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PROGRAMA FORMAÇÃO PELA ESCOLA/FNDE

CURSO

CONTROLE SOCIAL PARA CONSELHEIROS

O CONTROLE SOCIAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

Aparecida Perpetua Bitto Valentim

Catanduva, SP

Fevereiro/2018
O CONTROLE SOCIAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

Controle social é a participação da sociedade no acompanhamento


e na verificação da execução das políticas públicas, avaliando objetivos, processos e
resultados.
Políticas públicas são um conjunto de decisões, planos, metas e
ações governamentais (seja a nível nacional, estadual ou municipal) voltados para a
resolução de problemas de interesse público.
Sendo assim quando você acompanha a execução das ações e
programas do governo, está efetuando o controle social. O controle social pode ser
exercido diretamente pelos cidadãos, individualmente ou de forma organizada, ou
mesmo pelos conselhos de políticas públicas. Este controle pode ainda ocorrer tanto
no planejamento como na execução das ações do governo.
As ideias de participação e controle social estão intimamente
relacionadas: por meio da participação na gestão pública, os cidadãos podem intervir
na tomada da decisão administrativa, orientando a Administração para que adote
medidas que realmente atendam ao interesse público e, ao mesmo tempo, podem
exercer controle sobre a ação do Estado, exigindo que o gestor público preste contas
de sua atuação.
A participação contínua da sociedade na gestão pública é um direito
assegurado pela Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem
da formulação das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente
a aplicação dos recursos públicos.
O controle social pode ser feito individualmente, por qualquer
cidadão, ou por um grupo de pessoas. Os conselhos gestores de políticas públicas
são canais efetivos de participação, que permitem estabelecer uma sociedade na qual
a cidadania deixe de ser apenas um direito, mas uma realidade. A importância dos
conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática da
população na formulação e implementação de políticas públicas.
Os conselhos são espaços públicos de composição plural e paritária
entre Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa e consultiva, cuja função é
formular e controlar a execução das políticas públicas setoriais. Os conselhos são o

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principal canal de participação popular encontrada nas três instâncias de governo
(federal, estadual e municipal).
Os conselhos de acompanhamento e controle social constituem
canais de comunicação entre a “sociedade civil” e o poder público (instrumentos
fundamentais para a gestão pública). Seus principais papéis são:
• estimular a participação (individual e coletiva) e a formação de
novas lideranças;
• manter fluxo de informação com as instituições que representam;
• alimentar-se permanentemente das opiniões e vontades daqueles
que representam;
• tornar públicas as decisões políticas e as negociações;
• respeitar e defender as deliberações;
• contribuir na generalização das discussões e dos interesses
coletivos;
• contribuir na qualificação da participação social;
• cumprir e fazer cumprir o regimento interno;
• buscar maior transparência na utilização de recursos públicos;
• consolidar a democracia e a participação popular no espaço
político;

As principais características desses conselhos são:


• Formação plural: permite a participação de pessoas de qualquer
crença religiosa, etnia, filiação partidária, convicção filosófica, contando com a
representação dos vários atores que constituem a sociedade brasileira;
• Representação do Estado e da sociedade civil: os conselhos
devem ser compostos por conselheiros, representantes do Estado e da sociedade
civil;
• Natureza deliberativa: capacidade própria de decidir sobre
formulação, controle, fiscalização, supervisão e avaliação das políticas públicas,
inclusive nos assuntos referentes à definição e aplicação do orçamento, como
instituição máxima de decisão;

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• Natureza consultiva: caráter de assessoramento exercido por
meio de pareceres, aprovados pelos membros, respondendo a consultas do governo
e da sociedade;
• Função fiscalizadora: competência para fiscalizar o cumprimento
das normas e a legalidade de ações;
• Função mobilizadora: situa o conselho numa ação efetiva de
mediação entre o governo e a sociedade.
Alguns conselhos são criados para acompanharem programas
específicos de repasses como é o caso do CACS/FUNDEB (Conselho de
acompanhamento e controle social do FUNDEB) e do CAE (Conselho de alimentação
Escolar).

CACS FUNDEB

O FUNDEB (fundo de manutenção da Educação Básica) tem como


objetivo específico financiar a Educação Básica pública, que compreende: a
educação infantil (creches e pré-escolas), o ensino fundamental e o ensino médio, em
todas as suas etapas, modalidades, e tipos de estabelecimentos, oferecidos nas redes
públicas (estadual, distrital e municipal). As instituições comunitárias, confessionais
ou filantrópicas, pertencentes à rede privada, que ofereçam atendimento em educação
infantil (creche e pré-escola) e educação especial, poderão ter seus alunos
considerados para efeito de distribuição de recursos financeiros do Fundo.
A Lei Federal que regulamentou o FUNDEB determinou que fossem
constituídos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundo a nível
federal, estadual, distrital e municipal.
A este Conselho compete também acompanhar a execução do
PNATE (programa Nacional do Transporte Escolar) e manifestar-se sobre as
prestações de contas, emitindo parecer conclusivo e encaminhando-o para o FNDE,
de acordo com os prazos e formalidades estabelecidos em relação ao programa.
Por isso, quem compõe o conselho, representando seu segmento ou
o setor no qual atua, tem responsabilidade social importante e papel político

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fundamental para que os recursos destinados à educação, ou mais especificamente
ao transporte do escolar, sejam aplicados adequadamente, beneficiando os alunos
em sua formação.

CAE

O CAE (Conselho de Alimentação Escolar) é criado especificamente


para fiscalizar os recursos recebidos através do PNAE (Programa Nacional de
alimentação Escolar), além de outras atribuições como:
• verificar a aplicação dos recursos da merenda, comprovando se:
• o dinheiro do programa foi aplicado em alimentos para a merenda;
• os valores pagos estão de acordo com os preços de mercado;
• os produtos comprados estão sendo utilizados na merenda dos
alunos;
• os produtos comprados são de boa qualidade;
• visitar escolas para saber se a merenda chega aos alunos;
• informar, no parecer, quando forem detectadas falhas graves e
irregularidades.
Além dos conselheiros, qualquer cidadão pode acompanhar as ações
e programas do FNDE, no entanto, para exercer de maneira eficaz e efetiva o controle
social, é necessário que todos tenham acesso às informações públicas, que devem
ser transparentes, e tenham conhecimento sobre suas legislações e diretrizes.
A construção de uma democracia participativa na qual todos se
transformam em sujeitos conscientes, que lutam pelos seus direitos legais, e ainda,
acompanham e controlam socialmente a execução de programas, projetos e ações
que concretizam esses direitos é a garantia de que os recursos serão bem aplicados.

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