Letras.

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= Água e Vinho
=
Egberto Gismonti
e Geraldo Eduardo Carneiro

Todos os dias passeava secamente

na soleira do
quintal

À hora morta, pedra morta, agonia e as laranjas do

quintal

A vida ia entre o muro e as paredes de silêncio

E os cães que vigiavam o seu sono não dormiam

Viam sombras no ar, viam sombras no jardim

A lua morta, noite morta, ventania e um rosário

sobre
o chão

E um incêndio amarelo e provisório consumia o coração

E começou a procurar pelas fogueiras lentamente

E o seu coração já não temia as chamas do inferno

E das trevas sem fim.

Haveria de chegar o amor.
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= Mais Clara, Mais Crua =

Olivia Byington

.De noite, na rua, em frente ao parque

.A minha solidão é sua

.Decerto sei que você vaga em qualquer parte

.Sob essa vaga lua

.De noite alguém decerto lhe ampara

.Por onde hoje você anda

.Mas sem olhar sua ciranda louca

.Daquele jeito que lhe desmascara

.A noite esconde as cicatrizes

.Esconde as carícias e os maltratos

.A noite esconde as cicatrizes

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.Esconde as carícias e os maltratos

.Agora, bêbada, você estremece

.Como se ainda não soubesse

.Em frente à porta desse bar

ali
.Em que embarca sob essa vaga lua

.E a luz da lua apura a nitidez da marca

.Mais nua, mais clara, mais crua

.E a luz da lua apura a nitidez da marca

.Mais nua, mais clara, mais crua

--aquela parte em ré

--noutro tom

E a luz da lua apura a nitidez da marca

Mais nua, mais clara, mais crua

E a luz da lua apura a nitidez da marca

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Mais nua, mais clara, mais crua

la la la la ... la

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