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Philip Hallawell VISAGISMO Aatividade do visaaists abrange muito mais que ‘o.conherimento de técnicas de maquilagem ede cor- te de cabelo,E imprescindivel que o profissional dessa especialidade saita quais sao os fundamentosda lin guagem visual, que the permitirao adotar procedi- mentos similares aos de um pintor ou de um escultor, Sua superficie para a pintura € 0 rosto; 0 cabelo, a materia; o pente €a tesoura constituem seusinstri- mentos para*modlelar" a cabeca, Em Visagismo: harmonia ¢ estética, Philip Hallawell fornece as bases pars uma pratica criati- va nessa area. Partindo de conceitos operacionais da jinguagem visual, mostra como apreender a cs ‘trutura do rosto eda eabeea por meio de desenhos; como descobrir as cores que combinam com a pele das pessoas; ¢ como levaro estudante au 0 profis- sional visaaista a atitudes eriativas. Desse modo, cle saberd lidar com muitas questdes prati¢as aqui abor- dads ¢ estara apto a situar-se bem diante de ou- ‘tras ing de formulas, macetes ¢ solucdes padronizadas. itas, com um conhecimento que o liberta Livro para os que jé trabalham coma visagismo (i que oestudam como objetivo de profisionalizar- -se, vale também, pela clareza de exposicao de um ‘tema de interesse amplo € “pessoal”, para tados que queiram saber como melhorar sua aparéncia fisica. Philip Hallawell foi educado na Inglate Estados Unidos. E artista plastico, escrito, cador, palestrante, arresentador detlestoe = dor de multimidia, E autor dos livros Visagismo integrado: identh= dade, estilo ¢ beleza (Editora Senac Sio Paulo), A méo livre 1:2 linguagem do desenho eA mao livre +2; téenicas de desento. Criou e apresentou a série daTV Cultura de Sa0 Paulo A mao livre: @ inguagem ido desenho. Tambémm na TV Cultura, apresentou a Oficina de Desenho no programa Revistinha. Camo Aista plastico, participou de mals de quarenta ex posigdes individuais e coletivas ¢ foi contratado, com exclusividade, pela Galeria André, de Seo Paulo, de 1976 a 1979. Lecionou no Liceu de Artes e Oficios de Sao Paulo de 1983 até 1989, Desde entdo, mantém seu proprio atelié, onde ministra cursos ¢ diversos workshops. ADMINISTEAGRO REGIONAL 00 SERAC ND ESTADO OE SAO PAULO Presidente do Consetho Regional: Abram Szajman Diretor do Departamento Regional: Liz Francisco de A. Salgad Superintendente Universtaric © de Desenvowimeato: Luiz Carios Dourado EomTona Senac SAO PAULO Conseho Editorial: \uie Francisco de A. Salgado lulz Carlos Dourada Dareio Sayad Maia Lucila Mars Sbrana Sciott Jeane Passos Santane Gerente/Publisher: Jeane Passos Santana (jpassos@sp.senac.hr) Coordena¢do Editorial: Mbrcia Cavalheiro Rodrigues ve Almeida (mesvalhe@apscnatbr) Thals Carvalho Lisboa (thaislisboa@sp.senacb) Conerejt: Marcelo Nogucira da Silva (marcelo.nsilva@sp senac-tr) Administrative: Luis Amtico Tous! Botetho lluis.tooteha@sp.senac:bi) Preparecdo de Texto: Ronaldo A Duarte Rocha Fevisde de Texto: Edna Viana, Wone FB. Groenitz, izabel Cristina Rodrigues, tia Fontes Guimardes, Luiza Hena Luchini, Magna Teobaldo Elaborepa0 de Textos institucionais: liz Carlos Carcoso Projeta Gratico © Cape: Antonio Carlos De Angelis Impressao ¢ Acatamento: Cromosete Grafica € fditora Lid O6RA ATUALADA cOWFORIE (avo Aconao DDALINGUA PORTUGUESA fe Catalogagio na Publicagio (IP) (Ciara Brasileira do Lino, SP, Brasil Hallet, Pip "Ving ~ harmonise «sia / ip Haw ~ ea — Proibida a reprodugdo sem autorizagao express. Todos o¢ direitos desta edigho reservador & Editora Senge Sdo Pauly uo Rui Barbeso, 377 ~ 1© andar ~ Gela Viste ~ CxP 01926-010 Caixa Postal 1120 ~ CEP 01032-970 ~ Séo Paulo - SP Tel (11) 2187-4460 ~ Fax (11) 2187-4490 E-mail: editora@spsense-br Home page: http:/lwwmeditorasenacspeombr one = Philip Charles Hatlawell, 2002 Esmail: philson@terra.com.br Home page: http:/iwmwvissgismo.comsr Telefone: (11) 3112-2308 SUMARIO Nota do editor, & Agradecimentos, 12 Prefacio’ 3*edigio, 14 Introdugso, 20 PRIMEIRA PARTE: Principios bisicos, 24 Composicao € proporcao, 34 Silireeponers estrutura, 4 Perspectiva, eapagos e eixes, 62 Os sentidos, 74 Coordenagae motora, 82 SEGUNDA PARTE: 0 rosto, 88 Ageometria e a anatomia da cabeca, 94 Formatos basicos do rosto, 104 As partes de resto, 126 Desenho do rosto e da figura humana, 162 2 Wsagamo Artes Filmografia, 204 ‘So Paulo: Evora Sena Sd Pla, 2000 Biviogrta ISN 878-85-7a50-920-5 1. Beleza corporal 2,EsEtce 9 face « Harmonia ete- tical &:Pereepgbnvsuel 6 Poporgio (Ate) I Titulo. co0-701.1 Ines para cattogo sstemstico: 1-tinguagem visual: Artes 70.1 7014 TERCEIRA PARTE: Luz © con 184 Teatia da cor, 200 Ouso da cor, 210 Tipos cromitives, 224 Criatividade, 244 0 processo criative, 250 Opensomento criative, 258 Referencias bibliogrsfieas, 280 NOTA DO EDITOR Chegar a mais uma nova edigio de Visagismo: harmonia e estética nos faz reafirmar que a boa formagao profissional de um visagista pressupée nao apenas o dominio das técnicas de embelezamento do rosto e do cabelo, mas também um conhecimento seguro das bases dessa atividade, que, como todas as que envolvem a estetica do corpo humano, é especifica e exigente, em condigdes de possibilitar um trabalho sempre inventivo. Este ivro de Philip Hallawell, fundamental para o visagista jé profissional ou a caminho dessa condicdo, constitui sem diivida um compéndio do que & preciso saber sobre a harmonia ¢ a estética do rosto, aqui linguagem visual xplicitadas por meio da E uma contribuigdo entre muitas do Senac Sao Paulo em favor do conhecimento técnico € da criatividade voltados para a beleza, PREFACIO A 34 EDIGAO Quando este livro foi lancado, ha trés anos, o visagismo era quase totalmente desconhecido. 0 conceito do visagismo é baseado na personalizacdo da imagem pessoal. Quase todos os consultores de moda defendem isso, mas, em termos de cabelo e maquilagem, somente os grandes profissionais, datados de muita sensiblidade e inteligéncia visual, tém a capacidade de trabalhar de acordo com esse conceito, porque nunca os meios e conhecimentos necessérios foram proporcionados em cursos profissionalizantes ou em livros sobre beleza. Por esse motivo, os profissionais dependem mais da intuigda, aliada tecnica, do que do conhecimento para criar ¢ estilizar. Infelizmente, a grande maioria reduziu © visagismo a um conjunto de regras padronizadas ¢ a simples analise do formato do rosto € da cor da pele, pensando somente na estética, mas ignorando que uma pessoa com estilo, alm de ser esteticamente bonita, expressa qualidades da sua personalidade, Por isso, falava-se na técnica do visagismo. Isso comecou a mudar com a publicagao deste livro e aapresentacdo do conceito em diversas feiras, como Hair Brasil, Beauty Faire Creative Color Hair Trends e Techniques, com o treinamento de profissionais em cursos. 0 que proponho aqui é explicar esse conceito, que envolve aprender téenicas novas, adquirir conhecimentos e empregar procedimentos radicalmente diferentes dos adotados pelo atual padrao. A intencdo deste prefacio € chamar a atengao para diversos aspects inovadores deste livro, que diferenciam a minha proposta de tudo o que ji foi dito sobre 0 visagismo, mas que permitem resgatar o conceito original de Fernand Aubry € colocé-lo em pratica, apontando 05 muitos beneficios que proporciona zo profissional e ao cliente. Nao é simplesmente um compéndio de tudo 0 que ja foi escrito sobre o visagismo na Europa, porque, até hoje, o pouco que foi publicado limita-se a explicar 0s formatos de rosto e as cores de pele. Este € 0 nico tivro para profissionais de beleza que explica os fundamentos da linguagem visual € os principios de harmonia € beleza. Com esse conhecimento, conseque-se analisar a imagem de uma pessoa: suas caracteristicas fisicas, seu comportamento, sua personalidade e sua imagem pessoal. Consegue-se explicar 0 que 2 imagem est ‘expressando e como pode afetar a pessoa e seus relacionamentos. 0 profissional sabera ctiar uma imagem pessoal que manifesta um conceito, ou intengdo, e ainda saberd fazer sua autocritica. Assim, ele se livra da dependéncia unica na sua intuigdo e inteligéncia visual e ganha maiores condigdes de exercer sua criatividade © atender 20s desejos e ds necessidades de seus clientes. PREFACIO A 34 EDIGAO Quando este livre fot lancado, ha tres anos, 0 visagismo era quese totalmente descontiecido. O conceito do visagismo & baseado na personalizagio da imagem pessoal, Quase todos os consultores de moda defendem isso, mes, em termos de cabelo € maquitagem, somente os grandes profissionais, dotados de muita sensiblidade e inteligéneia visual, tem a capacidade de trabalhar de acorde com esse conceito, porque nunca es meios ¢ conhecimentos necessaries foram proporcionados em cursos profissionalizantes au em livros sobre beleza. Por esse motivo, os profissionais dependem ‘mais da intuigdo, aliada 4 técnica, do que do conhecimento pare criare estilizar Infelizmente, a grande maioria reduziu © Visagismo a um conjunte de regras padronizadas € & simples andlise do formato do rosto € da cor da pele, pensando somente na estética, mas ignorando que uma pessoa com estilo, além de ser esteticamente bonita, expressa qualidades da sua personalidade. Por i850, falava-se na técnica do visagismo. Isso comecou a mudar com a publicacéo deste livro 2 apresentago do conceito em diversas feiras, como Hair Brasil, Beauty Fair e Creative Color Hair Trends e Techniques, © com 0 treinamento de profissionais em cursos. 0 que proponho aqui € explicar esse conceito, que envolve aprender téenicas novas, adquirir conhecimentos e empregar procedimentos radicalmente diferentes dos adotados pelo atual padrao. Aiintengao deste preficio & chamara atengao para diverses aspectos Inevadlores deste livro, que diferenciama mina proposts de tudo 0 que ja foi dito sobre o visagismo, mas que permitem resgztar o conceito original de Fernand Aubry e colocd-lo em pritica, apontando 0s muitos beneficios que proporciona ao profissional e ao cliente. Nao & simplesmente. um compéndio de tudo © que jd foi escrito sobre o visagismo na Europa, porque, até hoje, 6 pouco que Foi publicado limita-se a explicar os formatos de rosto e as cores de pele. Este € 0 tinico livro para profissionais de beleza que explica os fundamentos da linguagem visual e os principios de harmonia € beleza. Com esse conhecimento, conseque-se analisar a imagem de uma pessoa: suas caracteristicas fisicas, seu comportamento, sua personalidade € sue imagem pessoal. Corsegue-se explicar 0 que @ imagem esta expressandoe como pode afetar a pessoa € seus relacionamentos. O profissional saber’ criar uma imagem pessoal que manifesta um conceito, ou intencZo, e ainda saberd fazer sua autocritica. Assim, ele se livra da dependéncia tinica na sua intuigao € inteligencia visual e ganha maiores condigoes de exercer sua criatividade e atender aos desejos € as necessidades de seus clientes. 16 \Vsnarso: KAMION EESTEDEA 0 visagismo ¢ uma maneira de trabalhar que se insere perfeitamente nas maiores tendéncias atuais:a customizagio € ‘a despadronizacao. O principal objetivo do wsagista € revelar, na imagem pessoal, as qualidades de uma pessoa, com harmonia e estética. Por qualidades, entende-se no s6 as fsicas, mas também as da personalidade. Trabalha de acordo com 0 principio “a funcao define a forma”, ou seja, antes de pensar na imagem - a forma - pensa na pessoa, em sua personalidade, em suas necessidaues € em seu estilo de vida ~ a Tungao, Isso inverte 0 procedimento da maioria dos profissionais que se acostumou a estudar somente a imagem do cliente para ver come melhoré-la esteticamente. Em. vez de pensar no que pode ficar bonito, o visagista procurasaber o que seu cliente deseja expressar, Isso é oferecer um servigo personatizado, que € chamaclo de “customizacao" Também abandona qualquer tipo de padronizagao porque segue 0 principio de que cada pessoa € tinica e tem sua propria beleza, uma beleza que vem do seu interior € que ‘express suas qualidades. sso também livra as pessoas da tirania dos ditames da mada; passa-se « adaptaras tendéncias A pessoa e dsstuas caracteristicas fisieas, quando se julga que s8o adequsdas pars seus propésitos. (© visagismo também traz a tona outro aspecto muito importante da imagem pessoal: a relacdo do senso de identidade ‘coma imagem pessoal. 0 rostoé a identidade de uma pessoa, qualqueralterago que se faca 4 imagem pessoal, por meio do cabelo, da maquilagem ou, mais radicalmente, da cirurgia da face, muda 0 senso de identidade da pessoa, O visagista procura criar uma imagem coma qual a pessoa se identifica e tem a preocupagaio em revelar as qualidades da personatidade © néo somente em criar uma imagem esteticamente bonita, Esse encantro entre a imagem fisiea ¢ a imagem interna, quando a pessoa se olha no espelho € diz “Essa sou eu!", € um momento inesquecivel. Os bereficios & ide, tanto emocional come psiquica c fisiea, so enormes, Nesses tltimos trés anos, pude corviver com grandes profissionais da Sree © ver 0 visagisma ser exercida na sua totalidade. Percebi que beneficia as pessoas muito mais do que se imaginava e que pode ser aplicado em civersas reas, ‘além da area da beleza. Visagistas estdo criando parcerias com empresas para adequar 2 imagem de funciondriosa suas fungoes, ou como um meio para administrar 2 seguranca no trabalho, estimulando o bem-estar e a autoestima através da imagem. Psicdlogas € médicas camecam a perceber a importdncia de adequar a imagem pessoal como parte de diversos tratementos. Também pode ser aplicado nos esportes, na educagio ¢ em todas as artes, Como explico no livro, toda imagem é construida sobre uma estrutura geométrica: 0 quadrado, o triangulo, o cireulo, a lemniscata, ou mestlagens dessas formas, Carl Jung, 0 psicdlogo, explicou, em seu dltimo livro O homem e seus simbolos? que esias formes geométricas so simbolo: que sempre foram usados com o mesmo significado por todas ‘as culturas. Chamau-as de simbolos arquetipicos. No meu entender, formama linguagem mais simples e primitiva do 7G sng: 0 tomeme sours Rede ci: Rove Fonte, 86, rericioa e010 7 ‘er humeno. Argumento que as formas tém significados proprios porque as linhas de que so construidas séo simbolos arquetipicos por sie sao a base de toda a linguagem visual. Portanto, entendemos oque uma imagem expressa porque somos capazes de reconhecer 0 significado das linhas € das formas por serem simbolos arquetipicos. Na época em que Jung publicouseu livro, 196s, ndo se sabia como o eérebro processava os arquetipos Essas pesquisas do muito mais recentes,’ posteriores a publicacdo do meu primeiro livro A mao livre: a linguagem do desenko, em que falei peta primeira vez da conexao entre os simbolos arquetipicas € a composigdo das imagens, Atualmente, jd ‘sabcmos que 05 arquétipos sao processados pelo sistema limbico. Parece que os simbolos arquetipicos so reconhecidos nas amigdalas cerebrais, que ent3o disparam uma reacdo emocional ao cérebro antes que a imagem seja compreendida racionalmente. Infelizmente, nao encontrei nenhuma pesquisa especifica em relagdo aos simbolos arquetipicos geométricos ¢ como sio processados pelo cérebro, sendo que as pesquises que existem investigam os arquétipos em eral, o que sugere que nunca antes se associaram esses simbolos 8 composicio das imagens. ‘As implicagdes dessas descobertas e associagdes sao imensas. Indicam que toda imager contém umsimbolo arquetipico, bu conjunto de simbolos, na sua propria construcao, intencionalmente ou nao, € que, a0 ver ums imagem, esses simbolos provocarao uma reagdo emocional imediata na pessoa antes que possa pensar racionalmente, S¥0, ent3o, como mensagens subliminares que agem sobre a pessoa sem que ela esteja consciente disso, Isso se aplies a tedasas imagens, sejam fotografias, pinturas, imagens pessoais, sejam espacos tridimensionais. Explica por que 2 primeira impressio que temos de uma pessoa é to forte e duradoure, por que a mudanca da imagem pessoal pode afetar tanto a autoestima e por que, como pude testemunlhat € possveltirar uma pessoa de um estado depressive quando o visagismo é bem aplicado ¢ quando adapta a imagem as necessidades, desejos ¢, principaimente, a imagem interior. Por outro lado, implica que, nas terapias psicoldgicas, seja essencial analisar a imagem pessoal do paciente e verificar se noprecisa ser mudada antes de comegar o tratamento. Também explica por ‘queums imagem meramente bonita nem sempre ¢ o melhor para a pessoa, porque pode expressar algo, por meto dos simoolos arquetipicos, que provoca uma reagdo emocional negativa. O resto, 0 cabelo © © maquilegem estio constantemente comunicando algo € provocando reagdes emocionais em todos com quem a pessoa interage e nela mesma. Por isso € tio importante que o profissional de beleza conhega essa linguagem e saiba explicar ao seu cliente ‘sz autor dO cerebro emanate ein: Oba 196 Co na memine psa ese rea eed eb Lh Users dena Yr, aneliA meoliveelinguagem d des, ‘que imagem atual e as mudancas que pretende fazer expressam e como podem afetar seu estado emocional e suas relagdes. 16 Quando se entende iss, é ficl pereeber que aimagem pessoal afeta todas 2s nossasatividades € que o visagismo pode ser utilizada em tio diversas areas. Mais significativa do que isso é perceber que os principios da linguagem visual, que governam ovisagismo, se aplicam a todasas imagens ¢ que todas contém simbolos arquetipicos, Portanto, toda imagem provoca um estimulo emotive ‘antes que passa ser entendido conscientemente, com poder de influenciar 0 comportamento e 0 pensamento das pessoas Isso explica por que todas as culturas sempre atribuiam poderes magicos 4s imagens. Quando se pensa nos ImilhOes de imagens que nos cercam hoje em dia, isso € muito significativo. Pensar que, enquantoassistimos a televisio, somos estimulades em média a ceda dez segundos por uma nove composigdo e, portanto, por um novo simbolo arquetipico, que reagimos emocionalmente aos espagos em que estamos, ou que as propagandas tm o poder de nos influenciar emocional e subliminarmente, & motivo de muita reflexéo. Mas isso é assunto para outro livro. INTRODUGAO Visagismo € um termo derivado da patavra francesa visoge, que significa *rosto'. 0 termo foi criado em 1936 pelo grande cabeleirciro € maquilador francés Fernand Aubry (1907-1976), que dizia que o visagismo é uma arte e que 0 visagista é um escultor dorosto humano. Refere-se a arte de embelezar ou transformer o rosto, utilizando cosméticos, tinturas€ 0 corte de cabelo. Portanto, é aplicado ao trabalho do maquilador e do cabeleireiro ¢ 4 maquilagem artistica do rosto. Em geral, 0 visacisma ¢ uma atividade profissional, mas, na realidade, toda mulher que se maquila exerce 0 Visagiemo, embora num nivel amador. O profissional de visagismo & conhecido como um(a) visogista, termo que uso 20 longo do livro, Porém, essa nio é uma palavra oficial, porque nao existe na legislagao brasileira a profissao de visagista. No entanto, éde uso corrente € acho que seu emprego simplifica a leitura e comoreensao do texto E-evidente que um visagista precisa cannecer diversas écricas de maquilagem ou de corte de cabelo. O que ndo é tao Sbvio € que também precisa conhecer os Ffundamentos da linguagem visual, que s80 os principios bisicos que gover ‘am 0s conceitos de harmonia ¢ estética. Na realidade, o que o visagista faz ébasicamente iqualao que um artista faz. Ele pinta ¢ esculpe, porém, em vez de pintar sobre uma tela ou uma folha de papel, pinta sobre o rosto;e, em ver de usar barra ow pedra para esculpir, usa cabelo, pente ¢ tesoura, Suas Lintas Sao um pouco diferentes, maso uso da cor €Eomesmo. Ele usa materiais diferentes para criar volume (ou diminui-To), e a superficie em que trabalha nio é plana, masa luz age da mesma maneira para ele ¢ para o artista. Os conceitos de composigéo e ritmo visual também so 0s mesmos. Tanto 0 artisia quanto visagista usam a mesma finguagem para se comunicar e criar imagens:a linguagem visual. Essa linguagem se chama o desenho, © desenho nao deve ser confundido com 0 ato de desenhar graficamente, que & somente uma das maneiras de empregar 0 desenho e criar uma imagem, O visagista utiliza batom, rimel, sombras, po € a tesoura para “desenhar” a imagem de uma pessoa, mas usa o desenho constantemente para encontrar as solucdes que ele deseja * Ver htpoemanioryconnainvrane, int dau seo Histone Harmonia, na dtea visual e, portanto, no visagismo, € o equilibrio entre todas os elementos que so usados para criar uma imagem. Estética é definida como “a filosofia das belas-artes; ciéncia que trata do belo, na naturcza e nas artes"® E cvidente que o visugisia precisa saber como funcionam tanto @ harmonia quanto a estetica 0 visagista que domina esses fundamentas trabalha baseado em conhecimento, e isso permite encontrar solupdes até para casas que fogem dos padrBes ou que exigem uma solugo heterodoxa, Sem ezze conhecimento, 0 visagiste fica preso a formulas, macetes e solugdes padronizadas. Mas seré que 0 visacista precisa saber desenhar? Bem, ndio necessariamente com o lapis no papel, mas, como ja disse, staré “desenhando’ no rosto das pessoas, usando cosméticos aplicados com pineéis € lépis, e estara esculpindo cabegas, usando tesouras, pentes, escovas € fixadores, Na realldade, nao ha diterenga fundamental entre pintar um. rosto € pintar numa folha de papel ou numa tela, 2 ndo ser nos materiais empregades, Portanto, saber desenhar ajuda 0 vsagista no seu trabalho. Desenhar ajuda especialmente no processo criativo, porque o visagista poder visuslizar seu trabalho no papel antes de executd-lo na pessoa € pensi-la visualmente. E mais fécil encontrar Formas e solugdes novas desenhando do que somente imaginando-as, ou trabalhando diretamente numa pessoa. Partanto, saber desenhar € uma ferramenta mui to util para quem quer criar novos cortes de cabelo ou uma maqullagem diferencieda, Na maquilagem artistica nfo pode ser dispensacia, Ao longo deste livro sugiro que se fagam varios tipos de desenho, geralmente do rosto e da figura humana, a maioria deles empregando lépis ¢ papel. © propdsito desses desenhos nao € abter um trabalho artistico, mas perceber melhor ‘como 05 diversos fundamentos funcionam; portanto, importante € 0 que se aprende ao fazer os desenhos e no a qualidade dos desenhos resultantes, No capitulo "Desenha do rosto € da figura humana" mostro como desenhar um rosto padro, paso a passo, ¢ consiato, por experiéncia propria, que as pessoas acham muito mais facil do que imaginavam. Na realidade, desenhar nao & muito dificil, desde que se saiba como proceder. N8o depende de dom. de habilidade manual ou de técnica, mas de saber estabelecer proporgdes e proceder corretamente. A primeira parte deste livro trata dos fundamentos da linguagem visual ¢ tem camo abjetivo transmitir todo esse conhecimento, mas sempre pensando na sua aplicago ao visagismo. Também sero trabalhadlos o desenvolvimento, da percepcao, usando os cinco sentidas, eo desenvoliimento do controle mater. Punto uarqie de eer, equens soni rile ing porte 10" Ro e Ja Clea Basie, $960 wwrnoougH0 ‘Na segunda parte, o rosto © @ cabega humane sao investigados detalhadamente. O visagista precisa conhecer muito bem as formas ea estrutura do rosto, da cabeca ¢ das partes do rosto. Afinal esse ¢ 0 suporte de seu trabalho, a tela em que vai pintar € a base sobre a qual vai moldar. Mostra-se também como desenhar 0 rosto e a cabega por observacao € por imaginacdo. Para 2 maioria & suficiente saber desenhar padrOes de rosto, portanto dominar um esquema ou formula; entretanto, se houver um interesse artistico no desenho da figura humana, recomenda-se que ‘comece com 0 deserho por observacdo € crie seu préprio esquema. Aluz e a cor, embora também sejam fundamentos da linguagem visual, so tratadas separadamente na terceira parte. ‘$0005 dois itens mais importantes para o visagista, por isso precisam ser abordados com maior aprofundamento do que 0s outros fundamentos. Nessa parte do livro também se mostra como descobrir as cores que combinam com os variadios tipos de pele € como classificar a pele € a cor de uma pessoa usando o sistema das estagées. Além disso, discute-se a influéncia do gosto pessoal ¢ da personalidade na estética € na harmonia, Finalmente, na quarta parte, a criatividade € investigada, 0 processo criativo € explicado e mostra-se como estimular certas atitudes essenciais & criatividade e como proceder no desenvolvimento de um projeto criativo, Este livro foi feito pensando em fornecer ao visagista ¢ ao estudante de visagismo os principios basicos da harmonia € da estética aplicados ao visagismo, para que possam saber nao sé como criar determinado efeito, mas também por que esse efeito & criado, Por exemplo, quando desejam levantar 0 nariz de uma pessoa, maquiladores costumam colocar um pouco abaixo da ponta do nariz uma pequena quantidade de pé mais escuro do que aquele que esté sendo uusado no resto do rosto. O que muitos nao sabem é por que isso funciona, portanto dependem do conhecimento de diversos macetes aprendidos pela experiencia - propria ou de outras pessoas ~; algo muito valioso para qualquer visagists, mas limitador. H4 muitos bons visagistas que consequem excelentes resultados porque tém muito bom Gosta € intuigdo © descobriram efeitos por experimentagao. 0 visagista que sabe unir 0 coma (pratica, técnica) e 0 Porqué (fundamento) tem muito mais recursos disponiveis para encontrar solugdes em qualquer situacao. Esta obra também sera de muita utilidade para todas as pessoas que querem saber como melhorar sua aparéncia fisica, Elas conhecerdo melhor suas cores, 0 formato de seus rostos, o que deve ser valorizado ou nao, ¢ saberdo escolher solucSes apropriadas para seus tipos € para qualquer ocasiso. Outros que se beneficiarao sfo os que tém interesse no rosto humano em geral: pintores da figura humana, retratistas, cirurgides plasticos, etc. Espero que fique demonstrado, 20 longo deste livro, que so os Fundamentos da linguagem visual que regem os conceitos de harmoria e de estética no visagismo ¢ que sio baseados em conhecimentos da matematica, da fisica otica e da psicalogia. Esses Fundamentos ndo so regras, e sim guias que permitem ao visagista trabalhar com maior liberdade e exercer sua criatividade ¢ sensibilidade, sem depender somente de sua intuicao. PRIMEIRA PARTE—PRINCIPIOS BASICOS LINGUAGEM VISUAL E INTELIGENCIA VISUAL a” A inguagem visual & um conjunto de signas e simbolos usados para se comunicar visualmente com harmonia e senso de estética, Essa linguayem comecou a ser desenvolvida no século VI a.C pelos gregos da Antiguidade ~ os primeiros 8 procurar meios para representa a realidade visual, j8 que quetiam mais que as imagens simbélicas usadas em ritos pelos egipcios. Buscaram na matemética e na ciéncia o conhecimento para peder criar imagens proporcionais, com volume € movi- mento, ¢ descobriram os principias da perspectiva, da harmonia € da estética, que vigoram até hoje. Portanto, @ linguagem visual ndo foi criada aleatoriamente, mascientificamente, O estudo da estética foi de grande importincia para os gregos dessa época; eles descobriram que havia igagBes entre ‘a matemitica ¢ as artes e que 0 que era perfeito gecmétrica e matematicamente também era percebido como belo antisticamente Alinguagem visual desenvolveu-se ainda mais durante a renascenca, que teve inicio com a queda de Constantinopla, ‘em 1420, determinando o fim do Império Bizantino, que se estendia por todo 0 Oriente Médio, incluindo Alexandria. 0s bizantinos ocultavam do Ocidente as descobertas em relagio a dtica feitas pelos arabes no século XII e também ‘muitos dos conhecimentos dos gregos Os primeiros artistas europeus a utilizar os novos conheciments acerca de dtica e perspectiva foram os italianos do Quottrocenta? que transformaram a arte ocidental radicalmente. Logo depois, os yrandes artistas florentinos como Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564) e Rafael Sangio (1483-1520) desenvolveram a arte do realismo signiticativamente, com novas descobertas soore anatomia € 0 uso da luz, da cor e da perspectiva Pele primeira vez © ser humano era capaz de criar imagens com muito realisro, volume ¢ profundidade. perience stu i¥ ete rotten aes re 101510, _ 7 Me Desse tempo até a atualidade, a linguagem visual sofisticou-se gradualmente com as descobertas ¢ contribuigdes dos Grandes mestes, € 0 dominio da representagdo “realista" foi completo. Com habilidade e conhesimento tornou-se Possivel ciar imagens fotogedticase 0 trompe Fn -* imagens que do « impresséo de ser reais €atécriam ilusbes. Portanto, com esses conhecimentos, oer humano aprendeu a criar imagens que correspandem ao que vé eaentender aspeetos da realidade ao olhar para uma imagem bi ou tridimensional. Eles também permitem quese transmitam, por ‘meio de uma imagem, pensamentos, sensagdes ¢ emogoes. No visagismo esses conhecimentos sdo usados na transformacdo de uma imagem preexistente - 0 rosto- por meio de ‘Taquilagem, corte de cabelo € outros recursos, a fim de provocar determinadas sensagdes, \ssim, & imprescindivel que o visagista conhega os fundamentos da linguagem visual. Ela € compreendide por dez Uundamentos, relacionados a seguir na ordem deimport&ncia para 0 visagista Saber como a luz funciona e coma manipular os efeitos de luz e sombra para criar volume. 2. Saber como funciona a cor, Sabet como funciona a perspectiva tonal € como trabathar esse conceito nos plans do rosto € de cabeca, 4. Saber como o olho é direcionto numa imagem pelaslinhas e formas e como funcionam os coneeitos de estrus ‘ura ritmo. 5. Saber carro perceber as proporcdes do rosto, 6. Saber como empregar eizos na observado do rosto, 7, Conhecer os fundamentos da composicio e da proporeo tureo. 3. Conhecer os fundamentos de texture Tromyeat term Yancésque spies “eager fee scam enc gnu sepia tiarinages i tas qt ecankndem cared. Pranic wAsicos 2 9, Saber como perceber os espacos. 10. Conhecer os principios da perspectiva linear. Essa linguagem € 0 desenho. Nos iltimos anos, & cada vez mais frequente ouvir-se 0 tetmo finguagem visual empre- ado a0 se referir ao desenho porquese percebeu que hd uma tendéncia de confuncir desenho com oato de desenhar e linguagem com técnica. No visagismo é importante aprender o desenho - que & uma linguagem ~¢ as técnicas que foram desenvolvidas para aplicar essa linguagem ao visagismo; no entanto, nao € importante tornar-se um eximio desenhista, nem dominar o uso de diversos materiais de desenho. Em relacdo ao desenho, quase nio hi diferenca entre o cue Leonardo da Vinci ensinava aos seus alunos € 0 que se ensina hoje nas melhores escolas, porém a didatica mudou muito porque hoje ha mais conhecimento @ respeito de como as pessoas veem ¢ interpretam 0 que vem. A maior diferenga é que se ensinavam esquemas diversos, que se tornaram extremamente sofisticados, a tal ponto que havia esquemas para desenher praticamente tudo. 0 problema de ensinar a partir de esquemas é que, em vez de serem modelos e meios para compreender os fundamentos, transfor- mam-se em regras, 0 que se chama de ensino académico. Hoje o foco esta em ensinar os fundamentos da linguagem visual. 0 ensino do desenho nao mudou muito até 0 século XX. A grande ruptura com o ensino académico acorreu na Bauhaus,’ na Alemanha, que implementau novos conhecimentos sobre a psicologia da percepcdo visual e desenvolveu Novas técnicas didaticas. A partir de 1970 muitas descobertas sobre 0 funcionamento do cérebro e de como o ser fhumano processainformacdes possibilitaram novos desenvolvimentos na educacéo, que ainda nao foram implementados em grande escala. Em 1970, 0 dr. Roger Sperry ganhou o Prémio Nobel por seu trabalho na area de neurociéncia, realizado no California Institute of Technology (CalTech). Ele demonstrou que o cérebro humano tem dois hemisférios interligados, mas que apreendem informagdes de maneiras completamente distintas, e também identificou os atributos de cada hemisfério. Por exemplo, descobriu que o hemisfério esquerdo usa um processo l6gico, racional e linear, enquanto o hemisfério direito usa um processo analégico, intuitivo ¢ holistico. Veja na tabela 1 os atributos de cada lado do cérebro. » unaus{t918-1933 ese de ate nda or Water Greplus on Wena (Amar qu Un no cmp dente usresartsa como Wass Kandi Palle esos Pes 36 VisanisMo. HARMON EFSTETCK TABELA 1. OS ATRIBUTOS DOS HEMISFERIOS DO CEREBRO HUMAN Lado esquerdo Lado direito Consciente do Eu Sem consciéncia do Eu Abstrato € simbélico Conereto Conceitual Inncurtive Sequencial-linear € minucioso Hotistico" Analltico Sintética!™ Logico e racionat Analégico™ Temporal Sintese sobre o tempo Verbel Musical (quese nao verbal) Descrigho linguistica ‘Senso modelar € pictdrico Concepsao digital (aritmética © computagio) —_Espacial (geométrico) Busca resultados Processwal Foi o trabalho do dr. Sperry que possibilitou a pesquisa do de. Howard Gardner no Project Zero, na Universidade de Harvard, ¢ a consequente formulacao da Teoria das Intelig2ncias Maitiplas."* Ele ampliou 0 conceito da inteligencia, antes restrito a0 Q. para incluir outras cinco dress, OG. |. basicamente se referea apenas dois tipos de inteligéncia: 4 logica © a linguistica. Ea capacidade de criar com niimeros e palavras, respectivamente. Nos testes de Q.l. hd questoes que utilizama identificagao ¢a comparagae de imagens e que avaliam um certo grau de percepgao visual, mas sempre Hose: elatvo a una concep do os esr associada 8 légica. As outras cinco areas que Gardner adicionou so: visual, musics!, corporal, interpessoal (relacionamentos) ¢ intrapessoa| (I Interpessoat © intrapessoal compreendem a intcligéncia emocional.” Também percebemos que o que era chamada de dom ou esperteza na realidade € um tipo de inteligencia. lando consigo mesmo). Ae inteligé nel Dom, na area visual, ¢ intetigencia visual. Ea capacidade de assimitar tacilmente as conceitos da linguagem visual ede trabalha-los artisticamente © com sensibilidade, Evidentemente ha diferentes graus de inteligéncia visual, e samente aqueles com um alte grau conseguem ser verdadeiramente criativos. Descobriu-se que a melhor mancira de identificar se uma pessoa tem intetigeneia visual ¢ observando seu grau de Interesse pelas coleas visuals. Portanto, é multe pouco provivel que uma pessoa que Fe inscreva num curso na srea visual, ou que tenha uma profissdo como a de visagista, ndo tenha algum grau de inteligéncia visual. No entanto, 0 visagista ~ especialmente aquele que se especializa em cabelo — precisa também de algum grau de inteligéncia corporal, porque tem de er coordenacio motora ¢ sensibilidade nas mos € no tato, Fica claro, quando se oth para a tabela 1, que as inteligéncias lagica ¢ linguistica sto associadas ao lado esquerdo do cerebro e que as inteligéncias visual e musical io associadas ao lado direito. A inteligéncia corporal envolve, prinei- palmente, ua mistura de percepeao visual (concepedo de espace, por exemple) € percepeao musical (ritmo), portan= to ¢ relacionads 20 Indo dircito do cércbro, A inteligéncia interpessoal também € assccioda mais ao lado direito do cérebro por envolver capacidade intuitiva, percepgio auditiva (eatonagae de voz) © percepcio visual, A inteligéncia Intrapessoal, no entanto, envolve atributos dos dois lados do cerebro. Attudes chativas tambem sao uma parte da Jinguagem intrapesscal. Na percepgio visual € na maloria das praticas visuais usam-se muito mals os atributos do lado dircito do cérebro do que os do lado esquerdo, Pode-se dizer que, basicamente, a linguagem visual utiliza os atributos do hemisfério direito do cérebro. Portanto, quando se lida com imagem ou qualquer atividade visual, coma no vitagismo, © peneamento & Intuitivo, analégico, holistico, concrete, espacial e sintético ¢, claro, usa-se o senso pictérica e modelar. Cada inteligéncia tem uma linguagem por meio da qual o ser humano se expressa € dé forma a seus pensamentos € falas. € interessante notar que nao ha nome para as linguagens relacionadas as Inteligencias interpessoal ¢ itrapessoal. Veja a tabela 2. TABELA 2. AS INTELIGENCIAS £ SUAS RESPECTIVAS LINGUAGENS. Inteligencia Linguagem # Logica Matematica Linguistica Linguas (por exemplo, portugués) Visual Desenho Musical Masica Corporal Linguagem corporal Interpessoal Nio hi nome Intrapessoal Nao ha nome Howard Gardner é um entre muitos cientistas cognitivos e neurocientistas que estudam como o cérebro e a mente processam informagGes ¢ estimulos, como é a percepgio € como o ser humano aprende. Suas descobertas nos deram nnovas informagées, que foram muito importantes para a criacio de novos métodos diditicas na educagéo artstica. Hoje o desenho é ensinado como uma linguagem e nao como uma técnica, e, assim, evita-se 0 ensino de formulas € esquemas, a que configura 0 academicismo. 0 intuito € passar conhecimento, mostrando como cada fundamento funciona, e, ao mesmo tempo, deixar espaco para a deseoberta quando o fundamento € colocado em pratica, O aprendizado da linguagem visual ~ do desenho - deve ser libertador ¢ oferecer opcdes € também 0 conhecimento necessério para enfrentar qualquer desafio na drea visual Nos capitulosa seaur, todos os fundamentos da linguagem visual sero investigados sempre em funn¢ao do visagismo. Também ha dois capitulos, ‘Os sentidos’ e “Coordenagaa motora’, dedicados a estimulagao de todos os sentidos, especialmente da sensibilidade tatil e do controle motor. COMPOSIGAO E PROPORGAO PROPORCAO AUREA 7 O conceito de proporeao durea ¢ fundamental para a estética porque se trats de uma propor¢éo considerada perfeita. Aurea quer dizer dourado, o que significa perfeita.A proporcio durea é matemitica e geametricamente perfeita e foi descoberta por matematicos gregos da Antiguidade. que esses matemticos descobricam foi como segmentar™ uma linha de tal modo que o segmento menor, em relagdo a0 segmenta maior, tivesse a mesina proporco que o segmento maior em relacao a linha toda, Veja a figura 1. tet Veja que a proporedo de AB (x) em relagdo a BC (j) ¢ igual a AB (x) em relagio @ AC (2), ou, matematicamente, y dividido por x é igual a x dividido por 2 Para entender melhor, veja na figura 2 que 0 formato do retngulo menor, construido com linhas do tamanho de xe y, €exatamente igual (somente menor) ao do retangulo maior, corstruido com linhas do tamanho de x € z. Seqmenir ir prtanto, umsegnertodeama tha emesmo queue parte des lina. area — 6 ai RETANGULOS AUREOS. E interessante vocé mesmo descobrir a proporcao urea, e € muito simples. Usando uma régua e um lépis bem apontado, proceda da seguinte maneira: 1. Desenhe um quadrado com os lados medindo 10 cm, 2. Trace uma linha do meio da base até o canto superior direito do retingulo (XA). 3. Prolongue a linha de base do quadrado usando a mesma medida da linha inclinada tracada no passo anterior (XB = XA). 4. Complete o retingulo. 5. Abase do retangulo tem que tamanho? Vocé deve ter descoberto quea linha da base do reténgulo tem pouco mais que 16,181 cm, que. parte menor dea linha tem pouco mais que 6,181 cm e que o tamanho da parte maior € de 10 em. Portanto, a propor¢do aurea é 1:1,6181, aproximadamente, Pruncipos BAsi¢os 37 FIG. 3. DESENHO DE UM RETANGULO AUREO, Perceba, no desenho que fez, quea proporcao do retngulo maior éigual 4 proporgio do retingulo menor, Os dois sio retingulos aureos. Se vocé desenhar outro quadrado de 6,181 cm dentro do retngulo, no lado direito, tera criado outro segmento aurea € outro retangulo aureo, menor ainda, abaixo do segundo quadrado. As linhas formadas pelo quadrado maior € pelo quadrado menor so chamadas linhas dureas. 0 ponto onde elas se cruzam é chamado ponto dureo, FIG. 4, 0 SEGUNDO QUADRADO CRIA MAIS UM SEGMENTO AUREO. Na realidade, existe quatro linhas dureas e quatro pontos dureos, porque, desenhando-se outro quadrado grande no lado direito, obtém-se outro segmento dureo, ¢, desenhando-se outro quadrado pequeno na parte inferior do retangulo menor, obtém-se mais um (figura 5). FIG.5. ASQUATRO INHAS OSQUATRO PONTE A proporcao aurea tem grande importancia na estética, Observe os objetos 8 sva volta, Quais tém formato parecido com o retangulo Sureo? Portas, janelas, uma folha de papel e diversos outros objetos tém proporcdes muito proximas da proporcao aurea. De maior importincia para o visagista, a cabeca humana € o rosto também tém proporgdes préxinnas da durea. Na pintura, para faclitaro uso da proporgdo aurea, costuma-se dividira area da tela em trés partes iguais, tanto na horizontal quanto na vertical, porque os seqmentos Sureos dividem a drea do retangulo dureo em trés partes aproxi- madamente iguais (na realidade a parte central & menor). isso se chama regra dos tercos. COMPOSICAO Na composiedo, a proporgo urea é de muita importancia porque tudo que se encontra na area abaixo da linha aurea horizonial (Figura 4) tem uma aco visual para baixo. ldo importa a posigdo do reténgulo, portanto isso se aplica a0 reténgulo maior (deitado) e ao retangulo menor (em pi). Essa drea é corsiderada “pesada" Em oposigao, a area acima da linha € considerada “leve" porque tudo que esta nela tem uma aco visual para cima, rrnicPiosaisicos a (0s pontos dureossao locas de equilibro visual. A composigdo pode ser canstrulda ao redor de um ponto no centro da linha aurea horizontel (Figura 6) ou pode ser desiocada até um dos pontos dureos {figura 7). Em ambos os casos sera equilibrada, Também pode ser construida ao redor do meio da linha aurea. Se for construida em qualquer outio local, haverd desequilitrio. Se fcar entre o ponto central eo ponto Aureo, pareceré que houve erro ao centralizar a compo- sigo, Se passar do ponto éureo, o outro lado parecerd vazio, Também é importante ter equilibrio entre o assunto da composigo e o espaco ao seu redor. Se 0 assunto for muito grande (Figura 8) ou muito pequeno (figura 9}, geralmente haverd desequilibrio, No entanto, hd casos em que 0 desequilibrio € propesitado. As cores influenciam a composigdo da mesma maneira, Muita cor somente num lado desequilibra a composicéo. Tamibém pode fazer 2 composigdo pesar quando muito proxima da base, ou flutuar quando muito no alto. Para ver como isso funciona, faca um desenho corn pis grafite e lapis de cor em papel branco A2, repartido em quatro reas. Desenhe somente figuras geométricas: linhas, pontos, quadrados,triéngulos, ete. Centralize a composi- Go numa parte, construa a compasicao em volta do ponto dureo na outra parte e, nas outras, primeiro crie compo- sigdes desequilibradas e depois tente equilibré-las novamente. Tudo isso tem aplicacio no visagismo. Pereeba que 0 rosto humano tem trés Areas quase do mesmo tamanho:a area da testa, adrea entre a testa ea base do nariz 2 brea entre a base do nariz € 0 queixo (figura 10), Essa proporco também é eneontrada em outras partes do rosto.”” Portanto, a parte inferior do rosto, ao redor da boca, é "pesada’ e as outras partes sio “Ieves’ Se houver muita énfase na parte inferior, ou se 0 queixo for muito grande, por exemplo, perceberemos um rosto “pesado". Ao contrario, percebemas um rosto “leve" quando o queixo é delicado e a boca é pequena, Entio, hd sempre uma preocupagéo em manter um equilibrio entre as trés areas e entre 0 cabelo € 0 rosto, mesmo quendo se deseja ressalter algume caracteristica. Obviamente, nfo ha como fugir de uma composicao centralizada para o rosto, porque ésimétrico, Porém, nfo & necessirio manter o cabelo simétrics (Figura 11), €0 conhecimento dos pontos éureos ajuda muito @ conseguir harmoria ¢ equilbrio na composigdo do cabelo (figura 12). "Veo capt "Deser de oso da qua hemana’ a seg sabre o fomato as partes dornsto 40 FIG. COMPOSICAO CENTRALIZADR, ‘anicimosaAsices SAO EMONA est Fa. 7. covPOSeAO BSANO 0 PONTO AURED a FIG. 8, ASSUNTO MUITO GRANDE PARA 0 FSPACD DO PAPEL FIG, 9; ASSUNTO MiITO PEOUENO PARA 0 ESPACO 00 PAPEL ” “usnaisno:narasonsa eeséca ivtexecro & WH, 10, ROSTD CAVIDIDO NAS TRES AREAS BASICAS, FAG. 11, COMPOSIGAD DOS CABELOS: CENTRALIZADA. Fans S008 “ b, FIG. 2, COMPOSICAO DOS CABELOS: USO DOS PONTOS AUREUS (REGRA DOS TENCOS), 44 VISAGISMO: HARMONIAE ESTETICA PROPORCAO Uma das maiores dificuldades de muitas pessoas ¢ diferenciar os tamanhos de algo de suas proporgdes. O tamanho de algo € sua medida real, Por exemplo, quais so os tamanhos médios da altura e da largura de um rosto? Para descobri-los, € preciso medir a alturs ea largura de varios rostos e, depois, tirar'a média. Ao fazer isso, descobre- se que, em geral, a largura do rosto, na parte mais larga, € dois tercos da sua altura, Isso € a proporedo: duas larguras para trés alturas, ou 2:3, Naa importa o tamanho real. Se o rosto tiver 18 cm de altura - 0 tamanho medio do rasto da mulher -, sua largura sera de aproximadamente 12 cm; se a altura for de 20 cm - 0 tamanho medio do rasto do homem —, alargura sera de 13 cm, mais ou menos. Se a proporgao for menor que dois tergos, isso significa que o rosto € longo; se for maior, 0 rosto ¢ largo. Portanto, para descobrir a proporcéo comparam-se os tamanhos visuals. Nao é preciso pegar uma régua, medir os tamanhos reais ¢ entdo comparé-los. Para tanto, usa-se um lapis. Primeiro, observe e meca 0 tamanho visual de algo. Pode ser um objeto qualquer, como um vaso. Caleule,a olho, se a largura ou altura é menor e comece a medir 0 tamanho menor. Segure o Lépis na sua ponta e estiqueo brago 4 frente de seus olhos, com um deles fechado, Se estiver medindo a largura, faca com que a outra ponta do pis esteja sobrepesta a um dos lados do abjeto e, depois, ecloque as dedos que esto segurando o lapis onde vacé vé o outro lado do abjeto. Se o tamanho menor for a altura, faca com que a ponta esteja sobre o panto mais alto e colaque seus dedos onde vé a base, As medidas que vé no lapis sio as medidas visuais da largura e da altura do objeto. Em seguida, sem tirar os dedos do lugar que marca a medida visual do objeto, e mantendo a mesma posigéo, com 0 braco esticado do mesmo jeito, compare essa medida com a altura (ou a largura) do objeto. 0 que vocé quer saber € {quantas vezes o tamanho menor eabe no tamanho maior. Essa € a proporcdo do objeto. Num vasoalto e fino a largura ccaberd trés ou quatro vezes na altura. A largura de uma porta cebe por volta de duas vezes e meia na altura, Ea largura do roste cabe uma vez e meia na altura. E muito importante para o visagista conheceras proporgées do rosto humano, ea melhor maneira de lembrar deles € quando se descobre quais so, observando-se pessoas. Observe a si mesmo € outras pessoas, Peca para alguém deixi- -1o medir suas proporgdes visualmente. Para tanto, use um lapis, como foi descrito anteriormente, para estabelecer as proporcées. Pies BAeos 48 Aprimeira proporgao a estabelecer é da largura do rosto em relacao a sua altura. Na maioria das pessoas a largura cabe uma vez meia na altura do rosto (nao da cabeca) e é igual ao tamanho da distancia entre as sobrancelhas e © queixo. A segunda proporcio a estabelecer é da altura da testa (des sobrancelhas até @ linha do cabela) em relacdo ao comprimento do nariz e 4 distancia entre a base do nariz € 0 queixo. S40 todos aproximadamente iguais. Depois, compare esse tamanho com a distancia entre o meio do nariz e a macd do rosto, na sua parte mais alta e larga. Finalmente, compare-o ao tamanho da orelha, Todos tém aproximadamente a mesma proporcao. Em seguida, compare a largura da base do nariz com 0 espaco entre o canto interior do olho [a bolsa lacrimal) ¢ a base do nariz. 0 espaco é qeralmente um pouco maior, ‘Compare a largura do olho com o tamanho da base do nariz. 0 olho é um pouco menor. Veja s¢ o espaco entre os olhos € menor, maior ou igual 4 largura do olho. Compare a distancia entre o olho € o queixo com a distancia entre o alho € 0 topo da cabeca. S40 quase iguais. Compare esse mesmo tamanho com a distancia entre a ponta do narize a orelha e entre a orelha e a parte de tras da cabeca, Para tanto, & preciso observar a pessoa de perfil Perceba que as proporcdes nao diferem muito de uma pessoa para outra. Pequenas variacdes fazem com que pessoas ‘tenham narizes longos ou largos, olhos pequenos ou grandes ¢ queixos pequenos ou grandes. As grandes diferencas estao nos formatos dos rostos e das partes, o que faz com que cada pessoa seja diferente e tinica. No visagismo é importante saber avaliar as proporgdes de uma pessoa, Com pritica isso seré possivel a olho, sem rnecessidade de medir. Mas antes é preciso proticar muito medinda E fécil confundir-se entre um nariz longo e um estreito, assim como entre um natiz largo e um curto, Para diferenetar entre um nariz longo € um estreito, é preciso comparar o tamanho da base do nariz com 0 tamanho do olho. Quando 0 nariz € longo, esta proporcdo é normal, portanto o espaco entre o nariz e 0 olho é maior. Ao contrario, se essa proporcao for menor do que o padrao, entao o nariz ¢ estreito. Q mesmo se aplica & diferenca entre um nariz curto ¢ um largo. A proporcao do nariz em relago ao tamanhodo olho € normal quando ele for curto, e maior quando for largo. Pancircs eAsicos ” Observe também queé facil confundiro tamanho dos olhiose o espacamento entre eles nos quatro exemplos anteriores. Portanto, quanda se observam as proporgdes do rosto, é necessario olhar o conjunto e comparar todos os tamanhos entre si, As solucdes de maquilagem devem ser escolhidas de acordo com a correta avaliagao das proporcdes, porque hd uma diferenca entre maquilar um nariz curto € um nariz largo, por exempla, 6 VISAOISMC: HARMONIAE ESTETCA FIG. 13, 0 NARIZ DA ESCUERDA € LONGO, ENQUANTO 0 NARIZ DA DIREITA ESTREITO, MAS A PROPORCAO ENTRE A BASE OO WARIZ.E.O SEU COMPRIMENTO £ IGUAL. 0S DOIS CASOS, FIG. 14, 0 WARZ DA ESQUERDA € CURTO, ENOUANTO © NARIZ DA DIREITA £ LARGO. NOVAMENTE TEMOS A MESMIA PROPOREAD ENTRE 0 CCOMPRIMMENTO EA LARGURA DE AMBOS 05 NARIZES. ESTRUTURA FORMAS GEOMETRICAS 0 Todas 23 formas si0 construidas com quatro tipos de Finhos bisicas inhas retas verticals, inhas retes horizontais, linhas retas inclinadas e linhas curvas. Essas linhas formam figuras geométricas bidimensionais basicas: o quadrado, o tridngulo, o circulo e a lemniscata."* Todas as outras formas geométricas sio variagbes dessas. As formas geométricas sélidas, ou tridimensionais, s80 as que mais interessam ao visagjsta e também s8o derivadas dessas linhas € das formas bidimensionais basicas, E importante poder visualizd-las mentalmente € saber de que formas bidimensionais sao derivadas. Tente visualizar as sequintes descrigies: © Oceubo é um quadrada visto de cima e um quadrado visto de fado, * Aesfera é um circulo vista de cima ¢ um circulo vista de lado. * Apirdmide de base triangular € um tidngulo vista de cima ¢ um triéngulo vista de lado, * — Ocilindro € um retangulo visto de lado € um circulo visto de cima. + Oconte € um tridngulo visto de fado e um circulo visto de cima, © A pirmide de base quadrada (tetraedro) ¢ um tridngulo vista de lado © um quadrado vista de cima. Portanto, 0 cubo é derivado do quadrado; a esfera, do circulo; a pirdmide de base triangular, do tridngulo; o cilindro, do retangulo € do circulo; 0 cone, do triangulo € do circulo; © a piramide de base quadrada, do triangulo e do quadrado. Ha varias outras formas de s6lidos, mas esses sio as basicas. A argola, por exemplo, é um corte de um cilindro com as bordas arredondadas. %0 ‘sais: Harn EESIETCA 1.cuB0 2. ESFERA 53. PRAMIDE (BASE TRIANGULAR) 44 CIUNDRO 5. CONE 6 PIRAMIDE (BASE GUIADRADAI 10 15 FORMAS GEONIETHICAS SOLIDAS, PrunclpiosBAsions 31 A visualizagéo de formassdlidas € muito importante para quem trabalha criativamente com a imagem tridimensional. No visagismo isso se faz na criacao de penteados, por exemplo. E necessario poder imaginar a forma antes de crid-la. Também é importante poder identificar essas formas na figura humana, Observe o rosto, a cabece, 0 pescoco € os “ombros ¢ identifique as diferentes formas geométricas, tanto as bidimensionais quanto as tridimensionais. Algumas formas sao: esfera ovoide (cabeca); © oval (rosto}; * cilindro (pescogo}; © esfera e eireulo (olho); © retingulo (testa); © piramide (nariz}; © — triangulo (parte central do rosto); * — triangulo (boca); * triangulo (ombros). ESTRUTURA 0 fundamento da estrutura esti relacionado as formas geométricas, Estrutura € a forma bisica sobre a qual a ‘composicao é criada. Ela determina o seu ritmo, porque o alho percorre a composico seguindo as linhas da estrutura. Isso se aplica tanto a imagem bidimensional quanto a tridimensional. As quatro lias basicas tém caracteristicas inatas que estabelecem o ritmo em que o olho as percorre. As linhas retas verticais e horizontais sdo iméveis, as retas inclinadas sdo dindmicas € as curvas sdo emocionais. 52 ‘VISAGISMO: HARMONIAE ESTETICA Pereebe-se sso claramente nos gestos. Allis, gestos sfc desennhos feitos com as maose os bragos. Quando alguém quer ser enfatico e decidido, usa gestos verticais; quando ndo quer que haja discussfo, usa gestas horizontais. Por outro lado, quando se desejaincentivar alguém para fazer algo, movimentos diagonais so empregados. Os gestos ondula- res, porsua vez, exprimem calm, lrsmo e sensualidade, enquanto gestos enrolados revelam emocdes intranquiles. Veja que, na figura 16, 0 olho percorre o desenho num circulo, porque é conduzido de uma imagem a outta e estas estéo compostas num circulo, no entanto as formas das imagens em si sao labirintais. Nesse caso o circulo & a estrutura basica, e a lemniscata, na qual 0 labirinto é baseado, ¢ a estrutura secundaria. A sensagao que o desenho passa é de um moto-continuo, criado pelo circulo, ¢ de lirismo, criado pela sequéncia de lemniscatas Veja que o ritmo é bem diferente na figura 17 porque, embora a estrutura principal seja circular - 0 que novamente ria um moto-continuo -, 0 olho encontra uma série de linhas inclinadas ao percorrer a imagem, isso cria tensdo € dinamismo. Se vocé desenher varios circulos, vera que poderd criar ritmos diversos: pintando um com uma cor chapada, preen- chendo outros com tracas diversos, ou desenhando o proprio citculo com uma sequéncia de linhas retas ou com linhas que se entrelacam. No entanto, todos os circulos passaréo uma sensaco de moto-continuo. Na maquilagem, a diregdo das pinceladas de blush ou das linhas feitas cria ritmos variados da mesma maneira, mas 0 formato do rosto também tem influéncia. As formas geométricas bidimensionais que essas linhas formam sao 2 base do conceito de estrutura visual. Essas formas foram chamadas de simbolos arquétipos pelo psicanalista Carl Jung’* porque, como descobriu, eles so usados exatamente da mesma maneira € com o mesmo significado por todas as civilizagdes em todos os tempos. Recentemente, descobriu-se que essas formas fazem parte da meméria emocional de todas as pessoas, armazenada numa drea do cérebro chamada de amigdala,” situada no sistema limbico, » parte mais primitiva do eérebro, sobre 0 quel 0 cbrtex se desenvolveu ° Cel Jung, Ohamem seus simbois cit 2 amiga cerebral ro tem rela alguna com a migdats da garg, ou tonsa PRINCIPIOS BASICOS 5B a LABIRIN ‘OLECAO JO! VISAGISMO: HARMONIA E ESTENICA FIG. 47. PINTURA CIRCULAR COM ESTRUTURA INTERIOR PHILIP HALLAWELL. BICO DE PENA E NANQUIM 50 CM PRINCiPOS BASICOS ae Quando se olha para uma imagem qualquer, eta & processada pelo talamo, que a envia para a emigdals e para ocértex visual, No entanto, ela chega antes & amigdala, que reage & estrutura © a qualquer outra coisa que desperte uma meméria emocional. Iss0 provoca uma reacéo emocional, que é sentida pela pessoa antes que possa compreender 0 significado da imagem, o que acontece quando ela chega ao cortex visual. Na realidade, esses simbolos sdo parte ¢a linguagem mais primitiva do ser humano, € toda imagem provocara uma emocdo, determinada por sua estrutura, Perceba quea estrutura pode “dizer” algo que nao tem neahuma relagdo com co contetido da imagem, ou pode até ser contraditoria, Por exemplo, uma mulher séria ¢ competente que deseja passar uma imagem de profissionalismo estara expressando justamente 0 contrario se usar roupas com babadds e rendes cabelos longos e cacheados. Portanto, é muito importante para o visagista saber qual emogao provocara com a imagem que criar. SISTEMA Umeico FIG. 18, [LUSTRACAD DE COMO 0 CEREBRO PROCESSA A IMAGEM, 56 \VISASISMO: HARMONIA EESTETICA Quadrado 0 quadtrado é imévele, por iso, exprime forca, poder e conservadorismo - tanto que chamamas as pessoas conser- vadoras de “quadradas” Também & a forma ligada a terra, 4 intelectualidade, ao materialism e & masculinidade, O quadrado &0 simbolo de terra. Um corte de cabelo com linhas retas expresserd essas mesmas coisas, Portanto, poderd ser uma boa opgio para uma mulher de negdcios, que deseja passar uma imagem de eficiéncia. Triangulo Este formato é dinamico e cria uma sensacdo de impacto, mas também ¢ estavel quando a base ¢ reta. 0 triangulo invertido € 0 simbolo do perigo, porque fica em cima da ponta, que é instavel. Na maquilagem, pinceladas inclinades so usadas para dar movimento a certostipos de rostos, como 0 quadrado e 0 circular Cabelos cortados com Angulos expressam dinamismo ¢ um certo ar de rebeldia, por causa da instablidade e do dinamismo transmitidos pelos movimentos. Circulo O circulo tem um movimento continuo sobre um ponto fixo. Por ser regular, €ligado ao quadrado. A oval é uma variagio mais iregulare, portanto,esteticamente mais estimutante. O olho se cansa com uma regulari- dade excessiva € se irita com desarmonia, Por isso, © rosto oval era considerado 0 formato mais harménico para a mulher, hoje, porém, esse conceito est ultrapassado. (uso de pinceladas erredondadas suaviza os Angulos do rosto e das partes, assim como um corte de cabelo arredondado. Lemniscata (figura em oito) ‘Alemniscata feita de curvas amplas transmite lirismo, suavidade, paz, romantismo esensualidade. O formato em onda € derivado da lemniscata. ‘runclerosBAsicas, 87 FIG. 19, ROSTO COM CORTE DE CABELO QUADRADO, FIG. 20, ROSTO COM CORTE DE CABELO EAA ANGULOS, ISAGSMO- HARKIN ESTER —_—~ Ory } RR ROSTO COM CORTE DE CABELO ARREDONZADO. HG. 22. ROSTO COM CORTE DE CABELO ENROLADO. / VY x §i, FIG. 23. ROSTO COM CABELO COM CACHOS LONGS, oo \VIShGESMD: HARMON ESIENICA Quando as curves so fechadas, sentem-se emogbes atormentadas. Eclaro que € normal evitar esse tipo de estrutura no visagismo, com excegio da maquilagem teatral, quando o personagem € conturbado. No entanto, uma sequéncla de curvas incompletas expressa alegria; entao, cabelos enrolados sao joviais € cachos longos expressam sensualidade. O RECONHECIMENTO DE PADRO £ A CRIACAO DE NOVOS PADROES As formas geométricas ¢ a estrutura s40 padroes que 0 visagista deve poder reconhecer ¢ saber como funcionam se quiser criar novos padrées ou modificar os existentes. Esse & um dos passos mais importantes no processo criative do visagista. 0 visagista trabaiha, principalmente, na modificacao de padres existentes, porque as formas do rosto e da cabeca sao inalterdveis, a no ser por cirurgie, Usando os conccitos vistos neste capitulo, ele tem inimeras opydes que podem modificar a aparéncia ea expresso de uma pessoa. Algumas personalidades piblicas, como atrizes e cantores, conseguiram modificar sua aparéncia radicalmente diver sas vezes. Madonna & um exemplo. Observe 05 tipos de estruturas € linhas que foram utilizadas para efetuar as mudaneas na maquilagem @ no corte do cabelo dessas pessoas, como isso afetou sua expressiio © que tipo de estilo criou. PERSPECTIVA, ESPAGOS E EIXOS m Perspectiva éa ilusdo de profundidade que se cria numa imagem bidimensional. 0 papel tela sio espacos que sé tém altura € largura, portanto nao tém profundidade; mas hi como criar a ilusdo de profundidade reproduzir uma imagem quase idéntica & reproduzida na retina do olho, que também é bidimensional, 0 cérebro sabe como decodificar uma imagem com petspectiva para entender a profundidade. Ha dois tipos basicos de perspectiva: a linear e a tonal PERSPECTIVA LINEAR A perspectiva linear ¢ baseada na percepedo de que os objetos parecem ficar progressivamente menores 8 medida que se distanciam do olhar. Esse fendmeno € evidente quando olhamos para os trilhos de uma ferrovia distanciando-se até © horizonte, ou para uma estrada & nossa frente. A distincia entre as linhas paralelas dos trilhos ou 2s laterais da estrada parece diminuir progressivamente. A distancia entre os batentes também diminui, na mesma proporedo. isso cria a ilusdo de que as linhas se encontram num ponto na linha do horizonte, como se vé na figura 24. Esse ponto € chamado ponto de fuga. Perceba que essa ilusdo & criada por linhas inclinadas. Mas note que a imagem continua plana. Na figura 25, no entanto, veja que os batentes parecem estar em planos diferentes, Iso acontece porque também hd perspectiva tonal no desenho. PERSPECTIVA TONAL Na perspectiva tonal, utiizam-se somente tons diferentes para criar a ilusio de profundidade e de diversos planos numa imagem. E um fundamento bastante simples, porém muito usado no visagismo. Numa imagem bi ou tridimensional, aquilo que tem mais contraste entre o claro eo escuro parece estar mais @ frente, ‘Quando hi duas marcas, uma mais escura que a outra, sobre um fundo de tom uniforme, a marca mais escura parece estar a frente da outra, Quando as duas marcas so do mesmo tom, mas o fundo varia de um tom mais claro para um VISAGISMO: HARMONA EESTENICA FO. 24, DESENHO DE PERSPECHVA LINEAR, FIG. 25, DESENIIO DA FIGURA 24 CON PERSPECTIVA TONAL ADICIONADA, ris wis & ‘mais eseuro, 1 mares sobre a area mais clara parece estar a frente, Isso acantece porque as marcas que parecem estar 44 frente criarm mais contraste com 0 fundo que 2s outras marcas. = 0.20. OLAS MARCAS ESCURAS OF OIFERENTESTONSSOBHEO NES- _HIG.27. OLIAS MARICAS ESCUNAS IBUAIS SoA FuNDOS CLANS DE ‘Quando o fundo & escuro, a mesma coisa acontece com marcas claras. Uma marca mais clara parece estar num plano 4 frente do que outra marea menos clara quando o fundo # uniformemente escuro; e, quando as marcas si0 iguais, € ‘a marca sobre 0 fundo mais escuro que parece estar j frente. 1G, 28, DNAS HAREAS CLARASDE DHERENTES TONS SOMHEO WES: FIG.29, BUAS MAMICAS CLARA KIUIAIS SOHNE TURDOS ESCUROS DE NO FUMDO eSCUR. Doren FON 66 \VISABISMO: HARMONIA E ESTETICA, Observar,na figura abaixo, que as cuas marcas estdo no mesino plano, pols o contraste nos dois cacee & igual, porque ‘0 tom do fundo escuro é o mesmo da marca escura eo tom do fundo claro é 0 mesmo da marca clara; logo, asrelagdes Slo iguais. FIG 20, COMPARANDO 05 DoIS PONTOS MAIS DESTACADOS (ESCURO E CLARO}, {sso também se aplica as cores, As cores mais vivas criam contrastes maiores que as cores clareadas ou escurecidas, Nos capitulos sobre cor, isso seré investigado mais profundemente c ainda se vera que as cores claras ou escuras criam contrastes ¢ efeitos de profundidade. Para ver como iso funciona, faga un desenheabstrato usando somente tons de cia. Pode-se usar lps ou caro, Tecnicamente, é mais facil usar carvao, porém o lapis dé mais opgdes de tons, Usando carvdo, tabalhe com tipo fuswinem papel do tipo canson, Desenhe faixassobrepostas para clr contastes, Como o papel & claro, quando uma faixa de tom mais escuro€ colocada sobre outrafaixa menos escua, ela parecerd «star mais @ frente. Comece com faixas menos contrastantes. Usando-se uma borracha, podem-se crar faias claras Sabrepostas, Pereeba que estas saltam para a frente. Conseguem.-se favas bem escuras quando st esttege 0 carvlo Sobre uma mancha feita com uma borracha brance, Desene divers faixas sobrepostas, rniposessices or Usando lspis,trabalhe com diversos tipes em papel sulfite comum ou do tipo canson. Os lipis 6B permitem desenhar faixas bem escuras, enquanto feixas mais caras podem ser obtidas com lips HB ou 2H. Use 2 borracha para ober feixas claras. Desenhe faixas sobrepostas, criando contrastes e, portanto, diversos planos. Hon HG. 92. DESEMHO DE FAIS FTAS COM LAPIS Como no visagismo quase nao se usa a perspectiva linear, nao & necessirio aprofundar esse fundamento, porque rosto no tem linhas paralelas e nose usam linhas na maquilagem para aumentar ou éiminuir 6 volume das partes do ‘osto, Poréi, a perspective tonal é usada frequentemente para alterar a percepcdo dos planos do rosto. Numa pele clara, a aplicagio de um po mais escuro pode levantar o nariz, por exemplo, Inversamente, numa pele escura €0 pé mais claro que pode levantar o nariz. Iqualmente, brilho aplicado és macs do rosto pode destacd-las., Quando uma pessoa ¢ maquitaca para aparecer na televisdo, ¢ importante que se tie todo 0 brilho do rosto, especial mente da testa e da ponta do rari, pars que nfo se destaquem excessivamente. Inversamente, se um plano mais recuado for elareado ~ por exemplo, embaixo da macd do rosto -, ele sera levantado jalmente ¢ diminuiré o aspecto da mags éo rosto. sso porque os contrastes diminuem ¢ ha um efeito de achata~ mento dos planos, No entanto, se 0s planos mais profundes sdo escurecidos, elesse destacam. oe sas amon ENC ine) Awe 76.33, [KEMPLO DE LEVANTAMENO DO NARE FG. PKEMELG DE LEVAITAMENTO LA MAGA 00 ROSTO, PaNdPOseASIONS ss Também € preciso Ievar em conta o efeito da luz € da sombra na criagdo de volume, algo que sera analisedo detalhadamente no capitulo “A luz”. CONCEPCAO DE ESPACOS Consegue-se perceber a forma dealgo quando se compara o espago que ele ocupa com 0 espago sua volta. O espago ‘ocupado por algo é chamado espaco positiva, ¢ 0 espaco ao seu redor € chamado espago negative. Na realidade, um define o outro. Ao se desenhar um objeto, também se desenha 0 espago negativo. E, ao se desenhar ‘0 espaco negativo, desenha-se 0 objeto. Esse fendmeno é evidente quando se monta um quebra-cabeca. No entanto, poucas pessoas estdo acostumadas @ bservar 0 espaco negativo porque esto mais interessadas naquilo que tem significado. O espago negativo ndo significa nada nem transmite informacées. Pode-se desenvolver a percepcdo de espacos 20 manipular Fotografias Escolha uma fotografia de jomal que contenha uma imagem grande e dominant. Pode ser de umra pessoa (mostrando s6 0 rosto ou o corpo inteiro), de um objeto ou até de uma paisagem. E importante que haja espagos de formatos variados ao redor da imegem que se estendem até as bordas da fotografia. Recorte os espagos. Monte os espagos sobre uma cartolina de cor escura, do mesmo tamano da fotografia, usando as bordas € os cantos da cartolina para posicionar os espacos. Voc® perceber’ que a forma do objeto da fotografia apareceré na area vazada e que 0s espagos também tém forma. No visagismo, a coneepgio de espacos ¢ importante para identificar o formato da cabera, do rosto ¢ das partes. Mas também &importante acostumara observar os espacos ao redor das partes e suas formas porque também sdo maquiladas ‘e precisam ser tratadas com a mesma importancia que a boca, o nariz € os olhos. Uma area muito importante é a que fica entre os olhos ea boca. A percepeao desse espaco diz muito sobre o formato da boce e do nariz esuas propor¢des. bo VISAGISMO:HARONIAE ESENICA DE UMA MAO E DESENHO DA MAO, EHO DO ESPACO NEGAT EIXOS HORIZONTAIS E VERTICAIS 0 fundamento que mais facilita 0 desenho de observagao € 0 dos eixes verticais ¢ horizontais porque permite saber ‘onde uma coisa se localiza em relagao outra. Eixos vertieais ¢ horizontais sdo linhas imagindries que se criam sobre aquilo que se observa. Geralmente, usa-se um Iépis para isso, mes pode ser uma caneta, um pincel ou até 0 dedo indicador. Segure um lépis na ponta, verticalmente, ¢ estique o brago a frente de seus olhos, com um deles fechado, Observe 0 que est atrds do lépis e veja que é possivel identificar o que esté na mesma linha € 0 que esta & sua esquerda ou a sua direita. Agora, vire o kipis na horizontal. Veja que vocé pode identificar o que est na mesma altura € 0 que esti abaixo ow acima do pis. Fanicros Asics n Observe diversas pessoas € vefa se 0s rostos delas (e 0 seu) sda simétricos. Voce perceberd que tedo rosto é assimétrico, algo que nao se nota de imediato. No entanto, alguns so muito mais que outros. Veja os dois retratos da figura 36. Perceba que 2 pessoa retratada 4 esquerda tem um rosto que € mais do que assimétrice. E realmente torto (no foi erro de deserho). Se voce cobrir um latlo do retrato a direita € depois 0 outra lado, perceberd que os dois lados so ligeiramente diferentes ¢ assimétricos, até menos que a maioria das pessoas. Com pritica vocé consegue imaginar esses eixos sem a necessidade de usar um kipis, 1G.36. DOIS RETRATOS (2002]. DE PAILIP HALLAWELL LAPIS GRAFITE, 21 CM 32,7 CM CADA, n - . sts: HAIMONA EEsEiCa Vimos que 0 rosto humano & assimétrico, Mas nao ¢ s6 a altura dos olhos, por exemplo, que difere. Um lado do roste € sempre muito mais expressivo que o outro, Isso pode ser verifcado se voce segurar a sua mao & frente do rosto de uma pessoa, visto de frente, de forma que Ccubra um dos lados , em sequida, o outro lado. Percebera que hi uma grande diferenca entre os dais lados,especial- mente se a pessoa estiver esbocando um leve sorrso. Vocé também pode ver essas diferencas em fotografias. E interessante perceber que as diferencas so mais marcantes em situagdes esiressantes, por exemplo, quando alguém esté sendo entrevistado na televiséo, O que acontece € que um lado do rasto é 0 verdatleiro, ¢ 0 outro, a mascara. A mascara é mais expressive, porque mostra 0 que a pessoa quer expressar, mas nao revela suas verdadeiras emogdes. O lado verdadeiro de uma pessoa é 0 do seu olho dominante, 0 oiho com que focaliza, 0 outro alho, que vé mas nio focaliza, serve para perceber a profundidade e fica no lado da mascara, Para descobrir qual dos seus olhos € o dominante, estique suas maos entrelagadas & frente dos olhos, deixando uma pequena abertura entre os dedos, olhe, com os dois olhos abertos, para alguma coisa através da abertura, Feche um lho. Vecé ainda consegue ver o abjeto? E com 0 outro olho, voré cansegue? Perceba que s6 consegue ver cam um dos olhos. Se foi com 0 olho direito, vocé é como a maioria, por volta de 70%, € € destro de viszo. Se foi como olho esquerdo, vacé é canhato de visio. Muitas pessoas canhotss de visio sao destras de mo, 0 que indica que tém comandos cruzados ou que talvez foram forcadas a eserever cam a méo direita. Essa é a maior causa do estrabismo. 0 olhar do otho dominante € muito mais forte ¢ penetrante que o do outro. Se vocé olhar diretamente para alguém, ppereeberd isso. Faga um teste com um amigo. Primeiro descubram quais sao seus olhos dominantes. Depais,olhem dirctamente um para 0 outro, sem cruzar o olhar. Se ambos sto destros, voce estard olhando com seu olho direito diretemente para o olho esquerdo do seu amigo ele também. Portanto, ndo estardo se olhando olho no olho. 0 mesma acantece com dois eanhotos, s6 que ambos estardo alhiando para o olho direito do outro. Em sequida, cruzem seus olhares a0 mesmo tempo. Ambos deverdo sentir una repentina intensidade no olhar do outro, No entanto, se um for canhoto eo outro destro, a intensidade diminuird quando cruzarem os olhares ea sensacdo sera de que nao estéo se olhando mais, porque deixarao de se olhar olho no alho. i Se voct observar atentamente as pessoas, conseguird perceber quais so destras € quais sio canhotes. Lembre-se de que 0 lado real da pessoa é 0 menos expressivo, embora revele suas verdadeiras emocdes, 0 sorriso de uma pessoa sempre se inicia no lado da mascara. A tendéncia € que as pessoas destras usem mais os atributos do lado esquerdo do cérebro, portanto que sejam mais légicas e analiticas. Ao contrério, os canhotos terdo mais tendéncia de ser intuitivos e analdgicos. Para o visagista ¢ importante conhecer a personalidade das pessozs, porque ele tem de escolher solugdies adequadas para a personalida- de de cada uma. Também, quando uma pessoa se olha no espelho, sempre observa seu lado verdadeiro, mas invertido. Portanto, as pessoas destras (a maioria) prestam mais aten¢do ao lado direito dos seus rostos, e as canhotas focalizam mais 0 seu lado esquerdo. A autoimagem, além de ser invertida, é do lado do rosto para o qual a maioria das pessoas nao olha. Lembre-se de que as pessoas, na maioria, sio destras, portanto estardo olhando para o lado esquerdo do rosto das pessoas. E por isso que sua autoimagem é tio diferente da imagem que outras pessoas tém de voce e também por isso € normal ter dificuldade emi se ver como os outros 0 veem. OS SENTIDOS A SENSIBILIDADE TATIL Em qualquer drea, aexceléncia ¢ obtida somente por aqueles que tém empatia com oque trabalham. Ter empatia com algo significa identificar-se com aquilo a tal ponto que consiga se colocar no seu ugar € ser aquilo com que tem ‘empatia. Quem dirige os enarmes caminhdes, conhecidos como fora de estrada, que levam, por exemplo, cal através de um pequeno percurso em aclive, das minas em que é extraida para onde seri transportada em caminhdes menores, sabe da importancia da cmpatia. 0 problema que o motoriste enfrenta em cada viagem € nunca errar a troca de marchas, senio ndo consequira deter a descida desenfreada do caminhéo, o que pode ser fatal. Ele s6 consegue fazer isso porque sente o caminhéo, o motor e seus limites, e sabe a hora exata em que tem de tocar a marcha. Esses motoristas costumam dizer que sdo seus caminhdes. Um artista precisa sentir o lapis, o pincel e as superficies em que trabalha; 0 cirurgido, seus instrumentos ¢ os tecidos da pele e dos drgios que opera. 0 jogadar de futebol tem de sentir a bola. Toda atividade que requer 0 uso da mao ou do pé exige essa empatia. No filme Lendlas da vida” hd uma cena maravilhosa que mostra o que ¢ a empatia, quando © personage de Matt Damon, um jogador de golfe, envolve-se a tal ponto com seu jogo que tudo desaparece, com excegio dele, da bola, do taco edo gramade. O visagista precisa ter esse tipo de sensibilidade tatil para sentir a tesoura,o pincel, o cabelo e a pele ¢ também precisa apreciar textures, As textures da pele e do cabelo sdo importantes aspectos do visagismo. Este capitulo trata da apreciagaoe da criagao de texturas, da apreciagao dos outros sentidos ¢ do conceito de empatia. Fazer os desenhos que sugiro ajuda a compreender o que ¢ empatia, antes, porém, € preciso saber um pouco sobre os diversos tipos de lapis existentes, 2 Lendos da vide (The Legend of Bagge Va}, 200, de Robert Reofrd, eon Matt Damon e Wil Sith, OS LAPIS 16 WSAGISMO: AMMONIA ESTENCA Ha lapis comuns, lapiseiras € lapis de grafite prenseda. A maioria dos artistas no gosta de usar lapiseiras para desenhar porque no ha como obter uma ponta ideal, além de ach4-las muito pesadas. Preferem o kipis comum ou 2 grafite prensada. £ methor usar estilete para apontar lépis comuns, que devem ter a ponta longa e sempre bem apontaria, poraue assim se consegue desenhar com a lateral ou com a ponta do lapis € € possivel obter mais efeitos. mais rapidamente e sé produzem pontas curtas. Apontadores desgastam 0 la A grafite prensada nunca € apontada com estilete ou apontador, mas lixada para obter uma ponta. O p6 da grafite também pode ser usado no desenho. Todos os lapis usam grafite para as minas, que também sao diversificadas ¢ de qualidade variével, Todo ldpis recebe uma marcagao que indica 0 tipo de grafite utilizado. B significa black (preto, em inglés) € indica que a grafite é do tipo macio. H significa hard (duro, em inglés) ¢ indica, obviamente, que a grafite €dura. Portanto, HB & um tipo de grafite intermediario, assim como o F, que significa fine (fino, em inglés). A numeracdo ao lado da letra indica o grau de maciez ou de dureza. Quanto mais alta a numeragéo, mais macia ou mais dura é a grafite, Portanto, © lépis mais duro € © 9H, ¢ 0 mais macio, 0 9B. A APRECIACAO DE TEXTURAS Para ter maior apreciagio de texturas, é interessante fazer desenhos que permitam investigar diversas texturas. Use diversos tipos de lapis para fazer esse tipo de desenho ~ idealmente um 6B, um 38, um HB © um 2H ~ e papéis de texturas variadas. Faca varios desenhos em papéis diferentes: sulfite, que € liso, do tipo canson, que é um pouco mais texturizado, papel de embrulho e qualquer outro que tenha textura”? Descubra as texturas possiveis usando os diversos tipos de lapis de maneiras diferentes. Usando a ponta, descobrira que os B produzem tracos mais grossos € escuros do que os H. edos teri €eneantrada eo Phils Mallawel, Amdo Fie 2 tcnias de desert ‘na corpleta apc tenis do PrwdiPossasicos ” Usando a lateral da grafite, descobriri que os H alisam 0 papel, enquanto os B revelam a textura do papel. Trabathando-se primeiro com a lateral do 2H € depois com 0 6B, consegue-se uma textura cscura, brithante ¢ lisa Trabalhando-se primeira com a lateral do 68 levemente, para obter uma texturs granulada, € depois com 0 2H, consegue-se 0 efeito de textura granulada vitrificada, si 264 80+ 98 ‘ 4H 98 am. “i 96 aancas com ‘gb SOBRIPOSIO oes aH FIG. 37. TEXTURAS DIVERSAS OBTINAS CONS LAPIS 8 \iSAalsivo- HARDIONIAEESTETICA Fazer colagens de materiais diversos também desenvolve a apreciagao de texturas. Por exemplo, use papel do tipo canson e cola branca para colar papel de seda e uma variedade muito grande de outros materiais. Na realidade, qualquer tipo de material poderd ser used, € s6 usar a imaginagéo. Pense em arcia, algodo, penas, tecidos, tipos diversos de papel que podem ser recortados ou rasgados — os efeitos de textura sao diferentes - e qualquer outra coisa que vera & mente. Também experimente desenhar em cima das texturas com lépis, giz de cera e tintaliquida (ecoline, nanquim, aquarela ou guache). O objetivo &criar texturas diferentes €estimular a percepgdo e a apreciagéo delas. Acostume-se a prestar atenc3o as texturas. Passe sua mao sobre superficies e objetos diferentes, usando os dedos, a palma ¢ as costas da mao. Sinta as texturas com os olhos fechados. Passe a mao com leveza e, depois, com mais pressdo, € veja quando se tem mais sensibilidade. Depois de ter passado a mao sobre algo com os olhos fechads, investigue a textura com os olhos abertos. Perceba que algumas coisas tém uma textura aparente, que os olhos percebem, mas nao tém uma textura real, que as maos percebam. Note que o liso também é uma textura! Ha muita diversificacdo na textura do cabelo e da pele das pessoas. 0 cabelo pode ser fino ou grosso, seco ou oleoso, macio ou duro. A pele pode ser macia, aspera, ressecada ou cleosa. E muito importante que o visagista perceba as diferencas entre os diversos tipos de pele e cabela para poder trat’-los apropriadamenie. Acostume-se a sentir seu proprio cabelo e a textura da pele de seu rosto e méos, com os olhos fechados, ¢ note quando ha uma mudanga, Se for possivel, sinta 0 cabelo € a pele dos outros, sempre com os olhos fechados. Escolha pessoas de diferentes tipos, que devem permanecer sentadas, com os olhos fechados, para que possam sentir como € 0 seu toque. Estimule-as a comentar sobre a sua maneira de tocar, pois ¢ bom saber como € 0 seu toque, porque é muito importante que ele seja agradavel. Assim como é importante para 0 visagista ter sensibilidade tatil para distinguir o tipo de cabelo e de pele de uma pessoa, também é importante que o seu toque seja leve, cuidadoso e respeitoso enquanto trabalhia no cabelo ou no rosto de alguém. PRINCIPIOS BASICDS | 9 No eu trabalho, visagista usar basicamente, sua percepcéo visual e sue sersibilidade tat, S20 osdoissentidos que o visagista mais usa. £ importante, porém, que ele tenhasensibilidade nos cinco sentidas, porque poderd obter muitas outras informagaes pelos sons, cheiros e sabores. Algm do mais, precisa perceber os perfumes € gostos dos produtos que usa, Por exemplo, os xampus e muitos produtos de maquilagem contém perfumes, ¢ 0 batom tem gosto. Por outro lado, 0 tipo de perfume que uma pessoa usa diz muito sobre ela, assim como sua maneira de falar, e & sempre importante para o visagista escolher solugées que se adaptem & personalidade de seu cliente. APERCEPCAO OLFATIVA (CHEIRAR) ‘A melhor maneira de desenvolver a percepcao olfativa ¢ cheirando conscientemente uma variedade de coisas com odores diferentes: perfumes, temperos, objetos organicos (madeira, folhas, flores, etc). Escolha odores bem diferen- ciados, desde algo doce, como um perfume, até algo mais azedo, como vinagre. Com os olhos vendados, ou fechados, cheire cada coisa e tente identificd-la Na préxima vez que for a uma loja, tente identificar 0 ingrediente basico de diversos perfumes usando uma fita de provador. Perceba que, depois de cheirar um certo ntimero de perfumes, voeé nao conseguiré mais diferencid-los. Note que 0s frascos dos perfumes foram cuidadosamente desenhados: os perfumes ou coldnias masculinos so geral- mente quadrados, ou levemente arredondadas, enquanto os perfumes femininos tém frascos com muito mais curvas {Chanel n¢ 5 € uma excegio notavel), Acostume-se a notar os perfumes e colinias que as pessoas usam, a cheirar conscientemente comidas antes de comer € 05 Ingredientes quando as estiver preparando. Passeie num parque ou no campo prestando atencao nos diversos odores & sua volta. Vocé perceberd que os odores fomecem muitas informagdes, complementam 0 que vocé vé ¢ ouve. E importante prestar atenco no perfume que um cliente usa (ou na auséncia de perfume), porque € mais uma informacao sobre a pessoa, A PERCEPCAO PALATAL (SABOREAR) Para desenvolver a percepcdo palatal € preciso saborear diversos ingredientes, que, lagicamente, devem ser comesti- veis. 0 sabor e a sensacdo sio importantes, entdo use ingredientes doces, amargos, salgedos, apimentados, duros, ‘Macios ¢ grudentos. Pense em ingredientes puros, como sale agicar em pratos feitos, como pudins, manteiga, es, boos, biscoitos, aperitivos, e ainda em legumes, verduras, fritase liquidos, como dgua, café, chds e sucos, Saboreie as diversas comidas e bebidas com os olhias vendados € tente identificd-tas. Antes dese saborear algo, deve~ ~se cheirar a comida, oque também deservolve a perceps3o olfativa. Vocé vera que os dois sentidosestso interligados. Aliés, degustar algo envolve também a visio ~ porque o aspecto ¢ importante - © 0 tata - porque a lingua € 03 lébios sentem a textura da comida, A PERCEPCAO AUDITIVA (OUVIR) Ha varias maneiras de estimulara percepg3o auditiva, Uma ésenter, sem cruzar as pemas, com as mos no colo ¢ hos fechados. Por cinco minutes preste atengio em todos es sons, dentro ¢ Fora do ambiente. Perceba quaritos sons sa0 excluidos da percep consciente, at os diverses instrumentos da Depois, novamente com os olhos Fechados, ousa ume misies sinfanies. Tente orquestra. Em sequida, coloque uma miisica de jazz, s6 instrumental, depois um rock, ou o som de uma bateria de escola de samba, ¢, finalmente, uma cangio, Perceba como cada instrumento se integra ao todo, e que se pode ouvir ‘0 sem como um todo ou cada instrumento individualmente, eo mesmo tempo. Para faclitar essa percepgio, caloque 0 som somente num canal estéreo, depois no outro canal, € volte a equalizar os canais, Assim, alguns instrumentos aparecem mais enquanto outros somem. ‘Amaneira pela qual cata pessoa fala também € reveladora. A comunicagdo€¢ feita visual, auditiva e cinestesicamente (ligada & sensagdes, aos gestos e a0 movimento corporal) tanto por quem comunica quanto por quem recebe a ‘comunicagao. Todos usam as trés formas de comunicacdo, mas cada pessoa use uma dessas formas mais que as auras, ‘0 que permite dizer que uma pessoa é visual, auditiva ou cinestésica. Podem-se identificar os diversos tipos prestanda-seaten de linguagem, pessoas visuais usam palavras visuais com frequencia; os auditivos usam palavras relacionadas sons; e (05 cinestésicos usam palavras e expresses relacionadas a sensagdes. Por exemplo, uma pessoa visual dz algo como "Veja 0 que estou dizendo!", enquanto ume pessoa auditive diz “Escute © que estou dizenda!", ¢ a cinestésice diz “*Sinta 0 que estou dizendo! na linguagem © no ritmo da fala das pessoss. Em termos PrncmossAsions ay Pessoas visuais falam muito rapidamente e tém a tendéncia de atropelar as palavras porque tentam expressar-se (20 rapidamente quanto pensam. 0 visual relaciona-se com a parte superior do rosto ~a testa € osolhios -, que a parte intelectual. Fortanto, o tipo visual é também intelectual, 0 que quer dizer que tem a tendéncia de se relacionar com © mundo ¢ os estimulos intelectualmente. 0 tipo visual nots os olhos dos outros em especial € frequentemente comenta sobre eles. Pessoas cinestésicas Falam lentamente, como se estivessem procurando as palavras ou sentindo-as, porque so emotivas. Isso quer dizer que usam mais 2s emogdes que o intelecto ou a intuigdo para compreender o mundo A sua volta. Do mais importancia & parte central, do nariz aos olhos, que é a regiao emotiva do resto. Os cinestésicos s#o os que mais, notam 0 tipo de nariz de uma pessoa, mas também prestam atengo nos olhos. Pessoas auditivas falam clara e precisamente. Sua fala nao é nem rapida nem lenta. Também so as que methor se ‘expressam, Dio atengie & regio da boca, que é relacionada & intuigio. Portanto, pessoas auditivas sio mais intuitivas que emotivas ou intelectuais. Elas notam a boca ¢ as dentes dos outros mais que as outras regides do rosto, Se voce prestar atencio nos detathes da maneira pela qual as pessoas se expressam e folam, poderd descobrir aspectos importantes da personalidade de seus clientes. isso € muito importante para 0 trabalho do visagista, porque, por exemplo, um cliente do tipo visual prestard mais atencao na regido superior do seu rosto, e essa seri a regido que ele preferira que seja valorizada, E importante salientar que todas as pessoas so uma mistura dos trés tipos. Quando classificamos alguém num tipo, estamos dizenda que essa é sua caracteristica predominante. Lembre-se, no entanto, de que vocé também é de um tipo e que terd a tendéncia de sempre acentuar a area que Ihe interessa mais. Procure conhecer © seu tipo para no deixar suas preferéncias pessoais interferirem na busca da methor solucdo para seu cliente. Pessoas que se acostumam a user todos os cinco senitides constantemente reeebem mais informagdes, 0 que facilita as ‘melhores solugdes em cada caso e as torna mais sensiveis. COORDENACAO MOTORA a Todo travatho de execugao no visagismo requer muita coordenagao motora, tanto na maquilagem quanto nocorte do cabelo. Frequentemente € necessario usar 2s duas maos simultaneamente. Neste capitulo s3o sugeridos varios exerci- ‘clos para desenvolver a coordenagao motora € a sensibilidade no uso das maos. INTELIGENCIA CORPORAL Os exercicios apresentados ajuclam qualquer pessoa a methorar sua coordenagao motora, mas s quem possul intel {géncia corporal consegue abter grande controle e destreza. £ como na danca ou no esporte: qualquer pessoa conse~ que aprender a dangar oua praticar diversos esportes, mas somente aquelas que tém inteligéncia corporal conseguem se tornar bailarinas ou atletas profissionais. Popularmente se diz que quem tem essa inteligéncia “tem ginga’, "é pé de valsa", “tem mao de oura", ou, em outras ppalavras tem um dom com o qual nasceu. € € isso mesmo. A inteligéncia corporal ¢ algo inato, porém, mesmo assim, precisa ser treinada © desenvolvida. Pessoas com inteligéncia corporal tém uma natural percepedo € consciéncia de seu proprio corp, gostam de se movimentar e apreciam movimentos. Essa inteligéncia pode se revelar em qualquer parte do corpo: nos pés, nas maos ou no corpo como um todo. Também ¢ ligada & inteligéneia visual, em especial 4 concepgso espacial, porque é preciso ter boa apreciagdo das distancias ‘entre as coisas € poder intuir ande € o local certo de pisar ou de por a mao, por exemplo. Eligada ainda 3 inteligencia musical, porque € preciso ter um bom senso de ritmo. de explicar, Pessoas com intcligéncia corporal tém a capacidade de pensar com a corpo. € um conceite muito d porque ¢ totalmente diferente de um pensamento verbal ou légico ~ as duas formes que geralmente relacionamas a0 ppensamento. Compare 0 mode pelo qual um gato sobe num telhado com o drible de um excelente jogador de futebol ‘ou a dana de um mestre-sala. Veja que tanto 0 gato quanto o jogador € o sambista esto pensando com seus corpos sta pensa com suas Bos (e musicalmente), assim como o artista enquanto desenha ou € no racionalmente. O “ VisAGHtO:MARWONIAE ESIETICA pinta, tanto que é fascinante observar um grande intérprete ou desenhista em agi. Parece que suas maos tem vontade propria ~ € tém! -, € é esse dominio € essa sensibilidade que o visagista deve procurar obter. EXPRESSAO LINEAR Trabalhar a coordenagae motors também esta ligado ao fundamento da expressay linear. Linhas, tragos € manchas podem transmitir emogdes esensacdes muito variadas, dependendo da maneira de executi-los. A expressio se da por meio do peso, da grossura € do formato das linhas. Por exemplo, uma linha pode ser leve e transmitir graga; pesada © transmitir forga; ou quebradica e tranismitir nervosismo. Portanto, toda linha tem um valor. Eisso também se aplica as pinceladas. Veja como 0s trés desenhos da figura 38 expressam emogées diferentes, Todos os desenhos foram feitos com grande variagdo do valor linear, Percebs que todas is linhas so variadas, portan= to ndo tém um valar Unico. Alias, praticamente todos os desenhos neste livro foram feitos da mesma maneira, Grande parte da beleza de um desenho esta contida nesse fundamento. No visagismo também ha grandes possibilidades de explorar a expressao linear, desde a aplicag30 da maquilagem até a ctiago de luzes no cabelo. Ena maquilagem artistica que mais s¢ vé 0 uso da expressio linear, porque literalmente se pinta 0 rosto, A expressao linear é ligada @ coordenac3o motora € A sensibilidade tatil porque € preciso sentir a linha oua pincelada , a0 mesma tempo, dar-the ritmo. Um mada muita gostaso de desenvolver a expresso linear & desenhando musica. Isso no & a mesma coisa cue a interpretagdo em imagens da musica. E dangar com o lapis ou pincel na mao, ha em harmonia com a expresso da musica. Os acompanhaio de misies. Siga os ritmos e modifique o valor da desenhos abstratos criados slo parecidos com os formados por um patinador que danga sobre © gelo. Se quiser, podera fazer diversos desenhos com materiais diferentes —lipis, pastel, caneta, tints, ete. ~ acompanhado de ritmos diversos. E preferivel acompanhar misicas sem letras. DESENHO COM AS DUAS MAOS Uma excelente mancira de exersitar a coordenagso motora é desenhar com as duas mos, individualmente € em conjunto, porque isso revela quanto se € dependente do uso de uma Unica mao, f as if [ i 4 ei: » De S & y ALORES LINEARES DIE Repita esse exercicio acompanhando os ritmos de diversas misicas, desenhando somente tragos, primeiro utilizando sua mao dominante, depois a outra mao ¢, finalmente, as duas em sincronia, , Face isso ao som de misicas diferentes: uma Sinfonia clissica, jazz, bluese misices associatas a dangas.Lembre-se do conceito de estrutura (capitulo “Estrutura") ¢ ali o significado das linhas diversas (retes horizontals ou verti inclinadss e curves) & expressio através do gesto. Use ambas as maos para praticar essa “danca das maos" “ Ha também exercicios de desenho que deservolvem o controle, Primeiro, desenhe um circulo no ar, usando a mao e o braco. & provavel que vocé tenha esticado 0 brago ¢ feito um movimento com 0 braco todo. Agora, sequre um lapis perto da sus extremidade, longe da ponta, de maneira que a a sats HANA ESA ‘extremidade se encaixe entre o indicador € 0 dedao. Isso nao € possive! seseu lépisfor curte. Com o mesmo movimen- to que fez quando desenhou o circulo no ar, desenhe outro efreulo numa folha de papel. Note que voeé néo conseguird fazer iso Se estiver muito préximo da mesa em que estiver deseninando. Seus bracos precisam ficar lives. Note também que desenhar um circulo € mats ci se fizer movimentos fuidos € rapidos. Em seguida, desenhe varias inhas retas, da’ mesma maneira,e tente manter sempre a mesma distancia entre elas. Faga ima espiral, mantendo sempre as linhas equidistantes Tente fazer a mesma coisa segurando o lipis perto da ponta de grafite. Verd que & muito dificil Desenhe um circulo € preencha-o com ttagos, até obter um tom uniforme. Procure nao ssir des linhas do cireulo, Desenhe outro circulo € preencha-0 com uma cor, usando tinta ecoline ¢ pincel. Utilizando diversos materiais, como estilete, tesoura, cola € pincel, vacé pode fezer outro exercicio muito bom para desenvolver 0 controle motor. E preciso ter varias revistas 4 mio para recortar figuras. Procure nas revistas Fotografias de pessoas ou objetos cujes formas sejam complexas e que exijam atencdo na hors de recortar. Use uma tesoura pars fazer 0 recorte. Numa fotha de papel colorido, desenhe algumas figuras e objetos. Depois, recorte os desenhos usando um estiete, Se quiser, poder desenhar com o proprio estilete enquanto 0 papel ¢ cortado. E importante prestar atengdo na superfi- cie em que esta cortando: coloque um protetor sobre a mesa para protegé-la de riscos e cortes. Use cola branca para colar as figuras recortadas numa cartolina, mas deixe alguns espagos entre elas, que deverao ser preenchidos com cores pintadas. Esse exercicio também estimula a criatividade 0 senso de composigao. SEGUNDA PARTE - ROSTO CONCEITOS DE BELEZA ® No visagismo, é fundamental ter um bom conhecimento da estrutura anatmica da cabega e dos diversos formatos do rosto, de cabega, do pescago € dos ombras, e das partes do rosto. Nos capitulos a seguir tudo isso seri investigado detalhadamente. Também serd mostrado como prosseguir no desenho da cabega humana, algo muito util para visagista aprender porque o ajuda a criar. Na deserigdo da cabeca, do rosto, das partes do rosto e também do proceso de desenhar 0 resto s8o itados diversas formatos € proporgies denominados "padrBes', mas eles no devem ser entendidos como padrdes inflexiveis de beleza porque hoje 0s conceitos de beleza contestam a determinacao de padrdes. No entanto, por muito tempo prevaleceram os padrdes de belezs, e, até hoje, quando se fala em beleza classica, estd se falando de quem tem esses formatos e proporgdes. O conceito do que é belo no homem e na mulher mudou muito desde os anos 1960 por causa da mudanca dos seus papéis na sociedade. A liberagdo da mulher de um papel submisso na sociedade, jimitada @ familia e ao lar, ea crescente sensibilizacza do homem foram a que mais contribuiu para uma visio radicalmente diferente do que é belo. Também deve ser levado em conta que os padrées de beleza aplicavam-se principalmente is pessoas de pele branca e no incluiam negros € orientais, Hoje, esse preconceito ¢ inaceitavel, portanto é preciso expandir o conceito daquilo queé belo, O queé uma caracteristica normal de um crupo éthico deve ser valorizado, do contrétio afetard negativa- mente a autoestima das pessoas, que tentarao se adtaptar a um tipo diferente do seu, No entanto, os formatos "padres" indicados esto de acordo com as pessoasde pele branca. Mas em momento algum cesses padres devem ser considerados padrdes de beleza. AAté muito pouico tempo atras 0 rosto oval era considerado o formato ideal para a mulher € o mais harm6 proporcional e feminino por causa das curvas leves € da proporcao 2:3, ou seja, a largura do rosto oval & dois tercas de 9 isis: Hao EESTI sua altura, o que é aproximadamente igual 8 proporcdo aurea.” No homem, o formato retangular era 9 mais valori- zadlo, por transmitir forga e masculinidade. No en hexagonal ou retanguiar do. que oval, enquanto os formatos oval ¢ hexagonal so encantradas com m frequéncia entre homens considerados belos. Mas todas esses formatos tém a mesma proporgio, ou seja, 2:3. nto, & interessante vbservar que, atuaimente, hd mais modeles femininos € atrizes com restos com formato mais ‘A proporgdo durea éa base de toda a estetica, porque esté no limite da irregularidade. O olho humano fica entediado quando ha regularidade demais e incomoda-se quando hit excessivairreqularidade. Portanto, quando um rosto esta fora dessa proporedo, sente-se que & muito longo, muito curto, muito largo ou muito estreito. Em telagio as partes de rosto, o que agrada o olhar € a regularidade dentro do formato irregular. Portanto, um resto que pode ser dividido em trés partes iguia’s & percebido como belo, assim como aquele que tem aproximadamente 0 ‘mesmo tamanho de nariz, de olho € do espaco entre o olho e o nariz. Isso se aplica a qualquer grupo étniico. Mesmo levaride em conta tudo isso, ndo seria correto classificar somente os formatos padroes como belos. A propor= 40 n30 é 0 Unico indieador de beleza. O que transmite Forga, dinamismo ou sensualidade, entre outras qualidades, também & percebido como belo. Ha muitos exemplos de pessoas - tanto mulheres como homens ~ que sio conside- raidas belas hoje € que nao se enquadram nos "padres" do passado, Portanto, o trabalho do visagists envolve valorizar aquilo que & belo na pessoa € o que é caracteristico de seu grupo Etnico, levando em conta sua personalidade ¢ sua posicdo na sociedade, Como dizia Fernand Aubry, 0 crlador do visagismo: "Nao hd mulner sem beleza, somente belezas escondidas" € “0 visagismo coloca em evidencia o que ha de nico num rosto"™ Ver prima pare Prnpos bcs. “inva ens beast iy agucees bets igent ' tessigime met en dence q'urvsapes tune” A GEOMETRIA E A ANATOMIA DA CABEGA oe A cabega humana & formada por trés camadas basicas: pele, partes moles ¢ partes fixas ou duras (0 esqueleto). E preciso investigar cada camade separadamente, porque cada uma se desenvolve de maneira diferente. Apele éa camads que mais se modifica 20 lango do tempo. Mostra os sinais de envelhecimento rapidamente € pode se alterar até de um dia para outro, de acardo com os niveis de estresse, com 0 estado de ditimo da pessoa € com as influéncias do meio ambiente, como 0 sol, 0 frio € a poluigao. Também é a area sobre a qual 0 vsagista tem mais influncia, podendo disfarcar as marcas de envelhecimento, como rugas, restaurar 0 brtho e @ cor, ¢ amenizar sinais de cansago e de perda de elasticidade. ‘As partes moles alteram-se lentamente ao longo dos anos. Os miisculos ficam mais flacidos com o tempo, ¢ ha um ccrescimento das partes moles do nariz, do queixo e das orelhas. A parte éssea sofre poucas modificagdes depois da idade adulta, Podemos notar que & parte inferior do esqueleto da ‘cabega de uma crianga que mais eresce. Proporcionalmente, a mandibula ¢ a maaila sio muito menores que o cranio ha crianga do queno adulto. A parte 6ssea determina 0 formato da cabega € do rosto de uma pessoa, quesé édefinido ‘quando ela se torna adultta 0 tamanho, 0 formato € © posicionamento dos olhos, do nariz, da boca € do queixo sao determinadas tanto pelos misculos e eartilagens quanto pela ossatura da cabeca. A ESTRUTURA DO ESQUELETO DA CABECA. AS PARTES OSSEAS E A CONSTRUCAO DOS PLANOS Antes de olhar para a desenho do esqueleto da cabeca a seguit, sinta 0s osses da sua cabeca. Com os dedos das duas méos, snta o formato do grande osso frontal, que se estende do meio do cranio atéa testa e forma 0 arco das sobrancelhas. Esse osso determina a largura ea altura da testa e a projecao das sobrancelhas, portanto, a profundeza dos olhos. 26 ‘WsAGisWo: HARMON EESECA ‘Agora passe os dedos na parte de tris da cabeca, formada pelos ossos parietal e occipital, na alturs da nuca, Perceba quesua nuca fica na altura dos ouvidos. Na realidade, o erdnio acaba na jungdo da mandibula edo osso occipital, Esses ossas definem 0 formato da cabega em si Leve 0s dedos para a parte frontal da eabega, pasando pelas témporas, um pouco a frente das cavidades dos ouvidos © a0 redor da cavidade dos olhos, na regio das macis do rosto. Os ossos embaixo dos olhos sao conhecidos como arcos zigomaticos. A projesdo desses 0s505 © 0 nivel de rebaixamento dos ossos temporais tém grande influéncia no formato do rosto. Agora traga seus dedos para o sito do nariz, ondese encontra o pequeno osso nasal. Perceba que ele acaba na metade do narize que ha uma cartilagem que alonge 0 oss0. 0 formato do nariz é determinado pela forma, altura e projecao do oss0 nasal e pelas cartilagens que se projetam sobre a cavidade nasal ‘Abaixo dessa cavidade, sinta 0 0550 da maxila, que segura a arcada dentéria superior. Esse asso passa por baixo doarco zigomatico, o que provoca um estreitamento do rosto na altura da boca, Finalmente, sinta a sua mandibula, o oss9 que forma o queixo e que determina 0 formato da parte de baixo do rosto. Sobre a mandibula € a maxila podemos sentir os musculos da boca, dominados pelo grande musculo orbicular da bocs. A projegio da boca & determinada pela maxila € pela mandibula, mas o formato é todo definido por seus misculos ¢ pelo desenho dos labios, Observe a figura 41. As partes moles encontram-se na area clara, ao redor das partes duras. Veja que as partes moles se concentram ao redor do nariz € da boca. £ € justamente nessa érea, compreendida por um tridngulo no meio da Gem. 0 resto do esqueleto da cabeca & coberto principalmente pela face, que se aplica a maior parte da maqi camada de pele e possui poucos misculos. ‘onosto ow (9860 FRONTAL ree FG, 39, ESOUELETO DA CABECA VSTO DE FRENTE. COM OS PRINCIPAIS 05508, ‘wscisa: HARMON EESTTICA ‘FG. ESQUELETO DA CABECA VASTO DE PERF, COM OS PRUICIPAS OSSOS, FI. CABECA HUMANA MOSTRAIIDO AS PARTES MOLES AS PARTES LRA, 100, sao: OA SIENA AVESTRUTURA DAS PARTES DO ROSTO (NARIZ, OLHOS, BOCA, QUEIXO) Nariz ‘Aaltura ¢ inelinasdo do natiz sin determinadas pelo osso nasal, que acupa somente a parte superior do ari. A pponta, asmarinas € as laterais so formadas por diversas cartlagens. 0 formato do narizé basicamente-o de uma giramide com bese triangular, com dois fados iguais (as laterals) © @ base ‘mais curta. Os Angulos dessetrinculo sio aproximadamente de 60", 30° © 60". 0 dpice da pirdmide do varie etd va ponte do nari, lovalizado quase em cima da linha de base. Portanto, enquanto as lateras se inetinam aproximadamente 30°, a base do nariz ¢ quase perpendicular ao plano do rosto. Logicamente, hi ‘muitos tipos diferentes de nariz, camo veremos adianie. Nerizes arrebitados tém sev apice mats para o centro do triangula, enquanto marizes aduncos povtem ter 6 pice abaico da linha de base. ‘Yambémé preciso levar em conta que # pontado nariz tem o formate de ume esfera e que a incinagdo das leterais das narinas & menor que a inclinacdo das laterals da parte superior do natiz (veja a figure 43).As partes moles do nariz ‘continuam a crescer ao longo dos anos, que altera 3s proporgdes das pessoas & medida que envelhecem. i643: DeSEWO MOSHRANDO COMO O NAKIE TEM O FORNEATD DE UMA PANE Olhos ows 101 Osclhossdo formados pelo globo ocular, que fice dentro da cavidade abaixo do osso frontal eacima da arco zigomatico, € s&o circundados por diversos misculos. O principal misculo ¢ 0 orbicular do olho. O nivel desaligncla dos othos € determinado pela projecao do osso frontal, pela altura do o3s0 nasal ¢ pelo rebaixamento do arco zigomatico. ‘As palpebras abrem-se e fecham-se sobre o globo e revelam somente uma parte dele ~ @ drea em volta da iris. Onde se juntam, perto do nariz, esta a bolsa lacrimal. Com os olhos abertos, normalmente 2 iris ndo € vista totalmente. A palpebra superior cobre airs, de forma que apenas pouco mais que sua metade ¢ Vsivel. Em geral, a iris ocups metade da abertura do olho, ¢ a parte branca 20 redor da iris (a esclerética), so um quarto da rea de cada lado. A pupila fica no centro da iris Pessoas idosas aparentam ter olhos pequenos porque a pele das palpebras superiores envelhece e torna-se flicida, enquanto bolsas se formam nas pélpebras inferiores. Os misculos também perdem sua elasticidadee sua capacidade de sustentar as palpebras. Boca boca é formada pelos labios, situados sobre a arcada dentiria, Embaixo dos labios e ao redor da baca encontram-se varios misculos, dominados pelo orbicular da boca. 0 libio superior projeta-se para fora um pouco mais do que & Lébio inferioy, € este tem uma curvatura maior que a do superior. ngulos sobrepostos, e 0 Kabio inferior, o de um trapézio. Veja na figura 45 0 tabio superior tem 0 formato de doi se | J alt FIG. 44. DESENHO DO LHD, MOSTRANDO Queixo 0 queixo assemelha-se a uma esfero, feita de tecidos moles, sobre a ponta da mancibula, 0 formato do queixo € determinado pelo formato da mandibula ¢ pela quantidade de tecido, Esse tecido continua crescendo ao longo dos anos € altera muito 2 aparéncia das pessoas. \ U FORMATO. FIG. 45, FORMATO GEOMETRICO DA BOCA 12 VIDAL HARNUNIAE ESIEIICA 10 00 QUEDO, FORMATOS BASICOS DO ROSTO 105 Primeiramente, uma pergunta: Qual é 0 formato do seu rosto? A grande maioria das pessoas nao sabe, por isso € possivel que vocé mesmo ache que tem um determinado formate, mas descubra, depois deste capitulo, que o formato € outro. RECONHECIMENTO DE PADROES NO ROSTO No visagismo, € de suma importancia poder reconhecer os formatos padres do rosto, porque o formato indica estilo de cabelo ¢ de maquilagem mais adequado. Vocé também verd, quando 0 processo eriativo for investigado,?° que, antes de poder criar ou modificar padres, & preciso saber reconhecé-los. Recanhecer os padrdes do rasto ~ oque comega com a identificagdo dos formatos de rosto e, depois, passa pelos formatos da cabeca e das partes do rosto ~ requer muita observago e capacidade de comparar os espagos nos dots lados das linhas que indicam 0s formates. Observe a figura 47 e compare-a com a ilustragao do rosto oval (figura 48). A que parte do rosto corresponde? Complete o desenho para formar um rosto oval. Para compreender a forma que essa linha indica, € preciso comparar os espagos dos dois lados da linha. No caso, 0 espaco 4 direita € 0 que estd em volta do rosto (espago negativo), enquanto o espaco a esquerda é ocupado pelo rosto (espago positivo). E fazendo essa comparagao que se percebe que a linha se curva do topo até a maga do rosto, onde se inclina acentuadamente até um ponto em que se curva novamente para dentro, tanto de um lado quanto do outro, perfazendo um formato oval. E muito importante saber observar dessa maneira se se quiser distinguir 0 formato de um rosto. Essa drea, do alto da mag do rosto até a mandibula, € uma das mais determinantes. 0 formato do rosto € determinado, como vimos anteriormente, pela estrutura dssea da pessoa. Por exemplo, se 0 0s50 frontal de uma pessoa for largo e a mandibula fina, 0 rosto provavelmente serd triangular invertido. Por outro lado, pessoas com arcos zigomsticos grandes tém mags do rosto altas € lergas, com tendéncia 20 formato hexagonal. © Vero capita pensimes \steiMo: HARMON SII Ras vor Ao obseivar o rosto de uma pessoa, sempre faga com que o cabelo seja puxado para tris, para revelar toda a testa ¢ a fina do cabelo. E natural que pessoas com testa larga usem cabelo que caia sobre ela, o que pode dar a aparéncia de uma testa arredondada, quando ra verdade € quadrada, 0s pontes principsis a serem observados sto a altura a largura da testa, o Formato das magis do rosto e o formato dda mandibula. Rostos ovais € redondos tém formas arredondadas, rostos quedrados sf0 consttuidos por Angulos retos,€ 1ostos triangulares ¢ hexagonais tém caracteristicas angulares FORMATOS DE ROSTO Rosto oval No rosto oval, a testa é arredandada e ndo muito larga, ¢ as témporas nao sto muito profundas. A linha do cabelo é& arcada. AS linhas das magasdo rosto © do queixo so suaves ¢ levemente arredondadas. A maga do rosto é levemente saliente e desce até a curva da mandibula, que comeca na altura da boca. A largurs do rosto oval corresponde a dois tergos de seu comprimento, Perceba que isso se aproxima da proporca0 aurea Uma variagdo do rosto oval &o formato obtongo, um pouco mais longo. As caracteristicas desse formato sto a testa alta, o queixo maior ov 0 nariz longo. Por muito tempo o formato oval foi considerado « ideal de beleza para as mulheres, porque expresse delicadcza € suavidade, No entanto, esse conceito presume que o deal de mulher € delicadeza es suavidade, algo preconceituoso ¢ antiquado no mundo atual. Ha beleza na delicadeza € na suavidade, ¢ ainda ma forga, na expressividade ¢ no dinamismo, por exempio. Portanto, hé beleza em todos os formatos. Alids, também hé beleza masculina no formato ovall Rosto redondo Rostas reclandos possuem poucos dngulos.£ 0 formato angelical cu infantil, muito usado por pintores da renascenga para suas madones. A teste € © queixa so menores que nos rostos oveis, ¢ 08 olhos Frequentemente sio mais sis: AROMA STENCH RG. 60, ROSTO RETANGUIAR 116.49, RISTO AEDONDD. onos0 109 ‘espagados que o usual, Geralmente os formatos dos olhos ¢ do nariz tamisém so arredondados, assim como a linha do cabelo. E um formato muito encontrado entre pessoas de origem asiatica ¢indigena. Rostos quadrado e retangular A principal caracteristica do rosto quadrado sao os angulos retos. Ateste ¢ retangular, com a linha de cabelo reta, eas témpores nio so muito profundas. As magis do rosto também nio sio muito salientes e descern até a mandibula ‘numa linha com pouca inclinasdo, quast vertical. A curva da mangibule encontra-se abaixo da linha da boca e corre ‘quase horizontalmente até 0 queixo, que pode ser um pouco pronunciado. © rosto retangular € somente uma variagao do quadrado, sendo um pouco mais longo ¢ tendo uma proporgio mais ‘comum em pessoas que provem do norte da Europa ~alemes, escandinavos préxima da durea, Esse formato & m € ingleses ~ ¢, portanto, em muitos americanos ¢ brasileiros do sul. Tradicionalmente, 0 quadrado é assoclado a qualidades masculinas por cause das linhas retas, Observe que os super -hetbis, na maioria, sio desenhados com restos quadrados e que essa é a forma dos rostos da maioria dos atores especializados em filmes de agio. Mas isso € to preconceituoso quanto considerar 0 formato oval o ideal da beleza feminina. Alias, algumas das mulheres mais belas tém rosto quadrado, Rosto triangular invertido ‘As principais caracter’sticas do rosto triangular invertido sio a teste larga € 4 mandibula estreita, Frequentemente, os olhgs séo também bastante espagados. As mags do rosto nao so muito pronunctadas, nem as témporas profundas. Praticamente nao se percebe a curva da mandibula, ¢ rosto ¢ formado por uma linha continua que corre da magi do rosto até queixo, num Angulo bem acentuado, 0 queixo & pontudo, mas nem sempre pronunciado Esse formato nao deve ser confundido com 9 hexagonal, que também tem a parte mais larga da testa na altura das sobancelhas, porém a parte superior da testa € muito mais estreita, ESTACOM 9 CORACAD, FG. 5. ROSTO TRANGLLAR IVE onesto a1 Uma variagao desse formato € 0 rosto em forma de coracdo, também ndo muito comum. Nese tipo de rasto as linhias so um pouco mais arredondadas, ¢a linha do cabelo se abaixa no centro da testa 0 rosto triangular invertido € muito comum entre os brasileiros, especialmente os do norte e nordeste do pais. Rosto triangular 0 rosto com 0 formato de um tringulo, também conhecido como o formato de péra,ndio € muito comum, especial- imente em mulheres. Sua caractertstica mais marcante & a manioula bastante evidente, larga e quadrada, pois apre— senta sua parte mais larga na érea da mandibula, enquanto a testa é pequena e estreita, As magi do rosto nfo sho pronunciadas, porém as témporas sio profundas. A parte inferior do rosto € muito semethante ao formato do resto quadrado, com a curvature do os50 da mandibula abaixo da linha da boca, mas geralmente é mais pronunciada ainda, Portanto,a linha da mag do resto até a mandibula inelina-se para fora, a0 contrdrio do que percedemos nos outros formatos Muitas pessoas idosas parecem adquirir essa forma de rosto, um fendmeno mais comam entre homens do que entre mulheres, mas na realidade tém rostos quadrados que simplesmente engordaram. Rosto hexagonal (reto lateralmente) 0 rosto hexagonal com as lateras retas € muito semethante ao rosto oval e, portanto, facilmente confundido com ele, No entanto, em vez de ter curvas suaves, ¢ bastante angular. A testa também é em forma de trapézio, mas percebemos ngulos acentuados c ndo curvas onde ¢la se estieita, €a linhe do cabelo € curta € reta, As mags do rosto so um pouto mais pronunciadas, ¢ as témporas mais profundas. 0 queixo também ¢ mais pronunciado e angular, assim como a curva da mandibula, na altura da boca. Curiasamente, esse € 0 formatn de rosto que os artistas preferem para seus modelos ~ justamente por naa ser tio arredondado como 0 rasto oval -, porque se consegue mais expressividade nos tracos angulares que nos curvos, sem que se percam as proporgées dureas. Pela mesma raze ¢ um formato muito fotogénico, » que explica por que tantos modelos fotograficos ttm esse formato de resto, 16 52, RSTO WUANCULAR, 10, ROSTO HEXAGONAL LATERAL RENAL Rosta hexagonal (reto na base) a © rosto hexagonal com a base € a testa retas, embora tenha 0 mesmo formato do tipo que vimos anteriormente, & completamente diferente no seu aspecio. As magas ¢o rosto si Selientes, parecidas com as do rasto trlangular, mas a testa nao & to larga, nem 0 queixo pontudo. A jinha que corte da magi do rosto até 2 mandibula € bastante incinada, Abaixo da linha da boca podemos perceber a curva da mandibula, bastante angular, ¢ 0 queixo de formato quadrado, A testa & em forma de trapézio, com a linha do cabelo reta e razoavelmente longa. Este formato também é conhecido como formato em diamante, Muitas vezes & dificil distinguir entre este formato de rosto © triangular invertido, Nesses casos & preciso observar cuidadosamente o queixo ¢ o formato da testa, que, se for bastante larga, indica o formato triangular. Rosto em losango O rosto com formato de um losango & muito parecido com o triangular invertido. Ambos tém 2s macas do rasto pronunciadas, quase nenhuma definigao no maxilar © queixo pequeno. A ciferenga esté na testa, que neste caso € muito menos larga e, em vez de ser rete, forma uma ponta ou curva pronunciada 0 losango, 0 trigngulo invertido e os dois tipos de hexdigono sio os formates de rosto mais encontrados no Brasil, E surpreendente descobrir que a maioria das pessoas nao sabe como é seu proprio rasto. Isso é importante, porque mostra que 2 maioria dos clientes de visagistas também ndo sabe que tipo de rosto tem. Voct descobrira que precisa de pratica para poder identificaro tipo de rosto de uma pessoa rapldamente, Um visagista precisa ter a habilidade de observacio ripida. Assim que vé 0 seu cliente, deve saber qual o formato do seu rost. Ha varias maneiras de exercitar esse habilidade. Basicamente, é preciso observar muito cuidadosamente, Vocé pode, por exemplo, usar papel transparente (papel de seda ou, melhor ainda, pape! vegetal) para copiar os formatos basicos dos desenhos anteriores. Coloque 0 papel sobre os desenhos ¢ trace os formatos. an Ws HARVONIAESTENER FIG, 8, ROSTO HEXAGONAL BASE REN FG. 5 ROSTO EM FORNARE onost0 ns Depois, observe rapidamente a fotografia de uma pessoa, com aproximadamente o mesmo tamanho do desenho, ¢ tente identificar © formato do rosto, Nao analise demoradamente. Em sequida, coloque 0 papel transparente sobre a fotografia c veja se acertou. Teste varios formatos para ver qual corresponde melhor ao formato da pessoa fotografada, Faca isso com varias fotografias de pesoas diferentes: voce mesmo, seus familiares, multcres, homens, pessoas andnimas e pessoas famosas. Outro exercicio instrutivo e divertido é desenhar com creiom, num espelho, o formato oval de um rosto, com metade do tamanho de um rosto, ou seja, com altura de 10 cme largura de 7 cm. Depois, desenhe também os outros formatos, usando diferentes cores de creiom para cada formato, mas sempre com a mesma proporcdo. Vocé pode user os desenhos deste capitulo como modelos. Por que com a metade do tamanho normal? Porque vocé sempre vé seu reflexo no espelho com 2 metadedo tamenho real ~ experimente para ver! Usando esse espelho, voré poder ver quais sio os Formatos de rosto de diversas pessoas, conferir se pode identificar corteta e rapidamente esses formatos e ver que, realmente, @ meioria das pessoas ndo conhece 0 formato do seu proprio rosto. FORMATOS DE CABECA, PESCOCO E OMBROS Depois de conhecer as estruturas e os formatos do resto, € preciso conhecer os diferentes formatos da cabeca, do pescoco e dos ombras, que formam a moliura do rosto. Os formatos dessas partes influenciam a maneira pela qual se percebe o rosto e padem ressaltar uma area dele, Também podem acentuar certas caracteristices, Por exemplo, uma pessoa cujo rosto € aval e longo € cujo pescoco também é longo parece ter rasto miais longo do que outra pessoa com ‘O. mesmo formato de rosto mas que tem pescoco curto. E 0 corte do cabelo que mais altera 2 aparéncia dessas partes, FORMATOS DE CABECA E preciso observar 0 perfil da pessoa para saber 0 formato de sua cabeca, © a parte de tras e a nuca precisam ser visiveis. ponto mais pronunciado da parte de tras de cabeca localiza-se na linha dos olhos. Cabeca padréo 116 A cabeca padrao quase se encaixa dentio de um quadrado, o que significa que a altura total e a largura total sao praticamente iguais e a oretha situa-se quase no meio da cabeca, olhando-se de perfil. Na realidade, a parte de trés da cabega (y) € um pouco menor que a parte da frente (x), medindo-se da orelha. ‘A nuca localiza-se na linha do lébulo da oretha, ¢ 0 formato da parte de tras da cabeca se parece com um ponto de interrogacéo. No entanto, observe que 0 pestoco se inclina um pouco na diregéo das costas, € ndo é vertical Em criangas, a cabega & mais larga que alta porque o eranio cresceré pouco, enquanto a parte da mandibula crescers muito. esniosecamowa \ Cabega plana Cabega pronunciada RB A caracteristica da cabega plana é que a parte de tris € A cabeca pronunciada éo contrario da cabeca plana, por- mais curta que o padrdo. Isso quer dizer que a medida xé que a parte de trés € maior, ou seja, a medida xé quase bbem maior que a medida y. igual & medida y. da cabega di- Um maior volume de cabelo na parte de tras alonga a Pouco volume de cabelo ne parte tra cabega. minui a aparéneia de pronunciada. FIG.59. CABECA PRONUNCIADA, FIG. 58. CABECA PLANA, Cabeca alta ‘Quando se othe para umra pessoa com cabega alta, a parte de tds parece elevada porque a parte mais pronunciada da traseira do crénio est acima da linka das olhos. Normalmente os olhos estdo situados na metade da ea ‘begs, portanto dos olhos att © queixo (a) hd e mesmo tamanho que dos olhos até o topo do eranio (6). No en= tanto, otamanho da parte superior da cabeca ata (0) & geralmente maior que 0 da parte inetior (a. ‘A cabega alta cria a impressio de que a pessoa tem um ppescago fongo, porque 3 nuca também pode estar um ouco mais para cima que o padcio, Um volume maior de eabelo ao redor da nuca abaia a ceabeca ata, 16, 64 CABECA ALA FORMATOS DE PESCOCO E OMBROS Cabega baixa AN principal caracteristica da cabesa baa & que a parte superior (8) & menor que s pate inferior (a, porauc © onto mais pronunciado datrasira da cabecalocaliza-se absixo a linha dos onos. Pessoas com cabegas baixas parecem ter pescacas curtos, porque a nuca pode estar situada um pauco abaixo do patra. Um volume maior de cabela no alto da cabeca levanta a ceabega baba (CAME BAIKA Pare percebero formato do pescogo € dos ombros,alne para a pessov de rent: « cfc eikos verticals nas itera do esiogo le € ehxos horizontals na parte mais alta das lteras () € na juncéo das claviulas (¢), onde © pescogo termina, Compare 0s tamanhos da largura (x) eda altura do pescogo(y). Ideelmente, quando voce estiver observando os ombros, eles devem estar 8 masta ov, pelo menos, nao altradas por eneimentos nas roupas. 2 SED FRONTAL CAHECA ESCOQDE Pescogo padrao No pescaco padr&o, as laterais esto no mesmo eixo ver- tical (c) que os cantos externos dos othos, € a largura do pescoco & igual 4 altura, a distancia entre os eixos (d) ¢(¢. Pescoco fino 0 pescoca & corsiderado fino quando os eixos verticals das laterais do pescoro estao para dentro dos cantos ex- temos dos ethos, Nao muito comum encontrar alguém com pescogo Fino, mesmo em pessoas muito magras. Geralmente, confunde-se 0 pescogo fino com 0 pescoco longo, porque ambos tém proporgdes semeihantes. FIG. 6S. PESCOCD FINO, Pescogo grosso O pescogo é considerado crosso quando os eixos verticais das laterais do pescogo (¢) esto para fora da linha dos cantos extemos dos olhos. A maioria dos homens tem escogo grosso, Os super-herdis de histérias em quadri- ‘nhos, na maioria, sAo desenhados com pescogos exagera~ damente grossos. AG. 63, PESCOCO PADRAO. 120 VISASISMO: HARNONIA ESTENCA FG 6. PESCOCO GROSSO, Pescogo comprida 10510 121 O peseago € longo quando sua alture é maior que sua largura, Pescogos longos sdo valorizados nas mulheres porque do um ar de elegancia. Os pintores Parmigianino {1503-1540} e Modigliani (1884-1920) so conhecidos por suas pinturas de mulheres com pescogos longos. 0 cabelo preso em cima da cabega veloriza 0 pescoro longo. FIG. 66. FESCODO LONG Pescogo curto . (0 pescago curto € aquele que € mais fargo que longo. E muito facil confundir © pescogo grosso com 0 curto € vice-versa, porque ambos tém proporgées semelhantes. A diferenga esta no eixo vertical (c).0 pescogo curto tem uma largura padrao, portanto as eixos estéo em linha ‘com 5 cantos externos dos olhos, mas 0 comprimento nao é 0 padrlo, a0 contriio do pescago Grosso. Fi. 67, PESC Ombros redondos As extremidades dos ombros redondos ficam no mesmo xo que a jungao das claviculas, que sao retas, sem incli- nnagdo, 0 ombro forma uma acentuada eurva com 0 bra~ 0, Embora 0 ombro redondo seja considerado © mais feminino,€ curioso quea moda recente ¢a dos anos 1940 tragam muitas roupes femininas com enchimento nos ‘ombros. Compare isso com a moda dos séculos XVIII € XIX, quando as mulheres mantinham seus ombros mos- tra, € com as roupas usadas pelas mutheres nas pinturas dos antigos mestres, desde a renascenga. ) ig, 69, ompras ReDONDOS. Ombres retos 122 MISASISMOL HARKOMA ESTENCA Ombros retos so caracterizados por uma linha quase horizontal e formam um Angulo quase reto com 0 braco, ‘que se localiza bem acima da jungéo das claviculas. Estas inclinam-se em forma de V. Ternes masculinos contém ‘enchimento nos ombros para levanta-los e dar-ihes um aspecto mais reto, porque ombros retos so considerados um atributo masculino. Y FIG. 68. oweROs RETE Ombros triangulares 3 Asextremidades dos ombros triangulares também ficam omesmo eixo que a jungao das ciavicutas, que também io retas. No entanto, © ombro néo forma uma curva com o braco, mes um Angulo. FIG. 1. OMBRCS TRIANGULARES. Ombros largos ¢ ombros estreitos 12 Também ha ombros largos € ombros estreitos, ou pequenos. Todos os desenhos anteriores foram feitos com as proporgdes normais, portanto a largura de cada ombro, do centro do pescogo até a extremicade, € igual ao compri- mento do rosto, Ombros estreitos sao menores que a altura do rosta, e ombros largos sao maiores. Assim como ¢ importante que 0 visagista saiba reconhecer rapidamente o formato do rosto de uma pessoa, também precisa saber reconhecer o formato da cabega € do pescoso. E 0 tinico modo de treinar essa habilidade é pela obser vagio de pessoas. Para identificar 0 formato da nuca e do cranio € preciso observar a pessoa de perfil eo cabelo deve estar preso para cima ou ser curto, Nao ¢ facil encontrar fotografias de pessoas assim. Para identificar o tipo de pescoco € ombros, observe as pessoas de frente, mas € necessdrio que estejam descobertos também. Portanto, um dos melhores \ugares para fazer esse tipo de abservacdo é na praia ou na piscina, onde as mulheres geralmente prendem seus cabelas os ombros esto mostra 1S EOMBROS LARGOS, AS PARTES DO ROSTO va? Deve ser cada vez mais evidente que sio os formatos do rosto e das partes que mais diferenciam as pessoas entre si, € nio as proporgdes. Neste capitulo, 0s formatos das partes é que serdo investigados. Vocé ja conhece as estruturas dos olhos, do nariz, da boca edo queixo, mostradas no capitulo“A geometria e aanatomia da cabeca’ Agora vera que, dentro dessas estruturas basicas, ha diversas formas, incluindo as das sobrancelhas. FORMATOS DE OLHOS 0 olho pode ser comparado a0 formato basico de um tridngulo, com uma base reta ¢ 0s dois lados iguais a 45°. Veja, na figura 72, que 0 arco superior dos olhos tem seu ponto mais alto no pice do triangulo. Esse ¢ o formato padréo. E importante lembrar que os dois olhos de uma pessoa nunca sio iguais; um pode ser maior que o outro, mais evantado ou mais inclinado. No entanto, ambos tém o mesmo formato geral. Ha quatro formatos basicos: redondos ¢ abertos, amendoadas (levantados), caidos e cerrados. 0 formato do olho asiatico ¢ diferente do ocidental, mas também pode ser amendoado, caido, aberto ou cerrado. Outra coise que se deve observar é se 0s othos so grandes ou pequenos, salientes ou fundos e separados ou préximos. 0 que determina 0 formato do olho é 0 tipo de curvatura da abertura do olho em si co tipo de curvatura das revela mais da iris do branco do olho, por exemplo. No entanto, ha pouca palpebras superiores, Uma abertura mai variagio no tamanho da iris. Olhos amendoados (levantados) 128 VISAGISMO: HARMONIA STEICA Veja que 0 triangulo € levantado na parte externa dos olhos amendoados, portanto a base é inclinada para cima, € 0 canto externo & mais longo que o interno, Este tipo de olho dé a impressdo de altivez ou arrogancia, FIG. 73. OLHO AMENDOADO. Olhos caidos O tridngulo dos olhos caidos ¢ rebaixado na regido exter- na, portanto a linhe de base € inclinada para baixo. 0 canto externo € um pouco mais longo que o interno. Este tipo de olho sempre parece carregar certa tristeza ou preocupacao. 6.74. OLHO cAlBo. Othos cerrados A principal caracteristica do olho cerrado & que o trian- gulo € mais baixo, 0 que da aimpressio de que o olho é pequeno. Portanto, a palpebra superior quase nao tem arco, Este tipo de olho ndo€ necessariamente inexpressivo, mas nunca chama muito a atengio. Olhos redondos € abertos onto. 120 0 lho redondo tem o arco superior com uma curva bem definida e a palpebra arredondada. A base do olho tam- bem é arredondada, 0 tridngulo € mais alto que pa- drdo, Isso dé a impressdo de que o olho & grande, A ‘expessdo que transmite é de atengao inocéncia. FG. 75. OLHO REDONDO E ABERTO. Olhos asidticos 130 0 olho asiatico difere do olho ocidental na parte interna da palpebra superior, que quase no € visivel e que dé a impressao de que foi “puxada” para aextremidadeexterna. FIG. 77, OLHO ASHANCO, Othos grandes ¢ olhos pequenos 44) 0 olho grande domina as atengGes em detrimento das outras partes de rosto, ao contrario do olho pequeno, porque proporgdo da largura do olho em relagda ao nariz € 20 espaco ente 0 olho € o nariz € maior que 0 padrdo. A proporgao do otho pequeno, ao contrario, € menor, FIG, 78, OLDS GRANDES E OLHOS PEOUENOS, Othos scparados € olhos préximos 2 Normalmente, a distancia entre os olhos é igual & largura de um olho. Quando essa distancia é maior, os olhos so considerados separados; quando essa distancia é menor, eles sa considerades préximas. {1G.79. OLNOS SEPARADOS € CLHOS PROMIMS Othos salientes ¢ olhos fundos ows sa Para verse 0 olho € padrdo, saliente ou fundo, é preciso olhar para a pessoa de peril, Normalmente, o olho situa-se diretamente acima da parte externa da narina, Se o olho estiver mais para dentro do nariz, entao é saliente. Se, a0 ontrario, estiver mais para dentio do rosto, €funddo, Tudoisso€ determinado pelo Angulo do nariz epele projecdo da testa. Geralmente, pessoas com olhos salientes tém nariz mais reto e achatado e pouca projecdo na testa, 20 contrério das pessoas com olhos fundos, que tém 2 testa bem projetada e nariz alto com um Angulo acentuado. as _ ; = 2B. | cg FORMATOS DE SOBRANCELHAS 14 \VISAGSSMO: HARNONIA EESTECA, 0 formato da sobrancelha € definido pelo formato do osso frontal. Ela podeser reta,curta, longa, caida ou levantada. Uma pessoa que tem olhos amendoados geralmente tem sobrancelhas levantadas, assim como quem tem olhos caidos em geral tem sobrancelhas caidas também. Outro aspecto a considerar é a grossura das sobrancelhas, porque podem conter pouco ou muito pelo. Sobrancelhas levantadas E considerado ideal ter as sobrancelhas levantadas € o espago entre a extremidade externa da sobrancelha € 0 olho do tamanho da iris. A extremidade interna da sobrancelha fica abaixo da extremidade externa, A sobrancelha curve-se perto da extremidade externa, FIG. 81, SOBRANCELHAS LEVANTADAS, Sobrancethas retas oRosD 135 As sobrancelhas retas tm pouca ou nenhuma curvatura, o que diminui todo 0 espaco entre a sobranceiha ¢0 olho. RG. 82, SOBRANCELHAS RETAS, Sobrancelhas caidas As sobrancelhas caidas também diminuem o espaco entre 0 olho ea sobrancelha na parte externa, mas 0 aumentam nna parte interna. Criam uma expressdo de tristeza, preocupacdo ou, as vezes, de surpresa. FIG. 83, SOBRANCELHAS CAIDAS, Sobrancelhas curtas 126 As sobrancelhas curtas sio levemente curvas, simétricas ¢ centralizadas sobre 0 olho, mas no se projetam além dos cantos do olho. FIG. 84, SOBRANCEIHAS CURTAS, aed Sobrancelhas longas ono 37 As sobrancelhas longas quase se encontram um pouco acima dos olhos, o que pode dara impressio de que @ pessoa esté franzindo a testa - quando as sobrancelhas sio retas - ou de um clhar ameagador - quando as sobraneelhas so levantadas. FIG. 85. SOBRANCELHAS LONGAS. RR, FORMATOS DE NARIZ 3 O nariz é a parte do rosto que apresenta es maiores variagées. Para ver que tipo de nariz uma pessoa tem é preciso olhi-lo de frente e de perfil e comparar a largura com a altura, Nariz padrao Olhando de frente, compare a distancia entre as duas laterais do nariz com a distancia entre o canto interno do olho a base do nariz, Normalmente, a base do nariz é um pouco menor. Othando o nariz de perfil, é preciso imaginar um trigngulo envolvendo-o, Normalmente esse triangulo tem um angu- lo, na ponta do nariz, de aproximadamente 60°. A base desse tridngulo (a largura) sera um pouco menor que a distancia entre 0 olho © a base do nariz (0 comprimento) e sera do mesmo tamanho da largura do nariz, visto de frente. Perceba, na figura, que a area sobre o labio superior se junta ao nariz (A) um pouco atras da metade da base do triangulo e que @ ponta do nariz cabe dentro do tridngulo. FIG. 86, NARIZ PADRAO, VISTO DE FRENTE FIG. 87. NARWZ PADRAO, VISTO DE FERFL Nariz curto onosio 199 O nariz curto € aquele que, visto de frente, apresenta o comprimento, comparado coma largura, menor que o padrao. No entanto, a proporgio da largura do nariz, comparada com o tamanho do olho, & normal. AG. 88, NARZ.CURTO, \Narie largo vio Wstesuo MAEESEIEA © nave largo & parecido com o euro, mas « medida que se apresent fora do gare da argue do nara, ‘Comparaéa ao camprimento donariee a0 tamanho do obo, ea € maior que o pad. Ocomprimento do nariz 0 padido. Osta caactristica do nariz largo so as marinas grandes. ( nariz longa é0 opesto do curio. Comparando.a comprimenta do nariz com a largura do nariz ea doolho, pereebe— se que & maior que 9 padrG0, Na encanto a largura do nariz, comparada ao tamanho do alho,€ normal ( 2) 20 NaRCLONGD Narie fino v2 O nari fino & parecido com 0 longo, mas, se se compara seu comprimento com a legura € 6am o tamanhe do elhe, percebe-se que lagura do nariz que € menor que o padrdo. Nas mulheres dé um ar de delicadezae évalorzado, a —_— / Narie pontudo 10 sto oe perf oni comiderado pent esa porta ndo€stzvemente sredondods. —_ ——— Sr e— : TET ae see nana. Nariz pronunciado + O nariz pronunciado & aquele que se projeta mais que o padrao. Perceba, na figura, que a area sobre a boca est mais para tris do que o normal e que o Angulo na ponta do nariz € menor que 60°. Um nariz pronunciado nao & necessa~ rlamente um nariz grande. Geralmente, a largura da base do triangulo do natiz, comparada ao comprimento do nariz, é maior que o padrio. Ess¢ tamanho também é maior que a largura do nariz, visto de frente. FG. 93. NARIZ PRONUNCIADO. Nariz chato 5 Ao contrario do nariz pronunciado, a ponta do nariz chato esta mais perto da face. 0 angulo na ponta também & maior que 60°, ¢ a largura do nariz, comparada ao comprimento, é menor, co —", FIG. 94, NARIZ CRATO. Nariz grande 16 Para ser considerado grande, o nariz precisa ser pronuneiado € largo. Seu comprimento & frequentemente meiar também, comparado 30 tamanho di testa eb distancia entre o natiz € 0 queixo. Visto de frente, geralmente ocupa uma ares maior que um terco do rosto. RG. 86 NANIZ GRANDE, Neri pequeno 1 0 nariz pequeno € fino e curte €, geralmente, chato também, mas nao necessariamente. Ocupa menos que um tergo da Face, visto de frente. HG.00, NARZ PEOUENO, Nariz arrebitado 1-8 A gonta do nariz arrebitado € elevada. isso é percebido melhor olhando-o de perfil. 0 nariz nao é reto, mas sua ponta se curva para cima e para fora do triangulo, HG, 97. WARIZ ARREBITADOL Natiz redondo 9 Othando de perfil, percebe-se que a ponta do nariz redondo€ mais arredondada que 0 padrdo ¢ um poucosaliente.De frente, parece haver una bola ra sua ponta, ¢ as laterais das narinas so menores. £16.98, NARIZ REDONDO, / Nariz caido 10 O nariz caido & aquele que tem sua ponta caida, Visto de frente, percebe-se que esté mais absxo das narinas do que © padrao. Visto de perfl, a ponta €situada na base de triangulo. A linha do nariz nao € reta, mas securva para dentro, A alg FG, 99, WARIZ calDO, Nariz adunco 151 0 nariz adunco é ainda mais caido que o tipo anterior. Sua ponta fica sbaixo da base do tridngulo, visto de perfil, © curva-se para baixo. 0 nariz adunco também se curva para dentro, FG, 100, RARIZ ABLE Nariz com osso nasal saltado 152 Finalmente, ha 0 nariz com 0 oss0 nasal saltado. Visto de perfil, o nariz é reto, mas tem uma elevagao no meio. Visto de frente, 0 0550 as vezes também aparece nas laterais do nariz. FORMATOS DE BOCA 153 101, NARIZ COM O50 SALTADO boca € 0s olhos so 2s partes mais expressivas do rosto. 0s cantos da boca sao 0s pontos que transmitem expresso. Boca padréo ‘A boca padrao tem os labios superiore inferior damesma grossura, € a altura da boca corresponde a dois quintos desua largura. A linha central € basicamente reta. Os ean- tos da boca ficam na mesma linha vertical (eixo) da parte interna dasiris dos olhos. 0 bico no alto do labio superior € definido, mas ndo excessivamente pronunciado. Alguns labios ndo so muito definidos nesse ponto, mas quase arredondados. CA PADRAO, Fis. 102. Boca grossa Avboca grossa ¢ aquela que tem labios grossos. Sua largu- ra € normal, mas a altura dos labios corresponde a mais, {que dois quintos da largura da boca. Observe que o labio inferior pade ser 0 mais grosso ou ambos podem ser mais, grossos que o padrdo. No entanto, dificilmente 0 labio superior sera mais grosso que o inferior. E uma boca mui- ‘to sensual. Brigitte Bardot ficou célebre por ter este for- mato de boca. ce FIG, 102. BOCA GROSSA, Boca fina A boca fina € aquela que tem labios finos, portanto a altura da boca corresponde @ menos que dois quintos de sua largura. Ambos os labios podero ser finosou somen- te 0 bio superior, Muitos homens tém bocas finas, ¢ & normal que os libios se afinem com a idade tanto nos homens quanto nas mulheres. A boca fina pode dar um ar de severidade a pessoa. FIG. 104. BOCA FINA, Boca larga ; A boca larga também pade ter labios normais, finos ou largos. 0 que muda é que os cantos da boca ficam num eixo préximo as pupilas do olho, FIG. 106. BOCA LARGA. Boca pequena 154 A boca pequena é menos larga que o padréo. Os labios podem ser normais, finos ou largos, mas os cantos da ‘boca estardo num eixo vertical entre a iris € 0 canto in- temo do olho. =~ IG. 105. BOCA PLAUENA. Boca cupido 1% A boca cupido & geralmente pequena e tem labios gros- 0s. 0 |dbio superior forma um bico muito pronunciado noalta € no centro. 1G, 107. BOCA CUPIDO. Boca curva ‘Algumas mulheres tém labios superiores que formam um, arco, sem bieo. Ela sensual quando 0s labios so gros- sos. A atriz Angelina Jolie € um exemplo de pessoa com labios grossos € boca curva. FG, 108. BOCA CURVA, FORMATOS DE QUEIXO 17 Boca caida 156 Ha ainda a boca que tem os cantos caidos, portanto a {ina central da boca forma um arco caido, Este formato da um ar de tristeza ou de desgosto. FIG. 109, 88 CAIDA, 0 formato do queixo esté muito ligado ao do rosto como um todo, mas ha variagoes importantes. Algumas delas podem ser vistas olhando-se para o rosto de frente, mas outras somente se se olhar para o perfil Queixo padrao Olhando-se para o perfil, percebe-se que normalmente ha uma leve inclinagao na parte inferior do rosto. 0 lébio superior projeta-se um pouco mais que o lébio inferior, € este, um pouco mais que 0 queixo. FAB. 110, QUEIXO PADRAG. Queixo pronunciado Pessoas com 0 queixo pronunciado tem pouca incunagao na parte inferior do rosto, comparado ao padrio. Hé ca- 505-¢m que 0 queixo se projeta mas que a boca, o que se chama de queixo prognata. Geraimente é visto em pes- s0as com rostos quadrados, triangulares ou em hexagono com queixo reto e é associado d orca, a persisténcia e @ teimosia, Nas historias em quadrinhos, 0s personagens de Dick Tracy © Popeye séo exemplos clissicos com queixa pronunciado. FAG. 11. GUEKO PRONLINCIAD: Queixo retraido Olhando-se para o perfil de um rosto com queixo tetra ido, percebe-se que 0 queixa fica num cixo vertical mais préximo do canto da boca, Geralmente ¢ encontrado em rostos ovais, redondos,triangulares invertidos ou em for- ‘ma de losango com queixo em pontac € associado a fra~ cilidade. A namorada de Popeye, Olivia Palit, & um exept de personagem com queixo retraido. Fig 12. aueX0 ReTRaiD, Queixo redondo 0 queixo redonco também é bem definido, mas, visto de perfil, & arredondado, FIG. 14. QUEIXO REDONDO. 4 Queixo pontudo 138 0 queixo pontudo é bem definido , visto de perfil, forma uma ponta, mas nao é necessariamente pronunciado, Eo tipo de queixo que se vé em rostos triangulares inverti- 4dos e-em formato de Tosango (com a ponta no quelxo). Fg. 193, QUEIKO PONTUCO, Queixo reto 159 ‘O queixo reto pode ser encontrado em rostos quadrados, triangulares e nos dois tiposde hexagono. Visto de frente, percebe-se uma linha reta na base do queixo; visto de perfil, pode ser quadrado em vez de arredondado. As ve~ zes 0 queixo reto é repartido no centro, como acontece com Kirk e Michael Douglas. FIG. 115. QUEIXO RETO, Para treinar a identificasao dos formatos das partes do rosto, selecione diversas fotografias de pessoas com muitas diferencas entre si, Deve haver fotografias de pessoas de frente e de perfil. Identifique os diferentes tipos de sobran- celhas, olhos, narizes, bocas ¢ queixos. 0 proprio ato de selecionar exercita a observacdo, porque voce terd de identi ficar 0s tipos diferentes enquanto faz a selecao. v0 DESENHO DO ROSTO E DA FIGURA HUMANA wa DESENHO DO ROSTO, USANDO AS PROPORCOES E OS EIXOS VERTICAIS E HORIZONTAIS” € muito atl ao visaglsta saber desenbar vost, porque ss ne permite experimenter, no descnho, opgdes de magqul- lagem e cabelo, No process crctiva, iso ze cham eriar modelos, uma das mas importantes etapas no desenvolvi- mento de uma ideia, No entanto, a maioria das pessoas pensa que é muito dificil desenhar a figura humana, ou que isso depende de com, ‘entdo se intimida ¢ nem tenta, Mas, quando se sabe como proceder, desenhar 0 rosto. o corpe humanos linearmente, Cou seja, sem a luz € 2 sombra, nao & mais difiil que desenhar qualquer outra coisa. 0 processo & 0 mesma, Na realidade, € até mais facil do que desenhar uma natureza morta, porque as proporgdes do rosto so conhecidas. Fazer um retrato, porém, & mais dificil Para ser visagista nao é necessério ser um grande desenhista, Basta saber desenhar os diversos formatos de rosto € a parte superior do corpo, de frente e de perf; entio, concentre-se somente nessas duas posiqaes 0 pracesso de observagao ésempre o mesmo: & comiparacao de tamanhos, pontos ¢ espagos — um processo analéico 0 que atrapaina muito no desenho da figura humana sao os simbolos muito fortes, que todas 2s pessoas carregamn em suas mentes e que representam 0 rosto € 0 corpo humanos. Essessimbolosatrapalham a observacio eoncreta. Quem nao se lembra de ter desenhado algo parecido com a figura 116? Cada vez que alguém se prope desenhar um rosto, ou o corpo humano, esses simbolos invadem a mente, em especial Ja € cair na representagao simbdlica. quando se pensa no significado daquilo que ests desenhando. A tend er ocapkulo"Ppetia spyose cor: Sequel geod figurines ver ii Haine, A md le ngage deena a” ®D ® j f ee ee Consegue-se fugir do desenho simbotico quando ele & construido a partir de um ponto central. sso se aplica 0 qualquer tipo de desenho. No desenho do rosto, inicie-0 com um esboso leve do nariz ou de um dos olhos. Muitos ‘tandes artistas sempre desenham um dos olhos primeiro, mas perceba que 0 nariz é mais central e oferece mais pontos de comparagio. No entanto, se se sentir mais 8 vontade comecando pelo otho, nao ha problema, Se for desenhar o corpo inteto, inicie pelo desenho da cabega, mesmo se for apcnas um esbogo muito leve do contorno. Desenhando dessa forma, torna-se dificil aplicar um conceito simbdlico ao desenho, porque ele & construldo a partir {de comparagdes. Vocé val se surpreender com a rapidez com que domina 0 desenho da figura humana porque, como descobrird, certas proporgées sio constantes e facilitam o desenho. DESENHO DAS PARTES DO ROSTO A primeira coisa que é preciso entender & como desenhar as partes do rasto - 0 olho, 0 nariz ea boca = linearmente € observando-os de frente ¢ de perfil. No entanto, varie o valorda linha e ndo contorne tudo, send 0 desenho ficard duro, Sempre inicie 0 desenho pela parte central daquilo que est observando. £ bom lembrar que os desenhos ¢ os processas de desenhar apresentados neste capitulo sio esquematicos. Para obter um desenho mais criativo e artistico seria preciso partir da observaco. Contudo, 0 processo do desenho de observacio ¢ facilitado quando se comeca pelo centro € os principios da expressao linear” continuam aj 16s Desenho do nariz, de frente 1. Escolha um tamanho para a base do nariz, mas lembre-se de que € sempre mais dificil fazer um desenho pequeno. 2. Desenhe aslaterais das narinas. 3. O centro do nariz localiza-se um pouco abaixo da linha da base do nariz, Desenhe cada narina do centro para fora. (4 (3 l_) 1 2 ENTE, PASSO A PASSO. ROCESSO DE DESENHAR 0 NARIZ > es capitulo Coordenagfe motors Desenho do nariz, de perfil, 166 Desenhe um tridngulo, com linhas leves de 30°, 60° e 90° Dentro da ponta externa do triangulo, desenhe a ponta do nariz, tragando um pequeno arco. Vesenhe outro arco, dentro do angulo reto, para representar a lateral da narina, Desenhe a rarina, Note que a narina e sua lateral formam um ponto de interrogacao deitado, No pice do triéngulo localiza-se a sobrancelha. Um pouco abaixo desse ponto (na altura dos olhos) o nariz se curva para fora, onde se forma o inicio da testa, MOP, ££ 1 i 580 DE DESENHAR O NARIZ DE PERFIL, PASSO A PASSC pyrene FIG. 118, PRC Desenho da boca, de frente \w 1 Desenhea linha central da bace, que é basicamente horizontal mas levemente ondulada para baixo no meio, 2. Um pouco acima do meio da linha central, desenhe um pequeno arco deitado e, depois, ligue as pontas da linha cenital (os cantos da boca) com 0 arco, para formar 0 labio superior. 3, Represente olabio inferior por uma linha levemente arqueada abaixo do meio da linha central. Note que ndo ha necessidade de desenhar 0 labio inferior completamente. Alids, isso 0 deixa duro. — es, — ——_ Se 1 1G, 18. PROCESSO DE DESENHAR A BOCA IE FRENTE, PASSO. Desenho da boca, de perfil 6a 1. Desenhe uma linha horizontal, evemente ondulada numa das pontas, para representar a linha central da boca, 2. 0 lébio superior € representado por uma linha que se curva para fora ¢ para cima da ponta da linha horizontal 3. O lébio inferior também se curva para fora, mas ndo tanto quanto o ldbio superior, € para baixo da mesma ponta, 0 deserino dos dois labios se parece com um péssaro voando de lado. 4, Desenhe a linha superior dos labios, mas nao desenhe a inferior, Note que o traco é mais leve que o da linha do centro ca boca, a be ' 2 5. 120, PROCESSO DE DESENHARA BOCA DE PERL, PASSO & PASSO, 3 ‘ Desenho do olho, de frente wo 1. Desenhe um arco para representara parte de cima do olho. 2 Oarco que represents a parte de baixo geraimente so € insinuado por urn trago inacabado. 3. Aris € representada por um citculo, sem a parte superior, que nfo sparece normalmente. No é exatamente uma meia-Iua, mas um pouco maior. Ocupa metade da drea entre os dois arcos, ou seja, sese dividir 0 olho em quatro partes, as dreas brancas ocupam uma parte cada ¢ 0 olho duas partes no centro. 4 Apalpebra é representada por uma linha curva, um pouco acima do olho. 5. Asobrancelha €a palpebrainferior formam um Cem volta do olho. A linha superior do otho é sempre mais eseura ‘quea inferior, Note como sio desenhados os cilios ¢ a qrossura das palpebras. os oo Sa 1 2 ole 121, PROCESSO BE DESENH: Desenho do olho, de perfil iv 1. Desenbe um A deitado, 2, Desenhe a linha interna do A levemente curva e quase na sua base. Isso representa a curvaturs do olho. 3. Escurega levemente 0 centro da curvatura do olho, para representor a pupila. 4. Desenhe a palpebra superior, representada por uma linha arqueada, um pouco acima do o'ho, Observe que os desenhos foram feitos com um minimo possivel de linkas e que as tragos S20 bastante variados em intensidade, ora mais clares, ra mois escuros.Protique o deseriho das partes do rosto antes de possar ora o desenho do rosto intero, ? a 1 2 iG, 122. PROCESSO OE DESENHAR O OLHO DE PERFL, PASSO A PASSO. DESENHO DO ROSTO Para untar os partes dentro de cabesa € preeso conhceer as proporgBesbisicas do rosto ede cabega, Cada pessoa tem roporcées diferentes, mas séo bastante préximas das proporgies basicas. € bom notar que o natiz, as orehas € 0 queico das pessoas crescem durante toda a vida; portanto, criangas tém nariz, orelhes e queixe proporcionalmente pequenos, enquanto nas pessoas Idosasessas partes so proporcionalmente grandes, (0 deseniho fica mais faci se for comegado num ponto central. O natiz ferece mais cportunidades de comparagdes que qualquer outro ponta, Proporgdes do rosto Ha, basicamente,trés medidas que se revetem em varias partes do rosto: a media da base do nariz,a da altura do nariz€ a da distancia entre 0 olho ¢ 0 queixo * O tamanho da base do nari () 1. um pouco menor que o espaga entre & base do narlz 0 olho; 2.um pouco maior que alargura do olho, © Otamanho da altura do ratie(y) é: 1, igual a0 tamanho da dist8ncia entre a base do naria € 0 queixo; 2 igual & altura da testa (até as raizes do cabelo); 3. igual ao tamanho entre o centro ea lateral da resto, na parte mais lrga; 4 igval ao tamanho das orethas. * A distancia entre os olhose 0 queixo (2) &: al éistarcia entre 0s olhos € 0 topo da cabeza. Portanto, os olhos esto situados no meto da cabega; 2. igual 8 distancia entre aponta do earie « a base da oretha; 3. igual @ distareia entre a frente da oreihs © a parte de tr do crBnio, fie 123. DeSENAO 0 10ST COM As PROP ces Desenho do rosto, de frente \" ‘Agora que vocé sabe desenhar as partes do rosto € conhece suas proporgées, pade desenha-lo por inteiro, 1. Como sempre, inicie o desenho pelo centro, o nariz. Desenhe o nariz de frente, 2, Localizeo otha, 0 canto interno do olho (a bolsa lacrimal) situa-se, geralmente, acima da parte externa da narina, ‘mas um pouco para dentro. Para lacalizar o canto interno do olho, desenhe um eixo vertical do canto externo da rnarina para cima. Essa linha serd um poueo maior que © tamanho da base do nariz. Desenhe 0 olho. 3. Para locelizara sobraneelha, desenhe um C fechado em yolta do olho. Automaticamente terd definido a altura do nrarie, 4, O préximo pesso € localizar testa, o queixo e largura do rosto, Desenhe o contorno dorrosto, que pode ter um formato oval, redondo ou quadiado. De inicio, para faclitar o desenho, fara um rosto oval. 5, Localiza-se a boca da sequinte forma: nos homens, a dois tereos da distancia entre o nariz € © queixo, acima deste; nas mulheres, um pouco aime da metade do espago entreo nariz e 0 queixo. largura da boca é definida tragando dois eixos verticais das iris, 6. As orelhas estéo situadas um pouco abaixo das sobrancelhas e, portanto, um pouco abaixo do nariz, porque sio do mesmo tamanho do nariz, 7. Localize topo da cabeca e desenhe o cabelo, com tragas que somente indiquem sua forma 8. Alateraldo pescogo esté alinhada com o canto externo do alho, portanto alargura do pescoco é igual distancia eentte 0s canios externos dos dis othos. 1. DESENHE O NAR. 2, DESENHEOS OOS. 0 EIKO DOS DLHOS E UW POUCO PARA BENTRO DO NARIZ: PORTANTO A LARGHRA 00 NARIZ ELM OLICO MaIOR ‘QUE A DOS OLHOS. 0 FSPACO ENTRE OS OLHCS E IGUAL AO. TANANIHO DOS OLHOS, E 0 ESPACO ENIRE 0S OLS F O NARIZE MADR QUE 4 LARGURA DO NARI 4 « DESENHE& BOCA EL Deve sen Fa uM Paicn £cHA D8 6 DESEVHE AS ORAHAS, QUE TEM OTAMANHO DAA 'METADE DA DISTANCIAENTRE 0 NARIZ EO QUEDNO E ALNADA DO LORULOFICA UM POUCOABADC DA BASE OD Was (CON A PARTE INTERNA DA KS. 1G. 124, DESENHO 00 ROSTO DE FRENTE. PASSO & PASSO, 1% mi, hs |e) Gx | Le Mf ; p \ ls |. DESENHE AS SOBRANCELHAS. A DISTANCIA ENTRE A SOBRANCELHA E OOLHO € 0 TAMANHO DA IRIS, E HA UMA FORMA DE"C” AD REDOR NL ‘00 OUHO ESCUERDO, 4, LOCALIZE ATESTA, 0 QUEIXO E A LARGUKA DO ROSTO. VEIA QUE A, 8, CE DSAQ TODOS DO MESMG TAMANHO. 7, COMPLETE A CABECA CON 0 CABELO.OS OLHOS RICAN! NA METADE DDA.CABIGA PORTANT, EE FSAO DO MESMO TAMANHO, {8 DESENHE 0 PESCOO, QUE FICA NOS EDKOS DOS CAWIOS EXTERNOS os o1HOS., ‘Veja que. para desenhar 0 sto, so se precisa de poucas linhas. As linha do lbio inferior, das laters donarize da parte de baixo dos alnos so apenas irdicadas, aoe fi, 125 BESENHO GO STO SAND POUCAS UNAS Desenho do rosto, de perfil 1» Inicie novamente pelo nariz, desenhando primeiro um triéngulo. Desenhe o nariz. Localize e desenhe 0 olho, que fica na linha vertical do tridngulo do rariz. A distancia entre a base do narize 0 olho é quase igual zo tamanho da base do triéngulo. A sobrancelha situa-se no apice do triéngulo. ‘Agora jé se tem a altura do nariz, entéio desenhe a testa, Lembre-se de que a distancia entre a base do narize a sobrancelha é igual distincia entrea base do nariz €0 queixo e ao tamanho da testa (frequentemente, 0 cabelo cobre parte da test, especialmente nas mulheres, dificultanda o estabelecimento dessa proporgdo) Desenhe 0 queixo. Nos homens, a boce localiza-se a dois tergos da distancia entre o queixo eo neriz; nas mulheres, localiza-se um pouco acima de metade dessa distancia, Desenhe primeiro @ parte central da boca e, depois, a parte de cima do labio, que comeca aproximadamente no meio da base do nariz, ou um pouco para tris, curvando um pouco para fora, farmando o bico do labio superior. H uma pequena curva para dentro, abaixo da boca, antes da curva do queixo. Lembre-se de que o kabio superior se projeta para fora mais que o labia inferior, € que este se projeta mais. para fora que o queixo. Essa ¢ a parte mais dificil do desenho. Para completara testa, observe que hd uma curva na altura dos olhos que projeta a testa para fora. Nos homens, essa curva é acentuada, enquanto nas mulheres ¢ suave. Os olhos esta posicionados no meio da cabera, entao se sabe a altura da cabeca. Como se sabe que a distancia entre a orelha € a ponta do nariz corresponde ao tamanho de metade da cabesa, ¢ também se sabe onde a orelha fica em relagao as sobrancelhas e ao nariz, pode-se desenhé-la. Seu formato, visto de perfil, & parecido com a parte superior de um ponto de interrogagio. Agora ja dé para desenhar a cabega. Veja que a cabeca cabe dentio de um quadrado. A nuca esta posicionada na altura da base do nari, ¢ 0 pescogo no é vertical. Depois, desenhe o préprio rosto, usando um espelho para se observar de frente. Desenhe rostos de Fotografias, sempre de frente au de perfil, mas no se preocupe coma luz e a sombra. 1-DESNHE UM TRANGUIO OF wh s.DESEWE O CUT. Ss hs des eoesiieniseooiica a. cain ees ie eee epiectaliond echoes ee eres eae pines 1 DESENHE A Baca, QUE ‘AALIURA D0 NAR uM FaARECE Un ASSAD ‘osha oo nae YOANEO- ELAR nt ious. Pouce Aca A HETADE Da DISANCIA EMRE O WANE AG. 126 DESERHO 90 ROSTO DE PIRAL raSSO. PASSO Foauno. ry 4 DESENHE ATSTA, ‘OTaMaNH0 DA TESA EIOUALA ALIURA 00 MARZ. | 7 DeseMe AoRELAA € \ { ‘CONPLETEACABECA. OUND ICANA MEIADEDA AURA \ DA OABECA A LARGURA EA -ALTURA DACARECA Ska ‘QUASE GUNS, EA ORELWA FICK NO MIO OACABEEA, Desenho do corpo humano 1a Embora seja bom ter uma nogao das proporgdes He todo » corpo, pars 0 visagista somente a parte superior € objeto do seu trabalho. Proporcées do corpo Algumas proporgaes do corpo sao mais interessantes do que Uteis. Por exemplo, é interessante saber que 0 tamanho do corpo equivale a sete cabecas © meia, mas raramente se usa esse conhecimento no desenho da Figura humana, porque 0 uso dos cixos verticals e horizontals di uma melhor compreensao do movimento do corpo e até dos tama- inhos das partes. No entanto, outras proporcdes sio usadzs sempre. © tamanho do rosto (a) ¢ igual a muitos outros tamanhos: 1. igual a distancia entre © meio do pescogo € o ombI0; 2. € iqual ao tamanho do braco interno: 3. € igual a0 tamanho do antebrago interno; 4, € igual a distancia entre a axila ea cintura; 5. @ igual distancia entre o polegar € 0 dedo médio quando a maa esta completamente estendida. 0 tamanho do brago externo (b) equivale a uma cabera € um tergo. Alargura do brago (¢ @ igual 4 distancia entre a ponta do nariz ¢ 0 queixa, E claro que um eampedo de boxe ters um brago muito mais grosso € que algumas mulheres S40 muito mais magras, mas em geral essa proporsdo € aplicavel ‘Também é importante ter uma nocao do tamanho da mao e do pé. A mao é um pouco menor que o rosto, enquanto © pé € um pouco maior que a cabeca. Sim, € grande mesmo. A tendéncia € menosprezar 0 tamanho do pé porque, Inconscientemente, penss-se que cle nao € Importante, portanto € pequeno. No entanto, 0 pé € 0 equivalente a um sexto do compo inteitol mos AURA no UID DORAN

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