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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Lógica básica
Aula 8

Anderson de Beraldo-de-Araújo
Pedro Carrasqueira

Universidade Federal do ABC

21/11/17

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

1 Deduções quantificacionais

2 Validade quantificacional

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Regras da quantificação universal

Definição
I∀ : Se deduzimos φ(σ) a partir de antecedentes Γ, sendo que σ é um
nome genérico, ou seja, σ não é um nome presente nas premissas da
dedução nem em hipótese presente, então concluı́mos ∀λφ[σ/λ].
E∀ : Se deduzimos ∀λφ a partir de antecedentes Γ, então concluı́mos
φ[λ/σ], onde σ é um nome.

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Introdução do universal)

1. φ1 P
.. ..
. .
m. φk P
n. ψ1 H
.. ..
. .
p. ψl H
q. ∀λφ[σ/λ] I∀

Exemplo (Eliminação do universal)

m. ∀λφ
n. φ[λ/σ] E∀
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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Eliminação do universal)


Todo cientista trabalha muito. Maria é uma cientista. Logo, Maria
trabalha muito.

Exemplo (Formalização)
1 “Maria” = m
2 “Cientista” = C
3 “Trabalha muito” = T

Exemplo (Eliminação do universal)

1. ∀x(Cx → Tx) P
2. Cm P
3. Cm → Tm E∀
4. Tm E→
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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Introdução do universal)


Seja a um carpinteiro. Como carpinteiros trabalham com madeira,
concluı́mos que a trabalha com madeira. Ora, quem trabalha com madeira
sabe algo sobre madeira. Logo, todo carpinteiro sabe algo sobre madeira.

Exemplo (Formalização)
1 “Carpinteiro” = C
2 “Trabalha com madeira” = T
3 “Sabe algo sobre madeira” = S

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Introdução do universal)

1. ∀x(Cx → Mx) P
2. ∀y (My → Sy ) P
3. Ca H
4. Ca → Ma HE∀
5. Ma HE→
6. Ma → Sa HE∀
7. Sa HE→
8. Ca → Sa I→
9. ∀(Cx → Sx) I∀

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Regras da quantificação existencial

Definição
I∃ : Se deduzimos φ(σ), na qual σ é um nome, então concluı́mos
∃λφ[σ/λ].
E∃ : Se deduzimos ∃λφ e, ao introduzirmos a hipótese de que φ[λ/σ],
na qual σ é uma constante genérica, ou seja, σ não é um sı́mbolo
presente nas premissas da dedução nem em hipótese presente e
tampouco ocorre em ∃λφ ou ψ, então concluı́mos ψ.

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Introdução do existencial)


João é um pedreiro. Logo, existem pedreiros.

Exemplo (Formalização)
1 “João” = j
2 “Pedreiro” = P

Exemplo (Introdução do existencial)

1. Pj P
2. ∃xPx I∃

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Eliminação do existencial)


Sabemos que existem cientistas que são artistas. Seja, então, a uma
cientista artista. Como a é uma cientista artista, em particular, a é uma
artista. Logo, concluı́mos que existem artistas.

Exemplo (Formalização)
1 “Cientista” = C
2 “Artista” = A

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo (Eliminação do existencial)

1. ∃x(Cx ∧ Ax) P
2. Ca ∧ Aa H
3. Aa HE∧
4. ∃xAx HI∃
5. ∃xAx E∃

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Leis de Aristóteles

Proposição
Para toda fórmula φ de uma linguagem quantificacional LS , vale as leis de
Aristóteles (LA ):
1 ∀λ¬φ ¬∃λφ
2 ¬∃λφ ∀λ¬φ
3 ¬∀λφ ∃λ¬φ
4 ∃λ¬φ ¬∀λφ

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Demonstração.

1. ∀λ¬φ P
2. ∃λφ H
3. φ(λ/τ ) HH
4. φ(τ ) SHH
5. ∃λφ HHH
6. ¬φ(λ/τ ) E∀ HHH
7. ¬φ(τ ) SHHH
8. ¬∃λφ(τ /λ) I¬ HH
9. ¬∃λφ SHH
10. ¬∃λφ I∃ H
11. ¬∃λφ I¬

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo
Primeiro exemplo de forma de argumento:
1 ∀x(Hx → Bx)
2 Hb
3 ∃yBy
Dedução desse argumento:

1. ∀x(Hx → Bx) P
2. Hb P
3. H(x)(x/b) → B(x)(x/b) E∀
4. Hb → Bb S
5. Bb E→ H
6. ∃yB(b)(b/y ) I∃
7. ∃yBy S
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Exemplo
Segundo exemplo de forma de argumento:
1 ∀x((Cx ∧ Hfx) → (∃yRy ∨ Ec))
2 Ca ∧ La ∧ ∀y ¬Ry ∧ ¬Ec
3 ¬Hfa
Dedução desse argumento:

1. ∀x((Cx ∧ Hfx) → (∃yRy ∨ Ec)) P


2. Ca ∧ La ∧ ∀y ¬Ry ∧ ¬Ec P
3. (C (x)(x/a) ∧ Hf (x)(x/a)) → (∃yRy ∨ Ec) E∀
4. (Ca ∧ Hfa) → (∃yRy ∨ Ec) E∀
5. ∃yRy ∨ Ec H
6. ∃yRy HH
7. ∀y ¬Ry E∧ HH
8. ¬∃yRy LA HH
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Exemplo

9. ¬(∃yRy ∨ Ec) PE HH
10. Ec HH
11. ¬Ec E∧ HH
12. ¬(∃yRy ∨ Ec) PE HH
13. ¬(∃yRy ∨ Ec) E∨ H
14. ¬(∃yRy ∨ Ec) I¬
15. ¬(Ca ∧ Hfa) RC
16. ¬Ca ∨ ¬Hfa LM
17. ¬Ca H
18. Ca E∧ H
19. ¬Hfa PE H
20. ¬Hfa H
21. ¬Hfa E∨
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Lei de Platão
Proposição
Para toda fórmula φ de uma linguagem quantificacional LS e toda
constante σ de S, vale o seguinte:
.
Lei de Platão (LP ): ∃λλ = σ.

Demonstração.

.
1. ∀λλ = λ I=.
.
2. λ = (λ)(λ/σ) E∀
.
3. λ=σ S
.
4. ∃λ(λ)(λ/λ) = σ I∃
.
5. ∃λλ = σ S

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo
Considere o argumento quantificacional:
1 O Batman é o Batman.
2 Logo, o Batman existe.
Considere LS com S na qual CS = {b}, FS = e RS = :
1 “Batman” = b.
Na linguagem LS , a forma do argumento acima é esta:
.
1 b = b

.
2 ∃xx = b

Uma dedução para esse argumento é esta:


.
1. b=b P
.
2. ∃λλ = b LP

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo de argumento válido

Exemplo
Exemplo de argumento quantificacional:
1 Todo número natural ou é par ou é impar.
2 O número 1 não é par.
3 Logo, existe um número impar.
Forma do argumento em La :
. . .
1 ∀x∃y ((x = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∨ x = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇) ∧ ¬(x =
.
(1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∧ x = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇))
.
2 ¬∃y 1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y

.
3 ∃z∃yz = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇

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Exemplo
Partimos das seguintes hipóteses:
. . .
1 A(∀x∃y ((x = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∨ x = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇) ∧ ¬(x =
.
(1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∧ x = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇))) = 1
.
2 A(¬∃y 1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) = 1

Pela primeira hipótese, para todo elemento c ∈ DA ,


. . . .
A(∃y ((ċ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∨ ċ = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇) ∧ ¬(ċ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∧ ċ =
((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇))) = 1.

Em particular, para c = 1, temos que


. . . .
A(∃y ((1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∨ 1̇ = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇) ∧ ¬(1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∧ 1̇ =
((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇))) = 1.

A partir disso, inferimos que


. .
A(∃y ((1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ∨ 1̇ = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇)) = 1.
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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo
Digamos que d seja o elemento de A para o qual
. .
A((1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ d˙ ∨ 1̇ = ((1̇ ⊕ 1̇) ⊗ d)
˙ ⊕ 1̇) = 1.
.
Ora, A(¬∃y 1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) = 1 se, e somente se,
.
A(∃y 1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) = 0, ou seja, não é verdade que, para algum
.
e ∈ UA , A(1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ ė) = 1.
.
Isso significa que, para todo e ∈ UA , A(1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ ė) = 0.
. ˙ ⊕ 1̇) = 1.
Ao fazermos e = d, concluı́mos que A(1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ d)
. ˙
Portanto, existe d ∈ DA tal que A(1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ d) ⊕ 1̇) = 1, ou seja,
. ˙ ⊕ 1̇) = 1.
A(∃y 1̇ = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ d)

Ora, o número 1 também é um elemento em A. Logo, existe um elemento


. ˙ ⊕ 1̇ é verdadeira em A, i.e.,
z em A para o qual ∃yx = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ d)
.
A(∃z∃yz = (1̇ ⊕ 1̇) ⊗ y ) ⊕ 1̇) = 1.
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Exemplo de argumento inválido

Exemplo
Considere o exemplo:
1 O Batman é o Batman.
2 Logo, o Batman existe.
Na linguagem LS com CS = {b}, FS = e RS = B com ar (B) = 1 é tal
que:
1 “Batman” = b.
2 “Ser batman” = B.
A forma do argumento acima é esta:
.
1 b = b

2 ∃xBx

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Deduções quantificacionais Validade quantificacional

Exemplo
Nessa formalização, o argumento é inválido. Considere a estrutura A que
interpreta S:
UA = {-};
UA (b) = -;
UA (R) = .
.
Nesse caso, temos UA (b = b) = > e UA (∃xBx) = ⊥, pois não existe
a ∈ UA tal que UA (B(x)(x/σa )) = >.

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