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ESCOLA POLITÉCNICA
EM
INDÚSTRIA PETROQUÍMICA
por
junho de 1998
Reutilização de Efluentes Lóquidos em Indústria Petroquímica ___________ ii
EM
INDÚSTRIA PETROQUÍMICA
por
05 de junho de 1998
AGRADECIMENTOS
Aos colegas da Copene, em especial, Mário L. Pino Neto por ter encorajado-me
nessa jornada, Leônidas C. M. Filho por ter acreditado no trabalho, Paulo César P.
Canário pelo apoio nos momentos difíceis, João Severiano Júnior pelas dicas na
fase final do trabalho e Mônica Maciel Lopes pela ajuda na língua inglesa.
Agradeço também a Ignez Rosina Vieira pela grande ajuda na revisão dos textos.
Quero agradecer enfim a todos os meus colegas e amigos, que de alguma forma,
direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
Além disto, reduzirá os custos relacionados com a sua geração de efluentes, cerca
de U$ 5.000.000/ano, e os custos operacionais e de manutenção com a retirada de
operação de alguns equipamentos da sua unidade de tratamento de água.
ABSTRACT
As the end of the century approaches, one of the biggest challenges industry faces is
the need of a peaceful coexistence with the environment, considering the fact that
natural resources are becoming scarce.
Water insufficiency as a raw material for the productive processes and more stringent
environmental regulations have impelled industry to implement wastewater
reclamation programs during the last decades, aiming at the preservation of natural
resources through the maximum reduction of wastewater production and,
consequently, of water intake.
2ª) Repair of leakages and end of waste, improving operating procedures and
changing process (Conservation);
4ª) Application of processes to purify the effluents in a way that the reclaimed
water can be used in its original purpose or in a better way (Recycle).
Initially, the best technical and economic reclamation program (Conservation, Reuse
and Recycle) for each effluent and the system in which it will be reused were
definited after the identification, quantification, and qualification of all the wastewater
coming from Copene’s processes.
George de Souza Mustafa
Reutilização de Efluentes Lóquidos em Indústria Petroquímica ___________ viii
For the achievement of the Zero Discharge, the following treatment systems were
proposed:
The full reutilization of wastewater generated by Copene will increase the availability
3
of water for urban consumption in approximately 900 m /h and minimize the
problems related with water scarcity during the dry season.
Furthermore, it will verify a reduction of the costs associated to the production of such
effluents in the amount of US$ 5,00,000/year and reduce its operating and
maintenance costs by stopping operations of some equipments from Copene’s water
treatment unit, as well.
Finally, the reutilization of wastewater will minimize the industrial impact of the
company on the environment. Therefore, that company will demonstrate concern with
the ecological impact of its operations and good faith to the surrounding communities
by reducing wastewater discharges and recycling resources.
SUMÁRIO
página
AGRADECIMENTOS ................................................................................... iv
RESUMO .................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 2
página
página
7. CONCLUSÕES .................................................................................. 86
LISTA DE TABELAS
página
página
LISTA DE FIGURAS
página
página
NOMENCLATURA
uT - Unidade de turbidez
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 2
A ÁGUA NA INDÚSTRIA
PETROQUÍMICA
2.1 Aplicação
No estado vapor
No estado líquido
¾ combate a incêndio.
Outra utilização importante é como água potável para consumo humano, na própria
fábrica, em bebedouros, refeitórios, sanitários e banheiros.
O tipo do tratamento necessário para a purificação da água é função do seu uso final
e, consequentemente, da sua qualidade especificada para esta aplicação. Quando a
água é utilizada em condições brandas de temperatura e pressão, como por
exemplo, para selagem de equipamentos rotativos, a remoção de sólidos suspensos
e de matéria orgânica, que conferem cor e turbidez à água, é suficiente para evitar
deposições no sistema. Entre os processos existentes para essa finalidade o mais
utilizado é a clarificação (ver o item 4.3.3). São dosados sais de alumínio ou de ferro
para propiciar a coagulação dos sólidos, formando flocos mais pesados, que são
removidos por decantação. A matéria orgânica e os microorganismos são eliminados
através de produtos altamente oxidantes: cloro ou ozônio.
2.3 Especificação
[1]
PARÂMETROS UNIDADES ÁGUA POTÁVEL
CAPÍTULO 3
EFLUENTES LÍQUIDOS DA
INDÚSTRIA PETROQUÍMICA
Na troca térmica entre a água e o ar, uma grande quantidade de água evapora
para a atmosfera sem arrastar sólidos dissolvidos, aumentando a sua concentração
na água de resfriamento em recirculação. Assim, é necessário realizar purga
contínua para desconcentrar o sistema e, simultaneamente, repor a água perdida
através da evaporação, arraste e purga.
Em alguns sistemas, a água pode ser utilizada em contato direto com as correntes
de processo. De forma a não contaminar os produtos finais, ela deve ser drenada,
após separação das fases orgânica e aquosa, em determinados pontos do
processo - normalmente, através de bota de vaso de pressão.
Nos processos de troca térmica que utilizam o vapor d’água como fluido de
aquecimento é comum aproveitar todo o seu calor latente. Com objetivo de
conservar energia e água, o condensado gerado deve retornar novamente para o
sistema de geração de vapor. Entretanto, em alguns casos específicos, por
exemplo, quando o trocador de calor encontra-se muito afastado do sistema de
geração de vapor e sua vazão é baixa, o condensado pode ser drenado para o
sistema de efluente mais próximo, orgânico ou não contaminado.
Apesar desse efluente possuir características inorgânicas, poderá ser drenado para
o sistema de efluentes orgânicos, se o resfriador de amostra estiver localizado na
área de processo.
As chuvas que caem nas áreas industriais podem carrear produtos provenientes de
vazamentos e se tornar contaminadas. Desta forma, devem ser coletadas pela rede
de efluente orgânico.
Já as águas de chuvas coletadas nas áreas administrativas, nas ruas e nos locais
que comprovadamente não sejam poluídos podem ser direcionadas para o sistema
de efluente não contaminado.
(a) O primeiro valor é relativo aos efluentes de plantas que processam as substâncias limitadas
ou derivadas com real dificuldade tecnológica para reduzir emissões e o segundo aos
efluentes de empresas cujos processos não incorporam substâncias similares como
matéria-prima importante;
CAPÍTULO 4
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Osmose Reversa X
Troca Iônica X
Eletrodiálise Reversa X
Evaporação X
Macrofiltração X
Microfiltração X
Ultrafiltraçao X
Nanofiltração X
Clarificação X
Ozonização X
Carvão Ativado X
Destilação X
Lodo Ativado X
PROCESSOS CONCENTRAÇÃO DE
SÓLIDOS DISSOLVIDOS
(mg/L)
Troca Iônica 10 a 600
Osmose Reversa 50 a 50.000
Eletrodiálise Reversa 300 a 10.000
Evaporação > 20.000
Conceito
Solução Solução
Diluída Concentrada
↑
Membrana Semipermeável
↑ Pressão
↓ Osmótica
Equilíbrio Osmótico
← →
Solução Solução
Diluída Concentrada
↑
Membrana Semipermeável
π = n2 RT/V
Pressão
Solução Solução
Diluída Concentrada
↑
Membrana Semipermeável
Histórico
O fenômeno osmótico foi observado pela primeira vez, em 1748, por Abbé Nollet,
[11]
quando constatou que a água podia se difundir através da bexiga de porco
espontaneamente em álcool. Os experimentos posteriores foram dificultados pela
baixa confiabilidade nas membranas animais. Vários materiais foram utilizados
como membranas, entretanto, todos apresentaram vazamentos, vida curta e baixa
reprodutibilidade. O interesse pelo processo osmótico diminuiu devido a
inexistência de membranas confiáveis.
[11]
Já em 1958, Reid e Breton demonstraram que acetato de celulose possuía
boa seletividade. Entretanto, o transporte de água era baixo e possuía uma vida
útil muito curta, tornando impraticável o seu uso para Osmose Reversa. Em 1960,
[11]
Loeb e Sourirajan melhoraram a permeabilidade do fluxo da membrana de
acetato de celulose, através de tratamento térmico do filme e pela adição de
agentes de inchamento na formulação da membrana. O filme resultante tinha dez
a vinte vezes a taxa de transporte de água. Este trabalho demonstrou que a
tecnologia necessária para purificar a água por Osmose Reversa estava
disponível. A partir deste ponto, o maior avanço foi o desenvolvimento da
engenharia e do mercado do sistema de Osmose Reversa.
Projeto
PRODUTO
ALIMENTAÇÃO
Permeador
A taxa de rejeição de sais aumenta, como regra geral, com o seu grau de
dissociação, carga iônica, peso molecular, força da ponte de hidrogênio e com o
grau de ramificações moleculares das membranas. Na tabela 4.4 são
apresentados valores típicos de taxas de rejeição.
Conceito
- +
HCO3 + H → H2O + CO2
- -2
Como o CO2 reage com a água formando os ânions HCO3 e CO3 , deve ser
removido antes dos leitos aniônicos, de forma a reduzir o volume necessário para
essas resinas. A remoção desse gás pode ser realizada através de aeração da
água descationizada em torres descarbonatadoras atmosféricas, que utilizam
ventiladores externos com tiragem induzida.
Nos processos que exigem uma qualidade superior, a água ainda passa por
vasos de pressão denominados de leito misto, que contêm resinas catiônicas e
aniônicas, com a finalidade de remover os íons que não foram retidos pelos leitos
catiônicos e aniônicos, a montante.
O grupo ativo das resinas aniônicas fracamente básicas é uma amina terciária e
sua capacidade de remoção fica restrita aos ânions que formam ácidos fortes, tais
-2 - - -
como: SO4 , NO3 e Cl . Elas não têm capacidade de remover sílica e HCO3 .
A fortemente básica é obtida através da reação de estireno ou ácido acrílico com
divinilbenzeno, cujos grupos ativos são, respectivamente, trimetilamina e
[27]
dimetiletanolamina, que têm afinidade por todos os ânions presentes na água.
Histórico
[27]
Desde 1104, quando Hales narrou a purificação de água usando argilas de
poços de rochas, que a capacidade de troca iônica de determinados materiais tem
[27]
sido estudada. Em 1833, Fuchs descreveu a propriedade de certas argilas
de liberar potássio e sódio quando tratadas com cal. Quinze anos mais tarde,
[27]
Thompson e Way descobriram o fenômeno de regeneração quando
trataram um determinado solo com sulfato ou carbonato de amônio e verificaram
que a maior parte da amônia era absorvida, enquanto que o cálcio era liberado.
[27]
Posteriormente, em 1876, Lemberg descobriu que era possível transformar
leucita (K2O.Al2O3.4SiO2) em analcita (Na2O.Al2O3.4SiO2.2H2O), tratando-a com
solução de cloreto de sódio e que a transformação poderia ser invertida pelo
emprego de uma solução de cloreto de potássio. Apesar do avanço que estes
estudos representaram, muitos anos se passaram sem que houvesse um
progresso significativo na utilização prática da técnica de Troca Iônica. Somente
George de Souza Mustafa
Reutilização de Efluentes Líquidos em Indústria Petroquímica 33
[27]
depois dos trabalhos de Pauling e Bragg sobre estruturas cristalinas de mica e
[27]
argilas, seguidos de trabalhos de outros pesquisadores, que relacionavam a
estrutura cristalina e a Troca Iônica, é que se passou a ter uma melhor
compreensão deste processo.
[27], [28]
Em 1935, Adams e Holmes descobriram que certas resinas sintéticas
eram capazes de trocar íons. Inicialmente, demonstraram que trocadores
catiônicos com boa estabilidade e alta capacidade podiam ser preparados através
de resinas ácidas sulfônicas e que resinas do tipo poliamina tinham propriedades
de trocadores aniônicos. Este trabalho pioneiro foi seguido pelas descobertas de
[27]
D’Alelio, com a síntese de resinas de Troca Iônica marcadamente estáveis e
versáteis, derivadas do estireno e acrílico. A possibilidade de sintetizar resinas
com capacidade de trocar íons representava uma maneira de obter resinas de
Troca Iônica com características físicas e químicas sob medida para cada
aplicação específica.
A aplicação das resinas sintéticas saiu dos laboratórios e passou para a etapa
industrial. A utilização de resinas de Troca Iônica para separações, recuperações,
desmineralizações, catálises e abrandamento em escala industrial, tornou-se uma
realidade. Desde então, a evolução desta tecnologia tem sido focalizada no
desenvolvimento de novos produtos, como os copolímeros de estireno e
[27]
divinilbenzeno, e os copolímeros acrílico, metacrílico e divinilbenzeno.
Projeto
C A
C
C A
A
Conceito
+ MA MC -
MC MA
-m +n -m +n
 N M N M C
-m -m +n +n
N N N M M Á
-m +n -m +n
O N M N M T
-m -m +n +n
D N N M M O
-m +n -m +n
O N M N M D
O
Histórico
[29]
Em 1903, Morse e Pierce introduziram eletrodos no seu aparelho de diálise e
descobriram que as impurezas da gelatina eram mais facilmente removidas
quando era aplicada uma diferença de potencial nos eletrodos. Nessa mesma
[29]
época, Schwein utilizou Eletrodiálise para extrair as impurezas do açúcar. Já
[29]
em 1940, Meyer e Strauss desenvolveram membranas com alta seletividade a
íons, capazes de operar eficientemente com alto gradiente de concentração. No
entanto, o desenvolvimento comercial da Eletrodiálise só iniciou cerca de vinte
anos depois, com o apoio do programa de dessalinização de águas salobras do
“Office of Saline Water” dos Estados Unidos da América. A partir de 1969, foi
iniciada a aplicação da Eletrodiálise em tratamento de efluentes líquidos na
[29]
cidade de Los Angeles.
Projeto
4.2.4 Evaporação
Compressor
Evaporador vapor
PRODUTO CONCENTRADO
A Macrofiltração só pode ser utilizada para remover partículas maiores do que 1 µm,
enquanto que as demais técnicas são capazes de reter até mesmo partículas
coloidais.
4.3.1 Macrofiltração
ALIMENTAÇÃO
LEITO FILTRANTE
FILTRADO
Para sistemas com alto potencial de incrustação, deve-se utilizar uma taxa de
3 2
filtração inferior a 10 m /h.m ou projetar um segundo leito filtrante em série.
ALIMENTAÇÃO CONCENTRADO
LEITO FILTRANTE
PERMEADO
4.3.3 Clarificação
Produtos químicos
Água Água
Bruta Clarificada
Lama
Esses íons complexos com cargas elétricas positivas são rapidamente adsorvidos
pelas partículas coloidais em suspensão que, normalmente, possuem cargas
elétricas negativas, provocando uma redução de espessura da camada elétrica
que envolve essas partículas.
4.4.1 Ozonização
Conceito
A alta reatividade do ozônio faz com que ele seja adequado para o tratamento de
águas e efluentes líquidos e várias outras aplicações industriais. Para cada tipo
de aplicação é indicada uma determinada dosagem de ozônio e diferentes tempos
de contato para ocorrer a reação.
Histórico
Projeto
As principais vantagens do uso de oxigênio puro como gás de carga são: maior
concentração de ozônio, maior eficiência na absorção do ozônio e menor
tamanho do gerador de ozônio. O custo operacional mais alto é a sua principal
[47]
desvantagem.
[46]
A capacidade dos geradores de ozônio varia de 0,01 a 150 kg O3/h. Muitos
fatores influenciam na sua produção, como por exemplo: concentração de
oxigênio, ponto de orvalho do gás de carga, freqüência da descarga elétrica,
temperatura e voltagem aplicada. O calor gerado neste processo deve ser
constantemente removido, de forma a manter a temperatura do gerador dentro de
um certo limite, para que não haja decomposição de uma parte do ozônio gerado.
O gás de exaustão, que deixa o sistema de contato, ainda contém uma certa
quantidade de ozônio (> 3.000 ppm), não podendo ser lançado diretamente na
atmosfera, devido ao seu alto grau de toxidez. Por isso, deve-se instalar um
sistema de destruição de ozônio, através de decomposição térmica,
decomposição em carvão ativado ou combustão catalítica, capaz de reduzir a sua
concentração abaixo de 10 ppb.
Conceito
Todos os materiais que possuem alto percentual de carbono fixo podem ser
ativados. As matérias-primas mais comuns utilizadas nos processos modernos
são: madeiras, nó de pinho, eucalipto, casca de coco, casca de dendê, babaçu,
[59]
carvão mineral, caroços de frutas, resíduos de petróleo e ossos de animais.
[57]
Histórico
No século XVII, os navios de longo curso usavam pedaços de carvão nas barricas
de água para prolongar a sua potabilidade. Porém, só no século XVIII, quando os
fenômenos de adsorção de gases e descloração foram investigados pela primeira
vez, foi iniciado o entedimento do Carvão Ativado. A sua primeira utilização em
escala comercial foi para o descoramento do açúcar de cana, através do carvão
de madeira e de ossos.
No século XIX, uma vasta experimentação com Carvão Ativado foi realizada para
aplicações em fases líquidas, tornando-se a principal aplicação da época,
principalmente no tratamento de água.
Projeto
Na fase gasosa, utiliza-se somente o carvão granulado, pois só este tipo permite
um fluxo suficiente com uma queda de pressão aceitável. Nas aplicações em fase
líquida, podem ser utilizados carvões granulados ou pulverizados. Geralmente, o
carvão granulado é empregado onde existe necessidade de uma produção
contínua, em larga escala. Neste caso, é necessário projetar equipamentos
específicos que requerem investimentos maiores e que podem ser compensados
[57]
pela maior durabilidade do carvão.
C
2 Cl2 + 2 H2O → 4 HCl + O2
Cloro 98 50
Clorofórmio 98,1 65
2-Cloronaftaleno > 83 65
Hexaclorobutadieno 99,9 65
Hexaclorociclopentadieno 99,9 65
Hexacloroetano 99,8 65
CAPÍTULO 5
PROGRAMA DE REUTILIZAÇÃO
DE EFLUENTES LÍQUIDOS
. . . ... .
. . . ... .
Concluída essa etapa, como regra geral, deve-se focar em todas as oportunidades
de Reuso antes da etapa de Reciclo. O Reuso é o reaproveitamento de água sem
prévio condicionamento. A água recuperada não pode ser retornada à sua utilização
original, devendo ser destinada a um uso menos nobre. Os recursos humanos e
financeiros para essa etapa são de médio porte.
O Reciclo, que tem como meta máxima a obtenção do Efluente Zero, é a etapa
onde é necessário utilizar processos de tratamento para purificação dos efluentes,
de forma que a água recuperada possa ser reaproveitada à sua utilização original ou
para outro uso mais nobre. Por isso, necessita de alto investimento e grande
disponibilidade de recursos humanos.
CAPÍTULO 6
ESTUDO DE CASO
6. ESTUDO DE CASO
6.1 Definição
Para essa tese de mestrado foi escolhida a Copene - Petroquímica do Nordeste S.A.
como estudo de caso, por ser esta empresa a maior geradora de efluentes líquidos
do Pólo Petroquímico de Camaçari e pela diversidade de tipos de efluentes líquidos
que produz, sendo uma unidade bastante representativa desse setor industrial.
A água deve ser fornecida continuamente aos processos industriais a fim de repor as
perdas de vapor para a atmosfera e com a geração de efluentes líquidos e, também,
para suprir os processos que utilizam água como matéria-prima. Este balanço de
massa específico para a água é denominado de Balanço Hídrico.
[68]
Na figura 6.1 é apresentado o Balanço Hídrico da Copene de 1997.
A captação média total dos recursos hídricos naturais pela Copene, em 1997, foi de
4.776 m3/h. Além disso, as chuvas coletadas nas unidades industriais dessa
empresa e enviadas para os sistemas de efluentes líquidos representaram cerca de
24 m3/h. Outra entrada deste Balanço Hídrico é a água contida na nafta - matéria
prima principal da Copene proveniente da Refinaria Landulfo Alves (RLAM) - que é
drenada nos tanques de carga para os sistemas de efluentes líquidos (cerca de 8
m3/h).
(a) (b)
CIDADES POPULAÇÃO CONSUMO
(m3/h)
Salvador 2.211.539 20.733
Copene - 4.776
(b) Considerados os valores médios das faixas típicas de cota per capita de água
para populações dotadas de ligações domiciliares: cidades com 50.000 a
250.000 habitantes igual a 170 litros/dia por habitante e cidades com
população acima de 250.000 habitantes igual a 225 litros/dia por habitante.
[69]
Essa unidade recebe água bruta da barragem do rio Joanes II e, também, água
subterrânea do aqüífero São Sebastião. A água bruta é captada através de bombas
centrífugas com capacidade de 2.500 m3/h cada e enviada através de duas adutoras
de diâmetro nominal de 36” para o sistema de clarificação. A captação da água
subterrânea é realizada através de 15 poços artesianos localizados em áreas
afastadas do complexo industrial. Ela é enviada para o sistema de desmineralização
com o objetivo de remover os sais dissolvidos. Esta água possui baixa cor e
turbidez, não necessitando passar pelo processo de clarificação (ver figura 6.2).
Clarificação Água
Clarificada
Filtração Água
Potável
Desmineralização Água
Desmineralizada
⇒ Drenagem de amostrador
⇒ Vazamento de água
⇒ Condensado de purgador
A primeira unidade remove o sulfeto por reação com ácido sulfúrico e queima o H2S
produzido em tocha. O dióxido de enxofre e o sulfato são compostos menos tóxicos
do que o sulfeto:
⇒ Vazamento de água
⇒ Condensado de purgador
⇒ Esgoto sanitário
⇒ Drenagem de tanque
SISTEMA ORGÂNICO
drenagens
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ MAR
SAO CETREL
esgotos sanitários
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
........................................................................................................................................
drenagens
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ rio Capivara Pequeno MAR
(a)
Perda de água desmineralizada 392.700 306.100 698.800
(b)
Perda de água clarificada 275.200 357.300 632.500
(c)
Perda de água potável 0 20.600 20.600
3
Obs.: (a) Custo unitário = US$ 0,28/m ;
3
(b) Custo unitário = US$ 0,12/m ;
3
(c) Custo unitário = US$ 0,13/m .
. . .
10 Drenagens intermitentes. 4.
..
14 Vazamento de água 52
18 Drenagens intermitentes 29
19 Condensado de purgador 24
23 Esgoto sanitário 18
24 Drenagem de tanque 8
Amônia mg/L - - - - - - -
.
Cor Hazen - - 7 - 7 - -
.
DQO mg/L 15 - 2 15 2 - -
.
Etilbenzeno mg/L - 12 - - - - 12
.
Fenóis mg/L - 20 - - - - 20
.
Sulfatos mg/L - - - - - - -
.
Sulfetos mg/L - - - - - - -
.
Turbidez ut 19 - 2 19 2 - -
.
DQO. mg/L - - 15 2 40 - -
.
Turbidez ut - <1 19 2 - - -
.
A seleção dos programas a serem aplicados para cada par (efluente, sistema) foi
baseada nas qualidades dos efluentes obtidas pela Auditoria Hídrica e nas
especificações requeridas para cada sistema de água receptor (ver o item 2.3).
Sistemas de Águas
1 Conservação - -
2 Reciclo - -
3 Reuso - -
4 Reciclo - -
5 Reciclo - -
6 Conservação - -
7 - - Conservação
8 Reuso - -
9 Conservação - -
10 Conservação - -
11 - - -
12 Conservação - -
13 Reciclo - -
14 Conservação - -
15 Reciclo - -
16 Conservação - -
17 Reuso - -
18 Reciclo - -
19 Reuso - -
20 Reciclo - -
21 Reciclo - -
22 Conservação - -
23 - Conservação (*) -
24 Reciclo - -
25 - - -
6.5.3 Conservação
3
Conforme a Auditoria Hídrica, o potencial de Conservação é de 413 m /h, ou seja,
44% do total dos efluentes líquidos gerados (ver tabela 6.7).
6, 14 Vazamento de água 73
23 Esgoto sanitário 18
10 Drenagens intermitentes 4
TOTAL 413
6.5.4 Reuso
8, 19 Condensado de purgador 40
TOTAL 140
6.5.5 Reciclo
18 Drenagens intermitentes 29
24 Drenagem de tanque 8
TOTAL 385
Como se pode constatar através da tabela 6.10, existem dois grupos distintos de
efluentes:
♦ Substituir o processo de troca iônica convencional por troca iônica com leito
compacto (efluente 4);
Os compostos menos voláteis são retirados pelo fundo da torre juntamente com a
água destilada. Para esta corrente retornar ao sistema de água clarificada é
necessário remover os óleos e graxas presentes. O processo recomendado para
[116]
a Copene é a ozonização, em virtude de já existir um ozonizador
desativado na empresa, o que reduzirá em muito os custos de investimento desse
sistema de Reciclo (figura 6.5).
Efluentes 15 e 21
Efluentes 3, 8, 17 e 19 (Reuso)
Trocadores de Calor
Água Clarificada do Processo
Torre de
água recuperada Resfriamento
Água de Resfriamento
Efluente 2 (purga)
Osmose clarificado
Reversa Clarificação
filtrado
Evaporação
concentrado
Efluente 5
Legenda: existente
novo
reaproveitado
Água recuperada
Ozonização
Efluentes do Grupo 2
nº 13, 18, 20 e 24
Destilação
Legenda: novo
reaproveitado
CAPÍTULO 7
CONCLUSÕES
7. CONCLUSÕES
CAPÍTULO 8
NOVOS ESTUDOS
8. NOVOS ESTUDOS
CAPÍTULO 9
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Technology. 51º International Water Conference, IWC-96-16, Pittsburgh, 1996.
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