You are on page 1of 7

ENERGIA HELIOTERMICA

Como funciona?

Uma usina heliotérmica é muito parecida com uma usina termoelétrica. A diferença é que, em vez de usar
carvão ou gás como combustível, utiliza o calor do Sol para gerar eletricidade. A usina heliotérmica segue
um processo dividido basicamente em duas etapas:
1. Concentração de energia térmica por meio de um campo solar;
2. Geração de energia elétrica num processo praticamente convencional.

A grande vantagem da tecnologia heliotérmica é a possibilidade de armazenar energia em forma de calor.


Assim, é possível gerar energia elétrica mesmo quando não há sol, em dias nublados ou durante a noite.
Além disso, também é possível utilizar a tecnologia heliotérmica em conjunto com outros combustíveis,
como a biomassa, o gás natural ou o carvão, para garantir a produção de energia a qualquer momento.

CAMPO SOLAR

O processo heliotérmico tem início com a reflexão dos raios solares diretos utilizando um
sistema de espelhos, chamados de coletores ou helióstatos. Esses espelhos acompanham a posição do Sol ao
longo do dia e refletem os raios solares para um foco, onde se encontra um receptor. Dessa forma, o calor é
transmitido para um líquido, o Fluido Térmico, que se mantém em alta temperatura. Existem diversos tipos
de fluidos que podem servir para transportar o calor do Sol na usina heliotérmica: sais fundidos, óleos
térmicos, água e ar – estes são os mais utilizados até hoje. Curiosidade: o nome do sistema utilizado está
ligado ao tipo de tecnologia aplicada. Para Calha Parabólica e Fresnel é chamado de “coletor”; já para Torre,
é “helióstato”.
MECANISMOS DE CONCENTRAÇÃO SOLAR

Existem usinas heliotérmicas de vários tipos; a principal diferença entre elas é o mecanismo de concentração
solar.

COLETOR CILINDRO-PARABÓLICO

Espelhos cilindro-parabólicos são utilizados para concentrar a luz solar em tubos receptores posicionados ao
longo da linha focal dos espelhos, que são desenhados para seguir a posição do Sol. Um fluido de
transferência circula através desses tubos e é aquecido pelos raios solares até aproximadamente 400°C no
caso do óleo térmico ou 450°C no caso de sais fundidos. Esse fluido é bombeado através de uma série de
trocadores de calor, de forma a produzir vapor dentro da usina. O vapor é, então, utilizado para movimentar
turbinas e gerar eletricidade.
Linear Fresnel

O coletor Fresnel segue um conceito parecido com o do coletor cilindro parabólico, mas com algumas
importantes diferenças:

 A linha focal, onde a energia do Sol é concentrada, não se move, o que torna mais fácil utilizar um fluido
sob pressão, já que as conexões não precisam ser flexíveis.

 Água sob pressão (~60 bar / 300°C) pode ser usada diretamente no receptor, não sendo necessário incluir um
Trocador de Calor e, portanto, pode-se utilizá-la diretamente no estado de vapor para movimentar a turbina.
Outra opção é usar no receptor sais fundidos para chegar a temperaturas mais altas (~450°C). Neste caso, é
necessário bombear o fluido através de uma série de trocadores de calor para gerar vapor, que, por sua vez,
será utilizado para movimentar turbinas e gerar eletricidade.

 Espelhos planos para coletores Fresnel são mais fáceis de serem produzidos, o que os tornam mais baratos.
No entanto, espelhos planos têm mais perdas óticas, apresentando menor eficiência.
Torres Solares

A principal característica dessa tecnologia é a presença de uma imensa torre no centro da usina. Um
conjunto de espelhos concentra a luz solar num receptor central localizado no alto da torre. O receptor
absorve a radiação concentrada pelos helióstatos e a converte em calor, que é conduzido por meio do Fluido
Térmico para o gerador de vapor da usina, localizado na base da torre.

O fluido circula na área central da planta. Em contraste com as tecnologias cilindro parabólico ou Fresnel,
não há um sistema de tubos no campo solar. Isso permite uma desenho compacto da parte térmica da torre
solar.
Discos Parabólicos

Um refletor em formato de disco parabólico concentra a luz solar em um receptor localizado no ponto focal
do espelho parabólico, como mostra a imagem abaixo. O feixe de irradiação é absorvido pelo receptor para
aquecer um fluido até aproximadamente 750°C. O calor desse fluido é, então, utilizado num motor ou numa
microturbina localizada no receptor.

Hoje, esta tecnologia é pouco utilizada, pois ainda é difícil utilizá-la para armazenar energia e, dessa forma,
entra em concorrência direta com a energia fotovoltaica, que é mais simples e barata.
Comparação das tecnologias para usinas heliotérmicas:

Grau de Temperatura de
Nome Foco Arranjo dos Espelhos
concentração operação no foco

Calha Cilindro- Fileiras de espelhos


Linha ≈ 100 vezes ≈ 450 ºC
Parabólico linear-parabólicos

Coletor Linear Fileiras de espelhos


Linha ≈ 100 vezes ≈ 450 ºC
Fresnel linear-planos

Unidades de discos de
Disco Parabólico Ponto ≥ 1.000 vezes 700 a 1.000 ºC
espelhos parabólicos
Campo de helióstatos de
Torre Solar Ponto ≥ 1.000 vezes 700 a 1.000 ºC
espelhos planos

Parte Convencional

Após a concentração dos raios solares e a transmissão do calor para o fluido térmico, a energia térmica é
convertida em elétrica: o calor do fluido aquece a água, até que, devido às altas pressão e temperatura, ela se
transforme em vapor e seja utilizada para girar uma turbina conectada a um gerador elétrico. Este gerador
faz a conversão da energia mecânica, obtida pelo giro da turbina, em elétrica. Por fim, o restante do calor é
transferido para um circuito independente de refrigeração, que faz o vapor ser condensado e voltar ao
estoque de água.

Este processo é idêntico ao de outras usinas convencionais como as a gás, carvão ou nucleares. A diferença é
que, numa usina termoelétrica convencional, o vapor é gerado pela queima de combustíveis fósseis,
enquanto numa usina heliotérmica, ele é obtido do calor gerado pela concentração dos raios solares.

Fonte:
-Foto: Usinas Heliotérmicas - Plataforma Online de Heliotermia
-Gráficos: Ciclo heliotérmico simplificado sem armazenamento; Calha cilindro-parabólico; Coletor linear
Fresnel; Torre solar; Discos parabólicos- DLR - Institut für Solarforschung

You might also like