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A relação do final da Guerra Fria com as políticas neoliberais adotadas

nas ultimas décadas do século XX.

No final dos anos 1980 e inicio de 1990 podemos ver a consolidação da crise
do chamado socialismo real. A URSS apresentava um quadro de decadência
econômica, motivado por vários fatores. Podemos destacar primeiramente a
existência de uma máquina burocrática gigantesca, formando uma classe
improdutiva, burocrata e privilegiada, que despendiam de muitos recursos para
sustentá-la. Outro fator preponderante da crise econômica da URSS foi a
estagnação dos modos de produção, não havendo grandes avanços
tecnológicos para o aumento da produtividade. Conseguiam produzir muito,
mas com um custo muito maior que os países capitalistas, que por sua
vez investiam cada vez mais em pesquisa para aumentar a produtividade e
melhorar a qualificação da mão de obra. Com a Perestroika tentou-se reverter
este quadro de crise de abastecimento e produção, porém as reformas
significariam mudanças profundas nas relações da União Soviética com seus
“satélites”, assim gerando movimentos nacionalistas, conflitos étnicos,
desemprego e miséria social. Assim, podemos ver o esfacelamento do Império
Soviético e o fim da Guerra Fria, consolidando mais uma vez a hegemonia dos
Estados Unidos, e a vitória do Capitalismo.

Dentro deste contexto da consolidação hegemônica dos Estados Unidos,


vemos a afirmação de uma nova ordem econômica mundial fomentada por este
país, o neoliberalismo. Prática esta que se caracteriza pela não intervenção do
Estado na economia, deixando-a funcionar livremente; redução dos
investimentos na área social, ou seja, no que se refere à educação, saúde e
previdência social; e privatização das grandes empresas estatais.

O neoliberalismo ganha força e visibilidade com as medidas do Consenso de


Washington, e que tiveram como pioneiros os governos de Ronald Reagan
(Estados Unidos, a partir de 1980), Margaret Thatcher (Inglaterra, desde 1979)
e de Helmut Kohl (Alemanha, a partir de 1982). Propuseram os procedimentos
neoliberais para todos os outros países “parceiros”, onde estes deveriam abrir
suas economias para o capital estrangeiro e derrubar barreiras que
impedissem a circulação de produtos de fora em seus mercados internos.
Ainda previam a renegociação com divida externa.

A idéia de “globalização econômica” surge neste contexto, onde vemos a


formação de blocos econômicos em que países participantes teriam suas
economias integradas, com livre circulação de produtos e mão de obra.

A partir desta perspectiva, vários países adotaram a “cartilha” neoliberal, e por


não conseguirem arcar com algumas das proposições feitas, acabou gerando
uma grande demanda de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI),
criando-se assim um sistema de privilégios para os países desenvolvidos, pois
as medidas neoliberais eram implementadas sob o monitoramento do FMI e
toda essa abertura econômica favorecia claramente aos países ricos, capazes
de comprar as empresas estatais e de investir dinheiro em outros mercados.

Desta forma podemos ver a formação de um ciclo, onde os ricos do capitalismo


são cada vez mais poderosos e os países da periferia do sistema cada vez
mais pobres, já que estes não conseguiam competir em pé de igualdade com a
enxurrada de produtos e empresas estrangeiras que entravam em seus
mercados. Logicamente todo este processo causou de imediato o aumento de
dois problemas já antigos: o desemprego e a pobreza.

O final do século XX nos apresenta um mundo extremamente contraditório,


onde vemos de um lado o grande desenvolvimento tecnológico, com feitos
inacreditáveis, e por outro lado não se tem a mínima preocupação de acabar
com os antigos problemas da humanidade, a desigualdade social e a miséria.

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