim, seu nome é composto pelas
iniciais dos seus elementos (em inglês): S – Software, H – Hardware, E – Environment e
L – Liveware.
13
O elemento humano é o centro da atividade deste modelo e os demais componentes
devem se adaptar e se corresponder a ele. De acordo com esse modelo, as interfaces
dos blocos devem ter um perfeito encaixe, pois, caso isso não ocorra, os erros humanos
surgirão.
Uma ferramenta de prevenção, utilizada para lidar com os aspectos desta interface,
é o treinamento em Crew Resource Management (CRM), em português chamado de
Gerenciamento de Recursos de Equipe, e a sua versão para a manutenção, Maintenance
Resource Management (MRM), que significa Gerenciamento de Recursos na Manutenção.
14
Liveware (homem) – software (suporte lógico)
REQUISITOS INFORMAÇÕES
AUTOMAÇÃO
NORMATIVOS ESCRITAS
- Manuais
- Carga de trabalho
- Publicações
- Qualificação
- Consciência situacional
- Regulamento
- Habilitação
- Satisfação com o
- Mapas trabalho
- Certificação
- Procedimentos - Confiança no sistema
operacionais
Segundo a ICAO (2013), muitos erros acontecem nessa interface, devido à característica
natural do ser humano em se adaptar, levando-o a se acomodar às deficiências do
equipamento, o que se constitui um perigo potencial.
15
Liveware (homem) – environment (ambiente)
Esta interface foi uma das primeiras preocupações no sentido de tentar adaptar o
homem ao ambiente aeronáutico. Porém, com o desenvolvimento tecnológico, essa
situação foi invertida de tal forma que se passou a adaptar o ambiente às necessidades
humanas, ocasionando o desenvolvimento da pressurização, do ar condicionado, do
isolamento acústico nas aeronaves.
Este modelo, concebido pelo professor James Reason, em 1990, parte do princípio
que a indústria aeronáutica é um sistema sociotécnico complexo e que a operação
ocorre em condições de risco. Assim, por meio do seu modelo, Reason procura analisar
o modo como os seres humanos contribuem para as falhas deste sistema.
16
defeitos do sistema, criados por uma concepção ruim, uma instalação malfeita, um
treinamento deficiente e por decisões errôneas da alta direção, que são as condições
latentes.
As falhas ativas são conceituadas por Reason, como os erros ou as violações cometidas
pelo operador (mecânico, controlador, piloto), em contato direto com a operação, e
têm um impacto imediato na segurança do sistema, se não forem percebidas e
corrigidas a tempo.
17
Segundo Reason (1997, apud ALMEIDA, 2006), as diferentes combinações possíveis
entre fatores das condições latentes criam constantemente novas condições
facilitadoras do aparecimento de erros ativos. Dessa maneira, não é possível eliminar
diretamente os erros, uma vez que são consequências e não causas. Portanto, os
interessados na prevenção devem priorizar a eliminação ou a minimização de condições
latentes no seu ambiente de trabalho.
Figura 3: Exemplo do alinhamento das condições latentes e falha ativa no contexto da manutenção
18
Resumindo
Glossário
19
Atividades
aa
1) Sobre os marcos históricos que influenciaram as atividades
dos Fatores Humanos, pode-se afirmar que:
20
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
21
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
22
UNIDADE 2 | FATORES QUE
AFETAM O RENDIMENTO
HUMANO
23
1 Introdução
2 Estresse
Lipp e Malagris (2001) defendem que o estresse é considerado como uma resposta
complexa do organismo humano que envolve reações físicas, psicológicas, mentais e
hormonais, frente a qualquer evento interpretado como desafiante.
A aviação é considerada uma atividade estressante por vários fatores, como tempo e
jornada de trabalho, por exemplo. Na manutenção, o trabalho deve ser executado em
curto espaço de tempo, a fim de evitar atrasos ou cancelamento dos voos, e as rápidas
mudanças tecnológicas também podem adicionar estresse à rotina dos técnicos.
No entanto, cada pessoa reage de modo diverso ao estresse. A mesma situação pode
trazer diferentes graus de dificuldade, ou seja, um determinado acontecimento pode
ser estressante para uma pessoa e para outra não.
FAA (2001) entende que o estresse pode ser provocado por agentes físicos, fisiológicos
e psicológicos. Os agentes físicos adicionam carga de trabalho ao indivíduo e tornam o
ambiente de trabalho desconfortável. A temperatura (baixa ou alta), o nível de barulho,
a iluminação e os espaços de trabalho são exemplos de agentes estressores físicos
presentes no ambiente de manutenção.
24
hh
Para lidar com o estresse é fundamental identificar os agentes
causadores e os sintomas que desencadeiam. Além disso, é
indicado desenvolver e manter a qualidade de vida, por meio da
adoção de hábitos saudáveis.
3 Fadiga
Estudos realizados pela Australian Transport Safety Bureau (ATSB, 2008), com técnicos
de manutenção, apontaram que, quando sentem sonolência, há um risco maior de
cometerem erros ligados à memória e à percepção.
25
4 Sobrecarga de Trabalho
Essa sobrecarga decorre, em alguns casos, da falta de pessoal suficiente para planejar,
executar, supervisionar, inspecionar e vigiar a qualidade do trabalho da organização, o
que resulta em acúmulo de tarefas por uma mesma pessoa.
5 Excesso de Confiança
O excesso de confiança é uma atitude que pode afetar o desempenho profissional, uma
vez que conduz à superestimação das informações disponíveis e induz o profissional a
crer que possui competências e habilidades superiores aos demais.
26
6 Tipos de Personalidade
As pessoas se diferem não somente por suas habilidades, mas também por seu tipo
básico de personalidade. Diferentes tipos de personalidade são associados a estilos
característicos de desempenho e a formas de se comportar (REASON; HOBBS, 2005).
Resumindo
27
Glossário
28
Atividades
aa
1) Na visão de Lipp e Malagris, o estresse pode ser entendido
como:
29
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
30
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
31
UNIDADE 3 | TRABALHO EM
EQUIPE
32
1 Introdução
2 Definição e Características
33
Tabela 2: Diferenças entre grupos e equipes de trabalho
GRUPOS EQUIPES
Esforço individual Esforço coletivo
3 Estágios de Desenvolvimento
Normatização – essa fase é caracterizada pela coesão entre os membros. Há maior troca
de informações, de forma aberta e espontânea, e maior tolerância face às divergências.
São definidos os papéis, as tarefas e as responsabilidades de cada membro. A conclusão
dessa fase se dá quando são aceitas as normas de comportamento e os procedimentos
que subsidiarão as tarefas a serem cumpridas.
34
Desempenho – esse estágio se concretiza com a execução das atividades previstas.
Toda a energia da equipe se volta para a realização das tarefas, com base nas metas e
no comando estabelecido. É a fase da produtividade.
Apesar de não existir uma receita para tornar-se uma equipe de trabalho efetiva,
alguns aspectos devem ser considerados para impulsionar o desempenho da equipe.
Um deles é a adequação entre o número de membros e as tarefas designadas para
execução. Além disso, é preciso que os membros da equipe possuam habilidades e
conhecimentos para alcançar os resultados esperados. Segundo Zanelli; Borges-
Andrade e Bastos (2004. p.390),
35
Estabelecer um canal de comunicação aberto entre os membros da equipe e incentivar
a retroalimentação são aspectos que permitem à equipe monitorar seu desempenho
e seu progresso em relação aos objetivos traçados, contribuindo para sua efetividade.
36
Resumindo
Glossário
37
Atividades
aa
1) Os elementos constitutivos de um trabalho em equipe
são:
38
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
39
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
40
UNIDADE 4 | COMUNICAÇÃO
41
1 Introdução
2 Tipos de Comunicação
42
De acordo com Doc. 9824 (ICAO, 2003), alguns aspectos precisam ser observados na
estruturação das documentações:
43
3 Filtros e Barreiras
Comunicar por meio do canal errado pode causar mais problemas do que não comunicar.
Considerando uma situação na qual um mecânico esteja num espaço de difícil alcance,
no interior de uma aeronave, e precise comunicar para outro mecânico ou supervisor
a aparência de um componente. Se escolher utilizar um rádio, é provável que, mesmo
descrevendo verbalmente a aparência do componente, ele não consiga fornecer
informações adequadas para os que estão fora da área de trabalho.
Existem vários métodos que visam uma comunicação eficaz. Na aviação, a verbalização
(falar em voz alta) das listas de verificação (checklists) auxilia os profissionais a
completarem as tarefas de forma ordenada e seriada, e garante que as ações sejam
devidamente realizadas e as documentações preenchidas.
44
Independentemente do método escolhido para estabelecer a comunicação, alguns
elementos se fazem necessários para ela se tornar eficaz: canais adequados para a
transmissão da mensagem; clareza da mensagem para o fácil entendimento por parte
do receptor; transparência dos objetivos e metas; visão compartilhada; e diminuição
dos níveis hierárquicos.
Os elementos da comunicação:
• código – a maneira pela qual a mensagem é ordenada. Pode ser a língua, oral ou
escrita, gestos, código Morse, sons etc. O código deve ser de conhecimento de
ambos os envolvidos: emissor e destinatário;
Resumindo
45
Glossário
46
Atividades
aa
1) De acordo com a ICAO, as documentações devem possuir
alguns aspectos que facilitem a compreensão, tais como:
a. ( ) Redundância da informação.
b. ( ) Excesso de exemplos.
c. ( ) Legibilidade da informação.
d. ( ) Pouco detalhamento.
47
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
48
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
49
UNIDADE 5 | FATORES
AMBIENTAIS
50
1 Introdução
2 Iluminação
Vale salientar que os requisitos de luz podem modificar com a idade. Por exemplo,
pessoas mais velhas podem precisar de quase duas vezes mais iluminação do que as
mais novas.
3 Temperatura
51
A maioria das tarefas de manutenção da aviação ocorre em grandes hangares,
frequentemente com as portas abertas. Portanto, é difícil controlar com precisão a
temperatura em uma instalação desse tipo. É importante compreender os efeitos das
diferentes temperaturas sobre o desempenho no trabalho.
52
4 Som e Ruído
De acordo com o Doc. 9824 (ICAO, 2003 p. 71), o ruído é um som indesejável. Ele
pode ser perturbador e estressante, ou ainda, causar perda permanente da audição.
Porém, no ambiente de manutenção de aeronaves, muitos sons são desejáveis e, de
fato, necessários para o trabalho no dia a dia. Esses sons acontecem em todo tipo de
comunicação, por exemplo: interpessoal, telefônica, mensagens, sinais de áudio de
equipamentos de teste ou sistema de aeronaves.
5 Qualidade do Ar
53
6 Acessibilidade
O local de trabalho da manutenção deve possuir fácil acesso, ou seja, deve estar
organizado e sem obstáculos para a passagem. O piso deve ser adequado para evitar
quedas e escorregões, especialmente na área de execução do serviço de manutenção,
onde é comum carregar, empurrar ou puxar objetos. Assim, o piso necessita de um
mínimo coeficiente de atrito estático entre o calçado e o chão.
Para um trânsito seguro, as superfícies de caminhada devem estar limpas, secas e livres
de itens soltos, como peças e ferramentas.
Resumindo
54
Atividades
aa
1) A respeito do fator ambiental iluminação, é correto afirmar
que:
55
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
56
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
57
UNIDADE 6 | ERRO HUMANO
58
1 Introdução
De acordo com Reason (1990), o termo genérico erro humano abrange as ocasiões nas
quais a sequência mental planejada de atividades, mentais ou físicas, falha em alcançar
seu objetivo.
2 Tipos de Erro
O erro envolve algum tipo de desvio no desempenho humano, seja do curso pretendido
da ação ou do planejamento de ações ou, ainda, um desvio de comportamento.
Para Rasmussen (1986 apud Reason, 1990), o desempenho humano envolve três níveis
de execução: habilidade, regra e conhecimento.
Deslizes e lapsos são as ações que não ocorreram conforme o planejado porque houve
uma falha entre o que se almejava fazer e o que, realmente, foi executado.
59
Os deslizes são erros resultantes da falta de atenção e ocorrem, normalmente, quando
se executa um trabalho de rotina.
Os lapsos decorrem da falha da memória e podem ter que esperar por uma ocasião
específica para serem notados. Esquecer-se de postar uma carta é um exemplo de
lapso, que pode ser detectado somente quando a pessoa volta para casa e encontra a
carta não postada.
60
2.2 Nível das Regras
No nível das regras, o erro humano pode ocorrer por um desvio da regra ou do
procedimento estabelecidos. São os chamados equívocos. Normalmente, os
profissionais da aviação passam por constantes treinamentos, têm seu trabalho
padronizado e os erros podem surgir da aplicação distorcida de uma regra.
2.2.1 Equívocos
61
O último estado de regras corresponde ao que Rasmussen (1986, apud Reason, 1990)
denominou de nível de desempenho baseado no conhecimento.
3 Erro e Violação
As violações podem ser definidas como desvios intencionais das ações, ou seja, são
ações deliberadas, mas não necessariamente condenáveis. É possível que em algumas
situações estes desvios intencionais sejam considerados necessários para manter a
operação segura de um sistema potencialmente perigoso.
62
• violações situacionais – são cometidas com o objetivo de ter o trabalho
realizado, em resposta à dada situação, como pressão de tempo, data limite
ou produtividade. Por exemplo: não realizar a inspeção prevista do serviço
executado, porque está no horário programado de liberação da aeronave;
Os erros humanos não surgem aleatoriamente, mas são moldados pela situação e
por fatores que envolvem a tarefa e fazem parte do ambiente no qual a pessoa está
inserida.
Reason e Hobbs (2005), dizem que a experiência mostra que um número, relativamente
limitado, de fatores locais, aparece repetidas vezes em relatórios de acidentes e
incidentes no âmbito da manutenção.
63
• Ferramentas e equipamentos – deficiências nas ferramentas ou nos equipamentos
podem gerar erros e violações, porque diante das poucas alternativas para a
realização do trabalho, os mantenedores, muitas vezes, assumem uma atitude
de posso fazer, comprometendo a segurança de voo;
Diante da premissa de que o erro é algo inerente à natureza humana, torna-se importante
adotar, no ambiente da manutenção de aeronaves, princípios que conduzam a uma
cultura de gerenciamento e não de punibilidade, conforme descrito a seguir:
É comum a crença de que pessoas menos experientes são as responsáveis pela maioria
dos erros. Entretanto, acidentes envolvendo profissionais experientes reforçam que
todos estão passíveis a cometer erros.
64
e) As pessoas não conseguem facilmente evitar as ações que não tinham a
intenção de cometer
A culpa e a punição não fazem sentido quando a intenção é boa e as ações não são
executadas como o planejado.
Os erros são produtos de uma cadeia de eventos que envolve pessoas, equipes,
tarefas, ambiente de trabalho e fatores organizacionais. Identificar o erro é o início da
pesquisa, não o fim.
i) Gerenciamento do erro
As situações são gerenciáveis, mas a natureza humana não, por isso deve-se buscar
gerenciar o que é controlável.
65
Isto significa melhorar as condições em que as pessoas trabalham, bem como fortalecer
e ampliar as defesas do sistema em geral.
De acordo com Dekker (2002), existem, basicamente, dois pontos de vista diferentes
sobre o erro humano e sua contribuição para o acidente. O primeiro, que é mais antigo,
vê o erro humano como causa do fracasso na maioria dos acidentes. O segundo, mais
moderno, não vê o erro humano como uma causa, mas como um sintoma.
Os autores Helmerich, Merrit e Wilhelm (1999) trazem três tipos de estratégias para o
gerenciamento do erro, a saber:
• reduzir o erro – tem por objetivo agir sobre as fontes de erro, eliminando os
fatores contribuintes que o geraram;
66
• capturar o erro – visa a captura do erro antes que desencadeie consequências
adversas;
Resumindo
Glossário
67
Atividades
aa
1) O conceito de erro humano considera que:
68
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
69
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
70
UNIDADE 7 | CULTURA DE
SEGURANÇA
71
1 Introdução
Viu-se anteriormente que o erro humano é inevitável, porém gerenciável. Para que
o trabalho de gestão e prevenção do erro seja efetivo no contexto da manutenção
de aeronaves, torna-se necessária a criação de uma cultura organizacional na qual
as normas, as ações e os valores promovam comportamentos que incentivem a
identificação das condições latentes e a adoção de estratégias para minimizar sua
ocorrência, em prol da segurança.
3 Cultura Justa
De acordo com Reason (1997, p. 10), “a cultura justa reflete uma atmosfera de
confiança em que as pessoas são encorajadas a fornecer informações importantes
para a segurança e têm ciência da linha traçada entre o comportamento aceitável e
inaceitável”.
72
A cultura justa no ambiente organizacional provoca um modo de pensar a segurança
com atitude de questionamento, de resistência à complacência, de comprometimento
com a excelência e fomenta autorregulação das empresas em matéria de segurança.
Organizações com uma cultura positiva de segurança são caracterizadas pela existência
de subculturas, como:
73
A adoção de ações, por parte da organização, que gerencie os riscos e enfatize a cultura
de segurança é uma estratégia importante para melhorar as condições de trabalho e
reduzir os acidentes.
Resumindo
Além disso, os tipos de culturas (ou subculturas) que devem estar presentes
na organização foram expostos, a fim de demonstrar sua importância para
a melhoria das condições de trabalho por meio da implementação da
cultura de segurança.
74
Atividades
aa
1) A respeito da cultura de segurança, a alternativa correta
é:
75
Referências
______. The field guide to understand human error. Bedford, Reino Unido: Ashgate
Publishing, 2006.
76
MADDOX, M. E. Human factors guide for aviation maintenance and inspection.
Washington: Federal Aviation Administration, 1998. Disponível em: <http://huntlibrary.
erau.edu/collections/aerospace-and-aviation-reports/hfami/index.html>. Acesso em:
17 jul. 2015.
MOREIRA, S.L. B. Fatores humanos e modelos conceituais. In: PEREIRA, M. C.; RIBEIRO,
S. L. O. (Org.) Voos da psicologia no Brasil: estudos e práticas em aviação. Rio de
Janeiro: DAC-NUICAF, 2001.
PLOUS, Scott. The Psychology of Judgment and Decision Making. New York: McGraw-
Hill Education, 1993.
77
Gabarito
Questão 1 Questão 2
Unidade 1 C B
Unidade 2 C B
Unidade 3 C B
Unidade 4 C B
Unidade 5 C B
Unidade 6 C B
Unidade 7 C B
78