You are on page 1of 19

2ª Prova de Urgência e Emergência III

Insuficiência Coronariana – Na sala de emergência - Com sintomas isquêmicos iniciados em repouso, usualmente
com duração de mais de 10 a 20 minutos.
- Conceito:
- Com novo início de angina muito sintomática nos últimos 2
- Aporte insuficiente de sangue ao músculo cardíaco, consequente meses. Geralmente, classe III ou IV da classificação canadense
a redução do fluxo coronariano e/ou aumento da necessidade de de angina.
oxigênio pelo miocárdio, levando à dor ou desconforto torácico.

- Causas:

- A principal é a aterosclerose. Quando a obstrução atinge 50 a 75%


da luz do vaso, o paciente passa a apresentar dor.

- Outras causas são situações que aumentam a demanda de


- Com angina dita “em crescendo”, que tem piorado na
oxigênio pelo miocárdio: sepse, taquiarritmias, estenose aórtica,
intensidade da dor, na duração (angina de maior duração) e/ou
miocardiopatia hipertrófica, hipertireoidismo; ou reduzem o
na frequência.
transporte de oxigênio pelo sangue: anemia, intoxicação por
monóxido de carbono. - Dor torácica de característica pleurítica ou aguda e localizada não
costuma ocorrer na SCA. Todavia, isoladamente, não descarta
- Quadro clínico:
totalmente uma SCA.
- A SCA é dividida inicialmente em dois grandes grupos:
- Alívio da dor torácica com o nitrato sublingual não confirma que
- SCA SEM elevação do segmento ST: seja uma SCA.

- Angina instável: dor ou desconforto torácico (ou - Alguns achados aumentam a probabilidade de SCA, como idade
equivalente isquêmico) e/ou alterações eletrocardiográficas avançada, sexo masculino, história familiar positiva de doença
compatíveis; coronariana prematura ou se o paciente relata que é diabético,
apresenta doença vascular arterial extracardíaca (carótida, aorta ou
- Não há elevação de troponinas. vasos periféricos) ou tem doença renal crônica. Adicionalmente,
história pessoal de IAM prévio ou de revascularização coronariana
- IAM sem elevação do segmento ST: dor ou desconforto
também aumenta significativamente a chance da SCA.
torácico (ou equivalente isquêmico) e/ou alterações
eletrocardiográficas compatíveis; - Diaforese, dispneia ou síncope podem ser a apresentação da SCA
na emergência. De fato, novo início de dispneia inexplicável é o
- Há elevação de troponinas. mais comum equivalente isquêmico. Adicionalmente, o paciente
- SCA COM elevação do segmento ST. pode se apresentar com fadiga, mal-estar, náusea, vômitos e
sudorese fria.
- A doença arterial coronariana crônica pode ser dividida em:
- Essas características menos usuais ou os próprios equivalentes
- Angina estável: dor tipo A que não se altera no período de 2 isquêmicos (dispneia, diaforese, confusão no idoso etc.) são mais
meses. frequentes nos pacientes acima de 75 anos de idade, diabéticos,
com doença renal crônica ou demência.
- Isquemia miocárdica silenciosa (insuficiência cardíaca)
- Exame físico:
- Avaliação inicial da dor:
- Frequentemente o exame físico é inexpressivo. Todavia, terá
- Angina: dor/desconforto retroesternal ou precordial, em forma de grande utilidade em três situações:
pressão ou de aperto, geralmente precipitada pelo esforço físico,
podendo se irradiar para ombro, mandíbula, face interna do braço - No diagnóstico de complicações da isquemia miocárdica,
(ambos, mas mais comumente o esquerdo) ou epigástrio (sinal da como congestão pulmonar, turgência jugular, novo sopro de
cruz) com duração de alguns minutos e aliviada pelo repouso ou regurgitação mitral, B3, bradicardia, taquicardia ou má perfusão
nitrato em menos de 10 minutos. Pode vir acompanhada de periférica.
náuseas, vômitos, sudorese e mal estar.
- Na avaliação de diagnósticos diferenciais, como síndromes
- A dor descrita como pontada, fincada, fisgada, ou facada aórticas agudas, pericardite, tamponamento pericárdico,
geralmente não é isquêmica. pneumotórax, zóster torácico e derrame pleural, entre outros.

- A dor irradiada para o abdome baixo, região lombar ou pernas - Detectar se existe algum fator precipitante para isquemia
também fala contra o diagnóstico de angina. miocárdica, por exemplo, hipertensão descontrolada, disfunção
tireoidiana, DPOC exacerbada, pneumonia (e outras infecções)
- SCA representa cerca de 15 a 25% dos casos de dor torácica no ou algum sangramento recente (anemia grave).
departamento de emergência. De maneira geral, esses pacientes
costumam se apresentar das seguintes formas: - Exames complementares

- ECG:
1
- Deve ser feito em até dez minutos. - Para o diagnóstico de SCA, é importante considerar a
magnitude do aumento da troponina (“pico”) e a taxa de
- A análise inicial deve buscar classificar o paciente em um dos elevação ou queda em dosagens seriadas. Elevação ou
dois grupos: queda de mais de 20% em dosagens seriadas são
a. O ECG mostra uma elevação do segmento ST maior que necessárias para a confirmação de uma SCA.
1 mm ou bloqueio de ramo esquerdo em duas ou mais - Uma vez positiva na SCA, a troponina pode permanecer
derivações contíguas: o diagnóstico provável é IAM com elevada por 5 a 14 dias, eventualmente mais.
elevação do segmento ST.
- Além da utilidade diagnóstica, a magnitude da elevação da
b. O ECG não mostra elevação do segmento ST maior que troponina se correlaciona com pior prognóstico de curto e
1 mm em duas ou mais derivações contíguas. Nesse caso, longo prazo.
com quadro clínico compatível, está-se diante de uma
síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento - Podem estar elevadas na miocardite, na crise
ST, e a troponina seriada distinguirá se o caso é uma angina hipertensiva, na embolia pulmonar e na sepse grave.
instável (AI), troponina negativa, ou se é um IAM sem
elevação do segmento ST (IAM sem supra ST), troponina - CK-MB:
positiva. - Eleva-se após 4 a 6 horas.
- Se o ECG inicial é inespecífico ou mesmo normal, mas o - Pico em cerca de 12 a 24 horas.
paciente tem um quadro clínico compatível com SCA, deve-se
repetir o ECG (p. ex., após 15 ou 30 min e 1 hora), - Normaliza-se em 48 horas.
especialmente se os sintomas são recorrentes.
- Os níveis de CKMB aumentam 2 a 10 vezes o normal no
- Outros achados que requerem atenção: infarto.

a. depressão de ST do tipo horizontal ou de concavidade - CKMB atividade –


para baixo (downsloping) é muito sugestiva de IAM sem
- CKMB massa – mais específica
supra.
- A CK-MB atividade é menos específica para necrose
miocárdica que as troponinas, uma vez que pode estar
discretamente elevada em alguns indivíduos sadios e pode
se elevar em casos de lesões musculares esqueléticas, de
útero, cérebro, entre outros.

- O tratamento de SCA não deve ser postergado em função da


b. Significativa inversão simétrica de onda T em derivações espera pela elevação dos MNM.
precordiais (> 2 mm) sugere isquemia aguda, sobretudo
estenose crítica de artéria descendente anterior esquerda. - O supradesnivelamento do segmento ST mantido em paciente
com achados clínicos compatíveis praticamente confirma tratar-
se de IAMcsST.

- Radiografia de tórax:

- Útil para identificar causas pulmonares de dor torácica ou para


identificar pacientes com mediastino alargado, o que pode
- Em caso de paciente de intermediário ou alto risco, com ECG sugerir uma síndrome aórtica aguda.
não diagnóstico, é razoável realizar V7 e V8. - Peptídeos natriuréticos:
- Marcadores de necrose: - Mostrou se associar com prognóstico precoce adverso e pode
- Troponina T ou I: ser solicitado, embora se deva aguardar melhores estudos.
Outros marcadores não devem ser solicitados de rotina.
- Principais recomendações:
- Exames gerais: hemograma, eletrólitos, glicemia, função renal e
a. Todos os pacientes com suspeita de SCA: coleta à testes de coagulação devem ser solicitados.
chegada e 6 horas após o início dos sintomas.
- Perfil lipídico: colesterol total, LDL, HDL e triglicérides devem ser
b. Se quadro consistente com SCA e troponina negativa em solicitados na manhã seguinte à chegada do paciente ao
6 horas, realizar nova coleta após 8 a 10 horas do início dos departamento de emergência, em jejum.
sintomas.
- Ecocardiograma: raramente necessita ser feito de imediato.
OBS. Se normais após 12 horas, o diagnóstico de infarto é Entretanto, terá grande utilidade na avaliação da função ventricular,
muito pouco provável. já que uma fração de ejeção diminuída se correlaciona com
aumentado risco de evolução adversa.
- Aumentam acima de 20 vezes do normal no infarto.

2
- PERGUNTA FUNDAMENTAL NA EMERGÊNCIA: QUAL É A - Escore TIMI no IAMcsST:
PROBABILIDADE DE EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL?

- Uma série de achados clínicos pode fornecer pistas na


identificação de pacientes de maior risco, como diabetes, idade
avançada, infarto prévio, doença vascular arterial extracardíaca,
achados de insuficiência cardíaca, hipotensão/choque e arritmias,
entre outros.

- Alterações dinâmicas de ECG e aumento de troponinas são fortes


preditores de maior risco de complicações.

- Além desses preditores, algumas classificações, escores ou


modelos clínicos podem refinar e permitir que o risco de
complicações seja quantificado.

- Classificação de risco Killip: Tratamento clínico

- Pacientes que inicialmente já se apresentam com achados de


gravidade devem ser tratados imediatamente.

- Nos pacientes com apresentações ainda indefinidas ou sem


achados de gravidade, deve-se integrar dados da história, exame
físico, ECG e troponinas para classificar os pacientes em um dos
seguintes grupos:
- Durante o período de evolução do IAM, a migração dos 1. O diagnóstico não é de SCA, há um diagnóstico alternativo e
portadores de uma classe mais baixa para uma mais alta está o tratamento é dirigido à etiologia.
associada independentemente com elevação da mortalidade
em muitos estudos, enquanto que os que evoluem com uma 2. O diagnóstico é de angina crônica estável: avaliar
baixa pontuação têm uma menor probabilidade de morrer medicações em uso, tentar otimizá-las e agendar consulta
dentro dos primeiros 30 dias. breve ambulatorial.

- Escore TIMI – avalia o risco de eventos adversos em 14 dias: 3. O diagnóstico de SCA é possível: deve-se realizar ECGs
morte, novo IAM ou IAM recorrente e isquemia que necessita de seriados, assim como solicitar troponina à chegada e após 6
revascularização. horas do início dos sintomas. Após algumas horas é possível
reclassificar esses pacientes nos seguintes grupos:
- Escore TIMI no IAMssST:
- ECGs sem alterações isquêmicas, troponina negativa e
achados de baixo risco (clínicos/escore TIMI): esses
pacientes podem ter alta do departamento de emergência,
devendo realizar um teste de esforço em até 72 horas.

(1 ponto para cada) - Se houver alterações de ECG isquêmicas ou elevação de


troponinas, o paciente deve ser tratado conforme o descrito
- 0 ou 1: 4,7% - risco baixo - 2: 8,3% - risco baixo
para SCA confirmada.
- 3: 13,2% - risco intermediário
- 4: 19,9% - risco intermediário 4. O diagnóstico de SCA está confirmado, podendo ser com
- 5: 26,2% - risco alto - 6 ou 7: 4,9% - risco alto elevação de ST (abrir a artéria ocluída é a meta imediata) ou
sem elevação de ST.
E: exame
clínico
ECG, PA não invasiva e oximetria de pulso sumário

MOVE

MONABCH: morfina, oxigênio, nitrato, AAS, BB, clopidogrel, heparina

3
- Ácido acetilsalicílico: - Necessita de monitorização (TTPA de seis em seis horas
para mantê-lo entre 1,5-2,0 vezes o controle, em geral, 50
- Solicitar ao paciente que mastigue 160 a 325 mg de AAS. a 70 segundos).
- Uma das medicações mais importantes em SCAs; seu uso - Maior incidência de plaquetopenia quando comparada à
implica redução da mortalidade. enoxaparina.
- Indicado em todos os pacientes, exceto se houver história de - Necessita de bomba de infusão (IV).
anafilaxia com a droga.
- Bolus IV de 60 U/kg de peso (máximo de 4.000 U).
- Manutenção diária de 75 a 100 mg, VO, em dose única,
mantido indefinidamente. - Manutenção: 12 U/kg de peso (máximo inicial de 1.000
- Inibidores do ADP plaquetário: U/hora).

- Clopidogrel: - Fondaparinux:

- Estratégia intervencionista (com CATE): a dose de ataque - Em pacientes tratados de forma conservadora (sem
é de 600 mg, via oral. CATE), ele mostrou-se tão bom quanto enoxaparina, mas
com redução de 48% na chance de sangramento.
- Estratégia conservadora: a dose de ataque é de 300 mg,
- Dose inicial: 2,5 mg SC, 1 x dia. Não usar se o clearance
via oral.
de creatinina for menor que 30 mL/min.
- Manutenção de 75 mg via oral, uma vez ao dia; manter - β-bloqueador:
por no mínimo um ano se foi feito CATE.
- Constitui uma medicação essencial em doença coronariana,
- Ticagrelor: desde que não haja contraindicações e o paciente não seja de
risco para evoluir com choque cardiogênico.
- Dose inicial de 180 mg, antes ou durante a angioplastia.

- Manutenção: 90 mg de 12/12 horas. - Contraindicações na SCA: história de broncoespasmo


(tabagismo não é contraindicação); achados clínicos de
- Anticoagulação: hipoperfusão; insuficiência cardíaca; intervalo PR > 0,24
segundos; bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus; e pacientes
- Ao se escolher uma das heparinas, não trocar por outra; a
de risco para choque cardiogênico: um ou mais dos seguintes
mesma heparina deve ser usada em todo o tratamento.
fatores de risco: idade > 70 anos, pressão sistólica < 120
OBS. Ação principal é a de evitar a propagação do trombo, mmHg, FC > 110 bpm ou < 60 bpm, longo tempo entre o início
porém, não é capaz de dissolver trombos pré-formados. dos sintomas e a procura ao hospital.

- Enoxaparina – heparina de baixo peso molecular (HBPM): - Via oral é a preferência (atenolol, bisoprolol, metoprolol ou
propranolol). A dose inicial dependerá da PA.
- Deve ser prescrita mesmo em pacientes que serão
submetidos à angiografia coronariana precoce. - Propranolol: 10 a 80 mg de 12/12 ou 8/8 horas.

- Dose de 1 mg/kg de peso, SC, de doze em doze horas; - Metoprolol: 25 a 100 mg de 12/12 horas.
pode-se fazer um bolus de 30 mg de enoxaparina IV, junto
com a 1ª dose SC. - Atenolol: 25 a 200 mg uma vez ao dia.

- No paciente > 75 anos, não prescrever bolus IV e - Bisoprolol: 2,5 a 10 mg uma vez ao dia.
prescrever 0,75 mg, SC, de 12/12 horas.
- Pacientes alérgicos aos b-bloqueadores ou com história de
- Heparina não fracionada (HNF): broncoespasmo: prescrever diltiazen ou verapamil.

4
- Nitrato: - Pacientes com HAS, diabetes mellitus ou doença renal
crônica estável, exceto se contraindicado.
- Não reduz a mortalidade.

- As principais indicações são: - Sinais ou sintomas de disfunção ventricular esquerda ou


ecocardiograma mostrando uma fração de ejeção diminuída
- dor anginosa persistente (ocorrendo); (< 40%).

- sinais ou sintomas de IC (crepitações, B3 ou congestão); - Em todos os pacientes após uma síndrome coronariana
aguda, desde que não haja contraindicações.
- hipertensão arterial; a angina associada à hipertensão
caracteriza uma emergência hipertensiva. Nesse caso, - Pacientes intolerantes ao IECA (história de angioedema,
deve-se prescrever a nitroglicerina, eventualmente tosse, rash): usar um antagonista da angiotensina II.
associada ao nitroprussiato.
- Uso dos inibidores da enzima HMG – estatinas:
- Nitroglicerina – tem efeito imediato (minutos), e, se desligada,
em três a cinco minutos já não tem mais efeito. - Ação anti-inflamatória, estabilização de placas
ateroscleróticas, melhora da função endotelial, aumento de
- Dose inicial IV: 5 a 10 mg/minuto. Aumentos de 5 a 10 HDL, diminuição da tendência protrombótica e redução do LDL.
mg/minuto a cada cinco minutos até que ocorra: alívio dos
- Reduz a taxa de IAM recorrente, mortalidade por doença
sintomas; ou hipotensão; ou cefaleia insuportável; ou dose
coronariana, necessidade de revascularização do miocárdio e
máxima: até 100 a 200 mg/minuto.
AVC.
- Cuidado: evite usar nitratos em pacientes com: hipotensão ou
- Doses das estatinas de alta potência nas SCAs:
hipovolemia (risco de choque); infarto de ventrículo direito; e
uso de medicamentos para disfunção erétil nas últimas 24 horas - atorvastatina: 80 mg/dia (preferência).
(sildenafil ou vardenafil) e 48 horas (tadalafil).
- rosuvastatina: 20 a 40 mg/dia.
- Evite prescrever nitratos em pacientes: sem dor precordial no
momento; sem congestão ou IC; normotensos. Terapia de reperfusão (exclusivo para IAMcsST)

- Morfina: - A pronta restauração do fluxo sanguíneo coronariano é essencial


para o salvamento miocárdico e reduzir mortalidade.
- O papel da morfina nas SCAs tem sido revisto devido a
questões de segurança da droga, possivelmente aumentando a - Dentro das 3 primeiras horas de apresentação dos sintomas, não
incidência de eventos adversos, ou mesmo se associando a há diferença entre a terapia trombolítica e intervenção coronária
maior mortalidade. percutânea (ICP) primária no benefício em relação à mortalidade,
com exceção dos casos de rápida evolução para choque
- Na ausência de contraindicações, é razoável prescrever cardiogênico em que a ICP primária deve ser a opção terapêutica.
morfina IV se a dor precordial anginosa persiste após doses
máximas toleradas de medicações anti-isquemia (nitrato e b- - Independente do modo de reperfusão, o objetivo é reduzir o tempo
bloqueador). de isquemia total, definido como o tempo entre o início dos sintomas
e o início da terapia de reperfusão.
- Além do efeito analgésico, ela pode diminuir a pré-carga, a
sensação de dispneia, e tem efeito sedativo. - Terapia trombolítica:

- Dose inicial: 1 a 5 mg IV em bolus. Repetir, se necessário, a - A terapia trombolítica reduz significativamente a mortalidade em
cada cinco a trinta minutos. pacientes com IAMCSS. O benefício da trombólise na mortalidade
é mais dependente do tempo de isquemia do que a ICP primária,
- Cuidado: a morfina pode causar depressão respiratória, sendo maior nas primeiras 6 horas do início dos sintomas, não
vômitos e hipotensão. O antídoto é a naloxona (dose de 0,4 a havendo benefício demonstrado após 12 horas de evolução. O
0,8 mg IV). benefício da trombólise torna-se mais significativo quando o tempo
de atraso entre a administração do trombolítico e a ICP primária é
- Uso dos IECA e BRA:
maior que 60 minutos.
- Prescrição não deve e nem precisa ser tão precoce quanto a
- Pacientes com IAMCSST com menos de 12 horas do início dos
do AAS, antagonista do ADP ou b-bloqueador. Deve-se esperar
sintomas devem receber terapia trombolítica imediatamente (dentro
que o paciente esteja estável: ao menos quatro a seis horas
de 30 min), quando a ICP primária não pode ser realizada dentro
após a chegada ao departamento de emergência.
de 90 minutos da admissão.
- Quando indicados, é recomendável usar baixas doses
- Terapia de reperfusão no idoso:
inicialmente, e a preferência é pelo captopril ou enalapril (meia-
vida mais curta). Evite usar se a pressão sistólica for menor que - Nos pacientes idosos, especialmente nos com mais de 75
100 mmHg ou houver sinais de hipoperfusão. anos, há um grande receio em se realizar trombólise já que
nestes pacientes há maior taxa de sangramento e AVC em
- As principais indicações são:
comparação com pacientes mais jovens. Portanto, nas
situações em que é possível angioplastia primária rápida e

5
realmente imediata esta, deve ser a primeira opção, mas para mmHg)
a grande maioria dos casos em que esta possibilidade não é
viável, a trombólise deve ser indicada. Suspeita de dissecção de Punções não compressíveis
aorta
- Comparação entre trombolíticos:
Úlcera péptica ativa
- A classe de trombolíticos é dividida em fibrino-específicos
(alteplase – tPA; tenecteplase – TNK) e não fibrino-específicos Exposição prévia a SK (mais
(estreptoquinase – SK). de 5 dias) ou reação alérgica
prévia
- Os trombolíticos fibrino-específicos são levemente superiores
à SK na redução da mortalidade, porém possuem uma maior História de hipertensão arterial
taxa de hemorragia cerebral. crônica importante e não
controlada
- A TNK, único fibrinolítico disponível para uso em bolus único,
é equivalente, em termos de mortalidade, ao tPA e está
associada a menor taxa de sangramentos não cerebrais e - Angioplastia primária – intervenção coronária percutânea (ICP)
menor necessidade de transfusão sanguínea. primária:

- A estreptoquinase não deve ser repetida (após 5 dias), pois - ICP primária é a utilização do cateter balão com ou sem implante
anticorpos para a SK persistem por até 10 anos. do stent coronário e sem o uso prévio de trombolítico, para
restabelecer mecanicamente o fluxo o coronário anterógrado.
- O TNK é o trombolítico de escolha nas UPAs e no SAMU.
- Quando disponível, constitui-se na melhor opção para a obtenção
- Nos ambientes hospitalares, trombolíticos fibrino-específicos da reperfusão coronária, se iniciada até 90 min após admissão do
devem ser reservados para IAMCSST de apresentação mais paciente (tempo porta-balão).
precoce e com maior área de miocárdio afetada ou nos
pacientes que apresentam contraindicação ao uso da SK. - Se houver contraindicação à trombólise ou em caso de choque
cardiogênico, ICP primária também é a opção preferencial.
- A SK deve ser preferida em maiores que 75 anos pelo menor
risco de sangramento cerebral. - Então:

- Contraindicações: - Pacientes com IAMCSST devem ser tratados imediatamente


com ICP primária (dentro de 90 min desde a sua admissão).
- Cerca de metade dos pacientes com IAMCSST são inelegíveis
para terapia trombolítica. Na maioria dos casos, isto se deve à - Pacientes com contraindicação formal à terapia trombolítica
apresentação tardia (>12 h), e não às contraindicações. devem ser transferidos para realização de ICP primária em até
12 h do início dos sintomas.
Contraindicações absolutas Contraindicações relativas
OBS. A estratégia invasiva precoce é reservada, no IAMssST, para
Qualquer sangramento História de AVC isquêmico > 3 os pacientes classificados como risco elevado ou intermediário.
intracraniano meses ou patologias Para aqueles com risco baixo, deve-se manter o tratamento clínico
intracranianas não listadas e somente seguir para cateterismo se houver recorrência de
nas contraindicações isquemia ou após um teste para estratificação não-invasiva.
AVC isquêmico nos últimos Gravidez - ICP de resgate:
três meses
- A ICP de resgate é realizada após o trombolítico, quando não há
Dano ou neoplasia no sistema Uso atual de antagonistas da critérios de reperfusão:
nervoso central vitamina K: quanto maior o
INR maior o risco de - Clínicos: dor torácica persistente e intensa, especialmente se
sangramento associada à sudorese, dispneia, e instabilidade hemodinâmica;

Trauma significante na cabeça Sangramento interno recente - Eletrocardiográficos: supra de ST com redução discreta (<50% na
ou rosto nos últimos três < 2-4 semanas derivação com o maior supra de ST), persistente, ou em aumento.
meses Novo ECG deve ser realizado 60 a 90 min após trombólise.

Sangramento ativo ou Ressuscitação - Há redução de reinfarto e de incidência de IC, além de uma


diástese hemorrágica (exceto cardiopulmonar traumática ou tendência à redução de mortalidade.
menstruação) prolongada (> 10 min) ou - É recomendável a realização precoce da ICP de resgate em tempo
cirurgia < 3 semanas < 180 min se possível.
Qualquer lesão vascular Hipertensão arterial não OBS. Só tem indicação para fazer trombólise ou angioplastia
cerebral conhecida controlada (pressão arterial primária somente se menos que 12 horas de dor.
(malformação arteriovenosa) sistólica > 180 mmHg ou
diastólica > 110 - Transferência para ICP primária:

6
- Pacientes atendidos até 3 horas do início da dor devem receber - Ao neurologista: 30 min (se houver).
trombolítico no local de atendimento, na ausência de
contraindicações, se ICP primária no local for indisponível. - Da entrada à TC: 30 min.

- A transferência para ICP primária deve ser realizada para


pacientes com IAMCSST que se apresentam após 3 horas de dor,
especialmente em pacientes de alto risco, se o atraso provocado
pela transferência for menor que 60 minutos.

- Revascularização cirúrgica de urgência na SCA:

- A cirurgia de revascularização de urgência é hoje pouco utilizada


no tratamento da SCACSST, sendo restrita a casos que evoluem
com sinais de isquemia recorrente em que a coronariografia
identifica lesões críticas com anatomia desfavorável a ICP e
passíveis de tratamento cirúrgico ou nas complicações mecânicas
do infarto.

- O período ideal para a revascularização cirúrgica de emergência


deve ser inferior a 4-6 horas após o início do infarto, podendo se
estender até 18 horas após a instalação do choque cardiogênico,
1ª situação: TC sem alterações à admissão e, após realização de
quando a anatomia coronária for totalmente desfavorável para a
novo exame físico, paciente encontra-se assintomático = ataque
ICP.
isquêmico transitório (AIT)
- Critérios de reperfusão:
- Também chamado de acidente vascular isquêmico transitório, é
- Melhora da dor uma disfunção neurológica súbita, focal, que dura menos de 24
horas, geralmente entre 10 a 30 minutos até 1 hora. São episódios
- Melhora do supradesnivelamento em até 50% breves, sem evidências de infarto agudo nos exames de
imagem. Se durar até 24 horas, mas tiver exame de imagem
- Fez arritmias de reperfusão
positivo, é um AVC.
OBS. Se não tiver os critérios de reperfusão com a terapia
- O AIT pode preceder, acompanhar ou suceder um AVC. Tem
trombolítica, fazer angioplastia de resgate.
importância prognóstica, pois o paciente pode ter um AIT e pouco
Abordagem do paciente com doença cérebro vascular tempo depois ter um AVC. Também pode vir isolado, sem
(DCV) na emergência repercussões após o AIT.

- O acidente vascular cerebral se caracteriza pela instalação de um - Até 15% dos AVC são precedidos por AIT. Por isso, a propedêutica
déficit neurológico súbito e não convulsivo, determinado por uma e terapêutica do AIT é praticamente a mesma do AVCi.
lesão cerebral, secundária a um mecanismo vascular e não - Fazer 1ª TC à admissão  imagem negativa  não é um
traumático. AVC hemorrágico, mas deve-se pensar em AVC isquêmico.
- Esse déficit pode progredir, com o passar do tempo, devido a - Espera-se 12 horas e realiza-se uma 2ª TC. Esse processo é
expansão da área lesada. A apresentação clínica depende da independente da melhora clínica, já que o diagnóstico de um
região cerebral comprometida. AIT é confirmado pela ausência de imagem positiva.

- Pré-hospitalar: - 2ª TC negativa = alta? Não! Tratar como um pré-AVCi.

- Identificação precoce dos sinais de AVC – educação. - Manter o paciente em observação, com monitorização e
estabilização por 48 horas, pois há risco elevado de AVC
- Hipótese de AVC  chamar SAMU  Unidade de AVC nessas próximas horas.

- Iniciar investigação como se fosse um AVCi:

- Tratar as causas da mesma forma que o AVCi assim que


descobertas.

- Controle de fatores de risco cardiovasculares: igual ao


AVCi.

- AAS 300mg e estatina até completa investigação.

- O AIT em crescendo é uma emergência médica: 2 ou mais ataques


em 24 horas (tem um, melhora, tem outro...)
- DCV é uma emergência médica: - Os ataques melhoram sem deixar déficit neurológico detectável.
- Da entrada ao médico: 10 min.
7
- Causas (mesmas do AVC): trombos originados do coração ou das
placas ateromatosas, arritmias cardíacas, aumento da viscosidade
sanguínea.

2ª situação: TC com alterações à admissão = acidente vascular


cerebral (AVC)

- Definido classicamente como um déficit neurológico, geralmente


focal, de instalação súbita ou com rápida evolução, sem outra causa
aparente que não vascular, com duração maior que 24 horas (ou
menor, mas levando a morte).

- Os tipos de AVC são geralmente divididos com base no aspecto


patológico que eles determinam, ou seja, isquêmicos e
hemorrágicos. Algumas estatísticas apontam o acidente vascular - edema cerebral: apagamento dos sulcos
cerebral isquêmico (AVCi) como responsável por aproximadamente corticais e/ou compressão do ventrículo
80% a 85%, e o acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCh) por lateral homolateral.
aproximadamente 15% a 20% dos casos.

- O AVCH pode se apresentar na forma de hemorragia com


topografia intraparenquimatosa (HIP) ou subaracnoide (HSA).

- Na TC ou RM (bem melhor para visualização), é possível


diferenciar se é um AVCi ou um AVCh. - Tratamento:

AVCi - Os objetivos do tratamento na fase aguda do AVCI são:

- AVCI aparece como uma área hipoatenuante na TC. Já o AVCh, - Suporte clínico: medidas universais de suporte de vida
aparece como área hiperatenuante. avançado. O atendimento inicial deve avaliar a função
respiratória e cardiovascular. Exames laboratoriais para
análises bioquímicas, hematológicas e da coagulação devem
ser prontamente obtidos.

- Tratamento específico: como a recanalização do vaso ocluído


com o uso de trombolíticos (quando houver indicação).

- Prevenção e tratamento de complicações neurológicas


(edema, transformação hemorrágica e convulsões) e não
neurológicas (aspiração, pneumonia, escaras, trombose
venosa profunda e tromboembolismo pulmonar).

- Instituição precoce de uma profilaxia secundaria, baseada no


mecanismo fisiopatológico determinante do AVCI.

- Inicio precoce de reabilitação.


- TC – alterações precoces: - Suporte clínico:
- “sinal do cordão” – sangue parado dentro - Ventilação: garantir a permeabilidade das vias aéreas
do vaso torna-se hiperdenso, no corte (inclusive com intubação e ventilação assistida quando
longitudinal à luz. necessário – se ECG < 8). Oxigênio suplementar deve ser
usado nos doentes com hipoxemia (com saturação de O2
- TC sem contraste, a artéria cerebral abaixo de 95% na oximetria de pulso).
média é mais frequente
- Hidratação adequada.
e/ou
- Cuidado com a PA, mas deve-se evitar a desidratação.
- “dot sign” – sinal do ponto – se o vaso for
cortado no sentido transversal à sua luz. - Correção de distúrbios metabólicos: especialmente
hiperglicemia ou hipoglicemia.
- edema isquêmico – perda da diferenciação córtico-subcortical.
- Manter glicemia entre 80-140mg/dl.
- onde procurar: na ínsula, nos núcleos da base (núcleo
lenticulado, cabeça do núcleo caudado, tálamo) e no córtex. - Hipoglicemia e cetoacidose diabética podem levar a
déficits focais que simulam AVCi.

- Correção de hipertermia.

8
- Redução a partir de 37,5º com paracetamol 1g 08/08h. - Neurologista de plantão no local

- Pesquisar e tratar a etiologia da febre. - Neurocirurgião para intervenções

- Infartos extensos de ACM podem cursar com hipertermia - Banco de sangue.


nas 24-48h iniciais
- Monitorização e estabilização adequada?
- Tratamento da PA:
- PA < 185x110mmHg ou PAM> 90mmHg
- Na fase aguda do AVCi é frequente observar aumento da
PA em razão de uma “reação endócrina” desencadeada a - Glicemia entre 90-140mg/dl
partir do evento isquêmico, com aumento dos níveis séricos - temperatura menor que 37,5º
de cortisol, ACTH e catecolaminas. Isso persiste por alguns
dias após o ictus e, de forma geral, contribui para a - saturando mais que 95%
manutenção de uma pressão de perfusão cerebral (PPC)
- Paciente tem critérios?
menos nociva à zona de penumbra.
- Tempo de evolução do quadro neurológico não deve
- Dessa maneira, a maioria dos autores recomenda que a
ultrapassar o limite de 4,5 horas até o início da infusão do
pressão arterial (PA) não seja tratada, exceto em situações
agente.
extremas relacionadas a emergências hipertensivas, como
encefalopatia hipertensiva, infarto agudo do miocárdio, - Se o déficit for instalado ao acordar, considerar o ultimo horário
insuficiência cardíaca, insuficiência renal, dissecção aórtica, que o paciente foi visto assintomático.
e nos pacientes com AVCi e pressão diastólica acima de
120 mmHg ou pressão sistólica acima de 220 mmHg.

- Uma especial indicação para o tratamento da hipertensão


arterial na fase aguda do AVCi tem sido o período durante
e nas 24 horas imediatamente após o tratamento
trombolítico. Nesse caso, a PA deve ser mantida
rigorosamente abaixo de 185/110 mmHg.

- Redução de 15% nas primeiras 24h. - Exame físico:

- Deve haver preferência por agentes parenterais e que - Exame físico geral – 2 minutos
exerçam pouco efeito sobre os vasos cerebrais, como os b-
- Escala de Coma de Glasgow: IOT se menor que 8 – 2
bloqueadores.
minutos
- Em situações críticas, pode ser usado o nitroprussiato de
- NIHSS – escala de quantificação de déficits – 2 minutos
sódio, lembrando que ele pode levar ao aumento da
pressão intracraniana. - Maior que 4 e menor ou igual a 24.
- Em casos de hipotensão: hidratação + drogas vasoativas. - Se menor que 4 – afasia
- PAM>90 – para trombólise. - Ranking modificada – escala de quantificação de sequelas
(aplicar no início para comparação após 3, 6 e 12 meses) –
- Alimentação: é prudente prescrever jejum oral nas primeiras
2 minutos.
24 horas, em razão da possibilidade de vômitos e,
especialmente no doente sonolento, de aspiração traqueal. - NIHSS:
- Profilaxia de complicações não neurológicas: infecção - A National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) é uma
urinária, pulmonar e úlceras de decúbito. Trombose venosa escala padrão, validada, segura, quantitativa da severidade e
profunda e tromboembolismo pulmonar também são potenciais magnitude do déficit neurológico após o Acidente Vascular
complicações na evolução do AVCI. Cerebral (AVC).
- Fisioterapia motora e respiratória: deve ser iniciada o mais - Esta escala baseia-se em 11 itens do exame neurológico que
rapidamente possível, após a estabilização clínica do doente. são comumente afetados pelo AVC, sendo eles: nível de
consciência, desvio ocular, paresia facial, linguagem, fala,
- Tratamento trombolítico intravenoso:
negligência/extinção, função motora e sensitiva dos membros e
- Tem o objetivo de melhorar a perfusão local dissolvendo o trombo. ataxia. Ela foi desenvolvida para ser aplicada rapidamente (5 –
Reduz a incapacidade nos próximos 3 meses, melhorando a 8 minutos. Fabíola falou 2 min), no contexto do tratamento de
recuperação. pacientes com AVC agudo.

- Local tem condições de realizar o procedimento? - A NIHSS pode ter sua pontuação variando de 0 (sem evidência
de déficit neurológico pela esfera testada na escala) a 42
- TC 24h no local (paciente em coma e irresponsivo).
- Unidade de AVC ou UTI
9
- Dos 42 possíveis pontos na NIHSS, 7 pontos são diretamente - Pós-trombólise:
relacionados com a linguagem (orientação 2, comandos 2,
afasia 3) e somente 2 pontos relativos a negligência. Sendo o - Nas próximas 6h: medir a PA e fazer o NIHSS a cada 30min.
hemisfério esquerdo dominante para a linguagem em 99% dos - Nas próximas 24h: medir a PA e fazer o NIHSS a cada 1h.
indivíduos destros (90-95% da população) e 60% dos indivíduos
canhotos, a NIHSS pode medir a severidade de extensão das - O aumento do escore NIHSS de até 4 pontos é sinal de alerta
lesões no hemisfério direito diferentemente do esquerdo. para transformação hemorrágica e sugere reavaliação
Assim, considera-se que a escala tende a subestimar a tomográfica.
extensão da lesão no hemisfério cerebral direito (cerca de 6
- Não utilizar antitrombóticos (antiagregantes, heparina ou
pontos a menos) em relação ao hemisfério esquerdo. Diante
anticoagulante oral) nas próximas 24 horas pós-trombolítico.
disso, a pontuação mínima basal para lesão extensa do
hemisfério esquerdo é 20 e do direito é 15. - Não realizar cateterização venosa central ou punção arterial
nas primeiras 24 horas.
- Quando não fazer:
- Não passar sonda vesical até pelo menos 30 minutos do
- Tempo indefinido ou maior que 4,5h;
término da infusão do rt-PA.
- Pressão arterial e glicemia não controladas;
- TC com área maior que 1/3 de um hemisfério cerebral; - Não passar sonda nasoenteral nas primeiras 24 horas após a
- História de hemorragia ou MAV ou aneurisma não tratado; infusão.
- Neoplasia intracraniana;
- Plaquetas <100mil; - TC ou RM ao final de 24 horas antes de iniciar a terapia
- Anticoagulados – heparina baixo peso, novos anticoagulantes; antitrombótica (estudos multicêntricos recentes demonstraram
- RNI> 1,7 usando varfarina; benefício da aspirina na fase aguda do AVCi, quando usada nas
- TCE há menos 3 meses; primeiras 48 horas do evento).
- Punção arterial profunda há menos de 7 dias;
- AAS 100mg somente após 24h.
- Hemorragia intracraniana previa;
- Cirurgia intracraniana recente (não há tempo no guideline da - Heparina não fracionada – prevenção de trombose após 24h
American Stroke Association 2013);
- Hemorragia gastrointestinal ou urinária nos últimos 21 dias; - Proteção gástrica – inibidor da bomba de prótons imediata.
- Cirurgia de grande porte ou trauma nos últimos 14 dias;
- Complicações da trombólise:
- Crise epiléptica no início do quadro – paralisia de Todd – só
fazer trombólise se tiver RM mostrando isquemia; - Convulsões ocorrem em aproximadamente 10% dos infartos
- IAM ou pericardite ou endocardite há menos de 3 meses; cerebrais. Não há indicação de uso profilático de
- Gestação. anticonvulsivantes, devendo ser indicados apenas no
tratamento preventivo da recorrência de crises.
- Janela encurtada para 3 horas:
- Transformação hemorrágica é uma complicação
- Maiores de 80 anos
frequentemente observada pelos exames de neuroimagem,
- NIHSS> 25
especialmente ressonância magnética, mas a minoria
- História de diabetes
apresenta transformação hemorrágica sintomática ou grandes
- Trombólise: hematomas que requeiram mudança de condutas. O uso de
trombolíticos aumenta significativamente a incidência de
- Termo de consentimento – familiar ou acompanhante; transformação hemorrágica, algumas vezes com necessidade
de neurocirurgia de urgência.
- 2 acessos venosos calibrosos periféricos;
- Pacientes sob maior risco:
- A administração intravenosa do rt-PA (alteplase) deve ser feita
na dose de 0,9 mg/kg (dose máxima de 90 mg), em período de - Área maior que 1/3 da artéria cerebral media
sessenta minutos, sendo 10% da dose administrada em bolus - Idade maior que 75 anos
durante um minuto. Nas primeiras 24 horas após o - PA> 180x105mmHg no início da infusão
procedimento trombolítico, o doente deve ser rigorosamente - Hiperglicemia
monitorizado em razão de possíveis complicações - NIHSS>20
hemorrágicas.
- Tratamento:
- Durante a infusão, o paciente deverá estar monitorado em
Unidade de AVC ou UTI pelo período mínimo de 24 horas para - Infusão de ácido aminocapróico: inibe
a detecção de quaisquer mudanças no quadro neurológico, competitivamente as substâncias que ativam o
sinais vitais, ou evidência de sangramento. Fazer NIHSS, PA e plasminogênio (plasminogênio ativado se transforma
glicemia a cada 15 minutos. em plasmina, que tem função de degradar os coágulos
de fibrina).
- Ganho de 2 pontos no NIHSS – interrupção da trombólise 
fazer nova TC. - Infusão de crioprecipitado

OBS. Se interromper, não voltar a infundir a medicação. - Infusão de plaquetas - se plaquetopenia

10
- Avaliação neurocirúrgica crônicas na parede de pequenas artérias e arteríolas, com
excessivo espiralamento destas, conhecidas como “aneurismas” de
- TCs seriadas conforme a evolução clínica para avaliar Charcot-Bouchard. A ruptura destes determina o aparecimento da
progressão do sangramento. HIP.
- Trombectomia intrarterial: - Os locais mais frequentes são: região dos núcleos da base
- A abordagem intra-arterial como terapia de reperfusão na fase (principalmente no nível do putame e tálamo), ponte, cerebelo,
aguda do AVC é uma alternativa à trombólise endovenosa. substância branca dos diversos lobos cerebrais (hemorragia lobar).

- Deve ser feita em serviços com hemodinâmica. - Após a hemorragia, ocorre edema em torno da lesão, organização
do coágulo e compressão dos tecidos adjacentes. Quando é
- É uma opção de tratamento para pacientes selecionados com próxima dos ventrículos cerebrais, pode haver rompimento para o
AVCi com tempo inferior a 6 horas de duração, decorrente de seu interior, determinando dilatação ventricular. Quando mais
oclusão da artéria cerebral média, carótida ou basilar (obstrução de próxima do córtex, maior a chance de aflorar ao espaço
fluxo proximal) e a droga utilizada é o rtPA. subaracnoide.
- A terapia trombolítica intra-arterial pode ser considerada em - Outras causas de HIP incluem malformações vasculares,
pacientes que apresentam contra-indicações para o uso de aneurismas saculares e micóticos rotos, distúrbios da coagulação,
trombolítico intravenoso. sangramento de tumores cerebrais, arterites e drogas. Em idosos
acima de setenta anos, a angiopatia amiloide é uma causa de
- A terapia trombolítica intravenosa, em casos elegíveis, não deve
hemorragia lobar. Esta costuma ocorrer bem próximo ao córtex
ser preterida em relação à terapia trombolítica intra-arterial.
cerebral.
- Outros critérios:
- Escore de AVCh:
- NIHSS ≥ 6
- O escore AVCh é a escala mais utilizada na prática clínica, que
- ASPECTS ≥ 6
abrange as cinco principais variáveis preditores de mortalidade nos
ASPECTS = 10  TC normal
pacientes com HIP: nível de consciência, volume do hematoma,
ASPECTS = 0  isquemia difusa em todo o território da artéria
cerebral média. idade, presença de inundação ventricular e localização infratentorial
- Punção arterial em até 6h do hematoma.

- Sem condições para trombólise venosa ou trombectomia: - Foi elaborado para estratificar o risco de mortalidade em 30 dias,
no momento da admissão dos pacientes.
- AAS 300mg – ataque inicial com 100mg/dia;
- A pontuação varia de 0 a 6 pontos, e, pelo estudo original, o risco
- Se já usa AAS – acrescentar clopidogrel 75mg (somente por 3 de mortalidade de acordo com a pontuação é de 0, 13, 26, 72, 97 e
meses); 100% para escores de 0 a 5 respectivamente. Nenhum paciente na
coorte original pontuou 6, mas o esperado para 6 pontos no escore
- Protetor gástrico;
é uma mortalidade de 100% dos casos, devido à gravidade do
- Heparina ou enoxaparina para prevenção de tromboses. quadro.

- Tratamento – outras medidas:

- Estatina em dose alta: se suspeita de placas ateroscleróticas –


depois avaliar se manterá.

- Atorvastatina 80mg ou Rosuvastatina 40mg ou Sinvastatina


40mg.

- Anticoagulação: AVC embólicos não infecciosos.

- Arritimias emboligênicas (FA), ICC com formação de trombo


intraventricular:

- Iniciar após 15 dias – em AVCi extensos ou de circulação


posterior  evitar transformação hemorrágica.

- Sem benefício de iniciar antes.

- Antibiótico: AVC embólico infeccioso – endocardite.

- Controle das causas do AVC assim que descobertas.

AVCh – hemorragia intraparenquimatosa (HIP)

- A hipertensão arterial é sua causa mais comum. Classicamente se


aceita que a hipertensão arterial leva a alterações patológicas

11
- Tratamento: - Monitorização invasiva e tratamento de HIC (definida como
uma pressão intracraniana ≥ 20 mmHg por mais de cinco
- Cuidados gerais: minutos) se:
- Estabilização geral - ECG<8
- Solicitação de vaga em UTI ou unidade AVC - Hematomas extensos
- Fisioterapia e mudança de decúbito de 2/2h – prevenção de - Hematomas intraventriculares
escaras
- Risco de hidrocefalia
- Compressão pneumática para prevenção de trombose venosa
profunda - Manter analgesia e sedação para pacientes instáveis com HIC

- Heparina não fracionada ou de baixo peso para profilaxia de - Preferencialmente: midazolam, propofol, morfina, fentanil
TVP somente após 24h
- Pressão de perfusão cerebral: PPC = PAM - PIC
- Tratar febre imediatamente
- PPC>60mmHg
- Manter glicemia <140mg/dl
- Usar manitol ou soluções hipertônicas a cada 4-6h a depender
- Evitar sonda vesical se paciente consciente (evitar porta dos valores da PIC;
aberta para infecções)
- Evitar o uso de soluções hipotônicas (soro glicosado, por
- Não utilizar corticoides exemplo);

- Não fazer profilaxia de crises epilépticas – tratar apenas se - Usar hiperventilação com cuidado em curtos períodos;
ocorrerem
- Usar bloqueio neuromuscular e barbitúricos se medidas
- Se crise – fenitoína: ataque inicial e manutenção por 30 anteriores falharem;
dias. Depois iniciar desmame e suspender.
- Usar cateteres de drenagem ventricular externa junto com a
- A maioria das crises ocorre só no início do quadro sem monitorização.
recorrência.
- Antiagregantes e anticoagulantes:
- Nível de consciência:
- Suspender o uso
- Monitorar 24h/dia
- Reverter anticoagulação sempre que possível
- Repetir TC se piora
- Avaliação da neurocirurgia:
- Evitar sedação nas primeiras 24-48h
- Hematomas maiores que 30ml
- Se paciente instável ou IOT – manter sedação para conforto
- Sangramento intraventricular
- Interrupções diárias para avaliação neurológica
- Hemorragia subaracnóidea (HSA) concomitante
- Se ECG<8 – proteção de via aérea
- Escore AVCh maior ou igual a 2
- Nutrição e hidratação:
- Piora do estado neurológico e/ou do hematoma
- Evitar jejum;
- Hematomas cerebelares – de qualquer tamanho –
- Iniciar dieta enteral, quando o paciente apresentar disfagia; hidrocefalia!

- Oferecer dieta oral assistida, após avaliação da deglutição - TC de controle:


pela fonoaudiologia;
- Piora do estado neurológico
- Hidratação parenteral com SF0,9%. Evitar soro glicosado.
- Piora da HIC
- Pressão arterial:
- Após 24h da admissão
- PAM em torno de 110mmHg ou PAS em torno de 160mmHg;
- Angiografia:
- Anti-hipertensivos venosos se PAS>180 (nitroprussiato).
- Pacientes jovens com hematomas que não tem origem em
- Pressão intracraniana: crise hipertensiva

- Cabeceira elevada a 30º - HSA concomitante

- Não deixar cabeça retificada - Imagem sugestiva de aneurisma, MAV ou tumor.

- Tratamento cirúrgico:
12
- Hematomas cerebelares maiores que 3cm - Proteção de vias aéreas

- Com deterioração neurológica - Controle de temperatura rigoroso (<37,5º C)

- Com compressão de tronco - Glicemia menor que 140mg/dl

- Com hidrocefalia - Proteção Gástrica

- Hematomas lobares com mais de 30ml - Profilaxia de TVP

- Hemorragias intraventriculares volumosas com inundação de - meias elásticas e compressão intermitente pré tratamento
III e IV ventrículos pelo risco de hidrocefalia obstrutiva e HIC. definitivo

AVCh – hemorragia subaracnoide - enoxaparina ou heparina após tratamento definitivo.

- A ruptura de aneurismas saculares intracranianos é a principal - Nutrição em 48hs - laxativa


causa dos quadros espontâneos de HSA. É uma situação
extremamente grave, levando à morte em 32% a 67% dos casos. - Fenitoína – muito controverso!!!!
Esses aneurismas ocorrem principalmente em bifurcações arteriais - tratar somente se houver crises?
próximas ao polígono de Willis, como na artéria comunicante
anterior, artéria comunicante posterior e artéria cerebral média. - prevenção de crises?

- TC – quanto mais precoce, melhor: - Medidas para evitar vasoespasmo:

- Até 12h – 100% podem ser detectados - O vasoespasmo é uma importante causa de sequelas
neurológicas. Apesar de ocorrer em até 70% dos casos
- Até 24h – 93% podem ser detectados (documentado através de angiografias realizadas dentro de
- Até 1 semana – até 50% podem ser detectados sete a dez dias da ocorrência da HSA), clinicamente, ele se
apresenta em cerca de 40% deles, determinando piora da
- Quadro muito suspeito em que a TC veio normal  fazer punção cefaleia, rebaixamento do nível de consciência e sinais
lombar! localizatórios, nem sempre na topografia do aneurisma roto.

- Tratamento: - Sua prevenção e tratamento incluem: hipertensão arterial


farmacologicamente induzida, hipervolemia e hemodiluição
- É dividido em: (terapia dos 3Hs).
- Suporte clínico. - O uso oral de um bloqueador de canal de cálcio, a
- Tratamento das complicações neurológicas (ressangramento, nimodipina, segundo alguns estudos, parece melhorar o
vasoespasmo, hidrocefalia, convulsões). prognóstico do vasoespasmo sem, contudo, modificar sua
incidência. Nimodipina 60mg 4/4h por 3 semanas
- Tratamento do aneurisma roto propriamente dito
(neurocirúrgico x vascular). - Hidratação mantendo a pressão PAS < 150mmHg, PAM
100-120mmHg
- Escalas de estratificação de risco:
- Tratamento da causa da HSA

- Tratamento endovascular quando conduta clínica falha (6-


8hs).

- Ressangramento:

- O ressangramento é uma das complicações mais temidas na


HSA por ruptura de aneurisma cerebral, com índice de
mortalidade de até 70%, e é mais frequente nas primeiras 24
horas.

- Sua prevenção baseia-se em medidas gerais (repouso


absoluto, ansiolíticos, analgesia, laxantes), tratamento de
pressão arterial muito elevada, além do tratamento do próprio
aneurisma roto (cirúrgico ou endovascular).

- Considerar monitorização invasiva de PIC:

- Hunt-Hess 4 e 5
- Tratamento: - Fisher 3 e 4
- Repouso absoluto - Disfunção do tronco cerebral

13
- Múltiplas áreas isquêmicas - Pode estar negativo em trombos pequenos e pouco tempo de
evolução.
- Coma barbitúrico

- Terapêutica agressiva – cirurgia - Exames de sangue para investigar causas de


hipercoagulabilidade.
Trombose venosa central
- Tratamento:
- Embora relativamente rara, é uma das principais causas de AVC
em jovens e mulheres e está associada a um bom prognóstico - UTI ou unidade de AVC
quando tratada precocemente.

- A TVC acomete o seio sagital superior em 72% a 92% dos casos - Cabeceira elevada
e seios laterais em 38% a 70%, geralmente com progressão da
trombose de um sistema venoso para outro(s), determinando - Retificação da cabeça
congestão venosa e edema cerebral vasogênico difuso ou focal. A
- Anticoagulação:
trombose pode progredir para as veias cerebrais superficiais ou
profundas, culminando com infartos venosos hemorrágicos.
- Heparina não fracionada ou de baixo peso molecular
- Ao contrário do que ocorre no AVCI, a cefaléia, difusa ou
localizada, é o sintoma mais freqüente na TVC (70% a 91%). - Varfarina após estabilização clinica com RNI entre 2-3
Geralmente é intensa e pode se acompanhar de défices focais (34%
a 79%), papiledema (50%), diplopia, embassamento visual, - 6 meses – se não identificada causa
convulsões e alterações da consciência, ambas em 26% a 63%. Os
sintomas podem progredir em 48 horas em 28% a 54% dos casos, - até resolução de causa modificável. Exemplo: uso de
mas em 25% a 30% há evolução em período superior a 30 dias, anticoncepcional, corticoide, neoplasia, puerpério, gestação
muitas vezes como síndrome pseudotumoral. etc.

- Na TC: - Indefinido se trombofilia ou fator não modificável


- Os achados são classificados em diretos ou indiretos.
- Trombólise endovascular:
- O sinal do cordão e o sinal do delta vazio são sinais diretos de
TVC. Os achados indiretos incluem: edema, infarto e - Pacientes com piora clinica apesar da anticoagulação
hemorragia.
- Pacientes com prognóstico desfavorável
- O sinal do cordão é caracterizado como um aumento da
densidade dos seios e das veias corticais ou profundas, - Risco maior de hemorragias e desfecho desfavorável
proveniente do material trombosado no interior do vaso
acometido. - Medicamentos antiepilépticos:

- Somente se ocorrência de crises

- Não é indicada profilaxia

Abordagem do paciente com rebaixamento do nível de


consciência

- Consciência é definida como a capacidade do indivíduo de


reconhecer a si mesmo e aos estímulos do ambiente.

Sinal do delta vazio - As alterações da consciência podem se dar no estado de alerta ou


nível de consciência ou no conteúdo da consciência, que
- Exame de escolha: angio-RM. englobariam as funções mentais e cognitivas do indivíduo.

- Diagnóstico: - Nível de consciência: grau de alerta comportamental do indivíduo.

- TC sem e com contraste - Conteúdo de consciência: é a soma de todas as funções cognitivas


e afetivas do ser humano.
- Líquor – se TC sem alterações e não tiver Angio-RM disponível
- Estruturas orgânicas das quais depende a consciência:
- pressão de abertura elevada
- Córtex cerebral
- Dímero D elevado – não é patognomônico

14
- Formação reticular ativadora comunicar através de piscamentos, evidenciando que não houve
ascendente (FRAA) – múltiplas alteração da consciência. Geralmente essa síndrome ocorre em
vias ascendentes provenientes do pacientes com trombose da artéria basilar e infarto isquêmico da
tegmento pontomesencefálico base da ponte e deve ser diferenciada do coma.
do tronco encefálico.
- Morte encefálica ocorre quando o dano encefálico é tão extenso
- Portanto, a redução do nível de consciência depende da lesão ou que não há potencial para recuperação estrutural e funcional do
perturbação difusa em grande parte do córtex, na FRAA ou em encéfalo e o mesmo não pode manter a homeostase interna
ambos. (funções cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais e
controle da temperatura corpórea).
- Nível de consciência:
- O que separa, pois o estado de coma do diagnóstico de morte
- As alterações do nível de consciência podem variar entre dois encefálica é a irreversibilidade do último, com repercussões
extremos, desde uma desorientação têmporo-espacial até um sistêmicas sobre a homeostase de órgãos vitais, baseadas em
estado de coma profundo. danos permanentes estruturais focais ou difusos no encéfalo.

- Coma seria definido como o estado de inconsciência de si mesmo - Abordagem ao paciente rebaixado:
e do ambiente, mesmo após estímulos de diversas modalidades e
intensidades, em que o paciente permanece de olhos fechados. - O manuseio inicial do paciente em coma deve enfatizar os
cuidados básicos para manter uma via aérea e ventilação
- A sonolência ou letargia é considerada um estado de diminuição adequada, estabilidade hemodinâmica e outras medidas para
do nível de consciência em que o paciente consegue ser acordado minimizar os danos ao encéfalo e a outros órgãos vitais.
com estímulos brandos.
- Devemos excluir causas que precisem de abordagem cirúrgica de
- O estupor é considerado um estado de sonolência mais profunda urgência e as causas médicas que precisem de tratamento
em que o indivíduo precisa receber estímulos vigorosos e repetidos imediato.
para despertar.
- A identificação da causa do coma deve se iniciar pela coleta de
- Conteúdo da consciência: informações com familiares e pessoas que possam ter presenciado
a evolução clínica do paciente.
- Entre os estados que levam a alteração do conteúdo da
consciência encontra-se o delirium (Fabíola coloca que é uma - É muito importante obter informações com relação à forma de
alteração do nível e do conteúdo da consciência). Caracteriza-se instalação e evolução do quadro, possível uso de drogas ou
por desorientação, déficit de atenção, sensação de medo, substâncias tóxicas, presença de febre, história de trauma, doenças
irritabilidade e alterações da percepção de estímulos sensoriais, prévias e antecedentes psiquiátricos.
como as alucinações visuais. As alterações são mais evidentes no
conteúdo da consciência, embora os pacientes possam inverter o - O exame clínico geral deve buscar indícios de condições
seu ciclo sono-vigília e alternar períodos de alerta e agitação com sistêmicas que possam levar a alterações do nível de consciência.
períodos de sonolência. É uma alteração flutuante e transitória.
- Devem-se obter os sinais vitais, pressão arterial, pulso, freqüência
- A demência seria caracterizada como um quadro de perda respiratória, temperatura, e nunca esquecer de obter uma glicemia
permanente e progressiva, em geral, evoluindo em meses a anos, capilar, já que a hipoglicemia uma vez identificada deve ser
das funções cognitivas, sem alteração do estado de alerta ou nível prontamente revertida com a infusão de glicose a 50% para evitar
de consciência. danos irresversíveis ao encéfalo.

- Alguns estados comportamentais podem ser algumas vezes - O exame do sistema cardiovascular, pulmonar, gastrointestinal,
confundidos com o coma. O estado vegetativo persistente ou pele e outros sistemas podem fornecer dados importantes quanto à
síndrome acognitiva é descrito como um estado que pode emergir etiologia do coma.
em pacientes que sofreram lesões graves ao sistema nervoso
central, muitas vezes ficando em coma por algum período, em que - O objetivo do exame neurológico no coma é ajudar na
há um retorno do estado de alerta, mas o paciente permanece com determinação da causa do coma, ter um parâmetro para
uma incapacidade de reagir ou interagir com estímulos ambientais. seguimento evolutivo e para ajudar na determinação do prognóstico
Há retorno do padrão de sono-vigília e manutenção das funções do paciente.
vegetativas, mas com quase completa ausência de funções
cognitivas – estado minimamente consciente. - Entre os dados do exame neurológico que são mais importantes
para a localização e prognóstico estão: (1) nível de consciência; (2)
- A síndrome de Locked-in (estado de deaferentação) descreve um padrão respiratório; (3) tamanho e resposta pupilar a luz; (4)
quadro em que ocorre lesão de fibras descendentes supranucleares motricidade ocular espontânea ou reflexa e (5) resposta motora
e piramidais (fibras cortico-nucleares e cortico-espinhais) em que o esquelética.
paciente apresenta incapacidade de movimentação dos membros,
afonia, disfagia e limitação da movimentação horizontal dos olhos. - Nível de consciência:
Esses pacientes estão acordados e algumas vezes conseguem se
15
- A avaliação deve englobar uma descrição do estado de alerta do lesões bilaterais entre o prosencéfalo e a região superior da ponte.
paciente, em resposta a estímulos verbais e dolorosos. Os pacientes com insuficiência cardíaca grave, devido ao
prolongado tempo de trânsito circulatório, podem apresentar esse
- A escala de coma de Glasgow é uma escala padronizada utilizada padrão respiratório e devem ser diferenciados apropriadamente.
para avaliação do nível de consciência em pacientes vítimas de
traumatismo cranioencefálico.

- Consiste em uma tabela de escores que pode variar entre 3


(ausência de abertura ocular, da resposta verbal e da
movimentação de extremidades, após estímulos dolorosos) e 15 - A respiração do tipo neurogênica central é caracterizada por um
(sem alteração do nível de consciência). Os parâmetros avaliados quadro de hiperventilação rápida e sustentada, em geral com
são a abertura ocular (escore de 1-4), padrão de resposta motora frequência respiratória entre 40 e 70 por minuto, observada em
(escore de 1-6) e padrão de resposta verbal (escore de 1-5). pacientes com lesões do tegumento pontino central, ventral ao
aqueduto ou ao quarto ventrículo. Deve-se ser diferenciada da
hiperventilação reativa secundária a alterações metabólicas da
hipoxemia devido a comprometimento pulmonar.

- A respiração apnêustica consiste em uma respiração profunda


com pausa de 2 a 3 segundos no final da inspiração. Pode ser
observado em lesões na região dorso-medial da metade inferior da
ponte1. Em geral, associada a infarto pontino causado por trombose
da artéria basilar.

A respiração do tipo em salvas (“cluster”) caracteriza-se por


movimentos respiratórios periódicos de amplitude e frequência
irregulares, intercalados por pausas respiratórias. Pode ser
observada em pacientes com lesões na porção inferior da ponte e
superior do bulbo.

- A respiração do tipo atáxica é caracterizada pelo padrão irregular


da frequência, ritmo e amplitude respiratória. Respirações
- Padrão respiratório:
profundas e superficiais de diferentes amplitudes e ritmos alternam-
se ao longo dos ciclos respiratórios, podendo haver inclusão de
- A respiração normal depende da integração de dois componentes:
pausas respiratórias. As lesões geralmente acometem o bulbo. A
o centro respiratório, localizado no tronco encefálico entre a ponte
associação desse padrão respiratório e paralisia do VI nervo
e a junção bulbo-cervical, responsável pela regulação da
craniano podem indicar compressão do tronco cerebral por lesões
oxigenação e do balanço ácido-básico; e o componente
expansivas da fossa posterior.
prosencefálico que regula os aspectos comportamentais,
relacionados, por exemplo, a produção da fala.

- Nos pacientes em coma, vários padrões respiratórios foram


descritos e podem nos auxiliar no diagnóstico topográfico da lesão.
- Tamanho pupilar e reatividade a luz:
- O padrão do tipo Cheyne-Stokes consiste na oscilação lenta entre
a hiperventilação e hipoventilação, intercalados por períodos de
- São dependentes da ação dos neurônios simpáticos e
apnéia. Após um período de apnéia, ocorre um aumento gradual da
parassimpáticos que inervam os músculos dilatadores e
amplitude do movimento respiratório e hiperventilação (em
constritores da pupila.
crescendo) até atingir um pico, seguido por um período de
diminuição da amplitude respiratória e hipoventilação (em
- O sistema simpático estimula a contração dos músculos
decrescendo). Pode ser encontrada em pacientes com lesões
dilatadores da pupila, determinando midríase e o sistema
hemisféricas bilaterais ou insultos diencefálicos, bem como, em
parassimpático a contração dos músculos constritores da pupila,
16
levando a miose. Em repouso, há uma ação tônica contínua tanto lesões nucleares mesencefálicas, geralmente comprometem tanto
do sistema simpático e parassimpático. a via simpática quanto parassimpática, levando a pupilas médio-
fixas (4 a 5 mm), geralmente pouco irregular, geralmente
- Se houver comprometimento de uma das vias simpática ou relacionadas a herniação transtentorial; lesões do III nervo craniano
parassimpática, o efeito no tamanho da pupila, miose ou midríase, bilateral, levam a midríase paralítica, geralmente relacionada a
dependerá da ação do sistema menos acometido ou intacto. herniação uncal.
Portanto, lesões em neurônios da via simpática levam a miose e da
via parassimpática a midríase. - Lesões no tegumento pontino interrompem as vias descendentes
simpáticas levando a miose bilateral com preservação do reflexo
- A via simpática pupilo- pupilar a luz.
dilatadora tem origem no
hipotálamo e apresenta fibras - Pupilas puntiformes devido a hemorragias pontinas podem resultar
descendentes que atravessam da lesão das vias simpáticas e irritação das vias parassimpáticas.
todo o tronco encefálico até a
coluna intermédio-lateral da - Nos pacientes em coma relacionados a alterações tóxico-
medula espinhal torácica. metabólicas em geral as pupilas são pequenas e reativas à luz.
Fibras pré-ganglionares
simpáticas deixam a medula - As drogas anticolinérgicas, como atropina ou escopolamina,
espinhal e fazem sinapse no podem levar a dilatação pupilar.
gânglio cervical superior.
Fibras pós-ganglionares - Opiáceos (heroína e morfina) podem levar a miose, semelhante à
simpáticas, através do nervo hemorragia pontina. Barbitúricos podem determinar pupilas fixas.
nasociliar, inervam os
músculos pupilo-dilatadores.

- A via parassimpática aferente


inicia-se nas células
ganglionares retinianas e
segue através do nervo e trato
óptico até chegarem na região
pré-tectal. A via aferente
manda informações para os
núcleos pré-tectais
bilateralmente, que estimulam
os neurônios localizados no
núcleo de Edinger-Westphal
correspondentes. A via
eferente segue através do
nervo óculo-motor a partir do
núcleo de Edinger- Westphal
localizado no mesencéfalo, e vai inervar os músculos pupilo-
constrictores. O reflexo pupilar consiste na contração pupilar após - Motricidade ocular:
estímulo luminoso, através da via parassimpática.
- Como no paciente em coma não podemos avaliar a motricidade
- Como as áreas relacionadas ao controle da consciência ocular voluntária, devemos avaliar a integridade das vias reflexas
encontram-se adjacentes a essas vias, as alterações pupilares localizadas no tronco cerebral.
podem nos auxiliar na diferenciação e localização das possíveis
causas de coma. - A ausência de alterações na motricidade ocular significa que a
região localizada entre os núcleos vestibulares na junção bulbo-
- Lesões hipotalâmicas, principalmente na região posterior e pontina até os núcleos óculo-motores mesencefálicos estão
ventrolateral, podem produzir constrição pupilar ipslateral, intactos.
geralmente associado com ptose e anidrose (Síndrome de Horner).
- No doente em coma devemos avaliar três aspectos com relação
- Lesões talâmicas podem levar a pupilas pequenas e reativas, a motricidade ocular: (1) olhar primário em repouso, para avaliar a
chamadas de pupilas diencefálicas. presença de desvios; (2) observar a presença de movimentos
oculares espontâneos e (3) testar os movimentos oculares reflexos.
- Lesões mesencefálicas podem produzir três tipos de alterações
pupilares dependendo da localização da lesão: lesões nas regiões - A presença de desvios na posição de repouso pode nos trazer
tectais dorsais, que interrompem a reação pupilar à luz, levando a indícios de paralisias de nervos cranianos, em geral quando há um
pupilas médias ou pouco dilatadas (5 a 6mm), fixas e com desvio desconjugado do olhar.
preservação do reflexo de acomodação. Pode ocorrer flutuação do
tamanho pupilar (hippus) e há manutenção do reflexo cílioespinhal;
17
- Desvios conjugados do olhar lateral podem ser resultados de - VII – Eferente
lesões desde o córtex até a formação reticular parapontina
contralateral. - Através dessas manobras podemos observar a integridade das
vias óculo-motoras no tronco cerebral e evidenciar a paralisia de
- Desvios desconjugados do olhar lateral podem ser reflexo de nervos cranianos isolados. A ausência de resposta reflexa bilateral
paralisia do nervo abducente, óculo-motor ou oftalmoplegia pode indicar a presença de lesões extensas no tronco encefálico.
internuclear.
- Resposta motora:
- A presença de desvio dos olhos para baixo pode significar lesões
do tronco encefálico, como a compressão do tecto mesencefálico. - O exame motor do paciente em coma é realizado inicialmente
através da observação da postura em repouso, da presença de
- Lesões talâmicas e subtalâmicas podem levar tanto a desvios movimentação espontânea, ou da resposta aos estímulos verbais
conjugado dos olhos para cima quanto para baixo. ou dolorosos.

- Outras condições que podem levar a desvio dos olhos para cima - A resposta motora deve ser analisada comparativamente com o
são sono, crise epiléptica, síncope, apnéia da respiração de lado oposto, e após estímulo simétrico nos quatro membros.
Cheyne-Stokes, hemorragia no vérmis cerebelar, isquemia ou
encefalite de tronco. - Desvio da cabeça e dos olhos para um lado e hemiparesia
contralateral indica lesão supratentorial (sinal de Foville superior),
- O desvio Skew é um desvio em que um dos olhos está acima do enquanto o desvio para o mesmo lado da hemiparesia pode indicar
outro (hipertrópico), geralmente correspondendo a lesões do tronco lesão de tronco cerebral (sinal de Foville inferior).
cerebral ou cerebelo.
- Rotação externa do membro inferior pode ser indicativa de
- Observação de movimentos oculares espontâneos: hemiparesia.

- A presença de movimentos do tipo “roving” (do tipo - Ausência ou assimetria de resposta de um lado pode corresponder
“perambulando”), que consiste em movimentos conjugados do a hemiparesia e a ausência ou diminuição de resposta nos quatro
olhar lateral, lentos e espontâneos, pode indicar a integridade membros pode corresponder a tetraparesia.
das vias óculo-motoras e de suas conexões.
- Postura em decerebração consiste em extensão bilateral dos
- A presença de nistagmo no doente comatoso pode ser membros inferiores e adução e rotação interna dos ombros e
indicativo de um foco irritativo ou epileptiforme supratentorial. extensão dos cotovelos e punhos. Geralmente significa lesão
bilateral em mesencéfalo e ponte, mas pode ser evidenciado em
- Bobbing ocular é caracterizado por movimentos conjugados encefalopatias metabólicas graves ou lesões supratentoriais
rápidos para baixo seguido de retorno lento para a posição envolvendo o trato cortiço-espinhal bilateral.
primária, ocorrendo geralmente em lesões do tronco encefálico,
especialmente na ponte. - Postura em decorticação consiste em flexão dos cotovelos e
punhos, adução dos ombros e extensão dos membros inferiores.
- A avaliação dos movimentos oculares reflexos pode ser feito pela Apesar de não ser uma postura com boa correlação topográfica,
manobra óculo-cefálica ou pelo teste calórico (vestíbulo-ocular). geralmente indica lesões acima do tronco encefálico.

- A manobra óculocefálica é feita através da rotação lateral ou - Essas posturas anormais podem ser observadas
vertical da cabeça e a observação da movimentação ocular. Em espontaneamente ou após estímulos dolorosos, e sua presença
pacientes com preservação desse reflexo, os olhos movem de pode sugerir uma síndrome de herniação do tronco encefálico.
forma conjugada e em direção oposta ao movimento da cabeça.
- Outros movimentos que podem ser observados são: abalos tônico-
- O teste calórico consiste na estimulação das vias vestíbulo- clônicos nas crises epilépticas seja de forma focal ou generalizada;
oculares através do uso de água morna ou fria, aplicada ao conduto mioclonias, observado com frequência em quadros de
auditivo. A presença de água morna em contato com a membrana encefalopatia pós-anóxia e outros comas metabólicos; respostas
timpânica causa reversão do fluxo da endolinfa, o que causa um reflexas, como a resposta em tríplice flexão dos membros inferiores
desvio do olhar conjugado de fase lenta para o lado oposto ao e resposta plantar em extensão – lesão de primeiro neurônio motor.
estimulado e um movimento rápido corretivo ou nistagmo em
direção ao lado estimulado. O efeito com a água fria é o inverso. - Diagnóstico diferencial:

- Reflexo córneo-palpebral: - Alguns dados do exame neurológico podem nos ajudar a


ausência do reflexo de piscar ao diferenciar o coma tóxico-metabólico do coma relacionado à doença
estímulo da córnea. estrutural:

- Ponte: 1. Nível de consciência: pacientes com quadros de encefalopatia


difusa tóxico-metabólica habitualmente apresentam alterações
- V – Aferente mais brandas do nível de consciência e com tendência a oscilação
entre melhora e piora do quadro. Em geral, pacientes com lesões
18
estruturais tendem a apresentar piora ou estabilização do nível de 5. Tônus muscular: assimetria de tônus pode ser indicativa de lesão
consciência com a evolução do quadro; estrutural;

2. Respiração: respiração profunda e freqüente é mais encontrada 6. Posturas: posturas em decerebração ou decorticação podem ser
em pacientes com encefalopatia metabólica, embora raramente indicativos de lesão estrutural ou indicar síndrome de herniação de
pode ser causada por lesões pontinas ou por edema agudo de tronco cerebral. Mioclônias podem sugerir encefalopatias
pulmão neurogênico secundária a lesão estrutural aguda; metabólicas ou pós-anóxica;

3. Tamanho pupilar e reatividade pupilar: geralmente as pupilas de 7. Fundo de olho: hemorragias vítreas ou subhialóideas podem
pacientes com alterações metabólicas são simétricas, pequenas e indicar hemorragia subaracnóidea. Papiledema pode indicar
reativas a luz. Exceção nos quadros de intoxicação por drogas ou hipertensão intracraniana ou encefalopatia hipertensiva.
encefalopatia anóxica. A reatividade pupilar é um dos parâmetros
de maior significado na diferenciação de causas de coma - Devemos ficar atentos para as causas estruturais que podem
metabólicos e estruturais, já que esse reflexo, em geral, é resistente mimetizar alterações difusas tóxico-metabólicas como: hemorragia
a insultos tóxicometabólicos; subaracnóide, trombose venosa cerebral, hematoma subdural
crônico bilateral e meningite.
4. Motricidade ocular: assimetria ou desvios oculares são
indicativos de dano estrutural. A presença de movimentos - Causas tóxico-metabólicas também podem simular causas
espontâneos oculares do tipo roving pode sugerir causa tóxico- estruturais focais, como por exemplo, intoxicações por barbitúricos,
metabólica. Os movimentos oculares reflexos geralmente estão hipoglicemia, encefalopatia hepática e hiponatremia.
intactos em pacientes com coma tóxico-metabólico;

19

You might also like