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ABUSO DE AUTORIDADE – LEI Nº. 4.

898/1965

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:


a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa,
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem,
custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de
poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180 dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de 500
a 10.000 cruzeiros.
3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
a) multa de 100 a 5.000 cruzeiros;
b) detenção por 10 dias a 6 meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até 3 anos.

Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia do
Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.

Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de 48 horas, denunciará o
réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a
designação de audiência de instrução e julgamento. – Ação penal pública incondicionada

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado
poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de 2 testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até 72 horas antes da AIJ, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de intimação.

Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.

Art. 21. A AIJ será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre 10 e 18 horas, na
sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.

Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao MP ou ao advogado
que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de 15 min para cada um, prorrogável
por mais 10 min, a critério do Juiz.

 Jurisprudência

O STJ é pacífico que os crimes de abuso de autoridade são de menor potencial ofensivo. O fato de existir a perda do
cargo não descaracteriza o menor potencial ofensivo.

“A negativa infundada do juiz em receber advogado durante o expediente forense, quando este estiver atuando em
defesa do interesse de seus clientes, configura ilegalidade e pode caracterizar abuso de autoridade”.

O particular não comete crime de abuso de autoridade sozinho. Entretanto, é admitido se ele praticar o fato em
concurso com agente público e souber dessa elementar.
CRIMES HEDIONDOS - LEI Nº 8.072/1990

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: [sistema legal]

Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente;
Homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); *feminicídio
Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o);
Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição;
Latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º);
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais;
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável
(art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
Genocídio (arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956);
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003).

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente.

 Jurisprudência

O Supremo Tribunal Federal, ao analisar o HC n. 97.256/RS, reconhecendo a inconstitucionalidade da parte final do


art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, passou a admitir a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,
nos termos do art. 44 do Código Penal.

A inafiançabilidade do crime não significa que não se admita a liberdade provisória SEM fiança.

A teor da jurisprudência consolidada desta Corte, o delito de associação para o tráfico, NÃO é equiparado a hediondo,
uma vez que não está expressamente elencado no rol do artigo 2º da Lei n. 8.072/1990.

Com as inovações trazidas pela Lei n. 10.792/03, alterando a redação do art. 112 da Lei n. 7.210/84 (Lei de Execução
Penal), afastou-se a exigência do exame criminológico para fins de progressão de regime.

O chamado "tráfico privilegiado" NÃO deve ser considerado crime equiparado a hediondo.

Súmula 471, STJ - Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n.
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de
regime prisional.
CRIMES DE TORTURA – LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.

Art. 1º Constitui crime de tortura:


I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. [crime próprio]
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena
de detenção de 1 a 4 anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 a 10 anos; se resulta morte,
a reclusão é de 8 a 16 anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3:


I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.


LEI DE ARMAS – LEI Nº. 10.826/2003

1. Ministério da Justiça: INSTITUI o SINARM (Sistema Nacional de Armas);

2. SINARM: AUTORIZA (SÓ autoriza, atenção!!) o registro do porte de armas, autorização essa que
é PESSOAL e INTRANSFERÍVEL;

3. Polícia Federal: EXPEDE o registro do porte de armas após a autorização do SINARM;

4. NÃO existe qualificadora no Estatuto do desarmamento;

5. Se houver roubo, extravio ou furto da arma de fogo, o proprietário deve comunicar à unidade policial LOCAL mais
próxima e posteriormente, À PF, o prazo: IMEDIATAMENTE, se for empresa, o prazo é de 24h ;

6. O proprietário também deve comunicar à PF (se de uso permitido) ou ao Comando do Exército (se de uso restrito);

7. Informativo 364, STJ nos informa que a posse de arma de fogo com numeração raspada tem sua conduta tipificada
no art. 16, parágrafo único, IV, e NÃO no art. 12, caput, da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o calibre do armamento
corresponda a uma arma de uso permitido. Precedente citado do STF: RHC 89.889-DF, DJ 27/2/2008"

8. O estatuto do desarmamento NÃO prevê Contravenções Penais;

9. Posse e porte de Simulacro e afins NÃO é considerado arma de fogo, portanto, NÃO pode ser enquadrado nos
tipos de posse e porte ilegal de arma de fogo;

10. Para o STF, arma desmuniciada deve ser considerada objeto do crime de posse (Art. 12) e porte ilegal (Art. 14) de
arma de fogo;

11. Quando for o caso de tráfico internacional de armas onde a ação se iniciar no território nacional e encerrar no
estrangeiro, a ação será PÚBLICA INCONDICIONADA processada na JUSTIÇA FEDERAL;

12. Para o STJ, receptação e porte ilegal de arma de fogo são crimes AUTÔNOMOS e possuem momentos
consumativos diversos, portanto, NÃO HÁ CONSUNÇÃO;

13. Alterações em armas de fogo as equiparam à armas de fogo de uso RESTRITO (observe isso no Art. 16);

14. A comercialização de arma de brinquedo ou simulacro é PROIBIDA, nos termos do Estatuto;

15. As bancas sempre falam do instituto da culpa, mas lembre-se que não há gradação de culpa (grave, gravíssima,
etc.);

16. O Art. 15 (disparo de arma de fogo) REVOGOU o Art. 23 da Lei das Contravenções Penais;

17. A propósito, o crime do Art. 15 NÃO comporta modalidade culposa;

18. A inafiançabilidade do também Art. 15 é INCONSTITUCIONAL, nos termos da ADin 3.112-1;

19. Não se aplica a abolitio criminis temporária (arts. 30, 31 e 32) ao delito de porte DE ARMA DE USO RESTRITO.

20. STJ é possível a "aplicação do princípio da consunção aos crimes de roubo e porte de arma quando ficar
devidamente comprovado "o nexo de dependência ou de subordinação entre as duas condutas e que os delitos
foram praticados em um mesmo contexto fático

PORTE DE ARMA DENTRO E FORA QUEM TEM ARMA SOMENTE NO SERVIÇO


1. PM, Bombeiros Militares PC, PF, PRF, PFF 1. Guardas portuários
2. Oficiais e praças das Forças Armadas (SIGMA) 2. Técnicos de Segurança do Judiciário (TJ, TRT, TRE,
3. Agentes da ABIN TRF, STM, STF, STJ)
4. Seguranças do Presidente da República 3. Técnicos de Segurança dos Tribunais Eleitorais
5. Auditores e fiscais da Receita Federal e do Trabalho 4. Empresas de Segurança patrimonial e valores
6. Policiais Legislativos (Polícia do Senado e da Câmara) 5. Guardas Civis Metropolitanas + de 50 mil e - de
7. Agentes Penitenciário Federais e Estaduais 500.00 habitantes (Cuidado pois pelo estatuto não pode
8. Agentes de Escolta Prisional o GCM ter a arma fora do serviço, mas
9. Promotores de Justiça, Procuradores de Justiça existem exceções. Os tribunais entendem que o
10. Fiscais do IBAMA de Nível Superior Prefeito que definirá as atribuições da sua Guarda e é
11. GCM + 500 mil habitantes e/ou capitais totalmente constitucional)

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