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COLÉGIO EQUIPE DE VISCONDE DO RIO BRANCO

Oficina de Textos
Prof. Leonardo Corrêa

GÊNEROS TELEVISIVOS: A
Telenovela

TELENOVELAS QUE FIZERAM HISTÓRIA...

Sua vida me Pertence – TV Tupi (1951)

I. Informações gerais:

SUA VIDA ME PERTENCE

Tupi - 20h
de 21 de dezembro de 1951 a 8 de fevereiro de
1952
15 capítulos
escrita e dirigida por Wálter Forster

II. Bastidores:

Famosa por ter sido a primeira telenovela


brasileira, Sua Vida Me Pertence estreou em dezembro de 1951, mas ainda não era
diária - a primeira telenovela diária só iria ao ar em 1963: 2-5499 Ocupado, produzida
pela TV Excelsior.

Foi exibida em 15 capítulos transmitidos duas vezes por semana: terças e quintas-
feiras, às 20 horas.

Nessa produção ocorreu o primeiro beijo da telenovela brasileira: um "selinho" entre os


protagonistas, interpretados por Wálter Forster e Vida Alves.

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2-5499 Ocupado – TV Excelsior (1963)

I. Informações gerais:

2-5499 OCUPADO

Excelsior - 19h30
de 22 de julho a setembro de 1963
42 capítulos
novela de Dulce Santucci
baseada no original de Alberto Migré
direção de Tito Di Miglio

II. Sinopse:

Detenta que trabalha como telefonista num


presídio atende uma ligação de um homem e
descobre que era engano. Pelo pouco que conversam e apenas pelas suas vozes, os
dois se apaixonam sem nunca terem se visto.

Mas ele, o advogado Larry, não imagina a condição da moça, Emily.

III. Elenco:

GLÓRIA MENEZES - Emily


TARCÍSIO MEIRA - Larry
LOLITA RODRIGUES
NEUZA AMARAL
CÉLIA COUTINHO
MARIA APARECIDA ALVES
LÍDIA COSTA
DINAH RIBEIRO
ELENIVE FAYON

IV. Bastidores:

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Novela mais lembrada por ser a primeira diária da televisão brasileira, do que por
repercussão ou qualidade de produção.

Na verdade, quando estreou, em 22 de julho de 1963, sua exibição era apenas às


segundas, quartas e sextas-feiras. A partir de 2 de setembro, passou a ser transmitida
diariamente pela TV Excelsior de São Paulo. As fitas de videotape eram enviadas às
outras capitais, sendo que na Excelsior do Rio de Janeiro a novela começou a ser
apresentada diariamente a partir de 9 de setembro de 1963.

A novela foi lançada pela Excelsior com a parceria da Grande Novela Colgate. Na
época, fabricantes de cosméticos e produtos de limpeza patrocinavam e viabilizavam
as primeiras novelas diárias.

O texto e o diretor eram argentinos, e a adaptação seguiu as normas do que fora


apresentado no país de origem. O título original era 0597 da Ocupado. No Brasil, o
número do título foi mudado.

Apesar do videotape já existir na época, a produção da novela era muito precária. As


cenas externas, por exemplo, eram realizadas dentro dos estúdios da TV Excelsior
mesmo, com improvisações de chuva e vento. Até o guarda-roupa dos personagens
era arrumado pelo próprio elenco. Entretanto, a produção chegou a gravar cenas na
Casa de Detenção de São Paulo.

O número do título era semelhante ao do telefone do Teatro Cultura Artística de São


Paulo, onde a TV Excelsior realizava seus shows: 36-5499. Um rapaz, no sul do país,
foi obrigado a mudar o número de seu telefone, por coincidir com o título da novela.

Essa foi a primeira novela a reunir o casal romântico Tarcísio Meira e Glória Menezes.

Em 1999, a TV Record se basearia no mesmo texto argentino para escrever Louca


Paixão, com Maurício Mattar no papel do advogado, e Karina Barum como a
presidiária.

O Direito de Nascer – TV Tupi (1964)

I. Informações gerais:

O DIREITO DE NASCER

Tupi - 21h30
282 capítulos
de 7 de dezembro de 1964 a 13 de agosto de 1965
novela de Talma de Oliveira e Teixeira Filho

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baseada no original de Félix Caignet
direção de Lima Duarte, José Parisi e Henrique Martins

II. Sinopse:

Havana, Cuba, 1899. A jovem Maria Helena de Juncal, filha de um dos homens mais
importantes e poderosos de Havana, Dom Rafael Zomora de Juncal, está apaixonada
por Alfredo Martins, filho de Dom Ramiro Martins, ex-sócio e inimigo do pai da moça.
Eles sempre se encontram às escondidas e a única pessoa que sabe desses encontros
é a negra Dolores, confidente de Maria Helena e empregada dos Juncal há muitos
anos. Em uma de suas conversas, Maria Helena revela o que Dolores já desconfiava: a
menina engravidou de Alfredo. As duas se desesperam, pois Dom Rafael jamais
aceitaria esse neto bastardo.

Alfredo não aceita o filho e sugere aborto, deixando Maria Helena revoltada, pois quer
ter o filho de qualquer maneira. Seus pais ficam sabendo da gravidez e Dom Rafael,
revoltado, exige saber o nome do amante da filha. Maria Helena não diz, ele a surra e
amaldiçoa o próprio neto. Ao descobrir que Alfredo Martins é o pai da criança, Dom
Rafael obriga o rapaz a casar com sua filha, mas Maria Helena não aceita e ele manda
Dolores e Maria Helena para uma de suas fazendas, onde ninguém poderá descobri-
las. Dom Rafael instrui seu criado Bruno para que o chame apenas dias antes do parto.

A criança nasce, um menino, que é chamado de Alberto. Dom Rafael ordena que
Bruno mate o bebê. Enquanto Maria Helena e Dolores dormem, Bruno rouba a criança
e foge para o cafezal. Dolores desperta e pressentindo o que está para acontecer, sai
correndo pela casa, rouba uma arma de Dom Rafael e vai atrás de Bruno pelo cafezal.
Dolores encontra Bruno com uma faca tentando matar Albertinho no meio da mata. Ela
atira em Bruno, que cai desmaiado, enquanto ela foge com o bebê. Maria Helena
acorda, procura por Dolores e Dom Rafael diz que ela fugiu com a criança.

Maria Helena volta para sua casa em Havana e não é mais a mesma menina está triste
e angustiada, não se conforma com o ato de Dolores. O casal Juncal faz de tudo para
que ela se alegre e esqueça do passado. Maria Helena conhece Jorge Luís, afilhado da
Condessa Victória, uma das maiores fortunas de Havana. Apesar de namorar Emília,
melhor amiga de Maria Helena, Jorge Luís se apaixona por Maria Helena e marcam o
casamento. A família Juncal está novamente feliz, pois parece que Maria Helena
encontrou seu caminho. Mas ela conta seu segredo a Jorge Luís e ele rompe, casando-
se enfim com Emília. Dom Rafael fica irado e abandona Maria Helena na porta de um
convento.

Dez anos se passam, Dolores e Albertinho moram agora em Santiago e começam a


surgir problemas: na escola os amigos de Albertinho vivem dizendo ao garoto que
Dolores não é sua mãe pois ela é negra e ele branco. Apesar de tudo Albertinho ama
muito Dolores e a trata como mãe, Mamãe Dolores. Dom Rafael descobre Dolores e

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Albertinho, e eles fogem para Havana. Maria Helena, já uma freira, continua muito triste
pensando em seu filho. Na mansão dos Juncal ocorre os preparativos para o
casamento de Dora Juncal, irmã mais nova de Maria Helena, e Ricardo Monte Verde.

Por uma coincidência, Jorge Luís se encontra com Albertinho, que lhe presta um favor.
Albertinho convida Jorge Luís para ir a sua casa. Convivendo com a família, começa a
desconfiar que ele é filho de Maria Helena. Jorge Luís acompanha o crescimento e
banca os estudos de Albertinho em Havana que se torna um famoso médico.

Anos depois, Dom Rafael sofre um acidente grave precisando de transfusão de


sangue. Albertinho, já médico formado, ouve a notícia no rádio, se oferece como
doador e salva a vida do homem, sem saber que ele é seu avô. Os anos e ironias da
vida mostrarão que Dom Rafael, o avô poderoso, estava errado. O neto bastardo o
salva da morte e acaba se casando com sua neta, Isabel Cristina.

III. Elenco:

NATHÁLIA TIMBERG - Maria Helena


AMILTON FERNANDES - Albertinho Limonta
ISAURA BRUNO - Mamãe Dolores
GUY LOUP - Isabel Cristina
JOSÉ PARISI - Dom Jorge Luís Belmonte
ELIZIO DE ALBUQUERQUE - Dom Rafael
Zamora de Juncal
MARIA LUIZA CASTELLI - Conceição
ROLANDO BOLDRIN - Dom Ricardo de
Monteverde
VININHA DE MORAES - Dorinha
HENRIQUE MARTINS - Dom Alfredo Villareal
Martins
CLENIRA MICHEL - Condessa Victória de
Monteverde

IV. Bastidores:

Este original cubano de 1946 é sempre lembrado por ter os ingredientes necessários
para chegar às emoções do ser humano. Sua história, por incrível que pareça, não
apresenta nenhum mistério que o telespectador só saberá ao final. Ao contrário, o
público é quem sabe de tudo. Os personagens em cena se entrelaçam sem se
conhecer suficientemente para admitir seus laços familiares. A expectativa se restringe
em ver a reação de cada um ante novas revelações.

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O encerramento desse primeiro grande sucesso da teledramaturgia teve uma festa no
Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, e no dia seguinte, a façanha seria repetida com
maior repercussão no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O estádio superlotado dava
uma mostra do poder das novelas sobre as massas. Numa espécie de neurose
coletiva, o povo gritava o nome dos personagens e chorava por Mamãe Dolores, Maria
Helena e Albertinho. Nesse tumulto, a atriz Guy Loup (que passou a assinar por um
bom tempo o nome de sua personagem, Isabel Cristina) chegou a desmaiar ante a
emoção. Na verdade, nenhum ator brasileiro, em qualquer época, tivera as honras de
tanta ovação.

Antes da apresentação na TV, O Direito de Nascer já havia sido sucesso no rádio. Em


São Paulo, através da Rádio Tupi, com Wálter Forster interpretando Albertinho
Limonta. No Rio de Janeiro, através da Rádio Nacional, sendo a voz do protagonista
interpretada por Paulo Gracindo. Ambas as apresentações são da década de 50.

Nos anos 60 a TV Tupi ainda não era uma cadeia de televisão. A Tupi de São Paulo
era independente da Tupi do Rio de Janeiro, e havia uma forte desavença entre as
duas estações. Essa divergência gerou um fato curioso: O Direito de Nascer era
produzida pela Tupi paulista, e como o diretor da Tupi carioca não queria prestigiar
programas realizados em São Paulo, a Tupi carioca não tramsmitia a novela. A atração
foi então apresentada pela TV Rio, onde conquistou o maior sucesso e levou os índices
de audiência da estação às alturas.

A novela teve dois remakes: o primeiro produzido pela própria Tupi em 1978, com Eva
Wilma e Carlos Augusto Strazzer vivendo Maria Helena e Albertinho Limonta. O
segundo remake foi gravado em 1997 e apresentado em 2001 pelo SBT, com
Guilhermina Guinle e Jorge Pontual como protagonistas. Anteriormente, nos anos 80, o
SBT já havia apresentado uma versão latina da história.

Fonte: http://www.teledramaturgia.com.br

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