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Arquitetura hospitalar

Juarez de Queiroz Campos

APRESENTAÇÃO

No momento da revisão da regulamentação do Ministério da Saúde pela Portaria


1884/94, com sua nova versão publicada em 1998 impondo normas destinadas ao exame e
aprovação dos Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde a serem
observadas em todo o território nacional, na área pública e privada, para construções novas,
ampliações e/ou reformas, julgamos indispensável a divulgação dos principais aspectos técnicos,
objetivando um planejamento adequado da rede destes estabelecimentos de saúde.
A realização deste trabalho contou com a participação do Arquiteto Marciel Peinado,
com especialização em Planejamento e Administração Hospitalar, sócio diretor do escritório
Benno Perelmutter Arquitetura e Planejamento S/C Ltda., com sede em São Paulo, à Alameda
Jau 1717, casa 4, fonefax 011-883.2099, e-mail: marciel@vol.com.br, empresa responsável por
diversos projetos na área de planejamento e arquitetura hospitalar.
Esperamos mais uma vez, colaborar com o leitor interessado na construção ou
ampliação de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, tão carentes em termos de
funcionalidade.

JUAREZ DE QUEIROZ CAMPOS


Rua Alves Guimarães, 642 - apto. 155
CEP.: 05410-001 - Jardim América - São Paulo, SP
Tels.: (011) 881.0327 - 853.3332 - 881.8387
Tel. FAX (011) 881.6215

INTRODUÇÃO

Muito embora a revisão da regulamentação pelo Ministério da Saúde com relação a


Portaria Ministerial no 1884/94 não esteja ainda concluída e se arrastando desde o início de 1998
(estamos em maio de 2000), preferimos arriscar com este trabalho, registrando as propostas de
mudança, em fase final de estudos.
O espírito da Portaria 1884/94 foi atualizar as normas estabelecidas pela Portaria n o
400 de 6 de Dezembro de 1977, primeiro instrumento oficial normatizando a elaboração de
projetos arquitetônicos específicos para os estabelecimentos assistenciais de saúde.
Até o final de 1977, a legislação federal foi manifestadamente omissa com relação
ao problema.
Uma das justificativas para o descaso do Poder Público no assunto foi o fato de
82,5% dos hospitais brasileiros serem de iniciativa privada, edificados e mantidos por entidades
particulares com ou sem finalidade lucrativa.
O Estado avocava para si a responsabilidade pela assistência médico-hospitalar
especializada (tuberculose, hanseníase e doenças mentais) estatuída a partir da primeira
Constituição republicana, ainda no século XIX.
Mais de cem anos depois, a União, os Estados-membros e os Municípios
reiteradamente vêm envidando esforços para aplicar nas entidades de saúde sob o seu controle,
medidas administrativas de caráter gerencial claramente eficazes no empresariado privado.
Sem legislação específica, os órgãos de saúde foram construídos, reformados e
ampliados sem nenhum tipo de planejamento, tornando as edificações verdadeiros elefantes
brancos.
Antes da legislação regulamentadora alguns doutrinadores em conclaves de toda
natureza, defendiam diretrizes e procedimentos para tornar mais funcionais os projetos
ambulatoriais e hospitalares.
Todavia, o brasileiro, normalmente avesso ao cumprimento de qualquer lei, jamais
consideraria idéias inovadoras de doutrinadores, sem caráter policialesco.
Daí o grande número de labirintos hospitalares, disseminados pelo território
nacional, tornando os processos administrativos operacionais mais onerosos.
Mesmo com as exigências imperativas dos órgãos públicos, empresários da área da
saúde teimam em construir ou reformar estabelecimentos hospitalares sem a assistência de
arquitetos e consultores especializados.
Desde a fundação da Irmandade da Santa Casa de Santos, por Braz Cubas, em
1543, até o final de 1977, o Governo Federal não manifestou nenhum entusiasmo quanto a
regulamentação de projetos e edificações no campo da saúde.
As tentativas em nível de controle pela Previdência, surgiram com a integração dos
ex-IAPs (IAPI, IAPM, IAPFESP, IAPB, IAPC, IAPETEC e IPASE) formando o Instituto Nacional de
Previdência Social - INPS.
Como o Governo da União, mesmo indiretamente, controlava os hospitais privados
dependentes, em grande parte, de convênios com os Institutos de Previdência, foi fácil implantar
uma tabela de Classificação Hospitalar, mediante a qual, os hospitais de convênio eram
classificados e remunerados pela qualidade dos seus serviços.
Esta tabela foi substituída pela tabela 300 e, finalmente, pela Reclar.
O Programa do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social - FAS, da Caixa
Econômica Federal, ao exigir o cumprimento de normas para financiamento de reformas e
construções hospitalares também contribuiu para a implantação de uma consciência de
planejamento hospitalar, com vistas a sua funcionalidade.
Porém documento de validade incontestável, somente foi posto em vigor no final de
1977, pela Portaria No 400 de 6 de dezembro de 1977.
Tal instrumento oficial, foi amplamente divulgado e um grande número de
instituições o utilizaram para orientação arquitetônica.
O assunto foi por nós discutido em trabalhos anteriores (Hospital e seu
Planejamento - São Paulo - Editora LTR, 1980; Fundamentos de Planejamento e Organização
dos Serviços de Saúde. Vol. I e II, Editora Jotacê, São Paulo - 1991, Noções de Planejamento e
Organização Hospitalar, Editora Jotacê, São Paulo - 1991 e Editora Jotacê, São Paulo, 1994).
No final de 1994, quando a Portaria 400 recém completara dezessete anos, o Poder Público
Federal, através do Ministério da Saúde, baixou a Portaria N o 1884 de 11 de novembro de 1994,
publicada no DOU de 15 de dezembro de 1995.
Esta Portaria apresenta caráter normativo e compulsório, substituindo a Portaria
400/1977 de caráter restrito e pouco flexível e passando a considerar a globalidade do
planejamento físico de sistemas de saúde.
A nova sistemática de normatização federal substitui os antigos modelos pré-
estabelecidos por tipologias resultantes da composição de atribuições funcionais na concepção
básica do edifício.
Este trabalho constitui a quarta obra sobre o assunto a contar com a colaboração do
Prof. Dr. Marciel Peinado, renomado arquiteto com especialização na área hospitalar
prontificando na Capital paulista.
Todavia, a evolução não é propriedade de alguns, representando a percepção do
amanhã.
Por isto, para o êxito deste empreendimento contamos com a colaboração das
arquitetas Marcia Godoy, Sônia Gorga e Vivian Kütter, nossas colegas de docência nos Cursos
de Especialização para Graduados no Campo da Saúde, desenvolvidos pela UNAERP -
Universidade de Ribeirão Preto com centenas de cursos e dezenas de milhares de alunos no
Brasil inteiro.
No desenvolvimento da leitura será observada a grande preocupação das nossas
colaboradoras com o conforto ambiental e funcionalidade dos projetos arquitetônicos para o
século XXI.

Os autores

Prof. Dr. Juarez Queiroz Campos


Rua Alves Guimarães 642 ap. 155
Jardim América - São Paulo, SP
CEP 05410-001
Telefones: 3081.0327
3081.8387
3085.3332
3081.6215
E-mail: Juarez@editorajotace.com.br <mailto:Juarez@editorajotace.com.br>

Marciel Peinado
Escritório Benno Perelmutter Arquitetura e Planej. S/C Ltda.
Alameda Jau, 1717 - casa 4
Tel. FAX (011) 883.2099
E-mail: <marciel@uol.com.br.>

Margarida - E-mail: margarida@editorajotacê.com.br


<mailto:margarida@editorajotacê.com.br>

Carmencita - E-mail: carmencita@editorajotacê.com.br


<mailto:carmencita@editorajotacê.com.br>

Lúcia Helena - E-mail: presoto@uol.com.br <mailto:presoto@uol.com.br>

Sônia - E-mail: arqsonia@aol.com <mailto:arqsonia@aol.com>

Vivian - E-mail: <kutter@uol.com.br>

Márcia - E-mail: dece@mandic.com.br <mailto:dece@mandic.com.br>


Observação: A Editora Jotacê está montando um Site na internet com
Informações, estudos e pesquisas, aguarde.

-TÍTULO I-
BASES DOUTRINÁRIAS DO PLANEJAMENTO HOSPITALAR

-SUMÁRIO - TÍTULO I-
1. INTRODUÇÃO
2. O PAPEL DO CONSULTOR HOSPITALAR
3. DETERMINAÇÃO DE LEITOS PARA UMA COMUNIDADE
4. CONCLUSÃO

1. INTRODUÇÃO - TÍTULO I

Planejar, construir e administrar um hospital é uma tarefa bastante árdua e de


concretização difícil. Restringe o espírito criativo do arquiteto, seja pela complexidade do seu
funcionamento ou pela falta de vivência específica do cotidiano.
A própria estrutura conceitual, é um fator ampliador das dificuldades para a
edificação de um nosocômio, capaz de satisfazer os anseios da comunidade e de componentes
das equipes profissionais específicas.
O sucesso de uma empresa hospitalar, depende de um sem número de fatores,
capitaneados por um planejamento adequado. Os riscos de um fracasso são enormes, diante de
uma necessidade de recursos muito elevada. Além disso, convém salientar: os custos de
manutenção de um hospital geral em funcionamento num exercício civil, quase empatam com as
despesas de construção. Também é importante o leitor atilar para o fato de leitos disponíveis,
não transformados em pacientes-dia, constituem despesa irrecuperável, podendo o leito-dia até
ser considerado como produto perecível, não utilizou, perdeu.
Mesmo os doutrinadores têm tido dificuldades para encontrar um divisor comum
quanto ao melhor esquema para a determinação de leitos para uma comunidade, tarefa bastante
árdua e difícil, em constante desafio aos planejadores mais perspicazes. Os conceitos e técnicas
utilizadas nas hospitalizações mudaram radicalmente na última década.
É consenso geral, em nível internacional e também no Brasil: os custos da
assistência médico-hospitalar se elevam em proporção superior aos dos índices inflacionários.
Até recentemente, administradores hospitalares consideravam vantajosa uma longa
permanência do paciente internado. Os conceitos de tempo médio de permanência até o final da
década de 1970, classificavam como de longa permanência os hospitais cuja média ultrapassava
30 dias. Abaixo deste números, os hospitais gerais eram considerados de baixa média de
permanência. Com a evolução das técnicas de diagnóstico instrumentalizadas, da terapêutica
medicamentosa e dos custos de hospitalização, os empresários hospitalares concluíram pela
necessidade de reformulação de conceitos ultrapassados.
Dentre outros fatores importantes, devem ser considerados a política do SUS e
também as Empresas de Medicina de Grupo juntamente com as Seguradoras atuantes no
campo da saúde controlado o período de permanência dos pacientes internados sob a sua
responsabilidade financeira. Atualmente, um ato cirúrgico obstétrico, em média, não ultrapassa
um período de três dias de internação, enquanto uma cirurgia geral de rotina (hérnia, apêndice,
vesícula, estômago e outras), estão limitadas a aquele período de internação.
Hospitais planejados para uma média de permanência de trinta dias, em não
havendo crescimento substancial da clientela, estariam vivendo drama dos leitos ociosos.
A OMS preconiza a proporção de quatro leitos por mil habitantes para a instalação
de leitos do hospital geral, porém, não deve ser encarado como um dogma e sim uma proposta a
ser conveniente estudada.

2. O PAPEL DO CONSULTOR HOSPITALAR - TÍTULO I

Trata-se de uma figura bastante rara, mesmo porque, não se constrói tantos
hospitais como antigamente.
E qual o perfil de um consultor hospitalar?
Antes de mais nada, este perfil só se aplica a quem vivencia o hospital. Não importa
a sua formação acadêmica (médico, arquiteto, administrador). Quanto maior a sua vivência na
atividade hospitalar, melhor conhecimento de situações concretas na sua dinâmica. Um médico
especialista em qualquer atividade profissional no campo da medicina, na prática, não significa
um amealhamento dos fatores determinando a complexidade de um hospital como um todo.
Existe até possibilidade de aquele especialista entendê-lo como idéia ampliada de seu esquema
vivencial. Se forem escolhidos dez médicos altamente especializados em campos diferentes da
medicina e atribuída a eles a incumbência de traçar um programa hospitalar com o objetivo de
orientar um arquiteto, certamente, obter-se-á uma reedição da babel bíblica. Mesmo um arquiteto
bem sucedido em projetos residenciais, industriais e em áreas de lazer, poderá ter dificuldades
adicionais quando tiver a sua atenção voltada para o planejamento arquitetônico de um hospital.
Certa ocasião, fomos convidados para prestar assessoria, na qualidade de consultor, a um
projeto de Centro Cirúrgico para um importante hospital no norte do Paraná. O Centro Cirúrgico
existente, tinha duas salas cirúrgicas em meia lua. Não era a primeira vez que víamos uma
concepção arquitetônica daquele tipo. O Diretor Clínico da instituição, por sinal, o mais antigo
cirurgião da comunidade, justifica aquele formato dizendo haver sido ele mesmo, cinqüenta anos
antes, o autor de tal projeto, conforme tinha visto um hospital onde estagiara. Anotamos o nome
do hospital para satisfação de nossa curiosidade.
Tempos depois, visitamos a instituição que havia servido de campo de estágio para
aquele Diretor Clínico e que desejava modificar, também, a forma de suas salas de cirurgia
(também em meia lua). Com a curiosidade mais aguçada ainda, procuramos um antigo médico
da cidade, retirado da clínica, mas totalmente lúcido e lhe pedimos maiores esclarecimentos
quanto a concepção arquitetônica das salas cirúrgicas.
Quando terminei o curso de Medicina, o meu pai resolveu me enviar para a França
a fim de cumprir um estágio cirúrgico. Em Paris, as vagas estavam todas preenchidas. Restava-
me Marselha. Para lá me dirigi e permaneci por dois anos. Ao retornar, o Provedor do Hospital
me pediu ajuda para planejar as salas de operações. Como em Marselha o hospital onde
estagiara tinha uma sala de operações em meia lua, entendia ser aquela a melhor forma.
Finalmente eu trouxera esta experiência do Primeiro Mundo. Contou-me o médico.
O tempo foi passando, até sermos contratados para um trabalho de planejamento
na Argélia. Ex-Colônia da França. A Argélia, como não poderia deixar de acontecer, recebeu uma
grande influência cultural do colonizador francês. Assim, qualquer proposta de mudança no
Sistema Hospitalar Argelino relacionava-se com a sua cultura original. E como a formação
profissional do médico argelino tinha muito a ver com Marselha, para lá nos dirigimos. Em lá
chegando, lembramo-nos daquele hospital com a Sala Cirúrgica em meia lua e resolvemos
visitá-lo. Realmente, havia uma sala Cirúrgica com aquela forma e, coincidentemente, passava
por radical reforma. A explicação para tal morfologia, era simples: em certa fase histórica o
hospital necessitou de uma ampliação no número de salas de cirurgia. A única opção possível,
foi uma meia lua, motivo: o terreno onde seria edificada a sala, terminada em meia lua. Da
irregularidade do terreno saiu o projeto da sala cirúrgica de um hospital de Marselha, projeto
este, inspirador de dezenas de salas cirúrgicas de hospitais tupiniquins.
As discrepâncias arquitetônicas, não ficam só nisso.
No dia da inauguração do Hospital do IPASE do Rio de Janeiro, qual não foi a
surpresa das autoridades, ao ficarem privadas do tradicional cafezinho, pois, a obra estava
sendo inaugurada sem cozinha.
No Hospital Distrital de Brasília, no início, muitas cirurgias fora suspensas em razão
do excesso de poeira na ferida operatória. Justificativa - O Centro Cirúrgico havia sido instalado
no sub-solo e teria suprimento de ar condicionado central. Como o Presidente Jânio Quadros
vetara a importação do equipamento de ar condicionado, por considerá-lo produto supérfluo, as
cirurgias eram realizadas em salas com as janelas abertas e em volta do hospital, não havia
calçamento. O chão era de barro batido. Qualquer ventania levantava poeira. Resultado:
cirurgias suspensas. Neste mesmo hospital, todo o aparelhamento do ambulatório de
oftalmologia se aposentou antes do início das atividades. Mofo nas lentes de todos os
equipamento. Não havia sequer janelas nos consultórios.
No quarto andar, onde foi instalado o Centro Obstétrico os partos normais, por
fórceps e por cesariana eram facilmente assistidos por pessoas postadas nas janelas dos
escritórios do Edifício JK (bem na frente do Hospital Distrital) pois, em decorrência do Plano
Piloto, as janelas deveriam ser de vidro transparente. E os pacientes internados na Unidade de
Psiquiatria (9o andar), muitas vezes, iam a êxito letal porque tinham pressa ou não gostavam de
andar de elevador, preferindo saltar pela janela, aterrizando mais rapidamente. Isto porque, o
Plano Piloto não permitia a colocação de travas de proteção nas janelas. A Clínica Ortopédica e
Traumatológica do Hospital das Clínicas de São Paulo, tem a sua cozinha no 8 o andar e as
caldeiras produtoras de vapor ficam no sub-solo. Imagine o leitor quando há um vazamento nos
condutores de vapor durante o percurso? Num hospital de ensino médico da Faculdade de
Medicina importante, o MEC exigiu a implantação de uma Unidade de Doenças infecto-
contagiosas.
A Direção do Nosocômio não deixou por menos. Sob a alegação do Município ter
um perfeito serviço de velório, fechou-o e instalou a Unidade de Moléstias Infecto-contagiosas no
recinto.
Era uma sala de 7x3, com cinco camas, dispostas paralelamente. Como o espaço
ficasse exíguo demais, a rotina de ocupação dos leitos incluía um sistema de rodízio. Cada
paciente novo ocupava sempre a cama próxima da porta, por sinal, a primeira. O problema maior
ocorria quando havia algum óbito na unidade, aliás, fato bastante comum, face às circunstâncias
e, se agravava, quando o ex-paciente utilizava os últimos lugares da sala.
Tais fatos somente poderiam ocorrer, diante de uma circunstância óbvia:
planejamento sem a colaboração de um Consultor Hospitalar.
Evidentemente, um Consultor Hospitalar com um perfil adequado não se atreverá a
elaborar projetos hospitalares, atribuição específica de profissional da área de arquitetura, mas
orientará qual a melhor disposição para um Centro Cirúrgico, uma UTI ou outro setor, sabendo
inclusive, adequar a disposição funcional dos diversos setores de maneira a assegurar uma
operacionalidade eficaz e eficiente.
Tudo isto, para evitar uma situação vexatória vivenciada por nós, em Lisboa,
quando analisando um projeto de Centro Cirúrgico, observamos uma privada, diretamente ligada
a uma sala de operações. Ao ser solicitado a justificar tal disparate, o arquiteto responsável pelo
projeto saiu-se com esta:
- Se o Doutor sentir-se mal durante o ato cirúrgico?
- No caso, a equipe de cirurgia deve iniciar o ato operatório usando fraldas -
respondi-lhe.

3. DETERMINAÇÃO DE LEITOS PARA UMA COMUNIDADE - TÍTULO I

3.1. Introdução

Nestas quatro décadas de vivência, sempre consideramos um tema polêmico e até


uma temeridade técnica, estabelecer um parâmetro fixo de proporcionalidade do número de
leitos de hospital geral/população. Apenas para um tomada de posição, passaremos à discussão
de alguns fatores capazes de influenciar numa escolha adequada do número de leitos de
hospital geral para uma comunidade, partindo da premissa de atender a mais de duas
especialidades. Para hospitais especializados (psiquiatria, tuberculose, AIDS e outros) com
predominância de uma especialidade, o planejamento nos parece mais difícil.
No Brasil, por não haver existido até o momento, nenhuma determinação oficial ou
qualquer tipo de controle, os hospitais (82,5% de iniciativa privada) foram planejados e
construídos sem qualquer parâmetro técnico.

3.2. Fatores a serem analisados para a determinação de leitos para uma


comunidade.

Um grupo de médicos de próspera cidade no norte do Paraná, decidiu pleitear um


financiamento do FAS para a construção de um hospital geral. Dentre os sócios do
empreendimento, havia um esculápio, irmão de um alto dirigente da Caixa Econômica Federal.
Como o tráfico de influências é uma realidade incontestável em todo o território brasileiro, era de
se esperar a concessão do financiamento pretendido, com 60% da correção monetária, 12% de
juros ao ano e três anos de carência, para um financiamento de 15 anos. Atuamos no caso como
consultor hospitalar. Solicitamos informações da Prefeitura e o alcaide nos comunicou um
crescimento demográfico nos últimos três anos, de 10% ao ano. Estimativas não muito otimistas
mostravam: este índice de elevação da população tendia a permanecer estável. A população
global do município, era de 40.000 habitantes. Além disso, a sua sede estava localizada a 10 Km
de Londrina, de quem recebia grande influência. A maioria dos clientes se deslocava para
Londrina, muito embora, a cidade em tela, tivesse três hospitais de iniciativa privada, perfazendo
um total superior a 120 leitos. Tudo parecia muito nebuloso. Nenhum dos futuros empresários
sanitários entendia de administração hospitalar, tinha domicílio na cidade, nem consultório
instalado fora de Londrina. Somente uma coisa era certa: o financiamento seria concedido.
Na época, aceitávamos a tese de 4 leitos/1000 habs. para hospital geral. Assim, a
cidade suportaria, quando muito, um nosocômio com cerca de cem leitos, pois a nosso ver,
pequenos hospitais gerais, no contexto sócio-econômico brasileiro, não constituem
empreendimentos produtivos. Justificávamos nosso ponto de vista, com base nos custos
operacionais fixos muito próximos em hospitais de 20 a 100 leitos. De nada adiantaram as
nossas ponderações. Como o montante do financiamento tinha relação com o número de leitos,
os novos empresários, consideraram a capacidade de 250 leitos como definitiva. Tentamos
orientar o arquiteto hospitalar no sentido da feitura de um projeto flexível, por etapas, sendo
inicialmente construídos 50 leitos, ampliáveis, na medida das necessidade para até 250 leitos.
Como isto influísse no valor do financiamento, a idéia foi rechaçada. Edificada a obra, apenas 50
leitos foram equipados. Ai, começou uma verdadeira via-sacra. Acabado o dinheiro do
financiamento, durante cinco anos, os empresários tiraram dinheiro do bolso para cobrir as
despesas operacionais. Felizmente, uma grande empresa de Medicina de Grupo adquiriu o
acervo e, por mais de dez anos vem arcando com prejuízos. E o pior, os dados estatísticos
fornecidos pela Prefeitura não condiziam com a realidade; os censos demográficos de 1980 e
1992 mostraram encolhimento do município.
Também no Norte do Paraná, um Prefeito Municipal, por sinal médico, queria
construir um hospital com 100 leitos. Novamente, fomos acionados para estudar a viabilidade do
empreendimento. Pelo censo de 1970, o município dispunha de 20.000 habitantes. Do ponto de
vista geopolítico, recebia a influência de dois grandes centros, localizados, respectivamente, a
10e 25 quilômetros da cidade. Segundo o próprio Prefeito, o crescimento populacional
ultrapassava 10% ao ano. Achamos um tanto estranho tal “boom” populacional, mesmo porque,
tratava-se de comunidade rural, sem nenhuma perspectiva de implantação de grandes projetos.
Antes de decidirmos pela inviabilidade do projeto, resolvemos permanecer na cidade, até o final
do domingo. Uma das características de uma cidade progressista é o número de crianças em
calçadas, jardins e ambientes de lazer, pois as informações estatísticas oficias, nem sempre
merecem crédito. Qual não foi a nossa surpresa, ao observar um jardim municipal vazio. Apenas
pessoas idosas sentadas à porta das casas, sem crianças ao redor. O Prefeito, certamente
falseara os dados ou estava desinformado. Não deu outra, os censos de 1980 e 1990 mostraram
claramente: naquele município a população estava decrescendo. Felizmente, o empreendimento
não foi concretizado.
Em cidade bem próxima da capital paulista, um prefeito municipal solicitou-nos um
diagnóstico social para desenvolver um projeto sanitário a curto e médio prazos. O município
dispunha de um Pronto Socorro Infantil. Colhidos os dados gerais, enfatizamos o trabalho com
relação aos atendimentos infantis, quando verificamos determinado bairro, ser responsável por
mais de 70% das internações por doenças de veiculação hídrica. Justamente aquele bairro não
dispunha de rede de abastecimento d’água. Tentamos orientar o Prefeito para incluir no
orçamento do município, uma verba para implantação de uma rede de água potável naquele
bairro e mostramos em planilhas: o empreendimento seria compensado em 5 anos, apenas pela
redução das internações provenientes daquela área específica (concorria, como frisamos acima
com 70% das internações, enquanto a sua população era de apenas 20% da global do
município). O prefeito pareceu não ter gostado muito de nossa idéia e saiu-se com esta:
- Imagine gastar recursos do Município, tão escassos, num projeto onde a
população só vai tomar conhecimento da minha existência quando abrir uma torneira ou puxar
descarga. O doutor está propondo o enterro do dinheiro. Sabe doutor: estou querendo é um
hospital, com 15 andares e 300 leitos.
Estávamos acostumados com idéias mirabolantes, mas definir até o número de
pavimentos, era realmente inusitado na nossa vivência.
Passado o primeiro impacto, o alcaide prosseguiu: disponho até do terreno.
- E por quê a definição de 15 andares?
- Estudos aerofotogramétricos mostraram que naquela altura, da janela dos aviões
estiverem em procedimento de descida para o aeroporto de Congonhas (não demorou muito e o
aeroporto foi transferido para Cumbica) será possível aos passageiros avistarem o nosso
hospital. E vou mais longe. O hospital será batizado como nome da minha mãe a quem desejo
homenagear pela dificuldade atravessada para me criar, juntamente com meus outros onze
irmãos. Em cima do telhado vou colocar o nome dela.
O pior de tudo, foi ter de conhecer o terreno escolhido. O carro do prefeito começou
a subir uma ladeira de chão batido. A poeira era tanta, nada se enxergando atrás do veículo. Ao
chegar no topo, imaginamos o Prefeito querer mostrar a cidade como um todo, vista de cima.
Estupefactos concluímos: aquele era o terreno escolhido. Demos por encerrado o trabalho pois
aquele empreendimento, se concretizado, transformar-se-ia em pesadelo para os próximos
alcaides.
Soubemos posteriormente ter a Câmara Municipal rejeitado o projeto daquele
executivo. Em outra ocasião, retornamos àquela cidade e ao observarmos o morro aonde seria
edificado o Hospital D. Maria de Lourdes, vislumbramos, na nossa fantasia, um coitado, subindo
aquela ladeira, quase arrastando a esposa no último mês de gravidez, ao ler o nome da
patronesse não a alcunharia de Nossa Senhora do Bom Parto.
E como se determinar de modo eficaz o número de leitos necessários para uma
comunidade?
Planejamento é proposta de mudança. Ninguém deve propor qualquer tipo de
modificação em algo sem conhecer profundamente. O contrário disso habitualmente ocorre no
nosso País. Um Diagnóstico de Saúde da Área onde se pretenda implementar um tipo qualquer
de planejamento é totalmente imprescindível. A feitura de uma Diagnóstico de Saúde de Área
implica na coleta de um conjunto de informações. Sem ele, qualquer planejamento terá a sua
eficácia prejudicada.
Na nossa atividade cotidiana, tivemos a oportunidade de detectar alguns fatores
impeditivos da elaboração de um perfil da comunidade, objetivo do planejamento:
1 - a complexidade da vida moderna. As informações são mais rápidas,
desencontradas e não confiáveis;
2 - os órgãos públicos locais não dispõem, deturpam e omitem dados importantes;
3 - a influência política funciona como um mecanismo de geração de informações
paralelas, eivado de interesses excusos;
4 - os órgãos regionais não se afinam com os locais, divulgando informações
contraditórias;
5 - os setores privados envolvidos no Sistema, também fornecem informações cuja
precariedade é a tônica mais comum;
6 - os indicadores de saúde são armas políticas manipuláveis, sempre na
dependência de verbas possíveis;
7 - o desenfreado sentido eleitoreiro das informações;
8 - a falta de credibilidade dos dados estatísticos oficias, oficiosos e privados;
9 - a ausência de qualquer tipo de compromisso dos dirigentes para com a
população interessada;
10 - líderes comunitários totalmente desinformados quanto às variáveis importantes
para a comunidade, e para o planejamento.
11 - influência clara e insofismável da política assistencial curativa sufocando o
espaço da saúde pública
12 - falta de Educação Sanitária, impedindo a comunidade de formular juízos e
opiniões adequados;
13 - meios de comunicação não sujeitos a qualquer tipo de controle, interessados
em despertar a atenção da opinião pública, apenas diante de ocorrências desagradáveis;
14 - aperfeiçoamento rápido e progressivo da tecnologia e sofisticação de
equipamentos, marginalizando as pequenas comunidades quanto ao progresso e ao avanço
tecnológico.
15 - falta de uma política regional ou federal com vistas a implementação de um
Sistema Único de Saúde, conforme prescrito em Lei Federal.
16 - tendência a uma padronização desenfreada de diretrizes o procedimentos
totalmente desvinculados da realidade concreta da comunidade interessada;
17- influência da comunidade, pressões de toda ordem para a prefeiturização do
Sistema Único de Saúde, em detrimento das variáveis mutáveis e importantes para a
comunidade interessada.
18 - políticos desinformados, até mesmo para o estabelecimento de procedimentos
sanitários preventivos; e
19 - confusão conceitual quanto ao papel da saúde pública com um dos principais
fatores para a elevação do nível de vida da população.
Sem um diagnóstico adequado e preciso, nenhuma comunidade terá um
planejamento de saúde bem sucedido e jamais alcançará êxito na determinação dos seus leitos
hospitalares.
Cuidados para assegurar o sucesso de um programa sanitário.
Um programa sanitário deve considerar: qualquer planejamento hospitalar, não
poderá fugir do pressuposto de ser uma obra permanente, de elevado custo e cara manutenção,
não podendo ser atrelada a modismos nem a promessas eleitoreiras. O governo brasileiro,
parece não entender: qualquer empreendimento social de longo alcance como é o hospital, deve
ser encarado com muita seriedade.
O empresário privado, não deve imaginar o hospital apenas como fonte de lucro.
Qualquer atividade produtiva, é mais rentável, bem acima de uma empresa hospitalar.
A nossa vivência no campo da administração hospitalar mostra com clareza: muitos
donos de hospitais só não mudam de ramo porque não é fácil passar para a frente um
empreendimento de custo tão elevado.
Atualmente, apesar de haverem se livrado do jugo da Previdência Social (até o final
da década de 80, dominava mais de 50% dos leitos disponíveis dos hospitais gerais brasileiros)
os hospitais privados passaram a depender das Empresas de Medicina de Grupo, controladas
por grupos empresariais inteligentes e conhecedores do ramo, remunerando os serviços em
bases financeiras melhores mas, controlando os procedimentos médico-hospitalares com olhos
de lince.
A estrutura sócioeconômica do País aponta para um final de século cheio de
dificuldades para a rede hospitalar. O número de pessoas em condições de pagar os serviços
médico-hospitalares, na qualidade de clientes particulares, vem se reduzindo de maneira
progressiva e constante. Os mais ricos, preferem viajar para o exterior, preferencialmente para
os Estados Unidos, onde a qualidade dos serviços médico-hospitalares é de indiscutível, padrão
e custos inferiores aos dos nosocômios brasileiros de primeira categoria.
Alguns empresários preferiam suprir os seus hospitais a partir da comercialização
de planos próprios de saúde. À medida de massificação da clientela, o hospital aciona um
sistema de controle com vistas a manutenção de um equilíbrio no binômio oferta-procura.
Quando a rentabilidade do plano é muito elevada, amplia-se a movimentação dos leitos, quando
a rentabilidade fica reduzida, ocupa-se menos leitos hospitalares.
Outras, financiam os serviços, facilitando o pagamento.
Porém, uma coisa é certa e, até mesmo, definitiva. As fontes de financiamento para
a construção de hospitais estão escasseando cada vez mais. As alternativas de financiamento,
fora da área hospitalar são mais atraentes.
A própria clientela potencial, ou seja, o cliente procura evitar ou, pelo menos, adiar a
sua hospitalização.
As clínicas privadas de menor porte, tais como: oftalmologia, otorrino, cirurgia
plástica e outras tradicionais usuárias da rede hospitalar, preferem atender e realizar cirurgias
nas suas dependências.
A tecnologia médica com instrumentais e equipamentos de maior alcance científico
e menos traumatizantes, também contribuem para a redução da hospitalização.
As internações sociais, muito comuns na época da Previdência Social, não foram
assimiladas pela Medicina de Grupo.
O Sistema Único de Saúde - SUS, dá prejuízo a qualquer hospital, com exceção é
claro, dos superfaturadores ou criadores de internações e procedimentos fantasmas e daqueles
ligados à rede pública, como não poderia deixar de acontecer, são comprometidos, em maior
grau, com os resultados sociais.
As Santas Casas e demais instituições beneficentes e filantrópicas, cumpriram o
seu compromisso histórico e ao dependerem do SUS permanecem endividadas.
Algumas lançaram os seus próprios planos de saúde, outras lotaram os serviços
complementares de diagnóstico e tratamento, reduziram os leitos e, até mesmo, adotaram um
tipo de administração nos moldes dos empresários privados.

4. CONCLUSÃO - TÍTULO I

O planejamento do hospital moderno, não pode prescindir da colaboração de uma


equipe multidisciplinar coordenada por um Consultor Hospitalar e constituída por profissionais da
saúde com grande vivência no cotidiano do hospital. A vida útil de um nosocômio é bastante
longa e um projeto arquitetônico adequado, deve incluir a possibilidade de adaptação rápida e
eficaz aos reclamos dos avanços tecnológicos.
E não fica só nisso.
Cada vez mais, a tecnologia avança, sofistica e miniaturiza os equipamentos. A
informatização é uma realidade inconteste.
A rapidez do diagnóstico facilita os procedimentos terapêuticos.
A atividade médica se diversifica. O número de especialidades aumenta, com uma
rapidez imprevisível. As técnicas de enfermagem acompanham os avanços científicos das
equipes médicas. O pessoal de apoio, cada vez mais conscientizado, vem adaptando técnicas
bem sucedidas nas indústrias e organizações prestadoras de serviços na busca da otimização
dos resultados.
O controle da qualidade, também vem encontrando eco na dinâmica hospitalar.
A rede hospitalar, por falta de planejamento adequado vem se ressentindo da
dificuldade de se adaptar a evolução da arte de curar e as técnicas de controle de custos.
Embora o hospital não possa deixar de ser reconhecido pelo papel social, relevante
em todo os seus aspectos não há como fugir da necessidade de ter sua administração atrelada a
um processo efetivo quanto aos índices de ocupação dos leitos disponíveis, eficaz para
assegurar aos usuários os mais elevados padrões de qualidade com vistas ao maior números de
altas por cura e eficiente no mais profundo respeito ao custo-benefício.
Independente do caráter financeiro do seu objetivo, privado ou estatal, beneficente
ou com finalidade lucrativa, o hospital depende de um planejamento inteligente, uma
organização moderna e operante e uma dinâmica administrativa eficiente.
O Consultor Hospitalar, ciente do seu papel como agente capaz de coordenar um
projeto, não deve interferir na criatividade do arquiteto, sempre dotado de um sentido
humanístico quanto ao planejamento e também comprometido com o contexto urbanístico e
social.
Consultor e Arquiteto devem manter um objetivo comum: elaboração de um projeto
adequado às várias circunstâncias determinando o melhor possível.
Finalmente, o leitor interessado na construção ou ampliação de um hospital deve
atentar para o fato de a média de permanência dos pacientes estar sofrendo um processo de
redução gradativa e progressiva.
Há 30 anos atrás, um hospital com uma média de permanência inferior a 30 dias era
considerado de agudos.
Hoje com a internação clínica reservada para casos agudos, a deambulação
precoce e a continuidade do tratamento em regime domiciliar para os casos cirúrgicos pode-se
observar uma redução para menos de 5 dias da média de permanência nos hospitais gerais.
Assim um leito utilizado uma vez por mês, com a nova ordem, atenderá a 6
pacientes em igual período, no mínimo.
O concurso de um consultor hospitalar e de um arquiteto especializado no campo
de saúde serão sempre imprescindíveis para um projeto funcional capaz de assegurar a
efetividade, a eficácia e a eficiência da dinâmica sanitária.

-TÍTULO II-
ARQUITETURA HOSPITALAR E LEGISLAÇÃO

SUMÁRIO - TÍTULO II
FOTO MARCIEL
1. O PROJETO HOSPITALAR E SUAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES
2. PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL
3. CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO HOSPITALAR
4. CONDICIONANTES FÍSICAS DO PROJETO HOSPITALAR
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
5. SISTEMAS CONSTRUTIVOS
6. MATERIAIS E ACABAMENTOS: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
7. COMUNICAÇÃO VISUAL
8. MANUTENÇÃO
9. PLANOS DIRETORES
PLANO DIRETOR DO HOSPITAL HELIÓPOLIS/SP
10. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E
MORFOLÓGICO DA EDIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE:
11. MODELOS DIVERSOS
FIGURA GUARUJÁ
FIGURA HELIÓPO
FIGURA HELIOPOL
FIGURA P. S. SANTOS

FOTO - MARCIEL
1. O PROJETO HOSPITALAR E SUAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES -
TÍTULO II

A eficiência de tecnologias cada vez mais sofisticadas e a velocidade das


emergentes mostram-se incompatíveis com relação aos espaços físicos projetados e
construídos, baseados em condicionantes ultrapassadas, restringindo a evolução e o
aprimoramento da qualidade dos serviços prestados.
A dispersão dos equipamentos pelas várias unidades amplia o orçamento,
inviabiliza a manutenção preventiva, dificulta uma terapêutica eficaz e esgota a capacidade real
de atendimento a emergências registradas. Equipamentos portáteis e/ou móveis, ainda hoje
apresentam custos significativos e deverão ter seu uso definido após criteriosa avaliação do
ponto de vista da relação custo de aquisição x custo de manutenção x benefícios efetivamente
obtidos.
A setorização tradicional, não atende de forma adequada às necessidades, face a
sofisticação dos equipamentos, dificuldades de treinamento de pessoal, sugerindo uma nova
tecnologia de setorização por confluência de atendimento em função de sua complexidade.
Os modelos viabilizados nos países desenvolvidos não têm encontrado cenário
adequado para adaptações nos países menos estruturados econômica e socialmente,
representando vultuosos investimentos, praticamente sem o incremento da qualidade de
atendimento ao usuário.
A estruturação de programas de pós-ocupação viabilizados através do trabalho de
equipes multidisciplinares para identificar os pontos críticos e avaliar objetivamente resultados
obtidos nos complexos hospitalares implantados e/ou ampliados e reformados, permitiriam a
criação de soluções alternativas mais compatíveis com as condições específicas de cada região,
registrando-se a conveniência de simulações pré-ocupação pela elaboração de cenários
alternativos do ponto de vista de utilização futura, a médio e longo prazo.
O formalismo estético, ao invés de constituir um objetivo em si mesmo, passaria a
ser uma conseqüência natural da razão funcional, onde os fluxos se desenvolvem numa
seqüência lógica, resultado daquele trabalho multidisciplinar na definição do partido arquitetônico
mais adequado, tendo em vista as diversas condicionantes presentes em cada etapa decisória
do projeto.

2. PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL - TÍTULO II

Deve ser elaborado por equipe multidisciplinar e baseado no conjunto de atribuições


e atividades definidas para o estabelecimento de saúde, considerando-se as características
específicas de cada local, área de influência, densidade demográfica, perfil social do futuro
usuário, especialidades e normas restritivas vigentes.
Este programa será posteriormente motivo de criterioso pré-dimensionamento de
seus ambientes, devidamente articulado pela confecção de matriz de compatibilidade, onde cada
ambiente será confrontado em sua relação e grau de atração, neutralidade, ou mesmo,
incompatibilidade com os demais ambientes.
Por tratar-se de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde e em função de
envolvimento significativo de recursos, as soluções adotadas deverão contemplar a viabilidade
de execução em etapas pré-estabelecidas consubstanciada pela elaboração de um Plano Diretor
de caráter global e integrado, constituindo-se como metodologia passível de se adaptar às
especificidades de cada momento.
Esta etapa pressupõe um trabalho multidisciplinar tendo em vista as diversas e
específicas leituras em relação a expectativa de desempenho de cada ambiente ou atividade.
O produto desta etapa, devidamente confrontado com as demais condicionantes
físicas abaixo analisadas, produzirão alternativas de partidos arquitetônicos passíveis de
análises comparativas com identificação de pontos favoráveis e desfavoráveis em cada solução
encontrada.

3. CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO HOSPITALAR - TÍTULO II

3.1. Planejamento do modelo de Saúde


3.2. Planejamento do edifício de Saúde:
· Diagnóstico
· Programa Físico-Funcional
· Planos Diretores
· Projetos Físicos de Execução
· Projetos Legais
· As built - Cadastro físico permanente e atualizado
3.3. Programação Físico-Funcional
· Atribuições
· Atividades
· Fluxograma
· Zoneamento
· Critérios de Dimensionamento
· Infra-estrutura predial:
· instalações hidro-sanitárias
· instalações elétricas e eletrônicas
· instalações de proteção contra incêndio
· instalações fluido-mecânicas
· instalações de climatização
· Mobiliário
· Equipamentos incorporados
· Comunicação visual
3.4. Implantação física do complexo de saúde
3.4.1. Circulações Internas
3.4.1.1. Referentes a circulação de pessoas e de materiais, as circulações internas
deverão ser definidas a partir da necessidade funcional, evitando-se a multiplicidade de acessos
em função da dificuldade de controle dos diversos usuários do estabelecimento de assistência à
saúde, e dos materiais consumidos.
Deverá, obrigatoriamente contemplar a Norma NBR-9050, referente a
Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e
equipamentos urbanos.
3.4.1.2. Os corredores deverão possuir largura mínima de 2,00 m. e serão de uso
exclusivo para circulação, admitindo-se uma largura de 1,20 m. quando seu trajeto não
apresentar mais de 11,00 m. de comprimento. Alertamos para a importância da avaliação da
possibilidade de expansão do setor, inviabilizando a utilização dos corredores dimensionados
com largura inferior a 2,00 m..
3.4.1.3. As portas utilizadas para passagem de camas ou macas deverão
apresentar largura mínima de 1,10m. Os ambientes referentes ao setor de diagnóstico e terapia,
ou aqueles destinados a instalação de equipamentos específicos terão largura compatível com
os mesmos, sugerindo-se a instalação de portas duplas com largura mínima total de mínima de
1,50m.
3.4.1.4. A circulação vertical dos pacientes deverá ser viabilizada pela utilização de
rampas e/ou elevadores
3.4.1.5. As escadas implantadas para utilização de pacientes deverão apresentar
largura mínima de 1,50m, admitindo-se uma dimensão de 1,20m para circulação de funcionários.
3.4.1.6. Nenhuma escada poderá estar situada a uma distância superior a 35 m. em
relação a qualquer unidade do estabelecimento.
3.4.1.7. A geometria construtiva dos degraus deverá respeitar o limite máximo de
18,5 cm de altura e 26 cm de largura, mantendo-se a relação estabelecida pela fórmula: 2 x a
altura do degrau (h) + a largura do degrau (L) (>) maior ou igual a 64 cm e (<) menor ou igual a
63 cm.
3.4.1.8. As escadas deverão apresentar-se em patamares retos e manter um
desenvolvimento máximo de 2,00 m. por lance independente e interligadas ao edifício principal
por ante-câmaras providas de portas corta-fogo nos casos de atenderem mais de 3 pavimentos.
3.4.1.9. As rampas, com largura mínima de 1,50m, e declividade máxima entre 1:20
e 1:8 conforme características específicas de utilização, deverão ser utilizadas somente quando
vencerem no máximo dois pavimentos independentes do andar onde se situa, isto é, 3
pavimentos diferenciados e simultâneos, ficando, porém liberadas aquelas com mais de três
lances, se complementadas pelo uso de elevadores de passageiros/pacientes.
3.4.1.10. Os elevadores, deverão estar em conformidade com a NBR-7192 e NBR-
13994 da ABNT, e serão dimensionados para atender em 5 minutos o equivalente a 8% da
população, dimensionada em 1,5 pessoa/leito, quando da utilização de monta-cargas para o
transporte de alimentação e suprimentos. Na ausência de monta-cargas, utilizar-se-a o
parâmetro de 12% da população prevista.
3.4.1.11. As cabines de elevadores para transporte de pacientes terão largura
mínima de 1,20m e comprimento de 2,20m.
3.4.1.12. Todo montacarga deverá obrigatoriamente atender a NBR-7192 da ABNT,
e apresentar-se no interior de uma ante-câmara sendo equipada com porta corta fogo.
3.4.1.13. Serão admitidos tubos de queda para deslocamento de roupa suja, desde
que dotados de mecanismo de controle de desinfecção total.
3.4.2. Circulações Externas
Tipos de entradas e saídas dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde:
a. Paciente externo (ambulante ou transportado)
b. Doador
c. Acompanhante
d. Funcionário, aluno e professor
e. Vendedores, fornecedores e prestadores de serviços
f. Materiais e resíduos
g. Cadáver
3.4.3. Conforto
Conforto higrotérmico e de qualidade do ar em função da diversidade apresentada
pelas regiões climáticas brasileiras:
· Clima quente e úmido
· Clima mesotérmico e úmido
· Clima quente e seco
Conforto Acústico:
· Portaria do Ministério do Trabalho de 1978 que define normas regulamentadoras
de Segurança e Medicina do Trabalho - NR-15.
· Norma Brasileira NB-95
· Norma Brasileira NB-101
Conforto Luminoso a partir de fonte natural:
3.4.4. Infecção Hospitalar
A solução adotada para anatomia do complexo hospitalar, em cada etapa de
projeto, contemplará aspectos compatíveis com o controle e monitoramento da infecção
hospitalar:
3.4.4.1. Estudo Preliminar:
· Localização em relação ao entorno urbano
· Zoneamento adotado em função do grau de sensibilidade a riscos potenciais de
transmissão de infecção
· Circulações de elementos potencialmente infectados, adotando-se
preferencialmente o tratamento dos elementos contaminados na origem da coleta e transporte.
3.4.4.2. Projeto Básico:
· Barreiras físicas efetivamente viabilizadas
· Distribuição da água e do esgoto
· Dimensionamento adequado da renovação de ar nos ambientes críticos
· Obrigatoriedade de colocação de lavatórios nos ambientes onde os pacientes
são atendidos.
3.4.4.3. Projeto Executivo:
· Especificação adequada dos materiais de acabamento
· Preocupação com arestas nos ambientes críticos, nos pisos, paredes, forros,
dutos, e principalmente, nos sistemas móveis e articulados das janelas, portas e painéis
corrediços.
3.4.5. Manutenção preventiva projetual
A manutenção adequada pressupõe fácil acesso às instalações e equipamentos
facilitando a identificação imediata das origens dos problemas do cotidiano hospitalar.
O conceito da manutenção hospitalar efetivada preliminarmente já na fase da
concepção dos projetos está brilhantemente desenvolvido pelo Engenheiro Civil, Arquiteto e
Administrador Hospitalar Jarbas Karman, em obra publicada pela Pini “, em 1994, denominada
“Manutenção Hospitalar Preditiva
Causas x Efeitos
Economia x Desperdício
3.4.6. Contiguidade - Relações funcionais
É a maneira pela qual a solução de projeto organiza os diversos fluxos, percursos,
distâncias, tempos consumidos e relações de proximidade.
3.4.7. Expansão
3.4.7.1. Disponibilidade de recursos gerando construções em etapas
3.4.7.2. Dinâmica das tecnologias emergentes.
3.4.8. Flexibilidade
Adaptabilidade viável à novos usos: custo x benefício x prazos em função da
tendência universal dos espaços hospitalares se modificarem quantitativa e qualitativamente no
tempo em conseqüência das novas demandas.
3.4.8.1. Modulação estrutural
3.4.8.2. Painéis vedantes independentes
3.4.8.3. Distribuição inteligente das instalações
3.3.8.4. Terceirização e Quarterização
3.4.9. Custos
Apresentamos abaixo relação proporcionada dos itens referentes ao custo de
construção em suas diversas etapas de edificação hospitalar verticalizada.
a. Canteiro de Obras - 5%
b. Fundações - 5%
c. Superestrutura - 20%
d. Alvenarias - 9%
e. Acabamentos Verticais - 15%
f. Acabamentos Horizontais - 6%
g. Esquadrias em Geral - 15%
h. Instalações em Geral - 20%
i. Elevadores - 5%
Custo médio do metro quadrado de construção (material e mão de obra) de
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, conforme Ministério da Saúde, referência - janeiro/98,
sem BDI - Benefícios e Despesas Indiretas:
· Região Norte: R$ 902,58/m2
· Região Nordeste: R$ 862,16/m2
· Região Sudeste: R$ 870,00/m2
· Região Centro Oeste: R$ 871,72/m2
· Região Sul: R$ 878,22/m2

4. CONDICIONANTES FÍSICAS DO PROJETO HOSPITALAR - TÍTULO II

4.1. Terreno
4.1.1. Restrições Municipais/Estaduais/Federais
4.1.1.1. Taxa de Ocupação
É a relação existente entre a área (m2) de projeção horizontal da construção do
estabelecimento assistencial de saúde e a área (m2) total do terreno. (figura 1)
FIGURA 1
Critérios diferenciados de interpretação, apontam o total da área de projeção,
incluindo-se a previsão de futuras ampliações do complexo de saúde, pois o projeto arquitetônico
elaborado, deverá contemplar critérios claros para futuras ampliações, tendo em vista a
complexidade do programa funcional.
Se as posturas municipais definirem que para determinado terreno, inserido em
específico setor do município, a taxa de ocupação é de 0,50, a projeção da construção não
poderá exceder cinqüenta por cento da área total do terreno.
O exemplo abaixo mostra que, para um terreno de 10 000 m2 o perímetro total
representado pela projeção em um único plano horizontal das áreas construídas não poderá
ultrapassar 5 000m2.
É importante registrar que as áreas remanescentes e não construídas serão objeto
de ocupação no agenciamento de espaços para a organização dos diversos tipos de circulação e
estacionamento de veículos para público, pacientes, ambulâncias, abastecimento e coleta de
lixo, assim como a implantação de equipamentos produtores ou armazenadores de energia,
gases, água para consumo ou combate a incêndio, e ainda áreas reservadas para futuras
ampliações.
4.1.1.2. Coeficiente de Aproveitamento
É a relação existente entre a área (m2) total construída do estabelecimento
assistencial de saúde e a área total do terreno. (figura 2)
FIGURA 2
Se aquelas posturas municipais definirem para o terreno do exemplo acima, inserido
em setor específico do município, o coeficiente de aproveitamento é 3, a totalidade da
construção em seus vários pavimentos não poderá exceder 30 000m2, isto é, o índice 3
multiplicado pela área total do terreno.
4.1.1.3. Recuos Obrigatórios
São representados por valores unitários expressos em metros lineares, que definem
as distâncias mínimas de afastamento da construção em relação às divisas do terreno, às vias
públicas (ruas, avenidas, praças), em relação às divisas dos lotes vizinhos, e ainda, aos vários
blocos existentes ou a construir na mesma área do complexo de saúde. (figura 3)
FIGURA 3
Para o mesmo terreno nos exemplos acima, e intercalando-se as restrições
municipais apontadas, podemos concluir que a unidade assistencial de saúde viável para aquele
terreno ocuparia uma área de construção máxima de 30 000m2, (definido pelo coeficiente de
aproveitamento) com pavimentos com limite máximo de construção de 5 000m2, (definido pela
taxa de ocupação), o que levaria à conclusão imediata de uma edificação com 6 pavimentos.
Evidentemente que, a simplicidade do raciocínio não impede de imaginar-se
alternativa viável para aquela edificação com uma solução representada, por exemplo, por uma
construção com 12 pavimentos e laje tipo com 2500 m2 cada, e assim sucessivamente.
4.1.2. Inserção no Contexto Urbano
2.2.1. Sistema Viário.
2.2.2. Fontes de Ruídos.
2.2.3. Acessibilidade do usuário.
2.2.4. Acessibilidade do funcionário.
2.2.5. Infra-estrutura de instalações.
4.1.3. Geometria
Representada pelo formato do terreno, terá suas características registradas a partir
da definição de uma poligonal elaborada com equipamento de precisão por profissional
especializado. Esta etapa terá sua origem em documento legal de posse da área devidamente
registrado em cartório de imóveis.
4.1.4. Declividades
Representadas pela diferença de nível entre os diversos setores do terreno,
apresenta-se como condicionante fundamental na determinação do partido arquitetônico
adotado. Terrenos pequenos, irregulares e acentuada declividade levam a soluções compactas,
nem sempre adequadas ao desenvolvimento das atividades de saúde, exigindo da equipe de
projetistas criteriosa avaliação do ponto de vista da flexibilidade e reais possibilidades de
ampliações futuras, sem interferência com o cotidiano da vida hospitalar.
Amplos terrenos, com topografia regular, possibilitam ocupações capazes de
favorecer a integração espacial adequada do conjunto e racionalização dos diversos e
incompatíveis fluxos gerados no interior da unidade de assistência à saúde.
Soluções horizontais evitam os excessivos custos de elevadores e despesas de
manutenção que se caracterizam como um peso significativo na composição final de custos
gerados. Soluções em rampa exigem desenvolvimento criterioso e têm sua utilização
regulamentada pela legislação em vigor.
4.1.5. Tipo de Solo
Caracterizada a partir de perfuração e coleta de amostra do subsolo existente,
poderá condicionar o agrupamento distribuído horizontalmente da construção ou concentrado
verticalmente, tendo em vista a condição de resistência do solo local.
4.1.6. Insolação
É representada pelas condições objetivas de exposição aos raios solares na
determinação da distribuição e posicionamento dos vários setores do complexo de saúde.
4.1.7. Ventos Dominantes
Trata-se de condicionante fundamental na caracterização da qualidade de
ventilação e conforto dos diversos ambientes, podendo constituir um elemento decisório na
escolha do terreno tendo em vista o contexto urbano local nas áreas próximas a indústrias,
aterros sanitários ou outras fontes de odores urbanos indesejáveis.
4.1.8. Vegetação Existente
As áreas representativas de vegetação existentes, cadastradas quando da
elaboração do levantamento cadastral e planialtimétrico, poderão condicionar o partido
arquitetônico, incorporando-se naturalmente as áreas construídas em seus diversos setores,
mais especificamente, naqueles caracterizados por atividades de bem estar e terapia de
recuperação do paciente.

5. SISTEMAS CONSTRUTIVOS - TÍTULO II

A função e organização de um complexo de saúde exigem significativas alterações


em períodos relativamente curtos, tendo em vista o acelerado desenvolvimento de novas
tecnologias e equipamentos, exigindo do projeto de arquitetura soluções independentes para o
sistema estrutural permanente, e uma solução de fechamentos e painéis de vedações
transitórios.
Sistemas estruturais pré-fabricados, tanto metálicos, quanto em concreto, têm
apresentado nas áreas industriais e comerciais resultados satisfatórios, porém ainda não foram
incorporados à área de saúde em função de suas características bastante específicas.
Soluções mistas (estruturas em pré-moldados e vedações tradicionais em
alvenarias de tijolos de barro, blocos cerâmicos ou de concreto), ou estruturas independentes
convencionais (moldadas in-loco), têm sido observadas no Brasil, porém salientamos a
importância do item referentes às vedações em painéis removíveis e alvenarias não estruturais
como preocupação básica para tais construções, absolutamente passíveis de alterações em
função da incorporação de novas tecnologias, ambientes, ou mesmo, atividades não previstas no
programa original.
Este conceito baseia-se no pressuposto de que os sistemas construtivos deverão
permitir constantes modificações não só das dimensões de cada ambiente, suas instalações,
como também, de sua geometria, das funções desempenhadas, e dos equipamentos
incorporados.

6. MATERIAIS E ACABAMENTOS: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - TÍTULO II


· Durabilidade
· Facilidade de manutenção e limpeza
· Disponibilidade de aquisição
· Efeito estético representado pelas alternativas de cores, texturas, formas e
acabamentos.
· Desempenho acústico e térmico
· Facilidade de aplicação e reposição
· Facilidade de reposição
· Resistência ao fogo e a produtos químicos
6.1. Pisos:
6.1.1. Pisos em Borracha.
Produzido no país a partir da borracha sintética, resinas de estireno, plastificantes e
pigmentos, este material antiderrapante e com características acústicas bastante relevantes,
apresenta elevada resistência ao desgaste e à abrasão, não sendo afetado pelos reagentes de
limpeza álcali ou ácidos suaves. Fornecido em placas com dimensões de aproximadamente de
50 cm x 50 cm ou 60 cm x 60 cm, estas não apresentam desenvolvimento ou mesmo
sustentação de mofos ou fungos. Dificuldades no processo de limpeza em função das diversas
texturas e relevos apresentados, e o descolamento nas superfícies com presença de água,
deverão ser avaliados com maior rigor na determinação das áreas de utilização.
Os produtos importados, compostos de borracha natural, e acusticamente
recomendados, apresentam-se mais adequados e compatíveis com o uso hospitalar, muito
embora exijam, avaliações rigorosas do ponto de vista do custo final e reposição futura.
6.1.2. Pisos em Pedra.
Devido às características estéticas e à acentuada durabilidade, os granitos e
mármores têm sido utilizados como materiais de acabamento, principalmente em áreas nobres
ou pontos de significativa concentração de pessoas.
Granitos polidos, levigados ou apicoados apresentam alto custo de material e de
mão de obra de assentamento, alta resistência ao desgaste por abrasão e fácil manutenção,
sempre dependendo criteriosa utilização.
Faixas diferenciadas de preços se devem às características técnicas como
resistência ao desgaste, grau de absorção de água e outros fluídos, além do aspecto decorativo
de maior ou menor impacto visual.
Investimentos iniciais de maior valor, poderão ser compensados pela durabilidade,
inconveniente apresentado pelos mármores que apresentam desvantagem face ao significativo e
acelerado desgaste nas áreas com volumes de tráfego acentuados, como, degraus de escada e
hall de elevadores.
6.1.3. Pisos em Argamassa de Alta Resistência.
Pisos de alta resistência, são revestimentos que aplicados sobre substrato
adequadamente dimensionado e executado, apresentam uma superfície que resiste às
solicitações a que estarão expostas, tendo em vista, sua excelente durabilidade, facilidade de
limpeza e manutenção, aliadas ao baixo custo.
Integram a composição agregados rochosos de natureza e granulometria
rigorosamente estudadas para oferecerem, simultaneamente, alta resistência aos esforços de
abrasão e agradável aspecto visual.
Para os locais onde a utilização de gases anestésicos inflamáveis trazem riscos de
explosão, deverão ser executados pisos em argamassa de alta resistência, condutivos,
utilizando-se aditivos condutores específicos, tipo carvão acetileno, e malha aterrada de fios de
cobre.
Sua característica altamente conveniente para utilização em estabelecimentos de
assistência à saúde é o fato de apresentar-se como piso monobloco, único, sem juntas
acentuadas, e viabilidade da execução de rodapés boleados, facilitando sua limpeza e remoção
da sujeira ali depositada.
6.1.4. Pisos em Laminados Plásticos Melamínicos.
Os laminados plásticos melamínicos de alta resistência, popularmente chamados de
fórmica, utilizados para revestimentos de pisos, paredes e mobiliários, constituem material
adequado tendo em vista os vários itens de desempenho inicialmente relacionados, associados
à conveniência do produto apresentar-se em dimensões padronizadas eliminando as juntas de
assentamento, que são focos depositários incompatíveis com os níveis de assepsia
determinados para instalações hospitalares.
Estudos específicos de pós-utilização, têm apontado para restrições deste material
em áreas que utilizam desinfetantes à base de iodo, devido ao aparecimento progressivo de
manchas e marcas.
6.1.5. Pisos Vinílicos.
Como alternativa para os laminados plásticos melamínicos aplicados nos
revestimentos de pisos e rodapés, preferencialmente chanfrados ou mesmo boleados, podemos
registrar com bom desempenho de qualidade as mantas vinílicas produzidas em PVC, que se
apresentam em rolos de comprimento aproximado de 15 m. e largura de 1,25 m. reduzindo a
excessiva quantidade de juntas exigidas pelo material quando apresentadas em placas de 30 cm
x 30 cm, inconveniente apresentado, também, pelo elementos cerâmicos.
Apresentam-se em diversas cores e texturas, e obtêm-se no mercado brasileiro
pisos para ambientes de alto tráfego, pisos antiestáticos, semi-condutivos para salas limpas ou
presença de equipamentos eletrônicos, e ainda, os pisos condutivos utilizados, principalmente,
em centros cirúrgicos e obstétricos, porém, inconvenientes para utilização em áreas externas.
6.1.6. Pisos Cerâmicos.
Os revestimentos cerâmicos extrudidos antiderrapantes para pisos apresentam alta
resistência aos ataques mecânicos, corrosivos, óleos, graxas, produtos químicos, fungos,
germes, bactérias e variações térmicas, facilidade de manutenção, alternativas de cores e
texturas, facilidade de reposição, porém em função da quantidade inconveniente de juntas de
assentamento, deverão ser criteriosamente utilizados.
6.1.7. Pisos em Carpete.
Com características acústicas adequadas para o ambiente hospitalar e utilizados
apenas para áreas administrativas, deverão ser especificados após rigorosa avaliação das
características do local, face ao rápido desgaste, retenção da sujeira, alto custo de manutenção
e dificuldade de reposição nos padrões originais.
Produtos importados modulados, com base bactericida e fungicida reduzindo a
proliferação de fungos, aplicados por sobreposição em bases rigorosamente niveladas por de
microventosas têm encontrado cenário mais propício em algumas unidades hospitalares, mas
exigem técnicas de limpeza adequadas e sofisticadas por se tratar de superfície absorvente.
6.2. Revestimentos de Parede:
6.2.1. Revestimentos em Laminado Plástico Melamínico
Chapas compostas de material fibroso celulósico e impregnadas com resinas
termoestáveis, melamínicas e fenólicas, são prensadas sob condições de calor e alta pressão,
apresentando acabamento semi-fosco, fosco ou texturizado e, menos conveniente para
ambientes hospitalares: os brilhantes.
Os laminados plásticos melamínicos de alta resistência utilizados para os
revestimentos de pisos, paredes e mobiliários constituem material adequado em função dos itens
de desempenho acima relacionados, associados a conveniência do produto apresentar-se em
dimensões padronizadas eliminando as juntas de assentamento, que são focos depositários
incompatíveis com os níveis de assepsia para instalações hospitalares.
6.2.2. Revestimentos em Azulejos.
Deverão ser evitados em função de sua característica fragmentada, 15 cm x 15 cm
aproximadamente, a exigir uma excessiva quantidade de juntas de assentamento, inconveniente
apontado em produtos de características dimensionais similares.
6.2.3. Revestimentos Cerâmicos.
Deverão ser criteriosamente utilizados, apresentando-se com mais vantagens para
utilização em áreas externas e confecção de murais e painéis decorativos tendo em vista a
variedade de cores, texturas e tamanhos oferecidos pelo mercado.
6.2.4. Revestimentos em Massa de PVA e Pintura Gel-o-Plast.
Material adequado para aplicação em centros cirúrgicos e obstétricos, tem-se
caracterizado pelo alto desempenho devido a inexistência de juntas por tratar-se de elemento
monolítico, facilidade de higienização e limpeza, viabilidade de execução de cantos chanfrados
ou arredondados e custo acessível.
Encontra, alguma resistência por parte dos construtores, face as dificuldades de
execução que exige mão de obra qualificada.
6.3. Forros:
Disponíveis no mercado em diversos materiais e acabamentos, a especificação do
tipo de forro adequado deverá contemplar seu desempenho acústico, térmico, não propagador
de chamas e flexibilidade quanto a remoção para acesso ás instalações e posterior reposição.
Nas áreas com assepsia mais rigorosa, recomenda-se a utilização de luminárias
embutidas pela facilidade de limpeza e evitando-se cantos e detalhes indesejáveis.
6.3.1. Forros em Gesso Acartonado
As peças autocortantes, estruturadas na face não exposta, vencem vão até 1,50 m
sem sustentação intermediária, podendo ser fixas ou removíveis, facilitando os serviços de
manutenção e acesso às instalações sobrepostas.
O sistema é composto por uma estrutura em perfis de alumínio, ou chapa dobrada
de ferro, que abriga placas pré-moldadas em gesso e aditivos especiais anti-trincas e anti-
umidade.
A utilização de placas solidárias, sem remoção, deverá ser especificada apenas em
áreas sem instalações incorporadas, ou que não comprometam a assepsia do ambiente.
6.3.2. Outras alternativas
· Forros metálicos em aço ou alumínio.
· Forros em P.V.C.
· Forros em madeira e derivados
· Forros em isopor ou styrofom
· Forros em fibra de vidro e resinas sintéticas
6.4. Painéis de Vedação e Divisórias:
Constituídos por núcleo e revestimentos diversos, são montados por sistemas de
encaixes sobre perfis metálicos em aço ou alumínio e apresentam, como característica principal,
sua flexibilidade, versatilidade e fácil adaptação para elaboração e execução dos diversos
ambientes.
Face às diversas alternativas apresentadas pelo mercado, a sua deverá basear-se
nas características específicas do ambiente a ser construído, e potenciais futuros de remoção e
reutilização em outras condições.
De qualquer forma, critérios referentes à resistência mínima ao impacto,
credibilidade do fabricante através de testes de desempenho, desempenho termo-acústico,
facilidade de montagem e desmontagem, limpeza e manutenção, aliados ao aspecto estético
deverão constar na avaliação para sua especificação.
6.4.1. Tipos de núcleos e miolos:
· Madeira aglomerada
· Gesso maciço
· Isolantes de fibras de madeira
· Chapas de vermiculita expandida
· Compensado naval
· Gesso nervurado
· Lã de vidro
6.4.2. Tipos de revestimentos e acabamentos:
· Lâminas de madeira natural
· Laminas de plástico melamínico
· Pintura
· Resina alquídica
· Pintura epóxi sobre chapas em cimento amianto
· Tecidos
· Carpetes
6.5. Portas, Balcões e Bancadas.
Para melhor desempenho e durabilidade as portas, balcões e bancadas deverão ser
executados em compensado naval ou virola e revestidos com laminados plásticos melamínicos
foscos texturizados e encabeçados por peças boleadas em madeira maciça, evitando-se o
aparecimento de quebras e lascas em suas respectivas bordas e cantos vivos.
Os batentes de portas deverão ser executados em chapas dobradas de aço
evitando-se deformações provocadas pelo impacto das macas, cadeiras de rodas e carrinhos de
abastecimento.
As bancadas previstas para laboratório, copa, cozinha e ambientes com presença
de água ou produtos de manipulação especial, poderão utilizar o aço inoxidável estruturado por
enchimentos em concreto.

7. COMUNICAÇÃO VISUAL - TÍTULO II

É um sistema gráfico elaborado para integrar os diversos setores da unidade de


assistência à saúde, otimizando e orientando as diversas circulações de público, funcionários,
materiais e equipamentos.
Apresentamos abaixo um escopo mínimo de projeto para elaboração de um sistema
de comunicação visual para E.A.S. - Estabelecimento de Assistência à Saúde.
7.1. Características do Projeto:
Elaboração de um Sistema de Comunicação Visual flexível e abrangente em
condições de viabilizar a sua implantação dentro das variantes identificadas nos diversos
estabelecimentos de assistência à saúde tendo em vista a agilização, racionalização e
otimização do uso do equipamento público/privado, pela hierarquização dos diversos fluxos e
setores funcionais.
7.2. Escopo dos Serviços
Identificação visual e sinalização de cada edificação e respectivo entorno urbano
abrangendo:
7.2.1. Sistema de Identificação Externa
Pórtico de Identificação da Unidade
Especificações Técnicas e Construtivas
Construção Geométrica
Padrão Cromático
Critérios de Implantação
7.2.2. Sistema de Sinalização Externa
Conjunto formado por todos os componentes responsáveis pela veiculação da
imagem do equipamento de saúde tendo em vista o contexto urbano.
7.2.2.1. Subsistema direcionado para pedestres
7.2.2.2. Subsistema direcionado para veículos
7.2.3 Sistema de Sinalização Interna
Tem por objetivo a identificação, caracterização e articulação dos diversos
ambientes em seus respectivos setores funcionais.
7.2.3.1. Subsistema direcionado para Público e Funcionários
7.2.3.1.1. Orientação/Fluxos
7.2.3.1.2. Sinalização e identificação dos serviços.
7.2.3.1.3. Painel de ambientes e respectivas funções.
7.2.3.1.4. Relógio
7.2.3.1.5. Sinalização de segurança: saídas de emergência e equipamentos de
combate à incêndio.
7.2.3.1.6. Painéis de informações, porta-cartazes e avisos em geral.
7.2.3.1.7. Sinalização de eventos temporários
7.3. Escopo Básico do Projeto/Sistema
7.3.1. Código Gráfico
Elementos gráficos que compõem as diversas mensagens de sinalização e
comunicação visual.
7.3.1.1 Alfabeto Padrão Institucional
7.3.1.1.1. Construção Geométrica Alfanumérico
Caixa Alta
Caixa Baixa
Corpo
Registro
Espacejamento
Entrelinhamento
7.3.1.1.2. Arte Final
7.3.1.1.3. Técnicas e Processos de Reprodução Industrial
7.3.1.1.4. Ampliação e Redução de Fontes
7.3.1.1.5. Posicionamento sobre suportes
7.3.2. Código Cromático Institucional
7.3.2.1. Pictogramas
7.3.2.1.1. Construção Geométrica
7.3.2.1.2. Arte Final
7.3.2.1.3. Técnicas e Processos de Reprodução Industrial
7.3.2.1.4. Ampliação e Redução
7.3.2.1.5. Posicionamento sobre suportes
7.3.2.2. Signo Direcional
7.3.2.2.1. Construção Geométrica
7.3.2.2.2. Arte Final
7.3.2.2.3. Técnicas e processos de Reprodução Industrial
7.3.2.2.4. Ampliação e Redução
7.3.2.2.5 Posicionamento sobre suportes
7.3.3. Suportes de Informação
7.3.3.1. Placas/Quadros/Réguas Informativas
7.3.3.1.1. Projeto de fabricação
7.3.3.2. Conjuntos Informativos

8. MANUTENÇÃO - TÍTULO II

Tendo em vista a continuidade operacional ininterrupta que caracteriza os


complexos de assistência à saúde, rejeitando-se qualquer perspectiva de interrupção ou falhas
no abastecimento ou suprimentos vitais, somente será eficaz pela adequada estruturação de um
setor responsável pela manutenção pre-programado, eficiente e organizado, objetivando a
otimização dos serviços, constante monitoração das condições objetivas das instalações e
equipamentos utilizados.
É imperativa a incorporação nas fases de projetação dos requisitos arquitetônicos,
construtivos, de instalação e funcionamento capazes de viabilizar programas econômicos e
racionais de manutenção pelo trabalho multidisciplinar de projetistas, técnicos de manutenção e
fabricantes de equipamento definindo-se condições ideais de implantação, operação e
manutenção.
Destacamos ainda, a importância da estruturação de um acervo técnico organizado
a partir dos os manuais técnicos, procedimentos de manutenção, rotinas de utilização e plano de
manutenção preventiva integrados aos períodos das garantias pré-estabelecidas.
Deverão ser exigidos: pavimentos técnicos específicos, projetos estruturais
compatíveis com as instalações especificadas, dutos independentes para cada sistema
instalado, tubulação de fácil acesso em qualquer ponto que se faça necessário para manutenção
ou implantação de sistemas adicionais.
A estrutura deverá ser modulada para favorecer a execução em etapas, e não
comprometer o funcionamento simultâneo do complexo de saúde.
Outro ponto importante, são as vedações independentes da estrutura permitindo
alterações funcionais ou dimensionais de cada ambiente ou conjunto de ambientes.

9. PLANOS DIRETORES - TÍTULO II

Tendo em vista o panorama atual dos estabelecimentos de saúde, prioritário seria,


objetivando um planejamento integrado e total nas intervenções físicas e/ou organizacionais,
uma primeira atitude gerencial no sentido de viabilizar-se Planos Diretores, subsidiados por
criterioso diagnóstico Físico-Funcional de suas unidades, equipamentos, mobiliários e recursos
humanos.
Esta etapa, embasada na nova legislação, Portaria 674/97, em fase de aprovação, e
suas revisões complementares, criaria dispositivos objetivos no sentido de orientação na
aplicação dos reduzidos recursos existentes, e caracterizar-se-ia como forte argumento na
captação de novos recursos.
Nossa experiência tem mostrado que profissionais da área de projetos/ e ou
gerenciamento hospitalar têm sido consultados somente após o total comprometimento dos
fluxos funcionais, das áreas remanescentes do terreno, e principalmente inadequabilidade das
propostas de engenharia de projeto, quase sempre resolvidas “in loco”, em nome de pretensas
economias ou urgências de prazo.
PLANO DIRETOR DO HOSPITAL HELIÓPOLIS/SP
Os Planos Diretores, poderiam viabilizar uma visão global e integrada a ser
concretizada a curto, médio ou mesmo longo prazo, a partir do engajamento dos Dirigentes,
Provedores, Diretorias, Conselhos e Comunidade Patrocinadora e População Usuária.
A obtenção de recursos solicitados a partir de objetivos concretos, cientificamente
dimensionados, e dentro de uma visão global e atualizada dos complexos hospitalares
constituem poderosa ferramenta para a concretização da qualidade de serviços na área de
saúde.

10. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E


MORFOLÓGICO DA EDIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: - TÍTULO II

10.1.1. O templo de Asclépio na Grécia Antiga


10.1.2. Os hospitais militares no Império Romano
10.1.3. Nosocomia e Xenodochia: hospitais cristãos
10.1.4. Atenção à saúde nos mosteiros na Idade Média
10.1.5. O hospital cristão na Idade Média
10.1.6. Leprosários e Casas de Lázaro
10.1.7. Condições de saúde no século XVIII - Paris
10.1.8. Florence Nigthingale - o fim do século XIX
10.1.9. O Hospital Contemporâneo: suas origens.
10.1.10. A rede hospitalar no Brasil - a segunda metade do século XX

11. MODELOS DIVERSOS - TÍTULO II


FIGURA GUARUJÁ
FIGURA HELIÓPO
FIGURA HELIOPOL
FIGURA P. S. SANTOS

-TÍTULO III-
NORMAS PARA PROJETOS FÍSICOS DE ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE

SUMÁRIO COMPLETO - TÍTULO III


PARTE I - PROJETO DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
CAPÍTULO 1 - ELABORAÇÃO DE PROJETOS FÍSICOS
1. TERMINOLOGIA
2. ETAPAS DE PROJETOS
3. RESPONSABILIDADES
4. APRESENTAÇÃO DE DESENHOS E DOCUMENTOS
5. TIPOS E SIGLAS ADOTADAS
6. AVALIAÇÃO DE PROJETOS
PARTE II - PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DOS ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
CAPÍTULO 2 - ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL
1. ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL
DIAGRAMA
2. LISTAGEM DE ATIVIDADES
CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO, QUANTIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES
PREDIAIS DOS AMBIENTES
PARTE III - CRITÉRIOS PARA PROJETOS DE ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
CAPÍTULO 4 - CIRCULAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS
1. ACESSOS
2. ESTACIONAMENTOS
3. CIRCULAÇÕES HORIZONTAIS
4. CIRCULAÇÕES VERTICAIS
CAPÍTULO 5 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONFORTO
1. CONFORTO HIGROTÉRMICO E QUALIDADE DO AR
2. CONFORTO ACÚSTICO
3. CONFORTO LUMINOSO A PARTIR DE FONTE NATURAL
CAPÍTULO 6 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR
1. CONCEITUAÇÃO BÁSICA
2. CRITÉRIOS DE PROJETO
CAPÍTULO 7 - INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS E ESPECIAIS
1. INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS (H)
2. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ELETRÔNICAS (I)
3. INSTALAÇÕES FLUÍDO-MECÂNICAS (F)
4. INSTALAÇÃO DE CLIMATIZAÇÃO (AC)
CAPÍTULO 8 - CONDIÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
1. CRITÉRIOS DE PROJETOS
GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA

FIGURAS:
SETOR ADMINISTRATIVO - ARQUIVOS
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO
VESTIÁRIO DE FUNCIONÁRIO - SANITÁRIO PESSOAL
COMUNICAÇÃO
CONSULTÓRIO
POSTO DE ENFERMAGEM
ARQUIVO - INTERPRETAÇÃO E RELATÓRIO
SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
ENFERMARIA DE 3 LEITOS
QUARTO DE 2 LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
ENFERMARIA DE QUATRO LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
PROJETO FÍSICO DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
CRONOGRAMA DO PROJETO DE EAS
FLUXOGRAMA DO PROJETO DE EAS
COPA - DISPENSA - CONTROLE
LACTÁRIO
UNIDADE DE BERÇÁRIO
ACLINICO
ENFER
LAVAND
MANUT
QUARTO
RAIOX
UBS-1
ULTRA
UTI

UNIDADES FUNCIONAIS:

UNIDADE FUNCIONAL: 1 - AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE


UNIDADE FUNCIONAL: 2 - AMBULATÓRIO
UNIDADE FUNCIONAL 2 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 2 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL: 3 - ATENDIMENTO IMEDIATO
UNIDADE FUNCIONAL 3 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL: 4 - INTERNAÇÃO
UNIDADE FUNCIONAL 4 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 4 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 4 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL: 5 - APOIO AO DIAGNÓSTICO E TERAPIA
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO4
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO5
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO6
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO7
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO8
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO9
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO10
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO11
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO12
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO13
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO14
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO15
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO16
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO17
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO18
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO19
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO20
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO21
UNIDADE FUNCIONAL: 6 - APOIO TÉCNICO
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO4
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO5
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO6
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO7
UNIDADE FUNCIONAL: 7 - ENSINO E PESQUISA
UNIDADE FUNCIONAL: 8 - APOIO ADMINISTRATIVO
UNIDADE FUNCIONAL: 9 - APOIO LOGÍSTICO
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO4
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO5
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO6

NORMAS PARA PROJETOS FÍSICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS


DE SAÚDE - TÍTULO III

Revisão da Portaria GM/MS 1884 de 11/11/1994 Elaborada e Publicada em 1998


Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância Sanitária
Departamento Técnico Normativo

PARTE I - PROJETO DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE -


TÍTULO III

CAPÍTULO 1 - ELABORAÇÃO DE PROJETOS FÍSICOS - TÍTULO III

O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais, e


. Considerando o princípio da descentralização político-administrativa previsto na
Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde;
. Considerando a necessidade de atualizar as normas existentes na área de infra-
estrutura física em saúde;
. Considerando a necessidade de dotar o País de instrumento norteador das novas
construções de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde que atenda aos princípios de
regionalização, hierarquização, acessibilidade e qualidade da assistência prestada à população;
. Considerando a necessidade das secretarias estaduais e municipais contarem
com um instrumento para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, adequado às novas tecnologias na área da
saúde;
. Considerando os dispostos nas Portarias / SAS n.º 230/96 e 104/97, resolve:
I - Aprovar as normas que com estas baixam destinadas ao exame e aprovação dos
Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, constantes do Anexo I desta
Portaria a serem observadas em todo território nacional, na área pública ou privada
compreendendo:
a) as construções novas de estabelecimentos assistenciais de saúde de todo o país;
b) as áreas a serem ampliadas de estabelecimentos assistenciais de saúde já
existentes; e
c) as reformas de estabelecimentos assistenciais de saúde já existentes.
II - A Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, prestará cooperação
técnica às secretarias estaduais e municipais de saúde, a fim de orientá-las sobre o exato
cumprimento e interpretação das normas aprovadas por esta Portaria.
III - As secretariais estaduais e municipais de saúde poderão implementar os
procedimentos para adoção destas normas, podendo estabelecer normas de caráter supletivo ou
complementar a fim de adequá-las às especificidades locais.
IV - Determinar à Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, que
proceda a revisão desta Portaria, após quatro anos de sua vigência, com o objetivo de atualizá-la
ao desenvolvimento científico e tecnológico do país.
A inobservância das normas aprovadas por esta Portaria constitui infração à
legislação sanitária federal, conforme dispõe o artigo 10, inciso II., da Lei n.º 6.437, de 20 de
agosto de 1977.
Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogados as disposições
em contrário, particularmente a Portaria n.º 1884, de 11 de novembro de 1994 do Ministro da
Saúde, os itens II., II., VI, ß 1º do Artigo 1º da Portaria n.º 25 de 06 de fevereiro de 1996 da
Secretaria de Assistência à Saúde do Ministro da Saúde e o item III. 1 - Aspectos Técnicos-
Critérios, sub-item Projeto Básico para Obras (exceto os dois últimos itens do Relatório Técnico)
do Manual de Convênios do Ministério da Saúde, aprovado pela Portaria n.º 426 de 11 de abril
de 1997 do Ministério da Saúde.
ANEXO I DA PORTARIA
ELABORAÇÃO DE PROJETOS FÍSICOS
Todos os projetos de estabelecimentos assistenciais de saúde - EAS deverão
obrigatoriamente ser elaborados em conformidade com as disposições desta norma.
Devem ainda atender a todas as prescrições estabelecidas em códigos, leis,
decretos, portarias e normas federais, estaduais e municipais, inclusive normas de
concessionárias de serviços públicos.
Embora exista uma hierarquia entre as três esferas consideradas, o autor do projeto
deverá considerar a prescrição mais exigente, que eventualmente poderá não ser a do órgão de
hierarquia superior.

1. TERMINOLOGIA - TÍTULO III

1.1. Programa de Necessidades


Conjunto de características e condições necessárias ao desenvolvimento das
atividades dos usuários da edificação que, adequadamente consideradas, definem e originam a
proposição para o empreendimento a ser realizado. Deve conter a listagem de todos os
ambientes necessários ao desenvolvimento dessas atividades.
1.2. Estudo Preliminar
Estudo efetuado para assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do
impacto ambiental de um empreendimento, a partir dos dados levantados no Programa de
Necessidades, bem como de eventuais condicionantes do contratante.
1.3. Projeto Básico
Conjunto de informações técnicas necessárias e suficientes para caracterizar os
serviços e obras, elaborado com base no Estudo Preliminar, e que apresente o detalhamento
necessário para a perfeita definição e quantificação dos materiais, equipamentos e serviços
relativos ao empreendimento.
1.4. Projeto Executivo
Conjunto de informações técnicas necessárias e suficientes para realização do
empreendimento, contendo de forma clara, precisa e completa todas as indicações e detalhes
construtivos para a perfeita instalação, montagem e execução dos serviços e obras.
1.5. Obra de Reforma
Alteração em ambientes sem acréscimo de área, podendo incluir as vedações e/ou
as instalações existentes.
1.6. Obra de Ampliação
Acréscimo de área a uma edificação existente, ou mesmo construção de uma nova
edificação para ser agregada funcionalmente (fisicamente ou não) a um estabelecimento já
existente.
1.7. Obra Inacabada
Obra cujos serviços de engenharia foram suspensos, não restando qualquer
atividade no canteiro de obras.
1.8. Obra de Recuperação
Substituição ou recuperação de materiais de acabamento ou instalações existentes,
sem acréscimo de área ou modificação da disposição dos ambientes existentes.
1.9. Obra Nova
Construção de uma nova edificação que não será agregada funcionalmente ou
fisicamente a nenhum estabelecimento já existente.
3. RESPONSABILIDADES - TÍTULO III
2. ETAPAS DE PROJETOS - TÍTULO III

Os projetos para a construção, complementação, reforma ou ampliação de uma


edificação ou conjunto de edificações serão desenvolvidos, basicamente, em três etapas: estudo
preliminar, projeto básico e projeto executivo.
O desenvolvimento consecutivo dessas etapas terá, como ponto de partida, o
programa de necessidades (Físico-Funcional) do EAS onde deverão estar definidas todas as
características dos ambientes necessários ao pleno desenvolvimento das atividades previstas na
edificação.
2.1. Estudo preliminar
Visa a análise e escolha da solução que melhor responda ao Programa de
Necessidades, sob os aspectos legal, técnico e econômico e ambiental do empreendimento.
2.1.1. Arquitetura
Consiste na definição gráfica do partido arquitetônico, através de plantas, cortes e
fachadas em escala livre e que contenham graficamente:
O estudo deverá ser desenvolvido a partir da análise e consolidação do programa
de necessidades, caracterizando os espaços, atividades e equipamentos básicos (médico-
hospitalares e de infra-estrutura).
Além dos desenhos específicos que demonstrem a viabilidade da alternativa
proposta, será parte integrante do estudo preliminar, um relatório que contenha memorial
justificativo do partido adotado e da solução escolhida, sua descrição e características principais,
as demandas que serão atendidas e o pré-dimensionamento da edificação.
2.1.2. Instalações
2.1.2.1. Elétrica e Eletrônica
Deverá ser desenvolvido um programa básico das instalações elétricas e especiais
do E.A.S., destinado a compatibilizar o estudo preliminar arquitetônico com as diretrizes básicas
a serem adotadas no desenvolvimento do projeto.
2.1.2.2. Hidráulica e Fluído-Mecânica
Deverá ser desenvolvido um programa básico das instalações hidráulicas e
especiais do estabelecimento, destinado a compatibilizar o estudo preliminar arquitetônico com
as diretrizes básicas a serem adotadas no desenvolvimento do projeto.
2.1.2.3. Climatização
Deverá ser desenvolvido um programa básico das instalações de ar condicionado e
ventilação mecânica do EAS, destinado a compatibilizar o estudo preliminar arquitetônico com as
diretrizes básicas a serem adotadas no desenvolvimento do projeto.
2.1.3. Estrutura e Fundações
Assim como os projetos de arquitetura e instalações, os projetos de estrutura e
fundações obedecerão às etapas de estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo e
deverão estar em perfeita sintonia com aqueles projetos, estimando as cargas de acordo com os
ambientes e equipamentos propostos.
2.2. Projeto Básico
Deverá demonstrar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental, possibilitar a avaliação do custo dos serviços e obras, bem como permitir a definição
dos métodos construtivos e prazos de execução do empreendimento. Serão solucionadas as
interferências entre os sistemas e componentes da edificação.
2.2.1. Arquitetura
Deverão estar graficamente demonstrados:
· em plantas, cortes e fachadas, com escalas não menores que 1:100, todos os
ambientes com nomenclatura conforme listagem contida nessa Portaria, dimensões (medidas
lineares e áreas internas dos compartimentos e espessura das paredes), locação de louças
sanitárias e bancadas, posição dos leitos (quando houver), locação dos equipamentos não
portáteis médico-hospitalares e de infra-estrutura - caldeiras, subestação e outros) quando na
tabela de ambientes estiver especificado ADE, pontos de instalações ordinárias e especiais,
indicações de cortes, elevações, ampliações e detalhes, e sempre com indicação clara dos
respectivos materiais de execução e acabamento. Em se tratando de reforma e/ou ampliação
e/ou conclusão, as plantas devem conter legenda indicando área a ser demolida, a ser
construída e existente;
O projeto básico será constituído, além dos desenhos que representem
tecnicamente a solução adotada, de relatório técnico que contenha:
· memorial do projeto de arquitetura descrevendo as soluções adotadas pelo
mesmo;
· resumo da proposta assistencial, contendo listagem das atividades que irão
ocorrer no interior do EAS (a partir da listagem de atividades dessa norma);
· quadro de número de leitos descriminando: leitos de internação, leitos de
observação e leitos de tratamento intensivo, conforme Terminologia Básica em Saúde do
Ministério da Saúde;
· especificação básica de materiais e equipamentos de infra-estrutura (poderá
estar indicado nas plantas de arquitetura) e quando solicitado, dos equipamentos médico-
hospitalares; e
· quando solicitado pelo contratante e, previsto em contrato, também a
quantificação de materiais, equipamentos e serviços, e o orçamento da obra.
O projeto básico de arquitetura será a base para o desenvolvimento dos projetos
complementares de engenharia (estrutura e instalações).
2.2.2. Instalações
2.2.2.1. Elétrica e Eletrônica
A partir das diretrizes estabelecidas no estudo preliminar e com base no projeto
arquitetônico e de estrutura, deverá ser elaborado o projeto básico de instalações elétricas e
especiais:
· Memorial descritivo e definitivo explicativo do projeto, com soluções adotadas e
compatibilizadas com o projeto básico e as soluções adotadas nos projetos das áreas
complementares.
· Documentos Gráficos:
2.2.2.2. Hidráulica e Fluído-Mecânica
A partir das diretrizes estabelecidas no estudo preliminar e baseado no anteprojeto
básico arquitetônico, deverá ser elaborado o projeto básico de instalações hidráulicas e
especiais:
· Memorial descritivo definitivo, explicativo do projeto, com soluções adotadas e
compatibilizadas com o projeto básico de arquitetura e as soluções adotadas no projetos das
áreas complementares.
Documentos gráficos:
2.2.2.3. Climatização
A partir das diretrizes estabelecidas no programa básico e baseado no projeto
básico arquitetônico, deverá ser elaborado o projeto básico de instalações de ar condicionado e
ventilação mecânica:
· Memorial descritivo definitivo, explicativo do projeto, com soluções adotadas e
compatibilizadas com o projeto básico e as soluções adotadas nos projetos das áreas
complementares;
· Documentos gráficos:
2.3. Projeto Executivo
Deverá apresentar todos os elementos necessários à realização do
empreendimento, detalhando todas as interfaces dos sistemas e seus componentes.
2.3.1. Arquitetura
O projeto executivo deverá demonstrar graficamente:
· a implantação do edifício;
· representação do terreno, com as características planialtimétricas,
compreendendo medidas e ângulos dos lados e curvas de nível, e localização de árvores,
postes, hidrantes e outros elementos construídos, existentes;
· as áreas de corte e aterro, com a localização e indicação da inclinação de
taludes e arrimos;
· a RN do levantamento topográfico;
· os eixos das paredes externas das edificações, cotados em relação a
referências preestabelecidas e bem identificadas;
· cotas de nível do terrapleno das edificações e dos pontos significativos das
áreas externas (calçadas, acessos, patamares, rampas e outros);
· localização dos elementos externos, construídos como estacionamentos,
construções auxiliares e outros;
· o edifício, compreendendo:
· plantas de todos os pavimentos, com nomenclatura conforme listagem de
ambientes contida nessa norma e medidas internas de todos os compartimentos, espessura de
paredes, material e tipo de acabamento, e indicações de cortes, elevações, ampliações e
detalhes;
· dimensões e cotas relativas de todas as aberturas, altura dos peitoris, vãos de
portas e janelas e sentido de abertura;
· plantas de cobertura, indicando o material, a inclinação, sentido de escoamento
das águas, a posição das calhas, condutores e beirais, reservatórios, domus e demais
elementos, inclusive tipo de impermeabilização, juntas de dilatação, aberturas e equipamentos,
sempre com indicação de material e demais informações necessárias;
· todas as elevações, indicando aberturas e materiais de acabamento;
· cortes das edificações, onde fique demonstrado o pé direito dos
compartimentos, altura das paredes e barras impermeáveis, altura de platibandas, cotas de nível
de escadas e patamares, cotas de piso acabado, forros e coberturas, tudo sempre com
indicação clara dos respectivos materiais de execução e acabamento;
· impermeabilização de paredes e outros elementos de proteção contra umidade;
· ampliações, de áreas molhadas, com posicionamento de aparelhos hidráulico-
sanitários, indicando seu tipo e detalhes necessários;
· as esquadrias, o material componente, o tipo de vidro, fechaduras, fechos,
dobradiças, o acabamento e os movimentos das peças, sejam verticais ou horizontais;
· todos os detalhes que se fizerem necessários para a perfeita compreensão da
obra a executar, como cobertura, peças de concreto aparente, escadas, bancadas, balcões e
outros planos de trabalho, armários, divisórias, equipamentos de segurança e outros fixos e
todos os arremates necessários;
· se a indicação de materiais e equipamentos for feita por código, incluir legenda
indicando o material, dimensões de aplicação e demais dados de interesse da execução das
obras.
Quando for solicitado pelo contratante, o projeto executivo será integrado por um
cronograma onde estejam demonstradas as etapas lógicas da execução dos serviços e suas
interfaces, bem como um manual de operação e manutenção das instalações, quando se tratar
de equipamentos ou projetos especiais.
Todos os detalhes executivos que interfiram com outros sistemas deverão estar
perfeitamente harmonizados.
Também constará do projeto executivo, se solicitado pelo contratante e previsto em
contrato, o orçamento analítico da obra e cronograma físico-financeiro.
2.3.2. Instalações
2.3.2.1. Elétrica e Eletrônica
Após a aprovação do projeto básico pelo órgão competente e/ou cliente, deverá ser
elaborado o projeto executivo de instalações elétricas e especiais, atentando para os projetos
executivos de arquitetura e formas de estrutura, de modo a permitir a completa execução das
obras:
· Memorial descritivo e explicativo das instalações elétricas ou especiais,
indicando fórmulas, dados e métodos utilizados nos dimensionamentos.
· Memorial descritivo da ordem de serviço a ser executada e recomendações
quanto a método e técnicas a serem utilizadas.
· Documentos Gráficos:
· Relação quantitativa e qualitativa dos materiais e equipamentos a serem
utilizados nos diversos sistemas;
· Elementos necessários para aprovação junto à companhia de fornecimento de
energia elétrica; e
· Elementos necessários para aprovação junto à companhia telefônica.
2.3.2.2. Hidráulica e Fluído-Mecânica
Após a provação do projeto básico pelo órgão competente, deverá ser elaborado o
projeto executivo de instalações hidráulicas e especiais, atentando para o projeto executivo de
arquitetura, de modo a permitir a completa execução das obras:
· Memorial descritivo e explicativo das instalações hidráulicas ou especiais,
indicando fórmulas, dados e métodos utilizados nos dimensionamentos e cálculos (volume,
capacidade, vazão e outros);
· Memorial descritivo da ordem de serviço a ser executado e recomendações
quanto a método e técnicas a serem utilizadas;
· Documentos gráficos:
· Relação quantitativa e qualitativa dos materiais e equipamentos a serem
utilizados nos diversos sistemas;
· Elementos necessários para aprovação junto ao Corpo de Bombeiros;
· Elementos necessários para aprovação junto à companhia de gás, quando da
existência da mesma;
· Elementos necessários para o dimensionamento do ramal de entrada de água
(hidrômetro) e saída de esgoto sanitário, junto à concessionária de água e esgoto.
2.3.2.3. Climatização
Após a aprovação do projeto básico pelo órgão competente, deverá ser elaborado o
projeto executivo de instalações de ar condicionado e ventilação mecânica, atentando para o
projeto executivo de arquitetura e de estruturas, de modo a permitir a execução das obras das
instalações hidráulicas e especiais por terceiros, segundo padrões convencionais da construção
civil:
· Memorial descritivo e explicativo das instalações de ar condicionado e ventilação
mecânica, indicando fórmulas, dados e métodos utilizados nos dimensionamentos de: cargas
térmicas, consumo de água, carga elétrica, número de troca de ar e filtros de ar;
· Memorial descritivo da ordem de serviço a ser executada e recomendações
quanto ao método e técnicas a serem utilizadas para execução de obra.
· Documentos gráficos:
· Relação quantitativa e qualitativa dos materiais e equipamentos a serem
utilizados nos diversos sistemas.

3. RESPONSABILIDADES - TÍTULO III

A elaboração e avaliação dos projetos físicos será responsabilidade de técnicos ou


firmas legalmente habilitados pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia -
CREA.

4. APRESENTAÇÃO DE DESENHOS E DOCUMENTOS - TÍTULO III

Os desenhos e documentos a serem elaborados deverão respeitar a NBR-6492 e


também os requisitos que têm por finalidade padronizar e unificar a sua apresentação.

5. TIPOS E SIGLAS ADOTADAS - TÍTULO III

5.1. Serviços Preliminares(P)


5.2. Fundação e Estruturas(E)
5.3. Arquitetura e Elementos de Urbanismo(A)
5.4. Instalações Hidráulicas e Sanitárias(H)
5.5. Instalações Elétricas e Eletrônicas(I)
5.6. Instalações de Proteção Contra Descargas Elétricas(P)
5.7. Instalações Fluído - Mecânicas(F)
5.8. Instalações de Prevenção e Combate a Incêndio (C)
5.9. Instalações de Climatização(A)

6. AVALIAÇÃO DE PROJETOS - TÍTULO III

A avaliação dos projetos físicos de EAS exige a documentação denominada PBART


- Projeto Básico de Arquitetura e Relatório Técnico, conforme descrito no item 2.2.1. dessa
Portaria.
6.1. Parecer Técnico
Para a avaliação do PBART é feita uma análise por equipe multiprofissional e
elaborado parecer técnico baseado na documentação apresentada, emitido por profissional(is)
legalmente habilitado(s) pelo Sistema CREA/CONFEA, em obediência aos termos da Lei n.º
5.194, de 24/12/66.
Este parecer deverá descrever o objeto de análise e conter uma avaliação do
projeto básico arquitetônico quanto a:
· Adequação do programa arquitetônico às atividades propostas pelo EAS -
· Funcionalidade do edifício -
· Dimensionamento dos ambientes -
· Instalações ordinárias e especiais -
· Especificação básica dos materiais -
A análise do projeto sobre cada um dos itens relacionados deverá identificar os
problemas existentes de forma descritiva e recomendar, quando cabível, as alterações ou
complementações a serem feitas.
O parecer dever ser conclusivo e conter observação, no caso de obras públicas,
quanto à exigência de conclusão dos projetos de instalações e estruturas antes da licitação das
obras (Lei 8.666 em seus artigos 6º e 7º e Resolução CONFEA n.º 361/91), assim como sua
apreciação e aprovação pelos órgãos competentes do nível local, quando couber, para
realização do processo de licitação e conseqüente execução da obra.
6.2. Procedimentos
Para edificações novas, sejam estabelecimentos completos ou partes a serem
ampliadas, é obrigatória a aplicação total desta norma.
Para obras de reforma e adequações, quando esgotadas todas as possibilidades
sem que existam condições de cumprimento integral desta norma, devem-se privilegiar os fluxos
de trabalho/material/paciente, adotando-se a seguinte documentação complementar, que deverá
ser analisada em conjunto com o projeto físico:
1. Planta baixa com “lay-out” dos equipamentos não portáteis com as devidas
dimensões;
2. Declaração do projetista e do responsável pelo EAS de que o projeto proposto
atende parcialmente as normas vigentes para o desenvolvimento das atividades assistenciais e
de apoio previstas, relacionando as ressalvas que não serão atendidas e o modo como estão
sendo supridas no projeto em análise.
Procedimento igual ao das reformas deve ser seguido quando se tratar da adoção
de uma nova tecnologia não abordada pela norma, diferente das usuais, como por exemplo,
lavanderias do tipo “túnel”.
6.3. Obras financiadas pelo Ministério da Saúde
As obras a serem financiadas pelo Ministério da Saúde deverão seguir
procedimento específico, complementando com os itens 6.1. e 6.2. desta Portaria.
Para obras financiadas através de Projetos Especiais como Projeto REFORSUS,
Projeto Nordeste e outros, todos os procedimentos e documentos complementares necessários
deverão ser regulamentados por normas específicas desses projetos.
A avaliação feita pelos técnicos do Ministério da Saúde somente será efetuada após
a emissão do Parecer emitido pela Secretaria Estadual de Saúde de onde será executada a
obra, conforme item 6.3.1. O Ministério da Saúde reserva o direito de concordar ou não com
esse parecer.
Para avaliação devem ser utilizados os seguintes instrumentos: a presente norma,
portarias específicas do MS cabíveis em cada área, Portaria MS n.º 1412/95 - Custo de
Construção de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde/CCEAS e seu banco de dados, assim
como todas as prescrições estabelecidas em códigos, leis ou normas locais, vigentes e
pertinentes ao assunto, quando da aprovação para licença de execução das obras.
6.3.1. Documentação
Os documentos complementares a serem entregues para análise desses projetos
são:
· PBART - Projetos Básico de Arquitetura, conforme descrito no item 2.2.1. dessa
Portaria.
· Relatório Técnico, conforme descrito no item 2.2.1. dessa Portaria, mais os
seguintes documentos:
· orçamento analítico da obra com a quantificação de todas as composições de
preços unitários, bem como BDI adotado;
· descrição da solução adotada para o abastecimento de água potável, coleta e
destinação de esgoto, resíduos sólidos (lixo) e energia;
· cronograma físico-financeiro da obra. Em se tratando de conclusão de obra,
paralisada ou não, indicar quais os serviços já concluídos e o percentual dos serviços a serem
executados;
· fotos atualizadas (com data) internas e externas do edifício existente (quando for
o caso). Em se tratando de conclusão de obra, anexar fotos que documentem o estágio atual da
obra;
· parecer sobre o projeto de arquitetura e, no caso dos projetos especiais como
REFORSUS, parecer sobre orçamento da obra, emitidos pela secretaria estadual de saúde de
onde se encontra a obra e elaborado por técnico dessa secretaria, habilitado pelo CREA -
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
6.3.2. Parecer Técnico
· Os pareceres, tanto do Ministério da Saúde quanto das secretarias estaduais de
saúde, deverão descrever o objeto de análise e conter uma avaliação do projeto básico
arquitetônico conforme já descrito no item 6.1.

PARTE II - PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DOS ESTABELECIMENTOS


ASSISTENCIAIS DE SAÚDE - TÍTULO III

Elaborado o Plano de Atenção à Saúde e determinadas as ações a serem


desenvolvidas e as metas a serem alcançadas, serão definidas as distintas tecnologias de
operação e a conformação das redes físicas de atenção à saúde, delimitando no seu conjunto a
listagem de atribuições de cada estabelecimento de saúde do sistema.
As atribuições são conjuntos de atividades e sub-atividades específicas, que
correspondem a uma descrição sinóptica da organização técnica do trabalho na assistência à
saúde.
Os conjuntos de atribuições admitem diversas composições (teóricas) que são as
tipologias (modelos funcionais) de estabelecimentos assistenciais de saúde. Portanto, cada
composição de atribuições proposta definirá a tipologia própria a ser implantada.
Dessa forma adota-se uma nova abordagem, onde não se utilizam programas e
projetos pré-elaborados, que freqüentemente são desvinculados das realidades loco-regionais.
A metodologia utilizada para a composição dos programas funcionais é a
apresentação da listagem, a mais extensa possível, do conjunto das atribuições e atividades do
EAS, aqui tratado genericamente, sem compromisso com soluções padronizadas, embora seja
reconhecida uma família de tipologias tradicionais. O objetivo é apresentar aos projetistas e
avaliadores de EAS um leque das diversas atividades e os ambientes respectivos em que elas
ocorrem.
A listagem contém as atribuições e atividades, com a qual se pode montar o
estabelecimento desejado, ou seja, reunindo-se determinado grupo de atribuições-fim,
associadas às atribuições de apoio necessárias ao pleno desenvolvimento das primeiras, define-
se um estabelecimento específico.
Para tanto deve-se selecionar as atribuições que participarão do programa de
atividades do estabelecimento, de acordo com as necessidades da instituição, do município, da
região e do estado, baseadas na proposta assistencial a ser adotada.
Desta forma a decisão do tipo de estabelecimento a ser implantado será dos
gestores, dos técnicos e da comunidade envolvida, e não mais de acordo com padrões
preestabelecidos nacionalmente.

CAPÍTULO 2 - ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL - TÍTULO III

1. ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL - TÍTULO III

Neste capítulo são apresentadas as atribuições e atividades desenvolvidas nos


diversos tipos de EAS. Procurou-se aqui, listar as atividades que são geradoras ou que
caracterizam os ambientes.
Estas são também as mais comumente encontradas nos diversos tipos de
estabelecimentos. Embora o objetivo seja esgotar a listagem, esta é sempre passível de
modificação, porque sempre será possível o surgimento e/ou transformação das atividades ou
até mesmo das atribuições.
Os grupos de atividades de cada atribuição, compõem unidades funcionais que,
embora com estreita conotação espacial, não constituem, por si só, unidades espaciais.
São nove as atribuições que se desdobram em atividades e sub-atividades
representadas no diagrama.

DIAGRAMA -
1.1. Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais:
1. Realização de ações básicas de saúde- atenção à saúde incluindo atividades de
promoção, prevenção e vigilância à saúde da comunidade;
2. Prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial
- atendimento a pacientes externos, programado e continuado;
3. Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde - atendimento a
pacientes externos em situações de sofrimento, sem risco de vida (urgência) ou com risco de
vida (emergência);
4. Prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação-
atendimento a pacientes que necessitam de assistência direta programada por período superior
a 24 horas (pacientes internos);
5. Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia-atendimento a
pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do
estado da saúde (contato direto);
6. Prestação de serviços de apoio técnico-atendimento direto a assistência à saúde
em funções de apoio (contato indireto);
7. Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa- atendimento
direta ou indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em funções de ensino e
pesquisa;
8. Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa- atendimento
ao estabelecimento em funções administrativas;
9. Prestação de serviços de apoio logístico - atendimento ao estabelecimento em
funções de suporte operacional.
As cinco primeiras são atribuições fim, isto é, constituem funções diretamente
ligadas à atenção e assistência à saúde. As quatro últimas são atribuições meio para o
desenvolvimento das primeiras e de si próprias.
2. LISTAGEM DE ATIVIDADES - TÍTULO III
São apresentadas a seguir a listagem das atividades e sub-atividades do EAS,
desdobramentos das atribuições listadas anteriormente.
Em cada caso estão listadas apenas as atividades e sub-atividades próprias ou
pertinentes a cada atribuição.
Evidentemente, cada listagem não vai definir por si uma unidade funcional
perfeitamente auto-suficiente; esta só será possível com a agregação de atividades e sub-
atividades próprias ou pertinentes a outras atribuições.
A partir da determinação das atribuições centrais e de apoio, para o objeto em
estudo, a equipe de programação funcional comporá seu modelo funcional (tipológico),
adequado às suas necessidades.
ATRIBUIÇÃO 1: REALIZAÇÃO DE AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE
ATIVIDADES:
1.1. Realizar ações individuais ou coletivas de prevenção à saúde tais como:
imunizações, primeiro atendimento, controle de doenças transmissíveis, visita domiciliar, coleta
de material para exame e outros;
1.2. Realizar vigilância epidemiológica através de coleta e análise sistemática de
dados, investigação epidemiológica, informação sobre doenças e outros;
1.3. Promover ações de educação para a saúde, através de palestras,
demonstrações e treinamento “in loco”, campanha e outros;
1.4. Orientar as ações em saneamento básico através da instalação e manutenção
de melhorias sanitárias domiciliares relacionadas com água, dejetos e lixo;
1.5. Realizar vigilância nutricional através das atividades continuadas e rotineiras de
observação, coleta e análise de dados e disseminação da informação referente ao estado
nutricional, desde a ingestão de alimentos à sua utilização biológica; e
1.6. Realizar vigilância sanitária através de fiscalização e controle que garantam a
qualidade aos produtos, serviços e do meio ambiente.

ATRIBUIÇÃO 2: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO ELETIVO DE ASSISTÊNCIA À


SAÚDE EM REGIME AMBULATORIAL

ATIVIDADES:
2.1. Recepcionar, registrar e fazer marcação de consultas;
2.2. Realizar procedimentos de enfermagem;
2.3. Proceder à consulta médica, odontológica, psicológica, de assistência social, de
nutrição, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de fonoaudiologia e de enfermagem;
2.4. Realizar cirurgias e exames endoscópicos que invadam tratos estéreis em
regime ambulatorial:
2.5. realizar curetagens com anestesia local (AMIU - aspiração manual intra-
uterina);

ATRIBUIÇÃO 3: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO IMEDIATO DE ASSISTÊNCIA À


SAÚDE

ATIVIDADES:
3.1. Nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade):
3.2. Nos casos com risco de vida (emergência) e nos casos sem risco de vida
(urgências de alta complexidade):

ATRIBUIÇÃO 4: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM


REGIME DE INTERNAÇÃO

ATIVIDADES:
4.1. Internação de pacientes adultos e infantis:
4.2. Internação de recém-nascidos até 28 dias (neonatologia):
4.3. Internação de pacientes em regime de terapia intensiva:
4.4. Internação de pacientes em regime de terapia semi-intensiva:
4.5. Internação de pacientes queimados:

ATRIBUIÇÃO 5: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO E


TERAPIA

ATIVIDADES:
5.1. Patologia clínica:
5.2. Imagenologia:
5.3. Métodos gráficos:
5.4. Anatomia patológica:
5.5. Desenvolvimento de atividades de medicina nuclear:
5.6. Realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos que invadam tratos
estéreis:
5.7. Realização de partos normais e cirúrgicos:
5.8. Desenvolvimento de atividades de reabilitação em pacientes externos e
internos:
5.9. Desenvolvimento de atividades hemoterápicas:
5.10. Desenvolvimento de atividades de radioterapia:
5.11. Desenvolvimento de atividades de quimioterapia:
5.12. Desenvolvimento de atividades de diálise:
5.13. Desenvolvimento de atividades relacionadas ao leite humano

ATRIBUIÇÃO 6: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO TÉCNICO

ATIVIDADES:
6.1. Proporcionar condições de alimentação e nutrição aos pacientes, funcionários e
público *:
6.2. Proporcionar assistência farmacêutica:
6.2.8. Preparar e diluir germicidas;
6.3. Proporcionar condições de esterilização de material médico, de enfermagem,
laboratorial, cirúrgico e roupas:

ATRIBUIÇÃO 7: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS


E DE PESQUISA

ATIVIDADES:
7.1. Promover o treinamento em serviço dos funcionários;
7.2. Promover o ensino técnico, de graduação e de pós-graduação; e
7.3. Promover o desenvolvimento de pesquisas na área de saúde.*

ATRIBUIÇÃO 8: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO DE GESTÃO E


EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA

ATIVIDADES:
8.1. Realizar os serviços administrativos do estabelecimento:
8.2. Realizar os serviços de planejamento clínico, de enfermagem e técnico:
8.3. Realizar serviços de documentação e informação em saúde:

ATRIBUIÇÃO 9: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO LOGÍSTICO

ATIVIDADES:
9.1. Proporcionar condições de lavagem das roupas
9.2. Executar serviços de armazenagem de materiais e equipamentos:
9.3. Proporcionar condições técnicas para revelação, impressão e guarda de
chapas e filmes:
9.4. Executar a manutenção do estabelecimento:
eletro-mecânica, ótica, gasotécnica, usinagem, refrigeração, serralharia, pintura,
mar.
9.5. Proporcionar condições de guarda, conservação, velório e retirada de
cadáveres.
9.6. Proporcionar condições de conforto e higiene .
9.7. Zelar pela limpeza e higiene do edifício, instalações e áreas externas e
materiais e instrumentais assistenciais.
9.8. Proporcionar condições de segurança e vigilância do edifício, instalações e
áreas externas.
9.9. Proporcionar condições de infra-estrutura predial:

CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO, QUANTIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES


PREDIAIS DOS AMBIENTES - TÍTULO III

Neste capítulo são abordados os aspectos espaciais estritamente relacionados com


as diversas atribuições e atividades, a partir de uma listagem extensa dos ambientes próprios
para os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, reunidos em tabelas por grupos de atividades.
As tabelas apresentadas, na parte final deste documento, não são programas
arquitetônicos de unidades específicas, mas sim tabelas contendo os diversos ambientes
próprios para cada atividade descrita no capítulo 2 - organização Físico-Funcional.
Portanto, ao se elaborar o programa arquitetônico de um EAS qualquer é
necessário, antes de se consultar as tabelas, descrever quais atividades serão realizadas nesse
EAS e assim identificar quais os ambientes necessários para a realização dessas atividades.
Não é correto listar ambientes sem saber antes que tipo de atividades serão desenvolvidas no
EAS.
A presente norma não estabelece uma tipologia de edifícios de saúde, como por
exemplo posto de saúde, centro de saúde, hospital e outros, aqui procurou-se tratar
genericamente todos esses edifícios como sendo estabelecimentos assistenciais de saúde -
EAS, que devem se adequar às peculiaridades epidemiológicas, populacionais e geográficas da
região onde estão inseridos. Portanto, são EASs diferentes, mesmo quando se trata de edifícios
do tipo centros de saúde, por exemplo. O programa arquitetônico de um centro de saúde irá
variar caso a caso, na medida em que atividades distintas ocorram em cada um deles.
Desta forma, as diversas tabelas contidas no documento permitem que sejam
elaborados programas arquitetônicos dos mais diversos. Para tanto deve-se, a partir da definição
da listagem das atividades que o EAS irá realizar, escolher os ambientes próprios para
realização das mesmas. Assim, identificando-se na listagem de atribuições/atividades do capítulo
2 o número da atividade que se irá realizar, deve-se procurar na primeira coluna de cada tabela
esse número e consequentemente o ambiente correspondente àquela atividade. Exemplo: caso
tenha-se definido que o EAS executará a atribuição de internação e mais precisamente as
atividades de internação de pacientes em regime de terapia intensiva, deve-se procurar a tabela
de unidade funcional internação, subgrupo internação intensiva. Nesta tabela serão encontrados
os ambientes fim “relativos à UTI/CTI. Logicamente um programa arquitetônico de uma UTI não
será composto somente por esses ambientes. Portanto, deve-se procurar nas tabelas relativas
as atividades de apoio, os ambientes complementares, como por exemplo banheiros, copas e
outros. Esses ambientes encontram-se listados, na Portaria original, abaixo das tabelas, com a
denominação ambientes de apoio.
Cabe ressaltar que o ambiente somente será obrigatório, se o EAS for exercer a
atividade correspondente.
Portanto não há programas arquitetônicos pré-definidos, e sim uma listagem de
ambientes que deve ser usada pela equipe de planejamento do EAS na medida que se está
montando o programa desse, ou quando o projeto está sendo analisado para fins de aprovação.
Cada programa é específico e deve ser elaborado pela equipe que está planejando
o EAS, incorporando as necessidades e as especificidades do empreendimento, propiciando
desta forma uma descentralização de decisões, não mais tomadas sob uma base pré-definida de
programas ou formas.

AMBIENTES DO EAS

Ambiente é entendido nesta norma como o espaço fisicamente determinado e


especializado para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por
dimensões e instalações diferenciadas.
Os aspectos de dimensionamento e as instalações prediais dos ambientes,
encontram-se organizados em colunas próprias nas tabelas. A quantificação refere-se ao número
de vezes em que o mesmo ambiente se repete. O dimensionamento é expresso pela
quantificação e dimensões espaciais do ambiente, ou seja, o tamanho do ambiente (superfície e
dimensão), em função do equipamento e/ou população presentes. O dimensionamento
logicamente deverá estar relacionado à demanda pretendida ou estipulada, portanto a
quantificação e o dimensionamento adotado nas tabelas é o mínimo necessário, podendo ser
aumentado a partir da demanda gerada.
LEGENDA:
HF = Água fria
HQ = Água quente
FV = Vapor
FG = Gás combustível
FO = Oxigênio (6)
FN = Óxido nitroso
FV C = Vácuo clínico (6)
FV L = Vácuo de limpeza
FAM = Ar comprimido medicinal (6)
FAI = Ar comprimido industrial
AC = Ar condicionado (1)
CD = Coleta e afastamento de efluentes diferenciados (2)
EE = Elétrica de emergência (3)
ED = Elétrica diferenciada (4)
E = Exaustão (5)
ADE = Depende dos equipamentos utilizados. Nesse caso é obrigatório a
apresentação do “lay-out” da sala com o equipamento.
(1) Refere-se à climatização destinada à ambientes que requerem controle na
qualidade do ar.
(2) Refere-se à coleta e afastamento de efluentes que necessitam de algum
tratamento especial. Exemplo: esgoto radioativo.
(3) Refere-se à necessidade de o ambiente ser provido de sistema elétrico de
emergência.
(4) Refere-se à necessidade de o ambiente ser provido de sistema elétrico
diferenciado dos demais, na dependência do equipamento instalado.
Exemplo: sistema com tensão diferenciada, aterramento e outros.
(5) É dispensável quando existir sistema de ar recirculado.
(6) Canalizado ou portátil.
(*) A classificação foi adotada em função de como o profissional de saúde recebe as
informações ou realiza as terapias

PARTE III - CRITÉRIOS PARA PROJETOS DE ESTABELECIMENTOS


ASSISTENCIAIS DE SAÚDE - TÍTULO III

CAPÍTULO 4 - CIRCULAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS - TÍTULO III

As circulações externas e internas do EAS são seus acessos, estacionamentos e


circulações horizontais e verticais caracterizadas a seguir e em conformidade com a norma NBR-
9050 da ABNT, acessibilidade de pessoas portadores de deficiências a edificações, espaço,
mobiliário e equipamentos urbanos.

1. ACESSOS - TÍTULO III

Os acessos do EAS estão relacionados com a circulação de pessoas e de


materiais. A relação é de tipos funcionais de acessos e não de número de acessos, esta sim, via
de regra, função da quantidade dos serviços prestados.
Um EAS de pequeno porte pode, por exemplo, agregar diversos tipos funcionais de
acessos em um único acesso físico. Por outro lado, um EAS de grande porte pode ter vários
acessos físicos de um mesmo tipo funcional.
Tipos de acessos (entradas e saídas) do EAS:
· Paciente externo ambulante, doador e acompanhante;
· Paciente externo transportado e acompanhante;
· Paciente a ser internado - ambulante ou transportado;
· Cadáver, acompanhante e visita relacionados a esse;
· Funcionário e aluno (a distribuição por categorias é definida pela administração
do EAS), vendedor, fornecedor e prestador de serviço, outros; e
· Materiais e resíduos.
Deve haver uma preocupação de se restringir ao máximo esses acessos, com
objetivo de se conseguir um maior controle da movimentação no EAS, evitando-se o tráfego
estranho em áreas restritas, o cruzamento desnecessário de pessoas e serviços diferenciados ,
além dos problemas decorrentes de desvios de materiais.
Os acessos principal, de emergência e o destinado à entrada de funcionários,
devem possibilitar que pessoas portadoras de deficiência ambulatória possam adentrar ao prédio
sem ajuda de terceiros.

2. ESTACIONAMENTOS - TÍTULO III

De acordo com os serviços prestados e população usuária do EAS, devem ser


previstos locais de estacionamento para as viaturas de serviço e de passageiros, sendo
consideradas para quantificação do número de vagas as orientações dos códigos de obras
municipais, ficando estabelecido para os EAS com internação uma área mínima de 12,00 m² ou
uma vaga para veículo a cada quatro leitos.
Junto às calçadas, os meios-fios (guias) devem ser rebaixados de modo a permitir o
tráfego de cadeira de rodas ou macas.
A seguir é apresentado de modo geral os tipos de serviços e a população usuária
que requerem estacionamentos:
· paciente externo transportado (paciente de emergência), que chega ou parte de
automóvel ou ambulância ou helicóptero;
· paciente a ser internado (paciente interno);
· visita ao paciente internado;
· paciente externo de ambulatório;
· funcionários (médicos, enfermeiros), se possível vaga de uso exclusivo;
· demais funcionários;
· fornecedores, vendedores;
· entrega de fornecimentos: combustível, mantimentos, medicamentos e outros;
· remoção de mortos; e
· remoção de resíduos.
Para estacionamentos com até 100 vagas, devem existir duas vagas reservadas à
deficientes ambulatórios. Estacionamentos acima de 100 vagas devem possuir 1% dessas
destinados à esses deficientes, conforme norma ABNT 9050.

3. CIRCULAÇÕES HORIZONTAIS - TÍTULO III


As circulações horizontais adotadas no EAS devem seguir às seguintes orientações:
a) corredores
· os corredores destinados à circulação de pacientes devem possuir corrimãos em
ao menos uma parede lateral à uma altura de 80 cm a 92 cm do piso, e com finalização curva.
Os bate-macas podem ter também a função de corrimão.
· os corredores de circulação de pacientes ambulantes ou em cadeiras de rodas,
macas ou camas, devem ter a largura mínima de 2,00 m para os maiores de 11,0m e 1,20m para
os demais, não podendo ser utilizados como áreas de espera;
· os corredores de circulação de tráfego intenso de material e pessoal devem ter
largura mínima de 2,00 m, não podendo ser utilizados como área de estacionamento de
carrinhos;
· nas áreas de circulação só podem ser instalados telefones de uso público,
bebedouros, extintores de incêndio e lavatórios, de tal forma que não reduzam a largura mínima
estabelecida e não obstruam o tráfego, a não ser que a largura exceda a 2,00 m;
· os corredores destinados apenas à circulação de pessoal e de cargas não
volumosas devem ter largura mínima de 1,20 m;
· no caso de desníveis de piso superiores a 1,5 cm, tem de ser adotada solução
de rampa unindo os dois níveis; e
· circulações das unidades de emergência e urgência, centro cirúrgico e
obstétrico, devem sempre possuir largura mínima de 2,00 m.
b) portas
· todas as portas de acesso a pacientes têm de ter dimensões mínimas de 0,80 x
2,10 m, inclusive sanitários e possuir revestimento resistente à impactos na parte inferior até
uma altura mínima de 40 cm do piso;
· todas as portas de acesso aos ambientes onde forem instalados equipamentos
de grande porte têm de possuir folhas ou painéis removíveis, com largura compatível com o
tamanho do equipamento, permitindo assim sua saída;
· todas as portas utilizadas para a passagem de macas e camas devem ter
dimensões mínimas de 1,10 x 2,10 m, exceto as portas de acesso as unidades de diagnóstico e
terapia, que necessitam acesso de maca. As salas de exame ou terapias, têm de possuir
dimensões mínimas de 1,50 x 2,10 m;
· as portas de banheiros e sanitários de pacientes devem abrir para fora do
ambiente, ou permitir a retirada da folha pelo lado de fora, a fim de que sejam abertas sem
necessidade de empurrar o paciente eventualmente caído atrás da porta. As portas devem ser
dotadas de fechaduras que permitam facilidade de abertura em caso de emergência e barra
horizontal à 90 cm do piso;
· as maçanetas das portas devem ser do tipo alavanca.

4. CIRCULAÇÕES VERTICAIS - TÍTULO III

A circulação vertical para movimentação de pacientes no EAS, só deve ser feita


através de rampas e elevadores, sendo a circulação através de escadas, priorizada para
funcionários e alunos e público, escadas para pacientes somente são permitidas quando
existirem também rampas e/ou elevadores para esse fim.
São as seguintes as normas a serem seguidas nos EAS, para movimentação
vertical de pessoas ou materiais:
a) escadas
A construção das escadas deve obedecer aos critérios referentes à prevenção de
incêndio, ao código de obras da localidade e a outras exigências legais supervenientes, bem
como às seguintes especificações adicionais:
· as escadas que, por sua localização, se destinem ao uso de pacientes, têm de
ter largura mínima de 1,50m e serem providas de corrimão com altura de 80 cm a 92 cm do piso,
e com finalização curva. Vide norma ABNT 9050, item 6.6.1;
· nas unidades de internação, a distância entre a escada e a porta do quarto (ou
enfermaria) mais distante não pode ultrapassar de 35,00m;
· escadas destinadas ao uso exclusivo do pessoal têm de ter largura mínima de
1,20m;
· o piso de cada degrau tem de ser revestido de material antiderrapante e não ter
espelho vazado;
· os degraus devem possuir altura e largura que satisfaçam, em conjunto, à
relação 0,63 = 2H + L = 0,64m, sendo ‘H’ a altura (espelho) e ‘L’ largura (piso) do degrau. Além
disso, a altura máxima, será de 0,185m (dezoito centímetros e meio) e a profundidade mínima de
0,26m (vinte e seis centímetros);
· nenhuma escada pode ter degraus dispostos em leque, nem possuir
prolongamento do patamar além do espelho (bocel);
· nenhum lance de escada pode vencer mais de 2,00m sem patamar
intermediário;
· o vão de escada não pode ser utilizado para a instalação de elevadores ou
monta-cargas;
· as escadas não podem abrir diretamente para corredores;
· “halls” de escadas que servem a mais de três pavimentos têm de estar isolados
por porta corta-fogo; e
· no pavimento em que se localize a saída do prédio tem de estar nitidamente
assinalado "SAÍDA".
b) Rampas
As rampas devem ser construídas obedecendo aos itens:
· rampas só podem ser utilizadas quando vencerem no máximo dois pavimentos
independentemente do andar onde se localiza. Ex.: poderá ser do térreo ao 2º pavimento, ou do
10º ao 12º pavimento. É livre o número de lances quando complementada por elevadores;
· admite-se o vencimento de mais um pavimento além dos dois previstos, quando
esse for destinado exclusivamente a serviços;
· a largura mínima será de 1,50m, declividade conforme tabela a seguir e
patamares nivelados no início e no topo. Rampa só para funcionários, podem ter 1,20 m de
largura;
· quando as rampas mudarem de direção, deve haver patamares intermediários,
destinados a descanso e segurança.
Esses patamares devem possuir largura mínima de 1,20 cm;
· as rampas devem ter o piso não escorregadio, corrimão e guarda-corpo;
· não é permitida a abertura de portas sobre a rampa; em caso de necessidade
deve existir vestíbulo com largura mínima de 1,50 m e comprimento de 1,20 m, mais a largura da
folha da porta ;e
· em nenhum ponto da rampa o pé-direito poderá ser inferior a 2,00m.
c) Elevadores
A instalação de elevadores deve obedecer às Normas NBR-7192 e NBR-13.994 da
ABNT, aos dispositivos legais do Ministério do Trabalho e a outras exigências legais, bem como
às seguintes especificações adicionais:
c.1) Capacidade
c.2) Para transporte de pacientes
Têm de ser instalado elevador para o transporte de pacientes, em toda instituição
que tenha unidade de internação ou unidade de diagnóstico e tratamento dos pacientes
internados, centro cirúrgico, centro obstétrico, unidade de terapia intensiva e radiologia,
localizadas em pavimento diferente do térreo. Excetuam-se os EAS onde uma ou mais das
unidades acima referidas estejam localizadas num pavimento apenas, diverso do térreo e
servido por rampa.
· as dimensões internas mínimas da cabine do elevador para pacientes são de
2,20m x 1,20m, para possibilitar o transporte de macas;
· o movimento das portas do elevador automático tem de ser retardado com
interrupção mínima de 18 segundos;
· os comandos externos e internos do elevador devem estar localizados a uma
altura máxima de 1,30m em relação ao piso;
· o elevador para pacientes deve ter portas de correr simultâneas na cabine e no
pavimento, com largura livre de 1,10m; e
· todo elevador para pacientes deve estar dotado de nivelamento automático e de
dispositivo que possibilite a interrupção das chamadas dos andares, para levar a cabine
diretamente ao andar desejado.
c.3) Para passageiros e carros de transporte.
A instalação deverá obedecer aos seguintes itens:
· sempre que o(s) elevador(es) para pacientes não satisfizerem o volume de
tráfego total, calculado de acordo com os valores mínimos discriminados no item c.1, tem de ser
instalado(s) elevador(es) adicional (is) para o transporte de médicos, servidores, visitantes e
materiais; e
· os elevadores destinados ao transporte de materiais têm de ser dotados de
portas de correr simultâneas na cabine e no pavimento.
d) Monta-cargas
A instalação de monta-cargas deve obedecer à norma NBR-7192 da ABNT, bem
como às seguintes especificações:
· as portas dos monta-cargas devem abrir para recintos fechados e nunca
diretamente para corredores; e
· em cada andar o monta-cargas deve ser dotado de porta corta-fogo, automática,
do tipo leve.
e) Tubo de Queda
· Só é permitido para uso exclusivo de roupa suja; e
· Tem de ser dotado de mecanismo que permita sua total desinfecção

CAPÍTULO 5 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONFORTO - TÍTULO III

Os sistemas de controle ambiental nos EAS abrangem duas dimensões: a


endógena, que considera o edifício em sua finalidade de criar condições desejáveis de
salubridade através do distanciamento das pessoas das variáveis ambientais externas, e a
exógena, que observa os impactos causados pelas construções no meio ambiente externo
alterando, de forma positiva ou negativa, suas condições climáticas naturais.
A dimensão endógena dos sistemas de controle ambiental dos edifícios está
amparada por normas técnicas e de higiene e segurança do trabalho, que serão citadas
oportunamente. A dimensão exógena dos referidos sistemas é contemplada por alguns
instrumentos legais, como os Códigos de Obras e Posturas da maioria dos municípios
brasileiros, que estabelecem limites à implantação de edifícios (atividades permitidas e proibidas,
normas de construção e de aproveitamento do lote e outros) e abordam as relações dos prédios
com a realidade climática local. Mais recentemente, a legislação federal tem complementado
esses estatutos, com normas urbanísticas, ambientais e de saneamento; dentre eles, cite-se a
Constituição Federal de 1988, em seus artigos 200 e 225, as leis 6938/81 e 6667 e o Código
Florestal (Lei 4771/65, atualizada pela Lei 7803).
A abordagem do controle das condições de conforto ambiental dos EAS realizou-se
a partir da interação das expectativas específicas a cada sub-aspecto (higrotérmico e de
qualidade do ar, acústico e luminoso) com a classificação dos ambientes daqueles edifícios
segundo as atividades que abrigam. Obteve-se listagens de áreas funcionais, correspondentes
aos referidos sub-aspectos, onde os compartimentos das diversas unidades funcionais dos EAS
agrupam-se pela demanda de sua população a determinadas condições de conforto. Entretanto,
devem ser cumpridos os requisitos de condicionamento ambiental estabelecidos nas normas
genéricas de construção, constituindo-se esses estabelecimentos em casos a serem
especialmente atendidos.
Considera-se como regra básica para todos os EAS no tocante as exigências de
conforto higrotérmico e luminoso, que na localização da edificação no terreno devam ser
seguidas as exigências do código de obras local. No entanto, nenhuma janela de ambientes de
uso prolongado poderá possuir afastamentos menores do que 3,0 m em relação à empenas de
qualquer edificação. Nos demais ambientes, esses afastamentos não poderão ser menores do
que 1,5 m, exceto banheiros, sanitários, vestiários e DML, que poderão ser ventilados através de
poços de ventilação

1. CONFORTO HIGROTÉRMICO E QUALIDADE DO AR - TÍTULO III

Os diversos ambientes funcionais dos EAS solicitam sistemas de controle das


condições de conforto higrotérmico e de qualidade do ar diferentes, em função dos grupos
populacionais que os freqüentam, das atividades que neles se desenvolvem e das
características de seus equipamentos.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E DE QUALIDADE DO AR.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E ESPECIAIS DE
CONTROLE DE QUALIDADE DO AR, EM FUNÇÃO DE DEVEREM APRESENTAR MAIORES
NÍVEIS DE ASSEPSIA.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E ESPECIAIS DE
CONTROLE DE QUALIDADE DO AR, EM FUNÇÃO DE QUE AS ATIVIDADES NELES
DESENVOLVIDAS PRODUZEM ODORES.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E ESPECIAIS DE
CONTROLE DE QUALIDADE DO AR, EM FUNÇÃO DE QUE AS ATIVIDADES NELES
DESENVOLVIDAS POLUEM O AR.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS
ESPECIAIS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E DE
CONTROLE DE QUALIDADE DO AR, EM FUNÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA DOS
PACIENTES NOS MESMOS
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS
ESPECIAIS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E DE
CONTROLE DE QUALIDADE DO AR, EM FUNÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
DOS EQUIPAMENTOS QUE ABRIGAM.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS
ESPECIAIS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS HIGROTÉRMICAS E DE
CONTROLE DE QUALIDADE DO AR, EM FUNÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
DOS EQUIPAMENTOS QUE ABRIGAM E DAS ATIVIDADES QUE NELES SE DESENVOLVEM.
2. CONFORTO ACÚSTICO - TÍTULO III

Há uma série de princípios arquitetônicos gerais para controle acústico nos


ambientes, de sons produzidos externamente. Todos agem no sentido de isolar as pessoas da
fonte de ruído, a partir de limites de seus níveis estabelecidos por normas brasileiras e
internacionais. As normas para controle acústico devem ser seguidas por todos EAS.
É necessário observar as demandas específicas dos diferentes ambientes
funcionais dos EAS quanto a sistemas de controle de suas condições de conforto acústico, seja
pelas características dos grupos populacionais que os utilizam, seja pelo tipo de atividades ou
ainda pelos equipamentos neles localizados.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS ACÚSTICAS.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS
ESPECIAIS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS ACÚSTICAS PORQUE, APESAR
DE NÃO ABRIGAREM ATIVIDADES NEM EQUIPAMENTOS GERADORES DE ALTOS NÍVEIS
DE RUÍDO, OS GRUPOS POPULACIONAIS QUE OS FREQÜENTAM NECESSITAM DOS
MENORES NÍVEIS DE RUÍDO POSSÍVEIS.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS
ESPECIAIS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS ACÚSTICAS PORQUE ABRIGAM
ATIVIDADES EQUIPAMENTOS GERADORES DE ALTOS NÍVEIS DE RUÍDO E OS GRUPOS
POPULACIONAIS QUE OS FREQÜENTAM NECESSITAM OS MENORES NÍVEIS DE RUÍDO
POSSÍVEIS.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS
ESPECIAIS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS ACÚSTICAS PORQUE ABRIGAM
ATIVIDADES E EQUIPAMENTOS GERADORES DE NÍVEIS DE RUÍDO MUITO ALTOS E
NECESSITAM SEREM ISOLADOS COMO FONTE.

3. CONFORTO LUMINOSO A PARTIR DE FONTE NATURAL - TÍTULO III

A partir de estudos que definem nível de iluminamento mínimo a ser obtido para
melhor execução das tarefas, estabeleceram-se diversas orientações técnicas: NR-15, Anexo 4,
Portaria de 08/06/78 do Ministério do Trabalho/Níveis mínimos de iluminamento em lux por
atividade. Todos esses relacionam-se com a condição de trabalho e referem-se à categoria do
funcionário dos estabelecimentos assistenciais de saúde.
Há demandas específicas dos diferentes ambientes funcionais dos EAS quanto a
sistemas de controle de suas condições de conforto luminoso, seja pelas características dos
grupos populacionais que os utilizam, seja pelo tipo de atividades ou ainda pelos equipamentos
neles localizados.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS LUMINOSAS.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS DE
CONTROLE NATURAL DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS LUMINOSAS.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS DE
CONTROLE ARTIFICIAL DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS LUMINOSAS.
· AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM OBSCURIDADE.

CAPÍTULO 6 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONTROLE DE INFECÇÃO


HOSPITALAR - TÍTULO III

O presente capítulo fixa critérios para projetos arquitetônicos de Estabelecimentos


Assistenciais de Saúde visando seu bom desempenho quanto a condições ambientais que
interferem no controle de infecção hospitalar. Essa questão possui dois componentes técnicos,
indispensáveis e complementares:
a) o componente de procedimentos nos EAS, em relação a pessoas, utensílios,
roupas e resíduos;
b) o componente arquitetônico dos EAS, referente a uma série de elementos
construtivos, como: padrões de circulação, sistemas de transportes de materiais, equipamentos
e resíduos sólidos; sistemas de renovação e controle das correntes de ar, facilidades de limpeza
das superfícies e materiais; e instalações para a implementação do controle de infecções.

1. CONCEITUAÇÃO BÁSICA - TÍTULO III

O papel da arquitetura dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde na prevenção


das infecções hospitalares pode ser entendido em seus aspectos de barreiras, proteções, meios
e recursos físicos, funcionais e operacionais, relacionados a pessoas, ambientes, circulações,
práticas, equipamentos, instalações, materiais e fluidos.
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde no 930 de 27.08.92, Anexo II, "Infecção
Hospitalar é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta
durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares”. “Infecção Comunitária é a infecção constatada ou em incubação no
ato da admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo
hospital". Essa norma limita-se à prevenção e controle de infecção de origem interna ao EAS, no
que se refere a água, esgoto, roupa, resíduos, alimentos, ar condicionado, equipamento de
esterilização, destilador de água e outros.
A prevenção de doenças ocupacionais dos funcionários e profissionais
trabalhadores nesses estabelecimentos também é preocupação dessa norma.
As precauções universais (PU) constituem-se de barreiras e ênfase nos cuidados
com certos procedimentos, visando evitar que a equipe de assistência tenha contato direto ou
indireto com os diversos líquidos corporais, agulhas, instrumentos e equipamentos encontram-se
inclusos nos contatos indiretos. O mais recente progresso na prevenção e controle de infecção
hospitalar é o isolamento hospitalar simplificado, que consta de duas práticas:
a) Prática geral: aplicação das precauções universais (PU) a todos os pacientes,
durante todo o período de internação, independentemente do diagnóstico do paciente; e
b) Prática específica: aplica-se sempre que o paciente apresentar doença
infecciosa, com possibilidade de transmissão de pessoa a pessoa e/ou colonização por germes
multirresistentes, conforme listagem organizada pela CDC. Consiste em suplementar as
precauções universais com isolamento de bloqueio (IB) e com precauções com materiais
infectantes (PMI). O isolamento de bloqueio consiste na utilização de barreiras físicas e cuidados
especiais, para impedir que os germes envolvidos se transmitam.

2. CRITÉRIOS DE PROJETO - TÍTULO III

Sendo o controle da infecção hospitalar fortemente dependente de condutas, as


soluções arquitetônicas passam a admitir possibilidades tradicionalmente a elas vedadas, por
contribuírem apenas parcialmente ao combate dessa moléstia. Contudo, há características
ambientais dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde que auxiliam nas estratégias contra a
transmissão de infecções adquiridas em seu recinto. Serão apresentadas como critérios de
projeto, vinculadas às diversas etapas do processo:
A. ESTUDO PRELIMINAR
A.1 - Localização do EAS
A.2 - Zoneamento das Unidades e Ambientes Funcionais, segundo sua
sensibilidade a risco de transmissão de infecção
· Áreas críticas - são os ambientes onde existe risco aumentado de transmissão
de infecção, onde se realizam procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes com seu
sistema imunológico deprimido. São eles: os que abrigam procedimentos cirúrgicos e de parto,
internação em regime de terapia intensiva, desenvolvimento de atividades de diálise, internação
de recém-nascidos, procedimentos de análises clínicas, desenvolvimento de atividades
hemoterápicas, procedimentos relacionados ao preparo e cocção de alimentos e mamadeiras, e
lavagem de roupas.
· Áreas semi-críticas - são todos os compartimentos ocupados por pacientes com
doenças infeciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. São eles: onde há
internação de pacientes adultos e infantis e nos de prestação de atendimento eletivo de
assistência à saúde em regime ambulatorial.
· Áreas não-críticas - são todos os demais compartimentos dos EAS não
ocupados por pacientes. Por exemplo, onde se desenvolvem serviços de apoio de gestão e
execução administrativa e de apoio logístico em geral, bem como a maioria dos voltados à
formação e desenvolvimento de recursos humanos.
A.3 Circulações, quanto a Elementos Limpos e Sujos
B. PROJETO BÁSICO
B.1 Barreiras Físicas
Barreiras físicas são aqueles ambientes que minimizam a entrada de
microorganismos externos, o que pode ser realizado por condutas junto a soluções
arquitetônicas. São absolutamente necessárias nas áreas críticas e semi-críticas e desejáveis
nas não-críticas.
As exigências de isolamento de patógenos variam de acordo com a via pela qual
são eliminados. As precauções universais (PU) procuram cobrir todas estas possibilidades e
para viabilizar a operacionalização existem procedimentos de segurança e barreiras individuais
(luvas, avental, máscara e óculos de proteção - EPI), assim como barreiras físicas que
correspondem à alguns compartimentos do EAS em especial aos vestiários e aos quartos
privativos.
B.1.1. Vestiários de Barreira nos Compartimentos Destinados à Realização de
Procedimentos assépticos (c. cirúrgico, c. obstétrico, lactário, hemodinâmica, CME)
B.1.2. Banheiros nos Compartimentos Destinados ao Preparo e Cocção de
Alimentos
B.1.3. Banheiros nos Compartimentos Destinados a Proporcionar Condições de
Processamento de Roupas
B.1.4. Processamento de Roupa
O fluxo da roupa nos estabelecimentos assistenciais de saúde pode ser agente de
transmissão da infecção hospitalar. Nos EAS, as principais barreiras do fluxo de roupa são:
1a.) Pré-classificação de roupa na origem: através de carros porta-saco (duplo ou
triplo), dotados de tampa acionada por pé.
2a.) Compartimento de recepção e classificação de roupa suja:.
3a.) Lavagem de Roupa:
a) em EAS de médio e grande porte, máquina de lavar de porta dupla, carregada
de um lado com roupa suja, por um operador e, após lavada, retirada do lado limpo,
necessariamente por outro operador. A comunicação entre as duas zonas é feita por visores e
interfones.
b) em EAS de pequeno porte, pode-se usar a técnica do saco solúvel (a roupa
suja é acondicionada em saco solúvel em água e posta dentro da máquina de lavar, de porta
simples) ou o sistema enclausurado (ambientes de lavar subdivididos por máquina de lavar,
provido de portas, visores e exaustão; os sacos ou carros com a roupa suja já classificada são
introduzidos em cada recinto de lavagem pela sua "porta ou corredor sujo", ligados à sala de
recepção, confinando as partículas contaminadas que se elevam no ato de carregar a máquina.
Nesse sistema, deve haver exaustor para retirada de aerossóis, e o operador, protegido pelos
necessários equipamentos para proteção individual, terá que descalçar a luva contaminada e
calçar a limpa.
B.1.5. Quarto Privativo de Isolamento
B.1.6. Fluxos de Trabalho
B.1.6.1. Processamento de Roupas:
Recepção ->separação / pesagem - >lavagem / centrifugação - >seleção de
manchas (tratamento e relavagem se for o caso) - >secagem / calandragem - >passagem /
prensagem - >seleção para costura (conserto e relavagem ou baixa, se for o caso) - > dobragem
- >armazenamento e distribuição.
Obs. As duas primeiras atividades são consideradas “sujas” e portanto tem de ser,
obrigatoriamente, realizadas em ambientes próprios e exclusivos e com paramentação
apropriada.
B.1.6.2. Nutrição e Dietética.
A. Lactário:
Preparo
Lavagem
B. Nutrição Enteral
Preparo
Lavagem
B.1.6.3. Central de Material Esterilizado.
B.2 Distribuição de água
B.3 Colocação de Lavatórios
B.3.1 Compartimentos Destinados à Internação de Pacientes Adultos e Infantis
B.3.2 Compartimentos Destinados ao Preparo e Cocção de Alimentos e
Mamadeiras
B.3.3 Compartimentos Destinados à Realização de Procedimentos Cirúrgicos e de
Partos
B.4 Ralos (esgotos)
B.5 Localização das Salas de Utilidades
C. PROJETO EXECUTIVO
C.1 Acabamentos de Paredes, Pisos e tetos
Os requisitos de lavabilidade e higienização de pisos, paredes, pias, balcões e
outros, devem ser extensivos a todos os ambientes do EAS e seguir as normas contidas em
Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde (Min. da Saúde /
Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Brasília).
Os materiais adequados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de
ambientes de áreas críticas, semi-críticas e não-críticas são os do tipo laváveis e resistentes aos
desinfetantes. Sua lavagem requer produtos de limpeza que atendam a normas e requisitos de
qualidade: Lei no. 6360 (23/ 09/76), Decreto no. 79094 (05/01/77), Portaria no. 15 (23/08/88).
C.2 Forros
Os tetos em áreas críticas (especialmente nos compartimentos destinados à
realização de procedimentos cirúrgicos ou similares) devem ser contínuos, sendo proibido o uso
de forros falsos removíveis. Nas demais, pode-se utilizar forro removível, inclusive por razões
ligadas à manutenção.
C.3 Lâmpadas Germicidas
O uso de radiação ultravioleta em EAS, para fins de desinfecção e esterilização de
superfícies ou artigos, inclusive água e interior de dutos de ar condicionado, encontra-se proibido
pela Port. no. 930/ 27.08. 92, do Min. da Saúde.
C.4 Banheiras “Terapêuticas”
Devem ser construídas de modo a impedir permanência de águas residuais quando
esgotadas.
C.5 Elevadores, Monta-Cargas e Tubulões
Nos elevadores e monta-cargas é necessário ter-se vestíbulos nos acessos aos
primeiros, e antecâmaras nos acessos aos outros, que permita espaço suficiente para entrada
completa dos carros de coleta.
Toda tubulação usada para o transporte de roupa suja tem que possuir mecanismos
de lavagem próprios, antecâmaras de acesso com portas, tubo de ventilação paralelo, ligado em
intervalos ao tubulão e área de recepção exclusiva da roupa suja, com ralo sifonado para
captação da água oriunda da limpeza do tubulão. O tubulão tem de ser de material lavável e anti-
corrosivo.
C.7 Bidês
É proibida a instalação de bidês nos E.A.S. Todos os banheiros e sanitários de
pacientes internados têm de possuir duchas higiênicas.
C.8 Renovação de Ar em Áreas Críticas
Todas as entradas de ar externas devem ser localizadas o mais alto possível, em
relação ao nível do piso, e têm de ficar afastadas das saídas de ar, dos incineradores e das
chaminés das caldeiras; as saídas devem situar-se junto ao chão. Todas as aberturas para
entrada e saída de ar devem possuir filtros de grande eficiência.
C.9 Animais sinantrópicos
Devem ser adotadas medidas para evitar a entrada de animais sinantrópicos nos
ambientes do EAS, principalmente quando tratar-se de regiões onde há incidência acentuada de
mosquitos, por exemplo.

CAPÍTULO 7 - INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS E ESPECIAIS - TÍTULO III

O capítulo apresenta as normas a respeito de instalações ordinárias e especiais


(instalações ordinárias são as instalações elétrica, hidrosanitária e telefone. As especiais são
todas as outras específicas para o EAS. As instalações de prevenção e combate a incêndio
estão tratadas no Cap. Condições de segurança contra incêndio) de Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde, a saber:
Instalações hidro-sanitárias (H)
Água fria (HF)
Água quente (HQ)
Esgoto sanitário (HE)
Instalações elétrica e eletrônica (I)
Elétrica (IE)
Sinalização de enfermagem (IS)
Instalação de proteção contra descarga elétrica (P)
Instalações fluido-mecânicas (F)
Vapor e condensado (FV)
Gás combustível (FG)
Oxigênio medicinal (FN)
Ar comprimido (FA)
Ar comprimido Medicinal
Ar comprimido Industrial
Vácuo (FV)
Vácuo clínico
Vácuo de limpeza
Óxido nitroso (FN)
Instalação de climatização (AC)
Ar Condicionado (ACC)

1. INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS (H) - TÍTULO III


1.1. Água Fria (HF)
Além desta norma, todos os projetos têm de atender à norma da ABNT, NB 92 -
Instalações Prediais de Água Fria, e Portaria MS n.º 2042 de 11/10/1996 sobre funcionamento
dos serviços de terapia renal substitutiva.
As diversas unidades funcionais do EAS demandam água fria de forma
diferenciada, portanto, o cálculo do consumo total necessário ao dimensionamento do(s)
reservatório(s) só é possível a partir do cálculo dos consumos parciais das unidades
As bases de cálculo do dimensionamento são:
· população
· determinadas atividades.
1.2. Água Quente (HQ)
Os projetos têm de atender à norma da ABNT, NBR 7198 - Instalações prediais de
água quente, além desta norma.
A exemplo da água fria, o consumo de água quente é diferenciado para as diversas
unidades funcionais do EAS e as bases para seu cálculo são a população e determinadas
atividades.
1.3. Esgoto Sanitário (HE)
Além desta norma, todos os projetos têm de atender à norma da ABNT, NBR 8160 -
Instalações prediais de esgoto sanitário, e NBR 7229 - construção e instalação de fossas
sépticas e CNEN - NE - 6.05 - Gerência de rejeitos, radioativos em instalações radioativas e NE -
3.05 - Requisitos de radiação e segurança para serviços de medicina nuclear.
· CAIXAS DE SEPARAÇÃO
As instalações de esgoto sanitário do EAS tem de dispor, além das caixas de
separação de materiais usuais, daquelas específicas para os rejeitos das atividades
desenvolvidas.
· LANÇAMENTO EXTERNO
Caso a região onde o EAS estiver localizado tenha rede pública de coleta e
tratamento de esgoto, todo o esgoto resultante desse pode ser lançado nessa rede sem qualquer
tratamento.
Não havendo rede de coleta e tratamento, todo esgoto terá que receber tratamento
antes de ser lançado em rios, lagos e outros (se for o caso).

2. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ELETRÔNICAS (I) - TÍTULO III

Todos EAS ficam condicionados a Portaria do Ministério da Saúde n.º 2662 de


22/12/1995, sobre instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde e norma da
ABNT NBR 13.534 - Instalações de elétrica em estabelecimentos assistenciais de saúde -
requisitos de segurança.
2.1. Elétrica (IE)
A estimativa do consumo de energia elétrica só é possível a partir da definição das
atividades e equipamentos a serem utilizados.
No caso de existir a necessidade de transformadores exclusivos para o EAS esses
tem de ser, no mínimo, em número de 2 (dois), cada um com capacidade de no mínimo metade
da carga prevista para a edificação.
· SISTEMAS DE EMERGÊNCIA
Nos EAS existem diversos equipamentos eletro-eletrônicos de vital importância na
sustentação de vida dos pacientes, quer por ação terapêutica quer pela monitoração de
parâmetros fisiológicos. Outro fato a ser considerado diz respeito à classificação da norma NBR
5410 quanto à fuga de pessoas em situações de emergência, enquadrando essas instalações
como BD 4 (fuga longa e incômoda). Em razão das questões acima descritas, estas instalações
requerem um sistema de alimentação de emergência capaz de fornecer energia elétrica no caso
de faltas ou quedas superiores a 10% do valor nominal.
A NBR 13.534 divide as instalações de emergência em 3 classes, de acordo com o
tempo de restabelecimento da alimentação
· ILUMINAÇÃO
Quanto aos quartos e enfermarias da unidade de internação geral - são quatro tipos
de iluminação:
· iluminação geral em posição que não incomode o paciente deitado;
· iluminação de cabeceira de leito na parede (arandela) para leitura;
· iluminação de exame no leito com lâmpada fluorescente, que também pode ser
obtida através de aparelho ligado à tomada junto ao leito; e
· iluminação de vigília na parede (a 50 cm do piso).
Quanto ao quarto e área coletiva da Unidade de Internação Intensiva são quatro
tipos de iluminação:
· iluminação geral em posição que não incomode o paciente deitado, com
lâmpada incandescente
· iluminação de cabeceira de leito de parede (arandela);
· iluminação de exame no leito com lâmpada fluorescente no teto e/ou arandela; e
· iluminação de vigília nas paredes (a 50 cm do piso) inclusive banheiros.
Quanto à sala de cirurgia e sala de parto - além da iluminação geral de teto com
lâmpada fluorescente, existe a iluminação direta com foco cirúrgico.
· TOMADAS
Quanto à enfermaria da unidade de internação geral - uma tomada para
equipamento biomédico por leito isolado ou a cada dois leitos adjacentes alimentada por circuito
semi-crítico, além de acesso à tomada para aparelho transportável de raios X distante no
máximo 15m de cada leito.
Quanto ao berçário - uma tomada para cada quatro berços e uma tomada para cada
Incubadora, esta última alimentada por circuito semi-crítico;
Quanto à quarto e área coletiva da Unidade de Internação Intensiva - oito tomadas
para equipamento biomédico por leito berçário ou incubadora, alimentadas por circuitos críticos,
além de acesso à tomada para aparelho transportável de raios X distante no máximo 15m de
cada leito.
Quanto à sala de cirurgia e sala de parto - três conjuntos com quatro tomadas cada
uma em paredes distintas, alimentados por circuitos críticos e tomada por aparelho transportável
de raios X.
2.2. Sinalização de enfermagem (IS)
Trata-se de sistema de sinalização luminosa imediata entre o paciente interno e o
funcionário assistencial (médico e enfermeira).
O sistema interliga cada leito, sanitário e banheiro das diversas unidades e
ambientes em que está presente o paciente interno, com o respectivo posto de enfermagem que
lhe dá cobertura assistencial, a saber:
· quarto, enfermaria e banheiro da unidade de internação geral;
· quarto, áreas coletivas de pediatria e banheiro da unidade de internação
intensiva; e
· sala de indução anestésica e sala de recuperação pós-anestésica do centros
cirúrgicos e obstétrico, e demais.
A identificação deve se dar em cada leito e porta dos ambientes voltados para a
circulação
2.3. Instalação de Proteção Contra Descarga Elétrica (P)
2.3.1. Aterramento
2.3.2. Piso condutivo
Fica expressamente estabelecido por norma:
a. A utilização do piso condutivo, quando houver uso de misturas anestésicas
inflamáveis com oxigênio ou óxido nitroso, bem como quando houver agentes de desinfecção,
incluindo-se aqui a Zona de Risco.
b. A utilização de sistemas de ventilação para diminuir a concentração de misturas
anestésicas inflamáveis no ambiente do paciente.

3. INSTALAÇÕES FLUÍDO-MECÂNICAS (F) - TÍTULO III

Todos EAS ficam condicionados à norma da ABNT NBR 12.188 - Sistemas


centralizados de gases medicinais e vácuo em estabelecimento de saúde, além desta norma.
3.1. Vapor (FV)
A aquisição, instalação e utilização de caldeiras, têm de atender Portaria do
Ministério do Trabalho NR 13, publicada no DOU de 26/04/96.
As unidades funcionais que possuem equipamentos que demandam vapor são a
cozinha, lactário e nutrição enteral, central de material esterilizado e lavanderia.
3.2. Gás combustível (FG)
São dois os sistemas de abastecimento:
· gás encanado ou gás de rua; e
· gás liqüefeito de petróleo (GLP).
3.3. Oxigênio Medicinal (FO)
São três os sistemas de abastecimento:
· cilindros transportáveis;
· centrais de reservação; e
· centrais de produção de oxigênio.
3.4. Ar Comprimido (FA) (1)
São dois os sistemas, independentes, de ar comprimido no EAS.
· Ar comprimido medicinal - utilizado para fins terapêuticos. Deve ser isento de
óleo e de água, desodorizado em filtros especiais e gerado por compressor com selo de água,
de membrana ou de pistão com lubrificação à seco.
· Ar comprimido industrial - utilizado para limpeza e acionamento de
equipamentos. É gerado por compressor convencional.
3.5. Vácuo (FV)
São dois os sistemas independentes de vácuo no EAS
· Vácuo clínico - utilizado para fins terapêuticos, deve ser do tipo seco, isto é, o
material é coletado junto do paciente.
· Vácuo de limpeza - utilizado para fins não terapêuticos.
3.6. Óxido nitroso (FN)
O sistema de abastecimento pode ser centralizado ou descentralizado. O primeiro é
utilizado no caso de alto consumo onde o óxido nitroso é conduzido por tubulação, dos cilindros
da central até os pontos de utilização. O segundo é utilizado no caso de baixo consumo e o
abastecimento é descentralizado em cilindros transportáveis até os pontos de utilização.

4. INSTALAÇÃO DE CLIMATIZAÇÃO (AC) - TÍTULO III

Os projetos tem de atender, além desta norma, às normas da ABNT:


· NBR-6401 - Instalações Centrais de Ar Condicionado para Conforto -
Parâmetros Básicos de Projeto.
· NBR-7256 - Tratamento de Ar em Unidades Médico-Assistenciais.
4.1. Ar condicionado (ACC)
Os setores com condicionamento para fins de conforto, como salas administrativas
e quartos de internação, devem ser atendidos pelos índices de temperatura e umidade
especificados.
Os setores destinados à assepsia e conforto, tais como salas de cirurgias, UTI,
berçário e outros, devem atender às exigências da NBR-7256.

CAPÍTULO 8 - CONDIÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO - TÍTULO III

1. CRITÉRIOS DE PROJETOS - TÍTULO III

A. ESTUDO PRELIMINAR
A.1 - Acessibilidade
O acesso dos veículos do serviço de extinção de incêndio tem de estar livre de
congestionamento e permitir alcançar, ao menos, duas fachadas opostas. As vias de
aproximação devem ter largura mínima de 3,20m, altura livre de 5,00m, raio de curvatura mínima
de 21,30m e largura de operação mínima junto às fachadas de 4,50m.
A.2 - Setorização e compartimentação
Entende-se por setorização para fins de segurança contra incêndio, a divisão das
unidades funcionais e ambientes do EAS, em setores com características específicas em relação
à população, instalações físicas e função, tendo em vista subsidiar o zoneamento de incêndios.
B. PROJETO BÁSICO
B.1 - Materiais construtivos estruturais
A opção pelo sistema estrutural e, portanto, dos materiais, deve ser feita com base
no comportamento dos elementos constantes da edificação sob o fogo, especificamente, sua
resistência à temperatura de ordem de 850º C, valor este que usualmente ocorre no centro de
um incêndio.
Todo material utilizado na estrutura dos EAS tem de receber tratamento de
ignifugação, de modo a suportar às temperaturas estimadas em um incêndio.
B.2 - Aberturas
B.2.1 - Portas
B.3 - Vias de Escape
B.3.1 - Escada
B.3.2 - Elevadores
C. PROJETO EXECUTIVO
C.1. Sinalização de Segurança
D. INSTALAÇÕES DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Os sistemas de detecção são constituídos pelos seguintes elementos:
1 - Dispositivos de entrada - Detetores automáticos, acionadores automáticos e
acionadores manuais;
2 - Centrais de alarme - Painéis de controle individualizados, no mínimo, por setor
de incêndio;
3 - Dispositivos de saída - Indicadores sonoros, indicadores visuais, painéis
repetidores, discagem telefônica automática, desativadores de instalações, válvulas de disparo
de agentes extintores, fechamento de portas CORTA-FOGO e monitores;
4 - Rede de interligação - Conjunto de circuitos que interligam a central com os
dispositivos de entrada, saída e as fontes de energia do sistema.

GLOSSÁRIO - TÍTULO III

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, órgão designado pelo


COMMETRO como o responsável pela normalização técnica no país.
Administração - unidade destinada ao desenvolvimento das atividades
administrativas do estabelecimento de saúde.
Agência transfusional - ambientes destinado a receber e armazenar o sangue
processado, pronto para aplicação.
Almoxarifado - unidade destinada à recepção, guarda, controle e distribuição do
material necessário ao funcionamento do estabelecimento de saúde.
Alojamento conjunto - modalidade de acomodação do recém-nascido normal em
berço contíguo ao leito da mãe.
Ambiente - espaço fisicamente determinado e especializado para o
desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações
diferenciadas. Um ambiente pode se constituir de uma sala ou área.
Ambientes de apoio - salas ou áreas que dão suporte aos ambientes destinados às
atividades fim de uma unidade.
Ambulatório - unidade destinada à prestação de assistência em regime de não
internação.
Anatomia patológica - unidade destinada a realizar exames citológicos e estudos
macro e ou microscópicos de peças anatômicas retiradas cirurgicamente de doentes ou de
cadáveres, para fins de diagnóstico.
Animais sinantrópticos - espécies que indesejavelmente coabitam com o homem,
tais como os roedores, baratas, moscas, pernilongos, pombos, formigas, pulgas e outros.
Área - ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais faces.
Área para assistência de RN - ambiente destinado à execução dos primeiros
cuidados do recém-nascido e a sua identificação.
Atendimento imediato - unidade destinada à assistência de pacientes, com ou sem
risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de pronto atendimento.
Atividade - cada uma das ações específicas, que no seu conjunto atendem ao
desenvolvimento de uma atribuição.
Atribuição - conjunto de atividades e sub-atividades específicas, que correspondem
a uma descrição sinóptica da organização técnica do trabalho na assistência à saúde.
Banheiro - ambiente dotado de bacia(s) sanitária(s), lavatório(s) e chuveiro(s).
Barreira (contra contaminação) - bloqueio que deve existir nos locais de acesso a
área onde seja exigida assepsia e somente se permita a entrada de pessoas com indumentária
apropriada (paramentação).
Berçário - unidade destinada a alojar recém-nascidos.
Box para PPP - ambiente específico para realização, exclusivamente, de partos não
cirúrgicos através de técnicas naturais onde o pré-parto, o parto e o pós parto acontecem no
mesmo ambiente, tornando assim o parto mais humanizado, com a participação intensa de
acompanhantes (marido, mãe e outros) da parturiente. O box deve possuir em todas as faces,
elementos construtivos ou de decoração que permitam o completo isolamento visual e, se
possível acústico.
Central de material esterilizado - unidade destinada à recepção e expurgo, preparo
e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades do estabelecimento de saúde.
Centro Cirúrgico - unidade destinada ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas,
bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.
Centro Cirúrgico ambulatorial - unidade destinada no desenvolvimento de atividades
cirúrgicas que não demandam internação dos pacientes.
Centro Obstétrico - unidade destinada à higienização, trabalho de parto, parto e os
primeiros cuidados com os recém-nascidos.
CTI - conjunto de UTIs agrupadas num mesmo local.
Depósito de equipamentos/materiais - ambiente destinado à guarda de peças de
mobiliário, aparelhos, equipamentos e acessórios de uso eventual.
Depósito de material de limpeza - sala destinada à guarda de aparelhos, utensílios e
material de limpeza, dotada de tanque de lavagem.
Documentação e informação - unidade destinada à identificação, seleção, controle,
guarda, conservação e processamento das informações de todos os dados clínicos e sociais de
paciente ambulatorial ou internado. Compreende o registro geral, o arquivo médico e estatística.
Enfermaria - sala com banheiro anexo, destinado à internação de pacientes, com
capacidade para três a seis leitos.
Estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) - denominação dada a qualquer
edificação destinada à prestação de assistência à saúde à população, que demande o acesso de
pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja o seu nível de complexidade.
Farmácia - unidade destinada a programar, receber, estocar, preparar, controlar e
distribuir medicamentos ou afins e/ou manipular fórmulas magistrais e oficiais.
Hemoterapia e Hematologia - unidade destinada à coleta, armazenamento,
distribuição e transfusão de sangue e seus hemocomponentes.
Imagenologia - unidade funcional, podendo ser também uma unidade física, que
abriga as atividades ou ambientes cujos exames e/ou terapias se utilizam de imagens.
Internação - admissão de um paciente para ocupar um leito hospitalar, por um
período igual ou maior que 24 horas.
Internação - unidade destinada à acomodação e assistência do paciente internado.
Isolamento - quarto destinado a internar pacientes suspeitos ou portadores de
doenças transmissíveis.
Laboratório de emergência - Laboratório de funcionamento ininterrupto que
congrega todas as atividades dos demais laboratórios, composto normalmente de um único
salão subdividido em áreas distintas, onde são realizados os diversos tipos de exames. Sua
existência dá-se em função do não funcionamento por 24 horas dos demais laboratórios. Serve
principalmente à U.T.I. e Atendimento Imediato.
Lactário - unidade com área restrita, destinada à limpeza, esterilização, preparo e
guarda de mamadeiras, basicamente, de fórmulas lácteas.
Leito de observação - leito destinado a acomodar os pacientes que necessitem ficar
sob supervisão médica e ou de enfermagem para fins de diagnóstico ou terapêutica durante um
período inferior a 24 horas.
Leito hospitalar - cama destinada à internação de um paciente no hospital. (Não
considerar como leito hospitalar os leitos de observação e os leitos da Unidade de Terapia
Intensiva).
Medicina nuclear - unidade destinada à execução de atividades relacionadas com a
utilização de substâncias radioativas, para fins de diagnóstico e tratamento.
Necrotério - unidade ou ambiente destinado à guarda e conservação do cadáver.
Norma - modelo, padrão, aquilo que se estabelece como base ou unidade para a
realização ou avaliação de alguma coisa.
Normalização ou normatização - atividade que visa a elaboração de padrões,
através de consenso entre produtores, prestadores de serviços, consumidores e entidades
governamentais.
Patologia clínica - unidade destinada à realização de análises clínicas necessárias
ao diagnóstico e à orientação terapêutica de pacientes.
Posto de enfermagem - área destinada à enfermagem e/ou médicos, para a
execução de atividades técnicas específicas e administrativas.
Quarto - ambiente com banheiro anexo destinado à internação de pacientes, com
capacidade para um ou dois leitos.
Radiologia - unidade onde se concentram equipamentos que realizam atividades
concernentes ao uso de raios X para fins de diagnóstico.
Radioterapia - unidade destinada ao emprego de raios X e radiações ionizantes com
fins terapêuticos.
Rouparia - área ou sala destinada à guarda de roupa proveniente da lavanderia.
Sala - ambiente envolto por paredes em todo seu perímetro.
Sala de pré-parto - ambiente destinado a acomodar a parturiente durante a fase
inicial do trabalho de parto. O quarto individual de internação pode ser utilizado para esta
atividade.
Sala de preparo de equipamentos e materiais - ambiente destinado a realização dos
diversos procedimentos de limpeza e desinfecção de equipamentos e materiais médicos-
hospitalares (respiradouros, sondas e outros). Deve ser dotado de ducha para limpeza destes
equipamentos.
Sala de recuperação pós-anestésica - ambiente destinado à prestação de cuidados
pós-anestésicos e ou pós-operatórios imediatos a pacientes egressos das salas de cirurgia.
Sala de resíduo - ambiente destinado à acomodação de resíduos sólidos (lixo) até
seu recolhimento ao Abrigo Central de Resíduos Sólidos.
Sala de serviço - ambiente destinado exclusivamente às atividades de enfermagem
da unidade.
Sala de utilidade ou expurgo - ambiente destinado à limpeza, desinfecção e guarda
dos materiais utilizados na assistência ao paciente. Deve ser dotado de pia de despejo com
válvula de descarga e tubulação de esgoto de 75mm no mínimo. Nos EAS de nível primário,
pode-se dispensar a área de lavagem e desinfecção da sala de esterilização em favor da sala de
utilidades.
Sanitário - ambiente dotado de bacia (s) sanitária(s) e lavatório (s).
Tipologia - são os diversos modelos funcionais , resultantes do conjunto de
atribuições que juntas compõem a edificação do estabelecimento de saúde.
Unidade - unidade extra-hospitalar ou intra-hospitalar, porém com autonomia
administrativa e funcional.
Unidade física - conjunto de ambientes fim e de apoio pertencentes a uma unidade
funcional.
Unidade funcional - conjunto de atividades e sub-atividades pertencentes a uma
mesma atribuição.
Unidade intermediária ou semi-intensiva - Unidade destinada a internação de
pacientes oriundos da UTI/CTI, que não mais necessitam de cuidados intensivos, mas que ainda
requerem atenção especial, diferenciada da adotada na unidade de internação.
Urgência de alta complexidade - unidade destinada à assistência de pacientes sem
risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato utilizando-se técnicas
complexas de assistência.
Urgência de baixa complexidade - unidade destinada à assistência de pacientes
sem risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato utilizando-se técnicas
simples de assistência. Pode estar inserida na Unidade de Emergência ou de Alta
Complexidade.
UTI - 1. Unidade de Terapia Intensiva - unidade que abriga pacientes de requeiram
assistência médica, de enfermagem, laboratorial e radiológica ininterrupta - 2. Unidade
específica dentro de uma CTI. Exemplo: unidade coronariana.
Vestiário - ambiente destinado à troca de roupa
Vestiário central de funcionários - ambiente dotado de bacias sanitárias, lavatórios,
chuveiros e área de troca de roupa.

BIBLIOGRAFIA - TÍTULO III

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Normas para projetos físicos de estabelecimentos


assistenciais de saúde. Revisão da Portaria 1884/94. Secretaria de Assistência à Saúde.
Brasília, 1998.

FIGURAS:
SETOR ADMINISTRATIVO - ARQUIVOS
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO
VESTIÁRIO DE FUNCIONÁRIO - SANITÁRIO PESSOAL
COMUNICAÇÃO
CONSULTÓRIO
POSTO DE ENFERMAGEM
ARQUIVO - INTERPRETAÇÃO E RELATÓRIO
SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
ENFERMARIA DE 3 LEITOS
QUARTO DE 2 LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
ENFERMARIA DE QUATRO LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
PROJETO FÍSICO DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
CRONOGRAMA DO PROJETO DE EAS
FLUXOGRAMA DO PROJETO DE EAS
COPA - DISPENSA - CONTROLE
LACTÁRIO
UNIDADE DE BERÇÁRIO
ACLÍNICO
ENFER
LAVAND
MANUT
QUARTO
RAIOX
UBS-1
ULTRA
UTI

UNIDADES FUNCIONAIS:

UNIDADE FUNCIONAL: 1 - AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE


UNIDADE FUNCIONAL: 2 - AMBULATÓRIO
UNIDADE FUNCIONAL 2 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 2 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL: 3 - ATENDIMENTO IMEDIATO
UNIDADE FUNCIONAL 3 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL: 4 - INTERNAÇÃO
UNIDADE FUNCIONAL 4 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 4 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 4 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL: 5 - APOIO AO DIAGNÓSTICO E TERAPIA
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO4
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO5
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO6
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO7
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO8
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO9
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO10
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO11
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO12
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO13
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO14
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO15
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO16
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO17
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO18
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO19
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO20
UNIDADE FUNCIONAL 5 - CONTINUAÇÃO21
UNIDADE FUNCIONAL: 6 - APOIO TÉCNICO
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO4
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO5
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO6
UNIDADE FUNCIONAL 6 - CONTINUAÇÃO7
UNIDADE FUNCIONAL: 7 - ENSINO E PESQUISA
UNIDADE FUNCIONAL: 8 - APOIO ADMINISTRATIVO
UNIDADE FUNCIONAL: 9 - APOIO LOGÍSTICO
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO1
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO2
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO3
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO4
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO5
UNIDADE FUNCIONAL 9 - CONTINUAÇÃO6

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA

1. CAMPOS, J. Q. - Hospital Moderno - Administração Humanizada - São


Paulo: Editora LTR, 1974.
2. CAMPOS, J. Q. - Hospital - A Lei e a Ética - São Paulo: Editora LTR,
1978.
3. CAMPOS, J. Q. - Hospital e sua Organização Administrativa - São
Paulo: Editora LTR, 1979.
4. CAMPOS, J. Q. - Hospital e seu Planejamento - São Paulo: Editora
LTR, 1980.
5. CAMPOS, J. Q. - Hospital e sua Humanização - São Paulo: Editora LTR,
1982.
6. CAMPOS, J. Q. - O Administrador e a Organização Hospitalar - São Paulo:
Editora LTR, 1984.
7. CAMPOS, J. Q. - Planejamento e Administração de Saúde - Senado Federal,
Centro Gráfico, 1984.
8. CAMPOS, J. Q. - Administração dos Serviços de Saúde - São Paulo:
Editora LTR, 1985.
9. CAMPOS, J. Q. - O Hospital no Contexto Empresarial - São Paulo: Editora
LTR, 1986.
10. CAMPOS, J. Q. - Assistência Médico-Hospitalar no Brasil - São Paulo:
Editora LTR, 1986.
11. CAMPOS, J. Q. TINÔCO; A. F. - Política e Planejamento de Saúde - São
Paulo: Editora LTR, 1986.
12. CAMPOS, J. Q. et al - Introdução à Saúde Pública - São Paulo: Editora
LTR, 1987.
13. CAMPOS, J. Q. - Saúde em Concordata - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1988.
14. CAMPOS, J. Q. - Manual de Administração dos Serviços de Saúde - São
Paulo: Editora LTR, 1989 - VOL. I e II
15. CAMPOS, J. Q.; MAUDONNET; R. B. - Administração Hospitalar - São
Paulo: Editora JOTACÊ, 1988.
16. CAMPOS, J. Q. et al - Fundamentos de Saúde Pública - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1989 - VOLs. I, II e III
17. CAMPOS, J. Q. - Administração de Saúde - Quatro Décadas de
Vivência - São Paulo: Editora JOTACÊ, 1990.
18. CAMPOS, J. Q. - Fundamentos de Planejamento e Organização dos
Serviços de Saúde - 1990 - VOLs. I e II
19. CAMPOS, J. Q. - Fundamentos de Saúde Pública e Administração - São
Paulo: Editora JOTACÊ, 1991.
20. CAMPOS, J. Q. - Saúde e Administração - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1991.
21. CAMPOS, J. Q. - Noções de Planejamento e Organização
Hospitalar - São Paulo: Editora JOTACÊ, 1991.
22. CAMPOS, J. Q. - Erros Médicos - Como Evitá-los - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1992.
23. CAMPOS, J. Q. - Fundamentos de Administração Sanitária - São Paulo:
Editora JOTACÊ, 1992.
24. CAMPOS, J. Q. - Política e Sistema de Saúde - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1993.
25. CAMPOS, J. Q. - A Comunicação na Educação Sanitária - São Paulo:
Editora JOTACÊ, 1993.
26. CAMPOS, J. Q. et al - Controle da Qualidade Hospitalar:
Classificação e Custos - São Paulo: Editora JOTACÊ, 1993.
27. CAMPOS, J. Q. et al - Bases Doutrinárias da Administração
Sanitária - São Paulo: Editora JOTACÊ, 1994.
28. CAMPOS, J. Q. - Noções de Organização Sanitária - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1994.
29. CAMPOS, J. Q. - Saúde e Educação Sanitária - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1995.
30. CAMPOS, J. Q. - Planejamento Hospitalar - São Paulo - Editora
JOTACÊ, 1995.
31. CAMPOS, J. Q. - Doutrina da Administração Sanitária - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1995.
32. CAMPOS, J. Q. - Municipalização e Educação Sanitária - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1996.
33. CAMPOS, J. Q. - Técnicas de Organização Sanitária - São Paulo: Editora
JOTACÊ, 1996.
34. CAMPOS, J. Q. - Memórias de um Administrador de Saúde no País
Tupiniquim - São Paulo: Editora JOTACÊ, 1996.
35. CAMPOS, J. Q. - A Mulher na Administração - Questionamentos e
Vitórias - São Paulo: Editora JOTACÊ, 1997.

Os serviços de Arte Gráfica para a Editora Jotacê são efetuados por:

Carmencita Alves Serrão


Rua Vila Prudente, 127 - Apto. 44C
CEP.: 03152-160 - São Paulo, SP
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-TÍTULO IV-
COMENTÁRIOS ADICIONAIS À PORTARIA 1884

FOTO - MÁRCIA
SUMÁRIO - TÍTULO IV
1. ANÁLISE DA PORTARIA 1884
2. PLANEJAMENTO DO PROJETO DE EAS
3. PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE UM EAS
SETOR DE MANUTENÇÃO (ADMINISTRAÇÃO)
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ANÁLISE DA PORTARIA 1884 - TÍTULO IV

INTRODUÇÃO
A Portaria 1884/94/GM de 11/11/94 aprova as normas para análise e aprovação de
Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (E.A.S.) apresentadas no Anexo I
da referida Portaria. Faz citação para as normas serem observadas em todo território nacional,
na área pública ou privada e para construções novas, ampliações e reformas de áreas
existentes, inclusive, as Secretarias Estaduais e Municipais poderão estabelecer normas de
caráter supletivo ou complementar atendendo assim às especificidades locais.
A aprovação de projetos físicos de um E.A.S. requer paciência e tempo disponível.
Muitos arquitetos apontam a demora das análises dos projetos pelos profissionais dos Órgãos
Públicos, o atendimento por parte dos funcionários e técnicos desses órgãos, muitas vezes
insatisfatórios, alguns dos motivos do início da construção antes da aprovação do projeto e da
obtenção do respectivo alvará de construção, isto é, levanta-se o edifício e depois protocola-se
plantas e memoriais nos Órgãos Públicos para análise e aprovação.
Essa situação ocorre pela deficiência e falta de infra-estrutura no setor de
aprovação e fiscalização de órgãos e conselhos de classe combinado à falta de recursos das
instituições, quando munidos de verba se apressam em utilizá-las, para atender uma população
carente em serviços de saúde e ainda, outros motivos favorecem tal atitude.
Outro fator é a falta de familiaridade, por parte dos profissionais, com as legislações,
desde a fase do curso de graduação onde recebe pouco enfoque no desenvolvimento de
projetos ou trabalhos.
Devido a verba destinada para a fase de projeto e aprovação ser mínima e/ou a
falta de hábito de se trabalhar em equipe multidisciplinar, por parte de muitos arquitetos, e ainda,
talvez por inexperiência em realização de projetos de serviços de saúde demostrando
desconhecimento da complexidade de alguns tipos de EAS, os projetos apresentados para
análise e aprovação muitas vezes não são acompanhados dos projetos de instalações prediais.
Para minimizar as várias dificuldades encontradas pelos arquitetos na elaboração e
aprovação de projetos serão abordados os tópicos da Portaria 1884/94 de suma importância na
elaboração de um projeto físico de EAS.
Quanto à apresentação da Portaria 1884/94:
A Portaria 1884/94 é dividida em três partes:
A Parte I aborda as legislações a serem observadas, terminologia, fases do projeto
(estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo), responsabilidades, apresentação de
desenhos e documentos, formato das folhas de desenho, padronização gráfica de desenhos,
memoriais descritivos acompanhados de especificações, memórias de cálculo, quantificações e
orçamento, tipos e siglas adotadas (legenda), aprovação de projetos.
A Parte II apresenta a Programação Físico-Funcional dos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde com a Organização Físico-Funcional (atribuições e listagem das
atividades) e os ambientes dos EAS quanto ao dimensionamento, quantificação e instalações.
As informações estão apresentadas na forma de tabelas e as instalações em
legenda, com as respectivas referências no início do capítulo, assim como as instruções para
uso das tabelas.
A Parte III apresenta os critérios para projetos de EAS. São eles: circulações
externas e internas, condições ambientais de conforto, condições ambientais de controle de
infecção hospitalar, instalações prediais ordinárias e especiais e condições de segurança contra
incêndio.
Muitas vezes, na ânsia de atender as solicitações do cliente ou na pressa da
aprovação por parte do mesmo, o profissional acaba comprometendo outros fatores ou até
mesmo não dedicando mais atenção às barreiras físicas para controle de infecção hospitalar,
condições ambientais de conforto entre outros.
Metodologia apresentada pela Portaria 1884/94:
Atualmente os arquitetos possuem uma legislação bem elaborada e principalmente,
com uma metodologia indicando o caminho a ser percorrido para um bom planejamento e
desenvolvimento do projeto. Isto não evita as várias dificuldades e interrogações a serem
enfrentadas pelo profissional mas, facilita a compreensão de muitas exigências técnicas
solicitadas pelos técnicos de Órgãos Públicos, como por exemplo, do Setor de Vigilância
Sanitária da Secretaria da Saúde, trazendo benefícios para ambas as partes: o profissional do
Órgão Público e o responsável técnico do projeto e/ou proprietário.
Projetando dentro das normas os erros serão diminuídos pois a Portaria 1884
orienta em todas as etapas e a primeira citação refere-se aos documentos legais a serem
observados (normas, códigos, leis, entre outras). É de vital importância que o profissional faça a
leitura das legislações pertinentes ao projeto do EAS para posteriormente, junto aos técnicos do
respectivo Órgão Público, eliminar dúvidas e questionar algumas colocações com as quais não
concorde.
PARTE I - Projeto de EAS
Capítulo 1: Elaboração de Projetos Físicos
A Portaria 1884/94 apresenta a terminologia adotada e divide o desenvolvimento do
projeto em 3 fases: Estudo Preliminar, Projeto Básico e Projeto Executivo.
Estudo Preliminar: surgirá após a elaboração do Programa de Necessidades, o qual
auxiliará na definição de espaços, atividades e equipamentos básicos (médico - hospitalares e
de infra-estrutura). Na maioria das vezes, o profissional passa a desenvolver o projeto (estudo
preliminar) sem o programa de necessidades, talvez por falta de conhecimento de sua
importância faz utilização de sua observação, algumas informações fornecidas pelo interessado
e pelo técnico do Órgão Público, leitura superficial das legislações e, é claro, de sua intuição.
Desconhecendo ou ignorando as informações contidas nesta etapa constante na referida
Portaria, verifica-se muitos erros e posteriormente novos gastos para reformas.
Nesta fase abordam-se a implantação da edificação ou edificações no terreno,
acessos, estacionamentos e outros, possíveis expansões, número de edificações, o uso e
locações aproximadas, número de pavimentos, esquemas de zoneamento do conjunto de
atividades, as circulações e organização volumétrica, esquemas de infra-estrutura de serviços e
atendimento às normas de uso e ocupação do solo.
Os desenhos devem ser acompanhados de um relatório contendo: memorial
justificativo do partido adotado e da solução escolhida, sua descrição e características principais,
as demandas a serem atendidas e o pré dimensionamento da edificação.
Ao iniciar o Estudo Preliminar convém observar as orientações contidas, isto evitará
erros como: zoneamento inadequado, acesso que prejudica outras circulações ou atividades,
locação inadequada de equipamentos de infra-estrutura, vagas de estacionamento onde há
poste, hidrante ou árvore, interferência no entorno urbano, entre outros.
Ao desenvolver um Programa Básico das Instalações: elétrica e eletrônica,
climatização, hidráulica e fluido mecânica, provavelmente muitas propostas serão repensadas
após verificar outras necessidades no projeto físico para assim comportar estas instalações.
Quanto às instalações: desenvolve-se um Programa Básico com o objetivo de
compatibilizar as diretrizes básicas das instalações com o estudo preliminar arquitetônico.
Projeto Básico: a solução adotada no Estudo Preliminar recebe elaboração e
apresentação técnica. Representa-se graficamente com plantas, cortes e fachadas em escalas
não inferior a 1:100, indicando materiais de construção, acabamento e dimensões, locação de
equipamentos fixos (louças sanitárias, balcões e armários, equipamentos médico - hospitalares
de maior porte e de infra-estrutura), posição dos leitos, onde for o caso.
Acompanha um relatório técnico contendo o memorial descritivo do partido adotado,
atividades que irão ocorrer no interior do EAS, quadro do número de leitos discriminando-os
(internação, observação, tratamento intensivo), especificação básica de materiais e
equipamentos de infra-estrutura.
Quanto às instalações: baseado no projeto arquitetônico e de estrutura elabora-se o
projeto básico das instalações.
Fica difícil a análise do projeto, por parte do técnico do Órgão Público, quando da
aprovação, se as informações não forem completas. A apresentação dos materiais de
revestimento, acabamento de superfícies e indicações sobre lavatórios da equipe de saúde com
fechamento automático da torneira para avaliar a questão da otimização do controle de infecção
hospitalar, notas referentes às sinalizações de segurança (material radioativo, resíduo infectante,
acesso restrito) locação de equipamentos fixos para verificar espaço de manutenção, operação,
circulação, abertura das portas entre outros, pode comprometer o conforto dos funcionários e
usuários, a locação dos leitos respeitando as distâncias estabelecidas na norma auxilia no
atendimento, recepção, remoção e transporte do paciente.
Os memoriais descritivo e de atividades deverão conter as informações detalhadas
para verificar se atende as legislações pertinentes e não apresenta incompatibilidade com o
projeto. Os procedimentos descritos detalhadamente facilita a verificação da complexidade dos
mesmos e a necessidade na definição de salas adequadas e de ambientes de apoio.
Projeto Executivo: deverá apresentar as informações gráficas necessárias para a
implantação da edificação ou edificações no terreno, orçamento, interpretação dos elementos,
fixação de prazos e execução das obras.
Quanto às instalações: deverá ser executado o projeto executivo em consonância
com o projeto arquitetônico e de estrutura para a execução das obras de acordo com os
padrões.
Após a abordagem das três (3) fases de desenvolvimento do projeto, memoriais e
projeto de instalações, o arquiteto encontra esclarecimentos sobre:
· Responsabilidades;
· Apresentação de desenhos e documentos (formato das folhas de desenho;
padronização gráfica de desenhos; memoriais descritivos, especificações, memórias de cálculo,
quantificações e orçamento;
· Tipos e siglas adotadas;
· Avaliação de projetos com parecer técnico descrevendo: adequação ao
programa arquitetônico às atividades propostas pelo EAS, funcionalidade do edifício,
dimensionamento dos ambientes, instalações ordinárias e especiais, especificação básica dos
materiais;
· Procedimentos quando a edificação é objeto de reforma ou adequações,
privilegiando-se os fluxos de trabalho/material/paciente; e
· Obras financiadas pelo Ministério da Saúde: documentação, parecer técnico,
orçamento analítico, tabela resumo do orçamento do estabelecimento.
PARTE II - Programação Físico-Funcional dos EAS
Capítulo 2: Organização Físico-Funcional
Apresenta as atribuições em número de nove (9) e a listagem de atividades de cada
atribuição. São nove (9) as atribuições:
1. Realização básica de ações de saúde;
2. Prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime
ambulatorial;
3. Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde;
4. Prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação;
5. Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia;
6. Prestação de serviços de apoio técnico;
7. Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa;
8. Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa; e
9. Prestação de serviços de apoio logístico.
Esta parte auxilia o profissional a listar as atividades para a elaboração do memorial
de atividades e de serviços a ser apresentado nos Órgãos Públicos.
A listagem de atividades, das nove atribuições acima apresentadas, devem ser
detalhadas junto com a equipe de saúde antes de apresentar aos técnicos do órgão competente
de análise e aprovação o que promoverá uma análise mais eficiente e rápida.
A Portaria facilita a compreensão do arquiteto em relação às várias Unidades -
Funcionais de um EAS, o enquadramento do seu projeto de acordo com as atribuições e
atividades que nele serão desenvolvidas.
Capítulo 3: Dimensionamento, Quantificação e Instalações prediais dos Ambientes
Este capítulo, otimiza a continuidade do projeto abordando os seguintes itens:
· Dimensionamento, quantificação e instalações prediais dos ambientes;
· Ambientes do EAS;
· Instruções para uso das tabelas de ambientes;
· Legenda; e
· Tabela dos ambientes por atribuição ou unidade - funcional.
A tabela apresentada demonstra a quantificação mínima de ambientes para cada
unidade funcional e a área mínima necessária para cada ambiente. No entanto, é comum o
projeto apresentado para análise e aprovação não conseguir atingir as exigências contidas na
Norma, sendo estas duas referências as mais difíceis de serem atendidas por parte do arquiteto
junto com as exigências das barreiras físicas e de fluxos adequados de serviços e materiais.
PARTE III - Critérios para projetos de EAS
Capítulo 4: Circulações externas e internas
· Acessos;
· Estacionamentos;
· Circulações horizontais; e
· Circulações verticais.
As informações sobre os itens acima são imprescindíveis para o conforto, a
funcionalidade, a agilidade no atendimento, a relação de contiguidade e flexibilidade, as quais
devem ser observadas no projeto.
Capítulo 5: Condições Ambientais de Conforto
· Conforto higrotérmico e qualidade do ar;
· Conforto acústico; e
· Conforto luminoso a partir de fonte natural.
O usuário do EAS, o funcionário (observar legislação pertinente à Saúde do
trabalhador) e alguns equipamentos devem estar em ambientes com condições de conforto.
Capítulo 6: Condições Ambientais de Controle de Infecção Hospitalar abordando:
1.1. Conceituação básica
1.2. Critérios de projeto constando de:
1.2.1. Estudo Preliminar, considerando:
· Localização do EAS;
· Zoneamento das unidades e ambientes funcionais, segundo sua sensibilidade a
risco de transmissão de infecção: áreas críticas, semi - críticas e não - críticas; e
· Circulações, quanto a elementos limpos e sujos.
1.2.2. Projeto Básico, considerando:
· Barreiras físicas: vestiários de barreira nos compartimentos destinados à
realização de procedimentos assépticos, ao preparo e cocção, proporcionar condições de
processamento de roupas;
· Processamento de roupas;
· Quarto privativo de isolamento;
· Fluxos de trabalho (processamento de roupa, nutrição e dietética, central de
material esterilizado);
· Distribuição de água;
· Colocação de lavatórios (compartimentos destinado à internação de pacientes
adultos e infantis, destinados ao preparo e cocção de alimentos e mamadeiras e à realização de
procedimentos cirúrgicos e de parto;
· Ralos; e
· Localização das salas de utilidades.
Esta parte deve ser atendida no projeto e apresentada com todas as informações
necessárias para promover as Precauções Universais (P.U.) em ambientes adequados.
1.2.3. Projeto Executivo, especificando:
· Acabamentos de paredes, pisos e tetos;
· Forros;
· Lâmpadas germicidas;
· Banheiras terapêuticas;
· Elevadores, monta - cargas e tubulões;
· Bidês;
· Renovação de ar em áreas críticas; e
· Animais sinantrópicos (insetos, pombos, roedores, baratas, pulgas, aqueles
animais que coabitam com o Homem).
Para o setor de limpeza e higiene operar em condições favoráveis, visando
economia, tempo disponível, facilidade de manutenção, redução de mão-de-obra, entre outros,
deve-se observar os itens acima no projeto e prever em pontos estratégicos ou em cada unidade
funcional, sala de utilidades com tanque e depósito de material de limpeza com tanque,
favorecendo as atividades de limpeza.
Capítulo 7: Instalações Prediais Ordinárias e Especiais:
· Hidro - sanitárias;
· Elétricas e eletrônicas;
· Fluido - mecânicas;
· Consumo de oxigênio, ar comprimido, vácuo e óxido nitroso; e
· Instalação de climatização.
Os projetos e dimensionamentos deverão ser elaborados por profissionais
habilitados.
Capítulo 8: Condições de Segurança contra Incêndio:
· Estudo preliminar: acessibilidade, setorização e compartimentação, setores de
risco especial;
· Projeto básico: materiais construtivos estruturais, aberturas, portas, vias de
escape (escada, elevadores,);
· Projeto executivo: sinalização de segurança, instalações de proteção contra
incêndio;
· Normas Brasileiras referentes à Segurança contra Incêndio em Edificações
urbanas a serem observadas; e
· Glossário
Esta introdução visa apresentar o conteúdo resumido da Portaria 1884/94 para
facilitar sua consulta e, ressaltar a importância desta Norma fornecendo subsídios para
elaboração de projetos físicos.

2. PLANEJAMENTO DO PROJETO DE EAS - TÍTULO IV

2.1. Importância da equipe multidisciplinar


O desenvolvimento do projeto de um Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS)
deve ser antecipado de um planejamento adequado visando atender as necessidades da
comunidade, evitando dessa forma, construções às vezes faraônicas e inviáveis
financeiramente, levando a edificação ao abandono antes mesmo do funcionamento. Esse
planejamento deve ser organizado por uma equipe de profissionais da área da saúde
conhecedores do dia a dia do EAS a fim de elaborar um Programa de Necessidades, o mais
completo possível e, em consonância com a comunidade para enquadrá-lo ao recurso
disponível, de forma organizada e coerente com as prioridades locais já definidas. Cabe ao
consultor hospitalar coordenar o desenvolvimento dos trabalhos.
Com o Programa de Necessidades em mãos, as ações de saúde e os objetivos a
serem atingidos, defini-se as atribuições do EAS e as atividades.
Portanto, a formação da equipe de saúde multidisciplinar deverá ser composta de
profissionais dedicados a atender os interesses da comunidade e a desenvolver uma política de
saúde. O planejamento é de vital importância para o projeto e o futuro empreendimento.
Durante o desenvolvimento do Estudo Preliminar, a equipe multidisciplinar fornecerá
ao arquiteto informações sobre as atividades, equipamentos a serem instalados, mobiliário,
bancadas, pias, entre outros, auxiliando na definição do fluxo adequado, evitando dessa forma
cruzamentos indesejáveis e comprometedores no controle da infecção hospitalar, na qualidade
dos serviços de saúde e na produtividade dos funcionários. Por exemplo, uma Unidade de
Serviços de Terapia Renal Substitutiva deverá apresentar salas com procedimentos de alta
complexidade e ambientes de apoio, os quais, o arquiteto pode desconhecer, pois na formação
profissional, esses procedimentos e as instalações da área física, respeitando tais
procedimentos, raramente são abordados. Portanto, faz-se necessário a colaboração da equipe
multidisciplinar para auxiliar no desenvolvimento do projeto. Outros exemplos: laboratório de
análises clínicas, unidades de diagnóstico e terapia (com utilização de modernos equipamentos)
e outros.
A equipe deverá acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos do arquiteto.
2.2. Diagnóstico de Saúde da Área
O diagnóstico auxilia no mapeamento da área, facilita o conhecimento e a
compreensão. Com o diagnóstico de saúde realiza-se a verificação dos fatores condicionantes
para as informações obtidas através da análise dos dados. O desenvolvimento do projeto das
instalações de área física a ser executado deve atender o programa de saúde pública local,
resultado dessa análise.
A elaboração do projeto pode apresentar como objetivo a intervenção positiva na
área, quando necessário e possível, visando minimizar as dificuldades enfrentadas pela
comunidade.
Diagnóstico de Saúde da Área: coleta-se informações através de pesquisa e
levantamento de dados de um município ou comunidade. São elas:
1. Histórico: processo de ocupação - principais acontecimentos político -
administrativos - sócio - econômicos, culturais em médico - sanitários - estrutura atual de
Governo.
2. Aspectos físicos: localização - extensão territorial - limites - distância entre os
núcleos populacionais mais importantes da região - principais componentes do relevo - tipo e
utilização dos recursos hídricos - características climáticas - potencialidades do solo -
importância ecológica da flora e da fauna.
3. Aspectos econômicos: número de estabelecimentos - porte, atividade e mão de
obra empregada - produção dos diversos setores comparados com a produção regional e
estadual - receita e despesa pública por itens de aplicação.
4. Aspectos sociais: rede escolar de acordo com Entidades Mantenedoras,
número de alunos, grau de ensino, localização e déficit - número de domicílios por tipo de
construção, por tipo de utilização e déficit habitacional - Associação, por tipo de atividade e
localização - Entidades e eventos de cultura e lazer - Instituições Previdenciárias - Estrutura
Judiciária e de Segurança Pública - Divisão da área em conglomerados de acordo com suas
afinidades sócio - econômicas e culturais.
5. Infra-estrutura urbana: transportes - vias e logradouros públicos - condições de
trânsito - oferta e consumo de energia elétrica - órgãos de comunicação por tipo e alcance -
sistema de abastecimento.
6. Aspectos demográficos: população por sexo e idade - densidade demográfica -
crescimento - distribuição urbana rural - migração - nível de instrução - nível de emprego por tipo
e atividade - classes de renda.
7. Morbi - mortalidade: esperança de vida - mortalidade infantil - mortalidade
proporcional por doenças, por faixas etárias e por sub-áreas - incidência e prevalência das
principais endemias.
8. Condições de saneamento: distribuição da população por tipo de abastecimento
de água, por tipo de destino de dejetos e por tipo de coleta e destino do lixo - síntese das
condições do sistema de saneamento básico - poluição ambiental solo, atmosfera e recursos
hídricos) - controle de vetores - controle de roedores - controle de zoonoses - fiscalização da
alimentação pública.
9. Recursos de saúde: profissionais de saúde por 1.000 habitantes - leitos
hospitalares por 1.000 habitantes - Unidades de Saúde por localização, porte, elenco de
atividades, cobertura e Entidade.
Geralmente, a falta de saneamento básico pode indicar a prevalência de alguns
sintomas ou doenças na população local, indústrias altamente poluidoras comprometem a saúde
da população apresentando problemas respiratórios entre outros, a falta de recursos de saúde,
de meios de comunicação divulgando auto - cuidados, programas preventivos e outras formas de
prevenção de doenças, podem facilitar a compreensão de dados alarmantes referentes a morbi -
mortalidade e assim, a formação do diagnóstico de saúde da área colabora com o Programa de
Necessidades local.
2.3. Disponibilidade Financeira
Sem planejamento é difícil avaliar se o Estabelecimento Assistencial de Saúde
(EAS), a ser construído, está enquadrado ao recurso financeiro disponível, pois, deve-se levar
em consideração, não apenas o custo da obra, mas também o custo dos equipamentos,
mobiliário, recursos humanos, manutenção da instituição, entre outros.
A definição das atribuições, as respectivas atividades e a Programação Físico-
Funcional deve estar em consonância com a programação orçamentária. Portanto, o
planejamento deve prever um projeto conceitual constando de: programa operacional com
estrutura organizada abordando as atividades, os recursos tecnológicos e humanos necessários.
Em seguida, elabora-se um programa físico com espaços definidos para verificar a viabilidade
econômico-financeira , isto é, de acordo com a receita ou recurso financeiro. Esta análise deve
resultar o planejamento gerencial e o financeiro referencial.
No projeto básico em fase mais elaborada, acompanhando o desenvolvimento do
projeto e o respectivo levantamento de dados e custos, define-se o plano gerencial e o
planejamento financeiro básico estimado, baseado na etapa anterior: planejamento gerencial e
no financeiro referencial.
No projeto executivo, arquiteto e construtora elaboram o Cronograma de Obras para
realizar o controle dos gastos em cada fase, instrumento importante de análise e controle para o
cumprimento desse orçamento.
2.4. Atribuições e atividades
Mediante o Programa de Necessidades defini-se as Atribuições do Estabelecimento
Assistencial de Saúde (EAS), ou seja, Modelos Funcionais de EAS. Cada atribuição possui um
grupo de atividades a serem listadas. É de suma importância verificar as atividades
desenvolvidas em cada ambiente da unidade para proporcionar funcionalidade, conforto e fluxo
adequado.
A definição das “atribuições de apoio” não deverá ser esquecida ou colocada em
segundo plano, pois atenderá as “atribuições - fim”. Essa fase do planejamento auxiliará o
arquiteto na elaboração do programa Físico-Funcional de um estabelecimento específico, o qual
deverá atender as necessidades da instituição, do local, da região e até mesmo do estado. Para
tanto, a decisão será em conjunto: gestores, técnicos e representantes da comunidade
envolvida.
2.5. Programa Físico-Funcional
Após a elaboração das atribuições e atividades, a equipe multidisciplinar organiza o
Programa Físico-Funcional baseando-se no Programa de Necessidades, para buscar a melhoria
da qualidade de vida do futuro usuário.
Constará da apresentação e organização do dimensionamento, quantificação (um
ambiente pode ser necessário mais de uma vez em uma unidade) e instalações prediais de cada
ambiente.
A definição do dimensionamento e da quantificação de cada ambiente, com suas
respectivas atividades, vão permitir composições as quais definirá o tipo de EAS a ser
implantado, análise de compatibilidade do ambiente, com avaliação das relações de
contiguidade, neutralidade ou de incompatibilidade com outros ambientes, o desenvolvimento da
representação volumétrica da edificação ou edificações no terreno e sua adequação ao local,
pois são muitas as condicionantes a serem consideradas, entre elas: topografia e geometria do
terreno, insolação, zoneamento, entre outras e o impacto ambiental quanto à implantação física
do estabelecimento e as interferências a serem realizadas no entorno.
As instalações prediais de cada ambiente levará à definição dos locais para a
instalação de Casa de Máquinas, de gases, tubulações, dutos, acessos internos para
manutenção dessas instalações e externos para reposição e substituições.

3. PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE UM EAS - TÍTULO IV

PARTE I - INTRODUÇÃO
Sabemos das dificuldades para o hospital apresentar uma manutenção que atenda,
pelo menos, os requisitos mínimos para funcionar com qualidade nos serviços de saúde. O
Serviço de Manutenção Hospitalar enfrenta a complexidade da instituição, a falta de verba e o
despreparo de profissionais na gestão deste setor. Em geral, o ponto de referência, o escritório
da manutenção, quando existe, encontra-se em porões, subsolos, compartimentos
enclausurados ou ainda, barracões provisórios construídos de madeira. Essa apresentação do
setor já demonstra a falta de conhecimento sobre a importância de uma gestão planejada e
programada da Manutenção.
É comum encontrarmos na chefia da manutenção profissionais não habilitados, sem
a apresentação de curso técnico ou nível superior. Dessa forma, fica difícil o hospital apresentar
planejamento do setor de manutenção com programas de treinamento aos funcionários, rotinas
escritas, setor de cadastro de plantas, equipamentos e outros devidamente organizado.
Enquanto os administradores continuarem ignorando o setor de manutenção sendo este
relacionado diretamente com a qualidade dos serviços de saúde, os hospitais continuarão
doentes e distantes do objetivo: assistir pessoas, prevenir doenças, tratar e reabilitar pacientes,
escola prática para elevação do padrão profissional e centro de pesquisas.
PARTE II - ETAPAS DA MANUTENÇÃO
O serviço de manutenção deve ser planejado com programas de manutenção, os
quais devem incluir as etapas de: Arquitetura de Manutenção ou Manutenção Preditiva,
Manutenção Operacional e Continuidade Operacional.
1. Arquitetura de Manutenção ou Manutenção Preditiva: o arquiteto ao elaborar o
projeto do Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) deve considerar, na fase dos estudos
preliminares, as instalações prediais necessárias, em conformidade com as normas e legislações
pertinentes, para prever locais para a instalação desses equipamentos, de forma a viabilizar o
projeto da área física e da respectiva instalação considerando as várias condicionantes, entre
elas, a funcionalidade, economia e segurança.
Para atender no futuro, a Manutenção Operacional é necessário prever também os
acessos para realizar os serviços de manutenção das várias instalações sem prejudicar o
andamento dos serviços de saúde, portanto a Arquitetura de Manutenção ou Manutenção
Preditiva deve promover condições para realização desses serviços.
2. Manutenção Operacional: um projeto de EAS, elaborado de forma a considerar
o desempenho dos serviços nessa fase, determinará a Manutenção Operacional, a qual deverá
abranger a Manutenção Administrativa, Manutenção Preventiva e a Manutenção Corretiva.
2.1. Manutenção Administrativa: trata-se da manutenção programada e para o
planejamento dessa programação considera fatores, de segurança, de eficiência,
custo/benefício, entre outros. Engloba a Manutenção Preventiva e a Manutenção Corretiva.
2.2. Manutenção Preventiva: se realiza através de serviços antes do aparecimento
de falhas, com visitas periódicas programadas para vistoria de locais e equipamentos no intuito
de mantê-los em condições adequadas de uso e ainda atingir o limite de vida útil do
equipamento ou material. Nesta etapa, incluem-se as manutenções de: rotina e a preventiva
condicionada.
2.2.1. Manutenção de Rotina (limpeza periódica de bueiros, calhas, filtros de ar
condicionado, caixas d’água, apertos de parafusos, revisão elétrica, inspeção do telhado, portas,
esquadrias, entre outros) visando atender todas as unidades funcionais do EAS através da visita
periódica programada.
2.2.2. Manutenção Preventiva Condicionada aplicada nos equipamentos,
máquinas e aparelhos, com instrumentos de detecção de falhas, apropriados, para assim mantê-
los regulados e verificar pequenas falhas seja no aparelho ou nos itens que o compõe.
2.3. Manutenção Corretiva: se realiza na operação de consertos, trocas e
substituições. É necessária incluí-la na programação mas, com a presença da manutenção
preventiva e administrativa bem operadas a manutenção corretiva fica menos onerosa e
freqüente.
2.3.1. Manutenção Vigilante: faz parte desta etapa e requer um funcionário
encarregado deste serviço para realizar reparos e consertos freqüentes, com conhecimento de
serviços gerais, para atender às solicitações de válvula de descarga disparada, vazamento de
torneiras, lâmpadas que não acendem, tomadas que não funcionam, entre outros.
3. Continuidade Operacional: Um EAS está sujeito a modificações como
acréscimo de área física, aquisição de novos equipamentos ou novas instalações prediais. Estas
operações não devem comprometer o funcionamento do EAS existente e o aumento dos custos.
PARTE III - ESTRUTURA DO PROGRAMA DE MANUTENÇÃO
Para elaborar um programa de manutenção é necessário organizar o setor e o
primeiro passo é obter todas as informações necessárias para o desenvolvimento do programa
de manutenção de forma a facilitar as tarefas e o controle. Para tanto torna-se imprescindível:
1. CADASTRO DO PATRIMÔNIO:
· Edifícios;
· Benfeitorias;
· Instalações;
· Equipamentos e aparelhos;
· Áreas externas;
· Projetos atualizados (“as built”) e,
· Outros.
1.1. cadastro de edifícios: projeto completo dos edifícios constando:
· identificação de cada edifício;
· localização;
· uso e atribuições;
· locação de equipamentos fixos;
· cortes, fachadas e detalhamentos.
1.2. benfeitorias: trata-se da listagem de benfeitorias realizadas e suas
características devidamente especificadas e a serem executadas por ordem de prioridades com
cálculo do recurso financeiro a ser dispensado.
1.3. instalações prediais: relação das instalações, plantas, detalhamentos e
dimensionamento.
1.4. cadastro de equipamentos e aparelhos: trata-se da listagem de todos os
equipamentos, aparelhos, máquinas, constando:
· nome, identificação, marca, modelo, data de aquisição, tempo de garantia;
· função;
· número de referência;
· características elétricas, eletrônicas, mecânicas e hidráulicas;
· localização;
· instruções e recomendações;
· medidas de segurança;
· vida útil: tempo de uso, procedência, produção, conservação, solicitações a que
se encontra submetido;
· estoque mínimo, controle de prazos para obtenção de componente de
reposição, inclusive de importados;
· peças vitais: reposição automática de estoque;
· cotejo entre equipamento instalado e equipamento de última geração;
· avaliação conserto/substituição (equipamento existente por novo ou atualizado)
em função do custo, eficiência, progresso e despesas de conservação;
· aquisições - acompanhamento na especificação, fabricação e recebimento;
· colocação de etiquetas nos equipamentos, constando data de inspeção,
lubrificação, substituição, responsável e outras indicações;
· outras conforme necessidade.
1.5. áreas externas:
· muros;
· estacionamento;
· jardins;
· pavimentação;
· instalações de telefone público, caixas eletrônicos e outros;
· rampas e escadas;
· postes;
· hidrantes e outros.
1.6. projetos atualizados (‘as built”):
· planta da área física (projeto completo e atualizado);
· planta detalhada das instalações e o respectivo dimensionamento;
· planta com locação dos equipamentos fixos.
PARTE IV - ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA DE MANUTENÇÃO
Atualmente, encontra-se no mercado programas para a organização do setor de
manutenção, específicos para computadores. Trata-se de um recurso da informática que não
deve ser desprezado pelos administradores pela agilidade, segurança e economia no decorrer
do tempo, facilitando posteriormente um planejamento confiável.
A Organização Geral deve estar a cargo da Manutenção Administrativa.
1. Competências da Manutenção Administrativa:
· definir o sistema de organização;
· detalhar o programa de manutenção (incluindo as etapas);
· cadastrar o pessoal do setor incluindo número, especialidades, qualificação,
treinamento;
· determinar as tarefas de responsabilidade por encarregado;
· definir áreas de atribuição por encarregado e responsabilidades por defeitos,
falhas e reclamações;
· determinar as tarefas de responsabilidade por encarregado;
· estabelecer a freqüência de inspeção e visitas às unidades;
· estabelecer freqüência de treinamentos;
· manter de forma organizada arquivo de manuais de instrução, catálogos de
equipamentos, projetos, roteiros e outros;
· registrar e controlar o número e a natureza de solicitações de emergências;
· estabelecer sistema de requisições e controle;
· proceder a contratação de serviços de terceiros;
· elaborar Programação orçamentária: avaliar dispêndios;
· levantar dados estatísticos, análise e interpretação;
· elaborar relatórios, resultados, informações e conclusões;
· planejar e executar os serviços de retirada de equipamentos e aparelhos para
revisão e/ou consertos mediante anuência das respectivas chefias;
· protocolar toda a retirada, saída ou devolução de materiais, aparelhos ou
equipamentos;
· informar ao requisitante o recebimento de material solicitado, tão logo
cadastrado pelo almoxarifado.
2. Normas, rotinas escritas e treinamento:
· Atribuições, obrigações e procedimentos escritos em número de vias
necessárias, sendo uma delas entregue ao funcionário;
· Programa de inspeção, lubrificação, vistoria e requisitos específicos;
· Cópia para o funcionário das recomendações dos fabricantes, particularidades
do equipamento e cuidados.
3. Arquivos:
· Arquivo de projetos atualizados;
· Relação de aparelhos, equipamentos, mobiliário, ferramentas e outros com suas
respectivas características;
· Arquivo de catálogos;
· Biblioteca técnica;
· Arquivo de instruções e de detalhes de montagem referentes a instalação,
conservação e operação;
· Normas, rotinas e instruções de uso;
· Cadastro de fabricantes, fornecedores, firmas de manutenção, de consertos e de
mão - de - obra especializada;
· Cadastro de estoque de peças e reposição estocadas no almoxarifado;
· Cadastro de cursos, de formação, especialização e de aperfeiçoamento em
todas as áreas pertinentes ao setor.
V - RECURSOS HUMANOS
O setor de manutenção pode ser formado com:
1. pessoal próprio: vantagem de estar sempre disponível, familiarizado com o
local, o pessoal, suas instalações e equipamentos e desvantagem da falta de especialização,
ociosidade ou falta do funcionário, diversificação de equipes, congestionamento de serviços.
2. contrato com terceiros: vantagem de evitar formação de diversas equipes,
solucionar acúmulos de serviços, pessoal e equipamentos especializados, maior eficácia e
flexibilidade e transferência de responsabilidade e desvantagem da rotatividade de pessoal,
dispêndio com treinamento e controle, presença de pessoal estranho no hospital e falta de
vínculo.
3. equipe mista: os serviços gerais e de rotina ficam a cargo do pessoal próprio e
os serviços especializados a cargo de terceiros. A mais recomendável, se forem definidas as
atribuições.
4. lista de profissionais, especialidades e atribuições para atender as mais
diversas necessidades: profissionais com especialização, qualificação ou habilidade nas
seguintes funções: pedreiro, pintor, tapeceiro, mecânico, serralheiro, eletrecista, encanador,
marceneiro, lustrador, ferramenteiro, jardineiro, servente de limpeza, almoxarife, apontador,
engenheiro nas diversas especialidades, chefias e outros.
5. o Ministério do Trabalho estabelece normas sobre:
· movimentação, armazenagem e manuseio de materiais;
· máquinas e equipamentos;
· caldeiras, fornos e equipamentos sobre pressão;
· atividades insalubres ou perigosas;
· prevenção da fadiga; e
· dá outras medidas especiais de proteção.
O Setor de Manutenção deve observar os itens acima, demais legislações
pertinentes e prover de Equipamento de Proteção Individual (E.P.I.) e fiscalizar a obrigatoriedade
do seu uso.
VI - ÁREA FÍSICA
O Setor de Manutenção deve ser projetado para desenvolver os trabalhos de forma
organizada, segura e confortável.
Quanto às edificações: apresentar requisitos técnicos que garantam perfeita
segurança aos que nela trabalham.
· pé-direito com altura mínima de 3,00m podendo ser reduzida desde que não
prejudique o conforto térmico e de iluminação e de acordo com a natureza do trabalho, em
concordância com o Órgão competente.
· Pisos: não podem possuir saliências ou depressões que prejudiquem a
circulação dos funcionários e visitantes, quando for o caso, ou o transporte de materiais.
· As aberturas nos pisos e paredes (ex.: monta - cargas) devem receber proteção
para impedir a queda de pessoas ou objetos.
· As paredes, pisos, escadas e rampas de acesso deverão apresentar higiene,
asseio, condições de segurança e manutenção.
· Prever iluminação adequada às atividades desenvolvidas, natural ou artificial,
distribuídas uniformemente evitando ofuscamentos.
· A ventilação deverá ser natural e estar em conformidade com a natureza do
trabalho, devendo possuir complementação da ventilação artificial quando a natural não for
suficiente.
· Quando for o caso, em ambientes desconfortáveis, o funcionário deve utilizar
vestimentas adequadas ou recursos de barreiras, capelas e outros.
Quanto aos ambientes necessários para a Unidade de Manutenção:
1. Área de recepção e inspeção de equipamentos, mobiliário e utensílios: as
dimensões deste ambiente de trabalho deve ser 10% da área das oficinas.
2. Almoxarifado: local para guarda e estoque de peças de reposição.
3. Oficinas: é interessante prever uma oficina de manutenção para reparos,
pequenos consertos e revisões periódicas de alguns equipamentos, utensílios ou mobiliário.
Para os diversos equipamentos utilizados são várias as oficinas para manutenção; são elas:
serralheria, marcenaria e carpintaria, pintura, elétrica, hidráulica, refrigeração, gasotécnica,
mecânica, eletrônica, eletromecânica, ótica, mecânica fina, usinagem estofaria.
Dependendo das atividades do EAS e da política administrativa adotada (no caso
de terceirização) não será necessário dotar a instituição de várias oficinas.
4. Depósitos: convém prever depósito de equipamentos, utensílios e mobiliário
para consertos ou reparos, em ambientes separados, ou ainda, organizados no mesmo local. A
idéia é evitar o entulho de móveis, aparelhos entre outros, nos locais de trabalho, vestiários,
rouparia, sala de utilidades e outros ambientes. Em visitas para vistoria é comum esta
observação, não recomendada pelos técnicos, pois dificulta a limpeza, ocupa espaço para o
desenvolvimento do trabalho dos funcionários e pode prejudicar o controle do setor de
manutenção. Dessa forma, esses equipamentos poderão aguardar o conserto em local
apropriado.
O depósito de inservíveis não deve ser esquecido, pois, até definir destino dos
materiais não mais aproveitados pela instituição devem ser estocados em local próprio para não
comprometer a organização do setor de manutenção.
5. Sala de espera: o setor de manutenção deve possuir uma sala para recepcionar
fiscais, representantes de firmas, técnicos, funcionários, entre outros.
6. Escritório: para os serviços administrativos, com espaço suficiente para atender
o número de funcionários com conforto, considerando mobiliário e equipamentos (computadores,
fax, entre outros).
7. Sala de reunião: o setor de manutenção possui funcionários diferenciados em
vários graus de instrução, habilidades e qualificações. Isto requer um ambiente apropriado para
instruções de trabalho, realização da programação dos serviços, reuniões com funcionários,
fiscais, fornecedores entre outros, não sendo necessário apresentar grandes dimensões,
atendendo apenas as necessidades do setor.
8. Arquivo/biblioteca técnica: importante para consultas e na realização doa
programação dos serviços, evita falhas, diminui tempo de serviço e custos. Dificilmente encontra-
se nas instituições arquivo e biblioteca e quando possuem algum material pertinente não
apresentam um ambiente adequado e organizado, na maioria das vezes trata-se de alguns
catálogos, contratos, folhetos informativos em pastas em armário junto com outros documentos
não pertinentes ao Setor de Manutenção.
9. Local para guarda de ferramenta: para o encarregado dos serviços do dia a dia
e para os demais, este local devidamente organizado e controlado instrumentaliza o funcionário
para a realização dos serviços com precisão, evitando a demora na procura das ferramentas ou
ainda descobrir em momento inoportuno que a ferramenta não está em condições de uso. Este
local deve ser organizado e vistoriado periodicamente para reposições.
10. Instalações sanitárias: quando a Unidade de Manutenção estiver fora das
dependências do EAS deve-se prever instalações sanitárias próximas às oficinas e junto ao setor
administrativo da manutenção.
O leitor poderá acrescentar ou retirar ambientes da listagem acima sugerida,
conforme localização do Setor de Manutenção (dentro ou fora do EAS), atendendo da melhor
forma às necessidades, inclusive verificando o zoneamento das Unidades - Funcionais e a
localização das oficinas quando necessário existir no EAS, devido a ruídos, poeira, entre outros,
e o dimensionamento considerando o porte dos equipamentos e máquinas e o número de
funcionários no local.

SETOR DE MANUTENÇÃO (ADMINISTRAÇÃO)

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - TÍTULO IV

BROSS, J. C. et NETO, S. L. - Apostila Gerenciamento de Obras Hospitalares do


Instituto de Engenharia - São Paulo, 1991.
CAMPOS, J. Q. et al - O Diagnóstico e sua Importância na Saúde Pública - São
Paulo: Editora Jotacê, 1998.
CAMPOS, J. Q. et PEINADO, M. - Fundamentos de Arquitetura Hospitalar - São
Paulo, Editora Jotacê, 1998.
KARMAN, J. - Manutenção Hospitalar Preditiva - São Paulo, Editora Pini, 1994.
MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS - Segurança e Medicina do Trabalho - 40 ª
edição, São Paulo, Editora Atlas S.A., 1998.
MINISTÉRIO DA SAÚDE - Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde - Imprensa Nacional, Brasília, 1994.

-TÍTULO V-
CONFORTO AMBIENTAL DOS ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE
SAÚDE
Sônia D’Agosto Gorga
FOTO - SÔNIA
SUMÁRIO - TÍTULO V
1. INTRODUÇÃO
2. CONFORTO ACÚSTICO
QUADRO - NÍVEL DE RUÍDO
3. CONFORTO TÉRMICO
FIGURA 1 - ESQUEMA DE VENTILAÇÃO URBANA EM CLIMAS ÚMIDOS
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4 - DISTÂNCIA ENTRE OBSTÁCULO E EDIFICAÇÃO COM RELAÇÃO AO
SENTIDO DA VENTILAÇÃO INTERNA
FIGURA 5 - EXEMPLO DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS VAZIOS
FIGURA 6 - EXEMPLO DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS INTERNOS
VAZIOS
FIGURA 7 - EXEMPLOS DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS
PARCIALMENTE DIVIDIDOS
FIGURA 8 - EXEMPLOS DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE AMBIENTES QUE
DISPÕEM DE ABERTURAS LOCALIZADAS EM FACHADAS OPOSTAS
FIGURA 9 - EXEMPLOS DE INFLUÊNCIA FAVORÁVEL À VENTILAÇÃO QUE A
VEGETAÇÃO PODE PROPORCIONAR
4. ILUMINAÇÃO
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
5. COR
QUADRO - CORES
6. SINALIZAÇÃO VISUAL
7. ERGONOMIA
8. PROJETOS ARQUITETÔNICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS
DE SAÚDE
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE1
CENTRO DE SAÚDE
CENTRO DE SAÚDE1
CENTRO DE SAÚDE2
CENTRO DE SAÚDE3
UNIDADE CORONARIANA
9. BIBLIOGRAFIA

1. INTRODUÇÃO - TÍTULO V
O homem é capaz de adaptar-se nas mais diversas condições ambientais, porém
isto exige muito esforço e energia.
Os edifícios destinados à saúde abrigam uma série de atividades e estas para
serem bem desenvolvidas, proporcionando ao paciente e ao profissional da saúde condições de
conforto ambiental, é necessário que os projetos arquitetônicos e de engenharia busquem no
conceito do planejamento do espaço; condições de conforto térmico, acústico, visual, luminoso,
um bom estudo ergonométrico dos ambientes, enfim, de modo holístico, através de soluções
concretas, a percepção sensível do conforto ambiental.
O grande desafio dos projetos arquitetônicos para a saúde está em trazer
elementos, símbolos e signos, que auxiliem na recuperação do paciente. O estresse ocasionado
pela ocorrência de situações, atendimento de pessoas em risco de vida ou em sofrimento é uma
constante, isto torna, principalmente o hospital, um espaço muito temido pelos seus usuários.
Para o paciente, o conforto ambiental representa a possibilidade de minimização do estresse
permanência; para os profissionais a possibilidade de realizar tarefas e procedimentos com
maior segurança e eficiência.
A percepção ambiental pode variar de acordo com as características do edifício,
ocasionando comportamentos e reações. A capacidade de concentração diminui, a atenção se
deteriora, dentro de faixas de conforto humano relacionados à temperatura, velocidade e
umidade do ar, som, e outros: assim como estes elementos podem ser benéficos e estimulantes
quando o projeto é fruto de um estudo dos fatores ambientais.
O conceito de projeto para os edifícios destinados à saúde foi mudando no decorrer
do tempo. Ao buscarmos na história pensamentos que influenciaram trabalhos de arquitetos,
chegamos ao tempo de Hipócrates, pai da medicina. Segundo Mumford, no livro A cidade na
História, quando descreve o funcionamento da rede de cidades gregas, articulada a Atenas, faz
atenção a cidade de Cós.
Cós foi o centro do qual um novo conceito de saúde se irradiou: ao mesmo tempo
Sanatório, Hospital e Centro de Pesquisas Médicas, onde amadureceu o pensamento médico.
Esse centro era apenas um conjunto de edificações utilitárias, como ocorre nos modernos
hospitais. O centro médico de Cós apresentava conceitualmente, em seu plano de organização,
a idéia de claustro, de retiro e de dedicação interior.
Munford acentua que os médicos de Cós conheciam as qualidades curativas da
reclusão e da beleza do espaço e da ordem. O centro médico ficava numa pequena ilha, célebre
por suas uvas e amoreiras e por sua seda delicada. Da ilha apontavam-se amplas vistas
marinhas, libertando os pacientes da opressão e desconforto da aglomeração, da desordem, dos
odores e ruídos da cidade grega.
Ao fazer uma análise reflexiva sobre a qualidade dos espaços para a saúde, e sua
influência positiva ou negativa na recuperação dos pacientes, apontar estes exemplos na história
são necessários. A cidade de Cós, levanta o questionamento de como implantar estes edifícios,
principalmente na malha urbana, dos grandes centros, levando em conta o conforto ambiental.
Os projetos arquitetônicos deveriam ter como uma das premissas de partido o
estudo de impactos da relação edifício e cidade, edifício e meio ambiente e as influências destas
relações para conforto do homem tanto no uso do edifício como da cidade.
O estudo do conforto ambiental, deve partir do estudo do ser humano do seu tempo,
comportamentos e tendências, a sua realidade econômica, social, cultural, geográfica, enfim
parâmetros que orientarão a definição de um partido arquitetônico, seja ele, de uma nova
construção, reforma e ampliação. Esta conceituação levará a respostas particulares de soluções
arquitetônicas.
Os edifícios para saúde, representam para os seus projetistas, sempre um grande
desafio, pois, compatibilizar critérios como funcionalidade, flexibilidade, conforto ambiental,
cumprimento de programas Físico-Funcionais, viabilidade econômica do empreendimento, enfim
uma série de necessidades, acompanhadas de restrições e facilidades.
Elencamos neste trabalho algumas características que podem ser discutidas para
avaliar as condições de conforto ambiental, num projeto ou em um edifício já construído na
saúde, incluem: conforto acústico; conforto térmico; iluminação; cor; sinalização visual; e
ergonomia
2. CONFORTO ACÚSTICO - TÍTULO V
A complexidade funcional dos edifícios para a saúde tem modificado principalmente
a imagem do hospital, tornando-o um espaço acusticamente silencioso.
A proteção contra ruídos tem a finalidade de preservar o sossego, a saúde a
capacidade de trabalho e permitir sempre a boa audição.
A mecanização da vida moderna afetou os espaços urbanos e arquitetônicos com
uma intensidade e continuidade de ruído produzido. Este desconforto poderá somente ser
minimizado ou solucionado através do planejamento: ambiental, urbano e arquitetônico.
O plano diretor de uma cidade deveria prever no seu zoneamento um isolamento
das fontes de ruído para o bem-estar da população nos seus espaços de permanência. A rua é
um dos grandes exemplos, ocupada por veículos, o intenso trânsito, invade as edificações com
seus rumores. Os projetistas enfrentam grandes desafios, entre eles:
· implantar o edifício no terreno de tal forma que os recuos sirvam de barreiras e
filtros, minimizando o desconforto acústico
· na proposta de setorização das unidades hospitalares evitar localizar as áreas
de permanência prolongada, principalmente internação, para as faces mais barulhentas ou
produtoras de maior ruído (tráfego intenso, indústria, e outros)
· controlar o nível de ruído dentro do edifício; ocasionados por elevadores,
equipamentos, ventiladores, vozes humanas, impactos, e outros.
A arquitetura muda no decorrer do tempo o seu conjunto de prioridades. O controle
de ruídos deve entrar na base teórica do projeto, compatibilizando criação, tecnologia e
condições ambientais para a saúde e bem estar.
A qualidade do som ambiente, outra importante premissa do projeto, interfere na
percepção do espaço sensível, aliviando a monotonia ou a tensão dos ambientes hospitalares.
2.1. PROBLEMAS ACÚSTICOS
Qualquer problema acústico é resolvido com a aplicação sensata de princípios
básicos. Porém projetar espaços acusticamente bem resolvidos, representa um trabalho mais
complexo.
A boa acústica dos ambientes para a saúde deverá ser definida e planejada na fase
de projetação, pois a adaptação é quase sempre onerosa e difícil. Além do mais, certos ruídos e
vibrações danosas, não previstas no projeto, ou na escolha do terreno, ou na construção não
terão como ser eliminados posteriormente; somente poucos são passíveis de serem sanados.
O agrupamento barulhento, com por exemplo o agrupamento industrial de hospitais
requer localização específica, e sempre que possível apoiado em solo firme; esse agrupamento
abrange: casa de caldeiras, casa de força, grupo eletrógeno, transformadores, bombas de
vácuo, bombas de água, compressores de ar, equipamentos de ar-condicionado, torre de
arrefecimento, compressores de câmara frigorífica, lavandeira, oficinas de manutenção e outros.
Entre esse agrupamento, gerador de ruídos, incluem-se o acesso de caminhões, o
pátio de serviços, a doca de carga e descarga de suprimentos, inclusive de cilindros de oxigênio,
protóxido de nitrogênio e CO2; bujões de gás e “drewer” de gás hélio.
Interferem também para a elevação do nível de decibéis do recinto, os veículos
coletores de resíduos hospitalares, carros-pipa, carros de oxigênio líquido e de descarga de óleo
combustível.
Exemplo de Ruídos e Vibrações
Entre os vários ruídos e vibrações que afligem os hospitais, podem se apontados:
· ruídos transmitidos ao longo de forros falsos e “shafts”(efeito de tubo acústico);
· ruídos produzidos por descarga de bacia sanitária;
· por estação redutora de pressão de vapor, inadequadamente localizada e
instalada
· vibrações transmitidas às paredes por dutos não isolados (principalmente dutos
alimentadores de caixa d’água elevada);
· barulho característico de enchimento de reservatório de água, por inserção
insuficiente do duto de entrada na água;
· zunido de bomba elevatória de água, transmitido à parede por duto de
alimentação, por falta de intercalação de duto elástico de isolamento (borracha ou outro) junto à
saída de bomba;
· idem, quanto à vibração de dutos de insuflação de ar-condicionado e outros;
· motores e bombas instalados sem base antivibratória;
· gerador de eletricidade desprovido de adequado escapamento;
· ventilador de gerador elétrico direcionado e voltado contra o hospital;
· revestimento de piso de corredor de unidade de internação executado com
material refletor de som, ao invés de absorvente;
· sala espera acusticamente imprópria para a função de “Espera”, a ponto da
unidade de saúde ter de recorrer a cartazes exigindo silêncio, tolhendo a liberdade dos pacientes
e acompanhantes, normalmente apreensivos, angustiados e agitados;
· balança de precisão afetada por falta de apoio elástico, antivibratório.
Ruídos Preventíveis
Exemplos de ruídos incômodos que são possíveis de prevenção ou amenização
pela manutenção, decorrentes ou provocados por:
· ranger de rodízios de carrinhos, por falta de lubrificação ou manutenção;
· tilintar de frascos durante o transporte;
· batida de portas, por falta de mola amortecedora;
· batida de alça de balde de limpeza;
· reator de luminárias;
· zumbido de transformador do sistema de sinalização;
· bebedouro de água gelada;
· alto falante, campainha, telefone;
· brusca condensação de vapor em contato com água fria, não purgada em
câmara externa de autoclave e outros;
· batida de bandejas e panelas em copas;
· vibração ritmada do respirador Bird em UTI, por falta de divisórias envidraçadas;
· outros.
De mais difícil eliminação são os ruídos oriundos de:
· aspirador de pó;
· enceradeira elétrica;
· máquina de lavar e aspirar água de piso;
· exaustor;
· outros.
Exigências Humanas Quanto ao Conforto Acústico
O nível de ruído de um ambiente é medido em decibéis. Um decibel é igual a uma
pressão sonora de 0.0002 DINAS/cm2. Uma DINA é a força que se exercida durante um
segundo, moverá um grama um centímetro.
O quadro abaixo, extraído de “Modern Hospital” de Ervin Pusep, relaciona o nível de
ruídos com as exigências humanas quanto a conforto acústico.
QUADRO - NÍVEL DE RUÍDO
Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), os níveis de ruído
aceitáveis para os ambientes de saúde são:
Hospitais e Consultórios Médicos:
Enfermarias e quartos 40 Db
Recepção, sala de espera 60 Db
Sala de cirurgia 35 Db
Lavanderia 65 Db
Conclusão
O item conforto acústico é uma das premissas no desenvolvimento de projetos
humanizados para os estabelecimentos assistenciais de saúde. Proteger o pacientes de ruídos,
de sons que possam ser estressantes para a sua recuperação e proporcionar uma acústica
agradável, reconfortante, saudável; faz parte do partido arquitetônico a ser concebido.
3. CONFORTO TÉRMICO - TÍTULO V
As condições de conforto térmico são variáveis. Para esta avaliação é necessário
analisar se o indivíduo está devidamente vestido, o seu estado de saúde ou de aclimatização.
As condições de conforto térmico variam com as condições ambientais que
proporcionam a sensação de conforto; habitantes de um clima quente e úmido possuem uma
sensação de conforto diferente de habitantes de um clima temperado.
Ao estudar o conforto térmico dos diversos ambientes de um estabelecimento
assistencial de saúde é necessário identificar o tipo de atividade desenvolvida, sua vestimenta,
as variáveis do ambiente que proporcionam as trocas de calor com o meio ambiente. Além disso
devem ser consideradas variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares.
Para a arquitetura oferecer condições de conforto; deve se adequar ao clima local
aonde ela será implantada.
Dentre as varáveis climáticas que caracterizam uma região pode-se identificar as
que mais interferem nos espaços construídos:
· o oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa
· quantidade de radiação solar incidente
· grau de nebulosidade do céu
· predominância da época e sentido dos ventos e índices pluviométricos
Nas regiões predominantemente quentes do Brasil a arquitetura deve contribuir no
sentido de minimizar as diferenças entre as temperaturas externas e internas do ar. Buscar
soluções através de recursos naturais é uma grandes metas de projeto, logicamente que em
condições climáticas muito rígidas não poderá ser possível, mas mesmo nestes casos
desenvolver propostas que maximizem o desempenho térmico natural; reduzam a utilização de
equipamentos de refrigeração ou aquecimento; possibilitem a não utilização destes
equipamentos em épocas em que as condições climáticas são menores.
A escolha de um partido arquitetônico de um estabelecimento assistencial de saúde
voltado para o conforto térmico deve considerar o clima brasileiro. Tomamos neste estudo o
exemplo de dois climas extremos: o clima quente e seco e o quente úmido.
3.1. CLIMA QUENTE SECO E A ARQUITETURA
As diferenças quanto a umidade relativa do ar vão gerar partidos arquitetônicos
distintos em função da variação da temperatura diária, definindo as vantagens ou não da
ventilação interna.
Tomando-se como referência a amplitude climática de um clima seco, por exemplo,
o da cidade de Brasília, onde a mínima (noturna) é de 15,4 °C e a máxima (diurna) de 30,7°C; a
arquitetura nestes climas quentes e secos deveria possibilitar durante o dia temperaturas
internas abaixo das externas, e durante a noite, acima. A ventilação não seria útil, pois o vento
externo estaria, em um mesmo instante, ou mais frio ou mais quente que a temperatura do ar
interno.
Neste sentido podem-se adotar partidos arquitetônicos que busquem :
· amortecer o calor recebido e atrasar o número de horas que este calor levará
para atravessar os vedos da edificação, atingindo o interior à noite, quando a temperatura
externa está em declínio. Escolher materiais construtivos capazes de armazenar o calor diurno,
evitando ou minimizando a penetração nos ambientes.
· considerar no projeto o tamanho das aberturas. Tomando como exemplo
Brasília, onde não há a conveniência da ventilação, pode-se ter pequenas aberturas, o que
facilitará a proteção da excessiva radiação solar direta. É também vantajoso propor soluções
construtivas mais compactas, possibilitando a menor exposição das superfícies à radiação solar
e ao vento portador de poeira em suspensão.
Ao estudar a implantação dos edifícios na cidade e no terreno podem ser pensadas
soluções que aproximem as construções de modo a fazerem sombras umas às outras.
Em clima quente e seco a vegetação deve funcionar como barreira aos ventos, além
de naturalmente reter parte da poeira em suspensão no ar.
Os espaços abertos nestes climas podem conter espelhos de água, chafarizes, e
outras soluções. A umidificação que esta água ao se evaporar trará ao ar próximo permitirá maior
sensação de conforto às pessoas. O uso da água incorporado às construções é um forte
elemento de alteração do microclima e de conforto ambiental.
3.2. CLIMA QUENTE E ÚMIDO E A ARQUITETURA
Com relação ao clima quente úmido, decisões quanto ao partido arquitetônico dos
estabelecimentos assistênciais de saúde são bastante distintas das adotadas para o clima
quente seco.
A variação da temperatura noturna não é tão significativa neste clima que cause
sensação de frio, mas suficiente para provocar alívio térmico; a ventilação noturna é bastante
desejável.
Com estas características climáticas podemos adotar partidos arquitetônicos que
busquem:
· prever aberturas suficientemente grandes para permitir a ventilação nas horas
do dia que a temperatura externa está mais baixa que a interna.
· proteger as aberturas da radiação solar direta, mas não fazer destas proteções
obstáculos dos ventos.
· não dificultar a retirada do calor interno armazenado durante o dia, prejudicando
o resfriamento da construção quando a temperatura externa noturna está mais agradável que a
interna. Nesse sentido devem ser escolhidos elementos isolantes nos vedos, para impedir
grande parte da penetração do calor da radiação solar pelos vedos, gerando calor interno em
demasia.
· a cobertura deve seguir o mesmo tratamento dos vedos, com elementos
isolantes ou espaços de ar ventilado, os quais tem com característica retirar o calor que
atravessa as telhas e que deste modo não penetrará nos ambientes.
· utilizar a vegetação de modo não impedir a passagem dos ventos, o que dará a
limitação da altura mínima das copas, de modo a produzirem sombra, mas não servirem de
barreira quanto a circulação do ar.
Ao propor a implantação do edifício na cidade e no lote urbano, permitir que a
ventilação atinja todas as construções e possibilite a ventilação cruzada nos seus interiores. O
partido arquitetônico deve viabilizar construções alongadas no sentido perpendicular ao vento
dominante.
FIGURA 1 - ESQUEMA DE VENTILAÇÃO URBANA EM CLIMAS ÚMIDOS (figura
retirada do livro Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota)
3.3. CLIMAS QUENTES E AS CORES EXTERNAS
A pintura externa das construções em climas quentes deve ser de preferência em
cores claras, pois refletirão mais a radiação solar e portanto menos calor atravessará as
vedações.
3.4. CLIMAS TEMPERADOS
Em climas temperados a decisão a ser adotada no partido arquitetônico deve
analisar a umidade relativa do ar, a variação de umidade relativa e diária e a quantidade de
radiação recebida nas estações do ano mais importante: o inverno e o verão, bem como índices
de pluviosidade.
Com o rigor tanto do frio como do calor buscar soluções que permitam tanto a
ventilação cruzada intensa, como o fechamento hermético das aberturas para ventos frios.
A proteção às aberturas devem ser móveis a fim de permitir a penetração da
radiação solar quando desejável.
A proposta de implantação da construção tanto no contexto urbano quanto do lote
devem favorecer às necessidades de insolação em relação às características dos rigores
climáticos locais.
3.5. CONTROLE DA RADIAÇÃO SOLAR
CLIMATIZAÇÃO NATURAL DAS EDIFICAÇÕES
A previsão da carga térmica a ser gerada no interior de um estabelecimento de
saúde é fundamental para definição do partido arquitetônico a ser adotado, sendo em função das
exigências funcionais e humanas, para os diferentes climas.
As fontes de carga térmica interna dos edifícios podem ser classificadas como:
1. presença humana
2. sistemas de iluminação artificial
3. motores e equipamentos
4. processos industriais
5. calor solar
1. Ganhos de Calor Devidos a Presença Humana
A quantidade de calor dissipada pelo organismo para o ambiente depende
essencialmente da sua atividade, quanto maior for esta atividade maior será a quantidade de
calor perdido, variando de 80 (repouso) a 1200 kilocalorias/h (competição ou trabalho pesado).
Este fenômeno é chamado metabolismo.
Existe conforto térmico quando as condições ambientais permitem que o
metabolismo (calor a ser emitido pelo corpo) ocorra normalmente.
2. Ganhos de Calor Devidos ao Sistema de Iluminação Artificial.
A conversão de energia elétrica em luz gera calor sensível. Este calor é dissipado
por radiação, para as superfícies circundantes, por condução, através dos materiais adjacentes,
e por convecção para o ar.
Lâmpadas incandescentes convertem apenas 10% de sua potência elétrica em luz,
90% se transforma em calor.
Lâmpadas fluorescentes convertem 25% da sua potência elétrica em luz, 75% se
transforma em calor. O reator da lâmpada fluorescente fornece mais 25% da potência nominal da
lâmpada, sob forma de calor para o ambiente.
3. Ganhos de Calor Devidos a Motores e Equipamentos
O calor dissipado por motores para o ambiente é em função de sua potência e de
suas características. Em geral, os motores de potência mais baixa tem menor rendimento.
No que se refere aos equipamentos, adota-se como calor cedido ao ambiente cerca
de 60% da potência nominal dos aparelhos elétricos. No caso de ambientes de saúde, é
importante verificar as especificações técnicas dos diversos equipamentos médico-hospitalares à
serem instalados quanto ao calor cedido aos ambientes.
4. Ganhos de Calor Advindos de Processos Industriais
Há alguns processos industriais que envolvem grandes cargas térmicas. Nos
hospitais o funcionamento de lavanderias e cozinhas, geram cargas térmicas para os ambientes.
É necessário um estudo específico destes, a fim de buscar mecanismos de trocas térmicas.
5. Ganhos de Calor Solar
O sol incidindo sobre o edifício irá representar um ganho de calor, sendo maior ou
menor em função da intensidade da radiação solar e das características térmicas dos materiais.
A radiação solar, como variável climática, deve ser medida. Porém a obtenção
dessas medições são complexas devido ao movimento do sol e a conversão dos dados. Os
instrumentos existentes registram dados referentes à incidência sobre plano normal aos raios e
são necessários dados relativos à radiação incidente sobre as fachadas e cobertura dos
edifícios.
Os dados relativos à intensidade da radiação solar incidente sobre as superfícies
podem ser calculados por meio de fórmulas, e informações sobre latitude, da data, da altitude,
da nebulosidade, da poluição do ar, e outros, e também da orientação do plano de incidência.
Estes dados podem ser apresentados em forma de tabelas e gráficos.
3.6. VENTILAÇÃO NATURAL
A ventilação proporciona a renovação do ar dos ambientes, sendo fundamental para
a higiene e conforto térmico em regiões de clima temperado no verão e de clima quente e úmido.
A renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de calor e a
desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes, e outros. A ventilação pode ser feita
por meios mecânicos, sistemas de climatização artificial, porém abordaremos neste trabalho
apenas a ventilação natural como um dos meios de controle térmico dos ambientes funcionais
que demandam de sistemas comuns de controle das condições ambientais quanto a renovação
do ar.
A conservação de energia no ambiente hospitalar é um importante tema à ser
abordado no conceito do projeto, construção e manutenção, portanto a ênfase nos sistemas
naturais de conforto térmico.
A ventilação natural é feita através de aberturas no edifício, umas funcionando como
entrada e outras como saída. Assim, as aberturas deverão ser dimensionados e posicionados
para favorecer o melhor fluxo de ar no ambiente.
3.7. CRITÉRIOS DE VENTILAÇÃO DOS AMBIENTES
O primeiro critério de ventilação dos ambientes se baseia nas exigências humanas
de suprimento de oxigênio e diluição da concentração de gás carbônico.
A presença humana representa interferência nas condições térmico-higrométricas
ambientais que devem ser analisadas e consideradas no projeto.
Outra importante função da ventilação é a remoção do excesso de calor dos
ambientes.
3.8. VENTILAÇÃO POR AÇÃO DOS VENTOS
A diferença de pressões exercida sobre o edifício pode ser causada pela ação dos
ventos. O vento, considerado aqui como ar que se desloca paralelamente ao solo em movimento
lamelar, ao encontrar um obstáculo, o edifício, sofre um desvio de seus filetes e ultrapassando o
obstáculo, tende a retomar o regime lamelar.
A figura 2 mostra as paredes expostas ao vento e estarão sujeitas a pressões
positivas, enquanto as paredes não expostas ao vento e a superfície horizontal superior estarão
sujeitas a pressões negativas.
A figura 3 mostra uma situação de um ambiente ventilado pela abertura de vãos em
paredes sujeitas a pressões positivas para a entrada do ar, e em paredes sujeitas a pressões
negativas para a saída do ar.
A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos ventos com
relação ao edifício e ao fato de estar disposto às correntes de ar ou protegido por qualquer outra
construção ou obstáculo. Uma outra condicionante é a velocidade do vento e o seu ângulo de
incidência.
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4 - DISTÂNCIA ENTRE OBSTÁCULO E EDIFICAÇÃO COM RELAÇÃO AO
SENTIDO DA VENTILAÇÃO INTERNA
FIGURA 5 - EXEMPLO DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS VAZIOS (em
planta)
FIGURA 6 - EXEMPLO DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS INTERNOS
VAZIOS (em planta)
FIGURA 7 - EXEMPLOS DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS
PARCIALMENTE DIVIDIDOS (em planta)
FIGURA 8 - EXEMPLOS DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE AMBIENTES QUE
DISPÕEM DE ABERTURAS LOCALIZADAS EM FACHADAS OPOSTAS (em corte)
FIGURA 9 - EXEMPLOS DE INFLUÊNCIA FAVORÁVEL À VENTILAÇÃO QUE A
VEGETAÇÃO PODE PROPORCIONAR
Observação : as figuras 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 foram retirada do livro manual de
conforto térmico, Anésia Barros Frota.
3.9. ITENS DE VERIFICAÇÃO ENTRE ARQUITETURA E CLIMA
São enumerados procedimentos para elaboração de estabelecimentos assistênciais
de saúde adequados aos distintos climas. Estes podem ser elencados como itens de verificação,
segundo os principais fatores envolvidos neste processo:
A. Dados climáticos relativos ao mês de Estudo
· temperatura do ar média mensal
· temperatura do ar média mensal das máximas
· temperatura média mensal das mínimas
· umidade relativa do ar, média mensal
· radiação solar direta para céu limpo, para as diversas orientações
· porcentagem média de nebulosidade
· direção e velocidade dos ventos
· caracterização do clima local
· latitude
· altitude
B. Adoção do partido arquitetônico em função das características climáticas
· forma mais apropriada
· orientação e dimensionamento das aberturas
· localização dos diversos blocos no espaço físico
· determinação da sombra projetada das edificações
· determinação das máscaras produzidas por obstruções às aberturas
· indicação de elementos externos de proteção da radiação solar (construções,
vegetações, e outros)
C. Determinação dos materiais adequados
· coeficiente global de transmissão térmica de cada material
· cor externa e interna
D. Avaliação da temperatura máxima resultante
· cálculo da temperatura interna máxima para as diversas alternativas de projeto
· comparação da temperatura interna máxima obtida com os índices de conforto
· há alternativa possível dentro dos limites da climatização natural ?
4. ILUMINAÇÃO - TÍTULO V
A iluminação dos estabelecimentos assistenciais de saúde variam nas diferentes
áreas e dependem das condições visuais necessárias para o diversos usuários; pacientes,
enfermeiras, médicos, e outros. O projeto deve atender tanto o conforto do paciente quanto do
corpo médico.
Permitir as visuais externas, utilizar adequadamente a luz natural e a iluminação
artificial é um fator fundamental para a manutenção da produtividade e de conforto psicológico
para todos os usuários do edifício. O uso equilibrado da iluminação natural e artificial introduz
benefícios inclusive terapêuticos para o paciente.
A iluminação natural é fundamental para a manutenção do relógio biológico do ser
humano, minimizando o estresse permanência em unidades de saúde, portanto evitar ambientes
sem iluminação natural é aconselhável. Luz significa vida.
4.1. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL
A cor da luz produzida pelas fontes de luz e refletida pelas superfícies internas, é
importante:
· Como fator que proporciona as melhores condições de tratamento- por exemplo
onde o diagnóstico do paciente relaciona-se com a cor ou modificação da cor da pele.
· Como fator psicológico, reduzindo a aparência institucional, principalmente do
hospital, e sugerindo uma atmosfera mais amiga, contribuindo assim para o restabelecimento do
paciente.
Poderá ser necessária uma iluminação livre de interferências nas áreas onde são
usados equipamentos eletrônicos, sensíveis a este tipo de radiação.
Iluminação de emergência deverá ser instalada em todas as áreas internas de
circulação, saídas e nas áreas onde a segurança e a vida possam ser colocadas em risco pela
ausência de luz.
4.1.1. Tipos De Fontes De Luz e Sua Manutenção
Lâmpadas Incandescentes
Circuitos de lâmpadas incandescentes sobrecarregados podem ser aliviados com a
substituição por lâmpadas fluorescentes, que consomem menos corrente para a mesma emissão
de luz (duas a quatro vezes mais lumens por W), porém de uma instalação inicial mais elevada.
Lâmpadas Fluorescente
Lâmpadas fluorescentes apresentam efeito estroboscópico minimizado quando
instalado aos pares e ligados a sistema elétrico tecnicamente correto com reatores de boa
qualidade e de alto fator de potência.
Em ambientes como de ressonância Magnética é vedada a instalação de luz
fluorescente.
A manutenção maior é feita a reatores e “starters”, a vida útil de lâmpadas é afetada
por excesso ou deficiência de tensão.
A manutenção deve certificar-se das condições dos “starters” e reatores na troca de
lâmpadas, para não afetar a sua duração. Reatores devem ter “alto fator de potência”.
Sempre que possível, deve-se optar por reatores de partida rápida, pois eles
possibilitam o acionamento imediato das lâmpadas, dispensando o uso de “starters”.
Lâmpadas descartadas não devem ser quebradas ou abandonadas, pois o vapor de
mercúrio e o pó, procedentes do revestimento interno do tubo, constituído por substância
fluorescente (composto fosforado) são prejudiciais à saúde.
Lâmpadas Germicidas
Lâmpadas ultravioleta, quando usadas, devem sê-lo com luminárias que assegurem
proteção à vista (prevenção de conjuntivite); porém pela sua limitada ação germicida e falso
sentimento de segurança, sua instalação em hospitais vem sendo descartada. O ministério da
Saúde não permite a utilização de radiação ultravioleta para a desinfecção ou esterilização de
superfícies ou artigos (Portaria num. 930, de 27 de agosto de 1992.
4.1.2. Controle
A substituição de lâmpadas, em geral, é mais bem executada, de forma mais direta
e menos burocrática, através de um giro diário da manutenção pelo hospital.
É importante a correta composição cromática, obtida por lâmpadas especiais ou
pelo conjunto de diferentes tipos de lâmpada, necessidade maior é sentida em especialidades
como dermatologia.
Iluminação excessiva onera a instituição e iluminação deficiente prejudica as
atividades. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) dispõem de normas que dão os
níveis recomendados de iluminância por ambiente específico (NBR - 5413).
4.1.3. Luminárias
Luminárias de teto (bem como forros removíveis, trilhos e outros) devem prevenir,
em ambientes limpos, queda de pó e detritos sobre campo operatório e outros; as luminárias de
ambientes não assépticos prescindem de protetores (acrílicos ou outros); em geral não são
eficientes por acumularem poeira e externamente por afetarem a iluminação, serem de difícil
manutenção, dispendiosos, volumosos e raramente estéticos.
4.1.4. Projeto de Iluminação nos Diversos Ambientes de Saúde
Quartos de pacientes
A iluminação desses quartos deverá ser feita de maneira a não causar um
ofuscamento desconfortável ao paciente, inclusive àqueles cujo campo de visão é somente o
teto, e para o corpo médico.
No caso de uso de lâmpadas fluorescentes, a cor da luz deverá ser escolhida com
cuidado.
Iluminação geral
A iluminação geral do quarto deverá ser suficiente para permitir trabalhos médicos e
domésticos de uma maneira mais adequada. Uma iluminação direta é preferida com esta
finalidade (fig. 10). A iluminância deverá ser entre 100 a 200 lux. O interruptor dessa iluminação
deverá ser situado na entrada.
Iluminação local sobre as camas
A iluminação local sobre as camas dos pacientes (fig. 11) deverá ser suficiente para
proporcionar boa iluminação para leitura, trabalhos manuais, e outros. Deverá ter uma
iluminância de 100 a 300 lux na parte superior, sobre a largura total da cama. O calor irradiado
deverá ser o menor possível. Deverá existir um interruptor ao alcance do paciente.
Iluminação para exames
No caso em que o exame ou tratamento do paciente não possa ser feito em um
quarto apropriado, poderão ser utilizadas luminárias complementares no quarto do paciente.
Somente a cama deverá ser iluminada com uma iluminância de no mínimo 1000 lux. A fonte de
luz também deverá ter as características de reprodução de cor adequadas.
Iluminação noturna
A iluminação noturna deverá ser suficiente para proporcionar a mínima iluminação
necessária para as enfermeiras e pacientes, a fim de que possam se locomover. Esta
corresponde a uma iluminância de 0,5 lux a altura do chão.
Iluminação noturna para observação
A iluminação noturna para a observação dos pacientes não deverá causar a mínima
perturbação aos outros pacientes. Uma iluminância entre 5 e 20 lux, restrito a cabeceira da cama
é recomendável. O interruptor colocado na cama não deverá ficar ao alcance do paciente.
Corredores
A iluminação nos corredores deverá estar relacionada à iluminação das áreas
adjacentes, de maneira que não exista diferença substancial nos iluminamentos. Isto, muitas
vezes significa que providências deverão ser tomadas para reduzir o luminamento do corredor
durante a noite.
Nos casos em que o corredor não recebe suficiente iluminação natural durante o
dia, a iluminação artificial deverá facilitar a adaptação visual, proporcionando uma luminância
relativamente elevada na parede oposta à porta do quarto iluminado pela luz do dia (fig. 12).
A distribuição assimétrica das luminária ao longo dos corredores é, ao mesmo
tempo, menos perturbadora para os pacientes que são transportados. A iluminância durante o
dia deverá ser de 200/300 lux. Esta deverá ser reduzida durante a noite para 3 a 5 lux, para
corredores com ligação direta aos quartos, 5 a 10 lux para corredores separados.
Quartos para exames
A iluminação para exame deverá ser planejada para possibilitar uma grande
variedade de tarefas visuais possíveis. Isto normalmente é obtido usando um sistema combinado
de iluminação geral e local. A iluminação geral e local deverão se igualar, tanto quanto possível,
em temperatura de cor (para lâmpadas fluorescentes 4000 K). A iluminância deverá ser entre
500 a 1000 lux.
Salas de operações
A iluminação da mesa de operações geralmente provém de uma unidade equipada
com um sistema óptico, com uma lâmpada incandescente de alta wattagem, ou um número de
pequenos refletores, cada um com uma lâmpada incandescente de baixa wattagem.
Usando-se somente uma lâmpada, esta deverá ser com um filamento duplo - o
filamento principal ligado à rede e o outro à rede de emergência, para proteção contra falha total.
Deverá ser possível a variação da intensidade dessa unidade em sincronismo com
a iluminação geral, para variar de conformidade com as necessidades.
A iluminância da mesa de operações é de 20000 / 30000 lux, no centro de uma área
de aproximadamente 500 cm2. A luz deverá atingir a mesa em um grande ângulo, para evitar
sombras indesejáveis causadas pelas mãos do cirurgião e pelos instrumentos.
A iluminância da iluminação geral (fig. 13) deverá ser, no mínimo, de 1000 lux. É
óbvio que não deverão existir dificuldades na adaptação visual, quando da passagem de áreas
adjacentes para a sala de operações. A iluminância nesses ambientes portanto, deverão ser de,
no mínimo 50% da iluminância da iluminação geral na sala: isto é, um mínimo de 500 lux. A cor
da luz deverá ser a mesma.
Quartos de tratamento intensivo
A iluminação deverá ser adequada a uma grande variedade de tarefas visuais.
Além disso, o sistema deverá incluir a possibilidade de modificar a iluminância de
uma maneira rápida, para satisfazer às condições de emergência.
A iluminação geral deverá poder variar de 300 lux a zero. Luminárias
complementares são necessárias para prover a iluminação local, usada para exame e
tratamento. Luminárias cirúrgicas portáteis deverão estar em disponibilidade.
São necessárias cortinas para protegerem os pacientes ao lado de iluminâncias
elevadas e perturbadoras.
Por razões psicológicas, a iluminação nessas áreas deverá ser, tanto quanto
possível, similar à iluminação do quarto do próprio paciente.
Salas de Raios-X
Para o posicionamento do paciente e para a manutenção do ambiente, uma
iluminação de 100 lux é suficiente, cujo fluxo luminoso possa ser regulado. Outras tarefas como
injeções, por exemplo, poderão necessitar de iluminação local.
Uma atmosfera institucional poderá ser evitada, complementando-se com luz
decorativa (por exemplo : uma luminária de parede proporcionando uma iluminação indireta,
confortável e de baixo nível).
Outros ambientes
Um hospital tem muitos outros recintos além dos mencionados. Provavelmente
existam laboratórios, escritórios, salas de conferência, áreas de recepção, quartos para terapia,
berçários, salas de incubação, cozinha, e uma variedade de áreas de serviço e comunicação.
Porém a iluminação é a mesma para em outros prédios.
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
Observação: As figuras 10, 11 e 12 foram retiradas do Manual de Iluminação Phillips
4.2. CONFORTO AMBIENTAL E A INTEGRAÇÃO DA LUZ, AR-CONDICIONADO E
ACÚSTICA
Existem uma série de requisitos a serem observados no ambiente a fim de atender
as respectivas funções para o qual o mesmo foi planejado. Esses requisitos são:
· O clima anterior
· A iluminação
· A acústica
O ar condicionado substitui a ventilação natural, a iluminação artificial complementa
a luz natural, ou a substitui totalmente, os melhoramentos acústico garantem a absorção dos
ruídos indesejáveis. Estas facilidades somente poderão ser eficientes se projetadas como um
sistema integrado coerente.
Ar-condicionado
A finalidade da instalação do ar-condicionado é para melhorar conforto, ou seja:
· Fornecer ar novo, extraindo o ar usado
· Resfriar e/ou aquecer um ambiente, de maneira que a temperatura exigida seja
mantida
· Manter a umidade relativa desejada
O clima interior deverá satisfazer os seguintes requisitos:
· Ar novo - mínimo 20 m3/h por pessoa
· Diferenças máximas de temperatura de ar na zona essencial
aquecimento - 2°C
resfriamento - 1,5°C
· Velocidade máxima de ar na zona essencial - 0,25 m / seg
· Umidade relativa - entre 35% e 70%
· Radiação máxima de calor W/ m2
O clima no interior é influenciado pelos fatores externos:
· Radiação solar - carga térmica dependendo da latitude, condições atmosféricas,
orientação do recinto, prédios vizinhos, tamanho das janelas, construção da fachada e eventual
proteção contra a luz solar.
· Convecção / Condução - carga térmica que depende da razão da superfície da
janela pela superfície da fachada e do tipo de material usado para as janelas, fachadas e piso.
E por fatores internos:
· Potência instalada para iluminação
· Número de pessoas por metro quadrado - carga térmica de aproximadamente
100 W por pessoa
· Potência instalada para máquinas de escritórios
Princípios de integração
O ar condicionado e a iluminação são combinados de maneira que o ar de retorno
seja exaurido através da luminária. Isto é principalmente feito para:
· Reduzir a radiação de calor das lâmpadas e luminárias;
· Reduzir a temperatura do ar em volta das lâmpadas, aumentando, desta
maneira, o fluxo luminoso e ,portanto, a eficiência das fontes de luz;
· Usar um elemento único para iluminação e ar condicionado (principalmente por
razões estéticas)
Existem três tipos de sistema integrado:
Exaustão através do “plenum” (fig. 14)
Nesse sistema, o ar condicionado é fornecido à zona essencial por meio de
difusores instalados no teto, ligados a um duto de suprimento de ar.
O “plenum”, que tem uma pressão inferior à do recinto, funciona como um duto para
o ar de retorno, que é extraído do recinto por meio de aberturas nas luminárias apropriadas. Uma
vez que o ar de retorno absorva uma quantidade apreciável do calor produzido pela iluminação,
o “plenum” ficará quente. Parte do calor absorvido pelo “plenum” será transferido para baixo,
para o recinto, através de um teto falso, e para cima, para o teto estrutural. A quantidade de calor
absorvida e transferida desta maneira, dependerá da eficiência da isolação do “plenum” e do
volume de ar de retorno.
Vantangem:
As luminárias não são ligadas a dutos. Isto significa que não são necessárias
unidades coletoras nas luminárias.
Desvantagens:
a. O teto falso não é hermeticamente fechado, o que significa que também o ar será
exaurido através de fendas no teto - quanto maior a diferença de pressão entre “plenum” e
recinto, maior a perda. Isto resulta em uma corrente menor de ar através das luminárias, e um
aumento da carga térmica.
b. O calor produzido pela iluminação não é reduzido ao mínimo
Aplicação:
O teto integrado com um “plenum” negativo (pressão inferior à do ambiente),
somente deverá ser escolhido se o número desejado de trocas de ar, por hora, não exceder a
oito.
Sistema de duto simples (fig. 15)
Neste sistema, o “plenun” positivo (pressão superior à do ambiente) age como duto
para suprimir o ar condicionado para o ambiente, através de fendas de injeção no teto. O ar de
retorno é exaurido do ambiente através de aberturas nas luminárias específicas, ligadas ao duto
do ar de retorno.
Vantagens:
a. As fendas de injeção não são ligadas ao duto principal de fornecimento
b. A baixa de temperatura do “plenum” e o teto, reduzem a radiação das superfícies.
Desvantagens:
a. Haverá uma troca de calor entre o ar de retorno e o ar do “plenum” não for muito
bem isolado.
b. Qualquer falta de uniformidade da pressão no “plenum”, ou perdas através do
teto suspenso, resultará em uma distribuição desuniforme do ar para o ambiente.
Aplicação:
O “plenum” positivo deverá ser escolhido para uso em áreas que tenham um pé
direito baixo (distância entre piso e teto suspenso de aproximadamente 2,50 m).
Nessas áreas, usando-se unidades de indução, é difícil suprir o ar sem causar
turbulências.
Sistema de dois dutos (fig. 16)
Neste sistema o ar-condicionado é fornecido ao ambiente através de difusores
ligados a um duto de suprimento. O ar de retorno é extraído através de aberturas nas luminárias
apropriadas, ligadas a um duto de retorno do ar.
Vantagens:
a. Com o sistema de dois dutos, é possível se obter uma redução máxima do calor
produzido pela iluminação.
b. Tanto o ar fornecido como o ar de retorno, poderão facilmente ser controlados.
Desvantagens:
Um grande número de dutos é necessário, pois tanto as luminárias como os
elementos difusores deverão ser ligados ao duto principal.
Aplicação:
O sistema de dois dutos deverá ser escolhido quando se torna ineficiente o uso de
um dos outros dois sistemas. O calor térmico total máximo, que poderá ser reduzido por um teto
satisfazendo a requisitos de conforto, é de aproximadamente 150 W/m2.
FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
Acústica
Cada deslocamento de ar é acompanhado por um ruído. Um sistema de ventilação
ou ar condicionado poderá ter um efeito adverso na situação acústica se não fossem tomadas
medidas para a conservação desse ruído em um nível aceitável. Porém, o nível de ruído que
poderá ser considerado aceitável, depende do nível geral de ruído, produzido por outras fontes
no ambiente.
O critério do projeto para um bom sistema de ar condicionado, portanto, somente
poderá ser estabelecido após um estudo dos aspectos acústicos e arquitetônicos do prédio.
Particularmente importante é o projeto das luminárias específicas e dos elementos
de suprimento de ar: o ruído causado pela passagem do ar através desses elementos penetrará
diretamente no ambiente.
5. COR - TÍTULO V
A cor é indispensável à vida. As relações de conforto são expressas através da
percepção da cor, da luz, das formas.
As cores são radiações visíveis do espectro eletromagnético, com diferentes
comprimentos de onda. As superfícies dos corpos exercem uma ação seletiva em relação aos
raios luminosos absorvendo-os ou refletindo-os. Um objeto é visto como branco quando reflete
toda as radiações luminosas que o alcança; neste caso, as diferentes longitudes de ondas
chegam simultaneamente ao olho.
Quando a superfície do objeto absorve totalmente as ondas, não refletindo
nenhuma delas, o olho não capta radiação alguma e o objeto é visto integralmente preto.
Quando só uma parte dos comprimentos de onda que compõem a luz branca
incidente for absorvida pela superfície do objeto, este refletirá uma ou algumas delas. As
refletidas são captadas pelo olho e o objeto é então percebido como vermelho, amarelo, e
outros.
Cor não é matéria, nem luz, cor é uma sensação. Um evento psicológico.
É possível, com base nas experiências desenvolvidas até agora com percepção das
cores, compreender os efeitos terapêuticos e a forma como as cores atuam sobre os seres
humanos.
Existem uma série de trabalhos publicados sobre este tema, entretanto a
ambientação cromática ainda continua sendo tratada com bom senso e estética do que com
informações científicas precisas.
A percepção e preferências cromáticas variam com a idade. Os adultos idosos
preferem tonalidades escuras como lilás, roxo, azul; as crianças nos primeiros meses enxergam
e preferem o vermelho, o amarelo e o verde e depois o azul. O azul numa escala de
preferências, vai subindo proporcionalmente à idade do indivíduo.
Essas preferências podem talvez ser explicadas pelo fato do cristalino do olho
humano, com o passar dos anos, ir se tornando amarelo. Uma criança absorve 10% da luz,
enquanto um ancião absorve cerca de 57%.
Alguns pesquisadores tem concluído que a aparência visual agradável e positiva de
um ambiente interfere diretamente no estado psicológico e emocional de seu usuário. Nos
ambientes de saúde isto representa uma recuperação do paciente mais rápida e uma qualidade
maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde.
Um exemplo interessante de aplicação dessas idéias, e principalmente a união da
cor com imagens significativas, é a enfermaria do Hospital Rocha Faria, zona norte do Rio de
Janeiro, aonde a Arquiteta Maria Amélia Fontes Trega, propõe para as paredes daquela unidade
hospitalar uma pintura, com finalidade terapêutica, de uma cena típica do Maracanã; e o
resultado deste trabalho na recuperação dos pacientes ali internados tem sido bastante positiva.
Segundo a Arquiteta os pacientes querem ficar bons logo para sair do hospital e poder assistir
uma partida no estádio. Juntamente com estas imagens há todo um trabalho de cromoterapia
auxiliando na recuperação dos pacientes.
Um fator técnico importante na aplicação da cor é o nível de desempenho exigido
das tintas nos ambientes de saúde. A necessidade de assepsia é absoluta e a manutenção
dificultada pela utilização contínua. Uma tinta acrílica de alta resistência se torna excelente
opção para estes locais devido aos atributos de durabilidade e rendimento, que tornam favorável
a relação custo/benefício. Outras características importantes na escolha da tinta estão no
processo de secagem acelerado bem como a eliminação de odor (tintas com solvente à base de
água).
No quadro a seguir, baseado em alguns autores, resumem sensações produzidas
por algumas cores no teto, piso e forro
QUADRO - CORES
Cores quentes com alto grau de luminosidade, sob intensa iluminação, produzem
uma “ação centrífuga” direcionando a atenção para fora do ambiente ao passo que as cores
frias, a baixos níveis de iluminação produzem uma “ação centrípeta” estimulando a
concentração, direcionado a atenção para o interior.
5.1. Considerações Importantes no Uso da Cor nos Estabelecimentos Assistenciais
de Saúde
A utilização da cor nos ambientes de saúde torna-se um trabalho bastante
complexo.
Um fator complicador é o fato de existir vários tipos de usuários a serem
considerados:
· os funcionários, médicos, enfermeiras e demais profissionais ligados às
atividades de saúde
· os pacientes, que normalmente estão em estado psicológico abalado
· os parentes e amigos dos pacientes, que também quando se dirigem para um
hospital, principalmente, já o fazem com um certo abalo.
Outro fator a ser considerado é a diversidade das atividades desenvolvidas nestes
espaços, desde uma recepção até dormitórios, enfermarias, restaurantes, centro cirúrgicos,
maternidades, centro de exames, atividades administrativas, e outros.
O espaço precisa atender a todos e dar segurança e tranqüilidade. A imagem do
hospital, no passado, assustadora e monótona, com seus corredores longos e muitas vezes
pouco iluminados, criava uma atmosfera sombria. O hospital do presente, com sua tecnologia,
passa uma imagem fria devido a sua alta funcionalidade, a materiais utilizados, e outros.
Estas imagens não agradáveis podem ser reconstruídas com o uso das cores,
através dos materiais e texturas utilizadas criteriosamente, a fim de não descaracterizar e
desacreditar o serviço oferecido, porém elevando a qualidade ambiental através do conforto
visual.
A primeira impressão ao entrar em edifício destinado à saúde, não considerando a
parte externa é o “lobby” e a recepção de pacientes. É importante que a pessoa sinta calor
humano, cuidados, segurança. A qualidade ambiental e o uso das cores poderão proporcionar
estas sensações.
Os corredores, além de funcionais, devem transmitir impressões favoráveis aos
usuários. Receber tratamentos diferenciados de acordo com os setores é medida coerente.
No caso das maternidade e pediatria o uso das cores mais quentes é recomendado,
assim como as cores mais frias podem ser usadas nas áreas de centro cirúrgico. Cores frias
refletem uma atmosfera mais séria e funcional, como verdes e verdes azulados. O importante é
que essas áreas reflitam uma atmosfera de calma.
Os sistemas de sinalização por faixas normalmente utilizados na indústria e
estacionamentos, devem ser evitados nos hospitais em função do seu caráter excessivamente
institucional.
Nos quartos é fundamental uma atmosfera suave e um campo visual relativamente
uniforme. O quarto deve ser confortável, otimista e tranqüilo.
Como a maioria dos pacientes fica a maior parte do tempo voltado para o teto este
pode receber um tom diferente do branco, mas com cautela, uma vez que o reflexo (e o
contraste simultâneo) na pele do paciente pode alterar o seu aspecto e portanto dificultar um
diagnóstico (principalmente no caso do verde). Pela mesma razão a parede de frente ao
paciente não deve receber tons excessivamente saturados sendo até aconselhável que esta
parede seja de cor diferente das demais, acrescentado uma quebra na monotonia do quarto.
Deve-se evitar o uso de tons uniformes, sejam eles frios ou quentes no quartos.
alguns tons devem predominar, dependendo do setor do hospital, mas sempre deve estar
presente os contrastes de cores de temperaturas opostas em áreas de destaque ou acessórias.
Devido ao estado psicológico do paciente, é interessante que o piso seja sempre
mais escuro em relação às paredes, psicologicamente dá a sensação de firmeza.
Nas áreas de tratamento intensivo é recomendado o uso de cores frias visando criar
ambientes mais relaxantes, sem serem monótonos ao mesmo tempo.
Nas áreas de recuperação pode se usar tanto cores frias ou cores ligeiramente
quentes.
Nas salas de cirurgias o importante é a otimização visual e controlar o brilho
provocado pelo tipo de iluminação utilizada. Os verdes e verdes azulados tem sido muito usados,
uma vez que é a cor oposta ao vermelho (sangue), neutralizando o produção do “afterimage”
provocado pela exposição prolongada.
O nível de refletância nas paredes não deve ser superior a 40%, no piso 15% e no
teto 80%. Os lençóis e roupas utilizados normalmente tem o mesmo índice das áreas operadas,
em torno de 8 a 10%.
Nas unidades pediátricas, onde as crianças são atendidas, é importante criar
ambientes aconchegantes, para reduzir a ansiedade, e criativos. Com cores leves, quentes, com
uma maior variedade de matizes, sem se tornarem confusos.
Nas maternidades uma atmosfera de alegria deve predominar. Evitar cores pesadas
e opacas. Frank H. Mahnke, em seus estudos recomenda a utilização nas salas de parto de
azuis-esverdeados como cor predominante, com contrastes leves de vermelhos-alaranjados. Dr.
Heinrich Frieling sustenta que esta composição auxilia nos trabalhos musculares, como no
trabalho de parto.
Paredes rosas e azuis devem ser evitadas pois podem influenciar diagnósticos e a
observação dos bebes. A pele dos recém-nascidos é altamente refletora de luz e afetada pela
cor do entorno.
As salas de exames, terapias e tratamentos devem ser analisadas individualmente.
Salas de eletrocardiogramas e eletroencefalogramas não devem ser estimulantes. Nesses
casos, o azul com baixa saturação ou mesmo o verde são recomendados. Como sempre a
monotonia deve ser evitada pois ela funciona como acelerador cardíaco e da atividade cerebral.
Nas salas de exame é importante considerar o estado psicológico do paciente,
muitas vezes frágil e invadido na sua intimidade.
Nas salas de tratamento o amarelo pode ser usado devido ao “efeito ativador”,
principalmente em tratamentos de recuperação muscular.
As salas de espera devem procurar reduzir a ansiedade das pessoas e ao mesmo
tempo fazer com que sintam o tempo passar mais rápido. Seria ideal que tivessem uma abertura
para o exterior de preferência para um jardim.
6. SINALIZAÇÃO VISUAL - TÍTULO V
A comunicação visual é um sistema organizado de mensagens e suportes; com
padronização de família tipográfica, materiais, desenho industrial, cores, signos.
A sensação de desorientação é inimiga do conforto e segurança dos usuários do
edifício destinado à saúde.
Um projeto de comunicação visual deve atender alguns objetivos essenciais:
· Criar um sistema capaz de resolver a complexidade dos problemas de
comunicação emergentes.
· Favorecer a segurança dos usuários (pacientes, visitantes, profissionais da
saúde), mediante a aplicação de um sistema capaz de orientar a circulação entre os diversos
espaços.
· Estruturar um sistema que permita identificar visualmente:
1. cada um dos setores do estabelecimento assistencial de saúde e suas
características espaciais
2. cada uma das unidades assistênciais
3. cada ambiente
· Orientar com precisão à todos os usuários a encontrar o espaço desejado com
economia de tempo.
· Projetar códigos com símbolos claros, legíveis e sintéticos, facilitando a
compreensão do usuário e contribuindo dessa forma para a sua segurança e bem-estar.
· Desenvolver um sistema flexível, facilmente adaptável as necessidades de
mudança e conectado com a dinâmica do planejamento.
· Desenvolver um sistema de mensagens que possa ser interpretado por todos os
usuários do estabelecimento assistencial de saúde
· Conceber uma comunicação visual com soluções construtivas que sejam ao
mesmo tempo racionais, econômicas, tanto na produção como na manutenção, e esteticamente
interessante.
A comunicação visual é desenvolvida principalmente para melhorar o padrão de
atendimento, proporcionando maior conforto aos usuários. Neste aspecto, o sistema passa a ser
um elemento de ligação e comunicação entre o hospital e seus usuários, diminuindo a distância
entre paciente e instituição.
7. ERGONOMIA - TÍTULO V
“Ergonomia é o conjunto de estudos que visam a organização metódica do trabalho
em função do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina.”
Os campos relacionados como a ergonomia influem fundamentalmente a
antropometria, psicologia ambiental, tempos e movimentos, organização e métodos.
Este ramo do conhecimento é um instrumento importante de planejamento em um
estabelecimento assistencial de saúde que abriga atividades e processos tão variados: de
procedimentos de limpeza à cirurgias que podem durar horas, do exame clínico ao preparo de
dietas, do ato de esperar à processos industriais.
Projetar um espaço, suas formas e dimensões, significa pensar em ergonomia, no
homem e suas características. A ergonomia aplicada a um projeto arquitetônico, envolve o
estudo de uma série de requisitos, entre eles: tarefa, segurança, conforto, postura, materiais,
limpeza, manutenção, arranjo espacial.
Tarefa
Define-se tarefa como sendo um conjunto de ações humanas que torna possível um
sistema atingir um objetivo. Ou seja, é o que faz funcionar um sistema, para se atingir um
resultado pretendido.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator, são os que trazem dificuldades
ao usuário em relação a utilização do espaço, em termos de suas características
antropométricas, experiência anterior, faixa etária, habilidades especiais.
As informações referindo-se às interações ao nível sensorial do usuário, envolvem
os canais auditivo, visual e cinestésico, tipos dos sinais; características dos sinais (intensidade,
forma, freqüência e duração), tipo e características dos dispositivos de informação. E o estudo
das atividades musculares, envolvendo tipo de postura corporal exigido, membros envolvidos no
movimento, alcances manuais, características dos movimentos.
Em síntese, o fator tarefa pode ser considerado de fundamental importância, porque
é a partir dele que se define as caraterísticas funcionais, operacionais, ergonômicas do espaço.
Segurança
Define-se o fator segurança, genericamente, como sendo uma condição daquilo que
se pode confiar. Conceitua-se segurança, neste trabalho, como a utilização segura do espaço
projetado, em relação as suas características funcionais, operacionais, perceptivas, e outras;
fundamentalmente, contra riscos e acidentes eventuais.
Conforto
Define-se conforto, genericamente, como sendo uma condição de comodidade e
bem-estar. Neste trabalho, conceitua-se conforto como a sensação de bem estar, comodidade e
segurança no nível físico, bem como, no nível dos outros sentidos da percepção.
Os problemas ergonômicos relacionam-se a espaços que possam provocar diversos
tipos de fadiga no organismo humano.
O fator de conforto também apresenta-se muitas vezes atrelado a condições
subjetivas.
Postura
Define-se a postura como “a organização dos segmentos corporais no espaço. A
atividade postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em posições
determinadas, solidárias uma às outras que conferem ao corpo uma atividade de conjunto”.
(Pailard).
A postura submete-se às características anatômicas e fisiológicas do corpo humano,
ligando-se às limitações do equilíbrio e obedecendo às leis da Física e da Biomecânica. De outra
parte, mantém um estreito relacionamento com a atividade do indivíduo, uma mesma pessoa
adotará posturas diferentes praticando ações diferentes.
As posturas assumidas podem ser as mais variadas: em pé, reclinado, inclinado,
recostado, sentado, deitado e outras.
Más posturas geram a médio ou longo prazo problemas de fadiga muscular com
numerosos efeitos danosos, como sobrecarga imposta ao aparelho circulatório, afecções nas
articulações, deformação na coluna vertebral, entre outras. Obviamente, associados às
condições de uso quanto às suas exigências, como por exemplo, precisão de movimentos,
exigências visuais, força a ser exercida, outras.
Materiais
A escolha do tipo e natureza dos materiais deve levar em conta, sobretudo, a
adequação das características de uso, funcionais, operacionais, técnicas, tecnológicas,
perceptivas e estético-formais do espaço.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator, diz respeito à não especificação
e utilização correta de materiais adequados em termos de compatibilidade com as diversas
exigências técnicas e tecnológicas, de uso em termos de durabilidade, limpeza, proteção e de
segurança com relação à saúde do usuário no que se refere, por exemplo, aos aspectos de
inflamabilidade, toxidade e outros.
Limpeza
O edifício de saúde deve ser pensado de maneira a permitir facilidades de execução
das ações de limpeza.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator diz respeito ao acúmulo ou
aderência de sujeira, principalmente, em juntas, frestas, reentrâncias, texturas, superfícies, e
outros.
Na escolha dos materiais a serem utilizados tanto na edificação, como no mobiliário;
este critério é fundamental.
Arranjo Espacial
O arranjo espacial é a melhor organização espacial possível dos elementos que
fazem parte ou constituem um determinado espaço, em relação aos seus aspectos de uso,
operacionais e perceptivos.
A obtenção de um arranjo ideal está ligada a uma série de critérios conceituais onde
se destacam os que tem relação direta com a natureza dos elementos: importância, freqüência
de uso e agrupamento funcional e o que se referem às interações entre os elementos: seqüência
de uso, intensidade de fluxo e ligações preferenciais.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator diz respeito, essencialmente, a
não obediência aos critérios citados acima, a má distribuição espacial dos elementos que
compõem o espaço; acarretando problemas de uso, operacionalidade e percepção.
8. PROJETOS ARQUITETÔNICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS
DE SAÚDE - TÍTULO V
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
SANT VICENÇ DELS HORTS, ESPANHA
BACH & MORA E TORRES & MARTINEZ LAPENA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE1
CENTRO DE SAÚDE
CENTRO DE SAÚDE1
BETHNAL GREEN, LONDRES
AVANTI ARCHITECTS
CENTRO DE SAÚDE2
CENTRO DE SAÚDE3
MATERNIDADE GOTA E LEITE - MARÍLIA (SÃO PAULO)
ARQUITETOS:
SÔNIA D’AGOSTO GORGA
CECÍLIA K W YOSHIKAWA
MAKOTO YOSHIKAWA
CENTRO OBSTÉTRICO
ESPERA E CONSULTÓRIOS
ESTUDO PRELIMINAR - UNIDADE CORONARIANA
SANTA CASA DE ARARAQUARA
ARQUITETA SÔNIA D’AGOSTO GORGA
ESTUDO PRELIMINAR - UNIDADE DE DIAGNÓSTICO E TERAPIA
HOSPITAL NOSSA SENHORA D’ABADIA
QUIRINÓPOLIS - GOIÁS
ARQUITETA SÔNIA D’AGOSTO GORGA
9. BIBLIOGRAFIA - TÍTULO V
FROTA, A. B. Manual de Conforto Ambiental, Ed. Nobel, 1988
GONZALEZ, R. y Associados. Sistema de Senãlamiento Urbano y Edilio - Normas
Básicas, Buenos Aires, 1974
FILHO, J. G. Ergonomia Aplicada ao Design Industrial e aos Produtos de Uso, Tese
de Doutorado, FAUUSP, 1995
CESAR, J. C. O. O Uso e a Influência das Cores na Arquitetura de Interiores, Tese
de Mestrado, FAUUSP, 1997
FRANCO, M. A. R. Desenho Ambiental - Uma Introdução à Arquitetura da Paisagem
com o Paradigma Ecológico, São Paulo, Annablume, 1997
SPIRN, A. W. O jardim de Granito, A Natureza do Desenho da Cidade, São Paulo,
Editora Universidade de São Paulo, 1995
MIQUELIN, L. C. Anatomia dos Edifícios Hospitalares, São Paulo, Cedas. 1992
KARMAN, J. Manutenção Hospitalar Preditiva, São Paulo, Pini, 1994
PHILLIPS. Manual de Iluminação
Revista Review num. 1096/ junho 1988
Revista Projeto num 206 / março 1997

-TÍTULO VI-
AVALIAÇÃO PÓS - OCUPAÇÃO
Vivian L. Pollack Kutter
FOTO - VIVIAN
SUMÁRIO - TÍTULO VI
DEFINIÇÕES
1. OBJETIVOS
FIGURA 1
2. MÉTODOS E TÉCNICAS
FLUXOGRAMA - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
3. CONCLUSÕES
4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA

DEFINIÇÕES - TÍTULO VI

(extraídas do livro Ambiente Construído & Comportamento, Ornstein, S.W., 1995)


Avaliação pós - ocupação
Do inglês, Post - Occupancy Evaluation (POE) - avaliação retrospectiva (no sentido
de repensar o projeto após sua utilização) de ambientes construídos. Adotada para diagnosticar
e recomendar, segundo uma visão sistêmica e realimentadora, modificações e reformas no
ambiente objeto da avaliação e para aprofundar o conhecimento sobre este ambiente, tendo em
vista futuros projetos similares. É aplicada através de multimétodos e técnicas e considera o
ponto de vista dos especialistas/avaliadores e dos usuários dos ambientes, leigos ou não.
Observação
“Perceber”, visualizar ou observar o comportamento de pessoas e registrar o
observado.
Participação dos usuários
Segundo Sanoff (1990), a Avaliação Pós - Ocupação é vista como uma alternativa
diferenciada em relação à prática tradicional da arquitetura e propõe a participação dos (futuros)
usuários em todo o processo de programação, projetação, construção, uso operação,
manutenção e avaliação dos ambientes construídos, visando ampliar os benefícios sociais da
atividade projetual através deste procedimento. Para tanto, existem diversas teorias e técnicas;
Turner (1979) e a proposta norte-americana denominada co-housing, procurando viabilizar uma
comunicação mais intensa e efetiva entre os agentes profissionais, em especial arquitetos, e os
leigos (usuários), para que ocorram decisões coletivas e participativas.
Privacidade
Segundo Bell et al. (1990), processo determinador dos limites a partir dos quais as
pessoas regulam suas interações com as demais. É este processo o regulador da
territorialidade.
Relações ambiente - comportamento
Diz respeito às relações biunívocas entre ambiente construído e comportamento do
usuário deste ambiente. Os estudos neste sentido, interdisciplinares, tiveram sua origem na
psicologia ambiental e verificam em que medida o ambiente afeta o comportamento e vice-versa.

1. OBJETIVOS - TÍTULO VI

Nas grandes cidades como São Paulo o ser humano passa cerca de 80% de seu
tempo útil em edifícios fechados, e na maioria das vezes, os restantes 20%, se reservados ao
lazer, transcorrem em ambientes sem contato direto com o exterior.
Edifícios “inteligentes” totalmente isolados do exterior cujo conforto ambiental
(iluminação interior, circulação de ar, temperatura e umidade do ar, isolamento acústico) depende
de sistemas centralizados têm demostrado modificar sensivelmente o comportamento e a
sensação psicológica dos seus usuários. Sem contar com os efeitos físicos da “artificialidade” do
ambiente, traduzidos em doenças provenientes das mudanças bruscas de temperatura,
transmissão de doenças por meio do ar condicionado, o efeito dos níveis de iluminação na área
de trabalho sobre a produtividade dos usuários e do elevado número de pessoas em um mesmo
ambiente entre outros.
No Brasil, desde meados da década de 70, vêm sendo feitos estudos sobre o
desempenho das edificações, considerando-se em especial, certos itens destacáveis, como as
patologias de estruturas e vedações, as questões mais amplas de salubridade das edificações, o
conforto ambiental, incluindo aspectos técnicos, de iluminação e acústica e o dimensionamento
de ambientes mínimos necessários. Neste contexto inserem-se os diagnósticos e
recomendações resultantes de uma Avaliação Pós - Ocupação. Mais recentemente, foram
iniciadas algumas análises no plano específico das Relações Ambiente Comportamento no
âmbito do conforto sociológico. (Ornstein, 1995)
Trabalhos de médicos, psicólogos, microbiologistas, junto com arquitetos, em
pesquisas mais amplas, demostraram recentemente como um “edifício doente” atinge a saúde e
o comportamento dos usuários.
Variáveis físicas podem ser facilmente reconhecidas por técnicos da arquitetura com
o apoio de medições de temperatura e umidade do ar, nível acústico, nível de iluminação exterior
e interior entre outros. Há elementos mais difíceis de determinar tecnicamente mas tão
importantes quanto os primeiros. Trata-se de variáveis relacionadas ao conforto psicológico,
ligado a questões de privacidade e de domínio do território a ser oferecido pelo ambiente,
diretamente relacionadas aos aspectos culturais e ao comportamento individual do usuário.
É necessário compreender como o desempenho do ambiente construído atinge o
comportamento do usuário e como este adapta o ambiente no decorrer de seu uso, originando
um novo padrão de ambiente construído. Estas três áreas (ambiente construído, contexto e
usuário) se interrelacionam constantemente permitindo a evolução mútua:
FIGURA 1
Nos países desenvolvidos, arquitetos de diversas correntes e tendências há muito
tempo assimilaram a necessidade de estudos interdisciplinares em prol da maior compreensão
do comportamento, das necessidades e do repertório dos usuários para projetar bem. Ambientes
especiais como hospitais, penitenciárias e shopping - centers, ou aqueles produzidos em larga
escala, como escolas, habitações de interesse social e postos de saúde, devem ser concebidos
com base em APOs de ambientes semelhantes para os diagnósticos subsidiarem bancos de
dados consistentes não apenas sobre os materiais, componentes e sistemas construtivos, mas
também sobre os comportamentos, as necessidades mínimas e os níveis de satisfação dos
usuários. (Ornstein, Bruna, Romero, 1995).
Existe um processo recíproco entre o ambiente construído (espaço) e o usuário. O
objetivo da APO é avaliar este processo: 1) como o ambiente influi no comportamento dos
usuários e 2) como os usuários se adaptam ao ambiente físico.
Objetiva-se ainda constatar as necessidades e desejos dos funcionários em Centros
de Saúde e pacientes que utilizam o edifício. Em outras palavras, avaliar a qualidade do espaço
em suas relações com o ser humano, o seu comportamento no local de trabalho e o
comportamento e processo de recuperação dos pacientes.

2. MÉTODOS E TÉCNICAS - TÍTULO VI

A APO é uma metodologia padronizada aplicável em qualquer tipo de EAS, mas ao


mesmo tempo, o pré - requisito para obter bons resultados da aplicação da APO é o trabalho de
equipes multidisciplinares com conhecimentos gerais sobre projeto de arquitetura e de aspectos
tecnológicos. Por outro lado, exige a compreensão e imersão por parte dos pesquisadores nas
condições particulares de cada caso, como: escala e características de cada localidade, perfil do
usuário, perfil dos funcionários, expectativas e necessidades particulares.
Os métodos e técnicas mais utilizados no âmbito dos pesquisadores e em trabalhos
de pós - graduação em diversas universidades, incluem levantamento de dados e informações
em dois âmbitos diferentes: usuários e área técnica.
O primeiro grupo de informações, provenientes dos usuários abrange três etapas:
a) Planejamento
b) Desenvolvimento
c) Resultados
Cada uma destas etapas engloba uma série determinada de atividades a ser
desenvolvida de forma organizada e sistematizada.
Avaliação a partir do usuário
a) Planejamento
1. Gráficos e cadastro
2. Elaboração do roteiro
b) Desenvolvimento
1. Observações
2. Determinação dos aspectos positivos e negativos
3. Elaboração e aplicação dos questionários (pré - teste e teste)
4. Tabulação de dados
5. Gráficos
c) Resultados
Análises
O segundo grupo de informações provenientes da observação e análise na área
técnica, pode ser resumido em três etapas:
Avaliação técnica
a) Observações técnicas do local
b) Medições, Fotos
c) Análises
Estas últimas proporcionam o elemento de referência para comparar estes
resultados com os obtidos na análise das informações coletadas junto aos usuários.
Desta análise geral surge o diagnóstico capaz de proporcionar as primeiras
recomendações e propostas.
Os procedimentos expostos ilustram-se a seguir:
FLUXOGRAMA - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
b) Desenvolvimento
1. Observações
O principal objetivo desta etapa é detectar o funcionamento geral do edifício em
seus diferentes setores, o movimento de público, pacientes internos e externos e suas
características particulares. Ao mesmo tempo nesta etapa, será necessário levantar nos
departamentos, o número e características dos funcionários, a organização hierárquica e suas
diferentes funções.
Uma pesquisa exploratória será necessária para identificar as características de
funcionamento dos diferentes setores e suas necessidades.
Deve se procurar identificar os grandes setores conforme as atividades
desenvolvidas por parte dos usuários (enfermeiras, equipe técnica, médicos, pessoal de serviço
e no caso dos pacientes internados, externos e visitantes).
2. Determinação de aspectos positivos e negativos
Esta etapa inclui a determinação dos aspectos físicos e técnicos: a dimensão dos
espaços, organização do fluxo de circulação, instalações (nível de iluminação, ventilação,
conforto acústico, funcionamento do ar condicionado) estado de limpeza ou conservação do local
entre outros.
3. Elaboração e aplicação de questionários (funcionários e pacientes)
Esta etapa trata basicamente dos procedimentos estatísticos preliminares. O
principal objetivo é levantar a população amostral e selecionar os ambientes representativos do
edifício, como por exemplo: ambulatório, setor administrativo, setor de internação, emergência e
cirurgia. A amostra populacional pode ser definida por grupo: funcionários e pacientes. Para o
cálculo da amostra representativa se considera geralmente de 10 a 30% do “universo” (número
total de usuários), dependendo da escala deste “universo”. Por exemplo tendo um “universo” de
1000 usuários, seria suficiente considerar de 10 a 15% do total como “amostra”, com números
inferiores é necessário contar com valores de até 30%.
O questionário definitivo se constrói a partir de um questionário pré - teste, onde se
procura avaliar as condições de resposta, dificuldades de realização e compreensão das
questões, efetuando os ajustes necessários para o definitivo.
Muitas vezes, os questionários aplicados carecem de clareza e facilidade de
comunicação. A linguagem utilizada ao elaborar as perguntas pode não ser facilmente
compreensível e, às vezes, até incompreensível para os entrevistados. Neste caso, o tipo de
resposta, se houver, vai depender do nível de instrução do entrevistado e da sua experiência
anterior na atividade hospitalar, experiência a ser que considerada como referência.
O questionário pré - teste objetiva:
· Avaliação da relevância das perguntas escolhidas
· Compreensão das perguntas por parte dos funcionários
· Dificuldades surgidas na aplicação da entrevista
· Organização do questionário
Quando se trata de avaliar o desempenho de um edifício, deve ser considerado o
perfil do entrevistado, para obter resultados mais objetivos. Atributos como: sexo, idade, nível de
instrução, renda familiar e tipo de atividade entre outros, definem o comportamento em relação
ao ambiente físico.
Para o caso específico de um Estabelecimento Assistencial de Saúde um
questionário pode ser estruturado tentando verificar itens específicos, como:
· Manutenção (estado e funcionamento das instalações, organização do sistema)
· Conservação (limpeza do local)
· Prevenção contra infeção hospitalar (em termos de organização físico - espacial)
· Segurança contra incêndio, roubos e acidentes
· Sinalização (analfabetos, portadores de deficiência física e visual)
· Qualidade estética
· Acessos (deficiente físico, pedestre e veicular)
· Fluxo de circulação (vínculos espaciais)
· Circulação vertical e horizontal
· Áreas de atendimento
· Layouts
· Espaço para arquivos, depósito
· Sanitários
· Móveis
· Conforto hidrotérmico, acústico, iluminação, e outros.
· Contato com espaços exteriores, vegetação
· Aspectos culturais
As respostas ao questionário são tabuladas segundo cinco escalas. Algumas
questões podem apresentar uma qualificação de ótimo, bom, ruim e péssimo com um quinto não
se aplica (n.s.a) para os casos do entrevistado não poder ou não querer responder.
As opções de resposta necessitam certos cuidados. Se uma das opções é neutral,
os entrevistados geralmente preferem optar pela resposta neutra sem se comprometer com
juízos de valor positivos ou negativos. Por este motivo, é preferível optar por uma escala de 4
opções de resposta, como: Ótimo, bom, ruim e péssimo.
Os resultados das entrevistas organizados em planilhas, podem ser comparados
com níveis padronizados de desempenho. Por exemplo, o número de pessoas por espaço em
relação ao número máximo admissível por m2 (no. standard) para um conforto satisfatório, níveis
de iluminação, temperatura e isolamento acústico mínimo e máximo e outros.
Para se obter resultados mais objetivos e confiáveis, os funcionários entrevistados
devem cumprir requisitos, como:
· Sistema de trabalho regular
· Tempo mínimo de trabalho de 12 meses no mesmo local
Um exemplo de questionário se ilustra a seguir:
QUESTIONÁRIO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO EDIFÍCIO
QUESTIONÁRIO PARA FUNCIONÁRIOS
Data:
Local da análise:
Hora da entrevista
Início: Término:
Localização do entrevistado: (croquis do local)
I. CARACTERÍSTICAS DO ENTREVISTADO
I.1. Sexo:
1) feminino
2) masculino
I.2. Idade
1) até 20
2) 20 |--- 30
3) 30 |--- 40
4) 40 |--- 50
5) 50 ou mais
I.3. Escolaridade
1) 1º grau incompleto
2) 1º grau completo
3) 2º grau incompleto
4) 2º grau completo
5) Superior
I.4. Renda familiar (sal. min.):
1) 1 a 5
2) 6 a 10
3) 11 a 20
4) + 21
I.5. Tempo de trabalho neste edifício (anos):
1) 1a 5
2) 6 a 10
3) + 10
I.6. Local anterior de trabalho: ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
I.7. Bairro onde mora: ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
I.8. Meio de transporte utilizado:
1) Ônibus
2)Metrô
3) veículo próprio
4) 2 ou mais tipos de transporte
5)Quais?: ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
I.9. Duração média do percurso da moradia ao local de trabalho (min):
1) até 15
2) de 15 a 30
3) de 30 a 60
4) + 60
I.10 Atividade física que está exercendo:
1) leve
2) média
3) pesada
I.11. Tipo de atividade (principal) que exerce:
II.) EDIFÍCIO
II.1. Na sua opinião, existem problemas no edifício?
1) Sim 2) Não 3) Quais?: ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
II.2. Como você considera:
II.2.1. a manutenção (do edifício, instalações, e outros.)?
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
II.2.2. a conservação (limpeza)?
1) péssima 2) precária 3) boa 4) ótima 5) n.s.a.
II.2.3. a segurança contra roubo?
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
II.2.4 a segurança contra acidentes?
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
II.2.5. a segurança contra incêndio?
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
II.3. A sinalização (exterior)
1) Discorda totalmente
2) Discorda parcialmente
3) Concorda parcialmente
4) Concorda totalmente
5) Não concorda nem discorda.
II.4. A sinalização (interior)
1) Discorda totalmente
2) Discorda parcialmente
3) Concorda parcialmente
4) Concorda totalmente
5) Não concorda nem discorda.
II.5. Para o acesso do deficiente físico, o edifício é:
1) inadequado
2) pouco adequado
3) adequado
4) muito adequado
5) n.s.a.
II.6. O que você acha da:
II.6.1. aparência externa do edifício?
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
6) Porquê: ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
II.6.2. aparência interna?
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
6) Porquê: ¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾¾
III. ESPAÇOS INTERIORES
III.1. As dimensões dos espaços no seu setor de trabalho são adequadas.
1) Discorda totalmente
2) Discorda parcialmente
3) Concorda parcialmente
4) Concorda totalmente
5) Não concorda nem discorda.
III.2. O espaço para arquivos, armazenamento, no seu local, é adequado.
1) Discorda totalmente
2) Discorda parcialmente
3) Concorda parcialmente
4) Concorda totalmente
5) Não concorda nem discorda.
III..3. No se que refere à distância entre locais de diferentes áreas de atuação, você
está:
1) insatisfeito
2) pouco satisfeito
3) satisfeito
4) muito satisfeito
5) n.s.a.
III.4. As dimensões dos sanitários são apropriadas.
1) Discorda totalmente
2) Discorda parcialmente
3) Concorda parcialmente
4) Concorda totalmente
5) Não concorda nem discorda.
III.5. A localização dos sanitários é apropriada.
1) Discorda totalmente
2) Discorda parcialmente
3) Concorda parcialmente
4) Concorda totalmente
5) Não concorda nem discorda.
IV. CONFORTO AMBIENTAL
IV.1. Como você avalia a temperatura do local no período da manhã?:
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
IV.2. Como você avalia a temperatura do local no período da tarde?:
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
IV.3. Como você avalia a temperatura do local no período da noite?:
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
IV.4. Como você avalia a iluminação no seu lugar de trabalho?:
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
IV.5. Na ausência de luz artificial, como você avalia o nível de claridade no seu lugar
de trabalho?:
1) péssima
2) precária
3) boa
4) ótima
5) n.s.a.
IV.6. Com relação ao nível de ruído do exterior, você qualifica seu local como:
1) péssimo
2) precário
3) bom
4) ótimo
5) n.s.a.
IV.7. Com relação ao nível de ruído interior:
1) péssimo
2) precário
3) bom
4) ótimo
5) n.s.a.
V. COMPORTAMENTO DO ENTREVISTADO
V.1. Você acha que estimulam o trabalho:
V.1.1. as cores do local
1) Sim 2) Não
V.1.2. os móveis
1) Sim 2) Não
V.1.3. a manutenção e conservação
1) Sim 2) Não
V.2. No que se refere à privacidade no seu local de trabalho, você está:
1) insatisfeito
2) pouco satisfeito
3) satisfeito
4) muito satisfeito
5) n.s.a.
VII. Considera este edifício em relação ao local anterior de trabalho:
1) pior
2) tanto faz
3) melhor
4) n.s.a.
Você gostaria de acrescentar algum dos aspectos perguntados:

Muito obrigada por sua valiosa cooperação.


Duração do questionário:
4. Tabulação de dados
A etapa de tabulação compreende a leitura e organização dos dados coletados nas
entrevistas em uma planilha (tipo Excel). Os dados podem ser organizados por andar,
departamento e/ou setor com similares características. Outra organização de dados em planilha
separada deverá conter as informações coletadas junto aos pacientes e público em geral. Até
este ponto são colocados e analisados dados objetivos, estatísticos. No momento de se
aproximar das conclusões finais, o avaliador deverá analisar aspectos particulares de cada setor
e grupo de entrevistados. Muitas vezes as porcentagens coletadas junto a determinado grupo
apresentam grandes diferenças apesar de trabalhar em um mesmo setor. Neste aspecto as
características do entrevistado, como: faixa etária, grau de instrução e experiências subjetivas
anteriores, são decisivas no tipo de resposta obtida. Estes dados devem ser considerados no
momento de se chegar aos primeiros resultados. A avaliação técnica e primeiras observações
dos avaliadores ajudarão chegar a conclusões mais reais e menos subjetivas.
5. Gráficos
O cálculo dos resultados fornecerá os desvios padrão, modas e médias. Ornstein e
Romero definem estes conceitos em seu livro Avaliação Pós - Ocupação do Ambiente
Construído (1992) como:
Média: relação entre a soma dos valores do conjunto e o número total de valores.
Moda: Considerando um conjunto de valores, a moda será o valor predominante, o
valor mais freqüente desse conjunto.
Desvio - padrão: Representa as oscilações de uma variável, verificando como os
valores se distribuem em torno da média.
Programas como o Excel facilitam o trabalho do pesquisador no sentido de fornecer
opções de interrelacionar variáveis e assim obter gráficos esclarecedores situações não
perceptíveis no primeiro momento. A análise do conjunto de gráficos juntamente com os dados
técnicos fornecidos através de medições no local proporcionam um primeiro diagnóstico. A partir
deste, será possível elaborar as primeiras recomendações e propostas de modificação do
edifício. Muitas vezes, surgem posteriormente à elaboração deste primeiro diagnóstico uma série
de dados e informações a serem incluidas na globalidade da pesquisa.
c) Resultados
Os resultados dos gráficos são analisados e comparados, e assim chegando a
etapa do diagnóstico e estabelecendo, de forma mais definida, os caminhos a seguir, as
decisões a tomar e as intervenções necessárias.
As recomendações resultantes visam promover edifícios mais seguros, saudáveis,
funcionais e agradáveis social e psicologicamente para pacientes, funcionários e equipe médica.
Ao mesmo tempo, objetiva organizar de forma racional a tomada de decisões, caso exista a
necessidade de intervenções, especialmente quando contamos com poucos recursos
econômicos.
Dependendo da escala dos problemas, podemos recorrer à definição de prioridades
de intervenção a curto, médio e longo prazos. No caso específico de hospitais de grande porte,
ou especialmente em estabelecimentos com áreas críticas e setores com risco de infeção
hospitalar, estas intervenções devem ser planejadas cuidadosamente levando em conta
principalmente as precauções a tomar.
Como exemplo podemos citar alguns dos aspectos mais comuns encontrados em
Estabelecimentos de Saúde:
Intervenções a curto prazo
· Sinalização externa visível à noite para facilitar acesso, desde as diferentes vias
de tráfego.
· Melhoria do acesso ao deficiente físico
· Sinalização interna, uso de código de cores para facilitar a circulação de pacientes
(a pé e transportados) e visitantes.
· Definição clara de setores com funções diferentes, acessos e respectivos
estacionamentos.
Intervenções a médio prazo
· Isolamento acústico
· Organização funcional entre setores, verificando compatibilidade e
incompatibilidade
· Definição de espaço para acompanhantes em áreas de terapia e internação em
geral
· Registro de pacientes proporcionando privacidade e isolamento necessários.
· Áreas de estar, sanitários e armários (depósito) para equipe médica
· Acesso informatizado a todas as áreas
· Redefinição do desenho de móveis de setores de recepção
· Mudanças radicais em ambientes lúgubres.
Intervenções a longo prazo
· Definição de áreas de depósito para necessidades a longo prazo
· Redefinição salas de espera
· Disposição de elementos que forneçam flexibilidade aos espaços e instalações
para responder às mudanças tecnológicas e programáticas
· Previsão do espaço necessário para possíveis futuras ampliações.

3. CONCLUSÕES - TÍTULO VI
Um dos aspectos mais positivos da APO é através de retroalimentação sistemática
e constante, as lições do passado podem ser aplicadas para melhorar edifícios existentes e o
planejamento de novos edifícios.
A pergunta de como o método da APO e seus resultados podem ajudar a melhorar a
qualidade de projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde pode ser respondida da
seguinte forma: freqüentemente, os registros dos aspectos positivos e negativos do desempenho
dos edifícios ficam perdidos no tempo, são esquecidos ou não existem. Geralmente isto
acontece quando o especialista conhecedor das características de desempenho do prédio, deixa
de trabalhar no hospital criando um vazio de conhecimento. Há a necessidade de criar um banco
de dados baseados em avaliações, com a finalidade de registrar os bons resultados e os
aspectos negativos, mantendo, ao mesmo tempo, um cadastro atualizado das informações e
dados sobre o desempenho em todos os aspectos. (Preisner, 1993)

4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA - TÍTULO VI


1. ORNSTEIN, S. W.; BORELLI NETO, J. - O desempenho dos edifícios na rede
estadual de ensino. O caso da grande São Paulo - avaliação técnica: Primeiros resultados. São
Paulo: FAUUSP, 1993.
2. ORNSTEIN, S. W.; ROMÉRO, M. A. - Avaliação pós - ocupação do ambiente
construído. São Paulo : Studio Nobel, Edusp, 1992.
3. ORNSTEIN, S. W.; ROMÉRO, M. A. Ambiente Construído & Comportamento. A
avaliação pós - ocupação e a qualidade ambiental. São Paulo : Studio Nobel, Edusp, 1995.
4. PREISER, W - Professional practice in facility programming. New York: Van
Nostrand Reinhold, 1993.
5. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PROPAGANDA & MARKETING. Curso de apoio à
formação de analistas de pesquisa de mercado. Apostila n o 9: Preparação de Questionários. São
Paulo.

-TÍTULO VII-
CONFORTO AMBIENTAL E PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS FÍSICAS
Vivian L. Pollack Kutter

SUMÁRIO - TÍTULO VII


DEFINIÇÕES
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL1
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL2
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL3
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL4
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL5
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL6
1. SITUAÇÃO ATUAL
2. LEGISLAÇÃO VIGENTE
3. ADAPTAÇÃO DOS PRÉDIOS CONSTRUÍDOS
4. INCOMPATIBILIDADE E COMPATIBILIDADE DE SOLUÇÕES PARA
PORTADORES DE DIFERENTES TIPOS DE DEFICIÊNCIAS
5. CONCLUSÕES
DEFINIÇÕES - TÍTULO VII
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL1
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL2
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL3
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL4
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL5
FIGURA - CONFORTO AMBIENTAL6
Neste trabalho são adotadas as definições estabelecidas na NBR 9050/1994
(ABNT):
Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance para utilização com segurança
e autonomia de edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbanos.
Barreira arquitetônica ambiental: Impedimento da acessibilidade, natural ou
resultante de implantações arquitetônicas ou urbanísticas.
Deficiência ambulatória total: obriga a pessoa a utilizar, temporária ou
permanentemente, cadeira de rodas.
Deficiência ambulatória parcial: faz a pessoa se movimentar com dificuldade ou
insegurança, usando ou não aparelhos ortopédicos ou próteses.
Deficiência sensorial visual: deficiência total ou parcial da visão podendo causar
insegurança ou desorientação à pessoa.
Deficiência sensorial auditiva: deficiência total ou parcial da audição podendo
causar insegurança ou desorientação da pessoa.
Desenho universal: visa a atender a maior gama de variações possíveis das
características antropométricas e sensoriais da população
Equipamento urbano: os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinados a
prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante
autorização do poder público, em espaços públicos e privados. (ginásio de esportes, clubes,
escolas, hospitais, praças, parques, estacionamentos e outros).

1. SITUAÇÃO ATUAL - TÍTULO VII

São Paulo ainda é uma fábrica de barreiras arquitetônicas: há buracos, faltam guias
rebaixadas, sobram degraus e obstáculos.
Andar pelas calçadas é difícil para qualquer pedestre, com raízes de árvores,
camelôs, tampas de bueiros quebradas, hidrantes, e outros obstáculos normais às vezes difíceis
de evitar. Se a estas dificuldades acrescentarmos as enfrentadas ao atravessar ruas, utilizar
meios de transporte públicos e chegar aos edifícios em busca de saúde, trabalho, educação,
lazer, comércio, e outros, para um portador de alguma deficiência física pode resultar uma
verdadeira façanha enfrentar as atividades no seu dia a dia. A conquista de uma vida
independente é fundamental para uma melhor integração à sociedade. Esta integração plena
está longe de ser realidade. Um dos principais impedimentos para a integração tem por base
uma série de barreiras físicas, superáveis com certa facilidade com algumas adaptações em
edifícios, espaços e equipamentos urbanos, eliminando riscos de acidentes e integrando melhor
portadores de deficiências, idosos, gestantes e crianças.
Simultaneamente, ao princípio de inclusão social defendido pelos direitos dos
portadores de deficiência, dissemina-se a idéia do desenho universal relativo à eliminação de
barreiras arquitetônicas e acessibilidade, como buracos, grandes desníveis, carros estacionados,
mesas e cadeiras, tambores ou sacos de lixo, objetos colocados no meio das circulações,
sistema de abertura de portas dificultando manipulação e sanitários não apropriados. Em alguns
lugares as dificuldades parecem não encontrar soluções, pelo menos por enquanto, como no
caso dos Bancos, onde as portas automáticas contra assaltos e degraus nos caixas eletrônicos
deixam pessoas em cadeira de rodas em situações constrangedoras, atrapalhando o movimento
dos usuários do Banco na entrada e na saída. Situações como esta, somadas à diferenciação de
localização da entrada aos edifícios (geralmente ao lado ou nos fundos) e, em muitas ocasiões,
a falta de equipamentos para o deslocamento destas pessoas sem a ajuda de terceiros junto
com uma falta total de informação sobre as normas vigentes, contribuem à segregação e à
discriminação deste grupo minoritário da população.
O âmbito da arquitetura hospitalar não escapa desta realidade. Em visita realizada a
um hospital particular inaugurado há pouco tempo, o sanitário para deficiente físico localizado no
andar térreo não contava com barras nem com os devidos acessórios. A justificativa dada pelo
hospital nesta ocasião foi, caso houvesse alguma pessoa portadora de deficiência física, esta
contaria com a ajuda de funcionários para utilizar o sanitário. Em outras palavras, o portador de
deficiência não poderia ter privacidade em uma ocasião como esta. A falta de informação supera,
muitas vezes, os obstáculos das barreiras arquitetônicas.

2. LEGISLAÇÃO VIGENTE - TÍTULO VII

Neste tema, Brasil conta com uma serie de leis e normas visando garantir o acesso
aos edifícios, banheiros públicos e equipamento urbano em geral, válido para novas construções
e reformas nos âmbitos federal, estadual e municipal para pessoas portadoras de deficiências
físicas. A Norma 9050 publicada em setembro de 1994 e transformada em lei por alguns
municípios, tem como objetivo fixar os padrões e critérios para propiciar condições adequadas e
seguras de acessibilidade autônoma destas pessoas a edificações, espaço, mobiliário e
equipamento urbanos, de uso público ou de propriedade privada, nos âmbitos da saúde,
educação, esporte, lazer, serviços, comércio, indústria, hospedagem, trabalho, e outros.
Considerando os parâmetros antropométricos para pessoas em cadeira de rodas
(limites de ação e alcance manual e visual) são estabelecidos dimensionamento, quantidade e
localização e critérios de sinalização para acessos às edificações, circulação interna (corredores,
rampas, elevadores), sanitários e equipamento urbano (locais de reunião, piscinas, teatros e
cinemas, estacionamentos, postos de atendimento, e outros).
A norma estabelece para evitar a retenção das pontas de bengalas e muletas e das
rodas de cadeiras, no caso de desníveis até 1.5 cm a inserção de degrau.
Para áreas de circulação estabelece uma largura mínima de 1.20 m a 1.50 m para
circulação de cadeira de rodas.
Para rampas externas deve-se prever inclinação transversal, até o máximo de 2%,
sendo obrigatória a instalação de corrimãos e guarda - corpos nos dois lados.
As portas devem ter condições de ser abertas com um único movimento e suas
maçanetas do tipo alavanca. No caso dos sanitários devem ter barra horizontal para facilitar o
fechamento e um revestimento resistente a impactos na parte inferior até uma altura de 0.40 m
do piso.
Para os sanitários, são definidas as dimensões e localização de áreas de
transferência e barras de apoio de cada uma das peças e acessórios.
Os estacionamentos devem prever vagas para veículos dirigidos por portadores de
deficiência ambulatória. Estas devem ser sinalizadas e com um espaço adicional de circulação
com, no mínimo, 1.20 m de largura e rebaixamento do passeio junto à vaga. Para
estacionamentos com até 100 vagas deve existir uma vaga reservada para estes veículos e 1%
do total quando houver mais de 100 vagas.
Os balcões de atendimento devem permitir aproximação frontal de, pelo menos,
uma cadeira de rodas, com altura de 0.80 m do piso com altura livre mínima de 0.70 m do piso.
No caso dos caixas eletrônicos de bancos, deve-se garantir acessibilidade a um
mínimo de 5% do total dos terminais existentes.
3. ADAPTAÇÃO DOS PRÉDIOS CONSTRUÍDOS - TÍTULO VII

Enquanto outras normas sobre acessibilidade estão prontas e esperando


publicação, alguns empreendedores dão exemplo da acessibilidade não ser um quebra-cabeça.
No caso específico de prédios construídos, as adaptações para portadores de
deficiência parecem ser complicadas e onerosas.
“Tornar o espaço acessível é eliminar obstáculos físicos, naturais ou de
comunicação existentes nas cidades, equipamentos e mobiliários urbanos e nos edifícios”, diz
Adriana Romeiro de Almeida Prado, arquiteta urbanista, técnica da Fundação Prefeito Faria Lima
- CEPAM.
Soluções inteligentes e racionais de fluxo de circulação, construção de rampas,
rebaixamento de guias, disposição de vagas para estacionamento, construção de banheiros
corretamente equipados e a realização de pequenas modificações como a disposição de
aberturas adequadas e a diferenciação de textura de piso, têm a vantagem de permitir a
acessibilidade de todo tipo de usuário e eliminar riscos de acidentes.

4. INCOMPATIBILIDADE E COMPATIBILIDADE DE SOLUÇÕES PARA


PORTADORES DE DIFERENTES TIPOS DE DEFICIÊNCIAS - TÍTULO VII

A evolução da luta pela acessibilidade, iniciada nos países desenvolvidos há 30


anos, mostrou a inclusão de soluções atendendo a todos ser uma das maiores dificuldades, pois,
muitas vezes, uma determinada solução arquitetônica resolve um tipo de necessidade e, ao
mesmo tempo, dificulta outra pessoa. Em 1991 o censo demográfico (IBGE) no Brasil constatou
na população total residente no país quase um milhão e meio de pessoas portadoras de
diferentes deficiências físicas (cegueira, surdez, hemiplegia, paraplegia, tetraplegia e falta de um
ou mais membros inferiores e/ou superiores). Em outras palavras, este valor representa 1% do
total da população. Dentre os Estados registrados, São Paulo contava com cerca de 300 mil
pessoas nestas condições. Estes valores continuam aumentando.
Eliminar obstáculos físicos (rampas, guias) para possibilitar o deslocamento dos
portadores de deficiências ambulatórias, prejudica os deficientes visuais com a falta de
referências táteis. Rampas com textura diferenciada no início e no fim ajudam o deficiente visual
a perceber quando começa a pisar no leito da rua. Sinalização específica para deficientes visuais
é necessária em escadas e telefones (com degraus) mas, ao mesmo tempo, representa um
grande obstáculo para os deficientes em cadeira de rodas. Surdos e cegos têm barreiras
contrapostas e seus sentidos requerem ajuda igualmente oposta. Toda mensagem auditiva deve
ser duplicada de forma visual e para o portador de deficiência auditiva as grandes dificuldades
passam por compreender e serem compreendidos. Uma uniformização da comunicação visual
com símbolos claros e padronizados é fundamental para facilitar o entendimento, inclusive entre
pessoas sem deficiências sensoriais.

5. CONCLUSÕES - TÍTULO VII

A partir dos anos 60 nos Estados Unidos os portadores de deficiências físicas


tiveram suas primeiras conquistas com relação à acessibilidade. Criou-se uma legislação
exigindo a adaptação em prédios de uma estrutura capaz de facilitar o acesso destas pessoas.
No Brasil ainda hoje se luta para conseguir adaptações básicas, através do desenho acessível.
Porém, especialmente nas escolas de arquitetura a mobilização gira em torno do conceito de
desenho universal.
O arquiteto Edward Steinfeld da Universidade de Nova Iorque, um dos responsáveis
pelas normas de acessibilidade nos Estados Unidos, define o “desenho acessível como aquele
que trata dos produtos e edifícios acessíveis para pessoas portadoras de deficiências e o
desenho universal àquele que abrange produtos e edifícios acessíveis e utilizados por todos,
inclusive, por pessoas portadoras de deficiências e o desenho universal não é uma tecnologia
direcionada apenas aos que dele necessitam; é desenhado para todas as pessoas. Deve ser
atraente, ter um componente estético muito forte. A idéia do desenho universal é evitar a
necessidade de ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências, no sentido de
assegurar que todos possam utilizar todos os componentes do ambiente e todos os produtos”,
diz aquele arquiteto ao se referir às conseqüências de certas soluções de adaptabilidade
contribuindo para a segregação e a discriminação.
No Brasil, a NBR 9050 visa atender aos preceitos de desenho universal
estabelecendo padrões e critérios de dimensionamento e localização dos equipamentos
necessários para este fim.
Ao mesmo tempo, as adaptações representam custos questionados, porém os
técnicos afirmam os gastos com a acessibilidade serem inferiores aos imagináveis, sobretudo se
as adaptações forem incorporadas desde o projeto. Quando o projeto nasce adaptado o custo a
ser acrescentado normalmente não chega a 2%.
Desta forma, no futuro, no lugar de construir um edifício com entradas diferenciadas
para portadores de deficiência, teremos entradas acessíveis comuns, com rampas e corrimãos.
Os novos projetos contarão com as adaptações necessárias criando um ambiente acessível,
mais agradável e seguro para todos, incluídos portadores de deficiência, idosos e crianças.
Possibilitar o acesso a estas pessoas significa tornar a vida delas mais
independente e segura, liberando, ao mesmo tempo, as pessoas presas à atividade de assistir
os portadores de deficiências e os idosos.

-TÍTULO VIII-
ARQUITETURA PARA A SAÚDE

SUMÁRIO - TÍTULO VIII


1. INTRODUÇÃO
2. PROJETO SAUDÁVEL

1. INTRODUÇÃO - TÍTULO VIII

O termo Arquitetura para a Saúde é aplicado aos projetos arquitetônicos de


estabelecimentos voltados a promover a saúde do ser humano, na condição de paciente ou não
respeitando aspectos, abordados adiante. Este termo abrange arquitetura de hospitais e
unidades básicas de saúde, clínicas médicas e ambulatoriais, principalmente com procedimento
médico - cirúrgico, postos de vacinação, consultórios médico, odontológico e de fisioterapia,
clínicas de diagnóstico e terapia por imagem, métodos gráficos e de aplicação de produtos
radioterápico e quimioterápico, unidades de terapia renal substitutiva de diálise, hemoterápicas,
medicina nuclear, asilos e outros.
O conceito de Arquitetura para a Saúde deve ser estendido aos estabelecimentos
comerciais e/ou industriais de interesse para a saúde, visando minimizar a possibilidade de
ocorrências de danos: por exemplo os estabelecimentos comerciais e/ou industriais de lentes
oftálmicas, indústrias e distribuidoras de medicamentos, correlatos, cosméticos, saneantes
domissanitários, fontes e distribuidoras de água mineral, indústria e comércio de alimentos,
estabelecimentos de massagem, gabinete de podólogo, salão de barbeiro e beleza
(cabeleireira), academias de ginástica, piscinas de uso público e coletivo restrito.
Todavia, verifica-se a presença deste conceito relacionado com a saúde do ser
humano desde os projetos voltados para a moradia onde são abordados os aspectos de
iluminação, ventilação, conforto térmico e acústico, dimensionamento dos ambientes, segurança
e outros, até chegar ao projeto de hospital e edifícios para comercialização e/ou industrialização
de produtos relacionados direta ou indiretamente à saúde.
Vários aspectos condicionam um projeto saudável, definição apresentada adiante,
tornando todas as etapas importantes, desde a escolha do terreno aos detalhes de acabamento
e disposição do mobiliário, exigindo atenção redobrada na escolha do profissional “projetista”
(engenheiros civis e arquitetos) e solicitando do mesmo o planejamento do projeto, especificando
as etapas do Programa de Necessidades ao Projeto Executivo, incluindo visitas aos órgãos
públicos, pesquisa, reuniões com equipe multidisciplinar, legislações e outros.
É notória a dificuldade enfrentada por muitos projetistas para interpretar as
legislações, compreender terminologias, fluxo de trabalho, instalações prediais, tendo as
dificuldades aumentadas nos projetos de adaptação de uma edificação para serviços de saúde,
pois nem sempre a edificação ou local escolhido pelo proprietário oferece condições adequadas.
Neste caso, é importante avaliar, em conjunto, alguns pontos importantes e atentar para os
riscos à saúde pública.
Os profissionais da área da saúde, principalmente administradores, devem voltar
seus objetivos para a prevenção de doenças e recuperação da saúde, proporcionando condições
para isso. Todavia, quando observamos alguns estabelecimentos, verificamos não estar tão
distante de nossa realidade a época onde os doentes eram isolados da população para não
contaminá-la e não para serem assistidos adequadamente.
A preocupação nesse sentido tem aumentado, podendo ser verificada a importância
dada nas legislações, à colocação de lavatórios com torneira de fechamento automático ou sem
acionamento com o uso das mãos nos locais onde o paciente é examinado, tratado, manipulado,
e/ou medicado e ainda, nos locais de manipulação de produtos, medicamentos e alimentos; ao
conceito de precauções universais; ao uso de equipamentos de proteção individual; à aplicação
de rotinas de serviços planejadas e à manutenção programada de equipamentos e instalações
prediais.
Observa-se muitos administradores destes estabelecimentos não se preocupando
em organizar e planejar o setor de manutenção e desenvolver um trabalho de controle da
manutenção em geral, desde a limpeza e desinfecção das caixas d’água a construção e
manutenção adequada de abrigo de resíduos sólidos e com a humanização de seus
estabelecimentos.
É comum encontrarmos estabelecimentos de assistência à saúde em precárias
condições de área física ou em edificações inadequadas ao uso e este quadro tende a piorar
nos grandes centros urbanos, onde se multiplicam em determinados bairros ou regiões antes
residenciais, estabelecimentos de saúde sem projeto de adaptação, reforma e/ou ampliação
aprovado pelo órgão competente comprometendo a qualidade dos serviços e a saúde pública.
A regularização das edificações nesta situação não é trabalho fácil, tendo em vista a
obra já concluída, pouco resta a fazer. Para este caso cabe penalizar o proprietário ou
responsável legal e o projetista administrativa, civil e penalmente por não cumprirem as normas
legais.
Portanto, redefinir o papel da Vigilância Sanitária constituirá um passo importante
para conseguir o objetivo de dotar os cidadãos da consciente responsabilidade frente aos
consumidores e usuários.
A Diretoria Técnica da DIR - I - São Paulo - Capital tomou a iniciativa e publicou em
16/01/99 o Comunicado 1/99 com a listagem de documentos a serem apresentados, citando
considerações sobre itens importantes da edificação a serem esclarecidos no Memorial
Descritivo da Construção, na composição de plantas baixas, locação de peças gráficas e
orientações sobre o preenchimento do Manual de Procedimentos e/ou Serviços, face às
dificuldades encontradas pelos técnicos desses órgãos na análise e aprovação de projetos, pelo
fato dos profissionais projetistas não cumprirem as normas e apresentarem projetos com
informações insuficientes e, o modelo da Declaração onde responsável técnico e proprietário se
comprometem a cumprir a legislação e os documentos acima citados após aprovação, pois é
comum aprovar o projeto e seus anexos e posteriormente, construir, reformar ou adaptar em
desacordo com os documentos aprovados.
Posteriormente, por não ser suficiente tal iniciativa diante de um crescimento
desordenado onde áreas residenciais se transformam em comerciais e algumas com
predominância de estabelecimentos de serviços de saúde, elabora um documento, justificando
ser a aprovação de plantas e memoriais eficiente apenas antes da construção, reforma e/ou
adaptação das edificações e propõe a extinção de aprovação de projetos na forma processual
vigente para instituir o Cadastro das Instalações Físicas dos projetos de estabelecimentos sob
Vigilância Sanitária. Esta proposta aguarda revisão e publicação. Para o cadastramento deverão
ser entregues os documentos acima no Setor de Protocolo da Vigilância Sanitária e o
interessado receberá um número de protocolo (cabendo à VISA sua publicação) permitindo- lhe
a solicitação da Licença de Funcionamento e Assunção de Responsabilidade Técnica junto à
VISA-NRS.
Qualquer irregularidade no projeto será comunicada ao corpo técnico da VISA-NRS
para inspeção técnica e avaliação da execução do projeto em termos de garantia de salubridade
ambiental, segurança e atendimento às normas sanitárias constantes no Roteiro de Inspeção
Técnica. Caso a edificação não esteja adequada para o uso, promovendo riscos à saúde pública,
o credenciamento não será efetivado e adotadas medidas administrativas, ao solicitante, ao (s)
responsável (eis) técnico (s) e ao proprietário.
Tal medida, busca a realização do projeto saudável, responsabilizar proprietários e
responsáveis técnicos por desobediência às normas sanitárias, redefinir o papel da Vigilância
Sanitária e incentivar a seriedade na execução de projetos direta ou indiretamente relacionados
à saúde.
Uma das pautas em discussão na sociedade é a busca de melhoria da qualidade de
vida, principalmente, pelos segmentos reconhecidos como formadores de opiniões onde se
incluem técnicos do setor privado ou público, empresários, políticos e outros.
E o significado de melhor qualidade de vida, numa discussão sobre elaboração de
projetos para a saúde? Consideramos esta necessidade fruto, da difusão e compreensão de
cidadania, respaldada na definição constitucional onde a livre iniciativa deve cumprir sua função
social.
A urbanização acelerada pela qual passou e o Brasil criou, nos diversos pontos
geográficos, grandes concentrações de população em perímetros urbanos, principalmente em
regiões das capitais e suas áreas metropolitanas, várias situações apresentando condições
inadequadas para garantir a saúde desta população como: saneamento básico (água, esgoto,
coleta de resíduos e drenagem), lazer, serviços públicos (saúde, moradia, educação, segurança,
transportes e outros) e trabalho.
A lógica de desenvolvimento do país, privilegiando a industrialização, a
concentração da propriedade fundiária, provocando fluxos migratórios é a maior causadora desta
situação. Por isso, não podemos deixar de citar, ser histórica a colaboração dos técnicos de
engenharia e arquitetura para esta situação, quando verificamos suas reflexões pouco
profundas se somando à omissão e ao acumpliciamento do Estado brasileiro.
Em universo menor, constata-se residências insalubres e perigosas para os
usuários, gerando crianças com doenças crônicas (alérgicas e respiratórias), quando instaladas
em ambientes com carpetes, locais sem impermeabilização adequada, mal ventilados e
iluminados, dificuldade na recuperação, escadas perigosas (caracol, entre outras), maçanetas
pontiagudas, depósitos de gás sem proteção, caixas d’água em lugares inacessíveis, ambientes
favoráveis aos acidentes domésticos e focos de fungos e de ácaros.
Ao se observar ambientes públicos, verifica-se ocupações de áreas onde deveriam
ser reservas ambientais, edificações apresentando novas armadilhas e repetindo situações
presenciadas nas residências, como acabamentos inadequados, iluminações e ventilações
deficientes, favorecendo as doenças e acidentes relacionados ao trabalho, resultado da
insalubridade ou insegurança do ambiente e de treinamentos pouco rigorosos do setor de
recursos humanos, da desorganização do trabalho, fluxos inadequados, acessos nem sempre
lineares, inexistência de barreiras arquitetônicas nos locais onde as requerem,
dimensionamentos horizontais e verticais insuficientes para o desenvolvimento seguro das
atividades, exaustão deficiente para a renovação do ar ou retirada de partículas indesejáveis.
Faz-se necessário aos projetistas, ao serem contatados por clientes, pautarem em
suas negociações a “qualidade de serviço” e o menor preço deixar de ser o fator determinante
para a contratação.
O ideal seria o “projetista” possuir conhecimento básico de microbiologia,
toxicologia, aerodinâmica, materiais e equipamentos de saúde e, como isto não é uma realidade,
é imprescindível a este profissional buscar a realização do processo de interação com o cliente e
com a equipe de responsáveis do futuro empreendimento para fazer um diagnóstico profundo
adquirindo condições para definir as necessidades do projeto.
A qualidade do serviço deve ser demonstrada por soluções tecnológicas, aptas em
substituir exigências normativas, principalmente ao se depararem com dificuldades estruturais ou
de custos e apresentando material técnico justificativo. O atendimento de determinados padrões
definidos em instrumentos legais, além de atender a burocracia é fruto do conhecimento técnico
nos diversos campos da ciência e de observações de situações transformadas em fatos da
história da “saúde pública”, como os surtos de infecção hospitalar e vícios de qualidade
(alimentos, medicamentos, prótese e outros).
É importante frisar ser a qualidade do serviço ou do produto, desenvolvido em
determinados ambientes, resultado da interação, principalmente, dos recursos humanos,
insumos disponíveis (máquinas, equipamentos e matérias primas) e salubridade do ambiente
(ambientes saudáveis). O projetista e o empreendedor poderão cumprir a função social e
promover uma qualidade de vida aos usuários (trabalhadores e clientes), criando uma cultura de
relacionamento entre os setores privado e público.

2. PROJETO SAUDÁVEL - TÍTULO VIII

“É aquela edificação (estabelecimento) composta por ambientes projetados e


efetivados de forma a não acarretar riscos à saúde ou segurança dos usuários, exceto os
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza com cumprimento de sua
função social, garantindo qualidade de vida para seus usuários.
O Projeto Saudável deve estar integrado e ser compatível com as atividades
desenvolvidas no entorno; com os sistemas viários de abastecimento de água de coleta,
disposição, tratamento de resíduos sólidos e de esgoto e de drenagem urbana. O
dimensionamento dos espaços horizontais e verticais deverá ser suficientemente seguro para o
desenvolvimento para o processo produtivo em todas as etapas e facilitar a correção de
eventuais ocorrências acidentais”. ( esta definição de Projeto Saudável está sendo proposta pela
VISA DIR I - Capital).

-TÍTULO IX-
CRITÉRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE PROJETO
ARQUITETÔNICO PARA ESTABELECIMENTO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE -
E.A.S.

SUMÁRIO - TÍTULO IX
1. INTRODUÇÃO
2. O PROJETO ARQUITETÔNICO
3. FATORES DETERMINANTES PARA BOA QUALIDADE DOS PROJETOS DOS
E.A.S.
4. CONCLUSÃO

1. INTRODUÇÃO - TÍTULO IX
A preocupação com a qualidade dos E.A.S. interfere diretamente na metodologia de
desenvolvimento do projeto composto por propostas concebidas através de uma série de
intenções, conduzindo a soluções geradoras de qualidade nos aspectos estéticos e expressivos,
processo de produção do edifício e previsão dos aspectos da obra prazo e custo.
Questionar o projeto enquanto documento capaz de conduzir uma obra, prevendo
etapas e procedimentos, materiais e custos é responsabilidade dos envolvidos no processo de
idealização deste trabalho.
A qualidade do edifício está diretamente relacionada com a eficiência do projeto,
como um modelo a ser produzido sendo Importante lembrar: muitas falhas de projeto são
conseqüência de uma insuficiência de objetivos, somente alcançados com programação
adequada e trabalho interativo entre projetistas e usuários. Antes de qualquer edifício ser
projetado, existe uma etapa anterior de definição de um programa arquitetônico, descrevendo
qualitativa e quantitativamente os aspectos da construção a partir da definição geral das funções
do edifício. Este trabalho deve gerar relatórios, memoriais, orçamentos, descrevendo o espaço
físico em seus pormenores analisar o desempenho de materiais e técnicas e levantar a
percepção do usuário com relação ao edifício.

2. O PROJETO ARQUITETÔNICO - TÍTULO IX

O projeto arquitetônico destinado à saúde deveria ter como premissa de concepção


a realidade humana e social e o ato de projetar estar vinculado a um cenário e as suas
condicionantes e problemáticas. O edifício concebido estará em sintonia com as transformações
do seu tempo, as mudanças na assistência à saúde, a evolução da medicina, as novas
tecnologias influenciadores diretos da tipologia destes espaços.
Na Idade Média, os hospitais eram implantados em aglomerados urbanos e de rotas
comerciais e sua imagem estava associada à morte; pois os pacientes apenas aguardavam a
evolução dos acontecimentos e destinados a proteger a sociedade das doenças, isolando o
doente. Esta função suplantava o atendimento ao paciente, mas foi se transformando e
consequentemente os edifícios passaram a se preocupar com a função de recuperação ou
melhoria das condições de saúde.
Os espaços físicos englobaram a finalidade de salvar e obter a qualidade de vida e
com estas mudanças intensas, percebemos edifícios de saúde com características específicas e
tendências observáveis e analisáveis pelos projetistas e usuários com o hospital assimilando
novas tecnologias, interferindo no ato de diagnosticar, tratar e prevenir doenças. Os
equipamentos portáteis marcaram presença nos ambientes, gerando novos usos e circulações e
novas formas de prestar saúde numa política de baixo custo e qualidade, criando
estabelecimentos com soluções mais compactas pela descentralização de serviços e otimização
de espaços.
Projetos contemporâneos devem vislumbrar os conceitos de construir, gerando
produtos de melhor qualidade, executados em menores tempo custo.

3. FATORES DETERMINANTES PARA BOA QUALIDADE DOS PROJETOS DOS


E.A.S. - TÍTULO IX

3.1. Expansibilidade

A complexidade funcional foi uma das características marcantes dos projetos


arquitetônicos dos E.A.S., gerando o aumento de tamanho. A realidade brasileira apresenta
problemas, refletindo na má distribuição dos estabelecimentos assistências. A oferta de serviços
é bastante escassa e o problema para financiamento e custeio de obras aumentou o cuidado
com o dimensionamento dos edifícios.
É importante propor projetos com espaços reduzidos e de acordo com as
necessidades, inserir programas e ambientes, além de estudar possibilidades de
dimensionamentos onde não exista falta ou excesso de área construída. O planejamento da
expansão deve ser concebido no momento do projeto, pois os E.A.S. são obras inacabadas e
em constante transformação funcional e física. A boa qualidade e a continuidade dependem de
condições favoráveis à expansão.
Algumas características podem ser estudadas e analisadas no momento do projeto,
permitindo a expansão do edifício:
· prever os objetivos de atendimento a curto, médio e longo prazos, dentro de
uma realidade política, social, econômica e sanitária; e
· definir a tipologia do edifício, adotando um partido arquitetônico horizontal,
vertical ou misto e analisando as possibilidades de crescimento dos setores.
Para o projeto ser uma proposta de soluções e não de problemas a serem
resolvidos futuramente, é importante:
· identificar as unidades com maior vocação para o crescimento e localizá-las no
pavimento térreo;
· planejar a ampliação de uma unidade de tal forma a não interferir na área de
outras; não podendo prejudicar o fluxo e as relações funcionais do edifício;
· o crescimento deve atender às necessidades da realidade com pequenos
acréscimos de área na construção de nova unidade; considerando a disponibilidade de terreno; e
· a análise do entorno urbano permite maior compreensão das possibilidades na
aquisição de áreas. Para novas construções o projetista participará da escolha do terreno para
estudar tecnicamente as possibilidades e interferências deste no projeto.
Quando o partido arquitetônico propuser uma solução concebida em blocos ou
edifícios independentes para cada unidade, serviço, ou grupo de unidades relacionadas, o
processo de crescimento acontece com menor nível de interferências e número de problemas.
Algumas propostas para futuras expansões, como áreas ocupadas por jardins ou
praças podendo representar um incremento de área são viáveis. A ocupação será planejada de
forma a evitar prejuízo nas condições de conforto ambiental, como iluminação e ventilação
natural.

3.2. Flexibilidade

Os edifícios destinados à saúde abrigam atividades em constante aperfeiçoamento


devendo apresentar a flexibilidade como conceito de projeto. O hospital abrangeu avanços da
medicina, principalmente nas áreas de diagnóstico por imagem, cirurgia geral, análises laboratoriais e
outros. Os leitos têm sido utilizados com maior eficiência, diminuindo a permanência do paciente.
Estas mudanças interferem no partido arquitetônico. O projeto será concebido com
soluções e conceitos permitindo alterações mais fáceis e rápidas com tecnologia apresentando
novos materiais e instalações. A sua análise leva a algumas características consideradas
possibilidades de intervenção, gerando espaços dentro da construção existente como:
· modulação da estrutura e padronização de design, facilitando nova construção e
reforma, sem grandes alterações físicas;
· tipologia do edifício concebida em blocos independentes para cada unidade,
serviço ou grupo de unidades afins, pode ocasionar menor interferência num possível
crescimento;
· projetos modulares trarão economia de custo e tempo devido a padronização de
detalhes construtivos, produção em série e outros;
· a solução arquitetônica deve propor o espaço físico adequado a função e
soluções de distribuição, manutenção e sistemas de instalações apropriados ao uso;
· uso de paredes não estruturais (ou divisórias removíveis onde as exigências de
assepsia permitam) na flexibilidade do edifício; e
· áreas de menor complexidade funcional e instalações (administração, por
exemplo) são colocadas contíguas às de maior complexidade (diagnóstico por imagem, por
exemplo). Quando houver necessidade de expansão da radiologia, uma saída é ocupar a
administração como área da radiologia. O espaço ocupado será relocado à necessidade de
espaços para expansão não desprezando os custos desta intervenção.

3.3. Contigüidade

Contigüidade é um aspecto do planejamento físico ligado a tipologia interna do


E.A.S. ou distribuição e implantação das unidades em relação às outras. O projeto proporá
espaços unindo os serviços essenciais para os cuidados do paciente, agrupando procedimentos
relacionados com aqueles em risco de vida ou sofrimento profundo, diminuindo percursos e
tempo de atendimento. A contigüidade entre departamentos, aumenta a segurança e o conforto
do paciente, a eficiência do staff, evita deslocamentos desnecessários e melhora a chance de
evitar a duplicação de recursos humanos e materiais.
Vejamos aspectos a serem analisados no projeto sobre a contigüidade:
· acessos externos, controles e recepções;
· fluxos entre as unidades;
· fluxos internos às unidades;
· interferências da arquitetura na diminuição dos riscos de infecção hospitalar;
· distribuição geográfica das unidades em relação às outras; com os custos
operacionais gerados pela necessidade de alocação de recursos humanos e materiais em
função do planejamento físico; e
· estratégia de distribuição de suprimentos.
O estudo dos percursos realizados pelo staff envolve distâncias percorridas e freqüência
dos percursos, pois, cada passo representa um custo, devendo o bom senso prevalecer nas
relações de contigüidade do edifício, sendo importante definir as relações funcionais desejáveis do
cenário e objetivos da instituição, estabelecendo o perfil da unidade, capacidade, dimensões, papel
na rede de saúde e programa funcional.
Estabelecer os percursos prioritários e avaliar as relações de contigüidade é um
exercício conceitual fundamental no projeto. Estudos comparativos entre unidades facilitarão as
propostas quando não existam modelos ou parâmetros numéricos para estabelecer critérios de
resultados.

3.4. Racionalização

Um projeto racional contribui para um desenvolvimento mais tranqüilo e eficaz dos


trabalhos nas fases de projeto e construção, melhorando a qualidade dos edifícios e garantindo
operação e manutenção mais eficientes podendo a racionalização ser avaliada segundo algumas
condicionantes:
· área para abrigar programa;
· espaços para circulação;
· distância entre salas;
· independência dos acessos;
· visibilidade a partir do posto de enfermagem;
· possibilidade de crescimento sem reestruturação dos serviços vizinhos; e
· perturbação dos serviços em andamento

3.5. Humanização

A função primordial dos E.A.S. é a recuperação e valorização da vida e não uma


redução do sofrimento devendo os projetos arquitetônicos propor espaços capazes de eliminar,
reduzir ou controlar os fatores de estresse produzidos por ambientes e sistemas complexos; o
hospital é um exemplo. Pela variedade das formas, texturas, qualidade de reprodução de
estímulos visuais, redução de ruídos, as propostas ambientais podem remeter ao paciente à
percepção de valores em seu contexto diário. A evolução do conhecimento propicia o surgimento
de recursos, soluções e tecnologias para incrementar a qualidade de vida dos edifícios.

4. CONCLUSÃO - TÍTULO IX

Estabelecer critérios para desenvolvimento e análise de projeto arquitetônico é uma


forma de definir parâmetros para criticar projetos, sem ser arquiteto ou engenheiro. Os recursos
físicos afetam o bem estar e a saúde, a produtividade, custos operacionais, riscos e a viabilidade
do negócio; compreender o projeto e avaliá-lo de modo eficaz é gerir com segurança e
confiabilidade os recursos físicos.

-TÍTULO X-
CONDICIONANTES PARA ADEQUAÇÃO DE EDIFÍCIOS PARA FINS DE
SERVIÇO DE SAÚDE.

SUMÁRIO - TÍTULO X
1. INTRODUÇÃO
2. PROGRAMA E DIAGNÓSTICO
3. ESTUDO PRELIMINAR

1. INTRODUÇÃO - TÍTULO X

Adequar edifícios existentes especificamente para serviços de saúde pode


representar uma difícil tarefa para qualquer arquiteto e/ou planejador, referente ao projeto,
construção e rentabilidade do investimento. A consideração de uma série de condicionantes e a
organização metódica do trabalho no processo de projeto evitará conseqüências danosas para a
qualidade final do projeto e o desempenho futuro do edifício.
O desenvolvimento do projeto arquitetônico abrange quatro fases básicas:
· Programa e Diagnóstico
· Estudo Preliminar
· Anteprojeto
· Projeto de Execução
As duas fases iniciais requerem compatibilizar a análise de informações para
subsidiar a elaboração de uma proposta síntese. A pertinência do estudo preliminar é dada pela
avaliação de sua compatibilidade com o programa. As últimas fases são graus de elaboração
progressiva em profundidade e detalhamento, com retificações e/ou ratificações do programa e
do estudo preliminar, prévias ao inicio de obras.
2. PROGRAMA E DIAGNÓSTICO - TÍTULO X

O levantamento de informações na primeira fase deve ser realizado de forma


organizada, incluindo definição de cada aspecto envolvido, como:
· estado construtivo (materiais de acabamento e sistema construtivo
predominante);
· condições de conforto ambiental;
· organização espacial;
· elementos de tipo estético representativos (imóveis cuja preservação apresente
um interesse específico),
· códigos de obras e leis de zoneamento; e
· infra-estrutura
O registro organizado das informações constitui a documentação básica para
futuras avaliações, modificações do edifício e projetos. Após o levantamento e a organização dos
dados, será possível um detalhamento da deterioração geral do edifício. Esta fase possibilita
elaborar um pré - diagnóstico, permitindo optar por uma das três soluções seguintes:
· demolir a estrutura: os elementos da estrutura apresentam alto grau de
deterioração, pondo em perigo a estabilidade do conjunto ou parte dele;
· manter o edifício: realizando intervenções, quando os elementos da estrutura
apresentarem alto grau de deterioração, sem por em risco a estabilidade do edifício; e
· acrescentar elementos necessários de conforto (instalações, áreas de serviço, e
outros): posteriormente à reparação e/ou reforço da estrutura.
O levantamento de dados, como condições objetivas para realização do projeto,
junto com as expectativas e necessidades do usuário, definem um primeiro Programa de
Necessidades. Em projetos de grande complexidade pode ser feita uma pesquisa para a
elaboração de um pré - programa como resultado das informações provenientes de:
· Normas e padrões da Portaria 1884 (e revisões);
· PMS (Programa Metropolitano de Saúde de São Paulo) propondo um programa
físico - funcional padrão como referencial para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos; e
· Pesquisas em estabelecimentos de saúde de porte similar, verificando número
de leitos, salas cirúrgicas, de parto e outros.
Este programa será compatível com o existente e a capacidade financeira do
solicitante e definirá o processo objeto do projeto arquitetônico, quanto a sua função básica,
especialidades, relações funcionais, vínculos espaciais e dimensionamento prévios podendo ser
complementado e/ou modificado no desenvolvimento do projeto.

Levantamento Detalhado da Situação do Edifício:


Algumas das informações técnicas mais necessárias do repertório a ser conhecido
sobre qualquer obra incluem um levantamento e análise espacial e construtiva, das
características do local, meio ambiente e legislação pertinente.
a) Espacial:
· funcionamento: tipo e número de locais, relações internas e com espaços
exteriores, acessos;
· dimensões e proporções de espaços;
· posição de espaços de serviço;
· intercomunicação entre locais: vãos (dimensões e características formais);
· iluminação e ventilação de cada local; e
· classificação de espaços abertos: interiores e exteriores ,e outros.
b) Construtivo:
· sistema construtivo predominante;
· sistema estrutural (estado de conservação, necessidade de substituição,
reforço ou limpeza);
· materiais;
· acabamentos; e
· instalações
c) Características do local:
· acidentes topográficos;
· localização e especificação de árvores e massas arbustivas;
· características do solo (por eventuais modificações); e
· Infra-estrutura.
d) Características do meio ambiente:
· fatores limitadores no projeto;
· poluição atmosférica;
· poluição visual; e
· poluição de ruídos.
e) Legislação pertinente:
· códigos de obra e leis de zoneamento: restrições de uso no local, taxas de
ocupação e coeficiente de utilização, gabaritos, alinhamentos, recuos e afastamentos;
· exigências relativas aos tipos específicos de edificações; e
· existência de processo de tombamento do edifício ou de alguma das suas
partes, podendo dificultar propostas de modificações futuras.
Fontes de Informação:
· registro fotográfico das partes;
· informação de documentos disponíveis;
· informações sobre estudos anteriores, especialmente quando a intervenção
exigir modificações na estrutura;
· levantamento de deterioração; e
· descrições publicadas
Nestas instâncias, serão requeridas novas investigações para uma informação mais
precisa do estado das partes, e comparação dos dados. Depois de identificados os tipos e
processo de deterioração, serão definidos os métodos para atender e interromper a degradação
dos materiais e/ou recompor as condições de estabilidade, analisando aquilo a ser reaproveitado
e retirado.
Com base nos dados obtidos, o reconhecimento e a definição do estado da
estrutura e dos materiais por sondagens, o arquiteto ou engenheiro poderá realizar o
diagnóstico, determinar a viabilidade da sua execução e elaborar um anteprojeto embora estes
dados sejam informações meramente técnicas, definindo critérios para estabelecer um
diagnóstico e desenvolver as fases do projeto.

Critérios espaciais:
Nestes aspectos, considerar-se conceitos como: o potencial de uso, flexibilidade e
capacidade de absorver ampliações e/ou modificações, garantidores do sucesso da intervenção.
Tudo deve para assegurar a não perturbação do funcionamento do estabelecimento pelas
ampliações. O problema de uso é muito sério. Toda intervenção, parte de um programa inicial
podendo com o tempo, sofrer alterações. A probabilidade de existirem ampliações ou
modificações é muito alta nos casos de E.A.S. como conseqüência da dinâmica hospitalar
havendo um desgaste do uso inicial.

Critérios de instalação
Com a finalidade de adequar espaços destinados a outras funções, os requisitos de
conforto para o desenvolvimento das atividades podem provocar transformações dos espaços
primitivos.
Devem ser atendidas no projeto as condições do programa, correspondente às
necessidades de hoje e possibilitando a evolução e integração de futuras unidades. Arquitetos
enfrentam grandes desafios ao procurar adequar novas instalações - condicionamento de ar,
instalação elétrica, eletrônica e hidráulica - a edifícios sem dutos, dimensões nem características
apropriadas.
Prédios construídos em concreto e aço oferecem maior flexibilidade, permitindo
instalar sistemas de redes de computadores, ar - condicionado, ventilação e hidráulica em forros
falsos, enquanto prédios mais antigos não projetados pensando em sistemas de instalações com
estas exigências, a maioria deles construídos com paredes de espessura considerável e
estruturas de madeira, oferecem, às vezes, a possibilidade de localizar novas instalações em
coberturas e subsolos.
Com a finalidade de viabilizar técnica e economicamente a atualização e/ou
modernização de um prédio deve-se considerar:
· o projeto das instalações em geral deve assegurar a flexibilidade necessária
para futuras adaptações e/ou modificações do sistema;
· os critérios de instalação devem estar de acordo com os do projeto de
intervenção;
· a disponibilidade de espaço para distribuição horizontal e vertical das novas
instalações é limitada;
· diante da necessidade de atualizar um edifício sem modificação de suas
funções, as possibilidades de satisfazer as demandas e adequar novas instalações são maiores
e as existentes podem ainda ser apropriadas; e
· existindo uma modificação de função mantendo uma semelhança entre a original
e a proposta, as intervenções necessárias na estrutura original serão menores.
Os fatores econômicos serão determinantes na tomada de decisões, dela
dependendo o fracasso ou o sucesso da intervenção. Um estudo de viabilidade econômica
contemplará os custos iniciais de instalação, os de funcionamento e manutenção. Em termos de
consumo de energia, a grande espessura das paredes, na maioria dos prédios antigos,
proporciona um isolamento térmico, construções atuais podem apresentar melhor desempenho
neste aspecto. Projetos de prédios atuais contemplam desde as primeiras etapas aspectos como
a orientação para controle da exposição aos raios solares e instalações de ar condicionado. A
análise destes aspectos, em conjunto, fornecerá elementos relevantes ao estudo de viabilidade
econômica da intervenção.
A atualização ou modificação de uso com um custo mínimo, requer a análise dos
espaços internos à estrutura passíveis de aproveitamento para localização das instalações:
espaços entre estrutura e pisos, colunas e dutos verticais de ventilação e pluviais, espaços entre
cobertura e forros, subsolos e porões. A inserção de instalações numa estrutura exige a
combinação de imaginação e uso inovador dos sistemas atuais, aproveitando ao máximo, as
oportunidades oferecidas pelo edifício. O sucesso do projeto depende da ação coordenada entre
o arquiteto e o engenheiro especialista em instalações e as expectativas do cliente.

Critérios construtivos
O desenvolvimento de tecnologias, a tentativa de simplificar o abastecimento de
materiais e outros, aceleram as mudanças nos sistemas construtivos e do abandono dos
tradicionais. Pode-se encontrar no mercado produtos, como nos acabamentos especiais
(determinados aditivos no reboque, elementos pré-fabricados, industrializados e outros) de
excelente resultado diminuindo os tempos de execução e secagem e os custos.
É difícil para o arquiteto ter, desde as instâncias do diagnóstico, uma idéia clara do
resultado final. A seleção de técnicas construtivas e materiais exige pesquisa, paciência e
criatividade, conduzindo a soluções inéditas e, às vezes, únicas.

Critérios estruturais
Existem diferentes graus de utilização da estrutura:
· reutilização total ou parcial da estrutura;
· realização de uma estrutura totalmente independente; e
· uma estrutura mista onde se reutilizam elementos existentes, trabalhando com
componentes novos (combinação das anteriores).
Nas intervenções profundas e importantes, é necessário o reforço de estrutura e
fundações para suportar a carga maior de elevadores, escadas rolantes e lajes adicionais e
encontrar um caminho para transferir as cargas. A renovação das instalações, elevadores,
sistemas de ar condicionado, segurança contra incêndio e de alarme. As modificações
implicando na renovação de um edifício devem ser consideradas no momento de projetar a
estrutura e tomar decisões.
Nem sempre é possível contar com projeto estrutural do edifício e dados sobre
possíveis modificações. Nestes casos, deve-se testar os materiais extraindo corpos de prova
para analisar disfunções e avaliar a capacidade da estrutura. Estruturas metálicas são mais
explícitas quando comparadas as de concreto, sendo mais fácil de intervir sem conhecer o
projeto porque, pelo próprio dimensionamento, pode-se calcular sua capacidade. O critério a
adotar dependerá do programa e resultado estético procurados. Ao considerar alternativas para
cada um dos aspectos estudados, a confrontação dos custos confirmará uma tomada de
decisões acertada.

Critérios econômicos
Existem diferentes graus de intervenção possíveis:
· leve: modificação nas instalações e acabamentos;
· média: além das modificações anteriores, intervenções importantes no interior
do imóvel e trabalhos leves nas áreas exteriores;
· profunda: inclui as duas anteriores e redistribuição dos espaços no interior do
imóvel, reparações de cobertura, caixilhos, paredes, e outros; e
· excepcional: considerada em edifícios de caráter histórico ou imóveis
apresentando interesse específico na preservação.
Para uma avaliação de custos ser clara e confiável, os valores devem ser definidos
da seguinte forma:
· estimado, calculado e unitário
Uma documentação de obra com os planos do projeto, levantamento de
deterioração e especificações técnicas, será fundamental na determinação do custo total. A
avaliação de custos em projetos de adequação de edifícios não é fácil de determinar devido a
“elementos surpresa” e tarefas essenciais não previstas; é importante levar em conta estar o
custo total representado pelo valor inicial da obra e pelos custos de manutenção e vida útil da
solução.
Estes custos serão verificados com maior precisão quando o prédio estiver em
funcionamento. Uma avaliação considerando este aspecto responderá sobre a viabilidade
econômica da solução proposta.
3. ESTUDO PRELIMINAR - TÍTULO X

Com base na análise sistemática dos fatores físicos, critérios de intervenção


considerados e necessidades do cliente, pode ser elaborada a configuração inicial do projeto.
Esta seria a do Estudo Preliminar onde deve-se definir se a intervenção será rentável,
fornecendo a documentação e informação mínima necessárias para a determinação da
viabilidade técnica e econômica da intervenção. Desta forma estaremos em condições de passar
às etapas de Anteprojeto e Projeto de Execução.
Os profissionais envolvidos na elaboração do projeto considerarão as decisões
tomadas ao longo do processo e seu impacto por vários anos, exigindo a transferência de muitas
informações entre profissionais e devidamente documentadas. A coordenação das diferentes
disciplinas do projeto assegura o bom desempenho final da edificação, eliminando erros e
limitando alterações.
Sistematizar o trabalho, desde o levantamento de dados até a definição de critérios
específicos do programa, representa uma ferramenta para os profissionais, incluindo a
possibilidade de adaptação rápida e eficaz dos edifícios às exigências dos avanços tecnológicos.

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