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ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS DOS CONSERVADORES

DA VIA PERMANENTE FERROVIÁRIA

Uilian Lucas de Souza, Eng. Eletricista


Maila Teixeira de Faria, Esp.

RESUMO

A manutenção das estradas de ferro do Estado do Paraná é realizada por terceirizadas


da empresa que detém a concessão da malha da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). As
empreiteiras atuantes nesse ramo ainda não dão tamanha importância às condições inseguras à
qual seus trabalhadores se submetem diariamente. Com o objetivo de identificar os perigos
existentes aos conservadores da via permanente, elaborou-se a Análise Preliminar de Riscos
(APR) para as suas principais atividades. Essa análise vai determinar e ponderar os agentes
de riscos existentes, dentre eles, físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. A
partir dos resultados, evidencia-se a necessidade de se tomar atitudes para reduzir ou eliminar
tais riscos, seja de mudança de processo, de maquinário, de ferramentas ou de adoção de
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
adequados.
Palavras chave: Ferrovia, Manutenção Ferroviária, Análise Preliminar de Riscos,
Conservador da Via Permanente.

ABSTRACT
The maintenance of the railroads of the State of Parana is accomplished by outsourced
of the enterprise that have the dealership of the federal railways (RFFSA). The active
contractors in that branch still don’t give such importance to the unsafely conditions to which
their workers submit daily. With the objective of lessening or even annulling the existent risks
to the railway workers, a Preliminary Risk Analysis (PRA) was elaborated for their main
activities. This analysis will determine and to consider the existent risks, among them,
physical, chemical, biological, ergonomic, and accidental. Starting from the results, the need
is evidenced of making decisions to reduce or eliminate such risks, be of process change, of
machines, of tools or of adoption of appropriate guardians and Personal Protective
Equipments (PPE).
Key Words: Railway, Railway Maintenance, Preliminary Risk Analysis, Railway Worker

1. INTRODUÇÃO
Dentre inúmeros serviços relativos à construção e manutenção da via permanente, o
papel do conservador de via permanente, classificado no Código Brasileiro de Ocupação
(CBO) nº 991105, é fundamental para o correto funcionamento das estradas de ferro. São eles
os responsáveis por grande parte da mão de obra onde a máquina ainda não substitui
integralmente a força e a técnica do homem.
1.1 Objetivo
Com o objetivo de atenuar ou até mesmo anular os riscos existentes aos trabalhadores
da via permanente, elaborou-se uma Análise Preliminar de Riscos (APR) para as suas
principais atividades. Essa análise vai determinar e ponderar os agentes de riscos existentes,
dentre eles, físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. A partir dos resultados,
evidencia-se a necessidade de se tomar atitudes para reduzir ou eliminar tais riscos, seja de
mudança de processo, de maquinário, de ferramentas ou de adoção de EPCs e EPIs
adequados.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E LEVANTAMENTO PRÁTICO


Foi realizado um levantamento nas obras de manutenção das ferrovias dos municípios
de Paranaguá, Morretes, Curitiba e região metropolitana durante o período de Novembro de
2009 a Fevereiro de 2010, período denominado “entre-safra”, na qual uma grande demanda de
manutenção é exigida para a ferrovia suportar a previsão de tráfego do período de safra. Nessa
malha denominada Lote 8, existem aproximadamente 250 conservadores da via permanente,
uma média de um trabalhador para cada quilometro de ferrovia.

Esta pesquisa constitui-se em um estudo do tipo qualitativo e exploratório, onde no


levantamento buscou-se inicialmente em caracterizar as principais etapas dos serviços de
manutenção ferroviária atribuídas aos conservadores da via permanente.

Para a identificação dos perigos e avaliação dos riscos, utilizou-se a técnica Análise
Preliminar de Riscos (APR) para as principais etapas dos processos de manutenção
ferroviária. Elaboraram-se quadros de APR para cada cenário, onde se apresentam os riscos
encontrados, bem como o agente, a fonte geradora, o tempo de exposição, a consequência do
dano, a frequência de ocorrência, e recomendações de ações corretivas para cada risco.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Ambiente de trabalho


O ambiente de trabalho do conservador da via permanente consiste no entorno da
ferrovia em si. Portanto caracteriza-se como trabalho a céu aberto sob condições climáticas e
demográficas da região onde a ferrovia se encontra. No trecho ferroviário estudado, há
diversas situações de ambiente que vão desde regiões urbanizadas, serra e até fazendas por
onde a ferrovia atravessa. Os perigos encontrados nesses locais são: radiação não ionizante,
umidade, calor, picada animais peçonhentos, queda em pontes, etc. Há risco também de
atropelamento por trens e autos de linha, ou até por carros em regiões urbanizadas.

3.2 Serviços
As ordens de serviço atribuídas aos conservadores da via permanente chegam a
ultrapassar o número de duzentos. Este trabalho pretende sintetizar e analisar os serviços mais
importantes dividindo-os em etapas ou cenários.

Basicamente todas essas etapas compreendem no carregamento e descarregamento de


material ferroviário e na colocação e retirada desses materiais. Ou seja, o material novo a ser
empregado é transportado até o local do serviço, o material degradado é retirado e substituído
pelo material novo. Em seguida o material degradado é transportado para fora do local do
serviço. Outra etapa importante seria os serviços de nivelamento, alinhamento e correção da
bitola, que mantém a geometria da via em condições para o tráfego de trens.

Os serviços de manutenção ferroviária podem ser sintetizados da seguinte forma: carga e


descarga de dormentes de madeira, carga de descarga de trilhos, carga e descarga de material
metálico, substituição de dormentes, substituição de trilhos, substituição de fixações
(materiais metálicos). E por último, serviços gerais de conservação da infraestrutura.

3.1.1 Cenário 1: Carga, descarga e distribuição de dormentes de madeira


Os dormentes podem ser carregados em caminhões, vagões carreta ou em carretas de
auto de linha. Essa tarefa é realizada sempre em grupo, com no mínimo duas pessoas para
levantar o dormente do chão e duas pessoas em cima da carroceria para pegar e alocar o
dormente. Na descarga dos dormentes, pelo menos dois trabalhadores devem “lançar” os
dormentes para fora da carroceria.

Ferramentas necessárias: Tenaz de trilho e alavanca. Quando não for possível mover o
dormente com as mãos, utiliza-se a alavanca para a pega. O tenaz de dormente é utilizado
para arrastá-lo a curtas distâncias.
Figura 1: Trabalhadores transportando dormentes
Fonte: TGV Engenharia Ltda., 2009.

A Tabela 7 mostra a tabela APR para os serviços de carga, descarga e distribuição de


dormentes de madeira.

Tabela 1: APR – Carga, descarga e distribuição de dormentes de madeira.

3.1.2 Cenário 2: Carga, descarga e movimentação de trilhos


A carga de trilhos é executada através de guinchos instalada sobre os vagões
plataforma. O número de guinchos é dimensionado de acordo com o tamanho da barra do
trilho. Cada guincho possui uma manivela que controla o cabo de aço com um tenaz na ponta,
para agarrar o trilho.

Primeiramente amarra-se o trilho através dos tenazes encontrados em cada guincho.


Depois eleva-se o trilho até a altura suficiente para puxar o trilho para dentro do vagão. Em
seguida, descarrega o trilho para dentro no vagão, na posição desejada e solta-se os tenazes.

Ferramentas utilizadas: alavancas, em caso de necessidade de manejar os trilhos.

A descarga é executada de outra maneira: um cabo de aço é fixado num dos furos
laterais encontrados na extremidade de cada trilho. A outra ponta do cabo é fixada a um
dormente da própria ferrovia. A locomotiva segue andando com velocidade inferior a 10 km/h
com instruções do supervisor da via. O trilho vai arrastando dentro do vagão e se soltando no
chão, no meio ou nas laterais da ferrovia. Os trabalhadores da via deverão apenas
certificarem-se de ter prendido bem o cabo de aço e posicionar os trilhos de acordo com as
instruções dadas pelo supervisor.

Ferramentas utilizadas: alavancas, para posicionar o trilho no chão, de forma correta


para facilitar sua posterior colocação.

Figura 2: Guincho para içamento de trilhos, montado em vagão plataforma


Fonte: TGV Engenharia Ltda., 2009.
Tabela 2: APR – Carga, descarga e movimentação de trilhos.

3.1.3 Cenário 3: Abertura e Fechamento de Linha


O serviço é necessário para qualquer substituição de material ferroviário e também
para correção de bitola. Esse serviço requer a auxílio das máquinas e ferramentas para a
colocação ou a retirada das fixações. Geralmente esse processo é caracterizado como frente de
serviço, retirando as fixações dos locais a serem reparados. E também fechamento de serviço,
fixando novamente os locais reparados.

Figura 3: Trabalhadores executando serviços de abertura e fechamento de linha


Fonte: TGV Engenharia Ltda., 2009.

A atenção especial que deve ser dada a estes serviços é quanto à utilização das
máquinas de manutenção ferroviária. A tirefonadeira, por exemplo, gera ruídos em torno de
92 dB(A), sendo altamente recomendável a utilização de protetores auriculares tipo plugue ou
abafador, dimensionado para não atingir a metade da dose de ruído numa jornada de trabalho.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) das empresas se atem ao
monitoramento do ruído gerado por essas máquinas.

A utilização de óculos de segurança contra impactos é de uso obrigatório, pois tanto as


máquinas quanto as ferramentas aqui utilizadas podem projetar objetos contra o rosto dos
trabalhadores.

Tabela 3: APR – Abertura e fechamento de linha.

3.1.4 Cenário 4: Substituição de Dormentes


O serviço consiste na aproximação do dormente novo junto ao local da substituição,
retirada do lastro circundante, retirada da placa de apoio e fixações, retirada do dormente
usado, colocação do dormente novo, colocação da placa de apoio e fixações, recolocação do
lastro com garfo, socaria do lastro, acerto do lastramento e afastamento do dormente usado.
Ferramentas utilizadas no processo: Tenaz de dormente, alavanca, picareta-soca.
Figura 4: Trabalhadores executando serviço de troca de dorments
Fonte: TGV Engenharia Ltda., 2009.

Tabela 4: APR – Substituição de dormentes.

3.1.5 Cenário 5: Substituição de trilhos


O serviço consiste no deslocamento e aproximação do trilho novo, retirada das
fixações, retirada do trilho usado, assentamento e fixação do trilho novo na bitola correta.

No intervalo concedido ao serviço, será executada a substituição de trilho na extensão


possível, de modo que ao fim do intervalo, seja liberado o tráfego em perfeita segurança e ao
término da jornada diária de trabalho, as fixações fiquem colocadas e as juntas completas,
com todos os parafusos, arruelas de pressão e porcas colocadas e apertadas.

O serviço poderá ser feito tanto numa fila de trilho de cada vez, como nas duas,
concomitantemente, conforme o equipamento que a equipe dispuser.
A aplicação de TLS (trilho longo soldado) deverá ser feita dentro da faixa de
temperatura neutra além de se respeitar o procedimento ATT (Alívio Térmico de Tensão)
juntamente com a troca do trilho.

Figura 5: Trabalhadores movimentando trilhos com alavancas


Fonte: TGV Engenharia Ltda., 2009.

Tabela 5: APR – Substituição de trilhos.

3.1.6 Análise dos Resultados


Para reduzir os efeitos da radiação não ionizante provocada pelo Sol, recomenda-se a
utilização de vestimentas como calças e camisetas (uniforme da empresa), touca árabe e um
capacete e, nos dias de verão intenso, o uso de protetores solares fator 15.

Em dias de chuva, recomenda-se utilizar conjuntos contra chuva (calça e blusa). A


capa de chuva não é recomendada, pois não fica justa ao corpo do trabalhador, aumentando a
probabilidade de enroscar em máquinas, ferramentas ou materiais.
Quanto ao risco de picadas por animais peçonhentos, recomendam-se a utilização de
calçados de segurança de vaqueta com cano médio, luvas de raspa com punho de no mínimo 7
cm e até perneiras de raspa em alguns casos. A melhor forma de se prevenir contra esse risco
é diminuir a exposição com a fonte. Através de treinamentos de Sinalização, Ordem e
Limpeza (SOL) e Boas Práticas no Trabalho (BPT) é possível diminuir tal risco.

O perigo de ser atropelado por uma locomotiva ou outro veículo ferroviário é


iminente. O risco só é nível 3, médio baixo, por existir um bom esquema de sinalização
formalizada e cumprida através do Regulamento de Operações (RO) da ferrovia. É bom
ressaltar que essas normas definidas no RO devem ser periodicamente revisadas e
transmitidas para todos os encarregados de turma, responsáveis pela comunicação entre os
setores Manutenção – Centro de Controle Operacional (CCO) – Maquinistas.

Nos serviços de carga, descarga e transporte de dormentes, outros perigos encontrados


são de origem ergonômica e de acidente. O uso correto das ferramentas é fundamental para a
preservação da saúde do trabalhador. O uso de capacete, botinas de segurança com bico em
aço sem amarril, luvas de raspa com punho de no mínimo 7 cm são obrigatórios nesses
serviços.

Um risco muito elevado encontrado na APR da Tabela 11 é a queda ou impacto do


trilho contra um trabalhador. Mesmo os melhores EPIs como capacete e botinas com biqueira
de aço não suportariam o impacto de um trilho e quebrariam junto com os ossos do
trabalhador. Portanto, é recomendável o treinamento em técnicas de utilização das alavancas,
além da organização para o trabalho em grupo. Este serviço requer boa técnica do
encarregado de turma e um bom entrosamento da equipe. Não se recomenda executar esse
serviço com equipes inexperientes.

O agente ergonômico caracterizado pelo peso excessivo do dormente deve ser


observado constantemente pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa. Deve ser dado um treinamento específico de carga e descarga de
dormentes, mostrando as técnicas corretas de manuseio dos dormentes. O dormente nunca
deverá ser carregado por uma única pessoa. Somente duas pessoas são capazes de carregar um
dormente. O ideal seriam três pessoas, sendo que o terceiro trabalhador desse apoio no meio
do dormente, aliviando o peso para os que estão nas pontas.
As máquinas de manutenção ferroviária também oferecem riscos de acidentes, pois
algumas operam em alta rotação podendo projetar peças e/ou objetos contra os trabalhadores.
É altamente recomendado um treinamento específico e o uso de EPIs como óculos de
segurança e capacete. Outros funcionários devem manter distância das mesmas.

Outro risco de acidente que devemos levar em conta é o risco de atropelamento por
veículos ferroviários. O cumprimento do Regulamento de Operações (RO) é fundamental para
anular tal risco. Falhas de comunicação e/ou sinalização podem ser fatais.

4.2.7 Recomendações
Quanto à adoção de EPIs, este estudo sugere equipamentos semelhantes aos
apresentados na Tabela 12 como sendo de uso obrigatório para todos os conservadores da via
permanente.

Tabela 6: EPIs Recomendados para os Conservadores da Via Permanente

EPIs como botina de segurança com bico de aço e sem amarril, luvas de raspa de
punho com no mínimo 7 cm e capacete industrial são de uso obrigatório. É de extrema
necessidade que todos os trabalhadores envolvidos nesse processo estejam treinados em
carga, descarga e manuseio de trilhos. Pois os riscos ergonômicos e de acidente envolvidos
são elevados.

Quanto aos treinamentos, devem ser realizados periodicamente, devendo o SESMT da


empresa, acompanhar e registrar os treinamentos de forma a abranger todos os funcionários
dessa função.
O programa de treinamento recomendado para a execução de substituição de
dormentes engloba técnicas de carregamento e manuseio de dormentes e alerta a perigos
ergonômicos na utilização de forcados e picaretas, devido à exigência de postura inadequada.
A utilização de óculos de proteção contra impacto, capacete, luvas de raspa, botinas de
segurança com biqueira de aço são de uso obrigatório.

Para o treinamento de integração sugere-se uma carga horária de uma hora, com
recursos visuais (fotografias) ou práticos (em campo), mostrando os cuidados que devem ser
tomados com as ferramentas, máquinas e materiais ferroviários, apresentar os riscos em que
estarão expostos, os EPIs e a maneira correta de utilizá-los, além dicas de boas práticas do
trabalho e sinalização, ordem e limpeza.

Treinamentos específicos como carga e descarga de dormente, sugerem-se uma carga


horária de quatro horas com recursos audiovisuais e treinamento prático em campo, focando
os perigos existentes nessas tarefas e a maneira de diminuir os riscos de acidente.

4. CONCLUSÕES
Os funcionários conservadores da via permanente estão expostos a riscos
consideráveis muito graves, devendo as empresas do setor, tomar medidas para a redução
desses riscos.

De acordo com as tabelas da APR, analisadas e devidamente preenchidas, evidenciou-


se que os trabalhadores da via permanente estão diariamente sendo expostos a riscos de
origem física, ergonômica e de acidente.

Da categoria verde: Riscos Físicos. Os principais fatores encontrados foram: radiações


não ionizantes de origem solar, que agride a pele do trabalhador provocando queimaduras,
dermatoses e, num caso mais grave, câncer de pele; umidade proveniente de chuvas que
dificultam a realização dos serviços e expõe os funcionários a doenças respiratórias como a
gripe. Esses riscos são de origem ambiental e de difícil medida de controle, sendo altamente
recomendado o uso de EPIs (Tabela 13) e protetores solares.

Outro risco físico preocupante é o ruído gerado pelas máquinas de manutenção.


Gerando ruídos em torno de 92 a 104 dB(A), é altamente recomendado o uso de protetores
auriculares (Tabela 13) para todos os funcionários que trabalham próximo às máquinas.
Programas como o PPRA devem monitorar o nível de pressão sonora do ambiente de
trabalho, levando em conta a principal fonte de risco: as máquinas de manutenção ferroviária.

Da categoria amarela: Riscos Ergonômicos. As máquinas de linha, os materiais como


trilho e dormentes são pesados para se transportarem manualmente e geram riscos
ergonômicos ao trabalhador. Cabe as empresas transmitir as técnicas e procedimentos de
carregamento manual de pesos. Programas como treinamento em carga e descarga de trilhos e
dormentes são importantes para atenuar tais riscos.

Da categoria azul: Riscos de Acidente. Objetos pesados como os trilhos e dormentes


podem ser fatais caso impactem em algum trabalhador. Os EPIs são incapazes de proteger o
trabalhador contra queda ou impacto de um trilho, por exemplo. Portanto, é fundamental o
conhecimento dos trabalhadores quanto aos riscos de acidente. Programas de treinamento e
integração são importantes, além do respeito quanto às normas de segurança das empresas.

O trabalho de manutenção da via permanente é realizado em locais abertos e


dependem muito das condições climáticas do local. Esse fator expõe os funcionários por mais
tempo aos riscos, pois acabam estendendo a jornada de trabalho para cumprir o cronograma
de manutenção. Com isso, os funcionários ficam expostos por muito tempo as radiações
solares, podendo levar a doenças graves como o câncer de pele.

Durante o levantamento nas obras, foi observado que existem máquinas que geram um
elevado nível de pressão sonora. Esse fator deve ser muito bem monitorado pelo SESMT da
empresa.

A utilização de EPIs proposta na Tabela 12 são medidas fundamentais para a redução


dos riscos que expõe os trabalhadores da manutenção da via permanente. Essa ação requer
uma boa fiscalização por parte da empresa, visto que muitos funcionários ainda não têm a
cultura de utilizá-los, alegando incômodo quanto ao uso ou por não acharem necessários.

A APR dos serviços de manutenção ferroviária executou prévio dos riscos, apontando
os principais riscos enfrentados pelos conservadores da via permanente, sendo necessário
realizar análises mais detalhadas e específicas como sequência de um estudo mais
aprofundado e detalhado.
REFERÊNCIAS

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