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Universidade de Brasília - UnB

Instituto de Ciências Humanas


Departamento de História
Disciplina: História Contemporânea 1
Turma: C
Professor: Virgílio Caixeta Arraes
Aluna: Catarina Jaborandy Paim da Cunha (15/0121628)

2º CONTROLE DE LEITURA
- De acordo com Eric J. Hobsbawm, capítulo 7, Era das Revoluções, comente a emergência do
nacionalismo na Europa Central e Oriental.

Ao abrir o capítulo ‘O Nacionalismo” em seu livro Era das Revoluções, Eric J. Hobsbawn afirma
que um dos resultados da divisão do movimento geral em favor da revolução é a emergência de movimentos
nacionalistas conscientes, fato histórico que merece atenção especial. Segundo o autor, os movimentos que
melhor simbolizam os nacionalistas são os “jovens”, fundados ou inspirados por Guiseppe Mazzini, figura
de extrema importância atuante na unificação italiana da segunda metade do século XIX.
Apesar de afirmar que exemplos de movimentos (Jovem Itália, Jovem Polônia, Jovem Suíça, Jovem
Alemanha e Jovem França) em si não foram de grande relevância, simbolicamente são extremamente
importantes por representarem o marco da desintegração do movimento revolucionário europeu em âmbito
nacional. Os movimentos apresentavam características em comum, como tática, estratégia, programa
político, uso de bandeira, etc. Dentro de cada movimento, as percepções de cunho pessoal era a de uma
espécie de Messias, que seria o responsável por liberar a sua respectiva nação à liberdade.
Após apresentar, brevemente, os movimentos nacionais menores, o historiador afirma que o novo
nacionalismo refletia forças muito poderosas, que, na década de 1830, estavam de tornando politicamente
conscientes como resultado dos acontecimentos revolucionários anteriores. A mais imediata dessas forças
vinha do descontentamento de proprietários e da pequena nobreza, assim como o surgimento de uma classe
média com intelectuais como porta-vozes. O nacionalismo teve seu crescimento em grande parte em
espaços empresariais e comerciais. Por meio das uniões aduaneiras, no caso alemão e italiano, a senso de
unidade nacional é formado, de maneira que o espírito nacional não foi capaz de fazer.
Nestes estágios iniciais, as classes médias tiveram grande importância. O progresso de escolas e
universidades, nas quais mais indivíduos foram capazes de ocupar espaços antes inacessíveis, também foi
de muita importância para o crescimento e difusão do nacionalismo. Mesmo que o número de pessoas
instruídas fosse relativamente pequena, o progresso foi extraordinário. A transformação da sociedade e das

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universidades construiu uma nova consciência própria, de maneira que havia o auto reconhecimento como
uma nova classe social.
Contudo, o grau de analfabetismo era muito grande, de maneira que a instrução era privilégio de um
pequeno grupo de indivíduos. O sentimento nacional ainda era estranho à grande massa do povo na maioria
dos países. O autor ressalta que o fato de o nacionalismo ser representado pela classe média e pela pequena
nobreza era o suficiente para trazer desconfiança à população mais pobre na base da sociedade.
O desenraizamento dos povos, considerado por Hobsbawn como “o mais importante fenômeno do
século XIX”, destruiu o tradicionalismo local, de maneira que grupos de indivíduos começaram a migar (e
imigrar) para diversas partes. Líderes populares e carismáticos começaram a surgir, influenciando o
aumento da “revogação”, e marcaram o despertar da consciência politica das massas até então consideradas
atrasadas. Movimentos de revolta contra autoridades estrangeiras em regiões ocupadas, fora da Europa,
também marcaram o período. Apesar de não serem exatamente nacionalistas, as rebeliões significaram um
início da violência contra o “outro”.
O nacionalismo, dentro do contexto europeu, infiltrou-se inicialmente nas classes médias e a
pequena nobreza, espalhou-se nos ambientes escolares e universitários e, finalmente, chegou às classes
mais populares com a movimentação de massas marcada resultante do desenraizamento de povos, de
maneira que os sentimentos nacionais que antes tinham um alcance limitado, tomaram força até tornarem-
se o que se tornaram, fortes e importante, com reflexos ainda nos dias atuais.

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