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MEMBROS
Akeslayne Maria de Camargo
Edna Fernandes do Amaral
Itamar Camaragibe Lisboa Assumpção
José Carlos Leite
Luiz Augusto Passos
Luiz Gustavo de Souza Lima Junior
Marcia de Campos
Marlene Mützenberg Andrade
Meire Stéffani Brito Sécolo
Natalicol do Nascimento
Neuza Cristina Gomes da Costa
Rodrigo Marcos de Jesus
Suely Corrêa de Oliveira
PARCEIROS
Associação Brasileira de Homeopatia Popular (ABHP)
Arquidiocese de Juína-MT – Pastoral da Saúde
Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (ANEPS-MT)
Casa de Pastoral para Migrantes de Cuiabá
Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde (CNEPS-SUS)
Conselhos de Saúde
Departamento de Filosofia da UFMT
Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESPMT)
Instituto de Saúde Coletiva da UFMT
Movimento Popular de Saúde (MOPS)
Rede de Educação Cidadã
Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
Secretarias de Saúde e de Assistência Social do Município de Nortelândia
Secretaria de Saúde do Município de Poconé
Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT)
EDITORAÇÃO
Projeto gráfico, diagramação e capa: Neemias Alves
Fotos: acervo do Projeto Saberes e práticas do cuidado
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Sistematizar e compartilhar os saberes e as
Diálogo e a troca entre práticas práticas populares de cuidado, atentando-se
e saberes populares e técnico- para a realidade, as linguagens e as culturas
científicos no âmbito do SUS. das comunidades.
Apoiar ações de
Educação Popular
na Atenção Primária
Contribuir com a educação em Saúde.
permanente dos trabalhadores,
gestores, conselheiros e atores dos
movimentos sociais populares.
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Princípios orientadores da PNEPS
Diálogo
Amorosidade Problematização
Construção
Emancipação compartilhada
do saber
Diálogo
Diálogo é o encontro de conhecimentos construídos histórica e
culturalmente por sujeitos, ou seja, o encontro desses sujeitos na
intersubjetividade, que acontece quando cada um, de forma respei-
tosa, coloca o que sabe à disposição para ampliar o conhecimento
crítico de ambos acerca da realidade, contribuindo com os processos
de transformação e de humanização.
Amorosidade
Amorosidade é a ampliação do diálogo nas relações de cuidado e
na ação educativa pela incorporação das trocas emocionais e da sen-
sibilidade, propiciando ir além do diálogo baseado apenas em conhe-
cimentos e argumentações logicamente organizadas. Permite que o
afeto se torne elemento estruturante da busca pela saúde. Enquanto
referência para a ação política, pedagógica e de cuidado, a amorosi-
dade amplia o respeito à autonomia de pessoas e de grupos sociais
em situação de iniquidade, por criar laços de ternura, acolhimento e
compromisso que antecedem às explicações e argumentações.
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Problematização
A problematização implica a existência de relações dialógicas e
propõe a construção de práticas em saúde alicerçadas na leitura e na
análise crítica da realidade. A experiência prévia dos sujeitos é reco-
nhecida e contribui para a identificação das situações-limite presen-
tes no cotidiano e das potencialidades para transformá-las por meio
de ações para sua superação.
Construção compartilhada
do conhecimento
A construção compartilhada do conhecimento consiste em pro-
cessos comunicacionais e pedagógicos entre pessoas e grupos de
saberes, culturas e inserções sociais diferentes, na perspectiva de
compreender e transformar de modo coletivo as ações de saúde des-
de suas dimensões teóricas, políticas e práticas.
Emancipação
A emancipação é um processo coletivo e compartilhado no qual
pessoas e grupos conquistam a superação e a libertação de todas
as formas de opressão, exploração, discriminação e violência ainda
vigentes na sociedade e que produzem a desumanização e a determi-
nação social do adoecimento.
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integralidade, a soberania e autodeterminação dos povos, o respeito
à diversidade étnico-cultural, de gênero, sexual, religiosa e geracio-
nal; a preservação da biodiversidade; o protagonismo, a organização
e o poder popular; a democracia participativa; organização solidária
da economia e da sociedade; o acesso e garantia universal aos direi-
tos, reafirmando o SUS como parte constitutiva deste Projeto.
Como implementar
a PNEPS no SUS?
para que a PNEPS seja efetivada no âmbito do SUS algumas me-
didas apresentam-se como estratégicas. Os principais eixos estratégi-
cos para sua implementação são:
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QUAIS AS RESPONSABILIDADES E
ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA
SAÚDE E DAS SECRETARIAS DE SAÚDE?
A inclusão da PNEPS no SUS demanda compromissos por parte
da gestão pública. Pode-se destacar as seguintes responsabilidades:
Ministério da Saúde
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Apoiar tecnicamente as Secretarias Municipais de Saúde na imple-
mentação da PNEPS-SUS;
Garantir financiamento complementar aos Municípios para a implan-
tação da PNEPS-SUS;
Promover a articulação intrasetorial e intersetorial no âmbito estadual
para a implementação da PNEPS-SUS.
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Baseados no diálogo entre os saberes, optamos por apresentar de
forma escrita as falas mais significativas que foram proferidas pelos
participantes dos 14 encontros e oficinas de práticas populares do
cuidado em saúde, realizados em 11 municípios de Mato Grosso
durante o ano de 2014, através do Projeto de Extensão “Saberes
e práticas do cuidado”. Antes disso, precisamos identificar quem
somos, quais os problemas que nos afligem e como eles dialogam
com esta política.
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Vamos problematizar?
Durante umas da Oficinas de Práticas Populares do Cuidado com a
Saúde surgiram dois comentários que expõem a potencialização da es-
cuta e da formulação de propostas por meio de diálogo problematizador:
Um encontro como este tem que servir para a gente falar, denunciar
o que está acontecendo conosco. Ainda não sei direito o que tem que
ser feito, mas juntos podemos achar uma saída boa para todos homens,
mulheres, crianças, animais, rios, árvores e cerrados. (Trabalhador rural
do município de Juara)
Eu quero falar dos venenos. Acredito que o que estão fazendo com os
trabalhadores e agricultores é uma violência na sua vida e de suas fa-
mílias. Não temos como nos defender, pois não podemos parar o vento
que traz o veneno no ar que respiramos e nem parar de beber a água
que vem dos rios e das fontes. Estamos desassistidos e não temos a
quem recorrer e pedir ajuda, pois, nessa imensidão de terra que antes
eram florestas e campos fechados, vemos que hoje é só a plantação
de soja. Da até vontade de chorar quando lembro dos rios de águas
profundas e dos riachos cheios de peixes que nunca faltavam em casa.
Hoje eu fico uma semana sem pegar um peixe bom”. (Participante da
oficina em Juara)
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Problematizar também é
participar!
Pensar e proporcionar uma expressiva e democrática partici-
pação social é um dos princípios da PNEPS que orientou os nos-
sos encontros. Ao trazer para o centro do debate propostas, in-
tervenções e depoimentos da comunidade, questionamos o papel
da participação social e, principalmente, como o protagonismo
popular é necessário para a implementação da PNEPS. Isso nos
levou a propor algumas perguntas, que são: O que é a PNEPS-
SUS na visão da comunidade? Qual a pertinência para o seu co-
tidiano? Esses questionamentos visam um pensar-ação a partir
das colocações dos participantes, levando em conta seus anseios
e busca por novas soluções. Assim, segundo um participante da
oficina em Juara:
Nós nunca vamos viver num mundo sem doenças, sem dores psíquicas
ou do corpo, porque essa é a condi-
ção humana. Todos temos momentos
saudáveis e momentos de doenças, de
dores e sofrimentos. Ninguém é feliz o
Para saber mais
tempo todo, às vezes choramos, sorri- Você sabia que existem canais
mos, sentimos raiva, indignação. Tudo de participação cidadã na
isso faz parte da vida. O que precisa- estrutura de gestão do SUS?
mos é ter garantido o direito de acolhi- Em Mato Grosso, temos o
mento, tratamento e cuidado na hora Conselho Estadual de Saú-
em que precisamos dele. Temos de ter de (sgces@ses.mt.gov.br)
a garantia de que vamos ter os cuida- e os Conselhos Municipais
dos necessários para sermos acolhidos de Saúde; Também existe a
nos momentos de doença ou de sofri- Ouvidoria do SUS.
mento psíquico.
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cimento. Nele, é possível apontar que a busca pelo protagonismo
dos comunicadores populares no SUS implica ações de formação,
produção de materiais didático-pedagógicos tanto no âmbito aca-
dêmico, como nos movimentos sociais e, também, no diálogo e nas
trocas e integração de saberes.
No entanto, no âmbito dos encontros e oficinas surgiu uma per-
gunta que ajuda-nos a pensar o nosso presente e os futuros possíveis:
que tipo de formação necessitamos, tanto em nível médio, superior
ou para os movimentos sociais, para que a ação de formação seja
transformadora para o sujeito, e não apenas, torná-lo um multipli-
cador de saberes e processos? Para melhor entender essa proposta
metodológica, vejamos como esse tipo de percepção está presente
nas comunidades que visitamos ao visualizar as propostas sugeridas
pelos participantes:
É preciso priorizar o trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS).
Precisamos de capacitação para o suporte técnico na área ambiental
e em primeiros socorros; precisamos aprender a medir a pressão e ter
mais materiais para um bom trabalho; precisamos do melhoramento das
estradas da zona rural. (Fala de um Agente Comunitário de Saúde duran-
te avaliação da oficina de Práticas Populares do Cuidado em Poconé/MT)
Uma afirmativa com esse teor nos chama a atenção por mostrar
como o trabalhador da saúde demanda por processos de melhoria
das suas condições de vida e trabalho. Desse modo, percebemos que
os princípios da PNEPS estão presentes enquanto práticas cotidia-
nas nos coletivos que discutem, planejam e implementam ações nas
comunidades de base. A novidade na proposição de uma política na
perspectiva da educação popular é que ela traz consigo um reforço
institucional para a elaboração das boas práticas presentes na gestão
da saúde pública brasileira. Isso se dá porque sua elaboração não se
fez apenas através de uma portaria ministerial, mas por meio de uma
construção coletiva, com representantes dos movimentos, grupos e
pessoas articulados em torno da temática do cuidado.
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“Com tuas pernas, minhas
pernas andam mais”
A PNEPS-SUS visa o fortalecimento da pro-
“Eu sou enfermeira há
dução, sistematização e socialização de conhe-
quase 30 anos. Fazia muito
cimentos; a qualificação de informações para o Educação Popular mas não
enfrentamento participativo dos determinantes sabia que já estava fazendo.
sociais da saúde; a construção e compartilha- No serviço, enquanto
mento de tecnologias de comunicação pautadas diretora de unidade de
saúde em Aracaju-SE,
pelo respeito à sabedoria popular e pela valori-
tentávamos construir um
zação da diversidade cultural. Com isso, preten- plano de ação coletiva em
de-se fomentar, fortalecer e ampliar o protago- que participavam desde
nismo popular, por meio do desenvolvimento de o servente até o médico.
ações que envolvam a mobilização pelo direito à Com isso, acreditamos que
o planejamento não deva
saúde e a qualificação da participação nos pro-
ser em relações piramidais,
cessos de formulação, implementação, gestão e tanto de cima para baixo
controle social das políticas públicas. como o contrário, de baixo
para cima. Queremos uma
Vejamos o que foi levantado durante a reu- relação dialógica, horizon-
nião de conselheiros de saúde em Nova Canaã: talizada e respeitosa. Dessa
Vivemos numa sociedade individualista, capita- forma, as pessoas se sentem
lista e machista. A todo instante nos é lembrado parte e não apenas executo-
que não podemos interferir na vida do outro e res de uma ação. Esse é um
que não sabemos nada da nossa saúde, do nos- princípio da Educação Po-
so corpo e da nossa vida, quiçá da vida do outro. pular para a gestão no SUS.
A PNEPS vem dizer o contrário: temos que viver (Trabalhadora da saúde,
junto com outras pessoas, sair da frente da tela participante do Seminário
da televisão e cuidar mais um do outro e cuidar da Equidade e Práticas
do mundo. Hoje sabemos que, no que tange a Populares do Cuidado em
nossa saúde, temos o direito de participar po- Cuiabá/MT).
liticamente nas decisões do SUS. (Participante
da Oficina em Nova Canaã/MT)
Ai Cirandá! Ai cirandê!
Nessa roda eu também quero entrar
Ai Cirandá! Ai cirandê! Pari passu, nos teus braços rodar.
Tu me ensinas que eu te ensino O caminho no caminho
Com tuas pernas, minhas pernas andam mais.
Ouça!
Você pode escutar essa música acessando o site Palco Mp3,
disponível em http://palcomp3.com/cirandasdavida/ciranda-do-caminho/
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UM EXEMPLO: O PROJETO SABERES
E PRÁTICAS DO CUIDADO
O projeto Saberes e práticas do cuidado: sujeitos e diálogos, rea-
lizado no ano de 2014, é um dos exemplos de promoção do diálogo
entre práticas e saberes populares e técnico-científicos. Projeto de
extensão vinculado ao Departamenteo de Filosofia da Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT), contou com o apoio financeiro da
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saú-
de, tendo o núcleo de sua equipe composta por membros da Arti-
culação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e
Saúde (ANEPS/MT). O projeto apresentava como objetivo principal
a promoção de ações para a implementação da Política Nacional de
Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(PNEPS-SUS). Para isso, elaboraram-se processos formativos e de
sensibilização, e também a produção de materiais para a divulgação
da política pública.
Inicialmente o projeto Saberes e práticas do cuidado previa a re-
alização de 10 momentos de formação em práticas terapêuticas po-
pulares. No entanto, com a articulação de novas parcerias e os des-
dobramentos das primeiras oficinas de formação, foi possível realizar
14 encontros de formação e sensibilização (oficinas), 02 plenárias
de Conselho de Saúde, 01 encontro estadual de secretários de saúde
(COSEMS-MT), 01 evento acadêmico e 01 Encontro Regional ao lon-
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go dos meses de Junho e Novembro de 2014, com um público total
de mais 700 participantes, abarcando educadores/as e cuidadores/as
populares; conselheiros, gestores, profissionais e agentes de saúde;
representantes dos movimentos populares; estudantes e professores/
as da universidade e do ensino básico; grupos indígenas; imigrantes
haitianos e comunidade em geral. Tais atividades geraram uma carga
horária de 300 horas de exercícios práticos.
Uma equipe de terapeutas, professores/as, estudantes e gestores
da saúde percorreu 11 municípios do estado de Mato Grosso, sobre-
tuto parte significativa da baixada cuiabana. A maioria dos encontros
ocorreu em locais organizados por comunidades de base, como es-
colas, salões paroquiais e centros comunitários. As oficinas de sen-
sibilização e formação em práticas terapêuticas populares, como a
Homeopatia, a Fitoterapia, a Massoterapia (Reflexologia e Shiatso), a
Auriculoterapia, o Bioenergético, Florais de Bach, o Reiki, a Ventosa,
conjugados aos programas de saúde pública já implementados pelo
SUS, como o Saúde do Homem e Sexualidade, foram desenvolvidas
juntamente com as dinâmicas das “rodas de conversa”, discutindo-
se a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS) e a
Política de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
COCALINHO
NORTELÂNDIA
CHAPADA
DOS GUIMARÃES
JANGADA CUIABÁ
SANTO RONDONÓPOLIS
ANTÔNIO DO
POCONÉ LEVERGER
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Vale ressaltar que a metodologia adotada no projeto levou em conta
um dos princípios da PNEPS: o diálogo. Assim, os temas geradores de-
senvolvidos nas “rodas de conversa” dialogaram com as expectativas,
demandas e possibilidades de cada localidade. As “rodas de conver-
sa” permitem trocas de conhecimento entre os participantes por meio
da oralidade e, com isso, a projeção das memórias e experiências dos
envolvidos. Esse método é uma das marcas dos processos formativos
da educação popular e das Tendas Paulo Freire realizadas por todo país
e nos fóruns sociais de saúde.
Projetos de extensão como o aqui relatado contribuem para a siste-
matização, a produção de conhecimentos e o compartilhamento das
experiências originárias do saber, da cultura e das tradições populares
que atuam na dimensão do cuidado, da formação e da participação
popular em saúde. Tornam efetiva a integração entre universidade e
comunidade e possibilitam a abertura de novas áreas de pesquisa
acadêmica. Promove-se assim um verdadeiro diálogo de saberes.
Além de procurar fortalecer e qualificar a participação popular, a
gestão participativa, o controle social e as práticas populares em saú-
de no estado do Mato Grosso, o projeto Saberes e práticas do cuida-
do registrou e organizou suas experiências formativas através de ins-
trumentos úteis para divulgação de suas ações e da Política Nacional
de Educação Popular em Saúde. Dessa forma, surgiu o caderno que
você leitor ou leitora tem em mãos, um documentário em formato de
curta-metragem (de 10 minutos) que serve de introdução à PNEPS e
um relatório digital detalhando as atividades do projeto. E há ainda
estudos, na forma de artigos científicos, em fase de elaboração.
A realização desse projeto permitiu vislumbrar maneiras de concre-
tizar a Política Nacional de Educação Popular em Saúde ao possibilitar
a criação de espaços de troca e produção de conhecimento, a articu-
lação entre atores e movimentos sociais e ao contribuir com a imple-
mentação de estratégias e ações de comunicação e de informação em
saúde identificadas com a realidade, linguagens e culturas populares.
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INDICAÇÕES
E REFERÊNCIAS
Conheça mais sobre leis e estudos importantes para a Educação Popular em Saúde
Legislação
Portaria nº 3.027, de 26/10/2007 que institui a Política Nacional de Gestão Estra-
tégica e Participativa, apresenta dentre os seus eixos e ações o fortalecimento dos
movimentos e práticas de Educação Popular em Saúde no SUS
Portaria nº 1.256, de 17/06/2009 que institui o Comitê Nacional de Educação
Popular em Saúde, espaço colegiado com participação de representantes da gestão
do SUS e dos movimentos populares, com o objetivo de participar da formulação,
acompanhamento e avaliação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde;
Portaria nº 2.761, de 19/11/2013 que institui a Política Nacional de Educação
Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, visa colocar as práticas
populares em saúde em um plano mais amplo, de forma democrática e com par-
ticipação social.
Estudos
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Po-
lítica Nacional de Educação Popular em Saúde, Brasília, 2012.
_______. De sonhação a vida é feita, com crença e luta o ser se faz: Roteiros para
refletir brincando: outras razões possíveis na produção de conhecimento e saúde
sob a ótica da educação popular. Brasília, 2013.
_______. Secretaria Geral da Presidência da República. Marco de Referência da
Educação Popular para as Políticas Públicas. Brasília, 2014.
FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1980.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 2005.
STOTZ, E. N.; DAVID, H. S. L.; WONG, J. A. Educação popular e saúde: trajetória,
expressões e desafios de um movimento social. Revista de APS, Juiz de Fora, v.8,
n.1, p.49-60, 2005.
VALLA, V. Educação popular, saúde comunitária a apoio social num conjuntura
de globalização. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 15, supl. 2, p.
7-14, 1999.
VASCONCELOS, E. M. Educação Popular: de uma Prática Alternativa a uma Estra-
tégia de Gestão Participativa das Políticas de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva,
Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 67-83, 2004.
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CARTA DO
ANEXO 1:
I ENCONTRO REGIONAL
I Encontro Regional de Práticas Populares do Cuidado em Saúde
no Centro-Oeste: Sujeitos, Saberes, Sabores e Diálogos
Saudações amorosas,
Na altitude de imensa beleza natural do cerrado mato-grossense,
sob o clima agradável e energia contagiante de Chapada dos Gui-
marães, nos dias 20, 21 e 22 de novembro de 2014, abraçamos o
I Encontro Regional de Práticas Populares do Cuidado em Saúde no
Centro-Oeste: Sujeitos, Saberes, Sabores e Diálogos promovido pela
Articulação de Movimentos e Práticas em Educação Popular e Saúde
da região Centro-Oeste (ANEPS Centro-Oeste).
Somos mais de 80 pessoas, vozes das centenas de outras que aqui
não estiveram, que na oportunidade contemplamos os diversos segmen-
tos sociais ligados à área da saúde, educação e cultura, originários de
mais de 20 municípios do Centro Oeste e 9 estados do Brasil (AL, GO,
DF, RS, BA, CE, SE, PB, RN), além de representantes do Ministério da
Saúde e da Secretária de Estado de Saúde do Estado de Mato Grosso.
Compartilhamos nossos saberes, vivências e experiências nas ro-
das de conversa e construímos estratégias, possibilidades de ação e
pactos para a efetivação da Política Nacional de Educação Popular
em Saúde (Portaria n.º 2.761, de 19 de novembro de 2013), que
orienta e propõe o fortalecimento das práticas do cuidado em saúde,
bem como uma maior articulação entre os movimentos sociais locais,
por meio de diálogo aberto e qualificado, vislumbrando a abertura dos
caminhos para a participação popular efetiva e em defesa do SUS.
Não podemos caminhar sozinhos!
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As parcerias de instituições, representações diversas e pessoas de
boa vontade possibilitam a diminuição das distâncias entre as neces-
sidades individuais e coletivas, as esferas governamentais e os movi-
mentos sociais, as atitudes e as leis. Ainda, abrangem a possibilida-
de da ocupação de espaços que legitimam o saber (universidades e
instituições formadoras), que potencializam as sementes de práticas,
saberes, experiências e viveres, considerando as pessoas, o que va-
loriza a discussão política em torno das necessidades reais e locais.
Definimos um leque de estratégias de formação para agentes do
cuidado popular para que o diálogo entre os diversos saberes possa
ocorrer e ganhar capilaridade social e política adequada à inclusão e
disseminação das Práticas Populares do Cuidado em Saúde dialogan-
do com as Políticas Nacionais de Saúde.
Entendemos que nossos valores e crenças não se opõem, mas
complementam e integram com qualidade e competência as práticas
vigentes no cuidado com a saúde resultando no efetivo fortalecimento
do Sistema Único de Saúde (SUS), visto que o foco prioritário das
práticas integrativas e complementares é atender as pessoas, objeti-
vando suas necessidades percebidas de saúde.
Compreendemos também que para a garantia dos direitos adquiri-
dos é preciso fortalecer os coletivos sociais legitimados nos conselhos
municipais e estadual de saúde, além de garantir espaço permanente
de participação nas Conferências em todas as instâncias. Este cami-
nho possibilita o florescimento destas vozes na 15ª Conferência Na-
cional de Saúde, espaço onde a reverberação de todos os movimen-
tos coletivos pode se traduzir no bem comum, integrando as pessoas
em todas as suas potencialidades, valores e limites.
Diante do exposto, damos conhecimento do movimento em prol das
Práticas Populares do Cuidado em Saúde, bem como da Política Nacional
de Educação Popular em Saúde no Centro-Oeste em diálogo com as Políti-
cas Nacionais de Saúde, para que estas práticas sejam integradas ao SUS.
Abraços amorosos e gratidão a tod@s!
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ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DE
ANEXO 2:
PRÁTICAS POPULARES DE SAÚDE
Este roteiro tem o objetivo de levantar alguns dados sobre as práticas populares de cuida-
do e a relação das comunidades com as políticas públicas de saúde. É um instrumento
para o conhecimento preliminar do contexto social das comunidades por parte de gestores
e trabalhadores/as da saúde, pesquisadores/as e movimentos sociais.
Dados de identificação
Nome:__________________________________________________________________
Sexo: ( ) M ( )F
Município onde reside:____________________________________________________
Participa de algum movimento social, conselho, gestão pública, universidade:
( ) Não Sim ( ) Qual(is)_____________________________________________
Questões relacionadas às práticas populares de saúde
1.Quando você está com algum mal-estar, seja mental ou físico, o que você faz para
se sentir melhor?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
2. Você utiliza alguma prática de saúde considerada popular, ou seja, que você
aprendeu com alguém da família ou amigo? Se sim, quais?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
3. Para você o que poderia ser feito para que as práticas populares de saúde fossem
inseridas no SUS?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Questões relacionadas às Políticas Públicas
1. Conhece ou já falou de alguma das seguintes Políticas Nacionais de Saúde?
a. Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS)
( )Sim ( )Não
b. Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa (ParticipaSUS)
( )Sim ( )Não
c. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
( )Sim ( )Não
d. Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS) - ( )Sim ( )Não
e. Política Nacional de Promoção da Equidade em Saúde - ( )Sim ( )Não
f. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra - ( )Sim ( )Não
g. Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT - ( )Sim ( )Não
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h. Política Nacional de Saúde Integral da População do Campo e da Floresta
( )Sim ( )Não
i. Política Nacional de Saúde dos Moradores de Rua - ( )Sim ( )Não
j. Política Nacional de Saúde da População Cigana - ( )Sim ( )Não
k. Conselho de Saúde - ( )Sim ( )Não
l. Pacto da Saúde - ( )Sim ( )Não
m. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) - ( )Sim ( )Não
n. Articulação Nacional de Educação Popular e Saúde (ANEPS) - ( )Sim ( )Não
Questões relacionadas à Prática de Saúde e SUS
1.Quando você precisa fazer algum tratamento de saúde, o que você faz?
( ) vai até um órgão do SUS (PSF, Hospital, etc.)
( ) usa o plano de saúde privado
( ) procura atendimento em alguma comunidade ou instituição filantrópica
( ) faz orações
( ) outra. Qual?_ ________________________________________________________
2. Quando você encontra dificuldade para ter acesso ao SUS, o que você faz?
( ) não vou
( ) procuro ajuda de um político ou pessoa influente
( ) uso o plano de saúde privada
( ) pago o tratamento
( ) faço uma reclamação na ouvidoria do SUS
( ) levo a questão para ser discutida no movimento social no qual participo
( ) faço nada
3. Em sua opinião, o que deve ser feito para que o SUS atenda com mais qualidade
a população?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
4. Marque com X quais são as práticas de saúde promovidas pelo SUS no seu bair-
ro, assentamento ou região:
Programa Saúde da Família ( ) Não ( ) Sim
Programa Mais Médicos ( ) Não ( ) Sim
Posto de Saúde ( ) Não ( ) Sim
Hospital ( ) Não ( ) Sim
Outros. Quais?___________________________________________________________
5. Existem grupos organizados que realizam as práticas de Saúde Popular? Coloque
o nome do grupo, o que faz e quem é a pessoa de contato.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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VERSÃO SIMPLIFICADA DA
ANEXO 3:
PNEPS EM CRIOULO HAITIANO
Versão simplificada traduzida para o crioulo haitiano preparada para
a oficina de formação do Projeto “Saberes e práticas do cuidado” re-
alizada na Casa de Pastoral para Migrantes em Cuiabá.
Tradução Danise Civil
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O que ele busca? Ki sal chache?
Elaborada durante as Conferências Nacionais de Saúde, ela busca
fortalecer a gestão participativa nos espaços do SUS, além de re-
conhecer e valorizar as culturas populares, especialmente as várias
expressões da arte, como componentes essenciais das práticas de
cuidado, gestão, formação, controle social e práticas educativas em
saúde. Para se fazer presente enquanto política pública ela articula
04 eixos de ação:
Élaboration pandan Konferans Nasyonal Sante yo, li ap chèche ran-
fòse jesyon patisipatif yo anda sante piblikyo, nan adisyon a rekonèt
ak évaluer kilti popilè yo, espesyalman ekspresyon divès kalite nan
atizay, kòm eleman esansyèl nan pratik swen, jesyon, fòmasyon, ak
kontwòl sosyal pratik edikasyon nan sante. Pou fè regleman sa a kòm
li artikule 04 liy nan aksyon:
32
Apoio
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde
Realização
Parceiros