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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.

11
Trocadores de Calor Capitulo 11

11.1 Equações básicas

Para analisar trocadores de calor vamos adotar como referencia o caso onde os dois
fluidos chamados (1) e (2), não sofrem mudanças de fase ou composição química
dentro do trocador, de forma que o calor transferido, seja realizado por mudanças de
temperatura:

Q&= C&1 ( t1s - t1e ) = C&2 ( t2 e - t2 s ) (11.1)

Convencionalmente adotaremos Q&> 0 para o aquecimento do fluido (1), e


resfriamento do fluido (2).
Os índices “s” e “e” correspondem respectivamente a “saída” e “entrada” do trocador.
Em termos gerais podemos expressar a capacidade térmica de um fluido como:

J r J C J ( WK )
C&J = m&j cJ = V& -1
(11.2)

Obs: No caso de analisar um “evaporador” ou “condensador” consideramos C&2 ou C&1


tendendo a " �" ( mudança nula de temperatura do fluido devido a que todo o calor
transferido, é sob a forma de calor latente, caso de trocador isobárico).
De maneira geral a equação (11.1) expressa:

�Q& = 0
J (11.3)

Onde: Q&J = fluxo de calor cedido pelo fluido “J” e fornecido pelo componente “J”
(bomba,ventilador,...) que será diretamente associado ao trocador.
Obs: Perdas para o ambiente são desprezados neste balanço.

O calor sensível transferido entre os dois fluidos será:

Q&= AU DT (11.4)

Onde:
Wm -2 K -1 �
U= Coeficiente global de transferência de calor em �
� �
2
A= área de referencia (m )

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1 1 1
= + +R
AU A1h1 A2 h2
Sendo:
AJ = Área de troca de superfície de troca de lado do fluido “J”.
hJ = Coeficiente de troca convectivo de fluido “J”.
R = Resistência condutiva (entre A1 e A2 )

Observações:
- As áreas podem eventualmente ser reduzidas para ter em conta rendimento das
aletas acopladas as áreas.
- Os coeficientes hJ devem ter em conta as possíveis incrustações nas
tabulações, que reduzem o calor por incrementar a resistência condutiva.

A equação (11.4) resulta de uma integração como mostrado a seguir:

Q&= �
d Q&= �
DT *UdA = AU DT
Onde:
1 1
DT =
AU �
DT *UdA @ �
A
DTdA (11.5)

Obs: A equação (11.5) supõe U @ constante.

Podemos associar uma equação dinâmica às equações (11.4) e (11.5)

J = C J * ( DPJ )
V&
nJ
(11.6)

1
�V& �nJ
DPJ = � J �
�C J �

Onde:
V&= fluxo volumétrico ( m s )
3 -1

C J = Coeficiente função do regime de fluxo


Dp = perda de carga (pressão) ( Pa )
n = função de regime ( n @ 1 ; la min ar ; n @ 0, 5 , turbulento )
J = 1 ou 2, dependendo do fluido considerado.

A equação dinâmica (11.6) é necessária para poder estabelecer o balanço energético


global do trocador de calor, pois leva em conta a perda de pressão causada quando os
fluidos circulam no trocador.
A potencia mecânica total efetivamente consumida pelo trocador será:

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P P P
P=�J = 1 + 2 (11.7)
h J h1 h2

Onde:
hJ = Rendimento do ventilador ou bomba que propulse o fluido “J”

11.2 Avaliação e projeto de trocadores

A avaliação é normalmente realizada nas condições “reais” de operação e não


naquelas usadas no projeto, ou seja:

� �
� 1 �
Q&real = � �* DT (11.8)
1
� + AR �
�AU �
Onde:
AR = Resistência fictícia (>< 0) que resulta da diferença entre as condições
reais e as de projeto.
AR < 0 = Tolerância possível sobre:
- As incrustações
- Coeficientes de troca convectivos ( h j )
- Tamanho de trocador (possibilidade de reduzir a área, para
obter DR @ 0
DR > 0 Implica a escolha de um trocador maior ou mais eficiente ou
eventualmente ao uso de DT diferente.

No projeto de um trocador se procura buscar comportamentos, com certos limites


físicos e econômicos.
Q&real �Q&proj

( Dp1 ) real �( Dp1 ) max

( Dp2 ) real �( Dp2 ) max

11.3 Diferenças de temperatura media

As equações (11.1), (11,4) se podem escrever de forma diferencial como segue:

dC&J * dTJ = UdA * ( TJ - TK ) xy (11.9)

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x,y são as direções de integração, em principio duas direções.


Seja o caso dos dois fluidos circulando praticamente sobre o mesmo eixo (Ex: eixo x)
assim:
C&J * dTJ = UdA * ( TJ - TK ) X
= UA.dx ( TJ - TK ) X (11.10)
= UPe dL ( TJ - TK ) X
Obs: -A abscissa x pode ser reduzida ou seja 0 �x �1, 0
-A área “A” pode também ser calculada como o perímetro “Pe”, vezes
o comprimento do trocador “L”.
Integrando a equação (11.10) entre as temperaturas de entrada e saída dos dois
fluidos encontraremos:

Para correntes paralelas:

A analise física a ser realizada e o


reconhecimento de que a mudança de
temperatura de um fluido que atravessa
um diferencial de área dA, causa uma
diferença de temperatura no outro
fluido que depende da relação das
correntes paralelas.

Figura 10.1 Distribuição genérica de Temperaturas num trocador de calor correntes paralelas

Observando a figura 10.1 podemos concluir que independentemente da área de troca


(comprimento do trocador) a temperatura final do fluido nunca alcança a temperatura
de saída do fluido quente, no caso de trocador de correntes paralelas, por outro lado
no caso de correntes opostas a figura 10.2 mostra que a temperatura do fluido frio
supera a temperatura de saída do fluido quente.
Fazendo analise conjunta dos casos de corrente paralelas e opostas teremos:

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d Q&= U d A d T (11.11)

d Q&= m&q cq dTq = �m&f c f dT f

= UdA ( Tq - T f ) (11.12)

Obs: Os sinais + ou – correspondem


respectivamente a corrente paralela e
contracorrente.

Figura 10.2 Distribuição de temperaturas num trocador de calor num trocador de calor de contracorrente

Chamando:

C&q = m&q cq (11.13)

C&f = m&f c f (11.14)

Para o caso de correntes paralelas, mostradas na figura 10.1 teremos:

dTq = Tqe - Tq (11.15)

dT f = T f - T fe (11.16)
Especificando melhor a equação (11.12) teremos:

( ) (
C&q Tqe - Tq = C&f T f - T fe )
Ou:
( )
-C&q Tq - Tqe = C&f T f - T f e( ) (11.17)

Colocando na equação (11.17) Tq e T f em evidencia teremos:


C&
(
Tq = Tqe - &f T f - T fe
Cq
) (11.18)
C&q
T f = T fe - & Tq - Tqe
Cf
( ) (11.19)

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Subtraindo (11.18) de (11.19) é arranjando termos teremos:

� C&f � C&f
Tq - T f = - �
1+ T + & T fe + Tqe (11.20)
� C& ��f
� q � Cq

Subtituindo ( Tq - T f ) mostrado na equação (11.20), na equação (11.11) e arranjando


termos teremos:

dT f UdA
= &
� C&f � �C&f � Cf (11.21)
-�
1+ T + &� T + Tqe
� C&q �
�f �
�Cq �f e
� � � �

Integrando a equação (11.21) ao longo de todo o comprimento do trocador ou seja


(A= 0 até A = Atotal) obtém-se:

� � C&f � � C&f � �
�- �
1+ T
� + �
C&q � s � C&q � e
f T
� f + Tq � �
��
e
� 1 1 �
ln � �= �& + & �UA (11.22)
C&f � � C&f � �C Cq �
�- �
1+ T fe + � & � T fe + Tqe � � f �
�� C&� C �
�� q � � q �
Simplificando:

��C&f � �

( )
�� C& �T fe - T f s + Tqe - T f s � �
� 1 1 �
ln ��
q�
�= - � +
�& & �
UA
� (11.23)
� Tqe - T fe � �C f Cq �
� �

Sabemos que:

C&f Tqs - Tqe


= - (11.24)
C&q T f s - T fe

Assim substituindo a equação (11.24) na (11.23) teremos:

�Tq - T fs � UA
ln � s
�Tq - T f �� � qs ( ) (
= �T - T f s - Tqe - T fe �)
�Q& (11.25)
�e e �

Fazendo Tq - T f = DT a equação (11.25) poderá ser escrita como:

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� �

DT - DTb �
Q&= UA � a �= UADT (11.26)
� l n DTa �

� DTb � �

Onde os índices “a” e “b” se referem às extremidades do trocador de calor com


correntes paralelas, no caso desta equação DTa  DTb .
A diferença media de temperatura mostrada pela equação (11.24) abaixo, e chamada
de diferença media logarítmica DTLMTD .

DTa - DTb
DT = DTLMTD =
� DT � (11.27)
ln� a �
� DTb �

Casos especiais:

- C&q = C&f ; DTLMTD = DTa = DTb ; Diferença media de temperatura constante.


- Quando DTa @ DTb e muito pouco, o erro cometido se fazemos
DTLMTD @ DTmedia aritmetica

A boa pratica em trocadores de calor, aconselha usar sempre a equação 11.27 deforma
que DTa > DTb .

E possível usando a mesma metodologia utilizada para encontrar a equação (11.26) e


(11.27), obter uma expressão similar para trocadores em fluxo contracorrente ,para o
caso de fluxo cruzado,se encontra a equação 11.28 mostrada abaixo:
(t ) +(t -t )
2 2
qe - t fs fs fe
tq - t f =
� �
+ (t -t ) +( t )
2 2
�tqe + tqs - t f e - t f s qe qs fs - t fe � (11.28)
ln � �
- (t -t ) +( t )
2 2
�t +t -t -t - t fe �
�qe qs f e f s qe qs fs

As equações acima indicadas (11.27) e (11.28) mudam um pouco se um dos fluidos


sofre uma mudança de fase:

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- Condensador ( C&1 � �)
t2 s - t2 e
DT =
t1s = t1e = t1 ; � t -t � (11.29)
ln �1 2 e �
� t1 - t2 s �
- Evaporador ( C&2 � �)
t1e - t1s
DT =
t 2 s = t 2 e = t2 ; � t -t � (11.30)
ln �1e 2 �
� t1s - t2 �

Observação: O uso da temperatura media logarítmica e uma aproximação porque na


pratica U geralmente não é constante. No projeto de trocadores de calor U é adotado
como constante, calculado numa seção media, normalmente a meia distancia entre
extremos; caso U mude muito é necessário fazer uma integração numérica (definir
volumes finitos) e resolver passo a passo (ver: “Princípios transmissão de calor”,
Frank Kreith, 3a edição, 1977)
O problema principal do uso das equações precedentes de DT ,e que elas fazem
intervir as temperaturas de entrada e saída dos fluidos que participam da troca de
calor, como estas temperaturas dependem do calor ( Q&), é sempre necessário fazer
processos de cálculo iterativos.
Na prática se utiliza a metodologia de eficácia ou rendimento ( e ) do trocador de
calor, que não é a mesma coisa que rendimento calórico que tem em conta perdas
para o ambiente.

11.4 Método do rendimento de um trocador de calor

Por definição rendimento de um trocador é definido como:

Q&
e = &real (11.31)
Qmax

com, C&1 , C&2 , t1e , t2 e , impostas; sendo os subindices 1 e 2 para os fluidos trocando calor.
Se uma das duas capacidades caloríficas tem valor numérico menor (ex: C&1 < C&2 )
chamaremos C&1 = C&min ;
Assim:
Q&max = C&1 ( t1e - t2 e ) (11.32)

Onde:
t1e = Temperatura do fluido “1” entrando no trocador
t2e = Temperatura do fluido “2” entrando no trocador.
Então:

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t1e - t1s
e= (11.33)
t1e - t2 e
Assim:
t1s = t1e - e ( t1e - t2 e ) (11.34)

E usando as equações (11.15), (11.16) e (11.17) teremos:


C&
t2 s = t2 e + &1 ( T1e - T1s )
C2
Ou:
C&
t2 s = t2e + e &1 ( T1e - T2e ) (11.35)
C2

Obs: Os subindices “e” e “s” são usados para identificar entrada e saída
respectivamente dos fluidos ao trocador.
Podemos também calcular o fluxo de calor, similarmente a equação (11.12) como:

Q&= UADT = e C&min ( T1e - T2 e )


Assim:
C&min
DT = e ( T1e - T2e ) (11.36)
AU

AU
O parâmetro adimensional “ C&min ” e chamado de numero de unidades térmicas ou
Ntu em inglês, e muito usado com a mesma sigla no Brasil, este numero
adimensional Ntu e uma “medida de dimensionamento do trocador”.
Regras importantes que sempre são aplicadas neste livro no caso de trocadores de
calor:
- O indice “1” será sempre aplicado ao fluido com capacidade calórica
mínima C&1 = C&min
- O fluxo de calor é definido como positivo sempre que saia de um
fluido, ou seja no caso de passar do fluido 1 para o fluido 2, assim
teremos:

Q = C&1 ( t1e - t1s ) = C&2 ( t2 s - t2 e ) = e C&1 ( t1e - t2 e )

A equação (11.36) permitirá em principio, calcular a eficácia de um trocador em


função de DT definido inicialmente.
Na pratica nos podemos a partir das temperaturas de saída dos fluidos, usando a
equação (11.34) calcular:
t1s = t1e - e ( t1e - t2 e )
AU AU
Sabendo que: Ntu1 = & �Ntu2 = &
C1 C2

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E definindo:
Ntu2 C&
W= = &1 �1, 0
Ntu1 C2
Encontraremos para o caso de correntes paralelas:

1 � -( 1+ w) Ntu1 �
e= 1+ e (11.37)
1+W � �

A equação (11.37) pode ser plotada como mostra a figura 10.3

Figura 10.3 Efetividade num trocador de calor com correntes paralelas. (De Kays e London)

Similarmente para o caso de contracorrente,a


figura ao lado pode ser obtida plotando e equação
11.38 :
-[ 1- w] Ntu1
1- e (11.38)
e= - ( 1- w) Ntu
1 - We
1

Sendo:
Ntu1 = C&min

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figura 10.4 Efetividade num trocador de calor em contracorrente. (De Kays e London)

E para os casos de correntes em U e Cruzadas:

Figura 10.5 Efetividade num trocador Figura 10.6 Efetividade num trocador
De calor com correntes cruzadas, de um passe no casco e dois, quatro,
Ambas não-misturadas, seis, etc. passes nos tubos. (Kays e
(De Kays e London) london)

1 �� - Ntu � Ntu1 p �� - Ntu2 n Ntu2 p �


e=
Ntu2
� 1- e


n =0 �
1
� �



p =0 P ! �
1- e �
P !

� (11.39)
� p = 0 �

A equação (11.39) é para correntes cruzadas, fluidos na misturados, esta equação


pode ser simplificada, devido à complexidade da aplicação da equação (11,39).

�1 ( - wNtu10,78 -1) � 0,22


e @ 1- e � e �Ntu (11.40)
�w �

No caso de mudança de fase ( Ntu � �) 2

Assim:
- Ntu1
e = 1- e (11.41)
E no caso de correntes cruzadas com um fluido misturado e outro não misturado

)
1- C&min = misturado ; C&max : nao misturado

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�1
e = 1- e �
-N t w �
- 1- e u1 �
�w �
( ) (11.42)

)
2- C&min : nao misturado ; C&max : misturado

1� � � ( ) ����
- N tu
- w 1- e 1

e= �
1 - e� � (11.43)
w�

11.5 Associação de trocadores de calor, definição de rendimento global.

11.5.1 Associação serie e paralelo.

Figura 10.7 Trocadores associados em serie – paralelo

( C& ) = ( C& )
a 1 a 2 ( )
= ............. C&a
n

( ) ( )
C&b = C&b + C&b + ........... + C&b
1 2
( ) n
= �C&b ( ) J
J =1

(t ) =(t )
be
1
be
2
( )
= ................ tbe
n
= tbe �

�paralelo
(t ) =(t )
bs
1
bs
2
= ................ ( t ) bs
n
= tbs �

(t ) =(t )
as 1 ae 2


(t ) =(t )
as
2
ae
3


�Serie
M �

(t ) ( )
as
J
= tae
J +1 �

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Usando a definição de rendimento

1- Se C&a < ( Cb ) J encontraremos

(t ) =(t )
as
J
as
J -1
( )
- �tas
� J -1
- tbe �
e
�J (11.44)

2- Se C&a > ( C&b ) J da mesma maneira para o trocador J

tbs = tbe - �t t
�be - ae ( ) J

e
�J (11.45)

Observação: Podemos em principio sempre calcular a distribuição de temperaturas


( ta ) passo a passo usando as equações precedentes.

Caso especial:
C&b �fluxos igualmente repartidos �
1 - ( Cb ) J = � �
n �em " n " circuitos em paralelo �

Encontraremos:

C& �� n � e J C&1J �


1 - ��
e = &a � 1- �
� (11.46)
C1 � J =1 � C&a �

C&
Sendo: C&1 = C&1 = C&a se C&a � b
n
J

C C & &
Ou: C&1 = C&b e C&1 = b se C&a = b
J
n n

Caso: e : seja idêntico para todos os trocadores termos:

C&a �
� � e J C&b ��
n

e = &� 1- �
1 - & �� (11.47)
Cb � � nCa ��

11.6 Associação de trocadores de calor em serie.

11.6.1 Correntes no mesmo sentido.

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Figura 10.8 Trocadores associados em serial com correntes no mesmo sentido

n
1 - ( 1 + w) e J �
1 - ��
� � C& (11.48)
e= J =1
; w = &min
1+ w Cmax

10.6.2 Correntes em contracorrente

Figura 10.9 Trocadores associados em serie com correntes em contracorrente.

1- w
e = 1- n
1 - we J
� � (11.50)
� �
J =1 �1 - we
- w�

Caso particular interessante: e J = constante ; w = 1.0

ne J
e= (11.50)
1 + ( n - 1) e J
Exercício Ilustrativo: Sejam dois trocadores de calor a correntes cruzadas com
rendimentos iguais a 0,5.
Os trocadores estão associados em contracorrente com w = 1 assim:

2 x0,5 1
e= = = 0, 67
1 + ( 2 - 1) 0,5 1 + 0,5

120
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Observação: Devido a este tipo de associação, podemos aumentar


consideravelmente o rendimento do conjunto no limite:

eJ
lim e = = 1, 0
n �� eJ

10.6.3 Associação em cascata

Figura 10.10 Trocadores de calor associados em cascata

Analisaremos a titulo de exemplo os seguintes casos possíveis:

1- C&b < C&a < C&c

2- C&a < C&b < C&c

3- C&a < C&c < C&b

Encontraremos então:
1- Caso:
C&b
C&a
e= (11.51)
1 1
+ -1
e I e II
2- Caso:
1
e=
1 C&1 �1 � (11.52)
+ & � - 1�
e I C2 �e II �
3- Caso:
1
e=
1 C1 1 C&1
& (11.53)
+ -
e I C&2 e II C&0

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11.7 Correção da diferença de temperatura media logarítmica em trocadores de


calor com correntes cruzadas

A LMTD definida na secção 11.3 não se aplica ao caso de trocadores de calor


cruzados e muitos passes. Como as expressões deduzidas para estes casos são muitos
difíceis de aplicar, foi desenvolvida uma metodologia de uso de um fator de correção
(F), de modo que a LMTD possa ser ajustada e representar a diferença media efetiva
( DTcorr ) para correntes cruzadas.

Assim:
DTcorr = F DTLMTD (11.54)
Onde:
DTLMTD = calculada em contra corrente
Sendo:
DTa = Tqs - T fe

DTb = Tqe - T f s

A figura 10.11 mostra o fator de correção para algumas configurações muito usadas:

122
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11

Figura 10.11 Fator de correção F para cálculo de DTcorr em trocadores multipasse com corrente cruzadas. (a)
um passe no casco e dois passes nos tubos, ou um múltiplo de dois passes nos tubos: (b) dois passes no casco e
quatro passes nos tubos, ou múltiplo de quatro passes nos tubos; (c) correntes cruzadas, um só passe, os dois
fluidos sem misturarão.(De Bowman, Mueller e Nagle ).

Nas figuras definimos a razão adimensional P como:

t2 - t1
P= (11.55)
T1 - t1

Onde:A nomenclatura usada e mostrada nas figuras (a), (b) e (c) da figura 10.11, ou
seja: T: temperatura do lado do casco e t: do lado dos tubos.
O parâmetro R que aparece nas curvas e definido como:

T1 - T2 ( mC
& p ) lado tubo
R= = (11.56)
t2 - t1 ( mC p ) lado casco
Diversas configurações e arranjos podem ser encontrados em: Bowman, R. A; A.C.
Mueller; W. M.Nagle; “mean temperature differences in design; Trans. ASME 62:
283-294 (1940), ou Stevens, R. A; J. Fernandez; J. R. Wolf; “mean Temperature
difference in one, two and three – pass cross flow heat exchangers”, Trans. ASME 79:
287-297 (1957).
Geralmente F �1.0 em correntes cruzadas e multiplos passes e igual a unidade
( F = 1.0 ) em trocadores de calor em contracorrente.
Observamos também que R �1.0 representando o rendimento térmico do lado do
fluido nos tubos. O valor de R vai ser zero a infinito, sendo respectivamente, zero
condensação de vapor no lado do casco e infinito evaporação nos tubos.

11.8 Trocadores de calor compactos

Quando um trocador de calor tem uma densidade de área superficial superior a 700
m 2 / m3 e chamado de trocador de calor compacto. Estes trocadores são normalmente
empregados com correntes gasosas, seu coeficiente de troca de calor é baixo, mais
são pequenos e compactos.

123
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11
No livro “compact heat exchanger”, Keys and London, Mc Grawhill, 1964 é
encontrada extensa informação sobre estes trocadores.
As características de operação para estes equipamentos normalmente são
determinados de forma experimental, nos anos mais recentes soluções numéricas têm
sido usados para modelar e simular a operação destes trocadores.
As figuras 10.12 até 10.15 mostram dados da transferência de calor e atrito para
alguns destes trocadores. Observamos nas figuras a seguir que quatro grupos
adimensionais governam as correlações tais como: Numero stanton (St), Prandtl (Pr)
e Reynolds (Re), sendo:

h mC p GDh
St = ; Pr = ; Re = (11.57)
GC p R m

Onde:h = Coeficiente convectivo do fluido dentro dos tubos.


m&
G= (velocidade mássica)
Amin
m& = fluxo de massa total do fluido (kg/s)
Amin = Área transversal mínima de escoamento livre (m 2), onde quer que o
mínimo ocorra.
m = Viscosidade dinâmica (N-S/m2) do fluido
R= Condutividade térmica do fluido (J/m-s-oC)
LAmin
Dh= Diâmetro hidráulico definido como: Dh = 4
A
A= Área total de troca de calor (m2)
L= comprimento do percurso do fluido (m)

Figura 11.12 Miolos de trocadores de calor compactos: (a) feixe de tubos cilíndricos aletados; (b) chapa plana
aletada; (c) feixe de tubos chatos aletados.

124
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11

Figura 11.13 Transferência de calor e fator de atrito no escoamento através do feixe de tubos cilíndricos com
aletas de chapas planas (Kays e London)

Figura 11.14 Transferencia de calor e fator atrito no escoamento através do feixe de tubos chatos com aletas de
chapas planos (Kays e London)

125
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11

Figura 11.15 Transferência de calor e fator atrito no escoamento através do feixe de tubos cilíndricos com aletas
individuais.

Uma vez conhecidas às figuras de transferência de calor como as mostradas acima,


para um determinado modelo de trocador, conhecendo o Reynolds (R e) é possível
obter “h” e “f” do escoamento através do miolo do trocador, a seguir é usar o método
do LMTD ou o método do rendimento do trocador.
A perda de carga associada ao escoamento através de um trocador compacto exige
conhecer: atrito no miolo, aceleração no miolo, perdas nas entradas e saídas do
trocador.

11.9 Perdas de carga em trocadores aletados.

Nos trocadores de calor liquido-liquido conhecer as características de atrito da


superfície de troca ;segundo projetista de trocadores de calor não é muito importante,
devido ao pouco custo de bombear fluidos de alta massa especifica (líquidos). Para
gases porem a causa de sua baixa massa especifica a potencia gasta devido ao atrito e
bastante considerável, isto tem que ser levado em conta, por ser assim de importante
quanto o calor transferido. O parâmetro importante porem assim como o coeficiente
global de troca de calor (U) e o fator de atrito (f) que é uma função da geometria do
fluxo e do numero de Reynolds do fluido gasoso.
O livro “compact heat exchanger” de Kays e London, traz um analise bastante
detalhada da equação de perda de pressão em trocadores compactos aletados. Para

126
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11
ilustrar o desenvolvimento da equação básica de perda de carga usaremos a figura
11.16

Figura 11.16 Modelo de trocador de calor para cálculo de perdas de calor

As perdas de pressão das seções 1 � a e b � 2 serão consideradas: perdas de entrada


as quais são bastantes pequenas em trocadores compactos lado do gás assim
va @ v1 ; vb @ v2 sendo v1 e v2 os volumes especificos do fluidos. A partir da integração
da equação de movimento através do trocador propriamente dito encontraremos
aproximadamente:
Dp G 2v1 � �v � A vm �
P1
= (

2 P1 �
1 + s 2 ) �2 - 1� + f
v1 �

Ac v1 �
1442443 � 14 2 43 (11.58)
Perdas devido a aceleracao de Perdas por atrito
fluido atraves de superficiede troca

Onde:
- Caso de múltiplos passes as perdas devidas a obstáculos, reentradas,
etc. são tidas em conta separadamente.
- v1 , v2 Volumes específicos do fluido na entrada e saída
- A relação A/Ac= L/rh ; sendo rh por definição o raio hidráulico
�A �
definido como: rh = 2 L � min � (11.59)
�A �
1 A
- Sendo vm = � vdA (volume especifico médio) (11.60)
A 0
- Sendo o termo:
�V12 �
GV1 � � 2��= carga dinamica
= (11.61)
2 P1 �p1 � carga estatica
� r �
� 1�
G� velocidade do fluido entrando no trocador �
Onde: V1 = � �
r1 �baseada na area minima. �

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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11
C&min
Para o caso de um trocador de calor com = 1,0 , neste caso os perfis de
C&max
temperatura são lineares com respeito a área de troca com mostra a figura 11.17, e
para qualquer arranjo seja paralelo ou contracorrente, podemos aproximadamente
dizer:

vm PT (11.62)
@ 1
v1 PT1
ou:
v1 + v2 (11.63)
vm @
2
T1 + T2 (11.64)
T@
2
P+P (11.65)
P@ 1 2
2

Figura 11.17 trocador de calor em contracorrente com w=1,0

Agora se a temperatura da parede varia uniformemente como no caso de


condensadores e evaporadores a equação 11.60 fica reduzida a:
vm P1 Tema
@ (11.66)
v1 P T1

Onde: Tema = Temperatura relacionada a DTLMTD entre o fluido que muda de


temperatura e o que não muda de temperatura.

Assim: Tema = Tconst �DTLMTD

Como o termo A A e grande o segundo termo da equação 11.58 controla o valor de


C
DP .

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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.11

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