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1. INTRODUÇÃO
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(i) Modelos de aceleração, os quais representam processos onde a taxa aumenta continuamente
com o aumento da conversão, até alcançar um máximo ao final do processo. Modelos desse
tipo podem ser exemplificados em forma de potência como ilustra a Eq.(4):
( )
f(x) = n . x (4)
onde n é uma constante.
(ii) Modelos de desaceleração, os quais representam processos onde a taxa apresenta um
máximo no início e, posteriormente, decresce de forma contínua conforme a conversão
aumenta. O formato mais comum para tais modelos é encontrado na Eq.(5):
f(x) = (1 − x) (5)
onde n é a ordem de reação. Os modelos de difusão são exemplos desses modelos.
iii) Modelos sigmoidais, os quais representam processos nos quais os estágios inicial e final
demonstram, respectivamente, um comportamento de aceleração e desaceleração, de forma que
a taxa do processo alcança um máximo em valores intermediários de conversão. Os modelos
de Avrami-Erofeev, Eq.(6), são exemplos típicos desses modelos:
( )
f(x) = n . (1 − x) . [−ln(1 − x)] (6)
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Tabela 1 – Expressões mais comuns para as funções f(x) e g(x) nos mecanismos de reação em
estado sólido
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37 D6 (1 + x) / − 1 3 (1 + x) / (1 + x) / − 1 Difusão tridimensional
2
38 D7 1 + 2 3 x − (1 + x) / 3 / Difusão tridimensional
2 (1 + x) −1
39 D8 (1 + x) /
−1 3 / / Difusão tridimensional
2 (1 + x) (1 + x) −1
6. OUTRAS EQUAÇÕES CINÉTICAS SEM MECANISMO JUSTIFICADO
40 G7 / / / /
1 − (1 − x) 4 (1 − x) 1 − (1 − x)
41 G8 / / / / /
1 − (1 − x) 6(1 − x) 1 − (1 − x)
2. PARTE EXPERIMENTAL
O polipropileno (PP) comercial, PP HOMO/H 501HC, foi suprido pela empresa Braskem.
A densidade e o índice de fluidez foram 0,905 g cm-3 e 3,5 g/10 min (ASTM D1238, 230°C,
2,16 kg). A análise termogravimétrica (TGA), em conjunto com a análise termogravimétrica
derivativa (DTG), em condições não-isotérmicas, foi conduzida em um STA-6000
Simultaneous Thermal Analyzer, Perkin Elmer. Amostras de massa aproximada entre 10 e 15
mg foram usadas em cada experimento. As curvas termogravimétricas foram obtidas usando-
se três diferentes taxas de aquecimento (3, 5 e 10 K min-1) no intervalo de 300 K a 975 K, sob
atmosfera de ar comprimido e com fluxo mantido em 20 mL min-1. Cadinhos abertos de alumina
foram usados. O programa Pyris Thermal Analysis™® 10.1 foi empregado para a interpretação
dos dados experimentais de TGA/DTG. A reprodutibilidade dos experimentos foi garantida
pelo uso de triplicatas em cada taxa de aquecimento.
Para a análise da cinética de degradação termo-oxidativa, as duas metodologias adotadas
foram:
g(x) AR E 1
ln = ln − . (7)
T E R T
dx E
ln = ln[A ∙ f(x)] − RT (8)
dT
β E
ln = Constante − RT (9)
T
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Quando várias taxas de aquecimento são usadas, os valores de energia de ativação, Ea, em
uma extensa faixa de conversão, x, podem ser obtidos, pois para cada x, o valor de Ea é
determinado a partir da inclinação da reta gerada. De posse dos valores de Ea, as curvas mestras
foram construídas segundo a Eq. (11):
dx dx E
exp RT
dθ = dt . (11)
dx dx E
dθ dt exp RT
, , ,
dx f(x)
dθ = (12)
dx f(0,5)
dθ ,
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A metodologia 1 foi aplicada aos dados experimentais obtidos através das análises de
TGA/DTG. Após a utilização da equação de Coats e Redfern com as diversas funções g(x),
ilustradas na Tabela 1, a estimativa dos parâmetros cinéticos e do modelo reacional estão
resumidos na Tabela 2.
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poderiam ser úteis (A1/2, A1/3 e A1/4), as quais produziriam valores de Ea bastante diferentes.
Criado e Morales (1976), em investigação sobre a decomposição de Ba(OH)2 e CaCO3, afirmam
que uma única curva de TG não permite a determinação do mecanismo térmico de
decomposição de um sólido, pois existe a possibilidade de uma interpretação errônea entre os
mecanismos de difusão e aqueles governados por nucleação. Por sua vez, Maciejewski (2000)
sugere que pelo menos três taxas de aquecimento sejam usadas a fim de se encontrar o tripleto
cinético adequado.
Assim sendo, a metodologia 1 apresentou-se falha na descrição do processo de degradação
termo-oxidativa do PP. Uma boa correlação de dados experimentais não garantiu uma correta
descrição cinética, ou seja, a metodologia 1 tornou-se apenas um exercício de ajuste linear.
A metodologia 2 para ser aplicada necessita primeiro que os valores de energia de ativação
sejam determinados em diferentes graus de conversão. Assim, os modelos isoconversionais de
Friedman, KAS e OFW foram aplicados no intervalo 0.05 x 0.95. Os resultados são
apresentados na Figura 1.
250 200
100 0,80
0,88 80
60 0,78
50 0,86
40 0,76
0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
Conversão (%)
Conversão (%)
240 0,94
200
Enegia de ativação (kJ/mol)
0,90
180
0,88
160
0,86
140
0,84
120
0,82
100
80 0,80
60 0,78
0 20 40 60 80 100
Conversão (%)
A Figura 1 revelou que o método de Friedman foi o mais adequado para o ajuste dos dados
experimentais. Valores de Ea entre 88 e 229 kJ mol-1 foram encontrados no intervalo 0,05 a
0.95 de conversão (x), com desvio-padrão de 21 até 59 kJ mol-1. Os outros métodos, KAS e
OFW, apresentam um rápido declínio do coeficiente de correlação, r2, conforme a conversão
aumenta e, desta forma, não foram escolhidos. A Figura 1 também revelou que há uma
dependência de Ea com o grau de conversão, ou seja, a possibilidade de um simples mecanismo
cinético ou a unificação de mecanismos reacionais múltiplos não é uma abordagem adequada
para a análise dos dados experimentais. O aquecimento contínuo de polímeros pode produzir a
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quebra de ligações na cadeia principal, na cadeia lateral e/ou em grupos substituintes. Além
disso, os fragmentos resultantes podem eventualmente vaporizar, quando suficientemente
pequenos, ou ainda gerar uma série de novas reações. Logo, o processo de degradação termo-
oxidativa do PP certamente deve envolver reações complexas, provavelmente uma combinação
de reações sucessivas, competitivas e/ou em paralelo. (Oliveira et. al., 2003; Nakatani, et al.,
2005; Turmanova et. al., 2008; Lecouvet et al., 2012).
Assim sendo, para a determinação do melhor mecanismo de reação para a degradação do
PP, os dados de energia de ativação, obtidos pelo modelo isoconversional de Friedman, foram
usados na Eq.(11) e as curvas mestras foram construídas para cada taxa de aquecimento
investigada. Os resultados encontrados estão resumidos na Figura 2.
A Figura 2 revelou que os dados experimentais não se ajustam a nenhum modelo cinético
isolado. Com o aumento da conversão e, consequentemente, da probabilidade de um maior
número de reações complexas – competitivas e/ou em paralelo – há uma dificuldade crescente
no ajuste dos dados. Particulamente em baixa taxa de aquecimento, = 3 K min-1, dois pares
de modelos cinéticos, P1/2 e G7 e A4 e G7, foram necessários, embora tenham sido úteis somente
até x = 0,5. Em taxas maiores, = 5 K min-1 ou 10 K min-1, os dados experimentais puderam
ser modelados por meio de equações que obedecem à lei de potências - P1/2 e P1/3,
respectivamente – ainda que somente até x = 0,65 e x = 0,70.
Uma reação ordinária no estado sólido pode convenientemente ser representada pelo
esquema: A(s) B(s) + C(g), onde o sólido “A” se decompõe termicamente para produzir um
sólido “B” e gás “C”. Os modelos do tipo P significam que, durante a degradação de “A”, sítios
reativos surgiram com uma taxa que segue uma lei de potências e cresce de forma constante
(Caballero e Conesa, 2011). Desta maneira, a degradação termo-oxidativa do PP em maiores
taxas de aquecimento pareceu suprimir ou mascarar reações laterais e/ou em paralelo, ou seja,
a cinética se aproximou de um mecanismo em um único estágio.
4. CONCLUSÕES
Agradecimentos
Os autores agradecem aos órgãos de fomento, CNPq, CAPES e FAPERJ, e ao programa
Bolsa de Produtividade em Pesquisa 2017 da Universidade Estácio de Sá (UNESA).
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50
1,2
Modelos
Experimental
P 1/2 + G 7
A4+G7
1,0
0,8
f(x) / f(0,5)
0,6
0,4
= 3 K min-1
0,2
0 20 40 60 80 100
Conversão (x%)
65
1,4
Modelo
Experimental
P1/2
1,2
1,0
f(x) / f(0,5)
0,8
0,6
0,4
= 5 K min-1
0,2
0 20 40 60 80 100
Conversão (x%)
75
1,6
Modelo
Experimental
1,4 P1/3
1,2
f(x) / f(0,5)
1,0
0,8
0,6
0,4
= 10 K min-1
0,2
0 20 40 60 80 100
Conversão (x%)
Figura 2: Curvas mestras ajustadas aos dados experimentais obtidos pela degradação termo-
oxidativa do PP em diferentes taxas de aquecimento .
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5. REFERÊNCIAS
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polypropylene. Part I: Pyrolysis kinetics and mechanisms. Energy Conservation and Management, 51(7),
1363.
Budrugeac, P. (2001), The evaluation of the non-isothermal kinetic parameters of the thermal and thermo-oxidative
degradation of polymers and polymeric materials: its use and abuse. Polymer Degradation and Stability,
71(1), 185.
Conesa, J. A.; Caballero, J. A.; Marcilla, A.; Font, R. (1995), Analysis of different kinetic models in the dynamic
pyrolysis of cellulose. Thermochimica Acta, 254, 175.
Criado, J. M.; Morales, J. (1976), Defects of thermogravimetric analysis for discerning between first order
reactions and those taking place through the Avrami-Erofeev’s mechanism. Thermochimica Acta, 16(3), 382.
Gao, Z.; Kaneko, T.; Amasaki, I.; Nakada, M. (2003), A kinetic study of thermal degradation of polypropylene.
Polymer Degradation and Stability, 80(2), 269.
Lecouvet, B.; Bourbigot, S; Sclavons, M.; Bailly, C. (2012), Kinetics of the thermal and thermal-oxidative
degradation of polypropylene/halloysite composites. Polymer Degradation and Stability, 97(9), 1745.
Maciejewski, M. (2000), Computational aspects of kinetic analysis. Part B: The ICTAC kinetics project – the
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Thermochimica Acta, 355(1-2), 145.
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oxidative degradation of polypropylenes with various tacticities. Polymer, 46(26), 12366.
Sánchez-Jiménez, P. E.; Pérez-Maqueda, L. A.; Perejón, A.; Criado, J. M. (2013), Generalized master plots as a
straightforward approach for determining the kinetic model: The case of cellulose pyrolysis. Thermochimica
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Vyazovkin, S.; Wight, C. A. (1999), Model-free and model-fitting approaches to kinetic analysis of isothermal
and nonisothermal data. Thermochimica Acta, 340-341, 53.
Vyazovkin, S.; Burnham, A. K.; Criado, J. M.; Maqueda, L. A. P.; Popescu, C.; Sbirrazzuoli, N. (2011), ICTAC
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Thermochimica Acta, 520(1-2), 1.
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