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INSTITUTO EDUCACIONAL LACERDA

VIGILÂNCIA EM
SAÚDE

PROFª. ESP. ADRIANA PIMENTA

MAURITI-CE
2017
CONTEÚDO

1.VIGILÂNCIA EM SAÚDE
1.1 Vigilância Epidemiológica
1.2 Vigilância Sanitária
1.3 Vigilância Ambiental
1.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador
2. PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
3.1 Notificação Compulsória
3.2 Doenças Endêmicas na Região Nordeste
4. INDICADORES DE SAÚDE
5. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
6. AGENTES DE ENDEMIA
7. FINANCIAMENTO DO SUS
8.ÓRGÃOS DE CONTROLE
8.1 Conselhos de Saúde
8.2 Conferências de Saúde
8.3 Ouvidoria
9. PMAQ (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção
Básica)
10. ENFRENTAMENTO EM EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA
QUESTÕES DE CONCURSO
REFERÊNCIAS
ANEXOS
1. Calendário Nacional de Vacinação 2017
2. Lista de Notificação Compulsória
1.VIGILÂNCIA EM SAÚDE

A vigilância em saúde objetiva observar e analisar permanentemente a


situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações
destinadas a controlar os determinantes de saúde, riscos e danos à saúde de
populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se uma atenção
de forma globalizada, o que inclui não só uma abordagem individual, mas
também coletiva dos problemas de saúde.
As ações de vigilância incluem: promoção, prevenção e controle de
doenças e agravos à saúde, devendo-se constituir em espaço de articulação de
conhecimentos e técnicas.
O conceito de vigilância em saúde inclui: vigilância e o controle das
doenças transmissíveis e das doenças e agravos não transmissíveis; vigilância
ambiental, epidemiológica vigilância do trabalhador e a vigilância sanitária.
A vigilância em saúde deve estar inserida em todos os níveis de atenção
da saúde. A partir de suas específicas ferramentas, as equipes de saúde da
atenção primária podem desenvolver uma programação e planejamento, de
maneira a organizar os serviços com ações programadas de atenção à saúde
das pessoas, aumentando o acesso da população a diferentes ações de saúde.
A Vigilância em Saúde, visando a integralidade do cuidado, deve inserir-
se nas redes de atenção à saúde, coordenadas pela Atenção Primária à
Saúde.
A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde
é condição obrigatória para a construção da integralidade na atenção e para o
alcance dos resultados, com desenvolvimento de um trabalho correspondente
com a realidade local, que preserve as especificidades dos setores e
compartilhe suas tecnologias, tendo por diretrizes:
I – compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a
gradativa inserção das ações de vigilância em saúde nas práticas das equipes
da Saúde da Família;
II – planejamento e programação integrados das ações individuais e
coletivas;
III – monitoramento e avaliação integrada;
IV – reestruturação dos processos de trabalho que favoreçam a
integração da vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à saúde,
como linhas de cuidado, clinica ampliada, apoio matricial, projetos terapêuticos
entre outros;
V – Educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem
integrada nos eixos da clínica, vigilância, promoção e gestão.

1.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

“Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou


prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.
Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm
a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de
doenças e agravos.
Tem como funções, dentre outras:
 Coleta e processamento de dados;
 Análise e interpretação dos dados processados;
 Divulgação das informações;
 Investigação epidemiológica de casos e surtos;
 Análise dos resultados obtidos;
 Recomendações e promoção das medidas de controle indicadas.

1.2 VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à


saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, na
produção e circulação de bens e na prestação de serviços de interesse da
saúde. Abrange o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente,
se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que, direta ou
indiretamente, se relacionam com a saúde. Outro aspecto fundamental da
vigilância em saúde é o cuidado integral com a saúde das pessoas por meio da
promoção da saúde. Essa política objetiva a promover a qualidade de vida,
empoderando a população para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde
relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso
a bens e serviços essenciais.
As ações específicas são voltadas para: alimentação saudável, prática
corporal/atividade física, prevenção e controle do tabagismo, redução da
morbimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras drogas, redução da
morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo
à cultura da paz, além da promoção do desenvolvimento sustentável.

1.3 VIGILÂNCIA AMBIENTAL

Visa ao conhecimento e à detecção ou prevenção de qualquer mudança


nos fatores determinantes e condicionantes do ambiente que interferiram na
saúde humana; recomendar e adotar medidas de prevenção e controle dos
fatores de risco, relacionados às doenças e outros agravos à saúde,
prioritariamente a vigilância da qualidade da água para consumo humano, ar e
solo; desastres de origem natural, substâncias químicas, acidentes com
produtos perigosos, fatores físicos, e ambiente de trabalho.

1.4 VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Caracteriza-se por ser um conjunto de atividades destinadas à promoção


e proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos
aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
Visa à promoção da saúde e a redução da morbimortalidade da
população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos
agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e
processos produtivos (Portaria GM/MS Nº 3.252/09).
A especificidade de seu campo é dada por ter como objeto a relação da
saúde com o ambiente e os processos de trabalho, abordada por práticas
sanitárias desenvolvidas com a participação dos trabalhadores em todas as
suas etapas e visando à integralidade do cuidado;
A Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende uma atuação
contínua e sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer,
pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à
saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos
tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de
planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a
eliminá-los ou controlá-los (Portaria GM/MS Nº 3.120/98).
Vigilância em Saúde do Trabalhador constitui um processo pedagógico
que requer a participação dos sujeitos e implica em assumir compromisso ético
em busca da melhoria dos ambientes e processos de trabalho. Dessa maneira,
a ação de VISAT deve ter caráter proponente de mudanças e de intervenção
sobre os fatores determinantes e condicionantes dos problemas de saúde
relacionados ao trabalho.
A importância das ações de promoção, proteção e prevenção: partindo
do entendimento de que os problemas de saúde decorrentes do trabalho são
potencialmente preveníveis, esta Política deve fomentar a substituição de
matérias primas, de tecnologias e de processos organizacionais prejudiciais à
saúde por substâncias, produtos e processos menos nocivos. As práticas de
intervenção em VISAT devem orientar-se pela priorização de medidas de
controle dos riscos na origem e de proteção coletiva.

2. PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES

O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial de


Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e
contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD). A informatização do PNI foi desenvolvida pelo
DATASUS.
O SI-PNI é formado por um conjunto de sistemas:
Avaliação do Programa de Imunizações - API.
Registra, por faixa etária, as doses de aplicadas e calcula a cobertura
vacinal, por unidade básica, município, regional da Secretaria Estadual de
Saúde, estado e país. Fornece informações sobre rotina e campanhas, taxa de
abandono e envio de boletins de imunização. Pode ser utilizado nos âmbitos
federal, estadual, regional e municipal.
Estoque e Distribuição de Imunobiológicos - EDI.
Gerencia o estoque e a distribuição dos imunobiológicos. Contempla o
âmbito federal, estadual, regional e municipal.
Eventos Adversos Pós-vacinação - EAPV.
Permite o acompanhamento de casos de reação adversa ocorridos pós-
vacinação e a rápida identificação e localização de lotes de vacinas. Para a
gestão federal, estadual, regional e municipal.
Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão - PAIS.
Sistema utilizado pelos supervisores e assessores técnicos do PNI para
padronização do perfil de avaliação, capaz de agilizar a tabulação de
resultados. Desenvolvido para a supervisão dos estados.
Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão em Sala de
Vacinação - PAISSV.
Sistema utilizado pelos coordenadores estaduais de imunizações para
padronização do perfil de avaliação, capaz de agilizar a tabulação de
resultados. Desenvolvido para a supervisão das salas de vacina.
Apuração dos Imunobiológicos Utilizados - AIU.
Permite realizar o gerenciamento das doses utilizadas e das perdas
físicas para calcular as perdas técnicas a partir das doses aplicadas.
Desenvolvido para a gestão federal, estadual, regional e municipal.
Sistema de Informações dos Centros de Referência em Imunobiológicos
Especiais - SICRIE.
Registra os atendimentos nos CRIEs e informa a utilização dos
imunobiológicos especiais e eventos adversos.

3.SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Como em qualquer outra atividade, no setor saúde a informação deve


ser entendida como um redutor de incertezas, um instrumento para detectar
focos prioritários, levando a um planejamento responsável e a execução de
ações de que condicionem a realidade às transformações necessárias.
Planejamento é um processo de tomada de decisões que, com base na
situação atual, visa a determinação de providências a tomar objetivando atingir
uma situação futura desejada. A Organização Mundial da Saúde define
Sistema de Informação em Saúde –SIS como um mecanismo de coleta,
processamento, análise e transmissão da informação necessária para se
planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde. Considera-se que a
transformação de um dado em informação exige, além da análise, a
divulgação, e inclusive recomendações para a ação.
No novo modelo de assistência à saúde, é preciso reverter a atual
situação de centralização de dados, de limitação do uso dos mesmos, da
demora com que são analisados e que retornam para o nível local, idealizando
um novo sistema em que os dados passem a ser analisados no próprio
município, gerando de forma oportuna subsídios para o planejamento e para as
ações em saúde, bem como de ações para a melhoria da qualidade dos dados.
Conhecer os passos de cada uma das etapas de um Sistema de
Informações é de fundamental importância para garantir não só a fidedignidade
das bases de dados, mas também a permanência e plena utilização das
mesmas.

Principais Sub-Sistemas de Informação em Saúde

SISTEMAS EVENTO INSTRUMENTO USOS (ALGUNS)


DE COLETA
SIM Óbito Declaração De Estudo De Mortalidade, Vigilância
Óbito De Óbito (Infantil, Materno, Etc)
SINASC Nascido Vivo Declaração De Monitoramento da saúde da
Nascido Vivo criança, Vigilância à criança de
risco
SINAN Agravo Sob Notificação Acompanhamento dos agravos
Notificação Investigação sob notificação, surtos,
epidemias, etc
SIH Informação AIH Morbidade hospitalar, Gestão
Hospitalar hospitalar, Custeio da Atenção
Hospitalar
SAI Produção BPA Acompanhamento da produção
Ambulatorial ambulatorial, Gestão Ambulatorial
Custeio da Atenção Ambulatorial,
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE - SIM

Descrição Contém informações sobre óbitos e


óbitos fetais
Origem/Fonte Declaração de Óbito
Fluxo Cartórios ? SMS ? Regional ? SES ?
FNS
Abrangência Geográfica País, Estados, Regionais e municípios
( possibilidade de processar os dados
por bairros e áreas)
Variáveis mais importantes ?? causa básica, sexo, idade, grau de
instrução, ocupação habitual, local de
ocorrência, assistência médica.
Indicadores ?? Mortalidade Proporcional (%):
?? por causas ou grupos de causas
?? por faixas etárias
?? por causas mal definidas
?? Coeficientes:
?? Mortalidade Geral
?? Mortalidade Infantil (Neonatal e
Infantil Tardia)
?? Mortalidade Materna
?? Mortalidade por causas ou grupos de
causas específicos
Principais limitações ?? sub-registro de óbitos
?? qualidade do preenchimento da
Declaração de Óbito

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS - SINASC

Descrição Contém informações sobre as


características dos nascidos vivos, das
mães, da gestação e do parto.
Origem/Fonte Declaração de Nascido Vivo
Fluxo Hospitais/Cartórios ? SMS ? Regional ?
SES ? FNS
Abrangência Geográfica País, Estados, Regionais e municípios
(possibilidade de processar os dados por
bairros e áreas)
Variáveis mais importantes ?? sexo, peso ao nascer, tipo de parto,
local de ocorrência, duração da
gestação, no consultas pré-natais
realizadas, grau de instrução da mãe
Indicadores ?? Proporção (%) de nascidos vivos:
?? de baixo peso (< 2.500 g.)
?? prematuridade (menos de 37
semanas de gestação)
?? de partos hospitalares
?? por tipo de parto
?? por número de consultas pré-natais
realizadas
?? por faixa etária da mãe
?? Taxa Bruta de Natalidade
?? Taxa de Fecundidade Geral
Principais limitações ?? falhas na cobertura do evento
?? qualidade do preenchimento da
Declaração de Nascido Vivo

SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE AGRAVOS NOTIFICÁVEIS – SINAN

Descrição Visa o controle de algumas doenças e


agravos de notificação compulsória com
base em informações sobre o número de
casos segundo semanas
epidemiológicas.
Origem/Fonte Ficha Individual de Notificação
Ficha Individual de Investigação (distinto
para cada agravo)
Fluxo Serviços de saúdes ? SMS ? Regional ?
SES ? FNS
Abrangência Geográfica País, Estados, Regionais e municípios
( possibilidade de processar os dados
por bairros e áreas)
Principais Limitações ?? sub-notificação dos casos
?? qualidade do preenchimento das FIN

SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES - SIH

Descrição. Contém informações sobre as


internações hospitalares
Origem/Fonte Autorização de Internação Hospitalar -
AIH
Fluxo Órgão Emissor ? Hospitais ? SMS ?
Regional ? SES ? MS
Abrangência Geográfica País, Estados, Regionais e municípios
(possui dados de cada AIH, sendo
possível a pesquisa em
qualquer nível de agregação).
Variáveis mais importantes ?? internações, AIH pagas, valor médio
AIH, média de
permanência, óbitos, taxa, mortalidade (
por sexo, faixa
etária, diagnóstico de internação, etc.).
Indicadores ?? Tempo médio de permanência geral
ou por causa específica
?? Valor médio da internação geral ou
por causa específica
?? Proporção (%) de internações por
causa ou procedimento
?? Taxa de Mortalidade hospitalar geral
ou por causa específica
Principais limitações ?? cobre somente as internações da
rede pública ou conveniada
?? qualidade dos dados (incorreções,
fraudes, manipulação)

SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAL - SIA

Descrição Contém informações que agilizam os


procedimentos de pagamento
dos serviços produzidos e permitem
analisar o perfil da oferta
de serviços ambulatoriais, através do:
?? acompanhamento das programações
físicas e orçamentárias;
?? acompanhamento das ações de
saúde produzidas
(instrumentos analíticos de controle e
avaliação).
Origem/Fonte ?? Ficha de Cadastro Ambulatorial - FCA
?? Ficha de Programação Físico-
Orçamentária - FPO
?? Boletim de Produção Ambulatorial -
BPA
?? Boletim de Diferença de Pagamento -
BDP
Fluxo unidades prestadoras de serviço ? órgão
gestor ? MS
Abrangência Geográfica País, Estados, Regionais e municípios

Variáveis mais importantes ?? identificação e caracterização da


unidade prestadora
?? procedimentos realizados
Indicadores ?? consultas médicas ou outro tipo de
procedimento:
?? por habitante ao ano
?? por consultório (ou
equipamento/estabelecimento)
exames/terapias realizados pelo
quantitativo de consultas
médicas (geral ou por especialidade)
Principais limitações ?? abrangência restrita aos usuários do
sistema público de saúde;
?? ausência de registro de
procedimentos que extrapolem o teto
financeiro;
?? distorções decorrentes de alterações
fraudulentas;
?? ausência de registro individual (não
consegue qualificar as prioridades,
através de caracterização de grupos
populacionais ou agravos)
SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - SISVAN

Descrição Contém informações sobre o estado


nutricional de crianças de 0 a 5 anos e
gestantes.
Pré-requisito para acessar recursos no
PAB -
Plano de Combate às Carências
Nutricionais-PCCN
Origem/Fonte Cartão da Criança e Cartão da Gestante

Fluxo Serviços de saúdes ? SMS ? Regional ?


SES ? FNS
Abrangência Geográfica municípios que já implantaram o sistema

Variáveis mais importantes ?? Peso, idade, altura, idade gestacional

Indicadores ?? Incidência e Prevalência da


desnutrição e sobrepeso
Principais limitações ?? não existe modelo informatizado que
atenda o modelo da
padronização;
?? problemas de estimativas
populacionais

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNIZAÇÕES – API

Descrição Contém informações referentes às doses


de vacinas aplicadas. Visa o controle
das coberturas vacinais alcançadas.

Origem/Fonte Mapa diário do registro de doses


aplicadas e
Boletim Mensal de doses aplicadas

Fluxo Serviços de saúdes ? SMS ? Regional ?


SES ? FNS
Abrangência Geográfica País, Estados, Regionais e municípios

Variáveis mais importantes ?? quantidade de vacinas aplicadas, por:


tipo de vacina, dose,
faixa etária.

Indicadores ?? Coberturas vacinais por tipo de


vacina
(proporção(%) da população alvo
vacinada x cobertura
mínima desejada)
Principais limitações ?? qualidade do preenchimento do
Boletim Mensal de Vacinação
?? problemas de estimativas
populacionais

3.1 Notificação Compulsória

A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros


profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de
saúde, que prestam assistência ao paciente;
A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou
confirmação de doença ou agravo;
A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de
notificação compulsória à autoridade de saúde competente também será
realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados
educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades
laboratoriais e instituições de pesquisa.
A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de
notificação compulsória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer
cidadão que deles tenha conhecimento.
A notificação compulsória imediata deve ser realizada em até 24 (vinte e
quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível.
.
3.2 DOENÇAS ENDÊMICAS NA REGIÃO NORDESTE

O mosquito Aedes aegypti começou a assustar os brasileiros com a


transmissão da dengue. Depois, o surgimento da zika. Esse novo vírus passou
a ser o principal medo das grávidas e alvo de pesquisas por todo o mundo.
Logo em seguida, surgiu a chikungunya, que superou os casos do vírus
da zika em 2016 e ainda precisa ser estudado para a ciência entender suas
consequências.
E, agora, os mosquitos Haemagogus e Sabethes transmitem a febre
amarela em Minas Gerais, um novo surto que ocorre após 10 anos - o último
aumento do número de casos ocorreu em 2007.
Por que o Brasil está sendo afetado por essas doenças?
Há um ambiente favorável para a reprodução dos mosquitos
transmissores, tanto o Aedes aegypti, quanto os mosquitos selvagens da febre
amarela, o Haemagogus ou Sabethes. “Não conseguimos controlar a
população de mosquitos. É preciso descobrir uma maneira mais objetiva de
combatê-los”.
Os médicos concordam que são vários fatores que propiciam o ambiente
favorável: "favelização” das cidades, “As pessoas não têm moradia digna, não
têm rede de esgoto, não têm água encanada, e armazenam água em tonéis e
baldes”. Além disso, o clima quente e úmido das cidades brasileiras durante o
verão é o preferido entre os mosquitos transmissores. E é por isso que a
quantidade de casos das doenças diminui durante o inverno.
Como é a transmissão das doenças?
A zika, a chikungunya e a dengue são transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti. No caso da zika, a transmissão também ocorre de mãe para filho
durante a gravidez e por via sexual. A dengue e a febre amarela são passadas
apenas por meio dos mosquitos. No caso da chikungunya, possíveis outras
formas de transmissão ainda são investigadas.
A febre amarela também é transmitida pelo mosquito Aedes nas cidades, mas
desde 1942 não há um caso fora das zonas silvestres e de mata do Brasil.
Nessas regiões, a transmissão ocorre por meio dos mosquitos dos gêneros
Haemagogus ou Sabethes. A questão agora é se o vírus vai alcançar centros
urbanos ou se permanecerá restrito ao campo.

Quais são as regiões mais afetadas?


Como se proteger?
Para evitar a proliferação dos mosquitos, é importante não deixar água
parada. Para evitar as picadas, é possível colocar redes nas janelas, vestir
roupas com mangas compridas nas áreas de risco e usar repelente. Isso vale
para todas as doenças.
Quais doenças têm vacina?
O Brasil oferece a vacina para a febre amarela pelo Sistema Único de
Saúde. A vacina de zika está sendo pesquisada por laboratórios de diferentes
países, mas ainda está em fase de testes. A dengue já tem uma vacina
aprovada, mas vendida apenas na rede privada - o estado do Paraná foi o
único a disponibilizar gratuitamente para a população.
Qual doença deve ter mais casos em 2017?
A previsão é difícil de ser feita. Mas, de acordo com os especialistas e
com o Ministério da Saúde, os casos de chikungunya devem crescer e os de
zika devem se estabilizar.
Qual o papel do macaco na transmissão da febre amarela?
A morte de macacos é o primeiro sinal de alerta de que a febre amarela
voltou a circular com maior intensidade em uma região. "Em Minas Gerais,
temos o vírus circulando em nossas matas, e em algum momento há uma
replicação maior. O aparecimento dos macacos infectados é um sinal disso".
A febre amarela vai chegar às grandes cidades?
Este é o maior temor em relação à febre amarela. Com o desmatamento,
as pessoas estão indo para cada vez mais perto da mata. Se uma pessoa for
infectada na região silvestre, for para a cidade e for picada pelo Aedes aegypti,
começa o ciclo de transmissão urbana.
No entanto, a existência de uma vacina deve impedir que a febre
amarela se torne uma epidemia tão grave quanto a de dengue. Quando os
primeiros casos ocorrem em uma cidade, é possível fazer uma vacinação de
bloqueio e conter a doença.
Quem deve se vacinar contra a febre amarela?
Até agora, o Ministério da Saúde recomenda que apenas pessoas que
morem nas áreas de risco (próximas à mata e zona rural) ou que viagem para
estas regiões.
Em situações de emergência, a vacina pode ser administrada já a partir
dos 6 meses de idade. O indicado, no entanto, é que bebês de 9 meses sejam
vacinados pela primeira vez. Depois, recebam um segundo reforço aos 4 anos
de idade. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para
garantir a imunização já após a primeira aplicação.
Pessoas com mais de 5 anos de idade devem se vacinar e receber a
segunda dose após 10 anos. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os
riscos de receber a imunização. Pela possibilidade de causar reações, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para
pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade,
nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.

4.INDICADORES DE SAÚDE

Indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante


sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do
desempenho do sistema de saúde. É uma tentativa de estabelecer medidas por
meio de relações, portanto de expressões numéricas como forma de
aproximação da realidade de um dado fenômeno, fato, evento ou condição.
Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM) tem como fonte de dados:
- Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
- Censos ou estimativas populacionais
• Usualmente referido a períodos de 1 ano
• Valores esperados entre 6,0 e 12,0 óbitos por 1.000 habitantes ano

CGM = Óbitos por todas as causas


___________________________________ x 1.000

População estimada para o meio do período

Mortalidade Proporcional por Causas Específicas


• Fonte de dados: - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
• Usualmente referido a períodos de 1 ano
• Pode se calculado excluindo do denominador os óbitos por causas mal
definidas
MPCE = Óbitos de por uma causa ou grupo de causas
_____________________________________ x 100
Total de óbitos

Taxa de mortalidade infantil


1. Conceituação: Número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil
nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no
ano considerado.
2. Interpretação: Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu
primeiro ano de vida. Reflete, de maneira geral, as condições de
desenvolvimento socioeconômico e infra-estrutura ambiental, bem como o
acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna
e da população infantil. Costuma-se classificar o valor da taxa como alto (50
por mil ou mais), médio (20 a 49) e baixo (menos de 20), parâmetros esses que
necessitam revisão periódica, em função de mudanças no perfil
epidemiológico.
3. Usos: Analisar variações populacionais, geográficas e temporais da
mortalidade infantil, identificando situações de desigualdade e tendências que
demandem ações e estudos específicos. Contribuir na avaliação dos níveis de
saúde e desenvolvimento socioeconômico da população, prestando-se para
comparações nacionais e internacionais; Subsidiar processos de planejamento,
gestão e avaliação de políticas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-
natal e ao parto, bem como para a proteção da saúde infantil.
• Fonte de dados:
- Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
- Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)

CMI = Óbitos de menores de um ano


________________________ x 1.000
Nascidos vivos

COEFICIENTE MORTALIDADE INFANTIL NEONATAL

CMN= Óbitos de criança de 0-27 dias


__________________________x1.000
Nascidos vivos

COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL PÓS NEONATAL

CMIPN= Óbitos de crianças de 28 dias até 1 ano


________________________________X1.000
Nascidos vivos

COEFICIENTE DE MORTALIDADE PERINATAL


Óbitos fetais e neonatais precoces
CMP=____________________________ x 1.000
Natimortos + Nascidos vivos

Óbitos fetais: perdas fetais com idade igual ou superior a 20 semanas de


gestação ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 gramas e/ou
comprimento igual ou superior a 25 cm.

Mortalidade Materna
“É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42
dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização
da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela
gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devidas a causas
acidentais ou incidentais”.
CAUSAS OBSTÉTRICAS DIRETAS - aquelas próprias ou específicas do ciclo
gravídico-puerperal, como a toxemia gravídica e o descolamento prematuro de
placenta.
CAUSAS OBSTÉTRICAS INDIRETAS - não específicas da gravidez, parto ou
puerpério, mas agravadas ou complicadas nesses períodos, como o diabetes
ou doenças cardíacas.

RMM= Nº de óbitos maternos


__________________x100.000
Nascidos Vivos

Expectativa de vida
Também denominada ESPERANÇA DE VIDA OU VIDA MÉDIA
• Fonte de dados: - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)-Censos
ou estimativas populacionais;
• Representa o número esperado de anos a serem vividos a partir de uma
determinada idade, em média, pelos indivíduos integrantes de uma coorte.
• Se referida ao nascimento é denominada expectativa de vida a nascer.
• Estimada por meio de modelos de tábua de vida ou de sobrevivência

5. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
De acordo com a Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004, do Conselho
Nacional de Saúde, aprovou a Política Nacional de Assistência Farmacêutica.
Assistência Farmacêutica (AF) é:
 Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da
saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como
insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Este
conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de
medicamentos e insumos, seleção, programação, aquisição,
distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e
serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva
da obtenção de resultados concretos e melhoria da qualidade de vida da
população.
CARACTERÍSTICAS:
É parte integrante da política de saúde;
Área estratégica do sistema de saúde para o suporte às intervenções na
promoção, prevenção de doenças e no tratamento.
FUNÇÕES E ATIVIDADES:
Planejar, coordenar, executar, acompanhar e avaliar as ações.
Articular a integração com os serviços, profissionais de saúde, áreas
interfaces, coordenação dos programas, entre outras.
Elaborar normas e procedimentos técnicos e administrativos.
· Selecionar e estimar necessidades de medicamentos.
· Gerenciar o processo de aquisição de medicamentos.
· Garantir condições adequadas para o armazenamento de medicamentos.
· Gestão de estoques.
· Distribuir e dispensar medicamentos.
· Manter cadastro atualizado dos usuários, unidades e profissionais de saúde.

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA


· Organizar e estruturar os serviços de AF nos três níveis de atenção à saúde
no âmbito local e regional.
· Desenvolver sistema de informação e comunicação.
· Desenvolver e capacitar recursos humanos.
· Promover o uso racional de medicamentos.
· Promover ações educativas para prescritores, usuários de medicamentos,
gestores e profissionais da saúde.
· Desenvolver estudos e pesquisa em serviço.
· Elaborar material técnico, informativo e educativo.
· Assegurar qualidade de produtos, processos e resultados
Exige articulação permanente com áreas técnicas, administrativas,
coordenações de programas estratégicos de saúde – Hanseníase,
Tuberculose, Saúde Mental, Programa Saúde da Família (PSF), Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS), Vigilância Sanitária, Epidemiológica,
área administrativa-financeira, planejamento material e patrimônio, licitação,
auditoria, Ministério Público, órgãos de controles, Conselho de Saúde,
profissionais de saúde, entidades de classe, universidades, fornecedores e
setores de comunicação da Secretaria, entre outros segmentos da sociedade,
para melhor execução, divulgação e apoio às suas ações.

FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA


O financiamento da Assistência Farmacêutica é responsabilidade dos
três gestores do SUS. Com a publicação da Portaria GM nº 698/2006 o
financiamento com recursos federais foi organizado em um bloco (Bloco de
Financiamento da Assistência Farmacêutica) com seus componentes
detalhados na sequência: Componente Básico da Assistência
Farmacêutica – destinado à aquisição de medicamentos e insumos no âmbito
da atenção básica. É composto por:
· Parte fixa – valor per capita transferido aos estados, municípios e ao Distrito
Federal conforme pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB).
Como contrapartida, estados e municípios devem alocar recursos próprios, de
acordo com valores pactuados entre as três esferas de gestão.
· Parte variável – valor per capita para aquisição de medicamentos para os
programas Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite, Saúde Mental, Saúde da
Mulher, Alimentação e Nutrição e, ainda, Combate ao Tabagismo. Este recurso
pode ser executado de forma centralizada pelo Ministério da Saúde ou de
FORNECEDORES/LABORATÓRIOS.
COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS ESTRATÉGICOS: (PSF, PACS,
Tuberculose, Hanseníase, Imunobiológicos).
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA:
De forma descentralizada, conforme pactuação. A insulina humana é
parte do elenco do Grupo de Medicamentos de Hipertensão e Diabetes, que é
adquirido pelo Ministério da Saúde e distribuído aos gestores.
 Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica – destinado ao
custeio de ações relativas aos seguintes programas: o Controle de
Endemias – Tuberculose, Hanseníase, Malária, Ieishmaniose, Chagas
entre outras doenças; DST/Aids – Anti-retrovirais; Sangue e
Hemoderivados; e Imunobiológicos.
 Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional –
destinado ao financiamento, juntamente com os estados e o Distrito
Federal, da aquisição de medicamentos de dispensação de caráter
excepcional, conforme constam na tabela de procedimentos SIA/SUS;
Os blocos serão regulamentados nos seus aspectos operacionais, por meio
de portarias específicas.

6. AGENTES DE ENDEMIAS

Trabalhador de nível médio que teve suas atividades regulamentadas


em 2006, mas que ainda tem muito o que conquistar, especialmente no que diz
respeito à formação.
Os agentes de Endemias surgiram com o objetivo de fortalecer as ações
de vigilância em Saúde, junto às equipes Saúde da Família.
O ACE é um profissional fundamental para o controle de endemias e
deve trabalhar de forma integrada às equipes de atenção básica, participando
das reuniões e trabalhando sempre em parceria com o Agente Comunitário de
Saúde. “Além disso, o agente de endemias pode contribuir para promover uma
integração entre as vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental. Como
está em contato permanente com a comunidade onde trabalha, ele conhece os
principais problemas da região e pode envolver a população na busca da
solução dessas questões.
Apenas em 2006 foi publicada a lei 11.350, que descreve e regulamenta
o trabalho dos ACEs e ACS. O texto diz que o trabalho dos agentes deve
acontecer somente no âmbito do SUS, que a contratação temporária ou
terceirizada não é permitida (a não ser nos surtos endêmicos), deve ser feita
por meio de seleção pública. A lei diz ainda que um dos requisitos para o
exercício da atividade do agente de endemias é ter concluído um curso
introdutório de formação inicial e continuada, porém, ainda não existe um
padrão definido nacionalmente.
Dentre as ações do ACE podemos mencionar algumas:
• Vistoria de residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos
comerciais para buscar focos endêmicos.
• Inspeção cuidadosa de caixas d’água, calhas e telhados.
• Aplicação de larvicidas e inseticidas.
• Orientações quanto à prevenção e tratamento de doenças infecciosas.
• Essas atividades são fundamentais para prevenir e controlar doenças
como dengue, chagas, leishmaniose e malária
Uma das estratégias indutoras é a incorporação do agente de combate
às endemias (ACE), na atenção primária, sendo agregadas ações como
controle ambiental, endemias, zoonoses e controle de riscos e danos à saúde.
A incorporação do ACE nas equipes de saúde da família pressupõe a
reorganização dos processos de trabalho, com integração das bases territoriais
dos agentes comunitários de saúde e do agente de combate às endemias, com
definição de papéis e responsabilidades, e a supervisão dos ACE pelos
profissionais de nível superior da equipe de saúde da família.
A Portaria n° 1.007/GM/MS, de 4 de maio de 2010, define critérios para
regulamentar a incorporação do Agente de Combate às Endemias.

7. FINANCIAMENTO DO SUS

A Lei 8.080 regulamenta as políticas de saúde definidas na Constituição


Federal. O governo da época, representado pelo presidente Fernando Collor,
resistiu ao caráter descentralizador dessa lei e vetou diversos artigos,
especialmente os que diziam respeito aos recursos e à participação da
comunidade.
Critérios para transferência de valores aos estados e municípios:
I – perfil demográfico da região;
II – perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV – desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e
municipais;
A Lei 8.142/90 é criada para normatizar a participação da comunidade
na gestão do SUS e as transferências de recursos do Ministério da Saúde para
as outras esferas de governo. Nos artigos 2º e 3º, ela trata do “Fundo Nacional
de Saúde” e diz como e onde os recursos desse fundo serão investidos. O
artigo 2º deixa claro que eles só podem ser utilizados para financiar os custos
próprios do Ministério da Saúde; os custos com ações de saúde previstos no
Orçamento e, principalmente, os custos das transferências de recursos para os
estados, o Distrito Federal e os municípios destinados à implementação de
ações e serviços de saúde. O objetivo dessa lei é definir em que devem ser
investidos os recursos da saúde. O artigo 3º, referindo-se aos recursos
destinados às outras esferas de governo, para serem investidos na rede de
serviços e ações de saúde, tanto de cobertura assistencial (ambulatórios e
hospitais) como de proteção e promoção da saúde, diz como deve ser o
repasse dos recursos: “serão repassados de forma regular e automática para
os Municípios, Estados e Distrito Federal. E o parágrafo 1º deste artigo
complementa. Isto é, todos os recursos deverão ser divididos e repassados
segundo o número de habitantes que se encontram em cada Município, Distrito
Federal ou Estado. Esse é um critério fundamental para a efetiva
descentralização dos recursos.
Sobre o financiamento de serviços privados, grandes somas de recursos
públicos são gastos com planos privados. Isso acontece de diversas formas:
quando hospitais públicos, especialmente universitários, atendem pacientes de
planos privados, muitas vezes furando a fila do Sistema Único, usando o
argumento de aumentar os recursos para o atendimento público. Eles deixam
de considerar, no entanto, os investimentos públicos na construção destes
mesmos hospitais, na compra de equipamentos, no incentivo à pesquisa, no
pagamento dos funcionários e, pior, quando não ressarcem ao hospital público
os serviços prestados.
A Emenda Constitucional nº 29, de 2000, delimitou os percentuais
mínimos de repasse de recursos a ser realizado por cada um dos entes
políticos da federação. A União deve aplicar os mesmos gastos em saúde
praticados no ano anterior, corrigidos pela variação nominal do Produto Interno
Bruto (PIB); os estados, têm como base de cálculo 12% de suas receitas; e, os
municípios têm, pelo menos, 15% de suas receitas como base de cálculo.
Aquele estado ou município que aplicar menos do que o percentual mínimo
exigido pode ser punido com a suspensão de repasse de recursos federais ou
com a decretação de intervenção e a autoridade que descumprir a regra pode
perder o direito de candidatar-se a cargo eletivo.

8 ÓRGÃOS DE CONTROLE

8.1 Conselhos de Saúde

A Lei nº 8.142/90, no segundo parágrafo, estabelece que: O Conselho


de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto
por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde
e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da
política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do
poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Os Conselhos de
Saúde não são órgãos responsáveis pela gestão ou execução de serviços e,
por isso, não têm responsabilidade direta sobre a prestação dos serviços de
saúde. Essa tarefa cabe diretamente ao Poder Público, nas três esferas de
governo. Um Conselho de Saúde é um órgão: colegiado, ou seja, é composto
por pessoas que representam diferentes grupos da sociedade, sendo 50%
delas representantes de usuários do SUS; permanente, isto é, tem sua
existência garantida em qualquer circunstância. Para ser extinto é preciso
haver uma lei; e deliberativo, ou seja, toma decisões que devem ser cumpridas
pelo poder público. Como tal, para garantir total autonomia e efetividade ao
controle social, o Conselho de Saúde não é subordinado ao Poder Executivo –
ao prefeito, ao governador ou ao secretário de saúde, por exemplo.
Características dos Conselhos de Saúde: São órgãos responsáveis pela
gestão ou execução de serviços e, por isso, não têm responsabilidade direta
sobre a prestação dos serviços de saúde. Essa tarefa cabe diretamente ao
Poder Público, nas três esferas de governo. Um Conselho de Saúde é um
órgão:
colegiado, ou seja, é composto por pessoas que representam diferentes grupos
da sociedade, sendo 50% delas representantes de usuários do SUS;
permanente, isto é, tem sua existência garantida em qualquer circunstância.
Para ser extinto é preciso haver uma lei; e deliberativo, ou seja, toma decisões
que devem ser cumpridas pelo poder público. Como tal, para garantir total
autonomia e efetividade ao controle social, o Conselho de Saúde não é
subordinado ao Poder Executivo – ao prefeito, ao governador ou ao secretário
de saúde, por exemplo.
Atribuições dos Conselhos Nacional, Estaduais, Distrital e Municipais de
Saúde:
 Receber informação do Ministério da Saúde sobre o descumprimento
dos dispositivos da LC141/2012 pelos Estados, Distrito Federal e
Municípios;
 Avaliar a repercussão da LC141/2012 sobre as condições e qualidade
dos serviços de saúde da população e encaminhamento ao Chefe do
Poder Executivo do respectivo ente da Federação das indicações para
que sejam adotadas as medidas corretivas necessárias;
 Estabelecer prioridades para as ações e serviços públicos de saúde pelo
respectivo gestor federal, estadual, distrital ou municipal;
 Avaliar a gestão do SUS quadrimestralmente e emitir parecer conclusivo
sobre o cumprimento dos dispositivos da LC 141/2012 quando da
apreciação das contas anuais encaminhadas pelo respectivo gestor
federal, estadual, distrital ou municipal;
 Assessorar o Poder Legislativo de cada ente da Federação, quando
requisitados, no exercício da fiscalização do cumprimento dos
dispositivos da LC141/2012, especialmente, a elaboração e a execução
do Plano de Saúde, o cumprimento das metas estabelecidas na LDO, a
aplicação dos recursos mínimos constitucionalmente estabelecidos, as
transferências financeiras Fundo-a-Fundo;
 Receber informação do Ministério da Saúde sobre os recursos previstos
para transferência aos Estados, Distrito Federal e Municípios com base
no Plano Nacional de Saúde.

8.2 Conferências de Saúde

É o fórum que reúne todos os segmentos representativos da sociedade,


um espaço de debate para avaliar a situação de saúde, propor diretrizes para a
formulação da política de saúde nas três esferas de governo. É convocada pelo
Poder Executivo ou pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 dos integrantes
desse fórum conclamam a conferência. Acontece de 4 em 4 anos. É realizada
pelas esferas municipal, estadual e federal. É o espaço de debate, formulação
e avaliação das políticas de saúde.

8.3 Ouvidoria

A Ouvidoria do SUS como instrumento de garantia dos direitos dos


cidadãos, enquanto usuários dos serviços de saúde públicos ou privados. Em
20/04/99 foi aprovada a Lei nº 10.294 – SEDUSP - Sistema Estadual de Defesa
do Usuário de Serviços Públicos, que institui as Ouvidorias dos Serviços
Públicos do Estado de São Paulo, tendo como objetivos:
• a defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos contra ações indevidas
referente à organização e ao funcionamento dos serviços de saúde prestado
pelo SUS/SP;
• a garantia da melhoria da qualidade do funcionamento e organização da
administração pública;
• a garantia de transparência e controle social da administração pública e do
sistema estadual de saúde.
A OUVIDORIA DA SAÚDE é um canal de acesso à população para
queixas, reclamações e denúncias de violações de seus direitos enquanto
usuários do SUS/SP, sendo instrumento voltado para a garantia da melhoria da
qualidade do funcionamento e da organização do Sistema Único de Saúde.
Qualquer cidadão brasileiro ou não, pode apresentar suas solicitações, queixas
ou sugestões referentes a atendimento em hospitais, postos de saúde,
ambulatórios, em órgãos públicos ou conveniados ao SUS. Nestes últimos
anos nas diferentes administrações Municipais, Estaduais e Federais, vem
crescendo o interesse pela figura do Ouvidor e isto se deve a que uma maior
visibilidade e uma maior clareza vem sendo dada ao seu papel de apoio aos
Gestores.

9. PMAQ (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção


Básica)

O PMAQ - AB tem como objetivo incentivar os gestores a melhorar a


qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos nas Unidades
Básicas de Saúde (UBS) por meio das equipes de Atenção Básica à Saúde. A
meta é garantir um padrão de qualidade por meio de um conjunto de
estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das
equipes de saúde. O programa eleva os recursos do incentivo federal para os
municípios participantes, que atingirem melhora no padrão de qualidade no
atendimento.
Equipes bem avaliadas poderão receber até R$ 11 mil a mais, por mês.
Hoje, cada equipe recebe do governo federal de R$ 7,1 mil a R$ 10,6 mil, de
acordo com o perfil sociais, econômicos e culturais, acrescidos ainda pelos
recursos das equipes de Saúde Bucal e Agentes Comunitários de Saúde.
Para a avaliação dos profissionais de saúde/equipe é composto por três partes:
- Uso de instrumento para que a própria equipe avaliar o trabalho que
desenvolvem - corresponde a 10% da nota de avaliação;
- Desempenho em resultados em 24 indicadores de saúde firmados no
momento que a equipe entrou no Programa - responsável por 20% da nota de
avaliação;
- Desempenho nos padrões de qualidade verificados por avaliadores externos
que visitaram os profissionais de saúde/equipe - corresponde a 70% da nota de
avaliação;

Em maio de 2012, o Ministério da Saúde iniciou essa avaliação visitando as


17.304 equipes que atendem no SUS – o equivalente a 53,3% do total de
equipes de saúde da família no país (32.809) - que aderiram ao programa em
3.972 municípios brasileiros. Destas equipes, 12.165 já receberam a visita dos
avaliadores da qualidade, correspondendo a cerca de 70% de todas que
participam do Programa.
Na avaliação, a opinião dos cidadãos também está sendo considerada.
Já foram ouvidos mais de 47.000 brasileiros e a percepção de cada um deles,
a respeito de como anda a qualidade da atenção básica, será utilizada
momento da definição do volume de recursos financeiros que serão

transferidos aos municípios.

10. ENFRENTAMENTO EM EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA

Para o enfrentamento das emergências em saúde pública nas diferentes


esferas de gestão, o sistema de saúde conta com uma rede integrada de
unidades de alerta e resposta, denominada Rede de Alerta e Resposta às
Emergências em Saúde Pública (Rede Cievs), e tem como objetivo a detecção
das emergências, a avaliação contínua de problemas que possam constituir
emergências de saúde pública e o gerenciamento, coordenação e apoio às
respostas desenvolvidas nas situações de emergência.
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, dentro do seu campo de
competência, detecta emergências em saúde pública e define ações de
intervenção, por intermédio de:
I – Rede de Comunicação em Visa (RCvisa), que notifica surtos relacionados a
alimentos;
II – Farmácias Notificadoras, que comunicam eventos adversos e queixas
técnicas em relação ao consumo de medicamentos;
III – Hospitais-sentinela, que comunicam eventos adversos e queixas técnicas
relacionados a produtos e equipamentos de saúde;
IV – Notivisa, que notifica eventos adversos e queixas técnicas relacionados
com os produtos sob vigilância sanitária, quais sejam:
a) medicamentos, vacinas e imunoglobulinas;
b) artigos médico-hospitalares;
c) equipamento médico-hospitalar;
d) sangue e componentes;
e) agrotóxicos;
V – Centro de Informações Toxicológicas, que notifica intoxicações e
envenenamentos;
VI – postos da Anvisa em portos, aeroportos e fronteiras, que notificam eventos
relacionados a viajantes, meios de transporte e produtos;
VII – Rede Nacional de Investigação de Surtos em Serviços de Saúde
(RENISS), com estrutura técnico operacional para investigar e interromper
surtos em serviços de saúde.

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à


Saúde. Diretrizes Nacionais da Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria
de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília : Ministério da
Saúde, 2010. 108 p.

Brasil. Ministério da Saúde. Para entender o controle social na saúde /


Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. – Brasília : Ministério da
Saúde, 2013.

g1.globo.com/.../febre-amarela-dengue-zika-e-chikungunya-entenda-as-doencas.
Acesso em: 01/08/2017, às 08:10 horas.

http://www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/artigos/Sistemas_de_Informacao/
SistemasInformacaoSaude. Acesso em: 01/08/2017, às 09:40 horas.

http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/portaria204_2016NotificacaoCompulsoria.
Acesso em: 30/07/2017, às 15:19 horas.

http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/CapituloC. Acesso em:


29/07/2017, às 10:04 horas

http://www.anvisa.gov.br/ouvidoria/material_divulga/ouvidorsus_sao_paulo.
Acesso em 02/08/2017, às 10:19.
ANEXOS
QUESTÕES DE CONCURSO

1.O Controle Social previsto na regulação do Sistema de Saúde, com


representação de usuários está presente na seguinte instância:
a) Conselhos de Saúde
b) Comissão tripartite
c) Comissão bipartite
d) CONASS

2.A lei 8142, de 28 de dezembro de 1990, trata do controle social no SUS. Em


relação a essa lei, NÃO é correto afirmar:
a) Estabelece duas formas de participação no SUS: Conselhos e Conferências
b) Os conselhos se constituem exclusivamente em nível federal
c) Os conselhos funcionam como colegiados, de caráter permanente e
deliberativo
d) Os Conselhos foram criados para permitir que a população possa interferir
na gestão da saúde, garantindo que os interesses da coletividade sejam
atendidos.

3.A Conferência de Saúde é convocada para avaliar a situação de saúde e


propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis nacional,
estadual e municipal pelo menos a cada:
a) dois anos
b) três anos
c) quatro anos
d) seis anos

4.Os recursos do fundo Nacional de Saúde destinados à cobertura da


assistência ambulatorial e hospitalar serão repassados para os municípios na
seguinte condição:
a) mediante contrato e convênio
b) de forma automática e regular
c) pagamento por produção
d) contrapartida aos serviços contratados

5.De acordo com a lei 8080/90, o conjunto de ações que proporcionam o


conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual e coletiva, com a finalidade
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos, é definido como:
a) Vigilância Sanitária
b) Vigilância Epidemiológica
c) Planejamento de Saúde
d) Vigilância Ambiental

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