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«a « EM FOCO « TUNEIS EM SOLOE ROCHA Teineis, sejam em solos ou rochas, exercem um grande fascinio sobre a humanidade, desde a época em que nossos ancestrais habitavam cavernas. O primeiro tunel escavado em rocha para aducao de agua pelo ser humano data do século VI antes de Cristo, nailha grega de Samos. Para escavacéo fo utlizado cin- zel e martelo, como se fosse uma escultura, com seco trans- versal muito reduzida, e nao se sabe quanto tempo levou sua construcdo, em um comprimento de aproximadamente 700m. Desde esta época o homem busca conquistar 0 espaco subterraneo, mas s6 nos tiltimos 60 anos, a tecnologia de escavacéo de tineis se desenvolveu mais rapidamente, per- mitindo a utilizagdo ampla de solucées subterraneas nas dades, vias de transportes e outras obras de infraestrutura construfdas pelo homem. Na década de 1950, o engenheiro e professor da Vienna University of Technology, Ladislaus von Rabcewicz introduziu os conceitos basicos e a metodologia do NATM (New Austrian Tunnelling Method), viabilizado tec- nicamente pelo advento do concreto projetado. Logo em seguida, empresas como Wirth e Robbins iniciaram 0 aperfeigoamento de tecnologias ja existentes para obter gran- de aumento de produtividade, qualidade e seguranga em mé- quinas para escavacdes mecanizadas (os assim chamados TBM = Tunnel Boring Machines, popularmente conhecidos como “tatuzbes’). Estas duas técnicas (NATMe TBM), com o aumento de produtividade, qualidade e seguranca obtido nas tiltimas décadas, viabilizaram 0 uso em larga escala de solugdes sub- terréneas, a ponto de atualmente ser comum se projetarem € executarem linhas inteiras de metr6, em éreas urbanas, total- mente subterraneas. Com isto, a técnica de projeto e construco de ttineis evo- lui, avancou, e passou a sera fronteira da geotecnia, jé que fundaces e barragens precederam a geotecnia de tuinels. Hoje, os tiineis se baseiam predominantemente em duas técnicas bastante difundidas: a técnica de Tiinels Mecaniza- dos (TBM) e 0 método de Escavacdo Manual (NATM). TUNEIS NO BRASIL © CBT (Comité Brasileiro de Tuneis) publicou, em 2006, 0 livro “Tiine's do Brasil no qual se descrevem exemplos notéveis de sucessos alcancados pela Engenharia Brasileira ern Obras Sub- ‘erraneas, O primeiro autor eve o privilégio de elaboraro capitu- lo"Tineis de Passagens e Travessias’ e deste livo foram retirados ‘a maior parte dos exemplos de sucessos em obras subterréneas no Brasil, descritas a seguir. Uma coleténea destes sucessos (e dos acidentes também) pode ser encontrada ern Kochen (2008). Como exemplo de linha metrovigtia totalmente subterranea, ode-se citar, entre outros casos,a Linha 2 (Paulista) do Metré de So Paulo, em particular as estacbes Brigadeiro e Trianon, cons- 65 -FUMDAGOES LOMAS EOTEEMCAS truldas sob a avenida Paulista, com baixissima cobertura de solo (@penas 4 metros), sem que o trafego de veculos precisasse ser interrompido por um tnico dia sequer, durante a construcao. Nesta mesma linha, foram construidas com igual sucesso as stages Consolaco, Vila Madalena e na Linha 1 (Norte — Sul) do Metré de So Paulo, a estacio Jardim Sao Paulo. Da mesma forma, pode-se citar, na Linha 1 do Metré de Salvador (BA), a Estagao Campo da Pélvora composta por um poco de acesso, uplo, escavado na praca de mesmo nome em Salvador (BA). 410 Metré de Brasilia (DF) foram construfdas oito estagdes sub- tertneas na Asa Sul, inclusive com passagens por fundacdes profundas pelo interior do tunel. O revestimento final, foi parte em concteto moldado in loco, parte em concreto projetado. Na estagdo da Asa Sul, houve anecessidade de executar técnicas es- peciais de tratamento do solo, para a realizado de estrutura de transferéncia de carga por dentro do ttinel, e corte dos tubuldes TUNEIS EM ROCHA (0 tinel em rocha é uma passagem abobadada escavada em macigo rochoso, Como a maior parte da crosta terrestre é com- posta por racha, eeste material geralmenteé mais rsistente que © s0lo, a maioria dos tinels sd0 projetados para aproveitar esta vantagem (aliada ao arco romano) para aumento da estabilida- de e da producao além da diminuigo do uso de tratamentos, ‘A escavacao do tinel é tecnicamente vidvel quando os benefi- ios gerados ao longo do tempo superam o custo de implan- tagao. Geralmente as razbes topogréficas ou de falta de espaco tomam a escavacio a céu aberto mais onerosa, tanto em custo financeiro como em tempo de construcéo, por isso prefere-se o tunel. Além disso, em outros casos, a questo ambiental im- pede grandes movimentacoes de terra ou o desmate de reas, assim o tunel diminui estes impactos, diminuindo a necessida- de de bota-fora elimitando 0 desmate as regides de emboque, Quando a rocha esta acessivel (nao hd uma camada de solo grande) é preferivel escavé-la. FINALIDADE 0s tineis em suma fazem uma ligagao, mas podem ser clas- sificados de acordo com sua utilizacao em: . Transportes (ferrovidrios, metroviérios, rodovisrios, passagens de pedestres etc.); : Energia (transposigao de cursos d'égua, desvio de rios e adugao para geracao de energial; . Saneamento (transposicao de cursos d’égua para abastecimento, irrigagao e coletoras de esgoto); . Armazenamento (estocagem de lixo nuclear); . Mineracéo; . Lazer. PREPARAGAO TECNICA Antes da execucao de tiinels em rocha ou solo, sao necessé- rias preparacdes técnicas como: . Projeto executivo com a compartimentagio geo- mecéinica (anélise das sondagens); . Paiol de explosives; . Abastecimento de agua e energia elétrica; . ‘Acesso para pessoal, equipamentos e suprimentos; . Mobilizagao de pessoal, equipamentos e suprimentos; . Montagem de um canteiro com escritério, mecani- a, elétrica, almoxarifado, refeitério e érea de convivencia; : Licengas do exército, prefeitura, érgaos ambientais, Policia Civil entre outros. NAN No NATM, a escavago em solos de pocos e ttineis utiliza nor- malmente escavadeiras ou fresa, com a escavago avancando, ‘esendo suportada, incrementaimente. Osuporte da escavago feito passo a passo, com concreto projetado, cambotas tre

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