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Introdução
Pesquisas na área de avaliação psicológica relacionadas, especialmente, às avaliações
do comportamento de profissionais nas Organizações têm sido cada vez mais necessárias no
Brasil (Alchieri & Cruz, 2003; Noronha, Primi & Alchieri, 2004; Noronha & Vendramini,
2003; Vasconcelos, 2010; apud Thadeu et. al., 2012), principalmente em processos seletivos
que envolvam profissões públicas e privadas de "alto risco ou estresse (por exemplo,
policiais, professores de escolas públicas, profissionais de saúde, cargos de alta gerência)"
(Thadeu et. al., 2012, p. 230).
Atualmente existem cerca de 114 instrumentos de avaliação psicológica validados
pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), o que demonstra interesse no Commented [MRO1]: O grupo tentou atualizar esta
informação?
desenvolvimento dessa área, além de trazer mais confiabilidade por diminuir a interferência
dos aspectos subjetivos nas avaliações (Noronha, 2010).
A segurança pública abarca algumas dessas profissões de alto risco e/ou estresse,
sendo composta por policias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civis, militares e
corpos de bombeiros militares. No caso das polícias, o processo seletivo (concurso público)
envolve prova objetiva e discursiva, teste de avaliação física, avaliação psicológica,
investigação de vida pregressa e curso de formação. A etapa da avaliação psicológica deve
ser realizada por um psicólogo conforme a Resolução 01/2002 do Conselho Federal de
Psicologia (CFP), que regulamenta o uso de avaliação psicológica nos concursos públicos.
Esta avaliação é necessária, dentre outras coisas, para identificar se os candidatos podem ter
porte de arma ou não.
Em 22 de dezembro de 2003 foi criada a lei nº 10.826, que dispõe sobre o registro,
posse e comercialização de armas de fogo e munição sobre o Sistema Nacional de Armas.
Esta lei já trazia como componente de seu regimento uma exigência de comprovação da
capacidade técnica e da aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo (BRASIL,
2003).
Mais tarde, no dia 1º de julho de 2004, para regulamentar a lei n° 10.826, surge o
decreto nº 5.123. No que diz respeito ao tema das armas de fogo e seus sistemas de controle,
esse decreto determina em seu artigo 12 e artigo 36 que para adquirir arma de fogo o
interessado deverá ter a capacidade técnica e comprovar aptidão psicológica para o manuseio
de tais armas. Tal aptidão deve ser atestada em laudo conclusivo fornecido por psicólogo do
quadro da Polícia Federal ou por esta credenciado (BRASIL, 2004).
Ainda neste decreto, em seus artigos 37 e 43 respectivamente, são determinadas
algumas condições para conservação da autorização de porte de arma de fogo de propriedade
do usuário. Os integrantes das Forças Armadas e os servidores dos órgãos, instituições e
corporações policiais, transferidos para a reserva remunerada ou aposentados devem se
submeter a cada três anos aos testes de avaliação da aptidão psicológica, e os profissionais da
Guarda Municipal deverão ser submetidos a cada dois anos (BRASIL, 2004).
O Artigo 1° da Resolução do CFP N.º 01/2002, que regulamenta a Avaliação
Psicológica em Concurso Público e processos seletivos da mesma natureza, diz que:
A avaliação psicológica para fins de seleção de candidatos é um
processo, realizado mediante o emprego de um conjunto de
procedimentos objetivos e científicos, que permite identificar
aspectos psicológicos do candidato para fins de prognóstico do
desempenho das atividades relativas ao cargo pretendido.