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EnANPAD 2017 PDF
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Autoria
Alessandro Prudêncio Lukosevicius - alessanpl@gmail.com
Engenharia Civil/UFF - Universidade Federal Fluminense
Resumo
A qualidade do projeto de pesquisa influencia o rigor teórico-metodológico e a contribuição
de valor do trabalho científico produzido. Por exemplo, o design inadequado e a falta de
maturação dos projetos de pesquisa são alguns dos problemas que mais levam a rejeição
direta de artigos, principalmente, na área de administração, contabilidade e turismo. Mas,
apesar da importância, muitas vezes essa etapa é negligenciada e tratada de forma
descuidada. Assim, este artigo propõe uma abordagem visual e direta para projetos de
pesquisa que pode auxiliar pesquisadores, sobretudo iniciantes, a planejarem suas pesquisas.
Para cumprir tal objetivo, conjugou-se revisão da literatura com análise de conteúdo, tendo
por referência artigos e livros da área metodológica. Como resultado, desenvolveu-se o
RPMC (Research Project Model Canvas), um framework que provê direcionamento ao
pesquisador, auxiliando-o a evitar erros e esquecimentos, mas sem lhe suprimir a
criatividade e o espaço da tomada de decisão.
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Resumo
1. Introdução
A atividade de pesquisa é empreendida no intuito de construir novos conhecimentos e
para tal é necessário projetar o caminho a ser seguido (Figueiredo, 2008). Esse planejamento
de pesquisa é definido por Gil (2010, p. 3) como “o processo sistematizado mediante o qual se
pode conferir maior eficiência à investigação para em determinado prazo alcançar o conjunto
das metas estabelecidas”. Por conseguinte, o projeto de pesquisa norteia a investigação no
alcance dos objetivos traçados tendo como referência uma questão de pesquisa (Godoy, 1995;
Merriam, 1998; Waldemar et al., 2007).
O projeto de pesquisa tem um grande impacto na qualidade do trabalho final (Ferreira,
2015). Por exemplo, na área de administração, contabilidade e turismo, a insuficiente maturação
dos projetos de pesquisa explica boa parte das deficiências apontadas por editores de periódicos
nos trabalhos (Falaster, Ferreira & Canela, 2016).
Nessa direção, o rigor teórico, o rigor metodológico e a contribuição de valor são
apontados como fundamentos para se produzir um trabalho com qualidade científica
(Bacharach, 1989; Whetten, 1989; Pendergast, 2007). Não obstante, harmonizar os três
aspectos é um desafio para os pesquisadores que as vezes tratam a elaboração do projeto de
pesquisa de forma descuidada (Ferreira, 2015).
Portanto, justificar a elaboração de um projeto de pesquisa confunde-se com a
justificativa do próprio ato de planejar (Figueiredo, 2008), afinal, assim como não se deveria
construir um prédio sem uma planta, não se deveria pesquisar sem projeto (Figueiredo, 2008).
Assim, dada a necessidade de elaborar um projeto de pesquisa, destaca-se a preocupação
de encontrar novas formas para melhor estruturá-lo. Logo, este artigo propõe uma abordagem
visual e direta para se estruturar projetos de pesquisa. Para cumprir tal objetivo, executou-se a
coleta de dados por meio de revisão da literatura e a análise dos resultados por meio de análise
de conteúdo, tendo por referência artigos e livros da área metodológica. Como resultado,
desenvolveu-se o RPMC (Research Project Model Canvas), um framework para projetos de
pesquisa, que pode auxiliar pesquisadores, sobretudo iniciantes, a planejarem suas pesquisas.
Além desta introdução, este artigo apresenta a revisão da literatura sobre projetos de
pesquisa. Feito isso, os procedimentos metodológicos são elucidados e os resultados são
apresentados e analisados, culminando com a concepção e exemplificação do framework. Como
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2. Revisão da literatura
Os elementos normalmente solicitados em projetos de pesquisa são (Figueiredo, 2008;
Gil, 2010; Richardson et al., 2010): (a) formulação do problema; (b) explicitação do quadro
teórico; (c) construção de hipóteses ou especificação dos objetivos; (d) identificação do tipo de
pesquisa; (e) operacionalização das variáveis; (f) seleção da amostra; (g) determinação da
estratégia de coleta de dados; (h) planejamento da análise dos resultados; (i) previsão da forma
de apresentação dos resultados; (j) cronograma da execução da pesquisa e (l) definição dos
recursos humanos, materiais e financeiros a serem alocados. Esses elementos são contemplados
na revisão da literatura a seguir.
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meio de pesquisa, isto é, é observável e testável na realidade por meio de técnicas e métodos
apropriados. Vale ressaltar que para ser científico, o problema não deve envolver juízo de valor
(fruto de opinião) e nem focar em como fazer algo de forma eficiente; (d) suscetível de solução:
isto é, as variáveis do problema devem permitir observação ou manipulação, assim como levar
a uma conclusão válida; (e) viável para pesquisa: isto é, existem recursos para pesquisá-lo,
principalmente, em termos de tempo e custo; (f) capaz de trazer conhecimentos novos; e (g)
relevante para uma ampla parcela da comunidade científica. A Tabela 1 apresenta exemplos de
problemas inadequados para pesquisa com os respectivos defeitos.
Para Volpato (2011), de maneira geral, as perguntas de pesquisa podem ser divididas
em três grupos: (1) como o fenômeno é: por exemplo, “quais as características das pessoas que
se divorciam?”; (2) com o que o fenômeno está associado: por exemplo, “a modalidade
predominante de liderança tem a ver com a cultura organizacional?” e (3) no que esse fenômeno
interfere ou o que interfere nesse fenômeno: por exemplo, “em que medida a escolaridade
influencia na preferência político-partidária?”.
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ação de investigação (por exemplo, identificar, verificar, descrever e avaliar) e não de execução
(por exemplo, construir, resolver e facilitar). Nessa direção, Gil (2010) recomenda utilizar
verbos mais claros e específicos, evitando verbos “genéricos”, tais como: pesquisar, entender e
conhecer.
Por fim, Vergara (2004) elucida esses aspectos com o seguinte exemplo:
• Problema: quais são os fatores que contribuem para a migração rural-urbana no
Estado da Paraíba?
• Objetivo geral: verificar os fatores que contribuem para a migração rural-urbana
no Estado da Paraíba
• Objetivos específicos:
o (a) Levantar informações sobre a migração rural-urbana no Estado da
Paraíba;
o (b) Identificar fatores que contribuem para essa migração;
o (c) Comparar a importância dos fatores que contribuem para a migração
rural-urbana no Estado da Paraíba.
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outras palavras, é a variável que modifica a variável dependente sem que a variável
independente seja alterada (Mascarenhas, 2012).
Logo, a variável moderadora pode reforçar, modificar ou eliminar a relação entre as
variáveis independente e dependente. Portanto, a variável moderadora deve ser controlada para
não interferir no estudo. Por exemplo, “a ingestão de bebidas alcoólicas produzirá embriagues,
porém somente se a quantidade ingerida for elevada” (Lakatos & Marconi, 1991, p. 180). A
variável independente é “ingestão de bebida alcoólica”, a dependente é “embriagues” e a
variável moderadora é “volume ingerido de bebida”. Outro exemplo proposto por Mascarenhas
(2012) é a pesquisa que pretende verificar se o gosto das crianças pela leitura é influenciado
pelos pais. As variáveis independente, dependente e moderadora seriam, respectivamente, o
“estímulo dos pais”, “gosto das crianças pela leitura” e “quantidade de livros disponíveis em
casa”.
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contribui com ou determina a interferência entre as variáveis (Gil, 2010). Para Volpato (2011),
esse mecanismo, por exemplo, pode ser do tipo: biológico, psicológico, político, genético,
farmacológico. Por exemplo, (1) testar se a alimentação diária com folhas de alface reduz a
ansiedade (Volpato, 2015) e (2) testar se a junção da apresentação (powerpoint) com debates
em classe facilitam a fixação de conceitos de metafísica em alunos do ensino médio de escola
pública. Assim, por explicar a razão ou causalidade entre variáveis, esse tipo de pesquisa é um
dos que mais aprofundam o conhecimento da realidade (Gil, 2010).
Vale ressaltar que o conteúdo das variáveis é que permite ao pesquisador presumir se
há ou não interferência entre elas, pois a estatística consegue indicar apenas se há associação
(Volpato, 2011). Ademais, o tipo de pesquisa deve permear todo o texto e influenciar como as
partes de um artigo são escritas (Volpato, 2011).
Em relação a outros parâmetros, Gil (2010) e Mascarenhas (2012) classificam as
pesquisas em: (a) quanto aos procedimentos técnicos utilizados: pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa ex-post-facto, estudo de coorte,
levantamento, estudo de campo, estudo de caso, pesquisa ação e pesquisa participante; (b)
quanto a forma ou abordagem do problema: pesquisa qualitativa, pesquisa quantitativa; (c)
quanto ao tempo de pesquisa: estudo transversal, estudo longitudinal; (d) quanto as bases
lógicas da investigação (Mascarenhas, 2012): os métodos de abordagem esclarecem acerca dos
procedimentos lógicos que deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos
fatos da natureza e da sociedade. Cada um deles vincula-se a uma das correntes filosóficas que
se propõem a explicar como se processa o conhecimento da realidade. O método dedutivo
relaciona-se ao racionalismo, o indutivo ao empirismo, o hipotético-dedutivo ao
neopositivismo, o dialético ao materialismo dialético e o fenomenológico à fenomenologia
(Rodrigues, 1999).
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3. Procedimentos metodológicos
Este artigo visa propor um framework para projetos de pesquisa. Assim, optou-se por
uma abordagem exploratória com coleta de dados via revisão da literatura (Gil, 2010) e
posterior análise de conteúdo em busca dos conteúdos manifestos (explícitos) (Bardin, 1977).
A pesquisa foi estruturada em dois estágios: pré-análise e exploração do material. Esses são os
dois primeiros estágios do framework sugerido por Lukosevicius, Soares e Chaves (2016), que
serve como guia para os pesquisadores que queiram aplicar a análise de conteúdo em seus
estudos (Tabela 2). Como o estudo não visa realizar inferência ou interpretações sobre os
conteúdos, mas apenas utilizá-los para desenvolver um framework para projetos de pesquisa,
não se avançou para o terceiro estágio “tratamento dos resultados, inferência e interpretação”
do framework de Lukosevicius et al. (2016).
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Quando?
O que? Quanto?
(Cronograma)
(Introdução) (Orçamento)
Fonte: autoria própria
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5. Considerações finais
Esta pesquisa exploratória com apoio de revisão da literatura e análise de conteúdo
propôs um framework para estruturar projetos de pesquisa. O framework, denominado
Research Project Model Canvas (RPMC), provê direcionamento ao pesquisador, auxiliando-
o a evitar erros e esquecimentos, mas sem lhe suprimir a criatividade e o espaço da tomada de
decisão.
As contribuições práticas do framework residem no: (1) encurtamento da duração para
se planejar uma pesquisa, (2) na facilidade para que mais de um pesquisador contribua com o
projeto de pesquisa e (3) na melhora da comunicação e venda da pesquisa para agentes internos
e externos. Em termos teóricos, as principais contribuições desta pesquisa são: (1) a proposta
de formato alternativo ao texto corrido para o projeto de pesquisa com o emprego de abordagem
lúdica e visual e (2) a visão integrada dos elementos do projeto de pesquisa, permitindo o
entendimento global da pesquisa. Assim, o framework gerado pode estimular os pesquisadores
em geral, sobretudo os iniciantes, a planejarem suas pesquisas colhendo os benefícios
intrínsecos do planejamento.
Como limitação desta pesquisa, o framework, como todo instrumento, pode não
abranger as diversas gamas de pesquisa e nem abarcar todas as particularidades delas. Em
termos de estudos futuros, pode-se incluir a aplicação do framework proposto nos diversos tipos
de pesquisa para corroborar-lhe a efetividade.
Por fim, espera-se que esta pesquisa fomente a importante atividade de
planejamento das pesquisas, tornando os projetos de pesquisa mais simples, objetivos,
visuais e porque não, mais divertidos e lúdicos de se elaborar.
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