MATERIAL DE APOIO

XVII EXAME DE ORDEM

Curso: Disciplinas Essenciais | Disciplina: Direito Administrativo

ANOTAÇÃO DE AULA

EMENTA DA AULA
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;
2. SERVIÇOS PÚBLICOS.

GUIA DE ESTUDO

1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O único objetivo que a Administração pode perseguir é a preservação dos interesses da coletividade
(preservar o interesse Público é um ato legítimo). Se o ato for ilegal, autoriza a parte que foi
prejudicada à buscar os seus direitos. Assim, há a Supremacia do interesse Público sobre o particular.
Para preservar o Interesse Público, a Administração recebe do Ordenamento Jurídico prerrogativas e
obrigações que não se estendem aos particulares.
Exemplo: Danceteria que toca música alta, o vizinho constata irregularidade, não poderá exercício
arbitrário das próprias razões, logo deve buscar a medida adequada no Judiciário. O fiscal público
sozinho poderá lavrar o auto de infração (ato administrativo). O vizinho atuaria em nome próprio, já o
fiscal atua em nome do interesse público, por este motivo é possível a auto-executoriedade do ato
administrativo. (Prerrogativas da Administração Pública)
Exemplo: se um empresário quer contratar pessoas para sua empresa pode contratar quem quiser, já a
Administração Pública não pode contratar quem quiser, deve abrir concurso pois tem obrigação de
contratar os melhores afim de preservar o interesse público (deveres da Administração Pública)
O Regime Jurídico da Administração: é o conjunto de regras envolvendo prerrogativas e deveres que
incidem sobre o Poder Público para a preservação dos interesses da coletividade.

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2. SERVIÇOS PÚBLICOS
 Conceito:
Não posso fazer afirmação que serviço público é o que o Estado faz, pode ser atividade principal, mas
não é a única.Exemplo: Gestão de bens.
Adotamos no Brasil a corrente Formalista para saber se o serviço é ou não público. Esta corrente
defende que é serviço público o que a lei determinar.Este conceito pode mudar, por exemplo: o
transporte de bonde não existe mais, logo não é serviço público atualmente.O contrário também pode
ocorrer.
Princípios que regem a Prestação de Serviços Públicos: Artigo 6º Lei 8987/95 Toda concessão ou
permissão pressupõe a prestação de serviço adequado.Serviço adequado é o que satisfaz as condições
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade etc., assim essas condições seriam
verdadeiros princípios.( Parágrafo 1º do Artigo 6º Lei 8987/95 ).
 Princípio da Regularidade: a prestação de serviços públicos deve ser sempre prestada com a
mesma eficiência.Exemplo: não somente quando tem Olimpíadas um serviço público bom deve ser
prestado e sim sempre, sendo um serviço eficiente regular.
 Princípio da Continuidade: a prestação de serviços públicos não pode parar, assim o serviço
publico não pode sofrer solução de continuidade.
 Efeitos:
a) Contratos Administrativos: não se aplica ( alguns doutrinadores), outros dizem que tem uma
aplicação mitigada da chamada Clausula da Exceção do Contrato Não Cumprida, mais conhecida
como “exceptio non adimpleti contractus”.Eu não sou obrigado a fazer a minha parte do contrato se a
outra parte não faz a dela no âmbito civil, já no âmbito do direito administrativo se há o não
cumprimento não pode alegar a clausula da exceção do contrato não cumprida, logo no direito
administrativo essa cláusula não se aplica pois o serviço publico não pode parar.Após 90 dias do
inadimplemento da administração pública pode suspender o serviço público (fornecimento), por
isso que alguns doutrinadores dizem que a aplicação é mitigada da cláusula da exceção do contrato
não cumprida.
b) Suplência, Substituição: Exemplo quando um servidor sair de férias por exemplo alguém vai no
lugar dele pois o serviço público não pode parar.

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c) Direito de Greve dos Servidores: (Artigo 37 VII CF) O direito de greve será exercido, entretanto
diferentemente da iniciativa privada sofre alguns restrições pois o serviço não pode parar.
Exceções (quando serviço público pode parar): artigo 6º da Lei 8987/95 parágrafo 3º, assim pode
interromper o serviço sem violar o princípio.Em tais situações:
 Situação de Emergência
 Após prévio aviso por razões de ordem técnica ou de segurança.
 Após prévio aviso em razão do inadimplemento do usuário. Exemplo: morador não pagou a
conta de água, pode cortar o fornecimento após prévio aviso.
 Princípio da Eficiência: a prestação de serviço publico deve ser feita de forma satisfatória,
quantitativa e qualitativa. Exemplo: não basta um grande número de ônibus na cidade (quantitativo)
eles também devem ser limpos (qualitativo).
 Princípio da Segurança: Prestação de serviço público não pode colocar em risco a segurança,
integridade física dos usuários etc.
 Princípio da Atualidade: Artigo 6º parágrafo 2º da Lei 8987/95 a atualidade compreende a
modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a
melhoria e expansão do serviço.
 Princípio da Generalidade ou Universalidade: a prestação de serviço público deve estar à
disposição de todos, deve ser para todos em geral.
 Princípio da Cortesia: os usuários do serviço público devem ser tratados com respeito,
urbanidade, cortesia.
 Princípio da Modicidade: os valores à serem cobrados pelos serviços públicos devem ser
razoáveis, módicos.
Pegadinha OAB: serviço público não precisa ser gratuito, entretanto o valor a ser cobrado tem que ser
razoável.
Classificação dos Serviços Públicos:
1. Quanto a obrigatoriedade de uso do serviço:
a) Serviços de uso Compulsório: aquele que é obrigatório.Exemplo: coleta de lixo, sou obrigado a
usar, não posso ser um “acumulador de lixo”.
b) Serviços de uso Facultativos: Exemplo: Telefone você usa se quiser.
2. Quanto aos destinatários:

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a) Serviço Público “Uti Singuli” ou individual: é aquele que tem usuários/destinatários

DETERMINADOS (sei quem usou) e serviços DIVISÍVEIS (sei quanto usou). Exemplo serviço de
água. Pago através de taxas.
b) Serviço Público “Uti Universi”: usuários INDETERMINADOS (não sei quem usou o serviço e
quanto usou). Exemplo: Serviço de iluminação pública. Pago através de impostos.
Formas de Prestação de Serviço feita por particulares
O Estado as vezes e em determinados serviços pode delegar a prestação dos serviços públicos e não a
titularidade (continua sendo dono do serviço).
A Delegação feita aos particulares é apenas da execução / ou prestação do serviço o titular continua
sendo o Poder Público.Os particulares devem ter:
 Autorização para prestação do serviço público.
A autorização é feita através de ato administrativo, assim é através de um ato Unilateral.Ato
Discricionário (permite juízo de conveniência e oportunidade). Exemplo: Serviço de despachante.
Ato administrativo PRECÁRIO, ou seja o particular que recebeu a autorização não tem direito a
manutenção daquela situação, a administração pública pode extinguir aquela autorização e não
precisa indenizar.
A autorização para ser concedida independe de licitação.
O maior beneficiado ou interessado na autorização é o próprio particular que recebeu a autorização.
 Permissão para a prestação do serviço público: artigo 2º inciso IV da Lei 8987/95 definição de
permissão, e o artigo 40º da mesma lei também traz informações sobre a permissão.Exemplo: serviço
das vans que fornecem transporte coletivo podem ser considerados uma permissão.
A permissão é um Contrato de adesão artigo 40 da lei 8087/95
Também é um instituto PRECÁRIO, ou seja, o usuário não tem direito a manutenção daquela situação
não precisa indenizar.
Tem que fazer licitação, é exigido.
O maior interessado na permissão é o particular mas também a coletividade.Exemplo: a coletividade
precisa do transporte das vans, tem maior interesse também.
 Concessão para a prestação do Serviço publico: Lei 8987/95 (ao ser estudado na próxima aula)
 Parcerias Público Privada (PPP): Lei 11.079/04 (à ser estudada na próxima aula).

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