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GUIA DE ESTUDOS - PARA O CONCURSO DE ADMISSAO A CARREIRA DE DIPLOMATA INSTITUTO RIO BRANCO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES : INSTITUTO RIO BRANCO te 327079)"1996" Gade . io presente Guia de Estudos reine informagSes iiteis para os candi datos ao Concurso de Admissio & Carreira de Diplomata, do Instituto Rio Branco (IRB), do Ministério das Relagdes Exteriores. Constam do Guia: =o Edital do Diretor do IRBr sobre 0 Concurso, 0s programas, a bibliografia sugerida c a oricntagao para estudo, relativos As provas do Concurso de Admisséo, bem como, sempre que possivel, exemplos de provas que mereceram aprovagio em concurso anterior, ‘mantido o texto original do candidato, com eventuais incorregdes c/o deficigncias; © ~ como anexos, a Iegislagdo reeentemente aprovada que cria 0 Pro- ‘grama de Formagio ¢ Aperfeigoamento - Primeira Fase (PROFA-N. AA bibliografia sugerida ¢ a orientagao para estudo incluidas neste Guia nao tém cunho limitativo, Brasilia, dezembro de 1995. "1 INDICE Edital 7 Programas, bibliografias, oreo para estudo ¢ exemplos de prova R é a + Portugués 2B ~ Inglés. icine 2B = Questdes Internacionais Contomporsineas 37 - Histonia do Brasil e Mundial Conempordnea 41 ~ Goografia i a -_ 37 ~ Nogies de Direito aie 1 = Nogées de Economia. 81 - Francés (recomendagio) 1 Legistagdo 93 ~ Decreto presideneial que eria o Programa de Formagao © Aperfeigoamento - Primeira Fase (PROFAAD .. 95 ~ Portaria ministerial que regulamenta 0 PROFAL sees 97 + Porta de Serta das Relais Extorors estrututa 0 PROFAT ose 101 MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES INSTITUTO RIO BRANCO EDITAL, ODIRETOR DO INSTITUTORIO BRANCO faz piblico que estario abertas, de 02 de janciro a 16 de fevercito de 1996, as inserigSes para 0 Concurso de Admissio a Carreira de Diplomata, previsto nos art. 38 © 39, paragrafos tnicos, da Lei 7.501. de 27 de junho de 1986, regulamentados pelo Deereto de 14 de setembro de 1995, publicado no Diario Oficial da Unido em 15 de setembro de 1995, concurso que, segundo a Portaria do Seeretirio-Geral das Relagdes Exteriores de 10 de noverbro de 1995, publi- ‘eada no Diario Oficial da Uniio em 14 de novembro de 1995, obedecera as instrugdes constantes do presente edital. 2. Aaprovagio no Concurso habilitaréo candidato a ingressar em cargo dda classe inicial da Carreira de Diplomata, de acordo com a ordem de classificagao obtida, ¢ no Progranta de Formago e Aperfeigoamento ~ Pri- rmeira Fase (PROFA-1), do Instituto Rio Branco (IRBF), regulamentado pela Portaria ministerial de 1° de novembre de 1995, publicada no Didrio Oficial da Unio em & de novemibro de 1995 3. Aaprovagiono PROFA-I constitui condigo essencia! para a confirma ‘gio no Servigo Exterior, ns termos do Decreto de 14 de setembro de 1995, acima citado, 4, Opresente Edita reger-se-A, no que couber, pela Portaria n® 23, de 15 de agosto de 1991, do Diretor do IRBr, publicada no Diario Oficial da Unido ‘no dia 16 de agosto de 199), quo estabelece as condigées de inabibitagdo, aplcéveis aos candidatas inscritas no Concurso. 5 E fixadoem 30 (tinta) o mimero de vagas a serem providas de acordo ‘com a ordem de classificagdo dos candidatos aprovados no Concurso, 1, DAS ENSCRICOES LL. As inscrigdes deverio ser feitas pessoalmente, Seri permitida a inscrigo por procuragdo, mediante entrega do respective mandato, acompa- rihado de eépia do documento de identidade do candidato e apresentagio de ‘dentidade do procurador. Deverd set apresentada uma procurago para cada candidaco, que ficard retida, 1.1.2, Seguem os enderegos onde deverdo ser feitas as inserigdes; 4) na sede do IRBr em Brasilia ~ Ministério das Relagdes Extoriores, Anexo Il, térreo, Brasilia - DF, CEP 701 70-900, tels: (06:!)211-6184/6183/6646, fix: (061) 322-8355, ) nos Centros Regionais nas seguintes capitals: ~ Belém: Ministério das Relagdes Exteriores, Av, Governador Malcher, 49, tels: (091)242-5932; 242-1043; fax: (091) 223-5506; - Belo Horizonte: Departamento de Historia - UFMG; Av. Anténio Carlos, 6627; Cidade Universitéria; Pampulha; tel: (031)499-5045, fax: (031) 499-5060; - Campo Grande: Centro de Ciéncias Humanas ¢ Sociais - UFMS; Rua 9 de Jutho, 1536; Vila Ipiranga, tels: (067) 787-2160 e 787-3311: ‘vs: (067) 787-2160, = Curitiba: Rua 15 de Novembro, 1457: tel; (041) 232-3170; fax: (041) 232-5233. - Floriandpolis: Departamento de Aqiicultura - UFSC: tel: (048) 228-8293; fax: (048) 234-4069; 228-8293 © 222-2095; Celular: (048) 772-2745; + Fortaleza: Coordensdoria de Assuntos Intemacionais - UFC; Av. da Universidade, 2853; Benfica; tels: (085) 281-5383; 283-3115 ¢ 281-7630. fax: (O85) 281-3383 e 283-3115; ~ Manaus: Faculdade de Educacio - UFAM; Rua General Otivio Jordi Ramos, 3000; Campus Universitario; Coroado; tel: (092) 644-2244; fax: (092) 644-2462; Celular: (092) 982-2662; - Porto Alegre: COPERSO-UFRS; Av. Paulo Gama, 110; Anexo 1 dda Reitoria; tel: (051) 228-1633 ramais 3114 ¢ 3633; fax: (051) 224.3432 ¢ 227-2295, + Recife: Rua do Hospicio, 371; Blaco “C” 222-4524 ramal 24; fax: (081) 222-0082, Riode Jancira: Secretaria de Recepydo € Apoio, Palécio Hamaraty, andar; tcl: (081) ‘Ay. Marechal Floriano, 196; el: (021) 516-1744; fax: (021) 263-9571; = Salvador: Prd-Reitoria de Exiensio - UFBA; Av. Arajo Pinho, 32; Canola; tels: (071) 336-9106; 237-7044; fax: (071) 336-9299, © So Paulo: FUNAG, Memorial da América Latina; Av. Mario do Andrade s/n"; Barra Funda; tel: (011) 823-9668; fax: (011) 823-9685; ©) no Exterior: - = nas Embaixadas, Missdes Diplomiticas ou Repartigdes Consulares Brasileiras 1.2, Taxa de inscrigiio: a taxa de inscrigio é de RS 30,00 e deverd ser depositada na conta $5578018-X, da Agéncia Hamaraty (15032), do Banco do Brasil S.A. (Banco 1), em Brasilta, em favor da Fundagio Alexan- dre de Gusmao, com a qual © IRBr mantém convénio de cooperagdo. Em ese, serd restituida a0 candidato. 13, Requisitos: os candidatos deverdo satisfazer 4s condigies abaixo indicadas: a) ser brasileiro nato, conforme o Art. 12, § 3. V, da Constituigao; ) contar com mais de 21 (vinte ¢ um) anos na data do teste de pré- selegdo ¢ menos de 35 na data da altima prova, nos termos do Art, 39. parigrafo inico, da Lei 7.501, de 27 de junho de 1986, podendo inscrever- se, portanio, 08 nascidos entre 4 de julho de 1961 ¢ 28 de margo de 1975); ‘) estar em dia com o servigo militar: 4) estar em dia com suas obrigagses de eleitor; ©) ter bons antecedentes; & - 1) haver concluido, antes da inscrigio. curso superior de praduagao plena, reconhecido. 1.4, Candidatos casados: o candidato casado deverd apresentar, com os outros documentos exigidos na forma do iter 3.3. certiddo de casa~ ‘mento ¢ formulério de dados pessoais do cénjuge. Se casado com pessoa de nacionalidade estrangoira, sera inscrito condicionalmente no concurso «, se aprovado, s6 ser nomeado para 0 cargo na classe inicial da Carreira se obtiver a autorizago a que s¢ referem os Arts, 48 © $0 do Deereto n° 93,325, de 1° de outubro de 1986, a ser requerida na forma da legislagilo emt vigor. Essa exigéncia aplica-se também ao candidato cuja separagio Judicial nfo tenha transitado em julgado 0 1.5 Locat das proyas: ao solictar a inscrigao, o candidato devera declarar o local onde deseja reatizar as provas da Primeira Fase, dentre as ‘opgées relacionadas nas alineas “a” © “b” do item 1.1. acima, 1.6, Documentaco: 20 solicitar a inscrig&o, 0 candidato devera apresentar: 2) requerimento de inscrigiio, em formutirio préprio do IRBr, no qual declare satisfazer 2 todas as condigdes exigidas; b) o original « fotocépia da carteira de identidade; & ©) comprovante de pagamento da taxa de inscrigdo (depésito bancério), 1.7. Depois de inserito, ocandidato recebera | (um) exemplar do Guia de Estudos, em que se contém a legislago, o programa ¢ informagdes rela- tivos a0 Concurso. LB. Respeitadas as exigéncias deste Edital, 0 Diretor do IRBr dari deferimento aos podidos de inscrigo cm edital a ser publicado no Dirio Oficial da Unido até uma semana antes do inicio da Prinicira Fase do Con- curso, 19. Normas gerais a) sempre que solicitado, o candidato deverd exibir sua earteira de identidade: +b) nto havera segunda chamada de prova alguma: ©)as provas cscritas serdo feitas com caneta preta ou azul: 4&) s6 quando expressamente autorizado, podera 0 candidato ausentar- se do reeinto da prova: #) seri climinado o candidato que (i) ndo comparecer na hora aprazada 4 qualquer prova, exame ou atividade prevista. (i) agir com incorregio ou descortesia, (ii) entar comunicar-se por qualquer meio, durante as provas. com pessoa uit autorizada, ¢ (iv) consultar, durante as provas, livro, notas ‘01 qualguer outro material que nao tenha sido expressamente admitido; 1) seri desqualificada a prova que apresentar qualquer sinal que possibilite sua identificacio: £2) anenbium candidato seré dado aleyar desconhecimento das prosentes instrugdes ou das convocagtes e avisos feitos no decorrer do Concurso; ¢ lb) 05 casos omissos serdo decididos pelo Diretor do IRBr. n 2, DAS PROVAS DA PRIMEIRA FASE 2.1. Local: as provas da Primeira Fase sero realizadas sinmultanca- ‘mente na sede do IRBr, em Brasilia, ¢ nas cidades mencionadas na alinca “bp” do item 1.1. acima. 2.2. Haririo: as provas terfio inicio as 09:00h, hora de Brasilia, © toro a duragdo de 5 (cinco) horas. 2.3. Provas: serdo realizadas tr€s provas nesta fase, a saber: a) Teste de pré-selogiio, no dia 29 de marga de 1996; ») Portugués, no dia 30 de margo de 1996; & ) Inglés. no dia 31 de margo de 1996, 24, Teste de pré-selegio: (0 Teste de pré-selegio (TPS) visa a identificar 0 grupo de candidatos, ‘cujos intoresses e canhecimentos médios mais se aproximam dos que deverdo sor desenvolvidos no IRBr no processo de formagiio e aperfeigoamento do diplomata brasileiro. ‘As questdes versaréo sobre temas da culuira brasileira e ocidental ¢ da atualidade, Poderdo proceder dos programas das demiais matérias do Concurso e, também, cobrar raciocinio legico e analitico ‘Sera um teste de miiltipla escolha, com 100 (cam) questies e 5 (cinco) opgées de resposta a cada uma. Apenas uma resposta serd a comreta a perguntas claramente formuladas. Da aprovagio nesta prova dependerd a corregio das provas de Portugués ¢ Inglés. (Os critérios de avaliagio do TPS privilegiario o nivel médio dos ‘candidatos, segundo formula aplicada pela FUVEST, da Universidade de Sio Paulo, que, a partir de parametros basicos para a correedo, distingue ‘um conjunto mais homogénco de aprovados Os parimetros basicos que 0 IRBr aplicara so ~anota de referéncia é 40 sobre 100; © =o mimero de provas de Portugués ¢ Inglés a serem corrigidas é, idealmente, 150, isto é cinco yezes o mimero total de vagas abertas pelo Concurso. R nesses parimetros, aplicar-se~io as seguintes formulas: F=123D+05 N= 150F onde N 6 0 nimero de provas de Portugués ¢ Inglés a serem efetivamente corrigidas, ¢ D corresponde ao resultado da divisio do nimero de pontos obtidos pelo 150° candidato pelo mimero total de pontos possiveis no TPS. (100), ito D nota (pont 38) do_150° candidato nota méxima possivel (100) Os cooficientes numéricos que aparccem na definigao do fator F foram eseolhidos de modo que F seja igual a 1 se D for igual a 0,4, istoé, se a nota (pontas abtidos) do 150° candlidato for igual a40, Neste caso os 150 primeiros candidatos no TPS terao suas provas de Portugués e Inglés corrigidas. Sendo a nota do 150° superior ou inferior a 40, o fator F sera superior ou inferior 2 150. Se, por exemplo, a nota do 150? for 50, F valera 1,125, ¢ serio corrigidas N= 169 provas daquelas duas materias. Se a nota do 150° for 30, F valora 0,875, © somente sero avaliadas de Portugués ¢ Inglés de N = 131 canxlidatos Como podem ocorrer empates, garante-se que todos os que obtiverem ‘@ mesma nota que o N-ésimo tero suas provas seguintes corrigidas Os crtéris da FUVEST suborfinam 0 resultado ao desempenho mécio do grupo de candidatos. E 0 grupo que determina o nimero de candidatos crus provas seguintes ao TPS serdo corrigidas. Em outras palavras, a nota de corte passa a depender ndio mais do universo de candidatos, nem de uma nota minima fixa, mas do indice médio de desempenho. Depois da prova de Inglés, o IRBr divulgari o gabarito do TPS ¢, antes de anuniciar 0s resultados da Primeira Fase do Concurso, informara o ator Ffinalmente calculado, em fangdo da nota obtida pelo 150° classificado ‘80 TPS, c, por conseguinte, 0 nimero de provas (N) de Portugués e Inglés de fato corrigidas | | | | | 3 2.5. Portugués: A prova de Portugués constara de leitura, compreensio e andlise de lum ou mais textos literdrios, jomnalisticos, informativos ou cientificos, para celaboragdo de resumo com a extensao de 200 a 250 palavras (valor de 40 pomtos), ¢ de redagiio sobre tema de ordem geral, com a extensio de 450 a {600 patavras (valor de 60 pontos). Serdo avaliadas a adequagao, a releviincia © estruturagio das ideias desenvolvidas nos textos, bem como a corregio gramatical c a propriedade da linguagem eserita, de modo a aferit a capacidade de intclecedio e de producto de textos escritos de acordo com os padres da norma culta da lingua portuguesa, 2.6. Inglés: A prova-escrita de Inglés constara de duas partes: redagéo sobre tema de ordem geral, com a extenso de 400 a 500 palavras (valor: 60 pontos). © versio de um ou mais textos (valor: 40 pontos) Exigit-se-d conhecimento avangado do idioma 2.7, Resultados: os resultados da Primicira Fasc serdo anunciados, na sede do IRBr, em Brasilia, as 14:00h do dia 06 de maio de 1996, e divul- fados, nos demais locais onde se tenha realizado o Concurso, até as 18:00h ddesse mesmo dia: 2.8, Aprovacio: serio considerados aprovados na Primeica Fase do Concurso 0s candidatos que, aprovados no Teste de pré-selegéo obtiverem as notas minimas de 60 (sessenta), numa escala de (zero) a 100 (cem), na prova de Portugués, ede 50 (cingienta), na de Inglés. O candidato que entregar luma prova em branco ¢stara automaticamente eliminado da prova subse- itn. 2.9. Recursos: os candidatos terdo dircito vista de provas e revistio de notas, observadas as sewuintes condigd 1) a vista de provas 0s pedidos de revisto de notas, doravante chamados de recursos, s6 serio aceitos quando solicitados pelos préprios candidatos — no se aceitando, portanto, procurador para esse fim —~ ¢ sempre nos locais de realizagio das provas. 1b) 0s recursos serdo requeridos em formulétio proprio, fomecidos pelo IRBr: ©) 86 cabem recursos aos resultados das provas de Portugués ¢ Inglés, 4 estando exciuido, por sua natureza, o Teste de pré-selegio: 4) s6 serdo aceitos requerimentos de recursos fimdamentados, que ingiquem precisamente as questdes ¢ os pontos em que-o candidato se sentir prejudicado; ©) 08 requerimentos deverdo ser apresentados até as 18:00h do dia 08 de maio, em Brasilia, ¢ até as 18:00h, hora de Brasilia, do dia 10 de maio, nos Centros Regionais; £) respeitada a fimdamentagao dos recursos, caberd ao Diretor do IRBr deferi-los para a consideragao da Banca Examinadora; 12) 0 julgamento do recurso tera carter irrecorrivel, passando a nota a ser definitiva; © hos resultados dos recurses ¢, portanto, o resultado final da Primeira Fase serio anunciadios até as 18:00h do dia 15 de maio de 1996 na sede do IRBr, em Brasilia, ¢ imediatamente mandados para publicagao no Diario Oficial da Unido em edital que convocard os candidatos aprovados para a Segunda ¢ Tereeira Fases do Concurso. 3. DAS PROVAS DA SEGUNDA FASE 3.1. Objetivo: a Segunda Fase do Concurso visa a verificar se 0 can- didato possui as condigdes fisicas, psiquieas © comportamentais, exi pela profissio de diplomata, nos termos do Art. 7°, da Lei n® 7.501, de.27 de junho de 1986. So condigGes de inabilitagdo as prescritas peta Portaria n? 23. de 15 de agosto de 1991, do Diretor do IRBr. Local: a Segunda Fase realizar-se-a em Brasilia, nos enderegos a serem inlicados pela Diregdo do IRBr no sto da matricula, 8) 05 candidates, que tiverem feito as provas da Primeira Fase nos ‘Contros Resi¢nais, reebetio do IRBr passagem aérea de ida e volta a Brasilia ‘eausifio em dinheiro a partir da data do inicio da Segunda Fase até quando se justificar sua presenga na Capital Federal em funeao do Concurso. 3.3, Matricula:a concessto da matricula ua Segunda Fase do Concurso estard condicionada A apresemtagao dos seguintes material e documentos & ‘Seeretatia do IRBr: a) tts retratos 3x4; is ') original e uma fotocépia dos seguintes documentos: (i) certidio de nascimento, (i) prova de quitagdo com o Servigo Militar, (i) titulo deeleitor atualizado, (i) diploma ou certficado de conclusio, antes da data de insrigo tna Primeira Fase do Concurso, de curso superior de gracuago plena, reconhe- cido e (v), se casado, os documentos mencionados no item 1.4. acima; ‘A falta de qualquer desses documentos acarretara a eliminagio do candidato, 3.4. Data: a Segunda Fase tera inicio no dia 27 de maia de 1996, em oritrio e catendirio 2 serem comunicados no ato da inserigao. 3.5. Junta de avaliagio: Conduzira a avaliagio da higidez e da habi- litagio fisica © psiquica dos candidatos um a Junta de Avalingio presidida pelo chefe do Servigo Médico do Ministério das Relages Exteriores © integrada por dois outres médicos, no vinculados ao Ministério, com ampla cexperiéncia de clinica geral e de psiquiatria, respectivamente. designados pelo Director do IRBr.A Junta de Avalin¢ao emitiri taudo sobre cada ‘candidato, considerando-o “aprovad” ou “reprovado”. Estes resultados serio ppublicados no Diario Oficial Unido, e o IRBr informara a cada candidato reprovado, em particular, o fundamento da sua reprovagio, Os candidatos reprovados nido sero admitidos 4s provas da Terceira Fase 3.6, Resultados: os resultados da Segunda Fase do Concurso serio afixados na sede do IRBr. em Brasilia, no dia 05 de junbo de 1996. 3.7, Recursos: O candidato reprovado tera diteito & recurso, medi ante requerimento dirigido ao Diretor do IRBr, dentro de 24 horas a contar da notificagao de que trata a clausula precedente, Para esse fim, 0 Diretor do, IRBr designari Junta de Recurso, composta por quatro membros;(i) um Ministro de Primeira ou de Segunda Classe, que a presidiré, sem dicito a voto; (i) um dos médicos que tenha integrado a Junta de Avalingdo, ¢ (it) dois outros médicos. Com base na reavaliagao efetuada, a junta emitita unt laudo definitivo, a ser submetido ao Diretor do IRBK, que 0 submeterd, com seu parecer, a0 Ministro de Estado das Relagdes Exteriores. A deciso deste sera final ¢ irrecorrivel. Durante o processo de reavaliago, o candidato reprovado far, condicionalmente, as provas da Tercsira Fase, mas 0 candidat ceuja reprovagao na Segunda Fase for confirmada sera excluido do Exame de Admissdo, Se 0 desejar, o candidato reprovado poder designar, por sua 16 conta, um médico para apresentar a Junta de Recurso as razbes que fundamentam sua desconformidade com a avs 4, DAS PROVAS DA TERCEIRA FASE 41. Local ¢ ealendirio: as provas da Terceira Fase do Concurso realizar-se-io no Ministério das Relagdes Exteriores, em Brasilia, entre os dias 06 de junho ¢ 05 de julho, assim distribuidas: a) Questdes Internacionais Contempordineas e Inglés, dos dias 06 a 08 de junbo de 1996, em grupos alternados: b) Historia, em 14 de junbo; ©) Geografia, em 21 de junho: ) Nogbes de Dircito, em 28 de junho: € «) Nogdes de Economia, em 05 de jul, 4.2. Das provas orais: as provas de Questées Intemacionais Contem- portineas e Inglés sero orais 2) Questdes Intemacionais Contempordneas: i ~ a prova tera por objetivo verficar o conhecimento © a capacidade de reflexdio do candidato sobre temas internacionais correntes, ineluindo antecedentes, situagdo atual ¢ a posigao do Brasit ii ~na argtigfo, sero igualmente avaliadas a capacidade do candidato de analisar o tema e organizar sua exposigdo, bem como a forma como 0 ‘ard, do ponto de vista tanto da articnlagao, como da apresentagio pessoal; iii - a Banca Examinadore valorizara particularmente o tratamento ‘que ressalte os interesses brasilciros nos temas; iv 0 candidato sorteara trés temas e teri 1S (quinze) ito para ‘pteparar sua exposigao sobre um deles: © V-a.exposigcio devert ser de 10 (de2) minutos, seguida de perguntas dla Banca Examninaara, que poderd, se julgar procedente para a avalingo do candidato, amaplar tema inicialmente tratado, referindo-se, em particular, a0 conteido da bibliografia sugerida, ) Ingle 1 = 0 objetivo da prova ¢ o de verificar a fluéneia, a corresfio © a capacidade de expressio do candidato na lingua inglesa; ii-a Banca Examinadora avaliard, também, a capacidade de reflexto do candidato sobre os temas tratados: " fii - 0 candidato sorteara ties textos e ter 15 (quinze) minutos para preparar um deles, podendo recorrera dicionario bilingte, posto & disposi¢ao pelo IRBr: ¢ iva argiligdo constara de leitura em voz alta do texto selecionado, no todo ou em parte, seguida de resumo oral, andlise de parigrafos ou frases, pperguntas sobre significagio de termos ¢ questies sobre pontos que vierem a ser suscitados polo texto ©) Aprovagiio: serd considerado aprovado nas provas orais 0 eandidato {que obtiver a nota minima 50 (cingjicnta) em cada uma: ) Resultados: os resultados das provas orais sero divulgados pela Seeretaria do IRBr no dia 10 de junho de 1996; &) Recursos: {0 candidato que se sentir prejudicado pela avaliagdo podera ouvir © transerevera gravagio de sua argt¢do, mas no copia, e, seo fundamentar, dirigir pessoalmente requerimento de recurso ao Diretor do IRBF; ji-0s requerimentos deverao ser aprésentados até as 13:00h do dia LL de junho de 1996, para o devido deferimento pelo Diretor do IRB¥: € iif -0 resultado dos recursos sera amunciado até as 18:00h do dia 13 de junho de 1996 ¢ teri cariter irecorrivel, passando a nota a ser deinitiva. £) 0 candidato reprovado nas provas orais seri climinado de Concurso, 4.3, Das provas escritas: as provas de Historia, Geografia, Nogies de Direito e Nogdes de Economia sor escritas a) terfo a duragiio de cinco horas eada wma: b) serio compostas de cinco pequenas dissertagées, no valor de 20 pomtos cada; ) nas provas de Historia ¢ Geografia, trés das questdes obri- ‘gatoriamente tratardo do Brasil, d) na prova de Nogées de Direito, somente sera admitida consulta a textos legais quando expressamente autorizada, citcunsténcia em que sero fomecidos pela Diregio do IRBF: ) a nota minima exigida em cada uma das provas escritas & 40 (quarenta). {f) 2 reprovagio em uma prova escrita eliminard 0 candidate do Concurso; ¢ Is 8) 0 calenckirio do aniincio dos resultados ¢ dos recursos, respeitadas as regras de fundamentagio e deferimento, ¢ 0 seguinte: Amincio do Apresentagio Resultado resultado de recursos final Prova (13:08) (até 18:00h) (até 18:008) Historia 1716196 18/6/96 20/6196 Geografia 24/6196 25/6196 27/6/96 N. Direito 17196 02/7/96 04/7/96 N. Economia 08/7/96 09/7/96 1277196 44. Resultado final do Concurso: 2) seri considerado aprovado no Concurso o candidato que obtiver, além das notas minimas exigidas em cada prova da Terceira Fase, média global igual ou superior a 60 (sessenta), ) o resultado final do Concurso sera anunciado, por ordem de classificagdo dos aprovados, até as 14:00h do dia 15 de julho de 1996, ¢ imediatamente mandado para publicagdo no Diirio Oficial da Unido, para efeitos de nomeasao no Servigo Exterior, ©) 8 ordem de classifieagto no Concurso determinara a ordem de ingresso na classe inicial da Carreira de Diplomata e matricula automética no PROFAL, 4) 0 Diretor do IRBr informara a data da nomeagdo ¢ da posse no Sorvigo Exterior, bem como do inicio do PROFA-I: ¢ ©) uma vez nomeados, os aprovados no Concurso tomardo posse, ainda que mediante procuragdo especifica, na data determinada pelo Director do IRBR, iniciando imediatamente as atividades introdutérias do PROFA-I; © 1) 0 inicio do efetivo exercicio com a obrigatoriedade das atividades do PROFA-1 dar-se-i 30 (trinta) dias apés a posse. 5. DISPOSICOES GERAIS 5.1. E obrigatario 0 uso de traje passeio completo (temo e gravata) nag provas da Segunda e Terceira Fases do Concurso. 19 5.2, Identificacio € Divulgastio dos Resultados: ‘As provas escritas sero corrigidas sem a identificagdo do candidato, a qual sera feita publicamente na sade do IRBr, em Brasilia, Na Primeira Fase, as respostas ao Teste de pré-selegdo serio dadas em formulario de leitura dtica, ¢ as provas de Portugués © Inglés terdo taldes destacaveis. ‘Na Terceira Fase, os taldes serdo imediatamente destacados apés cada prova eserita Em ambos 0s casos, os taldes permanccerdio ent invélucro fechado até 0 momento da identificagéo piblica ¢ divulgagio dos resultados, 5.3, Aceitagio das Normas do Edital: 0 requerimento de ins crigdo implica 0 conhecimento e a acsitacio, pelo candidato, de todos 0s prazos e normas estabelecidos pelo presente Edital, O candidato que fizer declaragio falsa ou inexata, ou que no satisfizer as condigbes exigidas, podera ter cancelada sua inscrigfo a qualquer momento, por decisio do Diretor do IRBr publicada no Didrio Oficial da Unio Cancelada a inscrigao, serdo anulados todos os atos dela decorrentes, André Mattoso Maia Amado Programas Bibliogratias Orientagao para estudo Exemplos de prova Portugués Inglés Quest6es Internacionais Contemporaneas Historia do Brasil e Mundial Contemporanea Geogratia Nogées de Direito Nogées de Economia PORTUGUES A provaeserita de Portugués constara de leitura, compreensio eanilise de um ou mais textos literdrios, jomalisticos, informativos ou cientifico para claboragdo de resumo com 4 extensao dc 200 a 250 palavras (valor {40 pontos), ¢ de redagiio sobre tema de ordom geral, com a extensfio de 1.600 palavras (valor de 60 pontos). Serdo avaliadas a adequagio, a relevancia ¢ estruturagio das idéias desenvolvidas nos textos, bem como a corregao gramatical e a propriedade da linguagem escrita, de modo a aferir a ccapacidade de inteleogao e de produgao de textos escritos de acordo com os padres da norma culta da lingua portuguesa, Programa 1. Conceitos basicos da ciéncia lingdistica: lingua & fala; sincronia & diacronia: sistema, norma ¢ uso; variagaé lingtistica: dialeto registro: modalidade falada e modalidade escrita; a nogio de erro; contexto e discurso: fungdes da linguager. 2. Inteleogao € produgio de textos: compreensio textual: dominio da ‘modalidade eserita c da norma culta da lingua portuguesa; coesio coeréncia: intertextualidade. 3. Uso, descrigao © analise dt lingua portuguesa; fonstica ¢ fonologin: ‘morfossintaxe; semintica, léxico: ortografia; pontuacio: «lingua portugvesa do Brasil. 4, Nogdies de estilistica, Bibliogeafin sugerida BECHARA, Evanildo, Moderna gramatica da lingua portuguesa, Cia. Editora Nacional, Rio de Janeiro, 1976. [Ligies de portusus pela alse sintitica, Padro, Rio de Janeiro, 1977 m4 BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, Aurélio, Novo: a Hingua . Aurétio, Novo dicionaio dati canbazutuess: Nova Frontera, Rio de Jano, 1886 7 FAMARA JR, J. Mattoso, Dicionétio de lingiistca ¢ a Petropolis, 1977, =a Same CARRAHER, David W. Senso Critica: do dia-a-dia as cifncias humanas, Pioneira. So Paulo, 1983 ers (CUNHA, Celso & CINTRA, L. F. Lindley. Moderna gramatica do portugués vray eatempariaes. Nova Frontera, Rio de Janeiro, 1985 ae Francisco. Dicionario de-verbos ¢ regimes. Ed. Globo, Rio Diciondrio de regimes de substantivos ¢ adjetivos. E juin ivos eadjetivos. Fditora Globo, GARCIA, Othon M. Comunicaciio em ‘undagio Geti Vargas, Rio de Janciro, 1985 e oo KURY, Adriano da Gama. 1000 peteuntas: portugués, Ki ‘aneiro, 1983. - eee —- Ortogcafia, pontuncio ¢ erase, MEC, Rio de Janeiro, mms . MEC, », 1988. LAPA, Manuel Rodrigues, Estilistica da lingua portuguesa, Martins Font. Siio Paulo, 192. : os SAVIOLI, Francisco e Fiorin, José Luiz. Manual do Candidato = Portuguts FUNAG, Brasilia, 1995 A partir de 1996, as provas escritas de r critas de portugués terdo formato novo, deemed que os modelos de anos anteriores nto sto reproduzidos neste Gui, imexemplo de como poderi ser a prova é dado a seguir: to Leia os textos que se soguem. © campus cai no samba ‘O samba entrou para a universidade e formou seu bloco entre a So dos scalimicos a ala da comunidade: sob o comando do socidlogo Sérgio Murito, a Golfinhos da Guanabara - a primeira escola de samba ‘iirim dx Zona Sul - fincou estandarte no campus da Praia Vermelha da UFRI c esti iniciando um projeto de educago ambiental, cénica c cultural - Passci pela Flor do Amanhi e pelo Projeto Devenir tentando implan- tar esse trabalho, Que’agora parece que vai levantar véo. O samba é um valor muito forte entroas pessoas do Rio eé0 elo perfeito para a universidade se desenvolveérem conjunto -opina Murilo, que atrain o professor Joel Rufino dos Santos para ser 9 presidente de honra da escola, “Tocando o ensedo “Oba! E carmaval!”, para o desfile do ano que ver, ‘as mais de mil criangas da escola teo esta semana sua primeira patticipagsio no dia-a-dia da universidade: serdo estrelas de um video que alunos da Escola de Comunicagao fario para o Festival do Minuto, OGiobo, julho de 1995, Educaglo em vista de um pensamento livre ‘Nao basta ensinar 20 homem uma especialidade. Porque se tomar, assim, uma méiquina utilizavel, mas no uma personalidade. E necessirio ‘que adquira um sentimento, um senso pritico daquilo que vale a pona ser ‘empreendido, daquilo que é belo, do que & moralmente correto, A niio ser ‘assim, ele se assemelhara, com scus conhecimentos profissionais, mais a um ‘fo ensinado do que a uma criatura harmoniosameate desenvolvida, Deve aprender a compreendér as motivagdes dos homens, suas quimeras © suas ‘angiistias para determinar com exatidao seu lugar (..) em relagio a seus préximos € a comunidade. Estas reflexdes essenciais; comunicadas a jover geragio eragas aos contatos vives com os professores, de forma alguma se encontram escritas ros manuais. E assim que se expressa c se forma de inicio toda a cultura. ‘Quando aconselho com ardor “as Humanidades”, quero recomendar essa cultura viva, ¢, ulo, un saber fossilizado, sobretudo em historia ¢ filosofia. (Os excessos do sistema de competigao e de especializacdo prematura, sob 0 falaciaso pretexto de eficicia, assassinam o espirito, impossibilitam qualquer vida cultural © chegam a suprimir os progressos nas cigncias do futuro, E preciso, enfim, tendo em vista a realizagdio de uma educagiio perfeita desenvolver o espirit critico na inteligéncin do jovem. Ora, a sobrecarga do espitito pelo sistema de notas entrava c necessariamente transforma.a pesquisa em superficialidade. O ensino deveria set assim: quem o receba 0 recolha ‘como im dom inestimavel, nunca como uma obrigagao penosa Albert Einstein. Como vejo o mundo, See 6 Aristarco © Dr. Aristarco Argola de Ramos, da conhecida familia do Visconde do Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de potagogo.(..) Nas ocasides de aparato ¢ que se podia tomar o pulso ao homem. Nao 56 as Condecoragles gritavam-lhe do peito como uma courasa de grilos: Ateneu! Ateneu! Aristurco todo era um amincio. Os gestos, ealmos, sobera~ os, eram de um rei ~o aristocrata excelso dos silabiircis; a pausa hierética de andar deixava sentir 0 esforgo, a cada passo, que ele fazia para levar adiante, de empurrio, o progresso do ensino piblico.(..) Em suma, um personagem que, ao primeiro exame, produzia-nos a impressiio de um enfermo, desta enfermidade atroz ¢ estranha: a obsessio da propria esttua. (..) Enveredando pelo tema queridodo elogio proprio edo Atene', ninguém sais pOde fatar. Aristarco, seniado, de pé, cruzando terrivcis passadas, imobilizando+ ‘se a repentes inesperados, gesticulando como um tribuno de meetings, clamando como para um auditério de dez mil pessoas, majestoso sempre, algando os padroes admiréveis, como um leilociro, ¢ as opulentas faturas, deseorolou, com a meméria de uma tltima conferéneia, a narrativa dos seus servigos 4 causa santa da instrugio. Trinta anos de tentativas ¢ resultados, esclarecendo como um farol diversas geragées agora influentes no destino do pais! E as reformas faturas? Nao bastava a aboligdo dos castigos corporais, o que ji dava uma beneme- ‘nei. Era preciso a introducdio de métodos novos. supressio absoluta dos ‘voxames de punigiio, modalidaces aperfeigondas no sistema das recompensas, ajitago dos trabalhos, de maneira que soja a escola um paraiso; adago de norma desiconbocidas cuja eficacia cle pressentia, perspicaz como as aguias Ble havia de crix... um horror, a transformagao moral da sociedade! Raul Pompéia. Q Atenou Professor Comecsi com 0 pé esquerdo meu primeiro dia de professor. Sempre {eril o ridicule. Ea tal ponto, que esse temor, forma paroxistica de minha imide, costuma atuar tm minha vida como uma bissola negativa, orientar AFRO avesso meus Atos. Faz-me viver de pe atras com o mundo, tora-me n arredio ¢ suspicaz, quando poderia confiar, ou, em virtude de viva reagio, leva-me a ousare avangar. em circunstdneias que aconselhariam retraimento, Enfim, pBe-me fora do centro de gravidade. 7 E foi precisamente o ridiculo (cle me acompanhha como um deméitio arrimadiga) que me estragou a aula inaugural. ‘A hesitagio que experimentei ao entrar na sala ¢ 0 ar canhestro que devia ter ja haviam despertado, entre as alunas, desses sorrisos sorrateiros que a gente pereebe por um sentido oculto, sem precisar de olhar os circunstantes. Mas a vexatoria situagio culminou foi no momento em que abri, atarantadamente, o livro de chamada ¢ fiquei a estropiar nomes © a ‘gaguejar, provocando hilaridade geral. (..) Passou a impressio desagradavel do episédio ocorrido na primeira aula, Nos dias que se seguiam, ou por ‘emerem a surveillante ou por terem dado outro rumo as suas maquinagées, as diabretes do Colégio jé niio me hostilizaram. (..) : or outro lado, paroce que niio vou mal no curso. Pelo menos, a dire- toria se mostra satisfeita, Nas primeiras aulas, com o fito de conquistar 0 inimigo, tentei causar sensagio, recorrendo a frases de efeito, Que me seja perdoado este pecadlo contra a dignidade intelectual. Foi 0 recurso extremo ‘de um homem em apuros. Cometi também erros de técnica, preparci-me como se fosse lecionar na Jiole Normale Supériewre de Paris, e no num curso secundario de provincia. Em vez de me cingir ao que dizem os com- péndios, como em geral fazem os professores, aprofundi o assunto, varejei livrarias, vasculhei bibliotecas. Tratei, como coisa familiar, problemas literirios de cuja existéncia as alunas nem sequer suspeitavam. [Embora dessem mostras de interesse, vislumbrando em minhas dis- sertagdes um mundo que desconheciam, perccbi, com alguns dias, que 0 nivel intelectual do auditério nfo alcangava o das prelecies 4 ‘Adaptei-me, agora. a turma, conhego a linguagem que convém 20 professor, aostursei-me a repetir palavras e a repisar nogdes, para dar tempo aque sejam assimiladas wee Cyro dos Anjos. Abdias. Elabore um resumo dos dois texts literirios, com extensio de 200 a 250 palavras (valor: 40 pont. Desenvolva o tema que se segue, em dissertacio de 450.2 600 palavras (valor: 60 pontos): A Eciucagdo ¢ 0 pensamento livre Orientagio para estudo No cxame de portuguts, afere-se a eapacidade que o candidato possui do inteligir, isto ¢, de ler, de compreender e de criticar textos escritos Pertencentes &s diversas variedades da lingua portuguesa, de modo a produzit lum resumo e uma redago com objetividade, clareza, preciso e concisfo, de acordo com os padrées da norma cults do idioma, A prova implica.o recurso progressivo is chamadas capacidades cogni= tivas do individuo. Isso significa que é necessario apreender, compreender ‘analisar 05 textos selecionados pela Banca Examinadora, por meio das ctapas de letura exploratéria, informativa, ¢seletiva, que constituem a inteleegi0 ddos textos. Em seauida, deve-se aplicar o que foi ido as experincias pessoais, ‘quando se levam em conta aspectos como o interdiscutso, ou seja, a relagdo titre as varias situagdes de comunicagdo de que participa o individuo, ¢ a inlertextualidade - a relago entre todos os textos que o candidato jé leu, incluindo os apresentados na prova, Sé entio o candidato estara preparado para sintetizar 0 que leu ¢ produzir o resumo, Na elaboragdo do resumo, é conveniente que o candidato trate a ques- ‘80 como se fora uma noticia sobre 0 assunto, dando-lhe estruturn cm Pardgrafos, no primeiro dos quais o texto do resumo é coniextualizado em Telagao 20 texto ou textos originais: nele indicam-se o tema geral, os autores, as fontes bibliograficas e demais circunstancias relevantes. 0 géneto do resumo ¢ 0 da prosa expositiva: o resumo de uma narra fiva ou de um poema, por exemple, ndo deve ser redigido nestes gencros, ‘mas em forma de relato ou de descric&o do assunto ou fato, Além disso, ¢ Fesumo no pode inclnir dados ou interpretagSes que nio constem nos ori- Binais. Cabe recordar que resumo nfo ¢ parifrase. Deve conter o que ¢ os- Sencial eomitiro que € acessério ou secundario. Finalmente, o resumo devers {er extensio correspondente a um quarto do texto ou textos originals. A capacidade de avaliagio e, por iltimo, a eriatividade sio requisitos ppara a redagdo sobre o fema proposto, ponto de culmindncia do complexe rocesso de dominio da lingua escrita, no nivel exigido pelo concurso. Embora nfo se imponha preferéncia do estilo da redagdo, © candidato Sscreverd: um pequeno ensaio, no qual devera revelar, de modo pertinente ¢ adequndo, conhesimentos sobre 0 tema e desenvolvimento do pensamento fenton, © que necessariamente inclui opinies pessoais fundamentadas no ‘aciociniologico, As sis identificadas nos textos transcrites na prova devem funcionar como elementos motivadores da producaio textual. ‘Tanto no resumo quanto na redagio, 0 candidato deveri. evidenciar leno dominio da modalidade culta da lingua portuguesa, | | | | | 29 INGLES és A sobre tema A prova eserita de inglés constara de duas partes: redagio de ondem geval, com a extenso de 400 0500 palavias (valor. 60 ponte). © ‘versfo de um ou mais textos (valor: 40 pontes). Bibliografia sugerida 1. Por vocabulary and general information, throe weekly magazines are readily available in most lange Brazilian towns Time Magazine; Newsweek: Sino rls nthe mais fu cove he sn pi x Brazilian magazines such as Isto £, Veja, and Exame, prospective candidates aay find it helpful to compare texts on similar issues, 2. Basic reference works: 2.1, English dictionaries: he ‘Longman Dictionary of Contemporary English, Longman, London. ws i ‘The Oxjord Advanced Learner ’ Dictionary of Current English, Oxfoud, University Press, Oxford : The Concise Oxford Dictionary, Oxford University Press, Oxford Webster s Collegiate Dictionary. . ‘The Random House College Dictionary, Random House, New York, Language Activator, Longman, London. Roget's Thesaurus, Longman, London. 2.2. Translation dictionaries: HOUAISS, A. Diciondrio Inglés-Pornigués, Record, Rio de Janciro. TAYLOR, JL. Portguese-English Dictionary, Record, Rio de Janeiro. 30 Novo Michaelis: Ingiés-Portugués, Portugués-Inglés, Melhora- mentos, So Paulo, 2.3. Grammar & Usage: FRANK, M, Modern English, Englewood-Cliffs, Prentice Hall [Plus the useful accompanying exercise books} SANTOS, Agenor Soares dos. Guia Prético da Tradugdo Inglesa, Cultrix, Sao Panto, SWAN, M. 4 Pracilcal English Usage, Oxford University Press, Oxford. THOMPSON, AJ. & MARTINET, A.V. A Practical English Grammar, Oxford University Press, Oxford. Comprehensive Grammar of the English Language, Longman, London, 3, Larger reference works: Osfard English Dictionary, Oxford University Press, Oxford. Webster s Third International Dictionary. ‘The Random House Dictionary of the English Language, Random House Ine, New York. ‘Temas de redagao de concursos anteriores 1990 “Men in great place are thrice servants: servants of the Sovereign or State, servants of fame and servants of business... Itis a strange desire to seek power and to lose liberty: or to seck power over others and to lose ‘power over a man’s self” 1991 “Throughout history the political influence of nations has been roughly correlative to their military power. While States might differ in the moral ‘worth and prestige of their institutions, diplomatic skill could augment but never substitute for military strength. In the final reckoning, weakness has invariably tempted aggression and impudence brings abdication of policy in its ain, Some lesser countries have played significant roles on the world scale for brief periods, but only when they were acting in the secure framework 1 of an international equilibrium, The balance of power, a concept much ‘maligned in American political writing - rarely used without being preceded. by the pejorative “outdated” ~ has in fact been the precondition of peace. A. calculus of power of course, is only the beginning of policy; it cannot be its sole purpose, The fact remins that without strength even the most elevated purpose risks being overwhelmed by the dictates of others Henry Kissinger, White House Years. 1992 z ‘Negotiation has been defined as a form of interaction through ed individuals, organizations and governments explicitly try to arrange (or ‘pretend todo so) anew combination oftheir common and conflicting intarests, ‘Write a dissertation on negotiation, highlighting its role in diplomacy. 1993 “Scones isthe search for truth ~ its not game in which one resto beat his opponent, fo do harm to others, We need to have the spirit of science {in international affairs, to make the conduct of international affairs the effort to find the right solution, the just solution of international problems, not the effort by cach nation to get the better of other nations, to do harm to them when itis possible.” (Linus Carl Pauling) 1994 “Two cheers for democracy: one because it admits variety and two ‘because it permits criticism” Exemplo de prova no Concurso de 1995 1 = Composition: Comment on the following quotation: “When I am abroad, always make ita rulenever'to criticise or attack the government of my own country. I make up for lost time when F come es (Sir Winston Churchill) 32 Ata first glance at Winston Churchill’ statement, quoted above, one mmaty be led to believe that the former British Prime Minister was simply rephasing the saying: “Dirty laundry is to be washed at home, never in public”, yet there are more implications to his remark than merely jest. He ‘here expresses his understanding of three major concepts of political life: the role of the diplomat, external affairs versus internal affairs, and the Sovereignty of the Stone. Art the external level of affairs in political life, these three concepts care often interwined. It 1s the diplomat’ role to be aware of what may be said, when abrocd.and what must be omitted with regard to his or her ‘country: Not rarely coes a country’ foreign policy reflect an internal problem #t may be undergoing, but the diplomat must convey the impression that these ploblems are no hindrance fo the furthering of the negotiations with another country: He may often feel he walks on a razor’ edge white calempting to push forward his country’s imerests, and that, if he slips, he wilt be responsible for tts loss of face. Chruchill sees the diplomat as the politician who must know the right time and place to say things. External and internal affairs are (0 be understood as two different government spheres of action. When abroad itis at the level of external governmental polictes that negotiations are to be undertaken, regardless of whether or not internal conflicts or probiems exist. in foreign affair, it is the State as c whole that is being represented. and not various interests of aiivergent segments of its society: Churchill notes that, even if there are reasons 10 orlticize his governement, itis only appropriate tu do so at the level of internal affairs. IL ts also an issue of State Soveretgnty not to bring up a nation’ internal problems to the level of foreign affairs. A country’s government alone is responstble for us poliicat decistons, and! can be fudged solely by ts people. By bringing these problems to another country: itis allowing an alien to the process to interfere in the natural course of events. There can bbe no hierarchy between nations, Each must be responsible for its own business. Mr Churchill was thas not simply suggesting that he was behaving asa polite guest 10 a forcign host. when choosing not to criticize his own government abroad. On the contrary, he was defending the principles of valuable potiticat concepts, 2. Transtate into English Deus, Fé e Politica A religiosidade brasileira & peculiar ¢ define bom a natre2®T pais, Funciona a fogo brando, Somos o pais do sujeito convencido de que é catélico, sem a menor ponta de dlivida, mas s6 vai a Missa do Galo, mesmo assim levado pela mulher; nao tem nogdo severa de pecado; escolhe dos Mandamentos 0 que quer ou no cumprir (sempre excluindo 9 sexto © 0 ‘nono, evidentemente...): decide em que vai acreditar (Sempre mais ou menos), endo sente grande compulsio de coeréncia interior. Mas que € religioso, ¢, E de uma religiio sem trigicos traumas, nem a cobsesso da morte, Nunca com a paixdo espanhola, a praticalidade anglo- sax ou a profundidade germéniea. Que nossa religiosidade & menos envol- Vente que em outras culturas ocidentais, provamn-nos alguns fates. Nos pai- ‘es anglo-saxdos, por exeniplo, aagdo de gragas antes das refeigbes, quot na familia, quer em puilico, é hibito entre nés quase inexistente, Nao temos grupos religiosos holisticos, como 05 puritanos, os quakers, os mormons & (amish, nos quais a religio molds fotalitariamente 0 comportamento social € politico, Hii, entre nés, uma grande caréncia de vocagies missionitias. O Brasit ¢ importador e no exportador de missionérios. Por tiltimo, hi uma séria escassez de santos canoniziveis, o que ndo deixa de ser embaracoso no il a maior nagdo eatéliea do mundo. fi Bsn pwn val cara Devs ¢ gas um membro&fanlin ‘Um pai tolerante, muito ocupado com outras coisas, mas a quem se recorre num aperto. O poeta alemio, 0 francéfile Heine, apreendex bem este sent- ‘mento, mais latino que germanico: “Deus me perdoara, & seu oficio”. Os santos so uma espécie do “conhecidos”. a quem da para pedir wm dinheiro cemprestado, ¢ esquecer discretamente de pagar, E 0 ospitito de barganha nunca est longe: tome promessa para tudo; para ganhar no bicho, e, se dduvidar, até para conhecer biblicamente a mulher do préximo, Herdamos dos avés portugueses uma religiosidade familiar, doce © superficial, que 0 carinhoso culto do Menino Jesus ilustra bem, God, Faith and Polities Brazilian belief ts peculiar and well defines the country’s nature. It fametions mildly. We are the country of the man who 4s convinced he is a 4 Cathie - Without shadow of doubt - yet goes just to Midnight Mass, stilt only because jis wife takes him along: who has no severe notion of sin: who chooses. from the Commandments those he wishes to obey or not (evidentty ‘hea leaving out the stth and the ninth); who decides what ke will be~ eve in (always more or less); and who feels no strong need for internal coherence Yer he is religions. A kind of religion without tragic traumas or an ‘obsession with death. Never with the Spanish passion, the Anglo-Saxon sense of practicality: or the German depthness. That our belief is less involving than those of other western cultures, there are a few facts that prove it. In Anglo-Saxon countries. for example, the act of thanks giving ‘before meals, within the family circle or in public, isan almost non-existing habit among us. We have no holistic religious groups lke the Puritans, the ‘Quakers, the Mormons and the Amish who'e religion molds, ina totalitarian ‘ay: both social and political behavior. There is among us a great deficit of ‘missionary vocations. Brazil an importer, notan exporter, af missionaries. Lastly, there isa serious scatretty of candidates for carmontzation as saints, which is embarassing in today’ Brazil, the largest Catholic country in the world fn our friendly religion, God ts almost one of the family. A tolerant Father, 100 busy with other things, yet to whom one turns when in need. The German poet, Heine, captured this more latin then germanic feeling well: God shall forgive me, it 1s His business “. Saints are lke “good ‘acquaintances ” from whom one may borrow money. and discreetly forget ‘0 pay back, and the bargaining spirit is never far away: all sorts of promises ‘are made in exchange for blessings: be them for winning in the lottery and ‘even, rio doubt, for geting to know the wife af your neighbor in the biblical We inherited from our portuguese grandfather a family-tike belief, sweetand superficial. welt illustrated by the tender cult to the infant Jesus. Orientagio para estudo - Composition ‘The examiners expect advanced knowledge of English and an ability to put itto effective use in a well-planned composition, There are 60 marks for the composition, allocated as follows: 35 Grammatical accuraey (30 marks): Here the examiners assess the correctness of the writing. One mark is deducted for each serious mistake ‘and hatf'a mark for cach minor sip (including punctuation) or spelling mistake, Candidats scoring zero in this section through weak command of English will normally score zero for the entire composition Plan and development of ideas (1S marks): There arc three main iderations here . ory theennddae’s ability to think clearly an express himself logically in English; 2) the relevance of ideas to the subject of the composition; 3) appropriate paragraphing, Candidates should aim to make their composition as interesting as possible, Aithough the examiners eannot demand novel ideas as onc oftheir main criteria, they are likely to be favourably impressed by genuine originality. Passages which appear to have been leamt by heart purely forthe purpose of the examination may well be penalized. it 15 mars); Marks are awarded under this item on a postive bas for tea of god iomatic Engst, sophisticated constructions and a display of broad-ranging vocabulary, Candidates who merely write correct English at a very elementary level may score zero in this section = Translation ‘The examiners are looking for a correct, natural rendition in English ofa text in Portuguese, points being deducted for both grammatical errors and bad style, should the latter interfere with the reading of the text Prova oral Na prova oral de Inglés, jéina Terceira Fase do Concurso. 0 candidato, deverd ler texto sorteado e responder as questies formuladas pelos ‘examinadores. Dispord de cetca de 15 (quinze) minutos pars preparar sua prova, podendo recorter a um dicionisio unilingiic posto & sus dispesiqo pelo Instituto Rio Branco, 36 ‘A arpiiicdo constara de letura em voz alta do texto sor ‘em v rteado, ‘ouem parte, sepuida de resumo oral, andlise de pargrafos ou frases, ‘ctniao a. significagao de termos, ¢ respostas a questies suscitadas pelo texto, Orientacio para o exame oral At the oral examination, candidats are ass. i , candi essed on diction, roounciation, fluency, grammatical accuracy, vocabulary, and ability to acy, yy. and ability to ‘comprehend the text and discuss the topics, and communicate, QUESTOES INTERNACIONAIS CONTEMPORANEAS ‘A prova oral de Questdes Intemacionais Contemporineas teri por objetivo verificar 0 conhecimento ¢ a capacidade de reflexiio do candidato sobre temas intemacionais correntes, incluindo antecedentes, situago atual © posigio do Brasil, ‘Na argiligdo, sero igualmente avaliadas a capacidade do candidato de analisar o tema & organizar sua exposigio, bem como a forma como 0 fari, do ponto de vista tanto da articulagio, como da apresentagéo pessoal A Banca Examinadora valorizara particularmente 0 tratamento que ressalte 0s interesses brasileiros nos temas. © candidato sorteara trés temas © tera 15 (quinze) minutos para preparar sua expesigio sobre um dees. A exposigio devera ser de 10 (dez) ‘minutos, seguida de perguntas da Banca Examinadora, que podera, sjulgar procedente, ampliar © tema inicialmente tratado. Exemplos de temas para a prova oral (0s temas listados abaixo sio apenas exemplificativos. O candidato deve estar preparado para discorrer sobre quaisquer fatos ou fenémenos relevantes da atuatidade intermacional. Para tanto, ¢ recomendivel a leitura habitual de jornais © petiddicos. O conhecimento jomalistioo dos temas niio é,porém, suficiente ¢ deve ser complementado pelo estudo de obras ¢artigos de especialistas em relagdes internacionais, bem como de documentos ¢ textos oficiais de politica externa, incluindo discursos, pronunciamentos e conferén- cias do Ministro de Estado das RelagGes Exteriores, bem como a Carta das Nagdes Unidas, a “Agenda para a Paz” © a “Agenda para o Desen- volvimento” = © cenério mundial pés-Guerra Fria: novas fontes do poder in- teracional, nova agenda global, nova configuragdo politica-estratégica econémico-comietcial = A insergéo do Brasil no cenrio pos-Guerra Fria. = O processo de formulagio da pofitca externa na cra da globalizagio. 38 ~A rede i Eat do papel do Estado-nagio nas relagdes internacionais ~A reforma da ONU. A questdo do Conselho do S : . ‘ons eguranga, + Os novos temas globais: meio ambiente, direitos humanos, populagao, ‘ombats ao cime organizado, migragés, : : =O tems de desvolvimento no mundo ps-Guera Fria Agenda para a Paz" ea “A, eno" Be, wenda para o desenvolvimento" das ~A politica externa brasileira ¢ 0 meio ambiente. 7 Alita externa brasilira©o8 drtos humans, ~ A politica externa brasiei ‘1 ne ira e a evolugio do quadro econémico - Desarmamento, nlo-proliferagdo e acess0. sensi a teenolos Allies extems as quests etatigias SG _~ A politica externa brasileira ¢ 0 entorno regional econdmmicos: o MERCOSUL ea quesiao da integragio. kia ~ AS relagdes com a Argentina, ~ As relagBes com os EUA. ~ As relagdes com os paises em desenvolvimento. O caso da Africa. ~ As migragdes ¢ suas repercussdcs nas relagdes internacionais. -Dplomacia pia. ekadani «oti etema ~ Relagdio entre divida extema, comércio i e wentos ce ma, comércio intemacional investim ~ Eficicia ¢ legalidade das sangées interac rumen de politica externa. —— ~ © fiuadamentalismo istamico: tend@ncias e perspectivas. Bibliografia sugerida a) Livros (*): BO fae Guerra ¢ Paz entre as ages, Editora da UNB, Brasilia, FONSECA Jr.. Gelson e Cameiro Leo, Valdemar (orgs.), Temas de Politica (© Serie do BPR FONAG ate aris Gestiva post) no epi ear: Fano Alene de Guam Miitri R Fer Miistrods Rls Eerses-Aneao 2 Tate. 70170 990 39 Extema Brasileira, FUNAG/ Ed, Atica, Brasilia, 1989. FONSECA Jr.. Gelson e Nabuco de Castro, Sérgio (orgs.). Temas de Politics: ‘Externa Brasileira Il (2 vol.), FUNAG/ Paz e Terra, Brasilia, 1994. HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos, Cia das Letras, $0 Paulo, 1995. KISSINGER, Henry. Diplomacy, Simon & Schuster, London-New York, 94 MAGNOLI, Densétrio, Manual _do Candidato - Questdes Internacionais ‘Contemporaneas, FUNAG, Brasilia, 1995. MORGENTHAU, Hans J Politics among Nations: The Stugele for Power ‘and Peace, Alfred Knopf, New York, SEIXAS CORREIA, Luiz Felipe de (organizador, autor do preficio ¢ dos comentirios). A Palavra do Brasil nas Nasdes Unidas (1946-1995 FUNAG, Brasilia, 1995. WEISS, Th. G., Forsythe, D-P., ¢ Coate, R. A ‘The United Nations and ‘Changing, World Politics. Westview Press, Boulder/San Francisco ‘Oxford, 1994. b) Artigos: BARBOSA, Rubens Antonio. “O Brasil © suas opsies intemacionais Politica Exterma, vol. 3, no. 3, 1994-1995. FONSECA Jr, Gelson. “Aspectos dateoria das relages intemacionais", in Politica Externa, vol. 3, no. 3, 1994-195. ‘Além da bibliografia acima sugerida, recomendam-se as publicagbes do IPRV FUNAG na Colegio Politica Externa ¢ os Cadernos do IPRI (nstituto de Pesquisas em Relagdes Internacionais) F aconsethdvel que o candidato loia regularmente periddicos especializados em relagdes intemacionais, notadamente as revistas Foreign “Affairs ¢ Politica Externa (Paz e Terra, So Paulo). Outras publicagdes recomendadas: Le Monde Diplomatique, Carta Internacional (USP/ FINEP/ FUNAG, Stio Paulo), Contexto Internacional. Sugere'se, ainda, a leitura da Resenha de Politica Exterior do Brasil, jpublicagao trimestral do Centro de Documentagio do Minstério das Relagses Exteriores, na qual estio consignadas atos internacionais, discursos, ‘comunicados conjuntos ¢ outros documentos oficiais. A resenba ¢ encontrada em bibliotecas piiblicas e universitariss. 40. Alguns dos titulos sugeridos na bibliografia aiio tem tradugio para 0 Portugués. A revista Foreign Affairs especializados no envio de livros mundo, Publica anincios de servigos (de quaisquer editores) a todas as partes do 41 HISTORIA Approva de Histéria constari de cinco dissertagdes, de curta extensio, tds das quais tratario do Brasil A) HISTORIA DO BRASH. Programa 1, A independéncia e seus antecedentes: a situagdio politica européia ca transféréncia da Corte Portuguesa para o Brasil. A influéncia das idéias liberais © suas principais manifestagdes. O Brasil, sede da Monarquia Portuguesa: problemas econémicos. sociais e administrativos. A politica externa. 0 Constitucionatismo portugués e a Independéncia do Brasil 2, OBrasif Imperial - Politica c Administrago: a Constituigto de 1824 ‘A evohugo dos partidos politicos. Os movimentos politicos e suas influncias sécio-zcondmicas. 3. _O Brasil Imperial - Economia: a estrutura econémica. A politica econdmiico-financeira do Inmpério até 1844. O protecionismo alfandegario © suas conseqiiéncias. A méo-de-obra: 0 brago escravo, 0 trabalhador assalariado. 4 © Brasil Imperial - Sociedade © Cultura: a populagio, A estrutura social, Vida cultural, 5, O Brasil Imperial - Politica Externa: o reconhecimento da inde- ppendéneia, Os problemas platinos. As fronteiras. Questdes com a Inglaterra, 6 advento da Republica: as erises no fim do Império. A questo religiosa, as questdes militares ¢ a aboligfo da escravatura, Partido Republicano: suas idéias ¢ ages. O Positivism. a2 7. © Brasil Republicano - Politica ¢ Administragaio: a) A Primeira Repiiblica (1889-1930) - 0 Governo provisério. A Constituigio de 1891. A Emenda Constitucional de 1926. A Revolugéo de 1930, }) A Segunda Repiblica (a partir de 1930) -O Constitucionalismo de 1932. A Constituiglo de 1934. O Estado Novo e a Consttuigio de 1937 A redemocratizagdo ¢ a Constituigo de 1946. A Constituigao de 1967, A Constituigio de 1988, 8. © Brasil Republicano - Economia: a) A Primeita Repiblica (1889-1930) - A Estrutura econdmico- financeira, as berangas imperiais ¢ as modificagées trazidas pela Primeira Repaiblica. A crise de 1929 e suas conseqiéncias. b) A Segunda Repiiblica (a partir de 1930) - A industrializasfo. A politica de desenvolvimento apés a Segunda Guerra Mundial 9, _ Q Brasil Repablicano - Sociedade ¢ cultura: a populagio, a expan- ssio demogrifica, a imigragio ¢ a colonizagao, as migragées intemas ¢ a surbanizagto. A estrutura social. A lIegislagao trabalhista. 10, © Brasil Republicano - Politica Exteraa: a) A Primcira Republica (1889-1930) - 0 reconhecimento da Repi- blica © os problemas diplométicos até 1898. A obra do Barfio do Rio Branco. 0 Brasil ¢ 0 Pan-americanismo. A Primeira Guerra Mundial e 0 Brasil na Liga das Nacées 'b) A Sceunda Repiblica (a partir de 1930) - a politica extema do Brasil, A Segunda Guetra Mundial. 0 Brasil ea ONU. O Brasil e a OBA. LL, ‘Transformacées na formacdo social brasileira a partir dos anos 60: a) A conjuntura que precedeu 64 ¢ as alteragdes decorrentes da mobilizagao politico-militar 1b) O periodo 1964-1985, Os governos militares. Sociedade e politica © modelo tecnoburocratico capitalista ¢ as diretrizes econdmicas. Os atos ‘nstitucionais, A ideologia da Seguranga Nacional 4 B) HISTORIA MUNDIAL CONTEMPORANEA Programa 1. Estruturas ¢ idéias econdmicas ‘Da Revolugo Industrial a0 capitalismo organizado: séeulos XVII a XX. Caracteristicas gerais e principais fases do desenvolvimento capitalista, (desde aproximadamente 1780). Principais idsias econdmicas: da fisiocracia 20 liberalismo. Marxismo, As crises ¢ os mecanismos anti-crise: a Crise de 1929 ¢ 0 “New Deal”. A prosperidade no segundo pos-guerra. © “Welfare State” ¢ sua crise. O Pés-Fordismo e a acumulagéo flexivel. 2, Revolugies ‘As revolugées burguesas. Processos de independéncia na América. Conceitos © caracteristicas gerais das revolugdes contemporineas. Movimentos operaries' luditas, cartistas ¢ “Trade Unions. Anarquismo. Socialismo, Revolugdes no século XX: Riissia ¢ China. Movimentos revolucionatios na Arxérica Latina: os easos do México e de Cuba, 3. As Relasdes internacionais Modelos ¢ interpretagdes. O Concerto Europeu ¢ sua crise (1815- 1918): do Congresso de Viena & Santa Alianga © 4 Quidrupla Alianga, 05 pontos de ruptura, os sistemas de Bismarck, as Aliangas ¢ a diplomacia seereta. As rivalidades coloniais. A Questio balcanica (incluindo antocedentes desenvolvimento recente). Causas da Primeira Guerra Mundial. Os 14 ppontos de Wilson. A Paz de Versalhes ¢ a ordem mundial resultante (1919- 1939). A Liga das nagies. A “teoria dos dois campos” © a coexisténcia pavifica. As causas da Segunda Guerra Mundial. As conferénicias de Moscou, ‘Teer, lalta, Potsdam e So Francisco ea ordem mundial decorteate, Bretton Woods. 0 Plano Marshall. A Organizagdo das NagSes Unidas. A Guerra Fria: a nog de bipolaridade (de Truman a Nixon). Os conflitos localizados, ‘A“détente”, A “segunda Guerra Fria” (Reagan-Bush). A crise desagregago do bloca sovidtico, 4 Colonialismo, imperialism, politicas de dominagio 0 fim do colonialismo do Antigo Regime. A nova expansio européia, Qs debates acerca da natureza do Imperialismo. A partilha da Africa e da Asia, O processo de dominagao ¢ a reagéio na India, China e Japio. ESLER SS renee rcrspenesnennonrnsngtaneannesnnane 44 A descolonizagio. A Conferéncia de Bandung. O Nao-Alinhamento. 0 onceito de Tereciro Mundo, 5. A evolusio politica e econdmica nas Américas A expansio territorial nos EUA. A Guerra de Sccessio. A consti- {igo das identidades nacionais e dos Estados na América Latina. A doutrina Monroe e sua aplicagio. A politiea externa dos BUA na América Latina, © Pan-americanismo. A OA ¢ 0 Tratado do Rio de Janeiro, 6. ldéias ¢ regimes politicos Grandes correntes ideol6gicas da politica no séealo XIX: fiberalismo ‘nacionalismo. A construgio dos Estados nacionais: a Alemanha ¢ a Italia, Grandes correntes ideologicas da politica no século XX: democracia, fascismo, comunismo. Ditaduras ¢ regimes fascistas. O novo nacionalismo e a questio do fundamentalismo contemporaneo. Bibliografia sugerida Ay (ria do Brasil: CAMPOS, Fiivio ¢ Doblnikoff, Miriam, Manual do Candidato - Historia do Brasil, PUNAG, Brasilia, 1995, CARONE, Fadgar. A Repablica Velha, DIFEL, Sio Paulo ———.. A Segunda Repiiblica, DIFEL, $30 Paulo. —-. A Tercera Repiblica (1930-1937), DIFEL, S40 Paulo. CERVO, Amado ¢ BUENO, Clodoaldo. Historia da Politics Exterior do Bail. Atiea, Sto Paulo, 1002, COSTA, Emilia Vioui da. Da Monarnia.d Repiblica: momentos decisivos, Ed. Ciéncias Humanas, Sao Paulo, [979- FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: Formacao do Patronato Politico Basile, Globo, Porto Alegre, 1979. FAUSTO. Boris. Hist6ria do Brasil, EDUSP/Editora da ‘Universidade de ‘Sao Paulo, Sdo Paulo, 1995. FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala, Aguilar, Rio de Janeiro, 1977. FURTADO, Celso. Formacéio Econémica do Brasil. Cia, Editora Nacional, ‘Sao Paulo, 1959 (1* ed.). HOLANDA, Sérgio Buarque de, e FAUSTO, Boris (organiz.). Historia Geral 45 da Civilizagio Brasileira, DIFEL, S20 Paulo, IGLESIAS, Francisco, Trajetoria Politica do Brasil, Cia. das Letras, So Paulo, 1993, PRADO JR., Caio. Histéria Econdmica do Brasil, Brasilionse, Sio Paulo, 1945 (I" ed.) SKIDMORE, Thomas. Brasil, de Getilio a Castelo, Paz ¢ Terra, Rio de Janeiro, 1986 Brasil: de Castelo a Tancredo, Paz e Terra, Rio de Jancito, 1990, B) Historia Mundial Contemporanea: ARENDT, Hanna. Origens do Totalitarismo, Cia. das Letras, Sio Paulo, 1989, BARRACLOUGH, G. Introduco 4 Historia Contemporiinea, 4a. ed, Zahar, Rio de Janeiro, 1976, CARDOSO, Femando Henrique ¢ FALETTO, Enzio. Desenvolvimento ¢ Dependéncia na América Latina, Zahar, Rio de Janciro, 1970 (la, digo. ¢ GRENVILLE... 8, AHi Century, The Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge, Mass., 1994, HALL, J. A. Powers and Liberties, the causes and consequences of the rise of the West, Penguin, London, 1992, HALPERIN DONGHI, Tulio, Historia da América Latina, Paz e Terra, Si Paulo, 1975, HOBSBAWM, Eric. A Era das Revolucdes, Paz ¢ Terra, Sio Paulo,1975 ‘A Era do Capital, Paz e Terra, So Paulo, 1977. —. A Era dos Impérios, Paz e Terra, Si Paulo, 1988, ~~. A Era dos Extremos, Cia. das Letras, SP, 1995, JOUVENEL, Bertrand de. “As Origens do Bstado Modemo, Zahat, Rio de Janeiro, 1979 MAYER, Amo, A Forea da Tradilio, Cia, das Letras, Sao Paulo, 1990, OLIVER, Roland. A Experiéncia Africana, Zahar, Rio de Janeiro, 1994. VAISSE, Maurice, Les Relations Internationales depuis 1945, A. Collin, Paris, 1990, WALLERSTEIN, Immanuel. Historical Capitalism, Verse, London, 1993. a 46 A titulo de orientagio para os candidates que desefarem aprofundar © coalecimento da maria, ou que tivesem dificuldade em obter alguma das obras listadas acini eprocurarem leitura altemativa, sugerem-se os seguintes livros adicionais BEAUD, Michel. Historia do Capitalismo de 1500 anossos dias, Brasiliense, Sio Paulo, 1987. BERG, Eugene, La Politique Internationale depuis 1955, Economica, Paris. JOLL, Janes, Europe sines 1870, Penguin Books, London, 1990. KAGARLITSKY, Boris. A Desintegragio do Monolito, UNESP, Siio Paulo, 1991. ROBERTS, J. M, History of the World, New edition, Penguin, London, 1990, PANIKKAR, KM. A Dominaciio Ocidental na Asia, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1977. ‘THE NEW CAMBRIDGE MODERN HISTORY (vol, 9 12), Cambridge University Press, Cambridge. THOMSON, D. Pequena Historia do Mundo Contemporineo, Zahar, Rio de Janciro, 1976 VIZENTINI, Paulo, Da Guerra Fria 4 Crise (1945-1992), Editora Uni- versidade, Porto Alegre, 1992 A Grande Cris Vozes, Petrépolis, 1992, Exemplo de prova no Concurso de 1995 Mariana Goncalves Madeira = 85,00 J. Apés as guerras napolednicas, as grandes poténcias européias ispunham-se ao entendimento © nao mais aceitavam que as relagoes intemacionais ficassem 4 merc® de uma concentrago singular de poder. Analise 0 Concerto Europeu entre 1815 ¢ 1890, no deixando de ponderar ‘seus efeitos sobre a condita das diplomacias. as relagies entre grandes © ‘pequenas poténcias, o movimento das nacionalidades, a gestio de mteresses ‘oriundos da industrializagao c a expanséo ocidental, Sua reflexo levaré a prineipios, regras valores que passaram a informar sistema internacional doséculo XIX © sistema internacional que emerge com 0 fim das ; ‘guerras napo- letnicas & chameio balango de poder, ¢ tem 0 objetivo de impedir a a ‘emergéncia de uma ieniea pottncia que viesse desestabtlizar 0 Jogo de forgas ‘no continente europe. Outro consenso que emerge & a necessidade de restabelecer a orilem nos varios patses que estiveram sob influéncta de Napoledo. As frontetras voltam ao que foram em 1792. Talleyrand, 0 representante francés no Congresso de Viena (1815), consegue uma paz ‘menos dura para sex pals. Nao obsiante a Franga se verd bastante reduzida territorialmente. (Os esforgos dos diplomatas se concentraram no sentido de néio ossibittar 0 reaparecimento do expansionism francés e das forgas libercis resultantes do periodo napolednico nos paises europeus, Este é 0 objetivo da Santa Alianga, proposta pelo Czar Alexandre 1, cuja politica ‘expansiontsia era camuflada pelo sentido da Cruzada Catdlica, Além da ‘Ritssia, Prissia e Austria (destacancl-se 0 conservadorismo de Metternich) facem parte dessa alianga, A Inglaterra nao adere, pois apdia os nacionalismos nascentes; preferira integrar a Qudidrupla Alianca (paises da Santa Alianga e a Inglaterra). Para com 0 conttnente, sua diplomacia se earacterizara por distanctamento relative, dito “splendid isolationism”. Para conter a Franga, surgirdo também estados tampaes «seu redor, como os Patses Baixos A restancragdo, entretanto, no paderd ser completa. Por toda parte, sobreviveni os germens do tiberalismo, As primeiras revolupdes liberats ‘acontecem em 1820, A Revolugéo do Porto, emi Portugal, ¢ de Cétdiz, na ‘Espanha, Acontece, também, no reina das duas Sicilias, em Népoles e na Privssia. A Santa Alianga reatiza os congresses de Troppal e Laybach e intervém na liélia e deixa que a Vranga interfirana Peninsula Ihérica, Com efeto, a Sara Alianga nde logra seus objetivas por muito tempo. Logo, 0 sistema de congressos, reunides periddicas para controlar ‘movimentos liberais, se revela ineficaz. Mesmo porque a Inglaterra, grande poténcia naval, esté envolta em suas conquistas de wltramar Nao the interessa a manutengdo de grandes estados, Apéia de inicio tacitamente, depois com grande énfase, as nacionalismos na América Latina As revoludes de 1830 sao outro impeto revolucionério fatal para as forcas conservadoras. A Bélgica se declara independente da Holanda. Na Franca, pée-se fim a dinastia Bourbon, e Luis Felipe de Orleans se instala no poder. Nova onda de mavimentos acontece no ano de 1848, varrendo a resteuragdo de varios paises europeus - Matta, Prissta, Franga. Nos dois pprimetros paises, ela toma sentido nacionalista. Os liberats da Alemanha exigem uma constiruigdo e desejam a unido; enquanto que na Franga, 0 ‘movimento é vitorioso - surge a Comuna de Paris, inspirada no sacialismo k 48 ‘wtbpico de Fourier Louts Blane inteia governo socialist, instala oftcinas de trabalho para chegar ao pleno emprego. Mas, mesmo na Franga, onde arresistencia liberal é mais forte, as forgas reaciondrias iratam de conter 0 bers A partir de inleios dos anos 60, Alemanka ¢ ldliatniciam seu proceso de unificagdo. Ji tinham sido jeltas rentativas em 1848, sem sucesso. A Niélia participa da Guerra da Criméia (eausada pelo desejo da Russia de possuir tire trdnsito nos estretos de Bésforo ¢ Dardanelos) e tenta ainda com Napoledo HH atianga contra a Austria, que domina Venécia ¢ Lombardia, A Alemanha trata de anexar ducados dinamarqueses, cujos rincipes germénicos demonstram, desde a morte de Cristiano IX da Dinaimarca, 0 desejo de integrar a confederagtio germanica, Para isso, a iti llase 0 Austria, ass Jogo desman ‘lianca. Na Batatha de Siidova (1866), 0 germénico Moltke derrota os austriacos, obrigados a assinar a pase Praga, 0 que favorece igualmente a Itélia, que quer unificar 8 esiados do norte. Para a Ilia, faliam as estados do sul e, finalmente, Roma, que nesse momento final é apoiada por Napoledo Hl. Mas a guerra franco-prussiana (1870-71) é 0 desenlace final. As unificagbes: Alemanha € Ilia tem processos de unifteagdes paralelos e entrelagados. Para Conseguirem atingir a unidade, contaram com a forga da alta burguesia, tironeira do processo de industrializagaes. A Alemanha tem trés parques industriais - Saxe, Silésia e Rendnta. A Iiélia favorece a industrtalizagao do norte. ‘Mas de todos os patses que passaram a ser atingidos pela revolugtio industrial inglesa do século XVII, a Alemanha possi a primazta no Continente ¢ continuard avangando com mais forga apés a unifieacdo. De 1871 @ 1890, a politica bismarckiana de aliangas manterd 0 contineme sein guerras. Bismarck langaré a interativa da liga dos tres imperadores (Prissic, Austria e Rissia) wrtndo dessa forma dots rivats. Ele incentivard ‘também o imperialismo dos europeus, especialmente dos franceses, no intuito de apazigud-los quanto as pretensdes na Alsdcia-Lorena, regio perdida para a Alemanha pelo Tratado de Frankfurt ‘No expansdo ocidental, a Inglaterra sairé na frente. Conquista 0 Egito apis Disraeli comprar do Pan Ismail as agdes da Cia. do Canal de Suez e aproveita-ce de ume agitazdo ant-ocidental para afastar a Franca dagtele pais. Dez anos apés a revolta dos cipaios (1857), conquista a India. Na Africa, desefa ligar 0 Egtto ao Sul (Cabo da Boa Esperanga). Sitas Gonquistas se chocardo com a expansao francesa em Fachedla (Suddo), | 49 or volta ca década de 80, A Franga ¢ 0 segundo império. O colonialismo franots & incentvado com o ministério de Jules Ferry (1881-1883). A Alemanha organiza o Congresso de Berlim (1885) para tentar normatizar 0 processo de conguista. E uma temtattva de Bismarck de revelar o prestigio de seu pais. A pretexto da questa do Congo Belga, os paises deeidem como deve se dar o processo de conguista na Africa. O proceso também ‘corre na Asia e Exiremo-oriente. As perdas chinesas na guerra com 0 Japao detxam a China vulnerdvel as pretens@es da Buropa. Por fim, vale dizer que a partir de 1890 a industrtalizagto ¢ a ‘modernizacdo politica aumentam as rivalidades imperialistas entre paises europeus. A partirde entat, a Inglaterra sairé do " splendid isolationism”: O sistema de alicngas bismarekianas se mostrard incape: de se manter. A atiartga austro-russa, desde 1815, jé havia sido posta em cheque na guerra da Criméia. A unido de interesses entre esses dots paises ¢ artificial é ‘passogeira. A Rissa se expande (..) na influéncia pelos Baleas. A Alemanha passant a ser mais nacionalisia revanchista. Em 1890, os revistonistas do tratado de 1815 estardo fortalecidos para mudar 0 jogo de forgas na Europa. 2, Nos anos 1890, 0 termo imperialismo passou a ter uso corrente na {inguagem politica ejomalistica. Homens de Estado até mesmo orgulhavam- se do adjetivo. Quando os marxistas, de Lénin aos teoricos da dependéncia, desenvolveram suas teorias do imperialismo, o termo adquiriu conotagdio pejorativa. Analistas no marxistas acabaram, todavia, por negar os argumentos que serviam a0 marxismo revolucionario, Ao examinar 0 pensa- ‘mento de uns € de outros, examine 0 fundamento © a coeréncia de seus discursos O imperialismo denota uma politica dos paises europeus que, deste segunda metade do século XIX. tentam dar continuidade ae processo de desenvolvimento econdmico de seus paises. Oimperialismo serta, portanto, decorréncia da légica da processo de industrializagto. Por ésto, « Inglaterra 4a maior e primeiro pals em termos de conguistascoloniats: O aumento da producti industrial ndo segue o crescimenta da demanda interna dos paises. Assim, eles sdo levados « procurar mercados consumidores para fitzer frente «ao crescimento da oferta. pine oie ‘imperialistmo como iitimo estigio do capiralismo, on seja, 0 capitalismo comercial passavea a ser industrial e manopalista, 30 A concentragiio de prodiugdo em grandes conglomerades tmpunha a obtencao infinita de mais e mais meroados para possibilitar a continuagao do cresctmento industrial. No momento em que a oferta no encontrasse mats demand, enti deveria se dar a derrocada do capitalismo queatingiria sett méécimo ¢ seria destruido. A imica sohugdo seria um sistema ancorado em bases opostas - 0 Socialismo. A concepyto leninista revisa 0 sentido positive do imperialismo empregado petos homens de Kstado do século AX, pois demonstra que 0 imperialismo é prefudicial para as sociedades eujos governos o adotam porque a produgdo desconsidera o mereado interno, Este pode mesmo se encontrar rauito restrito porgue os baixos salérioy colaboram para a competitividade do preco dos produtos. Em segundo lugar. 0 imperialismo prejudica o desenvolvimento dos mercados consumidores, Impotentes para desenvolverem sua produgéo industrial A tese ¢ retomada polos reéricos da dependéncia em meados das anos 60, redicados na Escola da CEPAL (Comissao Kcondmica para a ‘América Latina da ONU). Entre seus expoentes, encontram-se Raul Prebish, Twotonio dos Santos ¢ Fernando Henrique Cardoso. Compreendendo a ‘raqueza da teoria das vantagens comparativas de David Ricardo, e seus efettos prejudictars para os paises em desenvolvimento, exportadores de ‘matérias-primas, os dependentistas quiseram tr de encontro as defesas do proceso de irocas comerciais do neo-imperalismo. Ox seja, 0 comércio exterior estaria prejudicando os paises pobres dada a imutabilidade des tutes de exportagtio. A solueio seria a substitutgdo de tmportagdes com dase no desenvolvimento dos mercados internos e na montagem de parques industrials. Os dependentistas nao tinh a visdo stmplista de Lenin e nao advogaram o estabelecimento de regimes sociatistas. Mostraram apenas como 0 processo iniciado com o imperialismo do século XIX dlesembocou em perdas substantivas para as paises no-imperialistas, Tinkam clara infludncia marsista, mas, em termos politicos, ndo defendiam solucBes mar- isis. Os criticos do marxismo, realistas politicos, defendem que a concepeio de imperiatismo nao se assenta apenas em bases econdmicas. O processo de expansdo colonial na Africa ¢ Asta no século XIX atendeu a outros imperativos, além da busca de mercados consumidores, Havia a preceupagdo de encontrar espacas para as migragdes ewropétas, dado 0 ‘rescimento populacional ocorrido ao longo do século XIX. Ademais, 0 ‘mperialismo & especialmente um fendmeno de luta de imagens, de prestigio, entre os patises europeus. Delgado de Carvatho demonstra que a Franca a recebia menos do que investia em sew império. Os gastos éftim enormes. Porianto, o imperialismo seria também uma moeda de poder nas relagdes internacionais, no apenas decorrente de. razdes capitatisias. Bismarck apoiava o imperialismo dos outros paises, mas teve que ceder a onda de conguistas que acontecia na Europa do fosal do Século. Os tedricos realistas (da “realpolittk) aereditam que os paises dlevem perseguir objetivas pragmatics e que, portant, inevitavelmente 0s interesses se chocam. O imperialismo é demonstragdo de farga e ndo haverta ‘motivo para, dada a anarquia das relagdes tnternacionais, nit fazer uso dela. Contra esses teéricos, os globalistas (da corrente globalista- das relagées internacionais) denunciam 0 atual neo-imperiaiismo, ancorada ‘nao mais em trocas externas, mas no poder de dominagdo pela tecnologia, ‘oconhecimento cienifico. Esta é uma corrente mais ctualizacla da concepe0 de imperialismo; desia vez, muito mais sutil, mas igualmente perverso, porque aumenta cada vez mais a distancia entre paises possuidores & nto ossuidores de tecnologia, 3. Historiadores ponderam os efvitos da Guerra do Paraguai sobre 0 [mpério em termos de criss. Ao julgar essa tese, avalie as cousoquiénciss do conflito sobre o governo de Gabinete, 0 orgamento, a instimigéo militar © 0 prestigio da monarquia, A maior ¢ itima guerra do Império pode ser considerada sob dais Jangulas -a consolidagdo da hegemonta brasileira no Praia e os efeitos de crise sobre o sistema politico-econdmico interno. Os historiadores privilegiam o segundo aspecto porque a Guerra do Paraguai troze novo impeto as forcas modernizadoras que acabaram derrubando 0 regime ‘monarquico. A primeira crise decorrente do confito aconteceu no Gabinete e:fot tumdos fatores que levaram ao fim do pertodo da Concilingao (1853-1868). No tiltimo gabinete, de Zacarias, 0 Imperador se alia aos conservadores porque estes queriam mandar Luis Alves de Lima e Silva para combater na ‘guerra. Caxias era conservador e tinha apoto dagueles polities. Cria-se, enttio, a contradigéto com o gabinete lineral que sai do poder em favor dos conservadores. A partir de entdo, as reformas progressisias serdo barradas. O programa da Liga Progressisia, formada por liberats que desejavarm ‘modernizar o sistema politico (rejorma eleitoral, maior controle do poder ‘monérquico), ndo seré realizado, ft 52 Os efeitos negativos nas camtas do Império seré outro motivo para veo Imonarguia, Alé antes da entrada de Castas na guerra, irgentina ¢ Uruguai Iuervam com a manutengdio da guerra os portenhos de onteridie Bueno hrs onre ets, Ug gue dea de. Solano Lopez, passa c neutralidade, percebendo os iucros do comércio. que desejava realizar) proviam a Império com materiais e alimentos, O Império contrala dividas crescentes. Argentina e Urugual tinham menos interesse em frnatizar a guerra. Nos idtimos dois anos, abandonam as forgas brasileiras que passam a combater sozinhas. Ademais, as dividas que 0 Inipério teve que fazer junto & praga de Londres para custear a guerra também peson no desequilibrio financeiro apés a.guerra. © papel dos militares representox outro golpe de forga no Império, 0 Exército passa a tomar consciéncia de seu papel reformador e de seu equeno peso politico no regime monarquico, situagao esta que seré um dos fiaores fundamentais para a queda do Império. A contradigtto entre 0 Império e os regimes republicanes de seus aliados dotaré os militares de rnovas jorgas para exigir reformas. Ademais, os conttngentes contaram com ‘_partcipaeaio dos voluntirios da Péiria, formados especialmente de negros aiforriados. A presenga desses negros iré colaborar para que o Fxérelto soja. favor do fim da escraviddo. Desa forma, a guerra do Paraguai representa um fendmeno con- ‘raditério , talves, amb\guo. Isto acontece porque, a despetto das resultados desagregadores resultantes da guerra, o Império vence. Consegue derrotar as pretensces de Lépezdo grande Paraguan, formado por Paraguai, Uneguei as provincias Argentinas de Corrientes ¢ Enure Rios, além de pedago do terntério brasileiro. O Prata se encontra apaziguado. Tropas brasileiras ermaneceram no Paragual até 1876, mesmo aps a paz de 1872 com 0 Paraguat, por temor de rivatidades com a Argentina. Mas os governos do Prata sent tteres do Império,o que determina a contradigdo entre avitéria suit hegemonia na regio (com bases em tratadas vantajasos nito sé com 2 Paragual, mas também com Mitre Flores) e, por outro lado, a imstabilidade interna que passaré a nortear as tltimas duas décadas do Império. Os efeitos mais imediatos serdo a pressdio do abolicionismo (que seri feito gradualmente, a partir da Lei do Ventre Livre de 1871, depots a Lei Saraiva Cotegibe de 1885 ¢, finalmente, a Lei Aurea de 1888), 0 surgimento da quesito militar (os milliares Iutardo por mais direitos & influtncia politica; em 1875, eles estardo proibidos de se expressarem 33 publicamente), 0 problema financeiro (mats tare agravado pelas crises do café, especialmente a partir da Repitblica). Fale também destacar que a conjuntura interna que emerge durante e a partir da Guerra do Paraguat é de radicalizagao de tendéncias. Nao haveré mats possibilidade de concitiagdo entre liberats ¢ conservadores. A demanda por reformas politica {como 0 fim do voto censitério) sera amenizada com a Lei Eleitoral de 1881, que acaba com a eleigto de dois turnos ¢ umenta o miimero de votantes, Mas as reformas serio poucas porque os Conservadores temtarao deté-tas. Surgira, jd em 1870, 0 Manifesto Republicano ¢ 0 Partide Republicano. Rut Barbosa tentara renovar 0 Partido Liberal, mas suas idéias serdo consideradas muto avangadas. Hé un racha no Partido. Rui Barbosa se dectara “Republicano do dia seguinte”. Cada vee mais, estar cevidente a contradigao entre o prestigio internacional de D. Pedro If, com base em sua diplomacia presidencial, e na vitsria na Guerra do Paragual, € a incapacidade de harmonizar as forgas politicas interaas, 0 que acaba ‘gradativamente minando o prestigio. Portanto, para o Império, as conseqiiencias serao negativas, agugardo 0 liberalismo progressivamente republicano e colocarde 0 Monarea e as forgas conservadoras em situagio de impasse. As relagtes internacionais - confito no Prata- reaproximaram 0 Inpério da Inglaterra, com quem havia rompido relagdes por causa da questo Christie, A Ingla- terra percebex a forga da hegemonia brasileira no Pratare tentou minimizar ‘esses resultados, oferecendo auxilio financeiro 4 guerra do Paraguai marea 0 inicio do declinio do Império. A ‘monargiia e os gabinetes conservadores nao saberdo como lidar com os efeitos perturbadores do conjlito e acabardo impotentes frente dx forgas republicanas, 4. E-sabido que a magonaria ocupou papel de relevancia no nascimento do Império brasileiro. Ao longo do século XIX ela esteve presente cm diferentes percepeSes politicas de lideres ¢ revoltosos. No nascimento da Repiiblica, teve a magonaria papel diferente ou similar ao que desempenhou no Império? Diferente ou similar daquele desempenhiado pelo positivismo? No surgimento da Reptiblica, a magonarta gerou a questo religi- cosa. O Brasil do império instituiu a refigido oficial catélica, mas na sociedade brasileira foi-se consolidanda um sentido de liberalismo nos costumes, especialmente nas crengas religiosas. Como bem demonstraram 34 Gilberto Fray © Sergio Buargue de folanda em seus respetivos Casa Grade. Sereala © Ratzes do Brasil, 0 catolicismo no Brasil nfo se wpresentow com toda rgideztipiea do eontexto europen. A permissividade gee caraclenzow a prétias moral cabo possibiltando que na propria {grea cidlica howvesse padres maons. 4 magonaria tee, ao longo do Império, vies facta. Em alguns casos, apotou mavimentos ebelds que fe opunham @ centratzagto poltica eram a favor do lberalismo, iretanto, mesmo no governo, alguns deputados eram simptcanes, como 0 conde do Rio age fa conjuntura do surgimento da Repiiblica, a magonay , ta, arma tactament,acabou reprsenendo fora conrirta ao Impene porgue separou a igreja do Estado, retirando a sustemagao do poder rete sentido, teve papel semethante ao postuivismo que rope o Estado lai também prope o Eso lec (canepto qu sew presene na Cartade sos anit la papa gue imped iad da igrea com a magonara ndo " aplicada com rigor no Bras. dlguns incidentes aconteceram quando cordens religiosas denunciaram a ligago de padres com a Magonaria. Isto aconteceu vm Olinda e Part. No Rio de Jemeiro,o Visconde do Rio Branco ea de uma fesia em sua homenagem reatizada por magons, 0 que ‘a magonaria como Império. A wlroade inderis a maronata como InpénaAconegencta 0 fd padroade Portanto, a magonaria representava forga modernizadara do sis- tema politico que, comao ismo, one, a 0 Poste, acabou se chocando coma resistencia 5, _ B licito interpretar a Operago Pan-Americana 4 (OPA) de Jus Kaeo cme inp pte monn Poli eens Brace? e a assunto nas suas relagdes tanto com a tradigio varguista de acoplar ‘politica exterior ao desenvolvimento nacional quanto com 0 ocidentalemo £0 contexto da Guerra Fria. Examine, ainda, o impacto da OPA sobre 0 ‘Pan-Americanismo e a pritica do multilateralism. OPA é langada em pleno contexto de Guer coniexto de Guerra Fria e de exacerba- io do espe aminrte-americanisia da América Latina, No al de erra Mundial, a América Latina estava sob a égide dos BUA. Foram ssnades 0 TAR (Tratado Ineramertcano de Assstencia Reciproca de 7) pelo qual xe fuidamentava a defesa conjunta do continente - quailquer 55 ‘ataque a-um pats americana seria considerado ataque ao continente, Em 1948, foi criada ci OFA (Organizagao dos Estados Americanos). Os EUA dominavam a EA e usavam este concerto politico pare manter a América ‘Latina sob a égide do ocidentalismo como um “backyard”. Oalinhamento politico, entretanto, no era seguido por cooperagdo econdrnica. Os EUA fe proocupavam em fazer face & expansio russa na Asia. ‘A diplomacia brasileira evolutra a partir do “alinhamento au- tomatico” de Dutra que no logrou airair capitais estrangeiros part 0 ‘pais. Dutra sent o governo das “ilusdes”. conforme exprimiu Gerson Moura. 0 segundo governo Vargas seré:conflituoso, A Misstio Abbink (1948) ¢ a ‘conseqiiente criagto da Comissdo Mista Brastl-EUA (1950-51) ni surirto ‘os efeitos esperados. Vargas nao atendera as exigénctas norte-americanas. {Os investimentos no Brasil serio minimos porque 0 nacionatismo desenvol- yimentista de Vargas restringe aiparticipagao de multinactonais e privilegia {a estatizagto da indstria (como, por exemplo, no caso da Petrobrds em '1953). As eoncepedes do desenvolvimento nactonal astardio divididas entre ‘os nacionalistas ¢ 08 liberais associados. Estes iltimos sairdo vitoriosos com a eleigdo de JK. JK abre a economia para os capitais extermos, fazendo grande uso dea instrugto 113 da SUMOC (Superintendéncia da Moeda e do Crédito), mas alineja o aumento dos tnvestimentos. As relagdes de possivel eooperagao com a Europa esbarravam com a criagdo da Comunidade Eeonémica Européia pelo Tratado de Roma ce 1957. JK remia o fechamento do mereado ‘europex para produtos brasileiros em decorrencia das tartfas preferenciais Gade aos patses africanos. E enti que JK tentaatrcir 0s capitals norte americanos. Percebendo a dificuldade da manutengao do alirhamento politico de América Latina com os EUA, JK tenta transformar 0 alinhamento po- litico em cooperagdo econdmica, Sew poder de barganha encontrava-se ‘algo deteriorado, pots 0 Brasil nao havia mandado tropas @ Guerra da Coréia (como 0 governo dos EUA esperava). JK soube aproveitar a.con- juntura regional de insatisfagéo popular, expressa no exacerbamento das reivindicagdes trabathistas, dos movimentos contestatérios rurals e urbarwos por toda a América Latina. ‘A visita do Vice-Presidente Nixon dos BUA foi o estopim do lan- amento da OPA em 1958. Nixon havie sido mutto mal recebido na Amé- Hea Latina, Neste contexio. JK escreve uma carta ao Presidente Eisenhower expondo ai situagiio de awmento de pobreca e de radicalizagte politica 56 referindo-sea “ideologias exésicas” (eufemismo para ideologia comunista) {que estariom ameagando a estabilidade politica da América Latina A OPA no ¢ bem acolhida, mas revela uma tentativa ambiciosa de renovar os canats diploméiicas, nao mais pela via do bilateralismo, mas faendo uso de concertagtes multilaterais com o continente. A diplomacia de JK, baseada ‘no capitalism assoctado, representa também a regionalizagao das relagtes exteriores do Brasil (A Politica Externa independente ird.“munitializar”), 4 OPA demonsira também a continuidade da politica externa gue, desile 1930, com Vargas, se caracteriza pela busca do desenvolvimento nacional. A OPA néo ter, entretanto, mutes efeitos. revolugao comunista em Cuba (1959) despertard 0 governo das EUA para a necessidade de renovar os lagos cam 0 continente. O Presidente Kennedy lancaré a Alianga ara o Progresso, que incluird alguns prineipios da OPA, como a coo- peraeio econdmico-financeira, mas também ndo se concretizard na pritioa or investintentas importantes. Para o pan-amerteanssmo. os resultados serio positives. JK nda hevia discutido com os governos latino-americanos ‘oanpamento da OPA, mas os rutos wniram os paises. AALALC (Associagto Latino-americana de Livre Comércio) e o BID (Banco interamericano de Desenvolvimento) sto ettados pela historiografia como consegtiéncias da OPA (1938). A OPA representard a tentativa de modemizar a politica externa, Imiciando um proceso de estreitamento de relagdes entre os patses da América Latina ¢, nesse sentido, fortalecendo 0 pan-americanismo ¢ 0 ‘multilateralismo ~ forgas que irao ameagar a rigidez do bipolarismo, especialmente a partir de meados dos anos 60. Com 0 interregno do go- verno de Castelo Branco, a diplomacta brasileira ndo se nortearé pelo alinhamento com os EUA. tentaris encontrar novas vias de desenvolvimento com paises do Terceiro Mundo ¢ privilegiard 0 multilateralismo, sem se desvincular do acientalismo hegemonizado pelos EUA GEOGRAFIA A prova de Geografia constar’ de 5 (cinco) dissertagées, de curt ‘extensio, das quais 3 (trés) referentes ao Brasil, Programa 1, Sociedade e Espaco: 0 campo de reflexio da Geografia. 1.1 ~ Espago e valor: tcorias ¢ conccitos da Geografia Econémica. 1.2 -Espago e poder: teorias e conceitos da Geografia Politica. 1.3 - Espago e tempo: teorias ¢ conceitos da Geografia Historica 1.4 - Espago e representaso: teorias e conceitos da Geografia Cultural 1.5 ~ As teorias geograficas da relagao sociedade/natureza, 2. A Formacio Territorial do Brasil. 2.1 - Macrodivisto natural do Espago brasileiro relevo, clima, vegetagdo c hidrografia) 2.2 - Os grandes cixos de ocupagio do terrt6rio e a cronologia do processo, 2.3 - A dofinig&o dos limites tervtoriais do Brasil 2.4 A estruturagaio da rede de cidades no Brasil e os processos recentes de urbanizagio 2.5 - © proceso de industrializagdo ¢ as tendéneias atuais da localizagdo das indistrias no Brasil 2.6 - © processo de modernizagio da agricultura no Brasil © suas tendéncias atuais 2.7 - Regionalizagdo ¢ divisdo inter-tegional do trabalho no Brasil 3. O Brasil no Contexto Geopolitico Mundial. 3.1 - O processo de globalizagsio econémica e a divisdo internacional do trabalho, 3.2 ~ Heranga colonial, condigdo periférica e industrializagao tardia: a América Latina, 38 3.3 - Transnacionalizagdo da economia e globalizagao das relagdes: © petiodo téenico-cientiico 3.4 Anova ordem intemacional eas tendéncias geopoliticas na escala slobal: a formagao de blocos. 3.5 O provesso de estruturagio € os objetives do MERCOSUL. 3.6 Perspectivas de integragdo na bacia amazBnica 4 - A Questo Ambiental no Brasil ¢ os Desafios do Desenvolvimento Sustentve. 4.1 ~ As demandas de sancameato bisico ¢ a qualidade de vida nas cidades.brasleiras 4.2 - Desmaiamentos e avangos da fronteira agropecudria no Brasil 43-0 meio ambiente as politicas de ocupagéo da Amazinia. 4.4 - Os ecosistemas brasileiros e as principais causas de sua degradagao. 45 - A conseiucia ambiental ¢ o planejamento de usos do solo sustentiveis, Bibliografia sugerida ANDRADE, Manuel Correia de. A Terra eo Homem no Nordeste, Ed Hiucitee, So Paulo, 1979. ARAUJO, Regina Célia. Manual do Candidato - Geografia, FUNAG, Brasi- lia, 1995 BECKER. Bertha. Amazinia, Ed. Atica, $0 Paulo, 1990 BECKER, Berthae EGLER, Claudio. Brasil: Uma Nova Poténcia Regional na Economia Mundo, Ed. Bertrand, Rio de Janciro, 1993. CORREA. Roberto Lobato. Regiso © Organizacto Espacial, Ed. Atica. So Paulo, 1986. COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as Politicas Territoriais, no Brasil, Ed. Contexto, Sio Paulo, 1988. Gcografia Politica e Geopolitica, Ed. Hucitee/Edusp, ~$fo0 Paulo, 1992 MORAES, Antonio Carlos R. Geowrafia, Pequena Historia Critica, Ed. Hucitee, So Paulo, 1982. ——. Meio Ambiente ¢ Ciéneias Humanas, Ed. Hucitec, Sto Paulo, 1994 so SANTOS, Milton. Metamorforse do Espago Habitado, Ed. Hucitec, Sio Paulo, 1988, A Urbanizacio Brasileira. Ed. Hucitec, So Paulo, 1994 SANTOS, Milton et alli Fim de Sécuto ), Ed, Hucitec/ANPUR, Sa0 Paulo, 1994 SCARLATO, Francisco C. etalli. Globalizagao e Espaco Latino-Americano, Ed. Huci- tec/ANPUR, Sao Paulo, 1994 SOUZA, Maria Adélia A, ct alli. Natureza.c Sociedade de Hoje: uma Leitura Geogrifiea, Eid, HuciteciANPUR, Sio Paulo, 1994. ‘A titulo de orientagao para os candidates que desejarcm aprofindar 0 estudo da materia, sugerem-se as sepuintes leituras adicionais: ANDRADE, Manuel Correia de. O Brasil ea América Latina, Ed. Contexto, ‘Sao Paulo, 1989. ————.. 0. Desafio Eeolégico, Ed. Hucitee, So Paulo, 1994 BARRIOS, Sénia et alli. A Construcio do Espago, Ed. Nobel, S40 Paulo, 1985, BURSZTYN, Maree! (org) Ed, Brasilense. Sao Paulo, CANO, Wilson, Raizes da Concentracio Industrial em So Paulo, Ed. Difel. Sao Paulo, 197 CORREA, Roberto Lobato. A Rede Urbana, Ed, Atica. Sao Paulo, 1989, DAMIANI, Amélia, Populacio ¢ Geografia, Ed. Contexto. Sio Paulo, 1993, HAESBAERT, Rogério. Blocos Intemacionais de Poder, Ed. Contexto. So Paulo, 1991, LAVINAS, Lena ct alli. Resstruiuragio do_Espaco. Urbano ¢ Regional no Brasil, Ed. 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Subdesenvolvimento ¢ Geografia, Ed, Contexto, ‘Sao Paulo, 1992, Exemplo de prova no Concurso dé 1995 Carlos da Fonseca - 81,00 1. 0 mundo experiments na atualidade a maior accleragao do tempo hhistorico de que se tem noticia, onde novas tecnologias fragmentam ¢ individvatizam o trabatho em tomo de redes de informago, e onde ocorre a ‘mundializago das trocas © dos fluxos de informagio nas areas comercial, financeira, académica ¢ tecnolégica. Levando-se em conta 0 modelo de ‘onganizagao espacial brasileiro, quais as regides que aprosentam condigSes ‘mais favoraveis de desenvolvimento, diante da nova realidade internacional? O mundo experimenta atualmente wna nova e acelerada etapa de sseudeservolvimento ecandmico-industrtal, marcada por una aceleractio sem prucedentes do acesso a informagao através de uma rede intrincada de Fomecimento de dados que se vem espathando pelo murdo. Tal etapa, comumente chamada de 3° revolugdo industrial. se caracteriza pelo desemvolvimento de tecnologias novas, de altissimo valor agregado, que cumprem 0 papel de mulliplicador da produrividade das mdistrias ¢ de acelerador ~ dinamizador da produgao de servicas. Uma sintese ampla co processo evolutivo da incustrializagio mundial revelaria uma gradual aceleragdo no desenvolvimento de tecnologia e mcios de produeilo. Paralelamente, apontaria para uma relagao estreita entre al aceleragdo e um processo de cancentracdia/monopolizagdo das meios de a produgao ¢ de capital. Grosso modo, & Hetto dizer que a aceleragao no proceso de desenvolvimento econémico-industrial & proporetonal ao grau de interagdo (e monopolizacdo) das econonnias mundias 0 que vemos hoje & uma etapa nova, que marca uma aceleragtio exponencial no processo de desenvolvimento, e & coerentemente carac- ierizada por uma globalizagao da economia mundial. O tempo histérico fot acelerado, de fato. pois as distancias a serem percorridas pela informapio se encurtaram sobremaneira, O trabalho fragmentou-se. nea ‘medida em que, @ tradicional divisdo de trabatho, se sobrepds wana gama intrincada de relagbes de troca de informagdo que jé nd respeitam alogica nacional ow regional. O acesso direto a redes de comunicagdo como a Internet, a construgio de uma complexa rede internacional de informagdes (GL) dé acessa a todos agueles que jé se encontram preparados para uusufrui-la, a uma porta de acessa imediato ao mundo, A terceira revolugdio tinclustrial nééo somente acclera o tempo historico como também contribut ara una “reconstruedo" do espaco, na medida em que cria ‘novos flucos econdmicos ¢ aproxima regides distantes. 0 Brasil vem erlando condieites para usufusr plenamente dessa nove etapa no desenvolvimento mundial. E preciso, no entanto, considerar de ‘maneira histérica, 0 proceso evolutivo do desenvolvimento econdmico brasileiro, pois dele decorre o aproveitamento regional desses novos metos coferecidos pela tecnologia da 3*revoluedo industrial Assim, é necessério considerar que nosso desenvolvimento econd= ‘ico se dleu sempre de forma concentrada em algumas regides do pais. A ‘egemonia econimtca do café na regiao Sudeste criow condigbes parame acumulagto de capital que promoveu um desenvolvimento industrial precoce. Tal processo criow condictes prévias para uma aio gavernéx ‘mental que privilegiou (nas anos 50, 60 e 70) 1al regia na elaboragio de projetos de infra-estrutura - construgdo de estradas, hidrelétricas,indistrias de base. A regido Sudeste velo, assim, av longo dos anos, acumuilennde benefictos que a tornaram atraente ao capital externo. Durante os anos 70 £€80, conjugarani-se assin a acdo do estado entoritiro (que, através do 1° 2° PND, privilegiaram processo de desenvoivimenta marcado por forte concentragdo - geografica e de capital) ¢ de capital internacional, que privilegion a regido Sudeste, “core area” nacional, por ali encontrar condigies favordveis para seus invesitmentos. © resultado de tal processo, em termos de organizagaa de espago nacional, évisivel: uma "core area” concentrando a maior parte da rigneza 62 nacional (produzindo mais de 70% do PIB nacional) « articulando o pais através de suas redes de estradas e ferrovias. Paralelamente, encontramos sua “periferia deprimida” na expressio feltz.da professora Bertha Becker situada basicamente na regidio Nordeste, e wma drea de "frontetra de re- euros”, ao Norte e Centro Oeste. Diante de tal sitwagdo, ¢ facil prever que as regioes que apresentam hoje condigdes mais favoréveis para o pleno aproveitamento dos beneficios a 3* revolugio industrial -0 que acarretaria maior grau de desenvolvimento = 80 as que compoem a “core area” brasileira: as regides Sudeste € {Gecundariamente) Sul. Tal fato se dl, basicamente, em fungéo de essas reas concentrarem: ~ 0 maior niimero de universidades. que as colocam em contato direto com as mais recentes pesquisas tecnoldgicas mundiais = 0 maior mimero de indistrias - 0 maior niimero de consumidores com poder aquisitivo suficiente para ter acesso a comptadores, ete. = as empresas com maior capacidade para desenvotverem redes de informagdes ¢ acessé-las dx redes imundiais (GLI) +0 maior volume de capital + infra-estrutura compativel com as necessidades inerentes a tal processo de desenvolvimento ~ acesso a Internet, a satélites, a redes de ‘comunicagdes por fibra dtica, etc. 2. Resultados prefiminares do Censo Demogrfico de 1991 apontam para ‘umn redirecionamento dos fluxos migratérios, em que os movimentos intra- regionais prevalecem sobre os inter-regionais. Um aspecto importante dessa «indica populacional éa predomindincia dos deslocamentos de curta emédia distineia em diego ds grandes cidades, especialmente as capita dos Estados ‘eaalumas cidadcs de porte médio. A que se pode atribuir essa nova tendéncia dos movimentos migratorios no Brasil, ¢ qual sua relagdo com o desenvol- ‘vimnento econémico e social recente do pais? 0 redirecionamenta dos fluxes migratérios no Brasil pode ser relacionado ama série de faiores que dizem respetto ao processo atual de desenvolvimento de nossa economia. O primeiro fator a explicar diretamente 0 recuo dos fluxas inter- ‘regionais ¢ provavelmente o “fechamento” de nassas jronteiras agricola e de recursos, De faio, tats “novas fronteiras” representaram nos anos 60, 3 70 80 (menos mos 80) 1m estimaito novo aos fluxos imter-regionals, que se somaram aos fatores de repulsao de cerias regibes periféricas deprinidas Projetos de reforma agriria e de assentamento de agriculiores nas novas reas de exploragao agricola (caracterizando nossa corrida para o Oeste), como 0 projet de reforma agriria associado & consiructo da redovia Belém-Brastlia, durante 0 governo Geisel, fracassaram por falrarem os incentivos minimos para a permanéncia da agricultor no campo (politica de pregos minimas, investimentos em infra-estrutura para transporte @ estocagem das cotheitas, etc). O que se verificou de fato, sobretudo no caso do Centro-Oesie, joi uma gradual concentragao das propriedades agricolas, através de um processo inevitavel de “fagocitose”, ¢ também em fuungao da capitalicagdo da agricultura. As novas fronteiras brasileiras ‘acabaram por se tomar, ndo fronteiras de recursos, mas fronteiras para 0 escoamento do excedente de capitais do Sudeste. O proceso decorrente de concentragao de terras (via “agrobusiness” ou especulagdo) acabou por fechar as novas fronteiras e rechagar os flocos migratorios que pari ta se dirigiam. Um segundo fator a ser considerado diz respeito as consegaénctas regressivas que a grande recessao dos 80 teve sobre as diferentes regibes do pais, indiscrimnadamente, O mito das grandes cidades do Suoeste como acesso ao bem-estar ¢ 0 riqueza foi evoluindo pela consciéncta da realidade cadtica de suas favelas, de sua miséria. Tal realidade contribute duplamente para o redirecionamento dos fuacos migratérios verificaio pelo ‘censo de 91, pots: a) fez recuar os fluxos imter-regionais, sobretudo os provenienies das regibes periféricas deprimidas, como o Nordeste. Pode-se dizer que, de certa forma. os efeitos de repulsao dessas resides (seca, fome:.) foram ‘anuladas pelos efeitos de repulsao dos grandes ceniros urbanos do Sudeste; 'b)acelerow os fluxos ntra-regionais, na medida em que a inswiciénei ow ineficiéncia das infra-estruturas urbanas nas grandes cidades faz cam: que muitos prefiram morar nos arredores destas, a elas se dirigindo diariamente, em fluxos constantes, para trabathar: ©) a@ saturagdo demografica das grandes cidades - a ‘superpopulagiio”, pots 0 crescimento demogréfico nao & acompanhada por desenvolvimento econémico compativel - acaba expulsando os mais desfavorecidos: a valorizagdo dos terrenos urbanos atinge atualmente todos 0s setores soctais; possuir hofe uma casa nunia favela & quae un hex Muitas pessoas sito assim levadas @ procurarem moradia nos subtarbtos 64 distantes das grandes capitais, onde o prego das terrenos & mais baixo (eo caluguelé, logo, mais acessivel), No Rio de Janeiro, por exemplo, 6 comum encontrar ex-moradores de favelas eentrais como a Rocinha ou o Vidigal tendo que se muda para subtirbtos longinquos ou para outros municipios comurbados & capital (Duque de Cavias, Nova Iguaci..) ) os fauores de repulsa que afetam simultaneamente as diferentes resides do pais faz com que as flaxox migratorios inter-regionats Nordeste- Sudleste sefam substituidos por ftexas intra-regionais no Nordeste. Diante da tragédia da seca, 0 ‘retirante” prefere hoje dirigir-se do serio ou do agreste & Zona da Mata (itoral) de sua regio pots, como fot dito anteriormente, a mito do “sul maravitha” perdeu grande parte de seu poder de atragito, 3. Bm 0 Espago Urbano, o autor Roberto Lobato Corréa explica 0 proceso de estruturacio das cidades brasileiras tomando por base a ago dos diferentes agentes envolvidos nesse processo. Quais sfo esses agentes © © que caracteriza sua ago sobre o espago urbano? Fm sen livro O Espayo Urbano, 0 autor Roberto Lobato Corréa aponta paraeinco grandes agentes que processam em conjunto ox de forma cumulativa a estruturapao das cidades no Brasil. Sdo eles: os proprietirios fundisrios, as industria, os agentes e promotores tmabiliérios, o estado e as populagdes marginalizadas. Seguncio o autor, cada um desses “atores” age segundo seus in- Jeresses imediatos ou em resposta a uma situagdio ja existent Os tres primeiros tem interesses semelhantes mas podem se chocar - ‘20 industrial por exemplo, interessa que o valor do terreno onde consiruiré sua indisiria nao seja elevado, a fim de nao pesar no custo de produgao final. As imdiistrias agem, via de regra. em funcdo de uma légica de proctucdo que leva em conta problema acima referide. O industrial cria espaco urbano na medida em que constréi puto com sua fabrica uma vila ope- rdria ou um centro comercial para suprir as necesstdades de seus funciondrios-Ele ortae estrutura o espago urbano na medida em que orienta «@ localtzagi de sua indiistria em fangéio do valor de terras e da existéncta de uma rede de transportes que possa usar para o escoamento de sua roduedo, Fle cria e estratura o espago urbano através da simples aplicagtio dda logtca de que rege a indlistria atrai a inciistria na proporgita da infra- estrutura existente. Neste sentido é licito dizer que 0 agente industrial 6 depende tanto da ago do Estado (fomentador do desemvotvimento através de seus investimentos em infra-estratura) quanto da agdo espeeulativa dos agentes e prodtutores imobilidrios O segundo agente. o proprietério fanchdrio, tom como mteresse basico integrar sua propriedde ds facilidades da urbantzagdo na medida em que tal fato leva, por si sé, a uma grande valorizagdo de suas terras, Neste sentido, podemos dizer que seus interesses também so os de meaximizar Seus investimentos e se chocam com os de industriais que defendem wma desvatorizagao dos terrenas como condigéo bésica para maxirnieagdo de suas producoes. Ox produtores tmobilidrios agem na estruturagdo do espago urban na medida em que valorizam, através de seus empreendimentos, tal ow fal rea da cidade. Eles sao prioritariamente atratdos por empreendimentos imobilidrios que se dirtjam ds camadas sécio-econémicas “solviveis” da popidagao, Canstréem, assim, condominios de acesso exclusivo ds camadas ‘mais favarecidas. enquanto que, paralelamente, buscam o apoio do Estado para a detengao de subsidios ¢ investimentos que fornem as camadas populares da sociedades “solviveis” através de planos de financiamento como 0 BNH e outros. Seusineresses entramem conflto com ode industriais ‘na medida em que visam a valorizagao dos terrenos com os quai especulart. 4 agdo do Estado na esiruturactio das cidades brasiteiras é fu- damental. Varios sdo os instrumentos de que dispoe 0 Estado para agir direia ou indiretamente sobre a formacdo e estruturacto desse espaco, O Estado pode agir indireiamente através de : ~ investimentos em infra-estratura (que valorizartto determinadas reas em detrimento de outras); ~ “calibragem do nivel de tmpostos urbanos que cobra, como IPTU (0 que torna wma drea mats cara do que a outra e coniribua, assim, para estimular wma segregagao urbana); = investimentos de infra-estrutura em transportes (sobretudo coletivas). 0 que permit. por wn lado, wena dinaricagdo de certs dreas «&, por outro, o deslocamento mais rapide de populacdes que poderao habitar em dreas perifericas - mais baraias; ¢ = limitagia do crescimento demografico das cidades através de medidas de desestimulo 4 imigraeao (cidades do interior de Sito Paulo praticam normalmente tais poltticas). 0 Estado pode agir dirciamente sobre a estruturagao do espaco, catrenés de: 66 ~ erlagdo de novos espagos a serem urbanizados por intermédio dle aterragem, drenagens, ete (como exemplo temas 0 Rio de Janeiro, cujo hairro do Flamengo foi parcialmemte criado sobre aterros) ¢; = eriagdo de bairres operdrios, de conjuntos habitacionais ¢ de estruturas comerciais adjacenies favorecendo o desenvelvimento de novos bairros: Oiiduimo agente a ser referido é 0 composto por populagdes mar- ginalizadas, que coniribuem para a estruturagdo do espago urbano rt ‘medida em que constrdem favelas que se espatham pelas cidades brast- eivas. Segundo © autor, tal acdo pode ser caracterizada como “de resisiéncia”, pots corresponde freqfientemente uma resposta d falta de respostas oferectda pela sociedace e pelo Estado aos problemas de nosso deservolvimento desequilibrado e ertador de miséria. 4... Especialistas prevéem que, mantides os atuais nivcis de dewradago dos solos cm regides aridas, semi-aridas e subtimidas do Globo Terrestre, a Humanidade perdera, até 0 final deste século, um tergo de suas terras agricultaveis. Essa perspectiva se revela especialmente preocupante, uma ‘vez.que, apenas para manter oatual padro de nutrigao da populaggio mundial, sera necessétio produzir, nos préximos vinte ¢ cinco anos, uma quantidade ts vezes maior de alimentos, Quais as nayées mais atingidas por essa crise, le que fatores contribuem para agravicla? A situagao da agricutura no mundo atual é complexa e ambigua, na medida em que se caracteriza por problemas de superprodugo nos paises ‘mas desenvoivides ¢ por problemas de subprodugao e destruigdo em certas paises mais pobres, paises estes que se encontram, por outro lado (sobretudo 98 africanos), vitimactos pela desertificacdo de parte considerdvel de seus (erritorios Segundo dados da F.A.0., vilidos para os anos 80, a prodigdio ‘mundial de alimentos, medida em termos de calorias‘dia, atinge médias superiores ds necesstrias para uma equiibrada alimentagdo da populagao mundial -a produodo de calorias nos paises desenvolvidos chega a 2.960 por dia v por habitante; a prodiugao média nos paises em desenvolvimento ascila em forno de 2.500 caloriasdia (0 consumo minimo de catoriasédia segundo a FA.O. seria de 2.300, 0 que equivaleria a uma alimentagao equilibrada). a No entanto, fais dados correspondem a uum “instanténeo” de uma situagao extremameme dindimica e cambiante, Atualmente, 0 gute se ve- rifica é, por um lado, a reduedo relativa das superproducbes européias (através das reformas na PA.C. - politica agricola comum da Unido Europtia) ¢ norte-americanas e sobretudo uma dristica diminigio da produetio de varios paises menos desenvolvidos. Os paises mais atingidos or tal crise sito os do continente africano, viumas de um processo de desertificagdo (a chamada "sanelizagao”) de parte substancial de seus territrios. Pulses como Mall, Burkina Faso e Niger se encontram em plena frontetra do “Sahel” e vem sendo as principats vitimas da deseruficagza na Africa, Seu incipiente desenvolvimento no setor agricola esid sendo diretamente comprometide por tal fendmeno (alguns desses patses ndo produzem mais do que 1.500 calorias/dia por habitarte). Paralelamente verifica-se também desertificagdo em certas dreas agricolas da Asia, sendo o maior exemplo desse fato 0 processo de desertificagao (¢ assoreamento) em torno do Mar de Ural, na ex-Unido Sovistica, Verifica-se, ainda, um recente ¢ ainda nd irreversivel pracesso de desertificagéo, via laterisagao dos solos, de regides imidas e subtiomiday da Africa e América Latina, vitimas de desmatamento (tal proceso atinge pontualmente certas regides do litoral de mata Atlantica e da Amazénia brasileira) A continuar no atual ritmo, a desertificagao, sobretudo no que diz respetto a Africa, poderé comprometer definitivamente suas dreas agriculténeis, tornando fais paises dependentes de uma “terceira” revoluedo agricola que mutiplique a produtividade nos paises mais desemvotvidas (0 que se verifiea agora é, como dissemos, uma tendencia a batxa de produtividade na Europa ¢ Estados Unidos, como resposta a superprodupio) E necessério, assim, conter 0 processo de desertificagdo por ‘inlermédio do desenvolvimento de métodos de irrigacdo acessiveis aos paises ‘ais pobres e pela contiengéio do desmatamento indiseriminado em paises como 0 préprio Brasil, paises de América Central (Costa Rica, México, J, ete. 5. _ Existe uma controvérsia entre correntes tedricas que acreditam na possibilidade de acorréncia de alteragéies climaticas pela ago humana, incluindo-se ai o problema da destruigio da camada de ozénio, ¢ correntes 68 tedricas que negam a veracidade cientfiea de tais argumentos, Analise essa questo nos scus aspectos fisicos, sécio-ccondmieos ¢ politicos Em marco de 95, reuntu-se em Berlim a Conferéncia Internacional sobre Alteraydes Climétieas, dentro do programa previsto pela Agenda 21, documento principal da Ria 92. Nela discutiu-se o problema da destruigo da camada de ozénio e seus efeitos sobre o clima da terra. Problema maior ali colocado por varios patses decorre da conirovérsia existente sobre os ‘efettos da agao do homem no que diz respeito as variagdes climéticas que efetivamente verificamos hoje em certos paises: Argil-ve que a variagio de uns poucos graws na temperatura média da terra corresponderia a um possivel derretimenio das calotas polares, o que implicaria wma substancial elevagtio do nivel dos mares e oceanos. O pomo de discéndia parece ser nesse sentido, o peso real das emissbes de gases na destrulgdo da camada de oz6nio. Muitas defendem que hé uma proporedo direta, que deve ser assoctada a produgdo das indiistrias, ¢ multiplicagdo do mimero de automivels, ete. Para tas tebricos, jum conirole rigoroso de tats emisses & imprescindivel - 0 que, em iltima andlise implica uma reduciio do ritmo de desenvolvimento industrial (poluidor) de certos pases Outros tedricos defendem que 0 volume de tais emissdes, embora elevado, nao compromete a atmosfera, pois as préprias correntes de ar existentes tenderiam a dispersd-las, levando-as posteriormente d absorgao ‘indireta através de floresias e do plesicton marinho. Por urds dessa quesido técnica. coloca-se outra, de cunho politico ¢ ‘econdmico, © gue diz respeito ao desenvolvimento industrial de paises ‘onsiderados potuidores... Os matizes de tal discusso, que inclui a questo fedamental de direito ao desenvolvimento, foram explicitados durante os debates da confertneia de Berlim; dividtram-se os paises participantes, em fincéo de seus interesses individuats, em grupos de apoio ¢ de repiidio as teses alarmisias (¢ de certa forma "maltiusianas”’) apresentadas. - Paises como os E.U.A ¢ 0.Japio, grandes poténcias econdmicas (e, Jogo, potuidoras) defenderam 0 adiamento de medidas mais rigidas de controle ds emissées de gases. =O Brasil, assim como.a matoria dos parses em desenvolvimento (do G77), 8¢ reeusoua reducir suas emssdes, pois tsso implicaria comprometer ‘seu processo de desenvolvimento industrial. O Brastl se alinha, assim, entre os pases rito-alarmistas. cc) - Os paises que mais defencderam wm controle das emissoes de gases foram aqueles que jd atingiram wm gran de desenvotvimento ecandmico- social elevado, como et Alemanha ¢ os paises escandinavos. (0 que se ve. através da evolugdo de rais debates, & que certas temas ecoldgicos continuam, coma em 1972, durante a Conferéncia de Estocolmo (grancdemente marcada entdo pelo efelta do relatério “malidusiano ” do Clubede Roma), orientados pela polémica do desenvolvimento. Enecessario pesar de forma isenta os argumentos legitimos de defesa do mefo ambiente 08, ndo menos legitimos, da defesa do direito ao desenvolvimento, i | | NOCOES DE DIREFTO. A prova de Nogdes de Direito constara de 5 (cinco) dissertagbes, de curta extensio. (0 programa parte das nogdes indispensdveis de Teoria Geral do Direito, passa.a seguir ao estudo do Estado e suas caracteristicas basicas, para depois, enfocar tépicos essenciais de Diteito Constitucional, relacionados com a organizagao do Estado brasileiro. Busca-se aferir, em particular, a compreensio do candidato da fisionomia institucional do Estado brasileiro © a vocago democratica da Constituigdo ~ sendo requerido © conheeimento dos direitos e garantias fundamentais. Como o tema esta estreitamente ligado a protegio intemacional dos direitos humanos,o iltimo topico do programa marea a linha de eontato mais préximo do Dircito Constitucional ¢ do Di- reito Internacional, na configuragao do Estado de direito democratico, ‘0s pontos de Dircito Intemacional Pailico limitam-se aos conceitos indispensaveis a quem se prepara para exereer fungdes diplomaticas, ‘Durante a prova, os textos legais serdo consultads somente quando & Banca Examinadora assim o determinar, ¢ nesse caso serio fomecidos pelo IRBr. Programa 1. Caracteristiea das normas juridicas, Estrutura, validade c classifieagao. 2, Fatoseatos juridicos. Elementos,elassificagao.e vicios de ato juridice. Relagao juridica: negocio juriico. 3. Personalidade juridica ~ no Direito intemo brasileiro © no Direito Internacional Piblico. 4. Estado. Caracteristicas, Elementos constiutivos, Soberania, Formas de Estado. A Confederagao ¢ a Federagio. Regime republicano. Sistemas presidencialista ¢ parlamentarista de governo. 0 Estado Democritico de Direito. 5. Condigdo juridica dos Estados. Dircitos ¢ deveres dos Estados, Jurisigao e immunidaces. 6. Caracteristicas do Estado brasileiro, Nacionalidade, Condigio juridica do estrangeiro. 7, Aorganizagio dos Poderes no drcito brasileiro. A atividade egislativa 0 processo legislative | | n 8. Constituigéo. Conceito, Primado da Constituiséo. cconstituciovalidade das les. ae ee 9. Competéncias da Unio e das unidades federadas tah atvidade administrativa do Estado brasileito, Principios ‘constitucionais da Administragio Piblica. O control dade as controle da legalidade dos atos LL. Responsabilidade civil do Estado no direito brasil ssbildade do Estado no Ditcto Internacional Pigg RSSPO*- 12. Fontes do Dircito Internacional Piblico. Artigo 38 Corte Internacional de Justia, ee 13. 0 tratado internacional. Conceituagéo, classificagaio, P . , . Processo de

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