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INSPEÇÃO EM DUTOS

Elaboração: Raimundo Sampaio

FABRICAÇÃO DE DUTOS

1- FABRICAÇÃO DE DUTOS TERRESTRES

No processo de instalação de dutos terrestres são várias as etapas envolvidas,


destacando-se as seguintes:

Faixa de domínio

Corresponde ao local de abertura da vala e implantação da tubulação.

A abertura desta faixa deve levar em consideração o menor impacto possível ao meio
ambiente, devendo a diretriz da vala localizar-se em uma de suas laterais, de forma a
possibilitar espaços para futuras instalações. Normalmente a faixa apresenta uma
largura de 20 m, podendo ser de 15 m em áreas de reserva ambiental. Cursos d’água
devem ser mantidos e canalizados, caso necessário.

Traçado da diretriz da vala

A diretriz definida pelo projeto deve ser marcada ao longo da faixa de domínio, que
deve ser devidamente identificada.

Abertura da vala

A largura da vala deve ser compatível com o diâmetro do duto, de modo que o
abaixamento não cause danos ao revestimento, sendo normalmente empregada uma
folga de meio diâmetro da tubulação. A profundidade da vala varia conforme a classe
de locação e tipo de terreno, devendo a terra escavada ser lançada sempre de um
mesmo lado, próximo à vala, e do lado oposto de onde os tubos serão desfilados. É
importante salientar que, no fundo da vala, não pode haver material duro que cause
danos ao revestimento das tubulações (veja a Figura 1).

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Transporte e distribuição dos tubos

Durante o processo de montagem, os tubos são transportados, com material macio


entre eles (sacos de areia ou palha de arroz) e distribuídos ao longo da faixa de
domínio, sendo movimentados com cintas próprias, de modo a não danificar o
revestimento (veja a Figura 2). A distribuição dos tubos é feita ao longo da vala, do
lado oposto ao solo escavado, sendo os tubos apoiados sobre sacos de solo
selecionado ou de palha de arroz (veja a Figura 3). Tubos e curvas concretadas
devem ser identificados com a localização dos pontos onde serão instalados.

Fig-1 Fig-2

Fig-3

Curvamento

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De forma a atender à demanda da geografia do local onde será instalada a tubulação,


os tubos são curvados, em uma máquina própria, denominada curvadeira (veja a
Figura 4 e a Figura 5). Para tal deve-se inicialmente qualificar um procedimento de
curvamento.

Fig-4

Fig-5

Concretagem de tubos e curvas

Nos cruzamentos, travessias de rios, brejos e áreas sujeitas a alagamento, os tubos e


curvas são concretados de forma a dar-lhes maior proteção e peso (veja a Figura 6). A
espessura do concreto é calculada pelo pessoal de projeto em função do diâmetro do
tubo, e normalmente varia entre 25 mm e 75 mm. Antes de ser concretado, o
revestimento deve ser inspecionado e reparado, se for necessário.
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Fig-4

Montagem

Montagem e soldagem de dutos são termos que se confundem, já que andam juntos,
sendo a soldagem uma atividade posterior à montagem. A montagem se caracteriza
normalmente pelo acoplamento entre um tubo e uma coluna e a soldagem do primeiro
passe, seja totalmente (no caso de acopladores internos), ou metade da junta (para o
caso de acopladores externos) — veja a Figura 7. Antes da montagem, é necessário
re-inspecionar o estado dos biséis e da superfície descoberta, de modo a se detectar e
eliminar defeitos que possam existir.

Fig-7

Soldagem

A soldagem das juntas segue um procedimento de soldagem previamente aprovado e


é realizada por soldadores qualificados (veja a Figura 8).

Inspeção das soldas

Após a soldagem, as juntas são inspecionadas quanto à presença de


descontinuidades, tendo com critério de aprovação requisitos de normas definidos em
projeto.

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Fig-8

Revestimento de juntas de campo


Todas as juntas de campo, depois de soldadas, inspecionadas e aprovadas, devem
ser protegidas pelo revestimento com uma manta de polietileno.

Inspeção do revestimento dos tubos


Antes do abaixamento da coluna, o revestimento dos tubos e curvas não concretados
deve ser totalmente inspecionado no campo. Os defeitos detectados devem ser
reparados.

Abaixamento da coluna
A coluna, uma vez aprovada, deve ser abaixada à vala o mais rapidamente possível,
de modo a se evitar novos danos no revestimento (veja a Figura 9). Antes do
abaixamento, deve haver uma inspeção das condições laterais e de fundo da vala, que
não deve conter pontas de pedra que possam danificar o revestimento. A coluna deve
ficar totalmente acomodada no fundo da vala, e os espaços vazios devem ser
preenchidos por solo selecionado ou areia.

Cruzamentos e travessias
Cruzamento corresponde a trechos em que os dutos cruzam rodovias, ferrovias ou
outros trechos secos. Eventualmente, pode ser aéreo.
Travessia refere-se ao cruzamento de trechos alagados, como rios, lagos, mangues e
brejos (veja a Figura 10). Eventualmente pode ser aérea.

Tie–ins
Tie-ins são pontos de ligação entre dois conjuntos previamente lançados, podendo ser
entre duas colunas ou entre uma coluna e um cruzamento ou travessia. A soldagem
de tie-ins é sempre executada dentro da vala e entre dois pontos fixos, sendo, por
isso, uma soldagem de maior complicação devido à restrição da junta.

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Fig-9

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Fig-10

Outras etapas
• Proteção e restauração da faixa
• Limpeza da linha e passagem de placa calibradora (pig)
• Teste hidrostático
• Identificação de pontos na faixa
• Proteção catódica
• Revisão do projeto as built
• Condicionamento

2- FABRICAÇÃO DE DUTOS SUBMARINOS


Os tubos empregados na fabricação de dutos submarinos são revestidos com
polietileno ou polipropileno para isolar a água do mar da superfície da tubulação.
Existem também dutos totalmente fabricados em polipropileno ou material similar.

Fig-11 Rede de dutos submarinos

O pré-aquecimento e a preparação das extremidades dos tubos para a soldagem


ocorre no final dos racks de alimentação, adjacentes à linha de produção. As

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extremidades dos tubos são pré-aquecidas, se necessário, ou então é removida a


umidade da região próxima à solda (veja a Figura 12).
O primeiro tubo é rolado ao longo dos racks de alimentação até a linha de produção e
movido até que sua extremidade coincida com a primeira estação de soldagem. O
segundo tubo é rolado até a linha de produção, sendo utilizado um dispositivo de
alinhamento (acoplador interno ou externo) para ajustar a junta conforme os requisitos
da EPS aplicável.

Fig-12

Quando o passe de raiz e o passe quente forem depositados — veja a Figura 13 —, o


duto será puxado por um cabo acoplado à extremidade do primeiro tubo, até que a
solda se alinhe com a segunda estação de soldagem, onde se iniciam os passes de
enchimento, ao mesmo tempo em que o terceiro tubo nos racks é rolado para a linha
de produção, recomeçando a atividade de acoplamento.

Fig-13

Esse processo continua até que a primeira solda esteja na estação de acabamento,
onde é realizada a inspeção visual. Todas as estações intermediárias de enchimento
são monitoradas quanto à conformidade com os requisitos da EPS aplicável. O
intervalo de tempo entre as atividades de puxar o duto é controlado pelo tempo levado
para completar o número requerido de passes de solda na primeira e na última
estação de soldagem. O número de estações intermediárias de enchimento é
determinado pelo número de passes de solda requeridos para aprontar a junta para o
acabamento (veja a Figura 14).
Após a inspeção visual da junta soldada, o duto será puxado até
o bunker de radiografia (pode ser também por ultra-som), onde a solda é radiografada
e imediatamente avaliada em conformidade com os critérios de aceitação aplicáveis.
Eventualmente, podem ser realizados reparos nas estações de soldagem.

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Fig-14

O duto é então puxado para a estação de revestimento de juntas, onde são


executados a preparação de superfície e o revestimento das juntas. Qualquer solda
assinalada como carente de reparo passa pelas estações de revestimento sem sofrer
qualquer atividade (veja a Figura 15).
Para a realização do revestimento das juntas, a superfície não revestida do duto é
aquecida até 100°C utilizando um maçarico a gás. A tinta de fundo é misturada até se
atingir uma consistência suave, sendo aplicada numa camada fina e uniforme até a
borda do revestimento de fábrica. As áreas de sobreposição do revestimento de
fábrica são então aquecidas para remover a umidade. A junta é envolvida com a
manta termo-contrátil, garantindo um posicionamento no esquadro e eqüidistante e
uma folga suficiente na parte inferior para permitir correta contração. A manta é
aquecida em toda a circunferência para se contrair, começando pelo centro e
trabalhando primeiro uma extremidade e depois a outra. Um ou dois operadores são
utilizados para esta atividade, dependendo do diâmetro do tubo (veja a Fig-16)

Fig-15

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Fig-16

Quando o duto sai do galpão, é acoplado um dispositivo que fica preso a um trator que
o puxa à medida que as soldas são executadas. O duto, nesta fase denominado stalk,
é rolado nos racks externos após a última solda, assim permanecendo até a chegada
do navio (veja a Figura 17).

Fig-17

Quando o stalk estiver completo e sobre os roletes, é movimentado para seu local de
estocagem nos racks de estocagem utilizando pelo menos dois guindastes (veja a
Figura 18).

Todos os reparos pendentes de soldagem e/ou de revestimento são encerrados nos


racks de estocagem (veja a Figura 19).

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Fig-18

Fig-19

Quando o navio atracar, o primeiro stalk a ser bobinado é colocado nos roletes
centrais do rack de estocagem e então puxado ao longo da linha até a estação de tie-
in e em seguida até a popa do navio (veja a Figura 20). A partir daí, o navio (veja a
Figura 21 e a Figura 22) assume a operação de suspender o tubo pela rampa, indo até
o carretel, onde o tubo é acoplado por soldagem ou por cabo. O navio começa então a
bobinar o duto no carretel (veja a Figura 23, a Figura 24, a Figura 25 e a Figura 26),
continuando até que a extremidade do stalk esteja localizada na estação do tie-in,
quando é interrompido o bobinamento. O segundo stalk a ser bobinado é içado até os
roletes centrais dos racks de estocagem e movido até que sua extremidade esteja na
estação do tie-in. A junta é acoplada e são executados a soldagem, os ensaios não
destrutivos e o revestimento. O bobinamento recomeça e continua conforme já
descrito acima até que seja bobinado o número necessário de stalks no navio.

O navio então zarpa da base para lançar o duto submarino no local designado.
Durante o lançamento do duto no mar, o endireitador / posicionador fica na posição
vertical (veja a Figura 27). Nas extremidades de cada duto são soldados flanges que,
por sua vez, são acoplados ao PLET (pipeline end terminator) — veja a Figura 28).
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Fig-20

Fig-21

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Fig-22

Fig-23

Fig-24

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Fig-25

Fig-26

Fig-27

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Fig-28

3- INSPEÇÃO DE DUTOS JÁ MONTADOS

Terminologia

1 Classe de Locação
É a relação entre a quantidade de construção para ocupação humana numa área da
unidade de locação de classe.

2 Faixa de Domínio
A área de terreno de largura definida no projeto, ao longo da diretriz, destinada à
construção, montagem, operação e manutenção de dutos.

3 Placa Calibradora
Disco constituído de chapa deformável, instalado junto a um copo do pig, empregado
para verificar se a tubulação possui diâmetro no mínimo igual ao do disco.

4 Pig Instrumentado de Corrosão (Pig de Corrosão)


Equipamento com instrumentos, para passagem interna ao duto, com finalidade de
adquirir informações sobre a variação da espessura da parede da tubulação ou outras
descontinuidades.

5 Pig Instrumentado Geométrico (Pig Geométrico)


Equipamento com instrumentos, para passagem interna ao duto, com finalidade de
adquirir informações sobre a variação do diâmetro da tubulação, raios de curvatura ou
outros acidentes mecânicos.

6 Pig Instrumentado Térmico (Pig Térmico)


Equipamento com instrumentos, para passagem interna ao duto, com finalidade de
adquirir informações sobre a variação de temperatura do fluido, correlacionando o
gradiente de perda térmica com a eficiência do isolamento térmico.

7 Método de Pearson
Técnica de inspeção de falha de revestimento aplicada em dutos enterrados, realizada
sobre a faixa do duto.

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8 Método Passo a Passo


Técnica de inspeção da proteção anticorrosiva de dutos (revestimento e proteção
catódica) aplicada em dutos enterrados e realizada sobre a faixa do duto.

2 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

2.1 Inspeção da Faixa de Domínio

2.1.1 Deve-se observar nesta inspeção, ao longo de toda a extensão da faixa, a


existência de irregularidades que possam ocasionar esforços mecânicos anormais nas
tubulações ou colocar em risco as instalações existentes, tais como: erosão,
movimentação de terra, desmoronamento, tráfego de veículos e/ou equipamentos
pesados sobre a faixa, crescimento de vegetação, deficiência do sistema de drenagem
da faixa, queimadas, invasão da faixa por terceiros, realização de obras nas
proximidades ou que interfiram com a faixa (construções e detonações), deficiência na
sua demarcação e sinalização de advertência, afloramento do duto, travessia de
cursos d’água com o duto aparente, submetido à correnteza das águas ou com
processos erosivos que possam gerar risco ao duto.

Nota: Devem ser verificadas as condições de tráfego das estradas de acesso.


2.1.2 A inspeção deve abranger toda a extensão da faixa e pode ser realizada, a
critério do órgão, por uma ou mais das seguintes maneiras:

a) a pé, por equipes destinadas a essa finalidade;


b) com a utilização de viaturas, em pontos acessíveis;
c) por helicópteros, seguida, se necessário, de uma inspeção local, onde forem
detectados problemas.

Inspeção de faixa de domínio por helicóptero

2.1.3 A execução de obras por terceiros, que interfiram com a faixa, deve ser
acompanhada, em todas as suas fases, pela fiscalização.

2.1.4 Periodicidade mínima das inspeções das faixas de domínio:


a) Classe de locação 1 - 2 (duas) vezes por ano;
b) Classe de locação 2 - 2 (duas) vezes por ano;
c) Classe de locação 3 - 4 (quatro) vezes por ano;

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d) Classe de locação 4 - 6 (seis) vezes por ano.

2.1.5 As periodicidades acima devem ser adequadas a cada caso, em função das
características específicas de cada duto e das condições locais da região (topografia,
precipitação pluviométrica), podendo haver um número maior de inspeções, mas
nunca um número menor do que o indicado.

2.1.6 As Faixas de Domínio nos trechos de classe de locação 1 e 2, quando em


travessias ou paralelos a rios, devem ter sua periodicidade igual à da classe de
locação 3.

Nota: O paralelismo considerado no item 5.1.6, refere-se a uma faixa de 200 metros
para cada lado do duto.

2.1.7 No caso de mananciais para o abastecimento de cidades, independentes da


classe de locação, a periodicidade deve ser idêntica à da classe de locação 4.

2.1.8 Os trechos dos dutos nos pontos de cruzamentos das Faixas de Domínio com
ferrovias e rodovias pavimentadas, enquadrados nas classes de locação 1 e 2, devem
ter sua periodicidade de inspeção igual à da classe de locação 3.

2.2 Inspeção da Tubulação


A Inspeção da Tubulação tem a finalidade de determinar as condições do duto quanto
à corrosão interna, externa, danos mecânicos e estado do revestimento, consistindo
na aplicação dos seguintes métodos. A Tubulação deve ser avaliada por uma ou mais
das técnicas relacionadas a seguir, visando detectar falhas para garantir sua
integridade de parede quanto aos processos corrosivos internos e danos externos.
Caso contrário, deve ser utilizado o teste hidrostático.

2.2.1 Inspeção Visual


2.2.1.1 A inspeção visual deve avaliar as condições físicas e de conservação das
tubulações; suportes e acessórios, quanto a corrosão externa, danos mecânicos,
vazamentos, pintura e revestimento. A periodicidade da inspeção visual fica a critério
do órgão operacional.

2.2.1.2 A inspeção visual onde o duto aflora deve ser realizada com intervalo entre
duas inspeções consecutivas não maior que 12 meses.

2.2.1.2 Inspeção dos Trechos Enterrados

Para inspeção dos trechos enterrados deverão ser executadas escavações em regiões
predeterminadas para acesso ao duto e/ou através de Pig. Técnicas especiais
poderão ser aplicadas em substituição às anteriormente mencionadas.

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O PH da área é o responsável pela definição da quantidade e a localização dos pontos


para inspeção, o mesmo deverá seguir as orientações abaixo para localização das
regiões para escavações:
• Trecho com histórico de processo corrosivo externo;
• Trecho com algum tipo de anormalidade nas medições do sistema de proteção
catódica;
• Trecho com contaminação do solo;
• Trecho de escavação com reparo anterior;
• Trecho com possibilidade de existência de corrente de interferência;
• Trecho onde foram executados serviços sobre a faixa de domínio;
• Trecho com possibilidade de falhas no revestimento;
• Trecho que não seja encamisado ou jaquetado.
Nos trechos enterrados deve-se, sempre que possível, aproveitar outras escavações
para execução da inspeção, de modo a evitar reparos excessivos no revestimento.

Croquis mostrando o perfil da escavação

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2.2.3. Medição de Espessura


2.2.3.1 A medição de espessura deve ser feita por ultra-som, para avaliar as
condições físicas da parede da tubulação, quanto a corrosão interna, externa, ou
outras descontinuidades.

2.2.3.2 A medição de espessura deve ser realizada nas seguintes condições:


a) evidência de perda de espessura;
b) complemento a uma das técnicas de inspeção (pig instrumentado; provadores de
corrosão; Passo a Passo e Pearson).

2.2.4 Inspeção de Revestimento


2.2.4.1 A inspeção do revestimento consiste na sua avaliação elétrica total ou parcial,
através do método de Pearson, Passo a Passo ou outro assemelhado. Considerar a
viabilidade da utilização de Pig Instrumentado Térmico para dutos de produtos
aquecidos.

2.2.4.2 A inspeção do revestimento deve ser executada em trechos de dutos que


apresentem pelo menos uma das condições abaixo:
a) trechos com histórico de processo corrosivo externo;
b) trechos onde o sistema de proteção catódica atingiu seu limite;
c) trechos com indícios de falhas no revestimento.

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Método passo a passo

Este é um método de inspeção e localização de falhas do revestimento de dutos


enterrados. Inicialmente, aplica-se um sinal de corrente AC no duto enterrado e, na
seqüência, dois operadores acompanham este sinal analógico sobre a tubulação.

Onde houver gradientes elétricos sobre o solo (saída ou entrada de corrente no duto),
este é o indicativo de não-conformidade do revestimento (falha). O defeito estará no
ponto de nulo, ou seja, onde os gradientes zeram.

2.2.5 Pig Instrumentado

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2.2.5.1 A inspeção do duto com pig instrumentado consiste na avaliação das


condições físicas da parede da tubulação, quanto a corrosão interna, externa, danos
mecânicos e outras descontinuidades.

2.2.5.2 A inspeção com pig instrumentado é recomendada para dutos que apresentem
uma ou mais das condições abaixo:
a) duto com histórico de danos mecânicos ou processos corrosivos externo ou interno;
b) duto com trechos sujeitos a correntes de interferência;
c) duto com grande importância operacional;
d) duto com pressão de operação próxima da PMAO e com mais de 5 anos de
operação;
e) dutos que transportem produtos corrosivos;
f) dutos com alto risco ao meio ambiente ou situado em áreas densamente povoadas.

2.2.5.3 Recomenda-se que a inspeção com pig instrumentado de corrosão seja


realizada em intervalos de 5 a 10 anos, levando-se em conta na priorização as
condições do duto do item 2.2.5.2.

2.2.5. A inspeção com pig instrumentado requer a habilitação prévia do duto através
da utilização de pigs de limpeza e placa calibradora, de acordo com normas e
procedimentos aplicáveis. O pig geométrico também pode ser utilizado como
instrumento de habilitação do duto em substituição à placa calibradora, desde que a
inspeção com o pig geométrico seja realizada imediatamente antes da inspeção com o
pig instrumentado.

2.2.6 Provador de Corrosão


2.2.6.1 O provador de corrosão deve ser utilizado em dutos que transportem petróleo,
gás natural e derivados corrosivos ou aditivados com inibidor de corrosão.
Nota: O tipo de provador (perda de massa, resistência elétrica ou outros), quantidade,
pontos de instalação e periodicidade de medição e/ou substituição deve ser definido
por critérios técnicos, analisado caso a caso.

2.2.7 Inspeção do Sistema de Proteção Catódica

2.2.7.1 A Inspeção do Sistema de Proteção Catódica consiste em avaliar os níveis de


proteção a que a tubulação está submetida. Especial atenção deve ser dada às
condições de conservação e funcionamento dos retificadores e equipamentos de

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drenagem elétrica. Áreas sujeitas a oscilações, devido a correntes de interferências,


devem ser pesquisadas e delimitadas, efetuando-se nestes casos, registros contínuos
dos potenciais tubo/solo, tubo/trilho e da corrente drenada. Potenciais (tubo/solo)
instantâneos devem ser medidos em todos os pontos de teste, nos lançadores e
recebedores de pigs e em válvulas de bloqueio, utilizando o eletrodo de referência de
cobre/sulfato de cobre.

2.2.7.2 Na inspeção dos retificadores e equipamentos de drenagem elétrica, deve-se


atentar para aferição dos instrumentos de medição, inclusive o contador de horas. Nas
medidas de potenciais contínuos ou instantâneos, cuidados devem ser tomados
quanto à aferição dos instrumentos e do eletrodo de referência. A posição do eletrodo
no circuito de medição deve ser a mais próxima possível do duto.

2.2.7.3 É recomendado o emprêgo de supervisão por telemetria nos retificadores e


equipamentos de drenagens elétrica, principalmente nos localizados em pontos
críticos do sistema de proteção catódica.

2.2.7.4 Periodicidade:
a) Anual - Inspeção geral no sistema de proteção catódica, constando de verificação
das condições físicas e operacionais das estações retificadoras e equipamentos de
drenagem elétrica e galvânica, estrutura dos pontos de teste e caixas de interligação,
avaliação e registro dos parâmetros elétricos dos equipamentos em formulários
próprios, registro contínuo dos potenciais nos pontos sujeitos a oscilações com
pesquisa das possíveis fontes interferentes, medição de potenciais tubo/solo, nos
equipamentos, pontos de testes, lançadores e recebedores de pigs, válvulas de
bloqueio, tubos-camisas e verificação da eficiência das juntas de isolamento;

b) Semestral - Inspeção parcial no sistema de proteção catódica constando da


verificação das condições físicas e operacionais dos retificadores, equipamentos de
drenagem elétrica e galvânica com avaliação e registro dos parâmetros elétricos dos
equipamentos em formulários próprios;

c) Trimestral - Realização de registro contínuo de potencial tubo/solo, por faixa de


dutos, em pontos de interferência, com base de escolha na última inspeção geral do
sistema. O tempo mínimo de registro deve ser de 1 hora, podendo ser estendido a
critério do órgão de Inspeção. Nos pontos supervisionados por telemetria fica
dispensada a periodicidade trimestral;

d) Semanal - Acompanhamento operacional com visita aos retificadores e


equipamentos de drenagem elétrica, para efetuar a leitura de: horímetro, tensões de
alimentação, tensões de saída, corrente drenada, condição dos varistores (pára-raios),
dispositivos de proteção. Estes serviços devem contemplar também pequenas
intervenções preventivas e/ou corretivas nos equipamentos por profissional habilitado.
Nos equipamentos supervisionados por telemetria, fica dispensada a periodicidade
semanal.

2.2.8 Inspeção de Válvulas de Bloqueio


2.2.8.1 A Inspeção de Válvulas de Bloqueio consiste na inspeção visual para avaliar
as condições físicas e operacionais das válvulas de bloqueio e acessórios, quanto a
vazamentos, pintura, revestimento, acesso e limpeza da caixa de válvulas.

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2.2.8.2 A inspeção deve ser realizada com periodicidade máxima anual.


Nota: Estes critérios não são aplicáveis para válvulas fabricadas para instalação
enterrada.

BIBLIOGRAFIA

• Procedimento de Inspeção de Dutovia _ Braskem


• Norma Petrobrás – N464 (Construção, montagem e condicionamento de duto
terrestre)
• Norma Petrobrás – N-2098 (Inspeção de duto terrestre em operação)
• Apostila da ESAB

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