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Amplificadores de Potência

Classe AB, C e D
Curso de Engenharia Elétrica - UFPR
Circuitos Analógicos 1 (TE 455)
Aluno: Uilian Lucas de Souza 980305-1

Sumário

Este artigo aborda estágios de saída de potência de amplificadores de áudio, destacando as


configurações básicas com transistores bipolares de junção, os princípios de operação, a linearidade
e a eficiência das classes de operação AB, C e D.

Introdução

Com o surgimento da válvula triodo (1906), a música pôde ser transmitida pela primeira vez via rádio
freqüência (1907). A partir de 1915 começaram a surgir os primeiros sistemas de amplificação de voz
e, posteriormente, música para grandes públicos. Surgiu, então, o amplificador de áudio.

Desde então, a necessidade de potentes sistemas de reprodução de voz e de música tem levado ao
estudo de novas técnicas de sonorização e de concepção de novas estruturas de amplificadores de
áudio. Devido a grande quantidade de caixas acústicas, de sua baixa eficiência e da grande
quantidade de potência elétrica requerida, tem sido procurado obter, cada vez mais, para
amplificadores de potência, maior rendimento, dentre outras melhorias. Desde então, têm surgido
diversas classes de operação.

As classes de operação são caracterizadas pelo ponto de operação e/ou modo de operação do
estágio de saída do circuito amplificador de potência. Portanto, as classes estão relacionadas
também com o ângulo de condução (Ө) dos transistores de saída, quando estiverem funcionando em
regime dinâmico. Neste trabalho serão abordadas as classes AB, C e D.

Amplificador Classe AB

Os amplificadores de potência AB utilizam dois transistores de potência numa configuração push-pull.


Cada um dos transistores de saída é polarizado num ponto de operação situado um pouco acima da
região de corte do transistor, (VBEQ>0). Isto significa que cada um dos transistores está conduzindo
uma pequena corrente de base e, conseqüentemente, uma corrente de coletor proporcional a ela. A
corrente de coletor de cada transistor, circula durante um ângulo de condução de 360º>Ө>180º. A
eficiência teórica fica entre 50% e 78,5%. A grande vantagem é a eliminação da distorção crossover.

Figura 1: Amplificador Classe AB tipo Push-Pull

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Princípio de Operação:

No ciclo positivo, v I possui valores positivos, a tensão na base de Qn aumenta com o mesmo valor e
V BB
a saída se torna positiva em uma quantidade quase igual. v o  v I   v BEN .
2
A tensão positiva vO faz circular uma corrente iO através da carga, portanto iN deve aumentar.
iN  iP  iL .

O aumento em iN deve ser acompanhado de um aumento correspondente em v BEN (acima do valor


quiescente VBB/2). Porém, como a tensão entre as duas bases permanece constante em VBB, o
aumento em VBEN resultará uma diminuição igual em VEBP e, conseqüentemente, em iP. A relação
entre iN e iP é dada por: i N i P  I Q
2

Como iN aumenta, iP diminui pela mesma razão enquanto o produto permanecer constante. E a
equação que determina iN para um determinado iO é dada por: i N  iO i N  I Q  0 .
2 2

Para os valores negativos da tensão de entrada, o oposto acontece, ou seja, a corrente na carga é
fornecida por Qp, que funciona como um seguidor de emissor de saída, enquanto Qn conduz uma
corrente que vai diminuindo à medida que a tensão de entrada vai se tornando mais negativa.

Com base nesses resultados vimos que um estágio de saída classe AB possui uma transição suave
e, portanto, a distorção de cruzamento é quase totalmente eliminada.

Lineariade:

Os amplificadores classe AB possuem linearidade muito boa (veja figura 2), e por essa razão são
aplicados largamente em amplificadores contínuos.

Figura 2: Curva de Transferência do Amplificador Classe AB

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Eficiência x Rendimento

Rendimento é um parâmetro que mostra a capacidade que um determinado sistema tem de


transformar a potência consumida em potência útil e é representado pela relação abaixo:

PotênciaFornecida Pload
 
PotênciaConsumida Psignal

Sendo assim, quanto maior for o rendimento de um amplificador, maior estará sendo o
aproveitamento da potência fornecida pela fonte e menor será a potência dissipada.

Pf  Pc  Pd

Eficiência diz respeito a quantidade de potência transferida para a carga a partir da fonte de potência.

Po(CA)

Pi(CC )

Cálculo do Rendimento da Classe AB

Sabe-se que a potência fornecida pela fonte (PS) é:

2voVcc
PS 
RL

E que a potência fornecida para a carga (PL) é dada por:

vO2
PL 
2 RL
Aplicando a fórmula do rendimento, chegamos ao seguinte resultado:


  0,785
4

Amplificador Classe C

Num amplificador classe C, o transistor opera na região ativa numa pequena fração do período do
sinal de entrada. A corrente de coletor é um trem de impulsos estreitos que contém a freqüência
fundamental mais as harmônicas. Um amplificador classe C sintonizado tem um circuito ressonante
que está em sintonia com a freqüência fundamental. Isto produz uma tensão de saída senoidal com
freqüência f r. Em um circuito multiplicador de freqüência, o circuito tanque ressonante é sintonizado
com a n-ésima harmônica, de tal modo que a saída senoidal tem uma freqüência nfr.

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O estágio de saída de um amplificador classe C é projetado para operar em menos de 180 do ciclo
do sinal de entrada. O circuito sintonizado na saída, entretanto, fornecerá um ciclo completo do sinal
de saída para a freqüência fundamental ou ressonante do circuito sintonizado (circuito tanque LC) da
saída.

Figura 3: Amplificador Classe C (operando no semi-ciclo positivo)

Esse tipo de operação é limitada pelo uso em uma freqüência fixa, como ocorre em circuitos de
comunicações, por isso a utilização dos circuitos classe C não é voltada para amplificadores de
grandes sinais ou de potência.

Na Classe C o dispositivo amplificador não opera linearmente, na verdade, opera como uma chave,
para diminuir a perda de resistência. O ângulo de operação de um estágio classe C é o menor
possível. Assim, a saída é uma senóide chaveada.

Tipicamente, a eficiência de um estágio de saída classe C é elevada. Quando comparado a um


classe AB, sua eficiência será maior, porém terá uma distorção harmônica muito grande. Devido a
esse grande nível de distorção harmônica, é necessária a utilização de filtragem extra.

Amplificador Classe D

Os amplificadores classe D também são conhecidos como “amplificadores chaveados” ou PWM


(Pulse Width Modulation) e isso se deve ao fato de que os transistores de saída não operam
continuament e sim como “chaves”, comutando a tensão de alimentação à carga.

O sinal de entrada é constantemente comparado com uma referência (portadora, onda triangular)
com freqüência muitas vezes maior que a máxima freqüência contida no sinal de áudio (20kHz).

Figura 4: Amplificador Classe D

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O Amplificador classe D traz como resultado uma onda quadrada cuja largura do pulso varia
proporcionalmente à amplitude do sinal de entrada (áudio). Esse sinal (onda quadrada) é aplicado ao
estágio de potência (transistores como “chaves”) que por sua vez o envia à carga através de um filtro
passa-baixas, que recuperará a forma original do sinal.

Figura 5: Princípio PWM (Modulação por Largura de Pulso)

Essa classe de operação tem um rendimento bastante alto, que fica na casa dos 90%, mas não tem a
qualidade de baixa distorção relativa, que um amplificador contínuo (classe A e AB) tem.

Figura 6: Rendimento de um amplificador classe D

Referências Bibliográficas

1. Microeletrônica Sedra/Smith, 4ª edição.


2. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos - Robert L. Boylestad/ Louis Nashelsky,
6ª edição.
3. Eletrônica - Apostila do Colégio Técnico da UNICAMP, Prof. Angelo Bertoli - Versão 3.
4. Amplificadores de Potência, Artigo de Rosalfonso Bortoni
5. Sites da Internet:
http://www.linse.ufsc.br
http://www.sutidior.com.br

Data da Publicação (Impressão):


07 de Fevereiro de 2003

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