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Uma moça muito curiosa, filha de Oxalá, que tinha uma forte preferência pelo

pai que sempre fazia tudo o que ela desejava.


Oxalá era muito sábio e quando possuía algum questionamento ele
cuidadosamente consultava Ifá, Deus da Adivinhação, para que ele auxiliasse no
prosseguir do destino, por sua vez Oxum a acompanhar queria saber também
como desvendar o Oráculo. Mas muitas foram as vezes que Ifá dizia a Oxum
para que perguntasse a Exú suas dúvidas pois ele possuía o dom de ver o destino
através dos búzios.
Curiosa e intrigada com essa questão a Orixá Oxum pediu ao pai que a permitisse
enxergar o futuro, mas Oxalá de prontidão explicou que somente Ifá teria o dom
de ler e interpretar os búzios.

Oxum, a filha de Oxalá, não se deu por satisfeita e foi diretamente a Exú pedir
para que ele a ensinasse pois ela sabia que ele conhecia o segredo de Ifá.
Obviamente Exú recusou-se.

Foi então que ela decidiu partir para a floresta e pediu para que as feiticeiras
Yámi Oroxongá, a ensinassem. Mas o que Oxum não sabia é que as feiticeiras
desejavam pegar Exú em uma brincadeira.

As Yámi ensinaram-lhe uma magia e pediram para que sempre que ela fizesse
esse feitiço que ela lhes prestasse uma oferenda.
E então Oxum com as mãos cheias de um pó brilhante foi até Exú e pediu para
que ele adivinhasse o que tinha em suas mãos. Quando Exú chegou perto e fixou
o olhar Oxum soprou o pó no rosto dele deixando-o temporariamente cego.
E então Exú ficou preocupado com os búzios e pediu para que ela – que fingia
preocupação – o auxiliasse. E então, pouco a pouco, ele foi respondendo os
questionamentos do Oxum para que ele pudesse compor o jogo novamente.
E todos os Odus passaram a ficar conhecidos por Oxum.
Ao retornar ao reino do pai Oxalá, Oxum contou ao seu pai o que havia acabado
de fazer. Ifá, admirado por sua coragem, presenteou-a com a mão de jogo e disse
que ela seria regente do Oráculo junto com Exú.
Foi então que Oxalá perguntou para a filha o motivo daquilo tudo. A Orixá, com
toda a sua doçura disse que fez tudo isso por amor a ele.
Era comum que os Orixás masculinos se reunissem para discutir assuntos sobre a
humanidade. Oxum sempre achou isso muito injusto, pois sabia que tinha
sabedoria e poder o suficiente para opinar sobre as questões dos homens, mas
mesmo insistindo nunca conseguiu espaço para se expressar.

Como última escolha, decidiu usar a sua astúcia. Como não existiam homens se
não fossem as gestações das mulheres, a Orixá então tirou a graça da fertilidade
de todas e assim a humanidade começou a minguar-se e não haviam nascimentos.
Notando que algo de errado acontecia na terra, os Orixásdecidiram consultar
Olorum, que os revelou que a Mãe Oxumhavia tirado o dom da maternidade de
todos.
Como somente ela poderia resolver essa questão, eles a convidaram para
participar da reunião e desde então, a Orixá se tornou figura presente em todos
acordos e decisões tomadas pelos Orixás, e a humanidade passou a se multiplicar
mais uma vez.

Oxum possui dezesseis qualidades que podem ser encontradas em sua


personalidade, dons e formas de agir como Orixá. Vale lembrar que estas
qualidades são costumeiramente cultuadas nas Nações de Candomblé, não sendo
tão comuns na umbanda.

1. ÒSUN ABALÔ – É uma velha Oxum, de culto antigo, considerada


Iyá Ominibú, tem ligação com Oyá, Ogum e Oxóssi, veste-se de cores
claras, usa abebé e alfange.
2. ÒSUN IJÍMU ou Ijimú, é outro tipo de Oxum velha. Veste-se de
azul claro ou cor de rosa. Leva Abèbé e Alfange, tem ligação com as
Iyamís, é responsável por todos os Otás dos rios.
3. ÒSUN ABOTÔ também uma velha Oxum de culto antigo, ligada
as Iyamís, feiticeira, carrega Abèbé e Alfange, tem ligação com Nanã,
Oyá de culto Igbalé.
4. ÒSUN OPARÁ Oxum Opará ou Apará seria a mais jovem das
Oxum, é um tipo guerreiro que acompanha Ogum, vive com ele pelas
estradas; dança com ele quando se manifestam juntos numa festa; leva
uma espada na mão e pode vestir-se de cor de marrom-avermelhada.
Conhecida também como a Senhora da Espada.
5. ÒSUN AJAGURA ou AJAJIRA, outra Oxum guerreira que leva
espada, jovem, tem ligação com Yemanjá e Xangô.
6. YEYE OKE Oxum jovem guerreira, muito ligada a Oxóssi, carrega
Ofá e Irukerê.
7. YEYE ÌPONDÁ é também uma òsun Guerreira ligada a Ibuálàmò.
Yeye Pondá é rainha da cidade que leva seu nome Ìponda, leva uma
espada e veste-se de amarelo ouro e branco quando acompanha Oxaguiã.
8. YEYE OGA é uma Oxum velha e muito guereira, carrega Abèbé e
Alfange.
9. YEYE KARÉ é um Oxum jovem e guereira, ligada a Odé Karè,
Logun edé.
10. YEYE IPETU é uma Oxum de culto muito antigo, no interior da
floresta, na nascente dos rios, ligada a Ossaim e principalmente a Oyá
dada a sua ligação com Egun.
11. YEYE AYAALÁ- é talvez a mais ancestral dentre todas, veste-se de
branco, ligada a Orunmilá e as Iyamis, considerada a avó.
12. -YEYE OTIN- Oxum com estreita ligação com Ínlè, ligada a caça e
usa Ofá e Abèbé.
13. -YEYE IBERÍ ou merimerin- Oxum nova, concentra a vaidade e
toda beleza e elegância de uma Oxum, dizem que ser a Oxum de mãe
menininha do Gantois.
14. –YEYE MOUWÒ- Oxum ligada a Olokun e Yemanjá, grande
poder das Iyamís, veste-se de cores claras e usa Abèbé e Ofange.
15. –YEYE POPOLOKUN- Oxum de culto raro, ligado aos lagos e
lagoas.
16. -YEYE OLÓKÒ- Oxum guerreira , vive na floresta nos grandes
poços de água, padroeira do poço.

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