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vsvegsPs0F| FACULDADE SARRUSAI DE DIREITO DIREITO COMERCIAL 12 de Janeiro de 2016 Exame Final 1 1. Seis agricultores da zona do Alentejo constituiram uma sociedade designada «Agricultura hidropénica, S.A. (AH, S.A.) tendo por objecto o exercicio associado da actividade agricola em hidroponia Para o efeito, reuniram um capital social de € 60.000,00 (sessenta mil euros), para o qual contribuiram em partes igu a) Explique se a empresa subjacente & sociedade constituida & comercial ¢ refira se a sociedade (AH, S.A.) é comerciante. (2 valores) b) Os sécios da sociedade em causa so comerciantes? E o administrador? (2 valores) ©) Trés dos sécios (Alberto, Bento ¢ Carlos) contrairam, em conjunto, um empréstimo para financiar metade das suas entradas para 0 capital da sociedade, tendo subscrito uma livranga em branco, para garantia do mesmo. Nao sendo o empréstimo pago no vencimento, como é que © banco pade obter satisfagao do seu crédito? (2 valores) 4) Os trés sécios em questo, depois do reembolso ao banco realizado por Carlos, discutiram ‘como devem repartir a responsabilidade pelo pagamento da divida bancéria entre si, mas nfo se entendem. Carlos invoca o regime das sociedades anénimas para dizer que s6 responde pela sua partieipagio e, por isso, tem direito a ser reembolsado, em regime de solidariedade, por Alberto ¢ Bento, Quid juris? (2 valores) ¢) Por seu turno, Bento invoca que a sua responsabilidade deve ser repartida com a sua ex- mulher (Daniela), que & data da contragéo do empréstimo ainda estava com ele casado no regime de comunhio de adquiridos. Quid furis? (1 valor) 1) Daniela vem a reconhecer a sua responsabilidade pela divida contraida por Bento, ¢ compromete-se a pagé-ia no final de Janeiro de 2016, subscrevendo uma livranga pelo valor em causa, Entretanto, Daniela é declarada insolvente em 3 de Janeiro de 2016, e Bento ndo sabe o que fazer. Quid iuris? (2 valores) 2, Se a exploragiio agricola em aquaponia comegar a dar prejuizo, nfo conseguindo a AH, S.A., pagar os respectivos fornecedores, poderdo estes requerer a insolvéncia da sociedade? (1 valor) E, nesse caso, podem pdr em causa os contratos que esta, entretanto, celebrou, designadamente a promessa de aquisigfio de um estabelecimento comercial pare a venda dos seus produtos? (1 valor) " Considere que a “hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raizes recebem uma solugdo nutritiva balanceada que contém agua e todos os nulrientes essenciais a0 desenvolvimento da planta”. Se a AH, S.A. vier a ser declarada insolvente, poderdo os seus administradores manter-se na gestdo da exploragao hidropénica? (1 valor) 3. Admita agora que quatro dos sécios da AH, S.A. pretendem constituir uma nova sociedade que se dedique exclusivamente & aquisi¢go de participagbes em sociedades comerciais na drea da explorago agricola em hidroponia: 2) Qual a forma juridica adequada a sua pretenstio? (1 valor) b) A constituigdo desta sociedade pode ser considerada como um acto de concorréncia com a actividede da AH, S.A. e, nessa medida, ndo permitido aos referidos sécios? (2 valores) ©) Sea sociedade AH, S.A. pretender alienar por 200.000 euros as propriedades onde exerce a sua actividade, em conjunto com todos os seus activos e passives, como pode coneretizar a alienaco? (3 valores) BOA SORTE! uavtsie928| FACULDADE SSESHEATDE DIREITO DIREITO COMERCIAL 1 de Fevereiro de 2016 Exame Final (Recuperacao) Durago: 2h30m, Grupo tinico Anténio, titular de uma farmacia, casado com Beatriz, celebrou um acordo com Carlos e Duarte, ambos donos de uma conhecida marca de internacional cosméticos, - a Mayer — tendo em vista o fornecimento continuado e exclusivo de produtos para @ sua farmécia na Av. da liberdade em Lisboa, Anténio entregou @ Carlos e Duarte uma letra com o montante por preencher para garantir os fornecimentos futuros. A letra foi avalizada por Eduardo, general do exército e sogro de Anténio, tendo sido descontada no Banco das Afli¢ées Financeiras, S.A. Justificando sempre as suas respostas, responda as questdes que se seguem: 1 2. 3. a 5. 6. Qualifique os sujeitos em causa e refira se so sujeitos de direito comercial (2 valores) Qualifique os varios actos e negécios em causa e diga se esto sujeitos ao direito comercial (3 valores) Supondo que Anténio nao pagou os iltimos dois fornecimentos de medicamentos, quel a gerantia patrimonial de Carlos e Duarte? (2 valores) Supondo que @ letra nao foi paga no vencimento, diga quem é o portador e que direitos Ihe assistem? (2 valores) Poderé 0 portador da letra intentar um proceso de insolvéncia por no ter obtido pagamento atempado da mesma? Explicite os termos em que a acco deve proceder e diga © que pode acontecer a um contrato celebrado por Anténio, através do qual este, trés meses antes, havia vendido grande parte do stock da farmécia, tendo o valor da venda sido depositado numa conta off-shore nas ilhas Caiméo. (3 valores) Supondo que Anténio pretende vender a farmacia da Av. da Liberdade e abrir uma outra dedicada a produtos naturals, diga qual a melhor forma para proceder & alienaco e se pode livremente abrir uma outra dedicada a produtos naturais ou se tem alguma restrigio. (3 valores) Supondo que Carlos e Duarte pretendem deixar de fornecer os seus produtos para Portugal, Anténio terd direito a reclamar uma indemnizacdo de clientela? (2 valores) Comente criticamente o seguinte acérdéo do Tribunal da Relacdo do Porto, de 3 de Abril de 2000, in BOLETIM INTERNO SUM. AC. TRP 10, 2000, p. 55 “1A taxa supletiva de juros moratérios prevista no artigo 1022, § 3 do Céd.Com é apenas aplicdvel aos créditos nascidos do exercicio social da empresa, enquanto unidade produtiva, e nao da sociedade, enquanto pessoa juridica que se prepara para prosseguir uma actividade lucrativa através da empresa. li = assim, torna-se indispensével, em cada caso, para exigir a taxa supletiva especial dos juros moratérios, demonstrar que a credora é uma empresa comercial, nos termos do artigo 2302 do Céd. Comercial.” (3 valores) 25 de Janeiro de 2016 Exame Anténii ae” vawegieaoe | FACULDADE ranragues| DE DIREITO DIREITO COMERCIAL ial (Coincidéncias) Durago: 230m Grupo inico , titular de uma farmacia, casado com Beatriz, celebrou um acardo com Carlos e Duarte, ambos donos de uma conhecida marca de internacional cosméticos, - a Mayer ~ tendo em vista o fornecimento continuado e exclusivo de produtos para a sua farmacia na Av. da Liberdade em Lisboa, Anténio entregou @ Carlos e Duarte uma letra com o montante por preencher para garantir os fornecimentos futuros. A letra foi avalizada por Eduardo, general do exército e sogro de Anténi , tendo sido descontada no Banco das Alligdes Financeiras, S.A. Justificando sempre as suas respostas, responda as questdes que se seguem: 2. 4. Qualifique os sujeitos em causa e refira se so sujeitos de direito comercial (2 valores) Qualifique os varios actos e negdcios em causa e diga se esto sujeitos ao direito comercial (3 valores) Supondo que Anténio ndo pagou os ultimos dois fornecimentos de medicamentos, qual a garantia patrimonial de Carlos e Duarte? (2 valores) ‘Supondo que a letra néo foi paga no vencimento, que di valores) 105 assistem ao respectivo portador? (2 Poder 0 portador da letra intentar um processo de insolvéncia por ndo ter obtide pagamento atempado da mesma? Explicite os termos em que a acco deve proceder e diga 0 que pode acontecer a um contrato celebrado por Anténio, através do qual este, trés meses antes, havia vendido grande parte do stock da farmacia, tendo o valor da venda sido depositado numa conta off- shore nas ilhas Caio. (3 valores) Supondo que Anténio havida contratado Fernando para elaborar um projecto de remodelagao da farmécia e que duas facturas nao foram pagas, qual o valor dos juros devidos? (2 valores) Supondo que Anténio pretende vender a farmacia da Av. da Liberdade e abrir uma outra dedicada a produtos naturais, diga qual a melhor forma para proceder a alienacdo e se pode livremente abrir uma outra dedicada a produtos naturais ou se tem alguma restricéo. (3 valores) Supondo que Carlos ¢ Duarte pretendem deixar de fornecer 0s seus produtos para Portugal, Antonio terd direito a reclamar uma indemnizago de clientela? (3 valores) Se a AH, S.A. vier a ser declarada insolvente, poderio os seus administradores manter-se na gestdo da exploragdo hidropénica? (1 valor} 3. Admita agora que quatro dos sécios da AH, S.A. pretendem constituir uma nova sociedade que se dedique exclusivamente & aquisig#o de participagdes em sociedades comerciais na area da explorago agricola em hidroponia: a) Qual a forma jurfdica adequada & sua pretens%o? (1 valor) b) A constituigfo desta sociedade pode ser considerada como um acto de concorréncia com a actividade da AH, S.A. e, nessa medida, nfo permitido aos referidos sécios? (2 valores) ©) Sea sociedade AH, S.A. pretender alienar por 200.000 euros as propriedades onde exerce a sua actividade, em conjunto com todos os seus activos e passivos, como pode concretizar a alienagao? (3 valores) BOA SORTE! Duragio: 2h 30m UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA EXAME DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (furma A) Regéncia: Prof. Doutor Vasco Pereira da Silva 1 Comente, de forma critica, duas (¢ s6_duas) das seguintes questdes ou afirmagoes: a) «(...) Ao contrario do regime que vigorow no contencioso administrativo, em que a falta de contestago em processos relativos a fatos a normas néo acarretava a confissdo dos fatos alegados pelo autor, consagra-se agora ¢ pela primeira vez 0 6nus de contestar nos processos administrativosy (ANA CELESTE CARVALHO). b) «A ago administrativa teré mesmo posto termo a esquizofrénica distingdo entre ago comum e especial ou tal unificagiio de meios processuais ¢ apenas aparente?» (VASCO PEREIRA DA SILVA). ©) Como compatibiliza a afirmagao segundo a qual «uma reclamaggo ou um recurso administrativo s6 so necessarios quando lei especial imponha aos interessados o énus da sua utilizagao como condigao prévia de accesso a justiga administrativa, instituindo (...) um pressuposto processual atipicon (MARIO AROSO DE ALMEIDA) com as regras dos artigos 51° e ss. do CPTA, que nao prevém qualquer espécie de reclamagao ou de recurso necessério como pressuposto processual (seja tipico ou atipico)? @) Quais as principais alteragées em matéria de processos urgentes introduzidas pelo legislador da “reforma da Reforma” de 2015? © Presidente da Camara Municipal de Capital, Joaquim Substituto, proferiu um despacho relativo as condigdes de circulagio dos triciclos ou ciclomotores afetos & atividade de animagio turistica, vedando a sua circulago em zonas de intenso tréfico de turistas, como 0 Alto Bairro, Alfombra e o Castelinho. Ao fazé-lo, consultou nfio apenas os presidentes das numerosas freguesias do local, mas também diversos moradores, todos incomodados com o ruido ¢ a perturbagaio dos habitos locais trazida por esses yeiculos motorizados, assim como alguns empresirios, tendo sido consultada a Associagdo dos Taxistas de Capital ‘A Associagao de Empresarios de Tuk Tuk, pela voz do seu Presidente, Joao Buda da Silva, contesta tal deciso camararia, alegando que a regulagao da circulagao dos veiculos é da competéncia do Governo ¢ nfo da autarquia, e acrescentando ainda ser ilegal nfo ter sido ouvida antes da tomada de decisto. Por sua vez, o Presidente da Associagdo dos Tuk Tuk Ecolégicos, Joo Papaia Verde, entende que tal decistio & ilegal, pois assenta no fundamento de que o ruido e a poluigdo produzidas por tais meios de transporte se tem tornado insuportavel, quando os donos dos veiculos que eles representa nfo produzem nem poluigo nem ruido. E considera que o Presidente da Camara foi influenciado pelo “lobby dos taxistas”, que teriam sido ouvidos antes da tomada de decisti. A aplicagao desta medida camararia tem gerado alguns distirbios, nas ruas agora vedadas a0 tréfico, nomeadamente conflitos entre t4xistas e condutores de Tuk Tuk. Alguns condutores de Tuk Tuk, a titulo individual, mas apoiados pelas respetivas AssociagSes, pretendem ir a Tribunal Administrativo para pdr em causa a atuagio do Presidente da Camara. Quid iris? Coloque-se na pele de um juiz ¢ resolva 0 caso pritico da simulagio de julgamento como se estivesse a elaborar a respetiva sentenca, podendo acrescentar outros elementos de fato ¢ de direito que entender convenientes. Classificagio da prova: Parte I - 10 valores (545); Parte II - 10 valores JG.) 2016 UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA EXAME DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (Turma A) Regéneii Prof. Doutor Vasco Pereira da Silva 1- Comente, de forma critica, duas (e_s6_duas) das seguintes questies ou afirmagées: a) «(...) Ao contrério do regime que vigorou no contencioso administrative, em que a falta de contestagzio em processos relativos @ fatos e a normas nfo acarretava a confissfio dos fatos alegados pelo autor, consagra-se agora e pela primeira vez 0 énus de contestar nos processos administrativosy (ANA CELESTE CARVALHO). b) «A acdo administrativa terd mesmo posto termo a esquizofrénica distinggo entre aco comum ¢ especial ou tal unificagdio de meios processuais ¢ apenas aparente?» (VASCO PEREIRA DA SILVA). ¢) Como compatibiliza a afirmaggo segundo a qual «uma reclamagio ou um recurso administrativo s6 so necessarios quando lei especial imponha aos interessados o 6nus da sua utilizagio como condigdo prévia de acesso a justia administrativa, instituindo (...) um pressuposto processual atipicon (MARIO. AROSO DE ALMEIDA) com as regras dos artigos 51° ss. do CPTA, que nio prevém qualquer espécie de reclamaggo ou de recurso necessério como pressuposto processual (seja tipico ou atfpico)? 4) Quais as principais alterages em matéria de processos urgentes introduzidas pelo legisiador da “reforma da Reforma” de 2015? n O Presidente da Camara Municipal de Capital, Joaquim Substituto, proferiu um despacho relativo as condigées de circulagio dos triciclos ou ciclomotores afetos & atividade de animagao turistica, vedando a sua circulago em zonas de intenso trifico de turistas, como o Alto Bairro, Alfombra ¢ o Castelinho. Ao fazé-lo, consultou nfo apenas os presidentes das numerosas freguesias do local, mas também diversos moradores, todos incomodados com o ruido e a perturbago dos habitos locais trazida por esses veiculos motorizados, assim como alguns empresérios, tendo sido consultada a Associagao dos Taxistas de Capital A Associago de Empresirios de Tuk Tuk, pela voz do seu Presidente, Jodo Buda da Silva, contesta tal deciso camariria, alegando que a regulagdo da circulagio dos veiculos é da competéncia do Governo ¢ néo da autarquia, e aorescentando ainda ser ilegal néo ter sido ouvida antes da tomada de decisto. Por sua vez, o Presidente da Associago dos Tuk Tuk Ecolégicos, Joo Papaia Verde, entende que tal decisto é ilegal, pois assenta no flindamento de que o ruido e a poluigo produzidas por tais meios de transporte se tem tornado insuportével, quando os donos dos vefculos que eles representam no produzem nem polui¢do nem ruido. E considera que o Presidente da Camara foi influenciado pelo “lobby dos taxistas”, que teriam sido ouvidos antes da tomada de decisao. A aplicagao desta medida camardria tem gerado alguns distirbios, nas ruas agora vedadas a0 tréfico, nomeadamente conflitos entre téxistas e condutores de Tuk Tuk. Alguns condutores de Tuk Tuk, a titulo individual, mas apoiados pelas respetivas Associagées, pretendem ir a Tribunal Administrativo para por em causa a atuagio do Presidente da Camara. Quid iuris? Coloque-se na pele de um juiz e resolva o caso pratico da simulagio de julgamento como se estivesse a claborar a respetiva sentenga, podendo acrescentar outros elementos de fato e de direito que entender convenientes. Classificagao da prova: Parte I - 10 valores (5+5); Parte I - 10 valores ‘CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO B 18 DE JANEIRO DE 2016 eye FACULDADE Desagio: 3800 Sskragutsa IDE DIREITO Cotagio: I, 14 vals I, 6 val 1 ‘A empresa de transportes TransNorte tomou conhecimento, através do Boletim Municipal de 2 de Janeizo, de que a Cimara Municipal de Penatfiel deliberara criar os servigos municipalizados de transpostes de passageitos ¢ abrir concurso piiblico para a concessio da sua exploragio por entidades privadas. Em 5 de Fevereiro, a TransNorte pediu i Cémara a passagem de cettidio contendo a fandamentacio da deliberacio. A certidio foi passada em 10 de Fevereito; porém, em 28 de Fevereiro, a TransNorte requereu a0 Tribunal Administrativo ¢ Fiscal do Porto, onde tem a sua sede, (i) a intimagio da Camara A passagem de uma certido que inclua também a fundamentagio de direito; e (i) a suspensio de eficdcia da deliberacio camariria na parte relativa & abertura do concurso piblico. O pedido de intimagio foi indeferido, visto a fundamentacio de direito j4 ser conhecida do requerente, por constar da publicagio efectuada. A suspensio de eficicia foi decretada. Por seu lado, a Assembleia Municipal de Penafiel propés em 10 de Abril, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, uma accio de impugnagio da deliberacio camaratia, com fundamento na violagio da lei que atribui a si a competéncia para ctiar setvigos municipalizados. Nesse mesmo dia, a TransNorte impugnou 2 mesma deliberagio no ‘Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto. Ainda em 10 de Abril, a Camara Municipal abriu o concurso piblico, invocando a caducidade da providéncia cautelar decretada. A adjudicagio, publicada em 10 de Setembro, foi impugnade pela TransNoxte em 30 de Novembro. Abel, aluno de Contencioso Administrative, mostrou & colega Berta a fotma como resolvera a hipétese: 1. Quanto & competéncia dos tibunais, ele nio vé problemas (Berta vé); 2. O decretamento da suspensio de eficicia violou o principio da acessoricdade das medidas cautelares, porque o tequetimento devia set acompanhado pela impugnasio da deliberacio (Berta discorda); 3. O tribunal fez bem ao indeferir 0 pedido de intimacio, porque o requerente agiu de mé {6 e deve ser-lhe aplicado o art. 106°, n°. 2 do CPTA (Berta diz que esti bem visto); 4, As acgdes propostas em 10 de Abril so extemporiinens (Berta diz que é preciso descontar as férias judiciais); 5, A Assembleia Municipal carece de legitimidade activa em ac¢des contra a prépria Camara Municipal (Berta concorda); 6. Anténio nio vé motivo para a caducidade da providéncia Betta acha que tem que ver com o esgotamento do prazo pata a impugnacio); wish 7. A acco de impugnacio da adjudicacio & extemporiinea (Berta sustenta que se a adjudicagao for nula, pode ser impugnada sem prazo). - Tome o lugar de Betta ¢ ajude Abel I Comente a seguinte passagem, adaptada, do Acérdio do Tribunal Central Administrativo-Norte de 6/11/2015 (Proc. 371/11.3BEBRG-A): 1, O exeguente cumpre 0 dmus inposto pelo art. 164.* do CPTA se no seu artivulado indica os actos positvos em gue se deve tradusro julgado anulatério das normas concurtats, para além da mera eliminagéo das normas consideradas ilegais, a saber, a reformulagto das pegas do concurso gute continbam tais normas ¢ a prtica dos actos subsequentes do concarso, face @ elaboragie das novas normas do concurso, expurgadas das apontadasilegaldades, 2. Tais pedidos sao priprios do proceso executive, pelo que, tendo sido formulades em pelizao de excerpt, no se verifica ero ina forma de proces. 3. O execntada nao cumpre 0 sex dever de cumpri 0 julgado annlatério nem o drs de opasiao a excenclo se se limita a referir que no praticou actos contrdrios ao julgado anulatério sevm invocar gute praticon som qualquer acto posterior para dar andanrento ao concurso em aprezo ou gue tals roosia inpossvel de excecutar, vse. 3) CATOLICA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO SEY) FACULDADE DE DIREITO ‘Turma C | Exame Final Seana Epoca normal | 18/1/2016 1. Comente a seguinte afirmacao (5 valores): «0 contencioso administrativo portugués conserva o desempenhio de uma fungio objectivista de assegura- mento da coeréncia do ordenamento juridico-administrativo, a par da funeio subjectivista de tutela juridica dle siruagdes juridicas individuais e de uma fungao de tutela de interesses metaindividuais materialmente qualificados.» J.M, Sérulo Corea, Direito do conteneaso administra, by Lisboa, 2905, 744, 2, Pronuncie-se sobre o¢ meios processuais ¢ os pedidos adequados para obter tutela jurisdicional efectiva ‘em cada uma das seguintes situagdes (4 x 1 valor): 2.1, Anténio pretende evitar que a cdmara municipal determine a posse administrativa de um prédio de que é proprietério, o que supée estar prestes a acontecer. 2.2. Bento pretende que o Estado The pague os montantes do rendimento social de insergo que the foi atri- buido por acto administrativo e que deixou de receber sem qualquer decisto previa. 2.3. O Ministério X pretende efectivar perante o seu trabalhador Carlos o direito de regresso resultante do pagamento de uma indemnizagao a que foi condenado. 2.4, Dina pretende evitar proceder ao registo do seu cio na policia municipal, tal como exigido por um regu Iamento do municipio onde reside 3. Imagine a seguinte situagio: Nos termos do art. 3,° do Decreto Regulamentar n.° 19/2006, de 25 de Outubro de 2006, compete ao direc- tor nacional da Policia de Segueanga Publica (PSP) licenciar o funcionamento de campos de tiro. O director nacional emitiu a licenga para um campo de tiro que tinha sido requerida pela sociedade Tiro ao Prato Bra~ vo, Ld, sediada em Palmela, com a condigao suspensiva da adopcio de certas medidas de segutanga no prazo de seis meses. Eliseu, proprietério de moradia confinante, interveio no procedimento sustentando o indeferimento do requerimento. O acto foi notificado a todos os interessados em rol4/2072, Apesar de ja ter comegado a realizar as obras necessérias para satisfazer as exigencias de seguranga formula- das, considerando que estavam reunidos os pressupostos logais para que 0 funcionamento do campo de tiro tivesse sido licenciado sem condigées, em 10l7/2012 a Tiro a0 Prato Bravo, Ld, demandou o director nacional da PSP junto do Tribunal Administrative de Ciculo de Lisboa, pedindo a anulagéo parcial da licenga. Na contestago, o director nacional invocou a incompeténcia do tribunal, ailegitimidade passiva, a inadequagio do pedido, a intempestividade da impugnacio e a aceitagao do acto administrativo. 3.1. Qual deve ser 0 contetido do despacho ou dos despachos pré-saneadores? (2 V.) 43.2. Nao havendo circunstancias que a tal obstem, pode o tribunal conhecer do pedido no saneador? (0,75, v) © ribunal indeferiu o requerimento da Tiro ao Prato Bravo, Ld, para realizagao de prova perical sobre a verificagio de um pressuposto da licenga, mas ordenow uma inspec¢ao quanto aos mesmos factos. Na sen tenga, 0 tribunal ndo se pronunciou sobre os vicios alegados, mas anulou 0 acto administrative por falta de audiéncia dos interessados. Em 1/9/2012, a Tito a0 Prato Bravo, Ld’, tinka sido notificada da revogagao da licenga, com fundamento na sua ilegalidade, e de novo acto de indeferimento do licenciamento do campo de tro. 43.3: Pronuncie-se sobre as decisdes do tribunal quanto & prova (1 v.). 3.4. Pronuncie-se sobre o conteddo da sentenga. (1 ¥.) 3.5. O acto administrative de 1/9/2012 implicava a extingdo da instancia? (0,75 v.) Em rs/7/20r2 Bliseu requereu a suspensfo de eficécia da licenga, alegando isco de os disparos atingirem pessoas situadas na sua propriedade e a auséncia de prejuizo para o interesse piiblico da ndo entrada em funcionamento do campo de tiro, mas no indicou o processo do qual o processo cautelar dependia ow iria depender. O director nacional da PSP e a Tiro ao Prato Bravo, Ld.*, nfo impugnaram os factos alegados por Eliseu, mas a altima demonstrou que a no entrada em funcionamento do campo de tiro lhe eausaria consi- derdveis prejutzos. 3.6. Recebido o requerimento, o que deve fazer o tribunal? (055 ¥.) 3.7. Sea data Blisen nao tiver adoptado outra conduta processual, qual deve ser 0 despacho liminar? (1 ¥.) 5.9. Se 0 processo prosseguir, 0 que deve o tribunal decidir sobre os factos alegados no requerimento? (0,75 ¥) 5.10. Qual deve ser a decisio de mérito do tribunal quanto a providencia requerida? (1,25 v.) ‘As coagsndcadas arse = lores abu en ono da edace ds senate das poses. Daragie ooh. Apear€ sumac a cont de fetes sorties CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. Turma C | Exame Final Fenn inme Epoca de coincidéncias | 25/1/2016 x. Comente a seguinte afirmagao (s v.): ‘«Actualmente [...] tem que considerar-se o principio do inquisitério, que, sobretudo quando associado 0 principio do favorecimento do processo, constitui um limite intrinseco da auto-responsabilidade das partes, plenamente aplicavel no processo administrativo.» J.C. Vieira de Andrade, A justiga administrativa: ligBes, 14.° ed., Coimbea, 2015, 411-412 2, Pronuncie-se sobre os meios processuais ¢ os pedidos adequados para obter tutela jurisdicional efec- tiva em cada uma das seguintes situagdes (4 x £ V.): 2.1. Abel pretende fazer cessar em definitivo a laboragao de uma fabrica situada atrés de sua casa ¢ nilo licenciada, apés ter solicitado, sem sucesso, a intervengao da autoridade administrativa competente. 2.2, Berta pretende receber ium beneficio previsto na lei, mas que a administragao se recusa a pagar por no existir o regulamento de que aquela depende para se tornar exequivel. 2.3. Carlos pretende obter a anulagao do acto administrativo que © excluir de um concurso pablico para a celebracio de um contrato de concessio de obras puiblicas. 2.4. Diana pretence a restituigdo de uma coisa que a administracao se recusa a devolver apesar de jé ter sido condenada a fazé-lo, 3. Imagine a seguinte situagao: Em 2/9/2015, mediante concurs piblico, 0 Instituto Pablico X, sediado em Lisboa, adjudicou & empresa A 0 contrato de concessio de uso privativo de um bem do dominio pblico situado na mesma cidade. A adjudicagao foi notificada a todos os concorrentes no dia seguinte. Em 9/9/2015, a empresa B, sediada em Faro, que também concorreu entende que deveria ter sido ela a adjudicatéria, pediu junto do Tribunal Administrativo de Circulo de Lisboa a suspensio da adjudicagao. O requerimento inicial nao documentava a existéncia da adjudicagao, nem fazia referéncia as razdes pelas quais se con- siderava que ela era ilegal. © Instituto Pablico X, citado em 10/9/2015, nao se op6s aos factos alegados pela requerente nem ofereceu qualquer prova dos factos por si alegados. 3-1. O que deve fazer o tribunal apés tomar conhecimento do requerimento inicial? (1,5 v.) 3.2. Quais as consequéncias da conduta processual do Instituto Paiblico X? (x v.) Em 4/1/2015, a empresa B demandon o Instituto Paiblico X no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé, pedindo a anulagio da adjudicaggo. Notificado em r1/rt/2015, 0 Instituto Priblico X contestou em 15/11/2015, alegando a ilegitimidade passiva, 2 inadequacdo do pedido, a inadequagao do meio processual ¢ 2 intempestividade. Em 18/rt/2015, 0 Instituto Piiblico X e a empresa A celebraram 0 contrato de concessio de servigo piblico adjudicado, 3.3. Quais as consequéncias da conduta processual do Instituto Publico X? (r v.) 3-4- Qual deve ser 0 contetido do despacho ou dos despachos pré-saneadores? (2 v.) 3.5. Qual © mecanismo processual mais adequado para a empresa B obter a suspensio do contrato? os75¥) 3.6. Qual o mecanismo processual mais adequado para a empresa B obter a anulagao do contrato? fos75) 3-7- Admitindo que no hé lugar a produgio de prova, pode ser dispensada a audligncia prévia? (0,5 v.) Entretanto, no processo em que tinha sido pedida a suspensio da adjudicacdo, a producio de prova concluiu-se em 20/r1/201 5. Em 2/12/2015, 0 tribunal negou provimento a0 pedido com o fundamento de que a empresa B no tinha demonstracio que fosse provavel a invalidade da adjudicagao. Tendo sido notificada desta decisio em 3/12/2013, a empresa B recorrea para o Supremo Tribunal Administcativo em 20/12/2013. 3.8. Pronuncie-se sobre a decisio do tribunal (1 valor) 3.9. Pronuncie-se sobre o recurso da empresa B (0,5 valor). As cota ind cresem 3 valoe arbi mfg dea ed nematic Duras 00h Apne mie! once de eos nome de reposts. ‘CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO B 25 DE JANEIRO DE 2016 yayatmor | FACULDADE ‘Duragto: 3h00 faxraeess | DE DIREITO. Cotagio: I, 14 val; I, 6 val I Em 2 de Janeiro, 0 Ministo do Planeamento ¢ das Infraestruturas notificou a Lusovias, S.A. concessionatia da exploragio da ponte entre Setiibal e Tréia, da decisio de resolugio antecipada do contrato de concessio, com efeitos 2 30 de Junho, invocando ‘“deficiéncias graves na exploracio do servigo, apuradas em sucessivas acgdes de fiscalizagio”. No mesmo dia, foi publicado 0 amtincio da abertura de concurso piiblico dirigido & escolha do novo concessions Em 4 de Fevereiro, « Lusovias requereu ao Ministro a passagem de certiddes contendo a fondamentagio integral das decisées de resolugio do contrato e de abertura do procedimento concursal. Em 11 de Fevereiro, 0 Ministro notificow a LusoVias para levantar uma certidio xeferente apenas a decisio de resolugéo do contrsto, recusando, em contrapartida, fornecer certidio relativa & decisio de abertura do concurso pablico, “por falta de legitimidade da requerente” Em 20 de Margo, a Lusovias requereu a0 Tribunal Administrativo ¢ Fiscal de Almada a intimacio do Ministro & passagem da certidio referente 4 abertura do concurso. Obtida a certidio em 24 Abril, a Lusovias propés em 12 de Maio no Tribunal Administrative do Circulo de Lisboa uma acgio contra 0 Ministro pedindo, cumulativamente, « anulagao da resolugio contratual ¢ da abertura do concurs, assim como a intimagio de que se abstivesse entretanto de praticar 0 acto de adjudicagio no ambito do procedimento concurs (© Ministério suscitou na contestagio as seguintes excepgdes: 8) © teibunal é incompetente para a acgio, porque a sede da Lusovias é no Porto (aids, a intimagio também fora mal diigida)s bb) A Lusovias carece de legitimidade activa, por forea do art. 57 do CPTA; ©) O Ministro & parte ilegitimas @ A resolugio do contrato é inimpugnavel, por nfo estar ainda a produzir efeitoss ©) A impugnacio da resolugio é extemporiines, porque nfo fora observado o disposto no art, 60, n° 3, do CPTA em sede de efeito interruptivos 8) © Ministro andou bem em recusar a certidio relativa 20 acto de abertura do concurso; @) A impugnacio do acto de aberturn do concurso é igualmente extemporinea, atendendo a0 prnzo especial fixado para este tipo de pedidos; h) Aids, a cumulagio dos dois pedidos impugnatdrios seria em todo 0 caso inadmissivel i) E também inadmissivel a intimacio dirigida A abstengio da pritica do acto de adjudicagio, uma vez que a tutela cautelar s6 poderia assumir a forma prevista no art 103-A do CPTA; J) De todo © modo, a instincin teria sempre extinguir-se por impossibilidade de executar toma eventual sentenca anulatéria, em virtade de 0 novo contrato de concessio jé ter sido celebrado, enconteando-se neste momento em plena execucio. juiz notificon a Lusovias para se peonunciar sobre a matéria das excepgies. Que poderd cla invocar? 1 Comente a seguinte passagem, adaptada, do Acotdio do TCA-Sul de 16/4/2015, 2/2/2015 (proc. 1202/15) 1-0 processo de intimagio para proteagio de drcits, lberdades ¢ gavantias & 0 meio adjestvo préprio para elcionar a insergia ~ definition — na Orden dos Advagados, rensada com fundansento na txisténia de uma situagao de incompatbiidade com o exercco da advoceda, I~ Cam efit, ¢ por wn lado, a apreciaio da quertio de furdo no se compadee com uma defngio ‘antelor, dado que so demasiade importantes 0: valores em causa para que os mesroos postam ser cantelados vor ova simples deisio provsiria, que pade ser alterada pela deisio a profeir no proceso rincpal, ¢ por outro lado, & de prever que uma acjio adminisiatia especial que tenba por objeto lal ‘mativa se posta prolongar wo tempo por wirias anos, 0 que €incompaivel com a exiggnia de rp cefnigto profisonal, so 6, & rcrrente no 4 exigiel que, darante anos, fue paraizada no seu perro prfissonal, ‘no que d advocacia di, reps UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA. EXAME DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (Turma A) Regéneii Prof. Doutor Vaseo Pereira da Silva I 1- Comente, de forma critica, duas (¢s6 duas) das seguintes questies ou afirmagbes: a) «Ora, quando se reconhece que o Ambito da jurisdigdo administrativa deve abranger naturalmente (todos) os ilicitos de mera ordenagao social em matéria administrativa, é manifestamente insuficiente comegar essa mudanga com uma unica e solitaria matéria, ainda que de inegavel importincia» [art 4°., n° 1, 1), ETAF], b) «(...) Ao contrario do regime que vigorou no contencioso administrativo, em que a falta de contestagio em processos relativos a fatos e a normas nao acarretava a confissdo dos fatos alegados pelo autor, consagra-se agora e pela primeira vez 0 6nus de contestar nos processos administrativosy (ANA CELESTE, CARVALHO).. ©) Como compatibiliza a afirmagiio segundo a qual «uma reclamagdo ou um recurso administrativo $6 sfo necessérios quando lei especial imponha aos interessados 0 Snus da sua utilizago como condigdo prévia de acesso a justiga administrativa, instituindo (...) um pressuposto processual atfpicon (MARIO AROSO DE ALMEIDA) com as regras dos artigos 51° e ss. do CPT'A, que no prevém qualquer espécie de reclamagio ou de recurso necessério como pressuposto processual (seja tipico ou atipico)? 4) Quais as principais alteragdes em matéria de tutela cautelar introduzidas pelo legislador da “reforma da Reforma” de 2015? 1 Aniénio de Lisboa pretende reagir contenciosamente contra as autoridades administrativas que licenciaram a construgdo do Centro Comercial “Acima de Nés S6 a Ponte Sobre 0 Tejo”, na zona de Alcantara, alegando que tal empreendimento viola as disposigbes do Plano Director Municipal relativas a altura méxima das construgdes edificéveis. O particular, vizinho do empreendimento, alega ainda verificar-se, no caso, também a violagio de direitos fundamentais dos moradores, que vém afectado 0 seu direito a0 ambiente e qualidade de vida, em razdo da alteragdo do enquadramento paisagistico resultante da construgdo do prédio, assim como dos direitos a vida e integridade fisica dos faturos lojistas e clientes do Centro Comercial, que se arriscariam “softer as consequéncias de eventuais acidentes ocorridos na ponte 25 de Abril”, Ant6nio Vistas Largas, presidente da empresa gestora do Centro Comercial, por seu lado, alega nfo ter havido qualquer ilegalidade, pois “a construgao do edificio ja foi licenciada pela competente autoridade camaréria”, “no havendo qualquer problema relativamente & sua compatibilizaga0 com os planos urbanisticos, que nao sao vinculativos, podendo ser modificados a todo 0 tempo, sempre que as circunstincias o exijam”, Acrescentando ainda nfo existir qualquer lesio de “pseudo-direitos fundamentais” dos moradores, uma vez que se trata de um empreendimento de grande qualidade, projectado pelo famoso arquitecto John Smith Ill, intemacionalmente reconhecido, que vai contribuir para a requalificagao urbanistica da zona, e que, além do mais, € dotado de um equipamento desportivo tinico, que ser um argumento de peso para a desejada futura candidatura da cidade 4 organizagao do préximo campeonato mundial de berlinde. 2 Quid iw Coloque-se na pele de um juiz e resolva 0 caso pratico como se estivesse a claborar a respetiva sentenca, podendo acrescentar outros elementos de fato ¢ de dircito que entender convenientes. Classificagio da prova: Parte I~ 10 valores (55); Parte II - 10 valores PROCESSO CIVIL ~ QUESTOES GERAIS ~ 25 de Janeiro de 2016 1. A instaurou contra B e C uma aceaio, na qual pediu: (1.- Contra B (proprietdrio e vendedor) e C, (comprador), a declaragdo de nulidade do contrato de compra ¢ venda de uma fracgdo auténoma de um prédio urbano situado em Lisboa, pelo prego de € 400.000,00, celebrado também em Lisboa, por eseritura piiblica, com fimdamento em simulagdo; (1.2)- Contra B, execugdo especifica de um contrato-promessa de compra ¢ venda dessa mesma fracgéo, entre ambos anteriormente celebrado por simples documento particular, apenas assinado pelos contraentes, ¢ do qual consta que o prego de venda, a celebrar em Lisboa no prazo de um ano, seria de € 300.000,00. ‘A éespanhol e reside em Madrid, B e C sfo portugueses, domiciliados em Lisboa. ‘A acco foi proposta na Instancia Local Civel de Aveiro, do Tribunal Judicial da Comarca de Aveiro, porque ambos os contratos incluiam uma cléusula que Ihe atribuiam competéncia “para rodas as acgées relacionadas com a fracgdo”. Diga: a)~ Se a acedo pode ser proposta nos termos descritos; b}+ Se, tendo em conta a clausula relativa A competéncia, 0 juiz tem razio quando considera 0 referido tribunal de Aveiro incompetente; eo que deve fazer em consequéncia dessa incompeténcia. ©} Se 0 juiz, invocando os seus poderes de gestio processual ¢ de adequago formal, bem como principio da prevaléncia do fundo sobre a forma, pode decidir que a incompeténcia ¢ irrelevante para apreciar o pedido (1.1) e, portanto, que o pode julgar, recusando-se apenas a apreciar o pedido (1.2). 2. Suponha agora que a acgdo & proposta no tribunal competente e que a)- B vem alegar que A no pode propor a acgo desacompanhado de D, que também interveio no contrato-promessa referido em (1.2), como promitente-comprador em conjunto com A, como consta do correspondente documento; e que a falta de D implica a improcedéncia de ambos os pedidos. Tem razao? b}- B vem alegar que A ndo pode pretender que o tribunal aprecie a simulagto sem invocar a falsidade da escritura, porque est a por em causa a sua forga probatéria, contrariando as declaragses das partes de querer comprar e vender, constantes da escritura; e néo pode apresentar testemunhas para provar a simulaciio. Tem raziio? c) Finalmente, admita que, concluida a produgiio de prova, fica provado que nem B, nem C queriam efectivamente comprar e vender, quando intervieram na escritura referida em (1,1); mas que no fica provado, nem que tivesse existido qualquer acordo nesse sentido, nem que os dois tivessem qualquer intuito de enganar alguém, Como deve o tribunal julgar 0 pedido (1.1)? Duragéio da prova: 2h30m_ AB.oF, oO\ ms PRIOCESSO CIVIL = QUESTOES GERAIS Duragiio da prova: 2h30m Por escritura piiblica celebrada em Lisboa, Ana ¢ Beatriz, irmas, portuguesas, domiciliadas ‘em Madrid, compraram a Carlos, portugués, residente em Lisboa, um terreno situado em Evora, para nele passarem a residir e fazerem uma determinada exploragao agricola, como explicaram a Daniel, pelo prego de € 200,000,00. Daniel, portugués ¢ residente em Evora, foi o intermediério no contrato ¢ interveio na escritura como representante de Carlos. Algum tempo depois, contrataram a sociedade Ervas & Irmaos, Lda., com sede em Evora, para instalar a referida explorago agricola; mas, algum tempo depois, esta sociedade informou-os de que o terreno nfo tinha a égua necesséria para o efeito, razAo pela qual pretendia o pagamento dos trabalhos feitos ( € 25.000,00) e punha fim ao contrato. 1, Suponha que Ana, Beatriz e Ervas & Inmaos, Lda, propdem em conjunto uma acgao contra Carlos e Daniel, nestes termos: — Ana e Beatriz pedem contra Carlos a anulagio do contrato de compra ¢ venda, com fandamento em erro sobre a disponibilidade de égua do terreno, ¢ a restituigaio do prego, que dizem ter sido totalmente pago; — Ervas & Irméos pede a condenagiio de Carlos ¢ Daniel no pagamento dos € 25.000,00 referidos, por serem os responsiveis pelo erro quanto & disponibilidade da égua. Diga se a aegGo pode ser proposta nestes termos e, em caso afitmativo, qual é o tribunal competente. 2. Suponha que Beatriz, se recusa a propor a acco, porque quer manter o contrato; © que, proposta a acgdo referida em 1., Beatriz pretende intervir na acgiio ao lado de Carlos. Diga se ‘Ana pode propor a acgo desacompanhada de Beatriz ¢ se esta pode intervir, nos termos indicados. 3. Considere agora, apenas, 0 pedido de anulagio do contrato ¢ de restituigdo do prego. Admita: a) Que consta da escritura que os outorgantes declararam que tinha sido paga a totalidade do prego. No entanto, confrontado com o pedido de restituigao dos € 200.000,00, Carlos vem dizer que na realidade apenas recebeu metade, pois tinha sido combinado que o prego seria pago por duas vezes; e que nfo chegou a receber o resto. Para o provar, indica testemunhas que saberiam dessa combinagio. Ana e Beatriz dizem que essa afirmagao é falsa € que, de qualquer forma, a escritura prova o pagamento integral, sem possibilidade de prova em contrario; muito menos por testemunhas. Comente e diga como deve proceder o juiz. b) Que ficam provados todos os factos alegados pelas autoras, excepto 0 conhecimento, por parte de Carlos ¢ Daniel, de que as compradoras nunca teriam comprado o terreno se soubessem que nao tinha a égua necesséria & concreta exploragao agricola que pretendam instalar. Como deve o tribunal julgar o pedido de anulagtio? ©) Finalmente, admita: cu, que as autoras nfo tinham alegado que Carlos ¢ Danie! sabiam que nfo teriam comprado 0 terreno se soubessem que néo tinha agua suficiente, Diga se o tribunal pode investigar tal facto, por sua iniciativa; se pode determinar a realizagdo de prova pericial para determinar se a gua disponivel cra ou nfo suficiente para a exploracdo pretendida; e, em qualquer caso, se pode afastar- se do resultado da pericia e decidir de forma diferente; ©.2, que as autoras nfo tinham pedido a restituigdo do prego que pagaram; mas que, tendo requeride que fossem ouvidas sobre 0 pagamento, declararam ambas que tinham pago a totalidade do prego, Pode o tribunal considerar tal facto como provado e condenar Carlos na restituicao correspondente? ‘CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO B 05 DE FEVEREIRO DE 2016 ERYSUER FACULDADE Durag SANGRE DE DIREITO Cotagio: I, 14 vals I, 6 val Em 2 de Janeizo, 0 Ministro do Planeamento ¢ das Infiaesteuturas notificow a Lusovins, S.A. concessiondvia da exploragio da ponte entre Setibal e Tréia, da decisio de resolugio antecipada do contrato de concessio, com efeitos a 30 de Junho, invocando “deficiéncias graves na exploragio do servigo, apuradas em sucessivas acces de fiscalizacao”. No mesmo dia, foi publicado o antincio da abertura de concusso piibico ditigido & escolha do nove concessionitio. Bm 4 de Fevereizo, a Lusovias requereu 20 Ministro a passagem de certiddes contendo a fandamentagio integral das decisdes de resolugio do contrato € de abertura do procedimento concursal. Em 11 de Fevereieo, 0 Ministro notificou a LusoVias para levantar uma certidao referente apenas 4 decisio de resolugao do contrato, recusando, em contapartida, fornecer certidio rclativa & decisio de abertura do concurso publica, “por falta de legitimidade da requerente”” Em 20 de Marco, a Lusovias requereu 20 Tribunal Administrative ¢ Fiscal de Almada a intimagio do Ministro & passagem da certidio referente & abertura do concurso. ‘Obtida a certidio em 24 Abril, a Lusovias propés em 12 de Maio no Tribunal Administrative do Cizculo de Lisboa uma acco contra o Ministro pedindo, cumulativamente, a anulacio da resolugio contratual e da abertuea do concusso, assim como a intimagio de que se abstivesse entretanto de praticar 0 acto de adjudicagio no Ambito do procedimento concurs. © Ministério suscitou na contestacio as seguintes excepgdes: 4) O tribunal é incompetente para a acco, porque a sede da Lusovias & no Porto (alii, a intimagio também fora mal dirigida); b) A Lusovias carece de legitimidade activa, por forga do art. 57 do CPTAS ©) O Ministro é parte ilegitima; €) A resolugio do contrato é inimpugndvel, por nio estar ainda a produzic efeitos; ©) A impugnagio da resolucio é extemporinea, porque nio fora observado o disposto no art. 60, n.°3, do CPTA em sede de efeito interruptivo; ) © Ministro andou bem em recusar a certidlo relativa ao acto de abertura do concurs0; 8) A impugnagio do acto de abertura do concurso é igualmente extemporinea, atendendo 0 pinzo especial fixado para este tipo de pedidos; 1h) Aliés, a cumulagio dos dois pedidos impugnatérios sexia em todo 0 caso inadmissivel; §) E também inadmissivel a intimagio dirigida a abstengfo da pritica do acto de adjudicagio, uma vez que a cutela cautelar s6 poderia assumir a forma prevista no art 103-A do CPTA; {) De todo © modo, a instincia teria sempre extinguir-se por impossibilidade de executar ‘uma eventual sentenga anuilatéria, em vittude de 0 novo conteato de concessfo jf ter sido celebrado, encontrando-se neste momento em plena execucio. juiz notificou a Lusovias para se pronunciar sobre a matézia das excepedes. Que poders ela invocar? I Comente a seguiate passagem, adaptada, do Acérdio do TCA-Sul de 16/4/2015, 2/2/2015 (proc. 12002/15): 1 = O processo de intimagio para protesto de dictos, liberdades¢ ganantias¢ 0 meio adjetivo priprio para pelisonar a incrgio ~ definition — na Ordo dos Advogados, rensada cove fundaruenio na existénia de ‘uma situagao ce incompatibilidade com o exerci da aduocacia — Cam sfta, «por um lado, a aprevagto da questo de fundo ndo se compadee cna sana defnigio 1, dado que sto demasizde importantes or valores em causa para que os mesmas posiany ser acantelados con soma simples decisdo provisaria, que pode ser alterada pela dedste a proferir na proceso principal, & por oxtro lado, & de prev gue ume asjio adminisratva especial que tenba por objeto tal ‘mata se posta prolong no tno por riz anor, ogre €inonpato! sara a exc ce pia deeigio /prfissonc, ito é 6 recrvente néo & exe! que, dante anos, fgue paraisada vo seu penvrso profisianal, ‘no gue & advocaca di, respi UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA EXAME DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (Turma A) Regéncia: Prof. Doutor Vasco Pereira da Silva I 1- Comente, de forma critica, duas (¢_s6_duas) das seguintes questdes ou afirmagoes: a) «(...) Ao contrério do regime que vigorou no contencioso administrativo, em que a falta de contestagéio em processos relativos a fatos e a normas nao acarretava a confissdio dos fatos alegados pelo autor, consagra-se agora e pela primeira vez 0 nus de contestar nos processos administrativos» (ANA CELESTE CARVALHO).. b) «A ago administrativa terd mesmo posto termo a esquizofténica distingdo entre agdo comum e especial ou tal unificagdio de meios processuais ¢ apenas aparente?» (VASCO PEREIRA DA SILVA). ©) Como compatibiliza a afirmaggo segundo a qual «uma reclamagio ou um recurso administrative s6 so necessérios quando lei especial imponha aos interessados 0 6nus da sua utilizagdo como condigdo prévia de acesso a justica administrativa, instituindo (...) um pressuposto processual atipicon (MARIO AROSO DE ALMEIDA) com as regras dos artigos 51° ¢ ss. do CPTA, que ndo prevém qualquer espécie de reclamagao ou de recurso necessério como pressuposto processual (seja tipico ou atipico)? 4) Quais as principais alteragGes em matéria de processos urgentes introduzidas pelo legisiador da *reforma da Reforma” de 2015? 1 O Presidente da Camara Municipal de Capital, Joaquim Substituto, proferiu um despacho relativo as condigdes de circulagao dos triciclos ou ciclomotores afetos & atividade de animagao turfstica, vedando a sua circulagao em zonas de intenso tréfico de turistas, como o Alto Bairro, Alfombra e o Castelinho. Ao fazé-lo, consultou nao apenas os presidentes das numerosas freguesias do local, mas também diversos moradores, todos incomodados com 0 ruido e a perturbagdo dos hébitos locais trazida por esses veiculos motorizados, assim como alguns empresérios, tendo sido consultada a Associagio dos Taxistas de Capital ‘A Associagao de Empresétios de Tuk Tuk, pela voz do seu Presidente, Joto Buda da Silva, contesta tal decisio camariria, alegando que a regulaco da circulagao dos veiculos é da competéncia do Governo ¢ nao da autarquia, e acrescentando ainda ser ilegal nao ter sido ouvida antes da tomada de decistio. Por sua vez, o Presidente da Associagéo dos Tuk Tuk Ecoldgicos, Joao Papaia Verde, entende que tal de é 0 € ilegal, pois assenta no fundamento de que 0 ruido e a poluigdo produzidas por tais meios de transporte se tem tomado insuportavel, quando os donos dos veiculos que eles representam nio produzem nem poluigo nem rufdo. E considera que o Presidente da CAmara foi influenciado pelo “lobby dos taxistas”, que teriam sido ouvidos antes da tomada de decisto. A aplicagéo desta medida camaréria tem gerado alguns distirbios, nas ruas agora vedadas 20 trifico, nomeadamente conflitos entre téxistas e condutores de Tuk Tuk. Alguns condutores de Tuk Tuk, a titulo individual, mas apoiados pelas respetivas Associagées, pretendem ir a Tribunal Administrativo para por em causa a atuagio do Presidente da Camara Quid iuris? Coloque-se na pele de um juiz e resolva o caso pritico da simulagio de julgamento como se estivesse a elaborar a respetiva sentenga, podendo acrescentar outros elementos de fato e de direito que entender convenientes. Classificagao da prova: Parte I — 10 valores (5+5); Parte IT- 10 valores @ CATOLICY CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. S32) FACULDADE DE DIRETTO ‘Turma C | Exame Final erent) Erapa de recuperagio | 5/2/2016 x. Comente a seguinte afirmagio (5 v.): «A prevaléncia da justiga material significa a desvalorizacdo das exigéncias processuais que nao consti ‘tuam requisito inafastavel do contetido essencial de outros prineipios fundamentais do processo |...] ou Zo representem a insubstirnivel defesa contra lesao intolerdvel do valor da seguranga.> Sérvulo Correia, Direito do contencioso administrativa, , Lisboa, 2005, 746. 2. Pronuncie-se sobre os meios processuais e os pedidos adequados para obter tutela jurisdicional efec- tiva em cada uma das seguintes situagdes (4 x x v.Js 2.1. Abel pretende impugnar 0 acto administrative que o excluiu de um concurso de recrutamento de trabathadores em fungdes paiblicas em que se apresentaram cem candidatos. 2.2. Berta pretende obter a suspensio de eficécia do acto administrativo de adjudicagio de um contrato de empreitada de obras pablicas. 2.3. Na auséncia de norma legal que Ihe confira autotutela executiva, 0 Instituto Pablico C pretende executar coercivamente um acto administrativo contra a sua destinatéria Diana. 2.4. Recusando-se a entidade administrativa competente a atribuir-Ihe 0 rendimento social de insergao, Eduardo pretende a atribuigao imediata de uma quantia pecunidria que lhe permita sobreviver. 3. Imagine a seguinte situagao: Em 2/4/2015, a camara municipal de Cascais determinou 0 encerramento coercivo de um estabeleci- mento de diversio nocturna propriedade de Félix com 0 fundamento de que 0 nivel de ruido nele gera- do ultrapassava os limites legais, A decisio foi notificada a Félix no dia 10/4. O encerramento tinha sido requerido por Gustavo, um vizinho frequentemente incomodado pelo ruido. Em 13/7/2015, Félix demandou a cimara municipal de Cascais no Tribunal Administrative de Circulo de Lisboa pedindo a impngnacio da deliberacdo, alegando que o nivel de rufdo era inferior ao permit do, bem como a condenacio do mesmo érgéo ao reembolso do imposto municipal sobre iméveis cobrado em excesso em 2014. Na contestacio, a cmara municipal invocou a incompeténcia do tribur nal, a ilegitimidade passiva, a ilegalidade da cumulagéo de pedidos ¢ a intempestividade da impugna- ‘¢40, mas no impugnou 0s factos alegados nem juntou © processo administrativo. 3.1. Qual deve ser o acto processual imediatamente subsequente & notificagao da contestagao? (0,75 v.) 3-2. Quais sio as consequéncias da conduta processual da entidade demandada? (+ v.) 3.3 Qual deve ser 0 contetido do despacho ou dos despachos pré-saneadores? (2 v.) Dias depois do despacho saneador, um jornal noticiou que dois vereadores tinham sido corrompidos por um concorrente de Félix para votar favoravelmente 4 deliberagao. Entretanto, Félix, que acumulara {graves prejuizos, vendeu o estabelecimento ¢ desistin da ac¢ao. Em 1/9/2015, 0 tribunal veio a anular a deliberagao com fundamento num vicio da fundamentagao. 3.4. A corrupeao dos vereadores ainda podia ser valorada no processo? (0,75 v.) 3.5. A desisténcia de Félix implicou necessariamente a extingao da acgio? (0,75 v.} 3.6. Pronuncie-se sobre o contetido da sentenga. (1 v.) Em 15 de Julho de 2022, Félix tinha requerido a suspensio de eficdcia da deliberagio, tendo o muni pio recebido o duplicado do requerimento no dia seguinte. Em 30 de Julho, o tribunal deferiu a pro déncia requerida, O Ministério Pablico, notificado da decisto em 5/8, recorreu para o Supremo Tribu- nal Administrativo em ro/9. 3.7. Em 17/7/2015, podia Félix abrir 0 seu estabelecimento? (0,75 v.) 3.8. A eventual extinggo da insténcia no processo principal em virtude da desisténcia de Félix tem alguma influéncia no processo cauitelar? (I ¥.) 3.9. Pronuncie-se sobre o recurso do Ministério Piblico (1 v.) ‘A ceagesindicadsatescem 2 alors abu em forgo da redacto ea ssteatego ds rsposts agit sca, Apa € somite coma de exer norton PROCESSO CIVIL ~ QUESTOES GERAIS ~ 12 DE SETEMBRO DE 2016 Duragdo: 2h30m Invocando 0 direito de preferéneia que 0 n° 1 do artigo 1380° do Cédigo Civil concede aos proprietarios de terrenos confinantes de area inferior & unidade de cultura local, Ana, portuguesa, domiciliada em Viana do Castelo, instaurou uma acgdo contra Belmira e Bento, vendedores, domiciliados também em Viana do Castelo, e contra a sociedade comercial espanhola Casalinda, SA, com sede em Vigo, compradora, depositando imediatamente o prego constante da eseritura, € 100.000,00 (n° 1 do artigo 1410° do Cédigo Civil), para exercer o dircito de preferéneia na venda do prédio x (vendido por Belmira e Bento a Casalinda, SA). ‘Ana alega ser proprietéria do prédio y, confinante do prédio x, ¢ que o seu prédio tem Area inferior A unidade de cultura. Ambos os prédios se situam no municipio de Braga. ‘A aogio foi proposta na secg4o de competéncia genérica da instancia local de Viana do Castelo, cidade onde o advogado da autora tinha 0 seu escritério. Ao propor a aco, 0 advogado juntou um documento assinado por Ana, Bento, Belmira e o representante de Casalinda, SA, no qual todos aceitavam que a acco decorresse em Viana do Castelo. 1. Diga se os tribunais portugueses sio competentes para conhecer desta acgao; ¢, admitindo que sim, se a acgio foi proposta no tribunal competente. Caso entenda que hd incompeténcia, diga qual é a consequéncia. 2, Suponha que Bento ¢ Belmira alegam néo ter legitimidade para seem réus na aco, porque nfo tém qualquer interesse no seu desfecho; e que, portanto, devem ser absolvidos do pedido. Tém razio? 3. Admita que Deolinda, tendo conhecimento da ac¢io, quer intervir para exercer ela o direito de preferéncia, por ser também proprietéria de um prédio confinante com o prédio vendido; quer mesmo que, na acco de preferéncia, se determine qual & o proprietério confinante que pode exercer 0 dircito de preferéncia, por licitacdo. Ana opSe-se, dizendo que Deolinda nfo tem o direito de intervir ¢ que a tramitago da acco de preferéncia no permite que se fagam licitagbes; que para isso hd um processo especial, aliés de jurisdigo voluntéria, previsto nos artigos 1037° e segs. do Cédigo de Proceso Civil Deolinda responde que a tramitagio prevista na lei pode ser livremente alterada pelo juiz; e que, de qualquer forma, tem direito a intervir na acca. Comente. 4, Suponha agora que a acco decorren apenas entre Ana, Belmira e Bento e Casalinda, SA; eque: a) Ana alegou que Belmira e Bento nfo the tinham dado conhecimento do projecto de venda, antes de venderem o prédio a Casalinda, SA; mas que Belmira e Bento afirmaram que 0 tinham feito oportunamente, e que Ana nio tinha respondido dentro do prazo, assim perdendo o direito de preferéncia. Nao se provando se 0 projecto de venda tinha ou nfo sido comunicado previamente venda, como deve ser julgada a acedo de preferéncia? b) Belmira ¢ Bento juntam um documento, que dizem ter sido assinado por Ana, com seguinte contetido: “Declaro que niio estou interessada na aquisieao do prédio x, confinante com o meu prédio y Ana, todavia, vem dizer: b.1. Que nunca assinou tal documento, nem nunea 0 viu; b.2. Que esse documento foi assinado por si, mas entregue aos proprietarios que venderam o prédio a Belmira e Bento, nada valendo quanto & venda a Casalinda, SA. Belmira e Bento dizem que isso niio é verdade. Explique qual a forga probatéria do documento, num caso € noutro.

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