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CONCURSOS (VJ Estratégia Aula 01 Nogées de Direito Constitucional p/ MPU (Técnico - Especialidade Administragao) Professores: Nadia Carolina, Ricardo Vale Profs Nadia / Prof. AULA 01 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (PARTE 1) As “geragées” de direitos: Caracteristicas dos Direitos Fundamentais: Limites aos Direitos Fundamentai Eficacia Horizontal dos Direitos Fundamentai Os Direitos Fundamentais na Constituicdo Federal de 1988: .... Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: Parte I.. Questées Comentada: Lista de Questdes Gabarito Old, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem? Dando continuidade ao nosso curso, daremos inicio ao estudo dos “Direitos e Garantias Fundamentais”. Trata-se de assunto bastante cobrado em provas. Nao deixe de assistir aos videos disponiveis em sua Are do Aluno. Eles ajudardo muito na fixagao dos detalhes cobrados em prova... Um grande abraco, Nadia e Ricardo Para tirar dividas e ter acesso a dicas e contetidos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Facebook do Prof. Ricardo Vale: https ://www. facebook.com/profricardovale Facebook da Prof?. Nadia Carolina: www.estrategiaconcursos.com.br Ide 119 2) Cor [ONAI iv] Prof Nadia / Prof. santos.16?fref=ts https ://www.facebook.com/nadi Canal do YouTube do Ricardo Vale: https ://www.youtube.com/channel/UC32LIMyS96biplI715yzS9Q ree ee cy 1. Direitos do Homem x Direitos Fundamentais x Direitos Humanos: Antes de qualquer coisa, é necessdrio apresentar a diferenga entre as expressdes “direitos do homem’”, “direitos fundamentais” e “direitos humanos". Segundo Mazzuoli, “direitos do homem” diz respeito a uma série de direitos naturais aptos @ protecdo global do homem e valido em todos os tempos. Trata-se de direitos que nao estdo previstos em textos constitucionais ou em tratados de protecéo aos direitos humanos. A expresséio 6, assim, reservada aos direitos que se sabe ter, mas cuja exist&ncia se justifica apenas no plano jusnaturalista.! Direitos fundamentais, por sua vez, se refere aos direitos da pessoa humana consagrados, em um determinado momento histérico, em um certo Estado. S40 direitos constitucionalmente protegidos, ou seja, estdo positivados em uma determinada ordem juridica. Por fim, “direitos humanos” é expresso consagrada para se referir aos direitos positivados em tratados internacionais, ou seja, so direitos protegidos no Ambito do direito internacional ptiblico. A protecdo a esses direitos é feita mediante convengdes globais (por exemplo, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Politicos) ou regionais (por exemplo, a Convengao Americana de Direitos Humanos). Ha alguns direitos que estdo consagrados em convencées internacionais, mas que ainda nado foram reconhecidos e positivados no 4mbito interno. INDO ais fundo |Também pode ocorrer o contrario! E plenamente possivel que o ordenamento juridico interno dé uma protecdo superior aquela prevista em tratados internacionais (regionais e globais). *MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Piiblico, 44 ed. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, pp. 750-751. www.estrategiaconcursos.com.br 2de 119 Profs Nadia / Prof. E importante termos cuidado para no confundir direitos fundamentais e garantias fundamentais. Qual seria, afinal, a diferenca entre eles? Os direitos fundamentais sdo os bens protegidos pela Constituigao. E 0 caso da vida, da liberdade, da propriedade... J4 as garantias sdo formas de se protegerem esses bens, ou seja, instrumentos constitucionais. Um exemplo é © habeas corpus, que protege o direito a liberdade de locomogao. Ressalte-se que, para Canotilho, as garantias sao também direitos.” 2. As “geracées” de direitos: Os direitos fundamentais s&o tradicionalmente classificados em geracées, o que busca transmitir uma ideia de que eles nao surgiram todos em um mesmo momento histérico. Eles foram fruto de uma evolugSo historico-social, de conquistas progressivas da humanidade. A doutrina majoritaria reconhece a existéncia de trés geracées de direitos: a) Primeira Gerac&o: s&o os direitos que buscam restringir a acéo do Estado sobre o individuo, impedindo que este se intrometa de forma abusiva na vida privada das pessoas. So, por isso, também chamados liberdades negativas: traduzem a liberdade de nao sofrer ingeréncia abusiva por parte do Estado. Para o Estado, consistem em uma obrigagéio de “nao fazer”, de néo intervir indevidamente na esfera privada. E relevante destacar que os direitos de primeira geracdo cumprem a fungdo de direito de defesa dos cidadaos, sob dupla perspectiva: no permitem aos Poderes Publicos a ingeréncia na esfera juridica individual, bem como conferem ao individuo poder para exercé-los € exigir do Estado a correcio das omissdes a eles relativas. Os direitos de primeira geragéo tém como valor-fonte a liberdade. Sao os direitos civis e politicos, reconhecidos no final do século XVIII, com as Revolugdes Francesa e Americana. Como exemplos de direitos de primeira gerag&o citamos 0 direito de propriedade, o direito de locomocao, o direito de associacao e o direito de reuniao. b) Segunda geracdo: s&o os direitos que envolvem prestagdes positivas do Estado aos individuos (politicas e servigos publicos) e, em sua maioria, caracterizam-se por serem normas programaticas. Séo, por isso, também chamados de liberdades positivas. Para o Estado, constituem obrigagdes de fazer algo em prol dos individuos, objetivando ® CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constit ediggo. Coimbra: Almedina, 2003. igo, 78 www.estrategiaconcursos.com.br 3de 119 Profs Nadia / Prof. que todes tenham “bem-estar”; em razdo disso, eles também séo chamados de “direitos do bem-estar”. Os direitos de segunda gerag’o tém como valor fonte a igualdade. Sdo os direitos econémicos, sociais e culturais. Como exemplos de direitos de segunda geragdo, citamos o direito a educagao, 0 direito a satide e 0 direito ao trabalho. ¢) Terceira geragio: s&o os direitos que ndo protegem interesses individuais, mas que transcendem a érbita dos individuos para alcangar a coletividade (direitos transindividuais ou supraindividuais). Os direitos de terceira geracgéo tém como valor-fonte a solidariedade, a fraternidade. Sao os direitos difusos e os coletivos. Citam-se, como exemplos, 0 direito do consumidor, o direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado e o direito ao desenvolvimento. Percebeu como as trés primeiras geragées seguem a sequéncia do lema da Revolug&o Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade? Guarde isso para a prova! Abaixo, transcrevemos deciséo do STF que resume muito bem 0 entendimento da Corte sobre os direitos fundamentais. “Enquanto os direitos de primeira geracao (direitos civis e politicos) = que compreendem as liberdades classicas, negativas ou formais — realcam o principio da liberdade e os direitos de segunda geracao (direitos econémicos, sociais e culturais) - que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas - acentuam o principio da igualdade, os direitos de terceira geraco, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuidos genericamente a todas as formagées sociais, consagram o principio da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expanséo e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentals indisponiveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade.” (STF, Pleno, MS n° 22.164-SP, Relator Min. Celso de Mello. DJ 17.11.95) Parte da doutrina considera a existéncia de direitos de quarta geragdo. Para Paulo Bonavides, estes incluiriam os direitos relacionados a globalizagao: direito 4 democracia, o direito 4 informagdo e o direito ao pluralismo. Desses direitos dependeria a concretizacéo de uma “civitas maxima”, uma sociedade sem fronteiras e universal. Por outro lado, Norberto Bobbio considera como de quarta geracdo os “direitos relacionados a engenharia genética”. www.estrategiaconcursos.com.br 4de119 Profs Nadia / Prof. Ha também uma parte da doutrina que fala em direitos de quinta geracgdo, representados pelo direito a paz. A expresso “geracéo de direitos” é criticada por varios autores, que argumentam que ela daria a entender que os direitos de uma determinada gerag&o seriam substituidos pelos direitos da proxima geracéo. Isso néo é verdade. O que ocorre é que os direitos de uma geracao seguinte se acumulam aos das geracées anteriores. Em virtude disso, a doutrina tem preferido usar a expresséo “dimensées de direitos”. Teriamos, entaéo, os direitos de 12 dimens&o, 2? dimenséo e assim por diante. ® BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. Sao Paulo: Malheiros, 2008. www.estrategiaconcursos.com.br 5de 119 Profs Nadia / Prof. LIBERDADE IMPOEM AO ESTADO O DEVER DE ABSTENCAO DIREITOS CIVIS E POL{TICOS IGUALDADE IMPOEM AO ESTADO O DEVER DE ATUACAO DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS GERAGOES DOS iia | searawioane FUNDAMENTAIS FRATERNIDADE DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS PAULO BONAVIDES: DEMOCRACIA, INFORMAGAO, PLURALISMO 4 GERACAO NORBERTO BOBBIO: ENGENHARIA GENETICA 5* GERACAO DIREITO A PAZ 3. Caracteristicas dos Direitos Fundamentais: A doutrina aponta as seguintes caracteristicas para os direitos fundamentais: a) Universalidade: os direitos fundamentais sdéo comuns a todos os seres humanos, respeitadas suas particularidades. Em outras palavras, hd um nucleo minimo de direitos que deve ser outorgado a todas as pessoas (como, por exemplo, o direito a vida). Cabe destacar, www.estrategiaconcursos.com.br 6de119 Profs Nadia / Prof. todavia, que alguns direitos no podem ser titularizados por todos, pois s&o outorgados a grupos especificos (como, por exemplo, os direitos dos trabalhadores). b) Historicidade: os direitos fundamentais nado resultam de um acontecimento histérico determinado, mas de todo um processo de afirmag&o. Surgem a partir das lutas do homem, em que ha conquistas progressivas. Por isso mesmo, séo mutaveis e sujeitos a ampliagées, o que explica as diferentes “geracgées” de direitos fundamentais que estudamos. ¢) Indivisibilidade: os direitos fundamentais so indivisiveis, isto é, formam parte de um sistema harménico e coerente de protecdo & dignidade da pessoa humana. Os direitos fundamentais ndo podem ser considerados isoladamente, mas sim integrando um conjunto nico, indivisivel de direitos. d) Inalicnabilidade: os direitos fundamentais sdo intransferiveis € inegociaveis, néo podendo ser abolidos por vontade de seu titular. Além disso, ndo possuem contetido econémico-patrimonial. e) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais no se perdem com © tempo, sendo sempre exigiveis. Essa caracteristica decorre do fato de que os direitos fundamentais s&o personalissimos, n&o podendo ser alcangados pela prescrigao. f) Irrenunciabilidade: o titular dos direitos fundamentais ndo pode deles dispor, embora possa deixar de exercé-los. E admissivel, entretanto, em algumas situacées, a autolimitacéio voluntaria de seu exercicio, num caso concreto. Seria 0 caso, por exemplo, dos individuos que participam dos conhecidos “reality shows", que, temporariamente, abdicam do direito 4 privacidade. g) Relatividade ou Limitabilidade: nao ha direitos fundamentais absolutos. Trata-se de direitos relativos, limitaveis, no caso concreto, por outros direitos fundamentais. No caso de conflito entre eles, hd uma concordancia pratica ou harmonizacéo: nenhum deles é sacrificado definitivamente. A relatividade €, dentre todas as caracteristicas dos direitos fundamentais, a mais cobrada em prova. Por isso, guarde o seguinte: nao ha direito fundamental absoluto! Todo direito sempre DESPENCA | encontra limites em outros, também protegidos pela Na prova | constituicéo. E por isso que, em caso de conflito entre dois direitos, no haverd o sacrificio total de www.estrategiaconcursos.com.br 7de 119 Profs Nadia / Prof. um em relagdo ao outro, mas redugdo proporcional de ambos, buscando-se, com isso, alcangar a finalidade da norma. h) Complementaridade: a plena efetivacdo dos direitos fundamentais deve considerar que eles compéem um sistema tinico. Nessa dtica, os diferentes direitos (das diferentes dimensdes) se complementam e, portanto, devem ser interpretados conjuntamente. i) Concorréncia: os direitos fundamentais podem ser exercidos cumulativamente, podendo um mesmo titular exercitar varios direitos ao mesmo tempo. j) Efetividade: os Poderes Publicos tém a misséo de concretizar (efetivar) os direitos fundamentais. 1) Proibic&o do retrocesso: por serem os direitos fundamentais o resultado de um processo evolutivo, de conquistas graduais da Humanidade, néo podem ser enfraquecidos ou suprimidos. Isso significa que as normas que os instituem no podem ser revogadas ou substituidas por outras que os diminuam, restrinjam ou suprimam. Segundo Canotilho, baseado no principio do nao retrocesso social, os direitos sociais, uma vez tendo sido previstos, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo. Isso limita 0 legislador e exige a realizagéo de uma politica condizente com esses direitos, sendo inconstitucionais quaisquer medidas estatais que, sem a criagdo de outros esquemas alternativos ou compensatorios, anulem, revoguem ou aniquilem o nticleo essencial desses direitos. Os direitos fundamentais possuem uma dupla dimenséo: i) dimens&o subjetiva dimenséo objetiva. Na dimensdo subjetiva, os direitos fundamentais s&o direitos exigiveis perante o Estado: as pessoas podem exigir que o Estado se abstenha de intervir indevidamente na esfera privada (direitos de 12 gerac&o) ou que o Estado atue ofertando prestagdes positivas, através de politicas e servicos piblicos (direitos de 2@ geragao). Jé na_dimensao objetiva, os direitos fundamentais séo vistos como enunciados dotados de alta carga valorativa: eles sdo qualificados como principios estruturantes do Estado, cuja eficdcia se irradia para todo o ordenamento juridico. (FUB — 2015) A caracteristica da universalidade consiste em que todos os individuos sejam titulares de todos os direitos www.estrategiaconcursos.com.br 8de119 Profs Nadia / Prof. fundamentals, sem distingao. Comentarios: Ha alguns direitos que néo podem ser titularizados por todas as pessoas. EF o caso, por exemplo, dos direitos dos trabalhadores. Questao errada. (TRT 8* Regiéo - 2013) Os direitos fundamentais sao personalissimos, de forma que somente a propria pessoa pode a eles renunciar. Comentarios: Os direitos fundamentais tém como caracteristic “irrenunciabilidade”. Quest&o errada. 4. —Limites aos Direitos Fundamentai: A imposic&o de limites aos direitos fundamentais decorre da relatividade que estes possuem. Conforme j4 comentamos, nenhum direito fundamental é absoluto: eles encontram limites em outros direitos consagrados no texto constitucional. Além disso, conforme jé se pronunciou o STF, um direito fundamental nao pode servir de salvaguarda de praticas ilicitas. Para tratar das limitagées aos direitos fundamentais, a doutrina desenvolveu duas teorias: i) a interna e; ii) a externa. A teoria interna (teoria absoluta) considera que 0 processo de definicéo dos ito é interno a este. Nao ha restrigdes a um direito, mas uma simples definigéo de seus contornos. Os limites do direito Ihe sao imanentes, intrinsecos. A fixag&o dos limites a um direito nado é, portanto, influenciada por aspectos externos (extrinsecos), como, por exemplo, a colisao de direitos fundamentais. * Para a teoria interna (absoluta), 0 nticleo essencial de um direito fundamental € insuscetivel de violagdo, independentemente da anélise do caso concreto. Esse nticleo essencial, que ndo podera ser violado, é identificado a partir da percepcao dos limites imanentes ao direito. A teoria externa (teoria relativa), por sua vez, entende que a definig&o dos limites aos direitos fundamentais é um processo externo a esses direitos. Em outras palavras, fatores extrinsecos irdéo determinar os limites dos “SILVA, Virgilio Afonso da. © contetido essencial dos direitos fundamentais e a eficdcia das normas constitucionais. In: Revista de Direito do Estado, volume 4, 2006, pp. 35 - 39. www.estrategiaconcursos.com.br 9de 119 Profs Nadia / Prof. direito fundamentais, ou seja, o seu nucleo essencial. E somente sob essa 6tica que se admite a soluc&o dos conflitos entre direitos fundamentais pelo juizo de ponderag’o (harmonizagéo) e pela aplicacéo do principio da proporcionalidade. Para a teoria externa, o nucleo essencial de um direito fundamental também é insuscetivel de violagéo; no entanto, a determinacdo do que é exatamente esse “nticleo essencial” dependera da analise do caso concreto. Os direitos fundamentais s&o restringiveis, observado o principio da proporcionalidade e/ou a protegdo de seu nticleo essencial. Exemplo: o direito a vida pode sofrer restrigdes no caso concreto. Quest&o muito relevante a ser tratada é sobre a teoria dos “limites dos limites”, que incorpora os pressupostos da teoria externa. A pergunta que se faz é a seguinte: a lei pode impor restrigées aos direitos fundament: A resposta é sim. A lei pode impor restrigées aos direitos fundamentais, mas ha um niicleo essencial que precisa ser protegido, que nao pode ser objeto de violagées. Assim, o grande desafio do exegeta (intérprete) e do proprio legislador esta em definir 0 que é esse nticleo essencial, o que devera ser feito pela aplicagdo do principio da proporcionalidade, em suas trés vertentes (adequag3o, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). A teoria dos “limites dos limites” visa, portanto, impedir a violagéo do ndcleo essencial dos direitos fundamentais. Como o préprio nome ja nos induz a pensar, ela tem como objetivo impor limites as restricées (limites) aos direitos fundamentais criados pelo legislador. Por isso, a teoria dos “limites dos limites" tem dado amparo ao controle de constitucionalidade de leis, pela aplicag8o do principio da proporcionalidade. 0 Prof. Gilmar Mendes, ao tratar da teoria dos ™ 0 seguinte: ites dos limites”, afirma “da anélise dos direitos individuais pode-se extrair a concluséo errénea de que direitos, liberdades, poderes e garantias séo passiveis de ilimitada limitag&o ou restrig&o. E preciso n&o perder de vista, porém, que tais restricées so limitadas. Cogita-se aqui dos chamados limites imanentes ou ‘limites dos limites’ (Schranken-Schranken), que balizam 2 acdo do legislador quando restringe direitos individuais. Esses limites, que decorrem da prépria Constituicéo, referem-se tanto 4 necessidade de protegéo de um nticleo essencial do direito fundamental, quanto 4 clareza, determinag&o, generalidade e proporcionalidade das restrigées impostas.”” ° MENDES, Gilmar Ferrei itos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade: Estudos de Direito Constitucional. 3.ed. So Paulo: Saraiva, 2009. P. 41 www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 119 Profs Nadia / Prof. No Brasil, a CF/88 n&o previu expressamente a teoria dos limites aos limites. Entretanto, o dever de protecdo ao niicleo essencial esta implicito na Carta Magna, de acordo com varios julgados do STF e com a doutrina, por decorréncia do modelo garantistico utilizado pelo constituinte. Isso porque a ndo-admisséo de um limite & atuacdo legislativa tornaria indcua qualquer protecdo fundamental®. Por fim, vale ressaltar que os direitos fundamentais também podem ser restringides em situagdes de crises constitucionais, como na vigéncia do estado de sitio e estado de defesa.’ (FUB — 2015) Os direitos fundamentals, considerados como cldusula pétrea das constituigdes, podem sofrer limitacdes por ponderagéo judicial caso estejam em confronto com outros direitos fundamentais, por alteracdo legislativa, via emenda constitucional, desde que, nesse Ultimo caso, seja respeitado o nucleo essencial que os caracteriza. |] Comentarios: E possivel, sim, que sejam impostas limitagées aos direitos fundamentais, mas desde que seja respeitado o nticleo essencial que os caracteriza. Em um caso concreto no qual haja 0 conflito entre direitos fundamentais, o juiz ira aplicar a técnica da ponderaco (harmonizacao). Questo correta. 5. Eficacia Horizontal dos Direitos Fundamen' Até 0 século XX, acreditava-se que os direitos fundamentais se aplicavam apenas as relacdes entre o individuo e o Estado. Como essa relacéo é de um ente superior (Estado) com um inferior (individuo), dizia-se que os direitos fundamentais possuiam “eficdcia vertical”. A partir do século XX, entretanto, surgiu a teoria da eficdcia horizontal dos direitos fundamentais, que estendeu sua aplicacdo também as relacées entre particulares. Tem-se a chamada “eficacia horizontal” ou “efeito externo” dos direitos fundamentais. A aplicacdo de direitos fundamentais nas relagdes entre particulares tem diferente aceitagéio pelo mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, s6 se aceita a eficdcia vertical dos direitos fundamentais. Existem duas teorias sobre a aplicagdo dos direitos fundamentai eficacia indireta e mediata a da eficacia direta e imediata. i) a da © MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocéncio Martires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. P. 319. 7 O estado de defesa e estado de sitio esto previstos nos art. 136 e art. 137, da CF/88. www.estrategiaconcursos.com.br llde119 Profs Nadia / Prof. Para a teoria da eficacia indireta e mediata, os direitos fundamentais sé se aplicam nas relacées juridicas entre particulares de forma indireta, excepcionalmente, por meio das cléusulas gerais de direito privado (ordem plblica, liberdade contratual, e outras). Essa teoria é incompativel com a Constituigéio Federal, que, em seu art. 5°, § 1°, prevé que as normas definidoras de direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata. Jé para a teoria da eficdcia direta e imediata, os direitos fundamentais incidem diretamente nas relagées entre particulares. Estes estariam tao obrigados a cumpri-los quanto o Poder Publico. Esta é a tese que prevalece no Brasil, tendo sido adotada pelo Supremo Tribunal Federal. Suponha, por exemplo, que, em uma determinada sociedade empresaria, um dos sécios no esteja cumprindo suas atribuigdes e, em azo disso, os outros sécios queiram retird-lo da sociedade. Eles n&o poderdo fazé-lo sem que lhe seja concedido o direito & ampla defesa e ao contraditério. Isso porque os direitos fundamentais também se aplicam as relagdes entre particulares. E a eficdcia horizontal dos direitos fundamentais. (PGE / PR — 2015) Os direitos fundamentais assegurados pela Constituig&o vinculam diretamente sé os poderes publicos, estando direcionados mediatamente & protegdo dos particulares e apenas em face dos chamados poderes privados. aa Comentarios: Os direitos fundamentais tém eficdcia horizontal, aplicando- se, também, as relacdes entre particulares. Destaque-se que, no Brasil, prevalece a tese da eficdcia direta e imediata dos direitos fundamentais. Questo errada. 6. Os Direitos Fundamentais na Constituigao Federal de 1988: Os direitos fundamentais esto previstos no Titulo II, da Constituigéo Federal de 1988. O Titulo II, conhecido como “cataélogo dos direitos fundamentais”, vai do art. 5° até o art. 17 e divide os direitos fundamentais ‘em 5 (cinco) diferentes categorias: a) Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5°) b) Direitos Sociais (art. 6° - art. 11) ¢) Direitos de Nacionalidade (art. 12 - art. 13) d) Direitos Politicos (art. 14 - art. 16) www.estrategiaconcursos.com.br 12de119 Profs Nadia / Prof. €) Direitos relacionados & existéncia, organizacio e participacio em partidos politicos. E importante ter ateng&o para nao cair em uma “pegadinha” na hora da prova. Os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais, os direitos de nacionalidade, os direitos politicos e os direitos relacionados a existéncia, organizacéo € participagéo em partides politicos séo espécies do género “direitos fundamentais”. O rol de direitos fundamentais previsto no Titulo II néo é exaustivo. Ha outros direitos, espalhados pelo texto constitucional, como o direito ao meio ambiente (art. 225) e 0 principio da anterioridade tributaria (art.150, III, “b”). Nesse ponto, vale ressaltar que os direitos fundamentais relacionados no Titulo II so conhecidos pela doutrina como “direitos catalogados”; por sua vez, os direitos fundamentais previstos na CF/88, mas fora do Titulo II, sio conhecidos como “direitos néo-catalogados”. (MPU - 2015) Na CF, a classificagao dos direitos e garantias fundamentais restringe-se a trés categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de nacionalidade e os direitos pol a! Comentarios: Pode-se falar, ainda, na existéncia de outros dois grupos de direitos: os direitos sociais e os direitos relacionados a existéncia, organizacao e participacéo em partidos politicos. Questiio errada. Direitos e Deveres Indi e Coletivos: Parte I Iniciaremos 0 estudo do artigo da Constituiggo mais cobrado em provas de concursos: 0 art. 5°. Vamos ld? Art, 5° Todos s&o iguais perante a lei, sem distingao de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade do direito vida, 4 liberdade, a igualdade, 4 seguranca e a ropriedade, nos termos sequintes: (...) 0 dispositivo constitucional enumera cinco direitos fundamentais - os direitos vida, a liberdade, & igualdade, a seguranga e & propriedade. Desses direitos & que derivam todos os outros, relacionados nos diversos incisos do art. 5°. A doutrina considera, inclusive, que os diversos incisos do art. 5° sdo desdobramentos dos direitos previstos no caput desse artigo. www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 119 2) iv] y Prof Nadia / Prof. Apesar de o art. 5°, caput, referir-se apenas a “brasileiros e estrangeiros residentes no pals”, hd consenso na doutrina de que os direitos fundamentais abrangem qualquer pessoa que se encontre em territério nacional, mesmo que seja um estrangeiro residente no exterior. Um estrangeiro que estiver passando férias no Brasil sera, portanto, titular de direitos fundament: Nesse sentido, entende o STF que o stidito estrangeiro, mesmo aquele sem domicilio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas bdsicas que lhe assegurem a preservacéo do status libertatis e a observancia, pelo Poder Publico, da clausula constitucional do due process®. Ainda sobre o tema, chamamos sua atengéio para deciséo do STF segundo a qual “o direito de propriedade é garantido ao estrangeiro nao residente".? Cabe destacar, ainda, que os direitos fundamentais no tém como titular apenas as pessoas fisicas; as pessoas jurfdicas e até mesmo o préprio Estado sao titulares de direitos fundamentais. No que se refere ao direito a vida, a doutrina considera que é dever do Estado assegura-lo em sua dupla acepgio: a primeira, enquanto direito de continuar vivo; a segunda, enquanto direito de ter uma vida digna, uma vida boa.'° Seguindo essa linha, o STF ja decidiu que assiste aos individuos 0 direito a busca pela felicidade, como forma de realizado do principio da dignidade da pessoa humana."* direito @ vida n&o abrange apenas a vida extrauterina, mas também a vida intrauterina. Sem essa protegao, estariamos autorizando a pratica do aborto, que somente é admitida no Brasil quando ha grave ameaca a vida da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro. Relacionado a esse tema, hd um importante julgado do STF sobre a possibilidade de interrupcéo de gravidez de feto anencéfalo. O feto anencéfalo é aquele que tem uma mé-formacéo do tubo neural (auséncia parcial do encéfalo e da calota craniana). Trata-se de uma patologia letal: os fetos por ela afetados morrem, em geral, poucas horas depois de terem nascido. A Corte garantiu o direito 4 gestante de “submeter-se a antecipasao terapéutica de parto na hipdtese de gravidez de feto anencéfalo, previamente diagnosticada por profissional habilitado, sem estar compelida a apresentar autorizag&o judicial ou qualquer outra forma de permiss&o do Estado". 0 STF entendeu que, nesse caso, nao haveria coliséo real entre direitos "HC 94.016, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16-9-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-2009. ° RE 33.319/DF, Rel. Min, Candido Motta, DJ> 07.01.1957. ‘© MORAES, Alexandre de. Constituicao do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 99 edicdo. Sao Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 106. 1 Pleno STF AgR 223. Rel. Min. Celso de Mello. Deciso em 14.04.2008. www.estrategiaconcursos.com.br 1d de 119 Profs Nadia / Prof. fundamentais, apenas conflito aparente, uma vez que 0 anencéfalo, por ser inviavel, nao seria titular do direito 4 vida. O feto anencéfalo, mesmo que logicamente vivo, porque feito de células e tecidos vivos, seria juridicamente morto, de maneira que no deteria protegao juridica.” Assim, a interrupcéo da gravidez de feto anencéfalo nao é tipificada como crime de aborto. Outra controvérsia levada a apreciagéio do STF envolvia a pesquisa com células-tronco embrionarias. Segundo a Corte, é legitima e n&o ofende o direito 4 vida nem, tampouco, a dignidade da pessoa humana, a realizacéo de pesquisas com células-tronco embriondrias, obtidas de embriées humanos produzidos por fertilizagio “in vitro” e nao utilizados neste procedimento.!? Por fim, cabe destacar que nem mesmo o direito 4 vida é absoluto. A Constituigéo Federal de 1988 admite a pena de morte em caso de guerra declarada. (MPE /RS — 2014) Ainda que o sistema juridico- constitucional patrio consagre o direito & vida como direito fundamental, ele admite excepcionalmente a pena de morte. | Comentarios: Nenhum direito fundamental é absoluto, inclusive o direito & vida. Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte. Questao correta. © STF, Pleno, ADPF 54/DF, Rel. n? 661. 3 ADI 3510/DF, Rel. Mi Marco Aurélio, decisdo 11 ¢ 12.04.2012, Informative STF Ayres Britto, DJe: 27.05.2010 www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 119 DIREITO VIDA ERELATIVO COM A INTERRUPCAO DE |GRAVIDEZ DE ANENCEFALO ‘COM A PESQUISA COM CELULAS-IRONCO EMBRIONARIAS: £ COMPATIVEL Uma vez decifrado o “caput” do artigo 5° da Carta Magna, passaremos a anélise dos seus inciso: T- homens e mulheres sao iguais em direitos e obrigagoes, nos termos desta Constituig&o; Esse inciso traduz o principio da igualdade, que determina que se dé tratamento igual aos que estdo em condicées equivalentes e desigual aos que esto em condicées diversas, dentro de suas desigualdades. Obriga tanto o legislador quanto o aplicador da lei. 0 legislador fica, portanto, obrigado a obedecer a “igualdade na I podendo criar leis que discriminem pessoas que se encontram em situagdo equivalente, exceto quando houver razoabilidade para tal. Os intérpretes e aplicadores da lei, por sua vez, ficam limitados pela “igualdade perante a lei", no podendo diferenciar, quando da aplicagao do Direito, aqueles a quem a lei concedeu tratamento igual. Com isso, resguarda-se a igualdade na lei: de nada adiantaria ao legislador estabelecer um direito a todos se fosse permitido que os juizes e demais autoridades tratassem as pessoas desigualmente, reconhecendo aquele direito a alguns e negando-os a outros. www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 119 Profs Nadia / Prof. Vejamos, abaixo, interessante trecho de julgado do STF a respeito do assunto: 1“ O principio da isonomia, que se reveste de auto-aplicabilidade, no é - enquanto postulado fundamental de nossa ordem politico-juridica - suscetivel de regulamentagSo ou de complementac3o normativa. Esse principio - cuja observancia vincula, incondicionalmente, todas as manifestacées do Poder Puiblico - deve ser considerado, em sua precipua func&o de obstar discriminagées e de extinguir privilégios (RDA 55/114), sob duplo aspecto: (a) 0 da igualdade na lei; e (b) 0 da igualdade perante a lei. A igualdade na lei - que opera numa fase de generalidade puramente abstrata - constitui exigéncia destinada ao legislador que, no processo de sua formago, nela nao poderé incluir fatores de discriminacao, responsaveis pela ruptura da ordem isonémica. A igualdade perante a lel, contudo, pressupondo lei jé elaborada, traduz imposic&o destinada aos demais poderes estatais, que, na aplicagéo da norma legal, n&o poder&o subordind-la a critérios que ensejem tratamento seletivo ou discriminatério. DESTINA-SE AO LEGISLADOR IGUALDADE NA LEI IGUALDADE. DESTINA-SE AOS APLICADORES DO DIREITO. IGUALDADE PERANTE A LEI © principio da igualdade, conforme j4 comentamos, impede que pessoas que estejam na mesma situag3o sejam tratadas desigualmente; em outras palavras, podera haver tratamento desigual (discriminatério) entre pessoas que estdo em situagdes diferentes. Nesse sentido, as acées afirmativas, como a reserva de vagas em universidades ptblicas para negros e indios, sdo consideradas constitucionais pelo STF.!° Da mesma forma, é compativel com o principio da igualdade programa concessivo de bolsa de estudos em universidades privadas para alunos de renda familiar de pequena monta, com quotas para negros, pardos, indigenas e portadores de necessidades especiais. '° Segundo o STF: “MI 58, Rel. p/ 0 ac. Min. Celso de Mello, j.14-12-1990, DJ de 19-4-1991. +5 RE 507285/RS. Min. Ricardo Lewandowski. Decisdo: 09.05.2012 1° STF, Pleno, ADI 3330/DF, Rel. Min. Ayres Britto, j. 03.05.2012. oncursos.com.br 17 de 119 www.estrateg: Profs Nadia / Prof. “o legisiador constituinte néo se restringira apenas a proclamar solenemente a igualdade de todos diante da lei. Ele teria buscado emprestar a maxima concreg&o a esse importante postulado, para assegurar a igualdade material a todos os brasileiros e estrangeiros que viveriam no pais, consideradas as diferengas existentes por motivos naturais, culturais, econémicos, sociais ou até mesmo acidentais. Além disso, atentaria especialmente para a desequiparacao entre os distintos grupos sociais. Asseverou-se que, para efetivar a igualdade material, 0 Estado poderia langar mao de politicas de cunho universalista - a abranger numero indeterminado de individuos - mediante agdes de natureza estrutural; ou de agées afirmativas - a atingir grupos sociais determinados - por meio da atribuig&o de certas vantagens, por tempo limitado, para permitir a suplantac&o de desigualdades ocasionadas por situagées histéricas particulares.""” A realizagéo da igualdade material ndo proibe que a lei crie discriminacées, desde que estas obedecam ao principio da razoabilidade. Seria o caso, por exemplo, de um concurso para agente penitenciario de prisdo feminina restrito a mulheres. Ora, fica claro nessa situag3o que ha razoabilidade: em uma prisdio feminina, é de todo desejavel que os agentes penitencidrios néo sejam homens. © mesmo vale para limites de idade em concursos pliblicos. Segundo o STF, € legitima a previséo de limites de idade em concursos ptblicos, quando justificada pela natureza das atribuigées do cargo a ser preenchido (Sumula 683). Cabe enfatizar, todavia, que a restricéo da admissao a cargos publicos a partir de idade somente se justifica se previsto em lei e quando situacdes concretas exigem um limite razodvel, tendo em conta o grau de esforgo a ser desenvolvido pelo ocupante do cargo. A isonomia entre homens e mulheres também é objeto da jurisprudéncia do STF. Segundo a Corte, ndo afronta o principio da isonomia a adogao de critérios distintos para a promocdo de integrantes do corpo femi masculino da Aeronautica”. Trata-se de uma hipotese em que a di entre homens e mulheres visa atingir a igualdade material, sendo, portanto, razoavel. Note, todavia, que, em todos os casos acima, sé a lei ou a prépria Constituig&o podem determinar discriminagdes entre as pessoas. Os atos infralegais (como edital de concurso, por exemplo) no podem determinar tais limitagdes sem que haja previsdo legal. * RE 597285/RS. Min. Ricardo Lewandowski. Decisdo: 09.05.2012 *8 RE 523737/MT - Rel. Min. Ellen Gracie, DJe: 05.08.2010 1RE 498,900-AgR, Rel. Min. Carmen Lucia, j. 23-10-2007, Primeira Turma, DJ de 7-12-2007. www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 119 Profs Nadia / Prof. Do principio da igualdade se originam varios outros principios da Constituico, como, por exemplo, a vedacdo ao racismo (art. 5°, XLII, CF), 0 principio da isonomia tributaria (art. 150, II, CF), dentre outros. Finalizando 0 estudo desse inciso, guarde outra jurisprudéncia cobrada em concursos. O STF entende que o principio da isonomia ndo autoriza ao Poder Judiciario estender a alguns grupos vantagens estabelecidas por i a outros. Isso porque se assim fosse possivel, 0 Judiciério estaria “legislando”, néo é mesmo? O STF considera que, em tal situacéio, haveria ofensa ao principio da separacdo dos Poderes. Sobre esse tema, destacamos, inclusive, a Stimula Vinculante n° 37: “Wao cabe ao Poder Judicidrio, que nao tem fungao legislativa, aumentar vencimentos de servidores publicos sob fundamento de isonomia.” (PGE / RS - 2015) Ao julgar a acdo direta de inconstitucionalidade em que se questionava_ a (in)constitucionalidade de lei determinando a fixag&o de cotas raciais em Universidades e ao julgar a aco declaratéria de constitucionalidade em que se — questionava. a (in)constitucionalidade da Lei Maria da Penha, o STF acolheu uma concepgo formal de igualdade, com o reconhecimento da vedacao a toda e qualquer forma de discriminacao, salvo a hipétese de discriminacdo indireta. Comentai Nas duas situacdes, o STF acolheu uma concepgdo material de igualdade. No primeiro caso (cotas raciais), considerou-se legitimo 0 uso de agées afirmativas pelo Estado; no segundo, & soe © STF considerou legitimas medidas especiais para coibir a raticar! | yioléncia doméstica contra as mulheres. Em ambos os casos, aplicou-se um tratamento desigual, mas para pessoas que estéo em situagées diferentes, 0 que esté em conformidade com a ideia de igualdade material. Questo errada. (PGM - Niteréi - 2014) 0 direito fundamental a igualdade é compativel com a existéncia de limite de idade para a inscrig&o em concurso piblico, sempre que justificado pela natureza das atribuigdes do cargo a ser preenchido. Comentarios: O STF considera legitima a previsao de limites de idade em concursos piblicos, quando justificada pela natureza das atribuigdes do cargo a ser preenchido. Questéo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 119 Profs Nadia / Prof. TI — ninguém seré obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei: Esse inciso trata do principio da legalidade, que se aplica de maneira diferenciada aos particulares e ao Poder Publico. Para os particulares, traz a garantia de que so podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei. Tudo é permitido a eles, portanto, na falta de norma legal proibitiva. J4 para o Poder Ptiblico, o principio da legalidade consagra a ideia de que este sé pode fazer o que é permitido pela lei. E importante compreendermos a diferenca entre o principio da legalidade e o principio da reserva legal. © principio da legalidade se apresenta quando a Carta Magna utiliza a palavra “lei” em um sentido mais amplo, abrangendo nao somente a lei em sentido estrito, mas todo e qualquer ato normativo estatal (incluindo atos infralegais) que obedeca as formalidades que Ihe sdo préprias e contenha uma regra juridica. Por meio do principio da legalidade, a Carta Magna determina a submissdo € 0 respeito a “lei”, ou a atuacdo dentro dos limites legais; no entanto, a referéncia que se faz é a lei em sentido material. Jé 0 principio da reserva legal é evidenciado quando a Constituigao exige expressamente que determinada matéria seja regulada por lei formal ou atos com forca de lei (como decretos auténomos, por exemplo). O vocdbulo “lei” 6, aqui, usado em um sentido mais restrito. José Afonso da Silva classifica a reserva legal do ponto de vista do vinculo imposto ao legislador como absoluta ou relativa. Na reserva legal absoluta, a norma constitucional exige, para sua integral regulamentacdo, a edicéo de lei formal, entendida como ato normativo emanado do Congresso Nacional e elaborado de acordo com o processo legislativo previsto pela Constituicao. Como exemplo de reserva legal absoluta, citamos o art. 37, inciso X, da CF/88, que dispde que a remuneragdo dos servidores publicos somente poder ser fixada ou alterada por lei especifica. No ha, nesse caso, qualquer espaco para regulamentagao por ato infralegal; somente a lei pode determinar a disciplina juridica da remuneracio dos servidores publicos. Na reserva legal relativa, por sua vez, apesar de a Constituig&o exigir lei formal, esta permite que a lei fixe apenas parametros de atuac&o para o 6rgao administrativo, que poderé complementé-la por ato infralegal, respeitados os limites estabelecidos pela legislacao. www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 119) Profs Nadia / Prof. A doutrina também afirma que a reserva legal pode ser classificada como simples ou qualificada. A reserva legal simples é aquela que exige lei formal para dispor sobre determinada matéria, mas néo especifica qual o contetido ou a finalidade do ato. Haverd, portanto, maior liberdade para o legislador. Como exemplo, citamos 0 art.5°, inciso VII, da CF/88, segundo o qual “é assegurada, nos termos da lei, a assisténcia religiosa nas entidades civis e militares de internagao coletiva”. Fica bem claro, ao lermos esse dispositivo, que a lei terd ampla liberdade para definir como seré implementada a prestacdo de assist€ncia religiosa nas entidades de internagio coletiva. A reserva legal qualificada, por sua vez, além de exigir lei formal para dispor sobre determinada matéria, j4 define, previamente, o contetido da lei e a finalidade do ato. O melhor exemplo de reserva legal qualificada, apontado pela doutrina, é o art. 5°, inciso XII, da CF/88, que dispde que “é inviolavel 0 sigilo da correspondéncia e das comunicagées telegraficas, de dados e das comunicagées telefénicas, salvo, no Ultimo caso, por ordem judicial, nas hipsteses e na forma que a lei estabelecer_para fins de investigac&o criminal ou instrugéo processual penal”. Ao ler esse dispositive, percebe-se que o legislador no tera grande liberdade de atuaco: a Constituicdo j4 prevé que a interceptagao telefénica somente sera possivel mediante ordem judicial e para a finalidade de realizar investigac&o criminal ou instrugao processual penal. III - ninguém sera submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Esse inciso costuma ser cobrado em sua literalidade. Memorize-o! IV - é livre a manifestagao do pensamento, sendo vedado o anonimato; Trata-se da liberdade de expressdo, que é verdadeiro fundamento do Estado democratico de direito. Todos podem’ manifestar, oralmente ou por escrito, 0 que pensam, desde que isso ndo seja feito anonimamente. A vedagdo ao anonimato visa garantir a responsabilizacéo de quem utilizar tal liberdade para causar danos a terceiros. Com base na vedacdo ao anonimato, o STF veda o acolhimento a denincias anénimas. Entretanto, essas delagées anénimas poderéo servir de base para que o Poder Publico adote medidas destinadas a esclarecer, em suméaria e prévia apuragdo, a verossimilhanca das alegacées que Ihe foram transmitidas.”° Em caso positivo, poderd, ent&o, ser promovida a formal * STF, Inq 1957/ PR, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo STF n® 393. www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 119) Profs Nadia / Prof. instauracéo da "persecutio criminis", mantendo-se completa desvinculacio desse procedimento estatal em relagéo as pesas apécrifas. Perceba que as dentincias anénimas jamais poderdo ser a causa Unica de exercicio de atividade punitiva pelo Estado. Em outras palavras, ndo pode ser instaurado um procedimento formal de investigagdo com base, unicamente, em uma dentincia anénima. Segundo o STF, as autoridades pUblicas no podem iniciar qualquer medida de persecucdo (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em pecas apécrifas ou em escritos anénimos. As pecas apocrifas nao podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituirem, eles proprios, © corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extors3o mediante sequestro, por exemplo). E por isso que o escrito anénimo nado autoriza, isoladamente considerado, a imediata instaurac3o de "persecutio criminis". Também com base no direito & manifestac&o do pensamento e no direito de reuniao, o STF considerou inconstitucional qualquer interpretag30 do Cédigo Penal que possa ensejar a criminalizagéo da defesa da legalizacdo das drogas, ou de qualquer substdncia entorpecente especifica, inclusive através de manifestacées e eventos ptiblicos”". Esse foi um entendimento polémico, que descriminalizou a chamada “marcha da maconha”. Por analogia, € possivel entender que isso também se aplica aqueles que defendam publicamente a legalizacio do aborto. Assim, a defesa da legalizagéo do aborto n&o deve ser considerada incitagdéo & prdtica criminosa. Sabe-se, todavia, que nenhum direito fundamental é absolute. Também nao o é a liberdade de expresso, que, segundo o STF, “no pode abrigar, em sua abrangéncia, manifestacées de conteudo imoral que implicam ilicitude penal. O preceito fundamental de liberdade de expresséo nao consagra o direito 4 incitagdo ao racismo’, dado que um direito individual ndo pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilicitas, como sucede com os delitos contra a honra.” Por fim, concluindo a andlise do inciso IV, é importante saber que, que tendo como fundamento a liberdade de expressao, o STF considerou que a exigéncia de diploma de jornalismo e de registro profissional no Ministério do Trabalho néo sao condigées para o exercicio da profissdo de jornalista. Nas palavras de Gilmar Mendes, relator do proceso, “o jornalismo e a liberdade de expresso so atividades que est&o imbricadas por sua prépria natureza e n&o podem ser pensados e tratados de forma separada". =! ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15- ** HC 82.424. Rel. Min. Mauricio Cora, 0) 19.03.2004, 2011, Plenario. www.estrategiaconcursos.com.br 22de 119) Prof* Nadia / Prof. DENUNCIAS ANONIMAS: ACOLHIMENTO VEDADO PELO STE REGRA: NAO PODEM SER INCOPORADOS FORMALMENTE AO PROCESSO PECAS APOCRIFAS? ESCRITOS ANONIMOS. DOCUMENTOS: PRODUZIDOS PELO ACUSADO LIBERDADE DE EXPRESSAO DOCUMENTOS ‘QUE CONSTITUEM CORPO DE DELITO. “MARCHA DA MACONHA": E COMPATIVEL COM A LIBERDADE DE EXPRESSAO DISCURSOS DE ODIO VIOLAM A LIBERDADE DE EXPRESSAO V - @ assegurado 0 direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenizag&o por dano material, moral ou 4 imagem; Essa norma traduz o direito de resposta manifestagdo do pensamento de outrem, que é aplicavel em relagéo a todas as ofensas, independentemente de elas configurarem ou néo infragées penais. Essa resposta devera ser sempre proporcional, ou seja, veiculada no mesmo meio de comunicagao utilizado pelo agravo, com mesmo destaque, tamanho e durac&o. Salienta-se, ainda, que o direito de resposta se aplica tanto a pessoas fisicas quanto a pessoas juridicas ofendidas pela expresséo indevida de opiniées. Outro aspecto importante a se considerar sobre o inciso acima é que as indenizagées material, moral e 4 imagem sdo cumulaveis” (podem ser aplicadas conjuntamente), e, da mesma forma que o direito a resposta, aplicam-se tanto a pessoas fisicas (individuos) quanto a pessoas juridicas (“empresas”) e so proporcionais (quanto maior o dano, maior a indenizac&o). ® Sumula STJ n° 37: “Sdo cumulaveis as indenizacées por dano material e dano moral coriundos do mesmo fato. www.estrategiaconcursos.com.br 23de 119) Profs Nadia / Prof. O direito 4 indenizagdo independe de o direito 4 resposta ter sido, ou n&o, exercido, bem como de o dano caracterizar, ou nao, infragdo penal. Relacionada a esse inciso, ha jurisprudéncia que pode ser cobrada em seu concurso. O STF entende que o Tribunal de Contas da Unido (TCU) nado pode manter em sigilo a autoria de dendncia contra administrador publico a ele apresentada. Isso porque tal sigilo impediria que o denunciado se defendesse perante aquele Tribunal. APLICAGAO A PESSOAS FISICAS E PESSOAS JURIDICAS PROPORCIONAL AO AGRAVO- PODE SER ACUMULADO COM INDENIZACAO POR DANO ‘MATERIAL, MORAL OU A IMAGEM VI - é inviolavel a liberdade de consciéncia e de crenga, sendo assegurado o livre exercicio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a protecéo aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lel, a prestagao de assisténcia religiosa nas entidades civis e militares de internagao coletiva; Consagra-se, nesses incisos, a liberdade rel No que se refere ao inciso VII, observe que néo é o Poder Publico o responsavel pela prestac3o religiosa, pois o Brasil é um Estado laico, portanto a administraggo ptiblica esta impedida de exercer tal func&o. Essa assisténcia tem carater privado e incumbe aos representantes habilitados de cada religiao. A protec§o aos locais de culto é principio do qual deriva a imunidade tributaria prevista no art. 150, inciso VI, “b”, que veda aos entes federativos instituir impostos sobre templos de qualquer culto. Segundo o STF, essa imunidade alcanca os cemitérios que consubstanciam extensées de ade de cunho religioso abrangidas pela garantia desse dispositivo constitucional, sendo vedada, portanto, a incidéncia do IPTU sobre eles.” 0 TCU é um érgéo auxiliar do Poder Legislativo (do Congreso Nacional), cujas princi fungdes sdo acompanhar a execucio do orcamento (dos gastos publicos) e julgar as contas dos responséveis por dinheiro ou bens publicos. Suas atribuicdes esto discriminadas no art. 71 da CF/88, que vocé pode ler, para sanar sua curiosidade. Entretanto, ndo se preocupe em aprendé-las agora. *'RE 578.562. Rel. Min. Eros Grau. DJe 12.09.2008 www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 119) Profs Nadia / Prof. (13 7 BA- 2015) — assegurada, nos termos da lei, a prestagéo de assisténcia religiosa nas entidades civis e militares de internacdo coletiva. Edi Comentarios: Essa questiio traz a literalidade do art. 5°, VII, CF/88. Questo correta. VIII - ninguém sera privado de direitos por motivo de crenga religiosa ou de convicgao filoséfica ou politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigagao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestacao alternativa, fixada em lei; O art. 5®, inciso VIII, consagra a denominada “escusa de cons: é uma garantia que estabelece que, em regra, ninguém seré privado de eitos por ndo cumprir obrigagdo legal a todos imposta devido a suas crengas religiosas ou convicgées filoséficas ou politicas. Entretanto, havendo o descumprimento de obrigag&o legal, 0 Estado poderd impor, & pessoa que recorrer a esse direito, prestagdo alternativa fixada em lei. E 0 que aconteceré se essa pessoa recusar-se, também, a cumprir a prestag&o alternativa? Nesse caso, podera excepcionalmente sofrer restricgo de direitos. Veja que, para isso, sio necessarias, cumulativamente, duas condig6es: recusar-se a cumprir obrigacéo legal alegando escusa de consciéncia e, ainda, a cumprir a prestacdo alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poderé haver a perda de direitos politicos, na forma do art. 15, IV, da Constituigao. Um exemplo de obrigag&o legal a todos imposta € o servico militar obrigatério. Suponha que um individuo, por conviccées filoséficas, se recuse a ingressar nas Forcas Armadas. Se o fizer, ele no sera privado de seus direitos: a lei ird fixar-lhe prestago alternativa. Caso, além de se recusar a ingressar no servico militar, ele, adicionalmente, se recuse a cumprir prestacao alternativa, ai sim ele podera ser privado de seus direitos. O art. 5°, inciso VIII, é uma norma constitucional de eficacia contida. Todos tém o direito, afinal, de manifestar livremente sua crenca religiosa e convicgées filoséfica e politica. Essa é uma garantia plenamente exercitavel, mas que poderé ser restringida pelo legislador. Explico. Havendo uma obrigag&o legal a todos imposta, a regra é que ela deverd ser cumprida. Entretanto, em razdo de imperativos da consciéncia, & possivel que alguém deixe de obedecé-la. Nesse caso, ha que se perguntar: existe prestagao alternativa fixada em lei? www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 119 Profs Nadia / Prof. N&o existindo lei que estabeleca prestacdo alternativa, aquele que deixou de cumprir a obrigaco legal a todos imposta nao poder ser privado de seus direitos. Fica claro que o direito 4 escusa de consciéncia sera garantido em sua plenitude. A partir do momento em que o legislador edita norma fixando prestac’o alternativa, ele esta restringindo o direito a escusa de consciéncia. Aquele que, além de descumprir a obrigacéo legal a todos imposta, se recusar a cumprir a prestacdo alternativa, sera privado de seus direitos. (TRE/GO — 2015) Ninguém sera privado de direitos por motivo de convicgao politica, salvo se as invocar para eximir- se de obrigacao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestagio alternativa, fixada em lei. Essa norma constitucional, que trata da escusa de consciéncia, tem eficdcia contida, podendo o legislador ordinario restringir tal & > praticar| | garantia. Comentarios: Conforme explicamos acima, a norma constitucional que trata da escusa de consciéncia é de eficdcia contida. A lei podera restringir esse direito. Quest&o correta. IX - é livre a expressdo da atividade intelectual, artistica, cientifica e de comunicagao, independentemente de censura ou licenga;. © que vocé n&o pode esquecer sobre esse inciso? E vedada a censura. Entretanto, a liberdade de express&o, como qualquer direito fundamental, € relativa. Isso porque é limitada por outros direitos protegidos pela Carta Magna, como a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do individuo, por exemplo. Nesse sentido, entende o STF que o direito a liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender criticas a qualquer pessoa, ainda que em tom dspero, contundente, sarcdstico, irénico ou irreverente, especialmente contra as autoridades e aparelhos de Estado. Entretanto, esse profissional responder, penal e civilmente, pelos abusos que cometer, sujeitando- se ao direito de resposta a que se refere a Constituigio em seu art. 5°, inciso V. A liberdade de imprensa é plena em todo o tempo, lugar e circunstancias, tanto em periodo nao-eleitoral, quanto em periodo de eleigdes gerais”*. °° ADI 4.451-MC-REF, Rel. Min. Ayres itto, Plendrio, DJE de 24-8-2012. www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 119) Profs Nadia / Prof. Nesse mesmo sentido, considera o STF que a liberdade de manifestagdo do pensamento, que representa um dos fundamentos em que se apoia a propria nog&o de Estado democrdtico de direito, nado pode ser restringida pelo exercicio ilegitimo da censura estatal, ainda que praticada em sede jurisdicional.”” (DPU - 2015) O direito & liberdade de expressdo representa um dos fundamentos do Estado democratico de direito e n&o pode ser restringido por meio de censura estatal, salvo a praticada em sede jurisdicional. raticar! | Comentarios: A liberdade de expresso nao pode ser restringido por meio de censura estatal, inclusive a que for praticada em sede jurisdicional. Questao errada. X - 8&0 inviolaveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizagao pelo dano material ou moral decorrente de sua violagso; “Dissecando-se” esse inciso, percebe-se que ele protege: a) 0 direito a intimidade e a vida privada. Resguarda, portanto, a esfera mais secreta da vida de uma pessoa, tudo que diz respeito a seu modo de pensar e de agir. b) 0 direito & honra. Blinda, desse modo, o sentimento de dignidade e a reputagao dos individuos, 0 “bom nome” que os diferencia na sociedade. ©) O direito a imagem. Defende a representacéo que as pessoas possuem perante si mesmas € os outros. A intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas sao inviolaveis: elas consistem em espaco intimo intransponivel por intromissées ilicitas externas.” A violacio a esses bens juridicos ensejara indenizagdo, cujo montante deveré observar o grau de reprovabilidade da conduta.” Destaque-se que as indenizacées por dano material e por dano moral sao cumulaveis, ou seja, diante de um mesmo fato, é possivel que se reconheca o direito a ambas indenizacées. * Rcl 18.566 - MC/SP. Rel. Min. Celso de Mello. Julg: 12.09.2014. DJE 17.09.2014. de. Constituigéo do Brasil Interpretada e Legislacao .. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 159. * AO 1.390, Rel. Min. Dias Toffoli. DJe 30.08.2011 www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 119) Profs Nadia / Prof. As pessoas jurfdicas também poderéo ser indenizadas por dano moral”, uma vez que sao titulares dos direitos 4 honra e a imagem. Segundo o ST, a honra objetiva da pessoa juridica pode ser ofendida pelo protesto indevido de titulo cambial, cabendo indenizagéo pelo dano extrapatrimonial dai decorrente.*! E importante que vocé saiba que o STF considera que para que haja condenac&o por dano moral, nao é necessario ofensa a reputacdo do individuo. Assim, a dor e o sofrimento de se perder um membro da familia, por exemplo, pode ensejar indenizagao por danos morais. Além disso, com base nesse inciso, 0 STF entende que n&o se pode coagir suposto pai a realizar exame de DNA. Essa medida feriria, também, outros jireitos humanos, como, por exemplo, a dignidade da pessoa humana e a intangibilidade do corpo humano. Nesse caso, a paternidade so poderd ser comprovada mediante outros elementos constantes do processo. Sobre esse tema, é importante, ainda, destacar que o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que é valida deciséo judicial do a publicacao de fatos relativos a um individuo por empresa jornalistica. © fundamento da deciséo € a inviolabilidade constitucional dos direitos da personalidade, notadamente o da privacidade. Outra importante deciséo do STF diz respeito & privacidade dos agentes politicos. Segundo a Corte, esta é relativa, uma vez que estes devem @ sociedade as contas da atuacdo desenvolvida”. Mas isso nao significa que quem se dedica a vida ptiblica nao tem direito a privacidade. O direito se mantém no que diz respeito a fatos intimos e da vida familiar, embora nunca naquilo que se refira a sua atividade publica’. No que diz respeito a servidor ptiblico que, no exercicio de suas fungées, é injustamente ofendido em sua honra e imagem, o STF entende que a indenizagao esta sujeita a uma clausula de modicidade. Isso porque todo agente ptiblico esta sob permanente vigilia da cidadania. E quando o agente estatal nao prima por todas as aparéncias de legalidade e legitimidade no seu atuar oficial, atrai contra si mais fortes suspeitas de um comportamento antijuridico francamente sindicdvel pelos cidadéos™. Assim, no caso de eu, Auditora-Fiscal, sofrer um dano & minha honra por uma reportagem na TV, a indenizagéo a mim devida sera menor do que aquela que seria paga a um cidad&o comum. * Samula 227 ST3 - A pessoa juridica pode sofrer dano moral. * ST), REsp n° 60.033/MG - Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ 27.11.1995 Ing 2589 MS, Min. Marco Aurélio, j. 02.11.2009, p, 20.11.2009. RE 577785 RJ, Min. Ricardo Lewandowski, j. 20.05.2008, p. 30.05.2008. **ADPF 130, DIE de 6-11-2009. oncursos.com.br 28 de 119) www.estrateg: (© STF considera que, para que haja condenagao por dano moral, ndo é necessario ofensa a reputagao do tome not individuo. Assim, a dor de se perder um membro da familia, por exemplo, pode ensejar indenizac&o por danos morais. O direito a privacidade também foi objeto de andlise do STF na ADI 4815, na qual se avaliou a necessidade de autorizacao prévia para a publicacdo de biografias. Em exame, estava um conflito entre direitos fundamentais: de um lado, a liberdade de expressio e de manifestagdo do pensamento; do outro, o direito a intimidade e a vida privada. Ao efetuar um juizo de ponderagao, o STF concluiu pela prevaléncia, nessa situac4o, do direito a liberdade de expressdo e de manifestacdo do pensamento. Decidiu a Corte que é “inexigivel o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biogréficas literdrias ou audiovisuais, sendo por igual desnecesséria autorizagdo de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas)". Com essa decisdo, o STF passou a admitir as biografias ndo-autorizadas. Entretanto, cabe ressaltar que a inexigibilidade do consentimento ndo exclui a possibilidade de indenizag&o em virtude de dano material ou moral decorrente da violac&o da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. Segundo Alexandre de Moraes, a inviolabilidade do sigilo de dados (art.5®, XI) complementa a previsao do di a intimidade e vida privada (art. 50, X), sendo ambas as previsdes uma defesa da privacidade e regidas pelo principio da exclusividade. Também relacionado aos direitos a intimidade e a vida privada esté o sigilo bancario, que é verdadeira garantia de privacidade dos dados bancérios. Assim como todos os direitos fundamentais, 0 sigilo bancdrio no é absoluto. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STJ de que “havendo satisfatéria fundamentacdo judicial a ensejar a quebra do sigilo, ndo hd violagéo a nenhuma cléusula pétrea constitucional.” (STJ, DJ de 23.05.2005). A pergunta que se faz agora é a seguinte: quais autoridades podem determinar a quebra do sigilo bancario? A resposta a essa pergunta é complexa e envolve conhecimento acerca da jurisprudéncia do STF e do ST). a) O Poder Judiciario pode determinar a quebra do sigilo bancério e do sigilo fiscal. b) As Comissées Parlamentares de Inquérito (CPI°s) federais e estaduais podem determinar a quebra do sigilo bancério e fiscal. Isso se www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 119) Profs Nadia / Prof. justifica pela previséo constitucional de que as CPI’s tém poderes de investigacéo préprios das autoridades judiciais. As CPI*s municipais n&o podem determinar a quebra do sigilo bancario e fiscal. Os Municipios s&o entes federativos que no possuem Poder Judicidrio e, como tal, os poderes das CPI’ s municipais so mais limitados. ©) A LC n® 105/2001 permite que as autoridades fiscais procedam & requisigéo de informagées a instituigées financeiras. Em 2016, 0 STF reconheceu a constitucionalidade dessa lei complementar, deixando consignado que as autoridades fiscais poderao requisitar informagdes as instituigSes financeiras, desde que: - haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e; - as informacées sejam consideradas indispensdveis pela autoridade administrativa competente Em sua deciséo, 0 STF deixou claro que os dados fornecidos pelas instituigSes financeiras as autoridades fiscais continuarao sob clausula de sigilo. Os dados, antes protegidos pelo sigilo bancario, passarao a estar protegidos por sigilo fiscal. Assim, nao seria tecnicamente adequado falar-se em “quebra de sigilo bancério” pelas autoridades fiscais. d) O Ministério Piiblico pode determinar a quebra do sigilo bancério de conta da titularidade de ente ptiblico. Segundo o STJ, as contas correntes de entes publicos (contas publicas) ndo gozam de protecdo a intimidade e privacidade. Prevalecem, assim, os principios da publicidade e moralidade, que impéem a Administracéo Publica o dever de transparéncia. No caso concreto, analisado pelo STJ, um Prefeito Municipal havia sido denunciado pelo Ministério Publico em razéo da pratica de crimes. Em raz&o disso, foi impetrado habeas corpus alegando-se que as provas que motivaram a ac&o penal seriam ilegais. Segundo os argumentos do impetrante, as provas seriam ilegais por terem sido colhidas mediante quebra de sigilo bancario determinado pelo Ministério Publico, sem qualquer ordem judicial. ‘Ao examinar 0 caso, o ST) decidiu que sao licitas “as provas obtidas por meio de requisiga0 do Ministério Publico de informacées bancarias de titularidade de prefeitura municipal para fins de www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 119) apurar supostos crimes praticados por agentes publicos contra a Administrag&o Publica”. *° e) Na jurisprudéncia do STF, também se reconhece, em carater excepcionalissimo, a possibilidade de quebra de sigilo bancario pelo Ministério PUblico, que se daré no ambito de procedimento administrative que vise a defesa do patriménio ptiblico (quando houver envolvimento de dinheiros ou verbas ptiblicas). 2° © Tribunal de Contas da Unido (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados (TCE*s) ndo podem determinar a quebra do sigilo bancario. Ha que se mencionar, todavia, que o TCU tem competéncia para requisitar informacées relativas a operagées de crédito originarias de recursos pliblicos. Esse foi o entendimento firmado pelo STF no oe i Ambito do MS 33.340/DF. No caso concreto, o TCU havia INDO. requisitado ao BNDES informacées relativas a operacgées mais fundo | de crédito. Mas atenc&o! Nao é que o TCU possa determinar a quebra do sigilo bancdrio. Segundo o STF, “as operagées financeiras que envolvam recursos puiblicos nao esto abrangidas pelo sigilo bancario". Ha uma relativizac&o do sigilo dessas informacées frente ao interesse de toda a sociedade de conhecer o destino dos recursos publicos. Devido & gravidade juridica de que se reveste o ato de quebra de sigilo bancdrio, este somente se dara em situacées excepcionais, sendo fundamental demonstrar a necessidade das informagées solicitadas e cumprir as condigées legais. Além disso, para que a quebra do sigilo bancario igilo fiscal seja admissivel, é necessario que haj ividualizagaio do investigado e do objeto da investigac’o. Nao é possivel, portanto, a determinacao da quebra do sigilo bancdrio para apuracao de fatos genéricos. O STF entende que os dados bancdrios somente podem ser usados para os fins da investigagdo que Ihes deu origem, nado sendo possivel seu uso quanto a terceiros estranhos a causa (STF, INq. 923/DF, 18.04.1996). Por fim, destaca-se que, para o STF, néo € necessaria a oitiva do investigado para a determinacdo da quebra do sigilo bancario. Isso porque o °STJ, HC 308.493 / CE. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. 20.10.2015. “MS n® 21.729-4/DF, Rel. Min. Francisco Rezek. Julgamento 05.10.1995. www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 119) Profs Nadia / Prof. principio do contraditério néo prevalece na fase inquisitorial (STF, HC 55.447 e 69.372, RE 136.239, DJ de 24.03.1995). (SEFAZ-MT - 2014) A quebra do sigilo bancario ou fiscal pode ser determinada por Comissao Parlamentar de Inquérito. GQ psiriicar, | Comentarios: As CPI’s podem determinar a quebra do sigilo bancario ou fiscal. Questdo correta. PODER JUDICIARIO QUEBRA DO SIGILO pancArio [cri reperat ou estapuat CONTAS BANCARIAS DA _ TITULARIDADE DE ENTES ne XI - a casa é asilo inviolavel do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinagao judicial; © principio da inviolabilidade domiciliar tem por finalidade proteger a intimidade e a vida privada do individuo, bem como de garantir-lhe, especialmente no periodo noturno, 0 sossego e a tranquilidade. Questdo central para que se possa compreender o alcance desse dispositivo constitucional é saber qual 6 0 conceito de “casa”. Para o STF, o conceito de “casa” revela-se abrangente, estendendo-se a: i) qualquer compartimento habitado; ii) qualquer aposento ocupado de habitacao coletiva; e qualquer compartimento privado néo aberto ao publico, onde alguém exerce profissdo ou atividade pessoal.” * HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1°- 83-2008. www.estrategiaconcursos.com.br 32de 119) Profs Nadia / Prof. Assim, 0 conceito de “casa” alcanca ndo sé a residéncia do individuo, mas também escritérios profissionais, consultérios_médicos e odontolégicos, trailers, barcos e aposentos de habitacdo coletiva (como, por exemplo, 0 quarto de hotel). Nao estéo abrangidos pelo conceito de casa os bares e restaurantes. O STF entende que, embora os escritérios estejam abrangidos pelo conceito de “casa”, nao se pode invocar a inviolabilidade de domicilio como escudo para a pratica de atos ilicitos em seu interior. Com base nessa ideia, a Corte considerou valida ordem judicial que autorizava o ingresso de autoridade policial no estabelecimento profissional, inclusive durante a noite, para instalar equipamentos de captacéio de som (“escuta”). Entendeu- se que tais medidas precisavam ser executadas sem o conhecimento do investigado, 0 que seria impossivel durante o dia. Feitas essas consideracées, cabe-nos fazer a seguinte pergunta: em quais hipéteses se pode penetrar na casa de um individuo? © ingresso na “casa” de um individuo poderd ocorrer nas seguintes situagées: a) Com 0 consentimento do morador. b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia. Perceba que, mesmo com ordem judicial, nao € possivel © ingresso na casa do individuo durante o periodo noturno. ) A qualquer hora, sem consentimento do individuo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro. Resumindo, a regra geral é que somente se pode ingressar na casa do individuo com o seu consentimento. No entanto, sera possivel penetrar na casa do individuo mesmo sem o consentimento, desde que amparado por ordem judicial (durante o dia) ou, a qualquer tempo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. E importante destacar que a inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e a policia ju ja. Segundo o STF, “nem a Policia Judiciéria e nem a administragdo tributéria podem, afrontando direitos assegurados pela Constituigéo da Republica, invadir domicilio alheio com o objetivo de apreender, durante o periodo diurno, e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao Poder Publico” (AP 370-3/DF, RTJ, 162:249-250). Como ja comentamos, a entrada de autoridade policial em domicilio sem autorizac&o judicial seré possivel nas situagdes de flagrante delito. Isso & particularmente relevante no caso da pratica de crimes permanentes, nos www.estrategiaconcursos.com.br 33de 119) Profs Nadia / Prof. quais a situaggo de flagrancia se estende no tempo. Exemplo de crimes desse tipo seriam o cércere privado e o porte de drogas. Nesses crimes, exige-se uma pronta resposta das autoridades policiais, que devem ingressar no domicilio sem autorizag&o judicial. Todavia, essa pratica pode dar ensejo ao abuso de autoridade, uma vez que um policial pode vir a ingressar em domicilio sem que tenha indicios relevantes de que um crime esta sendo praticado em seu interior. Para coibir o abuso de autoridade, o STF deixou consignado o entendimento de que ” a entrada forcada em domicilio sem mandado judicial so é licita, mesmo em periodo noturno, quando amparada em fundadas razées, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situagao de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados”.** Por Ultimo, vale destacar que a doutrina admite que a forca policial, tendo ingressado na casa de individuo, durante o dia, com amparo em ordem judicial, prolongue suas acées durante o perfodo noturno. (PC/DF - 2015) Admite-se a apreensdo, pela policia federal e pela receita federal, de livros contaébeis e documentos fiscais de clientes localizados em escritério de advocacia, pois escritério ndo se equipara a domici Comentarios: Para fins de aplicagéo do art. 5°, XI, CF/88, 0 conceito de casa também abrange os escritérios profissionais. Logo, o ingresso em escritério de advocacia a fim de apreender livros contabeis e documentos fiscais dependera de ordem judicial. Bde itica | est ermece. raticar! (PC / DF - 2015) E ilegal, por violag&o ao domicilio, a prova obtida por meio de escuta ambiental e exploracdo de local, em escritério de advocacia, realizada no periodo noturno, mesmo com ordem judicial. Comentarios: 0 STF considera valida (legal) ordem judicial que autoriza © ingresso de autoridade policial em escritério advocacia com © objetivo de instalar equipamentos de escuta ambiental. Questao errada. *® RE 603.616. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 05.11.2015. www.estrategiaconcursos.com.br 34de 119) Profs Nadia / Prof. INVIOLABILIDADE DOMICILIAR FLAGRANTE DELITO, DESASTRE, OU |PRESTACAO DE SOCORRO} A QUALQUER HORA XII - é inviolavel o sigilo da correspondéncia e das comunicagées telegraficas, de dados e das comunicagées telefénicas, salvo, no Ultimo caso, por ordem judicial, nas hipdteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigacao criminal ou instrucéo processual penal; Segundo Alexandre de Moraes, a inviolabilidade do sigilo de dados (art.5°, XII) complementa a previsdo do direito a intimidade e vida privada (art. 5°, X), sendo ambas as previsées uma defesa da privacidade e regidas pelo principio da exclusividade. Esse principio pretende assegurar ao individuo, como ressalta Tercio Ferraz a "sua identidade diante dos riscos proporcionados pela niveladora presséo social e pela incontrastavel impositividade do poder politico." A privacidade é um bem exclusivo, pois esté no dominio das opgdes pessoais de cada individuo; ela n&o é, enfim, guiada por normas e padrées objetivos. © art. 5®, inciso XII, trata da inviolabilidade das correspondéncias e das comunicagées. A principio, a leitura do inciso XII pode dar a entender que o sigilo da correspondéncia e das comunicagdes telegraficas e de dados nao poderia ser violado; apenas haveria excego constitucional para a violacdo das comunicagées telefénicas. N&o é esse, todavia, o entendimento que prevalece. Como nao ha direito absoluto no ordenamento juridico brasileiro, admite-se, mesmo sem previsio expressa na Constituicdo, que lei ou deciséo judicial também possam estabelecer hipoteses de interceptacdo das correspondéncias e das comunicacées telegraficas e de dados, sempre que a norma constitucional esteja sendo usada para acobertar a pratica de ilicitos. www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 119) Profs Nadia / Prof. Nesse sentido, entende o STF que “a administrag&o penitenciéria, com fundamento em razées de seguranga publica, de disciplina prisional ou de preservagao da ordem juridica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, paragrafo nico, da Lei 7.210/1984, proceder a interceptacdo da correspondéncia remetida pelos sentenciados, eis que a cléusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar no pode constituir instrumento de salvaguarda de praticas ilicitas.""° Sobre a comunicag’o de dados, é relevante destacar importante jurisprudéncia do STF. Suponha que, em uma operacSo de busca e apreenséo realizada em um escritério profissional, os policiais apreendam o disco rigido (HD) de um computador no qual estéio armazenados os e-mails recebidos pelo investigado. Nesse caso, entende a Corte que nao ha violagao do da comunicagSo de dados. Isso porque a protec&o constitucional 6 da comunicagéio de dados e ndo dos dados em si. Em outras palavras, nao ha, nessa situacéo, quebra do sigilo das comunicagdes (interceptacéo das comunicagées), mas sim apreensdo de base fisica na qual se encontram os dados."” Com o mesmo argumento, o STF considerou licita a prova obtida por policial a partir da verificacao, no celular de individuo preso em flagrante delito, dos registros das Ultimas ligagées telefénicas. A protecdo constitucional, afinal, 6 concedida 4 comunicagao dos dados (e nao aos dados em si). “* Agora que jé estudamos tépicos relevantes sobre o sigilo da correspondéncia e das comunicagées de dados, vamos nos focar no estudo do sigilo das comunicacées. De inicio, é importante destacar a diferenga entre quebra do sigilo das comunicacées e interceptacdo das comunicacées telefénicas. Sao coisas diferentes. A quebra do sigilo das comunicagdes consiste em ter acesso ao extrato das ligacdes telefénicas (grosso modo, seria ter acesso a conta da VIVO/TIM). Por outro lado, a interceptacéo das comunicagées telefénicas consiste em ter acesso as gravacées das conversas. A interceptagao das comunicagées telefénicas é, sem duvida, medida mais gravosa e, por isso, somente pode ser determinada pelo Poder Judicidrio. J4 a quebra do sigilo das comunicagées telefénicas, pode ser determinada pelas Comissées Parlamentares de Inquérito (CPI’s), além, é claro, do Poder Judiciario. terceptagdo das comunicagées telefénicas somente seré ‘os: Segundo a CF/88, possivel quando atendidos trés req’ > (HC 70,814, Primeira Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 24/06/1994). * STF, RE 418416/SC, Rel. Min. Sepulveda Pertence, j. 10.05.2006, DJ em 19.12.2006. “1 STF, HC 91.867, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julg: 24.04.2012, DJ de 20.09.2012. www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 119) Profs Nadia / Prof. a) ordem judicial b) existéncia de investigagao criminal ou instruggo processual penal; €) lei que preveja as hipdteses e a forma em que esta poderd ocorrer; O art. 5°, inciso XII, como é possivel verificar, €é norma de eficdcia limitada. E necessdrio que exista uma lei para que o juiz possa autorizar, nas hipdteses e na forma por ela estabelecida, a interceptacéo das comunicagées telefénicas.*? A interceptagdo das comunicagées telefénicas sé pode ser autorizada por deciséo judicial (de oficio ou a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Publico) e para fins de investigacéo criminal ou instrugdo processual penal. A decisao judicial deverd ser fundamentada, devendo o magistrado indicar a forma de sua execugao, que no podera ter prazo maior que quinze dias, renovavel por igual periodo. O STF entende que pode haver renovacées sucessivas desse prazo, e ndo apenas uma Unica renovacao da medida, pois ha situagSes extremas que o exigem. ** Outro aspecto importante a ser estudado, quando da andlise da inviolabilidade das comunicagées telefénicas, diz respeito as hipéteses em que é cabivel interceptagao telefénica. De acordo com a Lei 9.296/96, as interceptagées telefonicas sé podem ser ordenadas pelo Poder Judiciario se presentes, conjuntamente, 3 (trés) requisitos: a) Se existirem razoaveis indicios de autoria ou participagao na infracao penal; b) Se a prova nao puder ser obtida por outros meios disponiveis; ) Se 0 fato investigado constituir infrag&o penal punida com reclusao. A interceptacdio telefénica autorizada pelo Poder Judicidrio tem como objetivo subsidiar investigagao de infracao penal punivel com reclusdo. No entanto, € bastante comum que, no curso da efetivaggo da interceptacdo telefénica, novas infrades penais sejam descobertas, inclusive com autores e participes diferentes. Essas novas infragdes penais séo o que a doutrina chama de “crimes-achados”, que so conexos com os primeiros. As informacdes e provas levantadas por meio da interceptagao telefénica poderao subsidiar a * STF, HC n° 69.912-0/RS, Rel. Min. Sepiilveda Pertence, DJ. 26.11.1993. * STF, HC 106.129, Rel. Min. Dias Toffolli. DJE de 23.11.2010). www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 119) Profs Nadia / Prof. denincia desses “crimes-achados”, ainda que estes sejam puniveis com a pena de detencio. “ O STF também reconhece que “é valida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefénica autorizada judicialmente para apuragSo de crime diverso”®. Assim, se o juiz havia autorizado uma interceptaco telefénica para apurar um crime de homicidio e descobre-se que um dos interlocutores cometeu o crime de sequestro, a prova seré valida no processo referente a este crime (sequestro). A interceptagao telefonica sera admitida mesmo em se tratando de conversa entre acusado em processo penal e seu defensor. Segundo o STF, apesar de 0 advogado ter seu sigilo profissional resguardado para o exercicio de suas fungées, tal direito nao pode servir como escudo para a pratica de atividades ilicitas, pois nenhum direito é absoluto. O simples fato de ser advogado ndo pode conferir, ao individuo, imunidade na prdtica de delitos no exercicio de sua profissdo. # Também é importante o entendimento que se tem sobre a denominada “prova emprestada”. Mas o que vem a ser a prova emprestada? E uma prova que é obtida no curso de uma investigacao criminal ou instruco processual penal e, posteriormente, é usada (“emprestada”) em um proceso administrativo disciplinar. Segundo 0 STF, “dados obtidos em interceptagao de comunicagées telefénicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produgao de prova em investigagao criminal ou em instrugao processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relac4o as quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostes ilicitos teriam despontado colheita dessa prova.”*” Assim, caso uma interceptacao telefénica resulte em prova de que um Auditor- Fiscal da Receita Federal esteja recebendo dinheiro para despachar mercadoria, além de essa prova ser usada no processo penal do crime referente a essa prética, poderd ser usada pela Corregedoria da Receita Federal quando do processo administrativo destinado a apurar o ilicito e determinar a correspondente penalidade administrativa. Ha que se estabelecer, agora, a diferenca entre trés institutos que possuem bastante semelhanga entre si: i) interceptac’o telefénica; escuta telefénica e; iii) gravacao telefénica. “ STF, HC 83.515/RS. Rel. Min. Nelson Jobim, Informativo STF n° 361. *° STF, HC 78098/SC, Rel. Min. Moreira Alves, j. 01.12.98. *® HC 96.909/MT, Rel. Min. Ellen Gracie. J.10.12.2009, p. 11.12.2009. * STF, Inq 2424, Rel. Min. Cesar Peluso, DJ. 24.08.2007. www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 119) Profs Nadia / Prof. A interceptacgo telefénica, conforme jé vimos, consiste na captacdo de conversas telefénicas feita por terceiro (autoridade policial) sem o conhecimento de nenhum dos interlocutores, devendo ser autorizada pelo Poder Judicidrio, nas hipéteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de investigac&o criminal ou instrug&o processual penal. A escuta telefénica, por sua vez, é a captacéio de conversa telefénica feito por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. Por sua vez, a gravacao telefénica é feita por um dos interlocutores do didlogo, sem o consentimento ou ciéncia do outro. “* Esses conceitos acima apresentados so baseados no entendimento do STJ e podem ser cobrados em prova. Todavia, o STF tem usado o termo “gravacao clandestina” para se referir tanto a escuta telefénica (gravagdo de conversa feita por terceiro com o conhecimento de apenas um dos interlocutores) quanto gravacao telefénica (gravaco feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro). Cabe destacar que uma “gravagao clandestina” pode ser oriunda de uma conversa telefénica, pessoal ou mesmo de uma gravacao ambiental. Vejamos, a seguir, importantes entendimentos jurisprudenciais sobre o tema: 1) E possivel a gravacdo telefénica por um dos interlocutores sem a autorizagdo judicial, caso haja i inosa daquele que desconhece que a gravacéio esté sendo feita. De acordo com o STF, & “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violacéo do direito & privacidade quando interlocutor grava diélogo com sequestradores, estelionatérios ou qualquer tipo de chantagista”.® Nesse caso, percebe-se que a gravacao Brome notal| clandestina foi feita em legitima defesa, sendo, portanto, legitima. 2) Segundo o STF, havendo a necessidade de coleta de prova via gravaco ambiental (sendo impossivel a apurac&o do crime por outros meios) e havendo ordem judicial nesse sentido, € licita a interceptagao telefénica. 3) Sao itas as provas obtidas por meio de interceptacgao telefénica determinada a_ partir apenas de dentincia anénima, sem_ investigag’o preliminar. Com efeito, uma dentncia_anénima nado é “8 STJ, HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi. 23.04.2010 * STF,HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de 25.09.98. www.estrategiaconcursos.com.br 39de 119) Profs Nadia / Prof. Suficiente para qué o juiz determine a interceptacao telefénica; caso ele o faca, a prova obtida a partir desse procedimento seré ilicita. (PC / DF - 2015) Suponha-se que um policial, imediatamente apés a priséo em flagrante, tenha verificado, no celular do preso, os registros das ultimas ligagdes. Nesse caso, essa prova é licita, pois a interceptacao telefénica no se confunde com os registros telefonicos. Comentarios: Essa é uma jurisprudéncia interessante do STF. O art. 5°, XII, CF/88 protege a comunicagéo de dados (e néo os dados em si). Portanto, é licita prova obtida por policial que verifica no celular do preso os registros das ultimas ligagdes. Questéo correta. (MPE-RS - 2014) Nao se deve confundir a interceptagao telefénica, esta autorizada pela Constituicéo, desde que por ordem judicial, nas hipéteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigacao criminal ou instrugaéo processual penal, com o sigilo dos registros telefénicos, que nada mais séo do que os telefonemas registrados nos bancos de dados das operadoras de telefonia e que ndo estéo sujeitos ao principio da reserva absoluta de jurisdic&io, podendo as Comissées Parlamentares de Inquérito, segundo precedente do Supremo Tribunal Federal, ter acesso a tais dados sem a necessidade de ordem judicial. Comentarios: © enunciado faz uma distingfo acertada_ entre “interceptac&o telefénica” e “quebra de sigilo telefénico”. A interceptacéo telefénica sé pode ser determinada pelo Poder Judicidrio, ao passo que a quebra de sigilo telefénico pode ser determinada pelo Poder Judicidrio ou por Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI). Questao correta. XII - é livre o exercicio de qualquer trabalho, oficio ou profisséo, atendidas www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 119) Profs Nadia / Prof. as qualificagdes profissionais que a lei estabelecer;, Trata-se de norma constitucional de eficacia contida que trata da liberdade de atividade profissional. Esta dispde que, na inexisténcia de lei que exija qualificagdes para o exercicio de determinada profisséo, qualquer pessoa poderd exercé-la. Entretanto, existente a lei, a profissdo sé podera ser exercida por quem atender as qualificagées legais. Segundo o STF, nem todos os oficios ou profissdes podem ser condicionadas ao cumprimento de condigées legais para o seu exercicio. A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrig&o em conselho de fiscalizag&o profissional. A atividade de mtsico, por exemplo, prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestacao artistica protegida pela garantia da liberdade de express&o™. Cabe destacar ainda que o STF considerou constitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a Corte, 0 exercicio da advocacia traz um risco coletivo, cabendo ao Estado limitar 0 acesso & rofissio e o respectivo exercicio. Nesse sentido, 0 exame de suficiéncia discutido seria compativel com 0 juizo de proporcionalidade e no alcangaria o nucleo essencial da liberdade de oficio. No concernente a adequagao do exame a finalidade prevista na Constituigéo - assegurar que as atividades de risco sejam desempenhadas por pessoas com conhecimento técnico suficiente, de modo a evitar danos a coletividade - aduziu-se que a aprovagao do candidato seria elemento a qualificd-lo para o exercicio profissional. * Ainda relacionada a liberdade do exercicio profissional, destacamos entendimento do STF no sentido de que é inconstitucional a exigéncia de diploma para o exercicio da profissdo de jornalista. ~ Outra importante jurisprudéncia é a de que ndo pode a Fazenda Publica obstaculizar a atividade empresarial com a imposicdo de penalidades no intuito de receber imposto atrasado”*. Nesse sentido, o STF editou a Stimula n° 323, segundo a qual “é inadmissivel a apreensdo de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos”. Também nao é admissivel a exigéncia, pela Fazenda Publica, de fianga para a impressao de notas fiscais pelo contribuinte em débito com 0 Fisco. Segundo o STF, “a exigéncia, pela Fazenda Publica, de prestacéo de fianca, garantia real ou fidejusséria para a impressao de notas fiscais de contribuintes em débito com o Fisco viola as garantias do livre exercicio do trabalho, ® STF, RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1°-8-2011, Plendrio, DJE de 10-10- 2011. 5! STF, RE 603.583, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-10-2011, Plenério, Informativo 646, com repercussao geral. © STF, RE 511.961. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe 13.11.2009. °° STF, RE 413.782, Rel. Min. Marco Aurélio. DJ 17.03.2005 www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 119) Profs Nadia / Prof. oficio ou profisso (CF, art. 5°, XIII), da atividade econémica (CF, art. 170, paragrafo Unico) e do devido processo legal (CF, art. 5°, LIV)". * (Prefeitura de Piraraquara - 2014) E livre o exercicio de qualquer trabalho, oficio ou profissio, sendo defeso ao legislador ordinario a criagéo de leis que estabelecam qualificagdes profissionais como requisite para atuacdo profissional do individuo. j — Comentarios: & > praticar! Muita gente erra essa questdo porque nao sabe o significado da palavra “defeso”, que é sinénimo de “proibido”, “vedado”. Pois, bem, ao contrdrio do que diz 0 enunciado, o legislador ordindrio pode criar leis que estabelegam qualificagées profissionais como requisito para atuacdo profissional. do individuo. Questao errada. XIV - é assegurado a todos 0 acesso 4 informagdo e resguardado o sigilo da fonte, quando necessdrio ao exercicio profissional; Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso a informagao (desde que esta ndo fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informagées sem terem que revelar sua fonte. Nao ha conflito, todavia, com a vedac&o ao anonimato. Caso alguém seja lesado pela informacio, o jornalista respondera por isso. XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locals abertos ao pliblico, independentemente de autorizagéo, desde que nao frustrem outra reuniéo anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso 4 autoridade competente; Esse inciso bastante cobrado em provas. Do que vocé precisara se lembrar? Inicialmente, das caracteristicas do direito de reuniao: a) Esta deverd ter fins pacificos, e apresentar auséncia de armas; b) Devera ser realizada em locais abertos ao piiblico; ) N&o podera frustrar outra reuniao convocada anteriormente para © mesmo local; ™ RE 565.048 / RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Julg: 29.05.2014. www.estrategiaconcursos.com.br 42de119 Profs Nadia / Prof. d) Desnecessidade de autorizaciio; ) Necessidade de prévio aviso a autoridade competente. © STF foi chamado a apreciar a “Marcha da Maconha”, tendo se manifestado no sentido de que é inconstitucional qualquer interpretagéo do Cédigo Penal que possa ensejar a criminalizacao da defesa da legalizacao das drogas, ou de qualquer substancia entorpecente especifica, inclusive através de manifestacgées e eventos piiblicos. Assim, admite-se que o direito de reuniao seja exercido, inclusive, para defender a legalizacao de drogas; nao é permitida, todavia, a incitacéo, 0 incentivo ou estimulo ao consumo de entorpecentes na sua realizagdo. >> € importante destacar, também, que o direito de reuniao é protegido por mandado de seguranga, e n&o por habeas corpus. Cuidado com “peguinhas” nesse sentido! (MPU - 2015) E incondicional o direito 4 reunido com fins Pacificos em local aberto ao piblico. Comentarios: Pd iri 0 direito & reuniéo nde poderd frustrar outra reunio convocada anteriormente para o mesmo local e depende de prévio aviso & autoridade competente. Ou seja, ha certas condicionalidades que deverdo ser observadas. Questo errada. XVII - € plena a liberdade de associagao para fins Iicitos, vedada a de cardter paramilitar; XVIII - a criagéo de associagées e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizagéo, sendo vedada a interferéncia estatal em seu funcionamento; XIX - as associagdes sé poderéo ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisao judicial, exigindo-se, no primeiro caso, 0 transito em julgado; Para que exista uma associacao, é necesséria a presenga de trés requisitos: a) Pluralidade de pessoas: a associagéo é uma sociedade, uma unigo de pessoas com um fim determinado. °° ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plendrio. www.estrategiaconcursos.com.br 43. de 119) Profs Nadia / Prof. b) Estabilidade: ao contrério da reunio, que tem cardter transitério (esporadico), as associagdes tm caréter permanente. c) Surgem a partir de um ato de vontade Presentes esses requisitos, restard caracterizada uma associagao, a qual estaré, por conseguinte, sujeita a protecdo constitucional. Destaque-se que a existéncia da associagéo independe da aquisicao de personalidade juridica. E como a Constituigéo protege as associagées? Da seguinte forma: a) A liberdade de associacéio para fins licitos é ampla, independente de autorizacdo dos Poderes Publicos, que também nao podem interferir em seu funcionamento. b) As associagdes sé podem ser dissolvidas por deciséo judicial transitada em julgado. Além disso, suas atividades sé podem ser suspensas por decisdo judicial (neste caso, nado ha necessidade de transito em julgado). Perceba que a medida mais gravosa (dissolucdo da associac&o) exige um requisito mais dificil (o transito em julgado de decisao judicial). €) A criagdo de associacées é livre, ou seja, independe de autorizacéo. Ja a criagdo de cooperativas também é livre, porém ha necessidade de lei que a regule. Temes, aqui, tipica norma de eficacia limitada. Sobre esse assunto, é importante que destaquemos a vedacgéo as associagées de carater paramilitar. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, a nomenclatura dos postos e a utilizagdo ou néo de uniformes n&o sdo requisitos suficientes para definir o caréter paramilitar de uma associac’o; deve-se observar se elas se destinam ao treinamento de seus membros a finalidades bélicas e, ainda, se existe organizacdo hierdrquica e o principio da obediéncia. Por fim, como nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo a autonomia privada das fundagées, entende o STF que*: “A ordem juridico-constitucional brasileira nao conferiu a qualquer associagao civil a possibilidade de agir 4 revelia dos principios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que tém por fundamento direto 0 proprio texto da Constituicdo da Republica, notadamente em tema de protecéo as liberdades e garantias fundamentais. O espaco de autonomia privada garantido pela Constituigéo as associagées nao esté imune & incidéncia dos principios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia “STF — RE 201819 / RJ - 24 Turma — Rel@. Mina. Ellen Gracie - D3 27/10/2006. www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 119) Profs Nadia / Prof. privada, que encontra claras limitagées de ordem juridica, no pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade nao confere aos particulares, no dominio de sua incidéncia e atuaco, o poder de transgredir ou de ignorar as restricées postas e definidas pela propria Constituic&o, cuja eficdcia e forca normativa também se impéem, aos particulares, no ambito de suas relagées privadas, em tema de liberdades fundamentais.” XX — ninguém poderé ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; N&o ha muito a se falar sobre esse inciso: apenas que ninguém pode ser obrigado a se associar (filiar-se a um partido politico, por exemplo) ou a permanecer associado, Caso cobrado o inciso, isso aconteceré em sua literalidade. XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tém legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; Para que possamos compreender esse dispositivo, 6 necessdrio apresentar a diferenga entre representacdo processual e substitui¢ao processual. Na representag’o processual, o representante néo age como parte do proceso; ele apenas atua em nome da parte, a pessoa representada. Para que haja representac&o processual, € necessdria autorizacéo expressa do representado. Na substituicéo0 processual, o substituto é parte do processo, agindo em nome préprio na salvaguarda de direito alheio. O substituido, por sua vez, deixa de sé-lo: sofre apenas os efeitos da sentenca. Ndo esta no processo. A sentenga, todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o substituido. Quando cabivel substituigéo processual, nao ha necessidade de autorizacéo expressa do substituido. Apresentada essa disting&o, cabe-nos afirmar que o art. 5°, XXI, CF/88, 6 um caso de representacéo processual. As associagées poderéo, desde que expressamente autorizadas, representar seus filiados judicial e extrajudicialmente. Em outras palavras, poderdéo atuar em nome de seus filiados e na defesa dos direitos destes. A necessidade de autorizacéio expressa dos filiados para que a associago os represente ndo pode ser substituida por uma autorizacdo genérica nos estatutos da entidade. A autorizacdo estatutdria genérica conferida as associagdes por seu estatuto nao é suficiente para legitimar a representacao www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 119) Profs Nadia / Prof. processual..” E necessaria autorizagdo expressa, que pode ser obtida mediante deliberacaio em assembleia ou individualmente (filiado por filiado). Nesse sentido, somente os associados que manifestaram sua autorizacado expressa 6 que estarao, a posteriori, legitimados para a execucdo do titulo judicial decorrente da acdo ajuizada pela associacéo. Aqueles associados que n&o manifestaram sua autorizagdo expressa nao poderao executar o titulo judicial decorrente da ag&o ajuizada pela associacao. (TCE 7 MG - 2015) Ninguém poderd ser compelido a se associar nem a permanecer associado. desea | Comentarios: E exatamente a literalidade do art. 5°, XX, CF/88. Questo correta. XXII - é garantido 0 direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderé a sua fung&o social; XXIV - a lei estabeleceré o procedimento para desapropriacéo por necessidade ou utilidade publica, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenizagio em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituicao; Estudaremos esses trés incisos em conjunto. Eles tratam do direito de propriedade, que é norma constitucional de eficacia contida e, portanto, esta sujeita a atuacdo restritiva por parte do Poder Publico. Como todos os direitos fundamentais, 0 direito de propriedade ndo é absoluto: € necessério que o proprietario dé & propriedade uma fungdo social. Entretanto, mesmo sendo relativo, a Constituigfo0 n&o poderia deixar de estabelecer certas protecées a esse direito. Desse modo, no inciso XXIV do art. 5° da CF/88, garante-se que, se a propriedade estiver cumprindo a sua fungSo social, sé poder haver desapropriagao com base na tutela do interesse publico, em trés hipéteses: necessidade publica, utilidade ptiblica ou interesse social. A indenizacéo, nesses casos, ressalvadas algumas excegées determinadas constitucionalmente, dar-se-4 mediante prévia e justa indenizacgao em dinheiro. Observe bem o que a Constituigéo nos afirma: a indenizag&o, no caso de desapropriagéo seré mediante prévia e justa indenizacéo em dinheiro, © RE 573.232/SC. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 14.05.2014 www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 119) Profs Nadia / Prof. ressalvadas algumas excecées determinadas constitucionalmente. Em outras palavras, ha casos em que a indenizac&o pela desapropriacdo no sera em dinheiro. E quais séo esses casos? a) Desapropriagdo para fins de reforma agraria; b) Desapropriacao de imével urbano ndo-edificado que no cumpriu sua fungdo social; c) Desapropriacéo confiscatéria. A desapropriacao para fins de reforma agrdria obedece ao disposto no art. 184 da Carta Magna. E de competéncia da Unido e tem por objeto o imével rural que nao esteja cumprindo sua fung&o social. Dar-se-4 mediante prévia e justa indenizacéo em titulos da la agraria, com clausula de preservacao do valor real, resgataveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emiss4o, e cuja utilizagao sera definida em lei. O § 1° do mesmo artigo, entretanto, faz uma ressalva: a de que as benfeitorias Uteis e necessarias serao indenizadas em dinh No que diz respeito a desapropriag’o de imével urbano nao edificado, subutilizado ou nao utilizado, ou seja, que descumpriu sua fungao social, determina a CF/88 (art. 182, § 4°, III) que a indenizagéo se dard mediante titulos da divida piiblica de emissao previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenizacéo e os juros legais. A desapropriagao, nessa situagao, seré de competéncia do Municipio. Existe, ainda, a possibilidade de que haja desapropriacdo sem indenizacao. E 0 que ocorre na expropriagao de propriedades urbanas e rurais de qualquer regido do Pais onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrépicas ou exploracéo de trabalho escravo. Tem-se, entdo, a chamada “desapropriagéo confiscatéria’, prevista no art. 243 da Constituicao. (CNMP - 2015) A lei estabeleceré o procedimento para desapropriagéo por necessidade ou utilidade publica, ou por interesse social, mediante prévia indenizagéo, em titulos da divida publica, ressalvados os casos previstos na Constituico Federal. raticar! Comentarios: Essa quest&o cobrou a literalidade do art. 5°, XXIV, CF/88. A indenizacao prévia devera ser em dinheiro. Questao errada. (TRT 8° Regido - 2015) 0 direito de propriedade é garantido www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 119) Profs Nadia / Prof. constitucionalmente, permitindo ao seu titular, o exercicio livre e irrestrito do direito de gozo, uso e disposicao do bem. Comentarios: Nao se pode falar no exercicio livre e irrestrito do direito de gozo, uso e disposigéo da propriedade. Isso porque a propriedade deverd atender a sua funcSo social. Questéo errada. XXV — no caso de iminente perigo publico, a autoridade competente podera usar de propriedade particular, assegurada ao proprietario indenizagéo ulterior, se houver dano; Esse inciso trata da requisico administrativa, que ocorre quando o Poder Publico, diante de perigo publico inente, utiliza seu poder de império (de coagSo) para usar bens ou servicos de particulares... Fatiando-se o artigo, para melhor compreenséo, temos que: a) Em caso de iminente perigo ptiblico, o Estado pode requisitar a propriedade particular. Exemplo: no caso de uma enchente que destrua varias casas de uma cidade, a Prefeitura pode requisitar o uso de uma casa que tenha permanecido intacta, para abrigar aqueles que nao tem onde ficar. Qual o perigo ptiblico iminente que justifica tal ato estatal? No exemplo dado, a possibilidade de a populacdo atingida adoecer ou morrer por falta de abrigo. b) A requisicao é compulséria para o particular, devido ao poder de império do Estado. Veja que o interesse ptiblico (socorro as pessoas desabrigadas) 6 maior que o particular (inconveniente de ter a casa cedida ao Poder Publico gratuitamente). Por isso, o Ultimo cede lugar ao primeiro. ¢) A propriedade continua sendo do particular: é apenas cedida gratuitamente ao Poder Publico. O titular do bem somente sera indenizado em caso de dano. No exemplo acima, o Estado néo teria que pagar aluguel ao proprietario pelo uso do imével. d) O perigo publico deve ser iminente, ou seja, deve ser algo que acontecera em breve. No exemplo dado, o Estado nao poderia requisitar a casa ja na estacdo da seca baseado na possibilidade de uma enchente ocorrer varios meses depois. www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 119) Profs Nadia / Prof. Concluindo-se a andlise desse inciso, destaca-se que segundo o STF, nao & possivel, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente politico requisite administrativamente bens, servicos e pessoal de outro. Tal pratica ofenderia o pacto federativo, e, além disso, 0 art. 5°, XXV da Constituigéo limita 0 alcance da requisiggo administrativa & propriedade privada, no cabendo extrapolagdo para bens e servicos publicos. (PC / GO - 2015) Se houver iminente perigo publico, a autoridade competente poderd usar de propriedade particular, assegurada ao proprietario indenizagao ulterior, se houver dano. Comentarios: E 0 que prevé o art. 5°, XXV. No caso de iminente perigo publico, a autoridade competente poderd usar de propriedade particular. Seré devida indenizagdo ulterior apenas se houver , dano. Questo correta, Sees icar (MPE-PR - 2014) A previsdo constitucional de que “no caso de iminente perigo publico, a autoridade competente poderé usar de propriedade particular, assegurada ao proprietario indenizacgo ulterior, se houver dano” contempla 0 chamado direito de requisicéo. Comentarios: E isso mesmo. Essa prerrogativa do Poder Publico é denominada de requisic#o administrativa. Questao correta. XXVI_- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela familia, nao seré objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar 0 seu desenvolvimento; Por meio desse inciso, 0 legislador constituinte deu, & pequena propriedade rural trabalhada pela familia, a garantia de impenhorabilidade. Com isso, visou a protes&o dos pequenos trabalhadores rurais, que, desprovidos de seus meios de produgéo, nao teriam condigées de subsisténcia. Entretanto, a impenhorabilidade depende da cumulagdo de dois requisitos: i) exploragdo econémica do bem pela familia; ii) origem na atividade produtiva do débito que causou a penhora. Com isso, € possivel afirmar o seguinte: www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 119) Profs Nadia / Prof. a) a pequena propriedade rural trabalhada pela familia pode ser objeto de penhora para pagamento de débitos estranhos a sua atividade produtiva. b) a pequena propriedade rural trabalhada pela familiando pode ser objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. ¢) @ pequena propriedade rural, caso ndo trabalhada pela fam pode ser penhorada para pagamento de débitos decorrentes e débitos estranhos a sua atividade produtiva. Note, também, a exigéncia, pela Carta Magna, de lei que defina quais propriedades rurais poderao ser consideradas pequenas e como sera financiado o desenvolvimento das mesmas. Tem-se, aqui, reserva legal. XVII - 20s autores pertence o direito exclusive de utilizagSo, publicagao ou reproducao de suas obras, transmissivel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - so assegurados, nos termos da lei: a) a protegdo as participacées individuais em obras coletivas e 4 reprodug&o da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) © direito de fiscalizagéo do aproveitamento econémico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e as respectivas representacées sindicais e associativas; Protege-se, por meio desses incisos, 0 direito do autor. Perceba que, enquanto viver, este tera total controle sobre a utilizagéo, publicagéo ou reprodug&o de suas obras. S6 apés sua morte é que havera limitacdo temporal do direito. Com efeito, o art. 5°, inciso XXVII, dispde que o direito autoral & transmissivel aos herdeiros apenas pelo tempo que a lei fixar. Nesse sentido, como se vera adiante, 0 direito ao autor diferencia-se do direito a propriedade industrial, presente no inciso XXIX do mesmo artigo. XXIX - a lei asseguraré aos autores de inventos industriais privi tempordrio para sua utilizaga0, bem como protecao as criacées industriais, 4 propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e 0 desenvolvimento tecnoldgico e econémico do Pais; Nesse inciso, a Constituigéo enumera expressamente a propriedade industrial como direito fundamental. Chamo sua atencSo para o fato de que, www.estrateg: oncursos.com.br 50 de 119) 2) iv] y Prof Nadia / Prof. diferentemente dos direitos autorais, que pertencem ao autor até sua morte, 0 criador de inventos industriais tém, sobre estes, privilégio apenas temporario sobre sua utilizacao. (Prefeitura de Piraraquara - 2014) Sao assegurados, nos termos da lei, a protecdo as participagées individuais em obras coletivas e a reprodugéo da imagem e voz humanas, exceto nas atividades desportivas. | | Comentarios: Pegadinha! A protegéo a reprodugéo da imagem e voz humana se aplica inclusive nas atividades desportivas. Questao errada. XXX - é garantido o direito de heranga; XXXI - a sucessdo de bens de estrangeiros situados no Pais seré regulada pela lei brasileira em beneficio do cénjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que no Ihes seja mais favoravel a lei pessoal do "de cujus"; O direito de heranea foi elevado a condig&o de norma constitucional pela primeira vez na CF/88. Até a promulgacéo da vigente Constituigéo, ele era objeto, téo-somente, de normas infraconstitucionais. Como se depreende do inciso XXXI, a fim de resguardar mais ainda esse direito, a Carta Magna garantiu que, no caso de bens de estrangeiros localizados no Pais, seria aplicada a norma sucesséria que mais beneficiasse os brasileiros sucessores. Assim, nem sempre sera aplicada a lei brasileira & sucessdo de bens de estrangeiros localizados no Pais; caso a lei estrangeira seja mais benéfica aos sucessores brasileiros, esta sera aplicada. Sé6 para facilitar a leitura do inciso em anélise, explico que “de cujus” é a pessoa que morreu, o defunto! Eu sei, também acho a expressdo bastante engragada... www.estrategiaconcursos.com.br Sl de 119 ' - Cor [ONAI Profs Nadia / Prof. (13 7 MG — 2015) A sucessio de bens de estrangeiros situados no Pais seré sempre regulada pela lei brasileira em beneficio do cénjuge ou dos filhos brasileiros. Ke somoe Comentarios: Nem sempre sera regulada pela lei brasileira a sucesséo de bens de estrangeiros situados no pais. Quando a lei estrangeira (lei pessoal do “de cujus”) for mais favoravel ao cénjuge e aos filhos, esta seré aplicdvel. Questo errada. Questdes Comentadas 1. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 1. (CESPE / TRE-PI - 2016) Os direitos sociais, econémicos e culturais sdo, atualmente, classificados como direitos fundamentais de terceira geragao. Comentarios: Os direitos sociais, econémicas e culturais so clasificados como direitos de 2? (segunda) geragGo. Os direitos de 3° geracdo sao os direitos difusos e coletivos. Questo errada. 2. (CESPE / TRE-PI - 2016) 0 direito ao meio ambiente equilibrado € 0 direito 4 autodeterminagdo dos povos sao exemplos de direitos clasificados como de segunda geracao. Comentarios: 0 direito ao meio ambiente e o direito a autodeterminacdo dos povos so clasificados como direitos de 3° geragdo. Questao errada. Comentarios: E isso mesmo. Os direitos civis e politicos s8o direitos de 1° geragao. Questo correta. 4. (CESPE / TJDFT - 2016) A constituicéo consagra expressamente a teoria absoluta do nucleo essencial de direitos fundamentais. www.estrategiaconcursos.com.br 52de 119) Profs Nadia / Prof. Comentarios: Ha 2 (duas) teorias utilizadas para se explicar as limitagdes aos direitos fundamentais: a teoria interna (absoluta) e a teoria externa (relativa). A CF/88 n&o determina expressamente qual dessas teorias deve ser utilizada. No entanto, o STF vem adotando a teoria externa (relativa). Questo errada. (CESPE / TJDFT - 2016) Direitos fundamentais formalmente imitados, desprovidos de reserva legal, ndo podem sofrer restricées de qualquer natureza. Comentarios: Para responder essa questo, tinhamos que entender 0 que significa a expresso “direitos fundamentais formalmente ilimitados, desprovidos de reserva legal”. Essa expresséo faz referéncia aqueles direitos fundamentais que se enquadram como nermas de eficdcia plena (autoaplicdveis e que ndo podem ter sua eficacia restringida, como é 0 caso do habeas corpus). A pergunta é: esses direitos fundamentais também pode ser objeto de restrigées? Sim, podem. Pela teoria dos “limites dos limites", a lei poderd impor restrigées aos direitos fundamentais, mas jamais alcangar o seu nucleo essencial. Questéo errada. 6. (CESPE / TJDFT - 2016) O gozo da titularidade de direitos fundamentais pelos brasileiros depende da efetiva residéncia em territério nacional. Comentarios: O local da residéncia n&o influencia no gozo de direitos fundamentais por brasileiros. Em outras palavras, mesmo que o brasileiro resida no exterior, ele seré titular de direitos fundamentais. Questo errada. 7. (CESPE / TIDFT - 2016) Ha direitos fundamentais cuja titularidade é reservada aos estrangeiros. Comentarios: Os estrangeiros (residentes ou n&o residentes) sdo titulares de direitos fundamentais. Ha alguns direitos fundamentais que buscam proteger especialmente estrangeiros. Por exemplo, o art. 5°, LII, CF/88, estabelece que no serd concedida extradic&io de estrangeiro por crime politico ou de opiniao. Questéo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 53de 119) 8. | (CESPE / TRE-RS - 2015) Ao estrangeiro em transito no territério nacional, por ndo serresidente no pais, ndo esté assegurado o exercicio dos direitos e garantias fundamentais. Comentarios: Os estrangeiros em trdnsito no territério nacional também sAo titulares de direitos fundamentais. Questo errada. 9. (CESPE / TRE-RS - 2015) Os direitos humanos, dado seu carater abstrato e nao tangivel, protegem as pessoas naturais, mas nao se aplicam as pessoas juridicas. Comentarios: As pessoas juridicas também sao titulares de direitos fundamentais. Questo errada. 10. (CESPE / DPE-RN - 2015) Os direitos fundamentais poderao ser limitados quando conflitarem com outros direitos ou interesses, nado havendo restricéo a tais limitagées. Comentarios: Os direitos fundamentais poderdo sofrer restrigdes. No entanto, hd um limite a tais restrigées, pois 0 niicleo essencial dos direitos fundamentais n&o pode ser afetado. E 0 que nos explica a teoria dos “limites dos limites”. Questao errada. 11. (CESPE 4 DPE- RN - 2015) A garantia de protecdo do nucleo essencial dos direitos fundamentais esta ligada 4 prépria validade do direito, mas sa guarda relacao com a sua eficdcia no caso concreto. Comentarios: A determinaaio do que € 0 “nuicleo essencial” de um direito fundamental sera feita a partir da andlise do caso concreto. O Poder Judiciério faz essa anélise por meio da aplicagao do principio da proporcionalidade. Questao errada. 12. (CESPE / FUB - 2015) 0 respeito aos direitos fundamentais deve ar tanto o Estado quanto os particulares, igualmente titulares e destinatarios desses direitos. Comentarios: O Estado e os particulares so titulares de direitos fundamentais. Questéo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 54de 119) 13. (CESPE / FUB - 2015) A ilimitabilidade é uma caracteristica dos direitos fundamentais consagrados na CF, pois esses sdo absolutos e, diante de casos concretos, devem ser interpretados com base na regra da maxima observancia dos direitos envolvidos. Comentarios: Uma das caracteristicas dos direitos fundamentais é a relatividade ou limitabilidade. Os direitos fundamentais no s&o absolutos. Em um caso concreto, é possivel que ocorra um conflito entre direitos fundamentais, o qual sera solucionado por um juizo de ponderacdio. Questo errada. 14, (CESPE / MPU - 2015) Na CF, a classificacio dos direitos e garantias fundamentais restringe-se a trés categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de nacionalidade e os direitos politicos. Comentarios: Existem 5 (cinco) categorias de direitos fundamentais: direitos individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos politicos e direitos relacionados a existéncia de partidos politicos. Questdo errada. 15. (CESPE / FUB - 2015) 0 rol de direitos e garantias apresentados no titulo “Dos Direitos e Garantias Fundamentai: da CF nao é exaustivo, pois existem dispositivos normativos, em diferentes titulos capitulos do texto constitucional, que também tratam de direitos e garantias fundamentais. Comentarios: De fato, o rol de direitos e garantias previsto nos titulo “Direitos e Garantias Fundamentais” no é exaustivo. Ha outros direitos fundamentais espalhados pelo texto da Constituicéo, como o caso do principio da anterioridade, que é uma garantia do contribuinte. Questao correta. 16. (CESPE / FUB - 2015) Direito fundamental pode sofrer limitagées, mas é inadmissivel que se atinja seu niicleo essencial de forma tal que se Ihe desnature a essénci: Comentarios: E isso mesmo! Uma lei pode impor restricées a um direito fundamental, mas jamais alcancar o seu niicleo essencial. E 0 que nos explica a teoria dos “limites dos limites”. Questo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 119) 17. (CESPE / SUFRAMA - 2014) 0 direito a vida, assim como todos os demais direitos fundamentais, € protegido pela CF de forma ndo absoluta. Comentarios: O direito a vida, assim como todos os direitos fundamentais, nao é absoluto. E limitavel por outros direitos fundamentais, como, por exemplo, o da dignidade da pessoa humana. Questo correta. 18. (CESPE / MPU - 2013) Os direitos fundamentais de primeira dimensdo sSo aqueles que outorgam ao individuo direitos a prestacées sociais estatais, caracterizando-se, na maioria das vezes, como normas constitucionais programaticas. Comentarios: Séo os direitos de segunda geragao que consistem em prestagées sociais do Estado e, na maioria das vezes, caracterizam-se por ser normas programaticas. Questo incorreta. 19. (CESPE / SEGER-ES - 2013) Na dimens&o objetiva, os direitos fundamentais sao qualificados como principios estruturantes do Estado democratico de direito, de modo que sua eficacia irradia para todo 0 ordenamento juridico. Comentarios: De fato, na dimensdo objetiva, os direitos fundamentais so normas dotados de alta carga valorativa, que estruturam o Estado. Sua eficacia se irradia para todo 0 ordenamento juridico. Questo correta. 20. (CESPE / TRT 10? Regido - 2013) Efeito irradiante dos direitos fundamentais € 0 atributo que confere cardter eminentemente subjetivo a esses direitos, garantindo protecdo do individuo contra o Estado. Comentarios: Efeito irradiante € 0 atributo que confere cardter objetivo aos direitos fundamentais. Questdo incorreta. 21. (CESPE / Banco da Amazénia - 2012) Os direitos fundamentais cumprem a fungio de direito de defesa dos cidaddos, sob dupla perspectiva, por serem normas de competéncia negativa para os poderes pUblicos, ou seja, que néo Ihes permitem a ingeréncia na esfera juridica individual, e por implicarem um poder, que se confere ao individuo, ndo sé para que ele exerca tais direitos positivamente, www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 119) mas também para que exija, dos poderes ptblicos, a correcdo das omissées a eles relativas. Comentarios: De fato, os direitos fundamentais exercem a fungdo de “direitos de defesa”. Ao mesmo tempo em que impedem a atuacdo indevida do Estado na érbita privada, eles outorgam aos individuos 0 direito de exigir dos Poderes Publicos a correcdo de omissdes. Questao correta. 22. (CESPE / TJDFT - 2008) A retirada de um dos sécios de determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais néo sdo aplicaveis apenas no Ambito das relacées entre o in Estado, mas também nas relacées privadas. Essa quali denominada eficacia horizontal dos direitos fundamentais. Comentarios: Os direitos fundamentais aplicam-se também as relacdes privadas. E 0 que determina a eficacia horizontal dos direitos fundamentais. Questo correta. 23. (CESPE / AGU-Administrador - 2010) Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o carater instrumental de protecdo a itos, tais garantias também sao direitos, pois se revelam na faculdade dos cidadaos de exigir dos poderes ptiblicos a protecao de outros direitos, ou no reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade. Comentarios: As garantias fundamentais também sao direitos. Isso pode ser cobrado numa prova objetiva ou até mesmo numa discursiva! Questo correta. 24. (CESPE / MPE-RO - 2010) Direitos humanos de terceira geracao, por seu ineditismo e pelo carater de “lege ferenda” que ainda comportam, nao recebem tratamento constitucional. Comentarios: Os direitos de terceira geragao recebem, sim, protego constitucional. Sé para ilustrar, o art. 5° da CF/88, em seu inciso XXXII, determina que “o Estado promoveré, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Questo incorreta. 2. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte I) 25. (CESPE / TCE-PA - 2016) No dia 4 de janeiro de 2016, o Movimento Tarifa Zero convocou cidaddos a participarem de www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 119) manifestacao contra o aumento das tarifas de trens, énibus e metré. A manifestacdo seria realizada no dia 3 de fevereiro de 2016 em frente 4 sede da prefeitura de determinado municipio. 0 organizador do movimento encaminhou, previamente a data prevista para a realizagéo do evento, oficio a prefeitura e as demais autoridades competentes avisando sobre a manifestacao. Em resposta ao oficio, a prefeitura informou que n&o autorizaria lizagéo do movimento em quaisquer areas publicas daquele muni: de que no municipio ainda nao havia legislagdo disciplinando o exercicio do direito de reuniao. Considerando essa situacdo hipotética, julgue o item subsequente (_) © municipio agiu corretamente ao nao autorizar a realizado da reunigo, pois o exercicio do direito fundamental de reunido depende de lei regulamentadora, por ser norma constitucional de eficdcia limitada (ou reduzida). (.) 0 Movimento Tarifa Zero pode impetrar mandado de seguranga contra o ato do prefeito que nao autorizou a realizacéo do movimento. (_) Em casos como 0 descrito no se faz necessério o prévio aviso, de modo que o organizador do movimento poderia ter encaminhado oficio a prefeitura e as demais autoridades competentes em data posterior a realizagéo da reuniao. Comentarios: A primeira assertiva esté errada. O direito de reuni&o é norma de eficdcia contida e, portanto, independe de regulamentacéo para produzir todos os seus efeitos. A segunda assertiva esta correta. O remédio constitucional cabivel para proteger o direito de reunidio é o mandado de seguranga. A terceira assertiva esta errada. O exercicio do direito de reuniéo depende de prévio aviso a autoridade competente. 26. (CESPE / TRE-PI - 2016) A entrada em domicilio, sem o consentimento do morador, é permitida durante o dia e a noite, desde que haja autorizacao judicial. Comentarios: A entrada no domicilio sem 0 consentimento do morador poderd ser feita com ordem judicial, mas somente durante o dia. Questio errada. www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 119) 27. (CESPE / TJDFT - 2016) A reserva legal estabelecida para a iolabilidade das comunicacées telefénicas é classificada como simples, e para a identificacao criminal reserva qualificada. Comentarios: Segundo o art. 5°, XII, “é inviolével o sigilo da correspondéncia e das comunicagées telegraficas, de dados e das comunicacées telefonicas, salvo, no Ultimo caso, por ordem judicial, nas hipdteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigacao criminal ou instrugéo processual penal”. Esse dispositivo, que trata da inviolabilidade das comunicagées telefonicas, é um exemplo de reserva legal qualificada. Isso porque jé define previamente o contetido da lei: hipéteses e forma de violacao do sigilo das comunicagées telefénicas. Questao errada. 28. (CESPE / DPU - 2016) O direito fundamental ao sigilo das comunicagées telefénicas pode ser suspenso por determinacéo judicial, mas somente para fins de investigacéo criminal ou instrugdo processual penal. Comentarios: De fato, 0 sigilo das comunicagées telefénicas somente poderé ser suspenso para fins de investigacdo criminal ou instrugao processual penal. Questao correta. 29. (CESPE / DPU - 2016) A CF assegura a liberdade de pensamento, mas veda 0 anonimato, uma vez que o conhecimento da autoria torna possivel a utilizacdo do direito de resposta. Comentarios: Segundo o art. 5°, IV, CF/88, “é livre a manifestag&o do pensamento, sendo vedado 0 anonimato”. A vedag&o ao anonimato se justifica para permitir que aquele que expressou seu pensamento (de forma escrita ou oral) possa responder por eventuais abusos. Nesse sentido, o conhecimento da autoria € importante para dar ensejo ao direito de resposta e a indenizag&o por dano material ou moral. Questo correta. 30. (CESPE / DPU - 2016) O direito fundamental a vida também se da garantia de condicées para uma existéncia Comentarios: O direito & vida nao engloba apenas o direito de sobreviver, mas também o direito a ter uma vida boa, uma existéncia digna. Questo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 119) 31. (CESPE / DPE-RN - 2015) A inviolabilidade domiciliar refere-se 4 residéncia que o duo ocupa com intencao de moradia definitiva, mas néo alcanga seu escritério profissional ou outro local de trabalho. Comentarios: Os escritérios profissionais esto incluidos no conceito de “casa”, para fins de aplicag&o do art. 5°, XI, CF/88. O direito a inviolabilidade do domicilio também protege os escritérios profissionais. Questo errada. 32. (CESPE / TCE-RN - 2015) Comumente, confundem-se os principios da legalidade e da reserva legal. O primeiro, contudo, é mais abrangente e representa o dever de submissdo e respeito a lei. O segundo, por sua vez, consiste na imposicgao constitucional de que determinadas matérias sejam regulamentadas por lei formal. Comentarios: © principio da legalidade é mais amplo do que o principio da reserva legal. Esto sujeitas “reserva legal” aquelas matérias que devem ser objeto de lei formal. Por outro lado, est&o sujeitos & “legalidade” todas aquelas materias que devem ser objeto de lei ou outro ato normativo. Questo correta. 33. (CESPE / DPE-RN - 2015) Sob pena de colisdéo com o direito a liberdade de pensamento e consciéncia, o STF entende que a autorizacao estatutaria genérica conferida 4 associacdo é suficiente para legitimar a sua atuacdo em juizo na defesa de direitos de seus filiados. Comentarios: A autorizacao estatutéria genérica conferida a associagéo nao é suficiente para que ela possa atuar na representac&o processual de seus filiados. Questao errada. 34. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) Em virtude do direito de reuniao e do direito de livre manifestacao do pensamento, os quais devem ser garantidos a todas as pessoas, serdo inconstitucionais as leis municipais que exijam comunicagio prévia para a realizagao de reunides em pracas publicas. Comentarios: O art. 5°, XVI, CF/88, estabelece que 0 exercicio do direito de reunido depende de prévio aviso 4 autoridade competente, sendo desnecessaria autorizagao. Portanto, uma lei municipal que exija comunicagao prévia para a realizagio de reuniées em pracas publicas seré constitucional. Questéo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 119) 35. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) Conforme jurisprudéncia do STF, desde que esteja prevista em lei nacional, sera constitucional a exigéncia do diploma de jornalismo para o exercicio dessa profissao. Comentarios: Segundo o STF, é inconstitucional a exigéncia de diploma para o exercicio da profissdo de jornalista. Questdo errada. 36. (CESPE / STJ - 2015) Para fins do direito 4 inviolabilidade do domicilio, 0 conceito de casa no abrange locais nos quais séo exercidas atividades de indole profissional, como consultérios e escritérios. Comentarios: Para fins de aplicacéo do art. 5°, XI, CF/88 (direito a inviolabilidade do domicilio), 0 conceito de “casa” engloba escritérios profissionais e consultérios médicos e odontolégicos. Questao errada. 37. (CESPE / STJ - 2015) A defesa, em espacos ptiblicos, da legalizagéo das drogas foi considerada pelo STF como manifestagao publica compativel com o direito 4 liberdade de pensamento. Comentarios: © STF considerou que a “marcha da maconha” (manifestagéo publica que defende a legalizagdo das drogas) nao pode ser considera apologia ao crime. Trata-se de manifestag&o compativel com a liberdade de pensamento. Questao correta. 38. (CESPE / MPOG - 2015) De acordo com a CF, e com base no direito a escusa de consciéncia, o individuo pode se recusar a praticar atos que conflitem com suas conviccées religiosas, politicas ou filoséficas, sem que essa recusa implique restricées a seus direitos. Comentarios: Segundo 0 art. 5°, VIII, “ninguém seré privado de direitos por motivo de crenga religiosa ou de convicgao filoséfica ou politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigacao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestagéo alternativa, fixada em lei”. Esse é 0 direito 4 escusa de consciéncia. Como regra, tem-se que o individuo néo seré privado de direitos pelo fato de se recusar a cumprir uma obrigacao legal a todos imposta. Questo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 119 39. (CESPE / STJ - 2015) As entidades associativas, se expressamente autorizadas, possuem legitimidade para representar seus filiados na esfera judi Comentarios: E isso mesmo. As associagdes, quando expressamente autorizadas, tém legitimidade para representar seus filiados judicial e extrajudicialmente. Questio correta. 40. (CESPE / FUB - 2015) Com base nos direitos fundamentais a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, o STF recentemente adotou posicionamento, em que entende ser necessaria a autorizacdo prévia da pessoa biografada para a publicagdo de obra sobre sua vida. Comentarios: Na ADI n® 4815, o STF passou a admitir as biografias ndo-autorizadas. Assim, nao se exige autorizagao prévia da pessoa biografada para a publicacéo de obra sobre sua vida. Questo errada. 41. (CESPE / TRF 5° Regidéo - 2015) Viola as garantias do livre exercicio do trabalho, oficio ou profissio a exigéncia, pela fazenda , de prestagdo de fianca para a impressao de notas fiscais de uintes em débito com o fisco. Comentarios: Segundo o STF, “a exigéncia, pela Fazenda Publica, de prestagdo de fianca, garantia real ou fidejusséria para a impresso de notas fiscais de contribuintes em débito com o Fisco viola as garantias do livre exercicio do trabalho, oficio ou profissao (CF, art. 5°, XIII), da atividade econémica (CF, art. 170, paragrafo unico) e do devido processo legal (CF, art. 5°, LIV)". Questo correta. 42. (CESPE / STJ - 2015) Na hipétese de iminente perigo, o poder pUblico competente podera req ro uso de propriedade particular, estando assegurada ao proprietario a possibilidade de ser indenizado em caso de dano ao seu patriméni Comentarios: Segundo o art. 5°, XXV, “no caso de iminente perigo publico, a autoridade competente poderé usar de propriedade particular, assegurada ao proprietério indenizagao ulterior, se houver dano”. Trata-se da denominada requisi¢ao administrativa. Questdo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 62de 119) 43. (CESPE / STJ - 2015) Um cidadao detém, mais que o direito, o dever de opor-se a ordem que, emanada de autoridades publicas, se revele manifestamente ilegal. Comentarios: O art. 5°, II, CF/88, prevé que “ninguém seré obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei". Uma ordem de autoridade ptiblica que seja manifestamente ilegal (contraria a lei) no deverd ser cumprida. O cidad&o tem o dever de se opor a ordens manifestamente ilegais. Questo correta. 44. (CESPE/ TCU - 2015) A casa é asilo inviolavel do individuo, de modo que ninguém pode nela penetrar sem o consentimento do morador, salvo por determinagéo ju |; nessa circunstancia, a entrada poder ocorrer em qualquer horario. Comentarios: Segundo o art. 5°, XI, CF/88, "a casa é asilo inviolavel do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinagio judicial”. 0 enunciado esta errado ao afirmar que @ entrada na casa por determinacio judicial poderé ocorrer em qualquer horario. No caso de ordem judicial, sé se pode penetrar na casa do individuo, sem o seu consentimento, durante o dia. Questao errada. 45. (CESPE/ IRBr Diplomata - 2015) © principio da legalidade consiste em estatuir que a regulamentacaéo de determinadas matérias ha de fazer-se necessariamente por lei formal, e nado por quaisquer outras fontes normativas. Comentarios: Essa questdo cobra a diferenga entre o principio da legalidade e o principio da reserva legal. No enunciado, 0 examinador inverteu os conceitos. O principio da reserva legal prevé que a regulamentacao de determinadas matérias deve ser feito necessariamente por lei formal. Por sua vez, 0 principio da legalidade abrange nao somente a lei em sentido estrito, mas todo e qualquer ato juridico. Questao errada. 46. (CESPE/ TRE-GO - 2015) Ninguém sera privado de direitos por motivo de conviccao politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigacéo legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestacéo alternativa, fixada em lei. Essa norma constitucional, que trata da escusa de consciéncia, tem eficacia contida, podendo o legislador ordinario restringir tal garantia. www.estrategiaconcursos.com.br 63de 119) Profs Nadia / Prof. Comentarios: De fato, a Constituigéo permite, em seu art. 5°, inciso VIII, que lei restrinja a escusa de consciéncia. Trata-se, portanto, de norma constitucional de eficdcia contida. Questo correta. 47. (CESPE/TJ CE/ TIAA - 2014) No que diz respeito aos direitos e deveres individuais e coletivos, assinale a opcao correta. a) Tolera-se a tortura realizada por policial a fim de se evitar perecimento de direitos alheios. b) Ninguém seré privado de direitos por motivo de convicgao filoséfica, mesmo invocando-a para eximir-se de obrigacao legal a todos imposta. c) E assegurado 0 direito indenizacéo por dano moral no caso de violago da intimidade. d) E vedada a prestac&o de assisténcia religiosa nas entidades militares de internacao coletiva. e) E livre a manifestac&o do pensamento, contudo, em passeatas o anonimato € permitido. Comentarios: A letra A esta incorreta. A Constituicéo determina, em seu art. 5°, inciso III, que ninguém seré submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. A letra B esté incorreta. O inciso VIII do art 5° da Constituigéo prevé que ninguém sera privado de direitos por motivo de crenga religiosa ou de conviccao filoséfica ou politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigagao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestagao alternativa, fixada em lei. A letra C esté correta. Versa o inciso X do art. 5° da CF/88 que sao inviolaveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 0 ireito a indenizagao pelo dano material ou moral decorrente de sua violacdo. A letra D esta incorreta. A Carta Magna assegura, nos termos da lei, a prestacdo de assisténcia religiosa nas entidades civis e militares de internac&o coletiva (art. 5°, VII, CF). A letra E esta incorreta. A Constituig&o veda o anonimato (art. 5°, IV, CF). www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 119) 48. (CESPE / TJ-DF - 2014) A utilizacéo de critérios distintos para a Ppromocao de integrantes do sexo feminino e do masculino de corpo militar viola o principio constitucional da isonomi Comentarios: No RE 498.900, o STF decidiu que ndo afronta o principio da isonomia a adogao de critérios distintos para a promoco de integrantes do corpo feminino e masculino da Aerondutica. Questdo errada. 49. (CESPE / MPE-AC - 2014) Embora néo exista norma expressa acerca da matéria, o sigilo fiscal e bancario, segundo o STF, é protegido constitucionalmente no a4mbito do direito a intimidade, Pportanto 0 acesso a dados bancarios e fiscais somente pode ser feito por determinacdo judicial, do MP, de comisséo parlamentar de inquérito ou de autoridade policial. Comentarios: Em regra, a quebra de sigilo fiscal e bancario somente pode ser determinada pelas autoridades judiciais ou pelas Comissées Parlamentares de Inquérito (CPI’s). Questo errada. 50. (CESPE / DPE-ES - 2013) Conforme a doutrina, a inviolabilidade do direito 4 vida limita- se ao direito de continuar vivo, nao se relacionando com o direito a uma vida digna. Comentarios: © direito @ vida também abrange o direito a ter uma vida digna. Questéo incorreta. 51. (CESPE / TRT 8? Regido - 2013) De acordo com a jurisprudéncia do STF, é inconstitucional a fixagSo de limite de idade para a inscrigdo em concurso ptblico, independentemente de justificativa. Comentarios: E possivel, sim, a fixag&o de limite de idade para inscrigéo em cargo publico, desde que justificada pela natureza das atribuigdes do cargo a ser preenchido. Questao incorreta. 52. (CESPE / Policia Federal - 2013) Considere que a Policia Federal tenha recebido dendncia anénima a respeito de suposta pratica delituosa inserida em seu ambito de investigagao. Nessa situacao, o 6rgao ndo podera investigar, visto que a CF veda expressamente o anonimato e a consequente deflagracéo da persecucdo penal com fundamento na referida dendincia anénima. www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 119) Comentarios: A Policia Federal podera, sim, efetuar investigacées preliminares com vistas a atestar a veracidade da dentincia anénima. O que nao pode ser feito, a partir da dentincia anénima, é a instauragao de inquérito. Questao incorreta. 53. (CESPE / PC-BA - 2013) A protecdo do direito 4 vida tem como consequéncia a proibigéo da pena de morte em qualquer situacdo, da pratica de tortura e da eutané: Comentarios: A pena de morte é admitida em caso de guerra declarada. Questo incorreta. 54. (CESPE / TCE-RO - 2013) 0 direito de resposta proporcional ao agravo tem abrangéncia ampla e aplica-se a todas as ofensas, ainda que elas néo sejam de natureza penal. Comentarios: O direito de resposta se aplica a todas as ofensas, sejam elas de natureza penal ou nao. Questo correta. 55. (CESPE / MPE - RO - 2013) 0 direito 4 liberdade de expressao previsto na CF néo pode ser invocado em defesa dos que defendam publicamente a descriminalizacio do aborto, conduta que se qualifica como incitacdo publica de pratica criminosa. Comentarios: A defesa da legalizaco do aborto no deve ser considerada pratica criminosa. Questo incorreta. 56. (CESPE / TJ-AL - 2012) O regime juridico das liberdades publicas protege as pessoas naturais brasileiras e as pessoas juridicas constituidas segundo a lei nacional, as quais séo garantidos os direitos 4 existéncia, 4 seguranga, 4 propriedade, a protecao tributaria e aos remédios constitucionais, direitos esses que nao alcancam os estrangeiros em territério nacional. Comentarios: Os direitos fundamentais s&o extensiveis aos estrangeiros em territério nacional. Além disso, néo existe esse direito a protecéio tributdria. Questdo incorreta. 57. (CESPE / OAB - 2009) Os direitos fundamentais néo séo assegurados ao estrangeiro em transito no territério nacional. www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 119) Comentarios: Determina a CF/88 que todos sao iguais perante a lei, sem distingdes de qualquer natureza. Apesar de o “caput” do art. 5° da CF/88 fazer referéncia expressa somente aos estrangeiros residentes no pais, a doutrina entende que os direitos fundamentais so assegurados a qualquer pessoa que se encontre em territério nacional, inclusive a estrangeiros residentes no exterior. Questa incorreta. 58. (CESPE / OAB - 2009) A referéncia, na CF, 4 dignidade da pessoa humana, aos direitos da pessoa humana, ao livre exercicio dos direitos \dividuais e aos direitos e garantias individuais esta relacionada aos direitos e garantias do individuo dotado de personalidade juridica ou n&o. Desse modo, a aplicacao do principio da dignidade humana exige a protecio dos embriées humanos obtidos por fertilizagio in vitro e congelados, devendo-se evitar sua utilizagdo em pesquisas cientificas e terapias. Comentarios: Como vimos, 0 STF entende que é legitima e n&o ofende a dignidade da pessoa humana a realizacdo de pesquisas com células-tronco embrionérias, obtidas de embriées humanos produzidos por fertilizagdo “in vitro" e nao utilizados neste procedimento. Questo incorreta. 59. (CESPE / TJ-AL - 2012) Os tratamentos normativos diferenciados no séo compativeis com o texto constitucional, por ofensa ao principio da igualdade, mesmo quando verificada a existéncia de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado. Comentarios: E possivel, sim, 0 tratamento normativo diferenciado, quando ha razoabilidade para tal. Exemplo: vagas para deficientes nos concursos ptiblicos. Questao incorreta. 60. (CESPE / Juiz TRT 82 Regido - 2006) O principio de que todos sao iguais perante a lei, sem distingaéo de qualquer natureza, é a norma de garantia prevista no caput do artigo 5° da CF. Seu contetido material admite a diferenciacgio entre os desiguais para aplicagdo da norma juridica, pois é na busca da isonomia que se faz necessario tratamento diferenciado, em decorréncia de situagées que exigem tratamento distinto, como forma de realizagéo da igualdade. Assim, é constitucionalmente possivel o estabelecimento pontual de critério de Ppromociéo diferenciada para homens e mulheres. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 119) Profs Nadia / Prof. De acordo com o inciso II, do art. 5° da CF/88, homens e mulheres so iguais em direitos e obrigagdes, nos termos da Constituigao. A lei néo pode criar discriminac&o entre pessoas que esto em posicdo equivalente, exceto quando ha razoabilidade para tal. Ha, portanto, excecdes, casos em que a lei pode criar distinges. E o caso, por exemplo, do estabelecimento pontual de critério de promocio diferenciada para homens e mulheres. Questo correta. 61. (CESPE / EBC - 2011) © Poder Judiciério néo pode, sob a alegacéo do direito a isonomia, estender a determinada categoria de servidores ptiblicos vantagens concedidas a outras por I Comentarios: O enunciado esta perfeito! Para maior aprofundamento no tema, reproduzo a Stimula 339 do STF: “nSo cabe ao Poder Judicidrio, que n&o tem funcéo legislativa, aumentar vencimentos de servidores publicos sob fundamento de isonomia". Quest&o correta. 62. (CESPE / STJ - 2012) 0 estabelecimento de regras distintas para homens e mulheres, quando necessdrias para atenuar desniveis, & compativel com o principio constitucional da isonomia e podera ocorrer tanto na CF quanto na legislacao infraconstitucional. Comentarios: De fato, é possivel o estabelecimento de distingdes entre homens e mulheres, desde que haja razoabilidade para tal. Essas distingdes poderdo ser estabelecidas pela lei ou pela prépria Constituigao. Questdo correta. 63. (CESPE / TRE-MS - 2013) Em algumas situagées, é constitucionalmente admissivel o tratamento diferenciado entre homem e mulher. Comentarios: De fato, a Constituicéo permite que haja tratamento diferenciado em algumas situagées, em virtude da isonomia (tratamento desigual aos desiguais). Questio correta. 64. (CESPE / TJ-RJ - 2008) Homens e mulheres sdo iguais em direitos e obrigagées, nos termos da CF, n&o podendo a lei criar qualquer forma de distingao. Comentarios: De acordo com o inciso II, do art. 5° da CF/88, homens e mulheres so iguais em direitos e obrigagdes, nos termos da Constituicéo. A lei n&o pode criar discriminag&o entre pessoas que estao em posic&o equivalente, exceto quando www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 119) hé razoabilidade para tal. Hé, portanto, excegdes, casos em que a lei pode criar distinges. Questao incorreta. 65. (CESPE / Juiz TRT 8? Regido- 2006) A correta interpretacgéo do principio da igualdade torna inaceitavel discriminar uma pessoa em fungao do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propésito de desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desniveis de tratamento, n&o permitindo, porém, que normas infraconstitucionais tenham essa finalidade, ainda que em beneficio da parte di: Comentarios: A questo comeca correta e termina errada... De fato, a correta interpretacdo do principio da igualdade torna inaceitdvel discriminar uma pessoa em funcao do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propésito de desnivelar materialmente 0 homem da mulher; aceitando-o, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desniveis de tratamento. Por isso mesmo, pode a lei infraconstitucional ter a finalidade de atuar em prol de suavizar os desniveis de tratamento entre homens e mulheres, em beneficio da parte discriminada. Questao incorreta. 66. (CESPE / Juiz TRT 8? Regido - 2006) Ninguém sera obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendéo em virtude de lei, exceto se a exigéncia, ainda que contraria a lei, decorra de previsdéo constante de contrato privado. Comentarios: Qualquer exigéncia sé € possivel se condizente com a lei. Contrato privado contrario a lei é invalido, no podendo, portanto, gerar a obrigagéio de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Questao incorreta. 67. (CESPE / TJ-AL - 2012) Quando se afirma que a regulamentacao de determinadas matérias ha de se fazer necessariamente por lei formal, ha referéncia expressa ao principio da legalidade lato sensu. Comentarios: Nesse caso, hé referéncia expressa ao principio da reserva legal, que tem sentido mais estrito. Quest&o incorreta. 68. (CESPE / ABIN - 2010) O preceito constitucional que estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei veicula a nogdo genérica do principio da legalidade. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 119) E isso mesmo! Quando se refere & “nogdo genérica do principio da legalidade", © examinador cobra 0 conhecimento de parte da doutrina, que considera o principio da legalidade um género, do qual se derivam outros principios. E o caso do principio da anterioridade da lei penal (art. 5°, XXXIX, CF), por exemplo. Questdo correta. 69. (CESPE / TRE-ES - 2011) 0 pri confunde com o da reserva legal: o primeiro pressupée a submissdo e © respeito a lei; 0 segundo se traduz pela necessidade de a regulamentacdo de determinadas matérias ser feita necessariamente por lei formal. Comentarios: © enunciado esté perfeito. O principio da reserva legal impde que determinadas materias sejam regulamentadas por lei formal; jé no principio da legalidade, 0 vocabulo “lei” tem um sentido mais amplo, abrangendo também 08 atos infralegais. Questao correta. 70. (CESPE / TRE-MS - 2013) A objec&o de consciéncia é protegida constitucionalmente, podendo o cidadao invoca-la para eximir-se de obrigacao legal a todos imposta e para se recusar a cumprir prestagio alternativa fixada em I Comentarios: Reza a Constituic&o Federal (art. 5°, VIII) que ninguém sera privado de direitos por motivo de crenca religiosa ou de conviccdo filoséfica ou politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigacao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestacao alternativa, fixada em lei. Portanto, a escusa de consciéncia nao se aplica ao caso exposto no enunciado. Questao increta. 71. (CESPE / TRE-MA - 2005) O principio da legalidade estabelece que ninguém sera obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei. Assim, os particulares podem fazer tudo 0 que a lei nao proibe, enquanto a administracao publica s6 pode fazer o que a lei permite. Comentarios: © principio da legalidade, de fato, apresenta acepgées diferentes para os particulares e para a Administrag&o Publica. Enquanto para os primeiros é uma garantia, a de que sé podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei, para os ultimos é uma limitacdo. Questo correta. 72. (CESPE / PC-ES - 2011/PC-ES) Com fundamento no dispositivo constitucional que assegura a liberdade de manifestagdo de www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 119) Profs Nadia / Prof. pensamento e veda o anonimato, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que os escritos anénimos nao podem justificar, por si s6, desde que isoladamente considerados, a imediata instauracgéo de procedimento investigatério. Comentarios: Importante posicéio do STF é a que veda, em regra, 0 acolhimento a dentincias anénimas. Essas poderdo servir de base para gerar investigacao pelo Poder Publico, mas jamais poderdo ser causa Unica de exercicio de atividade punitiva pelo Estado. Perceba que © enunciado diz que n&o se podem adotar escritos anénimos “isoladamente considerados". Estes podem servir de base para uma investigacéio, mas nunca sozinhos. E necessério que haja outros indicios. Exemplo: imagine que a Receita Federal receba uma denuncia de que uma PJ esté sonegando tributos (0 concorrente faz isso...rsrs). S6 com essa dentincia, n&o podemos abrir uma fiscalizagéo. A dentncia vai ser analisada, com a coleta de outros dados, a fim de que a Administracdo Tributaria decida se ela procede ou nao. Questao correta. 73. (CESPE / DPU - 2010) Conforme entendimento do STF com base no principio da vedacéo do anonimato, os escritos apocrifos nao podem justificar, por si sés, desde que isoladamente considerados, a imediata instauragéo da “persecutio criminis”, salvo quando forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituirem eles préprios © corpo de del Comentarios: Segundo a Corte, as autoridades piblicas ndo podem iniciar qualquer medida de persecugao (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em pegas apécrifas ou em escritos anénimos. As pecas apécrifas nado podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quanto tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituirem, eles préprios, 0 corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsdo mediante sequestro, por exemplo). E por isso que o escrito anénimo néo autoriza, isoladamente considerado, a imediata instauracéio de "persecutio criminis". Entretanto, pode o Poder Publico, provocado por delaciio anénima ("disque- dentncia", p. ex.), adotar medidas informais destinadas a apurar, previamente, em averiguacéio suméria, a possivel ocorréncia de ilicitude, desde que 0 faga com o objetivo de conferir a verossimilhanga dos fatos nela denunciados. Em caso positive, poderé, entéo, ser promovida a formal instauragéo da "persecutio criminis", mantendo-se completa desvinculagdo desse procedimento estatal em relagdo as pecas apécrifas. Questo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 119 74, (CESPE / INSS - 2010) Nao é possivel a instauracdo de inquérito policial baseado unicamente no contetido de dentincia anénima. Comentarios: E verdade. Entende o STF que um inquérito nao pode ser instaurado somente com base em dentincia anénima. Questio correta. 75. (CESPE / DPU - 2010) A CF prevé o direito a livre manifestagao de pensamento, preservando também o anonimato. Comentarios: O anonimato é vedado pela CF/88. Questo incorreta. 76. (CESPE / TRE-GO - 2009) E livre a manifestacdo do pensamento, sendo garantido o anonimato. Comentarios: Nada disso! O anonimato é vedado. Quest&o incorreta. 77. (CESPE / INSS - 2010) A liberdade de manifestacgéo do pensamento n§o constitui um direito absoluto. Comentarios: Apesar de a Constituigdo garantir a livre manifestag&o do pensamento (art. 5°, IV, CF/88), esse direito nao é absoluto. Ele encontra limites na protegao a vida privada (art. 5°, X, CF/88), outro direito protegido constitucionalmente. Grave isso: nenhum direito fundamental é absoluto! Questo correta. 78. (CESPE / TCE-ES - 2009) 0 direito de resposta proporcional ao agravo constitui instrumento democratico de ampla abrangéncia, ja que é aplicdvel em relacao a todas as ofensas, independentemente de elas configurarem ou n&o infragées penais. Comentarios: De fato o direito de resposta é, como vimos, instrumento democratico de ampla abrangéncia, aplicdvel em relagéo a todas as ofensas, independentemente de elas configurarem ou no infragdes penais. Questao correta. 79. (CESPE / TJ-RJ - 2008) O direito fundamental a honra se estende as pessoas juridicas. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 72de 119 O direito & honra se estende as pessoas juridicas, que podem, inclusive, sofrer dano moral (Stimula 227 do STJ). Questo correta. 80. (CESPE / TCE-ES - 2009) A indenizagao por danos morais tem seu Ambito de protecéo adstrito as pessoas fisicas, j4 que as pessoas juridicas néo podem ser consideradas titulares dos direitos e das garantias fundamentais. Comentarios: A indenizacéo por danos morais é cabivel também para as pessoas juridicas (Sumula 227 do STJ). Questao incorreta. 81. (CESPE / INSS - 2010) Uma pessoa juridica pode pleitear na justica indenizacao por danos materiais e morais no caso de violacao a sua honra objetiva, representada por sua reputacéo e boa fama perante a sociedade. Comentarios: Questo correta. Fundamento: Sumula 227 do STJ. 82. (CESPE / TCU - 2012) A indenizacao por danos material, moral e a imagem abrange as pessoas fisicas e juridicas. Comentarios: De fato, a indenizac&o por danos materiais, morais e @ imagem abrange tanto as pessoas fisicas quanto as juridicas. Nesse sentido, dispde a simula 227 do STJ que pessoa juridica pode sofrer dano moral. Questo correta. 83. (CESPE / STM - 2011) Ninguém podera ser privado do exercicio de um direito por invocar crenga religiosa ou conviccio filoséfica ou politica para eximir-se de obrigaco legal a todos imposta. Comentarios: Ninguém sera privado de direitos por motivo de crenga religiosa ou de convicgao filoséfica ou politica, SALVO se as invocar para se eximir de obrigacao legal a todos imposta E se recusar a cumprir prestacdo alternativa, fixada em lei. Questao incorreta. 84. (CESPE / DPU - 2010) E assegurada, nos termos da lei, Prestacao de assisténcia religiosa nas entidades civis de internacgaéo coletiva, direito esse que néo se estende as entidades militares de internagao. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 73de 119) A prestacéio de assisténcia religiosa é assegurada tanto nas entidades civis quanto nas militares de internacéo coletiva. Questao incorreta. 85. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF assegura a prestagéo de assisténcia religiosa tanto as entidades hospitalares privadas quanto as publicas, bem como aos estabelecimentos prisionais civis e militares. Comentarios: As entidades hospitalares e os estabelecimentos prisionais se encaixam no conceito de entidades civis e militares de internagdo coletiva. Por isso, podemos afirmar que a CF/88 assegura assisténcia religiosa nessas entidades. Questao correta. 86. (CESPE / OAB - 2009) Como decorréncia da inviolabi ide do direito a liberdade, a CF assegura o direito 4 escusa de consciéncia, desde que adstrito ao servico militar obrigatério. Comentarios: A CF assegura o direito & escusa de consciéncia quanto a qualquer obrigacéo legal a todos imposta. Portanto, esse direito abrange o servico militar obrigatério, mas nao se limita a este. Questao incorreta. 87. (CESPE / ABIN - 2008) Considerando a hipétese de que um cidaddo esteja internado em entidade civil de internac&o coletiva e professe como religido 0 candomblé, nessa hipétese, sendo o Estado brasileiro laico, nado sera a Unido obrigada a assegurar a esse interno as condicées para que ele tenha assisténcia religiosa. Comentarios: Adoro questdes que envolvam casos praticos! Elas ajudam a selecionar candidatos que ndo se limitam a “decorar” a CF/88! Vamos a anélise do caso. © direito a receber assisténcia religiosa se estende aos figis de todas as crengas. A Unido devera, sim, assegurar ao interno que professe o candomblé as condigées para que ele tenha assisténcia religiosa. Questo incorreta. 88. (CESPE / ABIN - 2008) Uma famosa atriz estrangeira, em viagem de fé foi fotografada juntamente com o seu namorado m publicar as fotos em revistas de grande circulagao. A liberdade de imprensa nado admite censura. Dessa forma, o casal néo poderia impedir, mesmo judicialmente, a divulgacao das fotos. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 119) O STF entende que é vélida decisdo judicial proibindo a publicagdo de fatos relativos a um individuo por empresa jornalistica. O fundamento da decis&o é a inviolabilidade constitucional dos direitos da personalidade, notadamente o da privacidade. Para a Corte, a mera publicacdo no consentida de fotografias gera direito 4 indenizac&o por dano moral, independentemente de ocorréncia de ofensa & reputacio da pessoa. Questo incorreta. 89. (CESPE / Procurador AL-ES - 2011) Se determinada pessoa tomar ciéncia de que sera publicada matéria jornalistica que ofenda sua privacidade ou honra, néo Ihe sera assegurado o direito de requerer na via judicial que a respectiva matéria nao seja divulgada, considerando que a liberdade de informacio tem protecdo constitucional. Ao ofendido restaré apenas a correspondente compensagio econémica, que tem como premissa necess4ria a consumacao do prejuizo ao direito fundamental. Comentarios: Segundo o STF, se determinada pessoa tomar ciéncia de que seré publicada matéria jornalistica que ofenda sua privacidade ou honra, ser-Ihe-a assegurado 0 direito de requerer, na via judicial, que a respectiva matéria n&o seja divulgada, com base no direito & privacidade. Para isso, utilizaré acdo inibitéria. Caso nao queira agir preventivamente, poderd o individuo, apés a publicagéo e consequente violagéo de seus direitos, utilizar-se da via repressiva, por meio da indenizag&o por danos morais. Questo incorreta. 90. (CESPE / TRE-MG - 2009) Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, a CF reconhece ser livre a expressdo da at lade intelectual, artistica, cientifica e de comunicasao, independentemente de censura ou licenga. Comentarios: Literalidade do inciso IX do art. 5° da Constituigao. Questao correta. 91. (CESPE / TCU- 2009) A CF estabelece que é livre a expressao da atividade intelectual, artistica, ntifica) e de comunicagao, independentemente de censura ou licencga. Diante da amplitude do tratamento constitucional atribuido a essas liberdades, mesmo que a idade, a vida privada, a honra e a imagem de alguém, nao sera devida qualquer indenizagao pelo dano material ou moral decorrente de sua violacao. Comentarios: Combinando-se os incisos IX e X do art. 5° da Constituigéo, tem-se que é livre a expressdo da atividade intelectual, artistica, cientifica e de comunicacao, www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 119 independentemente de censura ou licenga. Entretanto, o exercicio desse direito n&o é absoluto. Ele encontra limites na intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, havendo direito a indenizacdo pelo dano material ou moral decorrente da violacéio desses bens juridicos. Questao incorreta. 92. (CESPE / ABIN - 2010/) O ito ao sigilo bancario deve ser afastado por determinagaéo judicial quando houver pedido de idade p instruido com matéria jornalistica que tenha jado genericamente a pratica de desvios de recursos publicos por diversas autoridades. Comentarios: Para que a quebra do sigilo bancario seja admissivel € necessério que haja individualizagao do investigado e do objeto da investigagéo. Como o enunciado diz que a matéria jornalistica noticiou de modo genérico o desvio de recursos pUblicos por diversas autoridades, a medida nao é cabivel. Questao incorreta. 93. (CESPE / AUFC - 2008) O Ministério Publico (MP) tem verificado a existéncia de superfaturamento na obra de construgdo de estradas de rodagem, realizada por empresa que venceu licitagéo para fazé-lo, além de corrupcéo ativa e passiva. Diante desse quadro, o MP requereu ao plenario da Corte de Contas medida cautelar para quebrar o sigilo dos agentes ptiblicos e da empresa, bem como a suspensdo da execucdo do contrato administrativo. Nessa situagao, sera licita decisdo do pleno que defira o referido pedido de quebra de sigilo. Comentarios: © Tribunal de Contas da Unido n&o pode determinar a quebra do sigilo bancério. Quest&o incorreta. 94. (CESPE/TCDF/TAP - 2014) Embora a casa seja asilo inviolavel do individuo, em caso de flagrante delito, é permitido nela entrar, durante o dia ou a noite, ainda que nao haja consentimento do morador ou determinacao judicial para tanto. Comentarios: De acordo com o inciso XI do art. 5° da Constituigéo, o ingresso na “casa” de um individuo poder ocorrer nas seguintes situagées: a) Com 0 consentimento do morador. www.estrategiaconcursos.com.br 76 de 119 b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia. Perceba que, mesmo com ordem judicial, ndo é possivel o ingresso na casa do individuo. ¢) A qualquer hora, sem consentimento do morador, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro. Questo correta. 95. (CESPE/TJ CE/ AJAJ - 2014) Segundo a CF, a casa é asilo inviolavel do individuo, razéo por que ninguém, independentemente da circunst4ncia, poder4 nela ingressar sem o consentimento do morador. Comentarios: Ha duas situagdes em que se poderé ingressar em uma casa sem o consentimento do morador: sob ordem judicial, durante o dia, ou a qualquer hora, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro (art. 5°, XI, CF). Questo incorreta. 96. (CESPE/TJ CE/ AJAJ - 2014) O principio constitucional do direito de acesso a informacao veda o sigilo da fonte, ainda que se aleguem motivos profissionais. Comentarios: E 0 contrério! A Carta Magna, no inciso XIV do seu art. 5°, assegura a todos o acesso a informag&o e resguarda o sigilo da fonte, quando necessario ao exercicio profissional. Questo incorreta. 97. (CESPE / TC-DF - 2014) E livre o exercicio das profissées, podendo a lei exigir inscrigdo em conselho de fiscalizacao profissional apenas quando houver potencial lesivo na atividade, 0 que ndo ocorre com a profissao de misico, por exemplo. Comentarios: De fato, a Constituig&o prevé que a regra é 0 livre exercicio das profisses, sendo a excegao a exigéncia de qualificacdes profissionais por lei (art. 5°, XIII, CF). Nesse sentido, 0 STF entende que a atividade de mtsico prescinde de controle. Questo correta. 98. (CESPE / PM-CE - 2014) De acordo com a doutrina e a jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal, a casa, domicilio, que constitui o objeto de protec’o da garantia da_inviolabilidade consagrada pelo texto constitucional é todo o espaco delimitado que www.estrategiaconcursos.com.br 77 de 119) iduo utiliza para uso residencial ou profissional. Dessa forma, um simples quarto de hotel ou um escritério podem ser abrangidos pela referida protecdo constitucional. Comentarios: E isso mesmo! © conceito de “casa” abrange, além dos locais para uso residencial, aqueles para uso profissional. Assim, um quarto de hotel ou mesmo um escritério esti compreendides no conceito de “casa”, para fins de aplicagdo do principio da inviolabilidade domiciliar. Questo correta. 99. (CESPE/ ANTAQ - 2014) E norma de eficacia contida o dispositivo constitucional segundo o qual é livre o exercicio de qualquer trabalho, oficio ou profissdo, atendidas as qualificacées profissionais que a lei estabelecer. Comentarios: Trata-se, de fato, de norma de eficdcia contida, uma vez que a liberdade de exercicio profissional tem aplicabilidade imediata e pode ser restringida por lei. Questao correta. 100. (CESPE / TRT 21? Regiao - 2011) Certa vez, em discurso no Parlamento britanico, Lord Chatan afirmou: “O homem mais pobre desafia em sua casa todas as forcas da Coroa. Sua cabana pode ser muito fragil, seu teto pode tremer, o vento pode soprar entre as portas mal ajustadas, a tormenta pode nela penetrar, mas o rei da Inglaterra no pode nela entrar”. Essa assertiva desnuda o direito fundamental da inviolabilidade de domicilio que, no Brasil, somente admite excecao — permitindo que se adentre na casa do individuo, sem seu consentimento — no caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro, ou, ainda, por determinacao judicial durante o dia, e, a noite, na hipétese de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro. Comentarios: A questo cobra um dos incisos mais “famosos” do art. 5°, que veremos a seguir: XI - a casa é asilo inviolével do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinagéo judicial; Apesar de sua péssima redacéo, esta correta. www.estrategiaconcursos.com.br 78 de 119 Profs Nadia / Prof. 101. (CESPE / TRE-ES - 2011) Se um individuo, depois de assaltar um estabelecimento comercial, for perseguido por policiais militares e, na tentativa de fuga, entrar em casa de familia para se esconder, os policiais estéo autorizados a entrar na residéncia e efetuar a prisao, independentemente do consentimento dos moradores. Comentarios: © assaltante se deu mal! Nesse caso, hd o flagrante delito, que justifica a entrada na casa a qualquer hora, ainda que sem 0 consentimento do morador. Bem feito! Questo correta. 102. (CESPE / ABIN - 2010) O entendimento do direito constitucional relativo a casa apresenta maior amplitude que o do direito privado, de modo que bares, restaurantes e escritérios, por exemplo, sao locais assegurados pelo direito a inviolabilidade de domicilio. Comentarios: Para o STF, 0 conceito de “casa”, para protes&o constitucional, revela-se abrangente, estendendo-se a qualquer compartimento privado nao aberto ao ptiblico, onde alguém exerce profisséo ou atividade (Cédigo Penal, art. 150, § 40, III). € 0 caso dos escritérios profissionais, por exemplo (HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 19-8- 2008). A questo esta errada por incluir bares e restaurantes na proteco dada a casa, dando a entender que esta protesdo se estenderia ao publico em geral. Trata-se de lugares abertos ao pubblico, e, portanto, ndo se incluem no conceito de “casa”. Essa proteg&o, no caso de bares e restaurantes, s6 abrangeria as dependéncias dos empregados dessas pessoas juridicas (exemplo: uma salinha dedicada 4 Contabilidade de um restaurante). Como a questdo ndo fez essa ressalva, esta incorreta. 103. (CESPE / MS - 2010) Ainda que de posse de determinacéo judicial, a casa é local inviolavel do individuo durante a noite, néo podendo ninguém nela entrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro. Comentérios: A determinacéo judicial sé permite a entrada na casa, sem consentimento do morador, durante o dia. Jé o flagrante delito, o desastre ou a prestaco de socorro permitem a entrada a qualquer hora. Questo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 79 de 119) 104, (CESPE / INSS - 2010) O Ministério Pdblico pode determinar a violagao de domicilio alheio para a realizagéo de uma busca e apreensdo de materiais e equipamentos que possam servir como prova m um processo. Comentarios: No caso de determinacéo de busca e apreenséo, somente o juiz pode determinar a violacao do domicilio. Questo incorreta. 105. (CESPE / TRT 10 Regido - 2013) A inviolabilidade do domicilio abrange qualquer compartimento habitado onde alguém exerce Pprofissdo ou atividades pessoais, podendo, por exemplo, ser um trailer, um barco ou um aposento de habitacdo coletiva. Comentarios: © conceito de “casa” é bastante amplo para os fins do art. 5°, inciso XI, abrangendo qualquer compartimento habitado n&o aberto ao ptiblico onde alguém exerce profisséo ou atividade pessoal. Est&o dentro desse conceito trailers, barcos aposentos de habitago coletiva. Questao correta. 106. (CESPE / TJDFT - 2013) De acordo com a norma da violabilidade domi ir prevista na CF, a entrada em uma casa sem o consentimento do morador somente podera ocorrer em caso de flagrante delito, ou de desastre, ou de prestagao de socorro, ou por determinacao judicial. Nesse sentido, estara correta a atuagado de oficial de justica que, ao cumprir determinagdo judicial, ingresse em domicilio residencial durante a noite, mesmo sem o consentimento do morador. Comentarios: No caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, é possivel o ingresso na casa de alguém a qualquer hora (durante o dia ou noite). Jé na hipstese de determinac&o judicial, o ingresso somente poder ocorrer, sem 0 consentimento do morador, durante o dia. Assim, na situag&o apresentada o oficial de justiga née poderd ingressar no domicilio residencial. Questéo incorreta. 107. (CESPE / TCE-TO - 2009) Um advogado que esteja sendo investigado por formacao de quadrilha e outros crimes nao podera sofrer, em seu escritério, uma escuta ambiental captada por gravador www.estrategiaconcursos.com.br 80 de 119)

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