I SERIE -N.
° 17 - DE 2 DE FEVEREIRO DE 2015
O juiz é imparcial, aprecia as razões de quem acusa e de quem
defende, para em sequência proferir uma decisão que, uma vez
tornada definitiva, recebe a qualidade de coisa julgada.
h) Princípios relativos à iniciativa ou promoção processual
i) Princípios relativos à iniciativa ou promoção processual
j) Princípio da oficialidade
uma das primeiras questões que se podem colocar acerca do início
de um processo penal é a de saber a quem pertence o impulso
processual, a quem cabe a competência funcional para pôr em
marcha a actividade judiciária. A promoção processual é entendida
como tarefa do Estado, a realizar oficiosamente. O principio da
oficiosidade se traduz na competência que o Estado tem, a exercer
pelo Ministério Publico, de iniciar um processo relativo a crime
cometido e decidir pela submissão ou não do caso a julgamento.
Art. 12 e 14 do decreto-lei 35007.
Não é um principio absoluto. tem excepções e limites, derivados
da natureza jurídico-criminal dos crimes. Limites derivados da
existência de crimes semipúblicos e de crimes particulares ao lado
de crimes públicos. As excepções deriva da possibilidade de os
ofendidos poderem, mesmo nos crimes públicos e contra a opinião
do MP, exercer a acção penal, deduzir a acusação e fazer andar o
processo.
m) Este principio está consagrado na constituição da
Republica de Angola ao atribuir ao Ministério
Público competência para exercer a accão penal. 186
n) Mitigado pela possibilidade de, em certos casos de
abstenção da acusação, o juiz poder ordenar que o
processo volte ao MP para deduzir acusação 346,351
e 44 . 411
499
1^ conjunto de princípios e regras constitucionais, de
acordo com o momento político de cada Estado, que
estabelece as diretrizes a serem seguidas para a
aplicação do direito penal a cada caso concreto.
O sistema acusatório é um modelo contraditório ou confrontativo,
no qual as partes (MP e defesa) dialogam e produzem provas
diante de um juiz ou tribunal imparcial, a quem cabe julgar a causa
com base nas provas que lhe forem apresentadas. Sua
característica fundamental é a absoluta separação de funções entre
o Ministério Público como órgão de investigação e persecução e
os juízes, como órgãos de julgamento
No sistema processual penal acusatório separam-se funções dentro
do processo, com atribuições a órgãos diferentes: Investigador,
Acusador, Defensor e Julgador.
O acusador propõe a acção penal. A defesa reage à acusação
(contraditório). E o Juiz, de forma imparcial e equidistante das
partes, profere o julgamento (neutralidade).
Diferente do sistema processual penal inquisitorial, no sistema
acusatório há separação das actividades processuais entre os
agentes processuais, principalmente admitindo-se a inclusão da
figura do defensor, com direitos e prerrogativas instituídas em lei.
O arguido é tratado como sujeito da relação processual, tendo
direitos, obrigações e ônus processuais em condições de igualdade
com os demais agentes do processo. É o que convencionou chamar
de processo de partes.
O contraditório, o devido processo legal, a defesa, a proibição de
produção de provas ilegais, o habeas corpus, à liberdade
provisória, o juiz natural, etc. são garantias constitucionais do
Acusado.
O processo penal acusatório apresenta como características
secundárias, a oralidade e a publicidade dos julgamentos. O
processo é público por, sendo que apenas excepcionalmente é
restrita a publicidade dos actos judiciais, diante de circunstâncias
devidamente justificadas.