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12 ESTADO E FORMAS DE DOMINAÇÃO NO BRASIL COIi
3 Ibidem, p. 343.
!III
, Ibidern, p. 395.
5 Ibidem, p. 394.
6 Ibidem, p. 394-395.
- COUTINHO, Carlos Nelson, Gramsci: um estudo sobre seu pensamento político. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 205.
14 ESTADO E FORMAS DE DOMINAÇÃO NO BRASil C
12 Ibidem, p. 95.
13 Ocidente e Oriente em Gramsci não são denominações meramente geográficas, respon-
dendo por uma distinção mais ampla entre, respectivamente, formações sociais em que
o capitalismo desenvolveu primeiramente as relações econômico-sociais típicas da fase
da grande indústria, assim corno uma interação mais complexa entre sociedade civil e
sociedade política, em contraste com aquelas de desenvolvimento industrial mais tardio
e onde imperam relações políticas pautadas pelo completo predomínio da sociedade po-
lítica sobre a sociedade civil.
14 GRAMSCI, Cadern;s do cárcere, vol. 3, op. cit., p. 33.
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18 Sobre a organização dos interesses agrários, entre suas várias obras, ver: MENDONÇA,
Sonia Regina de. O ruralismo brasileiro (1888-1931). São Paulo: Hucitec,1997.
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19 Sobre a organização dos industriais e seu projeto, ver da mesma autora o livro MEN-
DONÇA, S. R. Estado e economia no Brasil: opções de desenvolvimento. Rio de Janeiro:
Graal, 1985.
20 DREIFUSS, René Armand. 1964: A conquista do Estado: ação Política, Poder e Golpe de
Classe. Petrópolis: Vozes, 1981.
21 Ibidem, idem, p. 397.
18 ESTADO E FORMAS DE DOMINAÇÃO NO BRASIL CONT~
25 NEVES, Lúcia (Org.). A nova pedagogia da hegemonia. Estratégias do capital para edu-
car o consenso. São Paulo: Xamã, 2005.
26 Ibidem, p. 102 e 122.
36 Ibidem, p. 17.
37 Ibidem, p. 4.
38 Sobre esse processo ver BRAGA, Ruy. A restauração do Capital. Um estudo sobre a crise
cussão específica sobre este período mais recente, ainda que em alguma
medida o tenhamos ensaiado aqui e alhures."
De qualquer forma, não deixa de ser significativo observar que o espaço
para um governo da "ala esquerda do capital" foi aberto ao fim de mais
de uma década de devastação social produzida pelas políticas neoliberais,
quando a opção por um governo capaz de conter o potencial de convulsão
social pela via da conciliação foi assumida por parcelas da classe domi-
nante que apoiaram a candidatura do PT e, contempladas pelas políticas
do governo Lula, sustentaram esse apoio por mais de uma década. A con-
trarrev~lução alimentara-se do transformismo petista para garantir a paz
social, em meio a uma relativa estabilidade econômica (mesmo os efeitos
da crise de 2008 foram atenuados entre 20lO e 2013) e a um governo que
manobrava para seguir a pauta das contrarreformas neoliberais, mas con-
trabalançava-as com políticas sociais focalizadas e compensatórias e com
uma expansão do consumo dos setores mais pauperizados, via elevação
progressiva do salário mínimo e endividamento das famílias.
No entanto, quando a dinâmica da crise capitalista cobrou um preço
mais alto do capital aqui instalado, a opção por uma nova e radical ro-
dada de dilapidação de direitos da classe trabalhadora ganhou corpo. So-
me-se a isso a avaliação - motivada pelas manifestações multitudinárias
de junho de 2013 - de que o PT no governo já não era capaz de garantir
o controle sobre as mobilizações sociais dos subalternos. Teremos, assim,
mais elementos para compreendermos o fato de que o grande capital, per-
sonificado nos empresários e suas organizações - "que nunca lucraram
tanto na história deste país", para reproduzirmos uma avaliação realista
repetida à exaustão por Lula -, que apoiara os (e se apoiara nos) governos
petistas, ao longo do ano de 2015 aderiu praticamente em bloco à proposta
50 Florestan Fernandes refere-se assim à "realização das reformas capitalistas (como a re-
forma agrária, a
=forrna urbana, a reforma educacional, o combate à miséria, às desigualdades extremas, à
fome, à exclusão, etc.)", em Pensamento e Ação: o PT e os rumos do socialismo. São Paulo:
Globo, 2006. p. 48
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Quase 40 anos depois, ainda não chegamos lá. A questão que fica é: ha-
veria espaço para uma "revolução dentro da ordem", quer dizer, para uma
democratização em sentido mais amplo, que mudasse a face autocrática
da dominação burguesa nesta periferia dependente? Ou, para concluir de
novo recorrendo a Florestan Fernandes, se "o controle burguês da socie-
dade civil est[á] bloqueando e continu[a) a bloquear de modo crescente, no
Brasil, a revolução nacional e a revolução democrática de recorte especi-
ficamente' capitalista", 52 somente a "revolução contra a ordem" - socialis-
ta - poderá dar cabo das tarefas democratizantes que enterrarão de vez a
autocracia burguesa?