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Galbas e Passos afirmam que a reforma é necessária, mas precisa ser adequada, com
estudos técnicos, porque existe transição demográfica, envelhecimento da população, taxa de
longevidade, tudo que impõe um grande desafio à previdência. Que também é preciso
rediscutir não só a DRU (Desvinculação de Recursos da União), mas renúncias fiscais. Rever
não só a saída do dinheiro da Previdência, mas também a entrada do dinheiro.1.2
Nilson ressalta ainda que, a razão entre a população de maior idade (+ de 65 anos) e de
menor idade (20-65 anos) vem crescendo no Brasil desde o início da década passada, o que
impacta em um forte crescimento dos gastos da previdência. O economista também destacou
um aumento expressivo da folha de pagamentos (superior a 10% se comparado os primeiros
seis meses de 2017 e de 2016). O economista Felipe Salto, concorda que sem reformas
Previdência estruturais que afetem a dinâmica do gasto obrigatório, a chance de reequilíbrio
da dívida/PIB é zero.3
Neste atual cenário de crise econômica que se encontra o nosso país, garanto que
banqueiros, empresários ricos, profissionais liberais bem sucedidos, enfim, todos os
aplicadores de dinheiro só têm a ganhar com a manutenção do atual sistema previdenciário.
Quanto mais o governo se endivida para cobrir o rombo, mais esta turma enriquece ganhando
juros reais. Consequentemente, os mais pobres pagam a conta e empobrecem. Além destes,
aposentados especiais, pensionistas do funcionalismo público, aposentados rurais, militares,
etc. Todos que recebem mais do que contribuíram continuarão ganhando. Todos que
sustentam ou sustentarão a farra continuarão perdendo caso nada mude.
Portanto, eu concordo com a reforma da previdência não com essa idade mínima de 65
anos para a aposentadoria, e com tempo mínimo de contribuição de 25 anos. Mais sim com a
idade de 60 anos. É preciso olhar para desigualdade regional, econômica, social. Qualquer um
que já viajou por diversas regiões do nosso país, sabe que as condições de vida não são iguais
nas diferentes regiões. Não se pode dizer que 65 é a idade, tem que dar a opção do tempo de
contribuição. Eu defendo pessoalmente que o fator 85/95, que existe como regra de cálculo,
seja transformado em regra de acesso. Isso naturalmente já impõe uma idade mínima. Como
ele está hoje, a pessoa opta ou não por usar.
As crises econômicas ocorridas em nosso país têm causas antigas, que remontam ao
início do atual período democrático (iniciado em 1985), bem como causas recentes, ligadas a
uma política econômica equivocada e inconsistente, adotada por volta de 2005/2006 e
aprofundada a partir de 2011. Governos que passaram a maquiar as contas para esconder o
déficit, deteriorando ainda mais a confiança e as expectativas dos agentes econômicos em
relação à consistência da política econômica.4
O filme "Real - O Plano Por Trás da História" mostra de forma clara o cenário
econômico vivido no passado. Se, em 1993, a força-tarefa montada pelo ministro Fernando
Henrique Cardoso, no governo do presidente Itamar Franco buscava acabar com a
hiperinflação e salvar a democracia restaurada há menos de dez anos. Se compararmos com o
cenário econômico atual, a equipe montada pelo presidente Michel Temer de forma
semelhante busca realizar uma reforma fiscal e monetária para o nosso país para controlar os
gastos públicos e equilibrar as contas públicas.
O grande problema desses planos econômicos criado nos governos passados, e que
eles não viam acompanhado de medidas para controlar os gastos públicos. Os ajustes fiscais e
monetários não eram suficientes para equilibrar as contas públicas. Desta forma virando uma
bola de neve incontrolável que passava de governo para governo.3.4
Nos primeiros anos do novo século já estava clara a necessidade de reformas que
mudassem o padrão de crescimento do gasto público. Projeções de especialistas em
previdência social mostravam que os sistemas dos servidores públicos e do setor privado
estavam em rota de déficit crescente. Os gastos em programas sociais cresciam de forma
acelerada. A rigidez da despesa com pessoal, saúde e educação também aumentava. O
processo de elaboração do orçamento era frágil: as receitas superestimadas, as despesas
subestimadas e o controle fiscal feito “na boca do caixa”. Tornou-se lugar comum à frase
segundo a qual “o orçamento público, no Brasil, é uma peça de ficção”.4
Ou seja, mais de uma década atrás já era evidente que o regime fiscal brasileiro não
seria sustentável no longo prazo. Obviamente, a carga tributária não poderia crescer para
sempre, pois chegaria um momento em que sufocaria os contribuintes e as possibilidades de
crescimento econômico e da própria receita. A crônica falta de investimento em infraestrutura
reduzia o potencial de crescimento do PIB e da receita pública.
REFERENCIAS
4. MENDES, Marcos. Brasil, Economia e Governo: Por que a economia brasileira foi
para o buraco. Disponível em:< http://www.brasil-economia-governo.org.br/2015/08/25/por-
que-a-economia-brasileira-foi-para-o-buraco/> Acesso em: 13 nov. 2017.