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Gerenciamento de risco na aplicação e manipulação de agrotóxicos em plantios

florestais comerciais

MORAIS, Diego Paganela – UTFPR Francisco Beltrão dpmorais@ibest.com.br


MIORANZA, Claudio – UNIOESTE – Cascavel (cmioranza@terra.com.br)
DELPUBEL, Marcia Emília – SENAI/PR madelpubel@yahoo.com.br
BRAMBILLA, Norma – UTFPR Francisco Beltrão norma@utfpr.edu.br

Resumo: O objetivo geral deste estudo é demonstrar os perigos relevantes à saúde humana na
manipulação de defensivos agrícolas pelos trabalhadores nas culturas florestais comerciais, bem como
Identificar formas de minimizar as agressões causadas por estes produtos ao meio ambiente. O tema
abordado se relaciona com sustentabilidade e responsabilidade social por atender intereses da
coletividade e do meio ambiente, buscando minimizar os impactos e danos. A metodologia usada na
pesquisa foi a abordagem qualitativa, estudo de caso. A coleta de dados se deu por observação direta e
aplicação de questionário. Dos 90 funcionários foram abordados uma amostragem de 28. Os principais
resultados observados foram os riscos eminentes ocorrem durante o processo de aplicação de
agrotóxicos para o extermínio de ervas daninhas e ganho na produtividade e qualidade da madeira. A
segurança de trabalho é formada em uma sequência de normas que foram estabelecidas justamente
para que o controle de informalidades geradas e ocasionadas por descuidos ou muitas das vezes a
recusa de certos trabalhadores com o uso de EPI‟s (Equipamentos de Proteção Individual). Com esse
agravante, muitas empresas acabam que por arcarem com custos altos e indenizações e para que isto
não seja validado é de extrema importancia o acompanhamento de um técnico em segurança de
trabalho junto aos manejos.

Palavras-Chave: Sustentabilidade e responsabilidade social, Manejo de agrotóxicos, saúde e


segurança no trabalho.

Risk management in the application and handling of pesticides in commercial forest


plantations

Abstract: The aim of this study is to demonstrate the dangers relevant to human health in the
handling of pesticides by workers in commercial forest plantations, as well as identify ways to
minimize aggression caused by these products on the environment. The topic relates to sustainability
and social responsibility for meeting intereses of the community and the environment in order to
minimize the impact and damage. The methodology used in the research was the qualitative approach,
case study. The data collection was carried out by direct observation and questionnaire. 90 employees
were covered a sample of 28. The main results observed were the eminent risks occur during pesticide
application process for the extermination of weeds and gain in productivity and quality of the wood.
The job security is formed in a series of standards that have been established precisely for the
informalities control generated and caused by oversights or often the refusal of certain workers with
the use of PPE (Personal Protective Equipment). With this aggravating, many companies end that by
shouldering high costs and damages and that this is not validated is of utmost importance tracking a
technician job security with the managements.

Keywords: Sustentabilidade e responsabilidade social, Manejo de agrotóxicos, saúde e segurança no


trabalho.

1 Introdução

Na busca de um ambiente de trabalho menos agressivo à saúde do trabalhador florestal que


fica exposto aos riscos de contaminação pelo uso de produtos agrotóxicos, a legislação
trabalhista brasileira auxilia na prevenção dos males, principalmente, através da Norma
Regulamentadora 31 (NR-31), que trata dos requisitos mínimos de segurança para o trabalho
com aplicação e manuseio de produtos agrotóxicos, como os herbicidas, por exemplo. Uma
das várias ferramentas utilizadas para o levantamento do problema e a busca de soluções,
diretas e indiretas, está no gerenciamento de riscos das tarefas executadas.

O plantio comercial florestal no país, cresce a cada dia, com isso, indústrias do ramo, são
obrigadas a contratação de trabalhadores para suprir a demanda de seus cultivos como, por
exemplo, pinus (Pinus taeda L.), (Pinus elliottii L.), eucalíptus (Eucalíptus dunnii) onde cada
cultivo provém de muitas vezes infestações de ervas daninhas. Com isso a prática do uso de
defensivos é agregada para proteção de futuros danos a planta.

O uso de agrotóxicos neste meio é bastante comum, porém, a forma de utilização e manuseio
dos mesmos muitas vezes deixam a desejar em questão segurança. As empresas mais
evoluídas trabalham seus funcionários com cursos de prevenção de acidentes, vinculando o
uso de EPI‟s (Equipamentos de Proteção Individual) fazendo com que haja minimização de
contaminação e acidentes, tanto para o homem como também ao meio ambiente. Porém são
poucas as empresas associadas a este significante conceito. Para isto formas de prevenção e
formação de trabalhadores são atribuídos importantes meios de pesquisa com fundamentos
embasados à esta pesquisa.

O objetivo geral deste estudo é demonstrar os perigos relevantes à saúde humana na


manipulação de defensivos agrícolas pelos trabalhadores nas culturas florestais comerciais,
bem como Identificar formas de minimizar as agressões causadas por estes produtos ao meio
ambiente.

2 Procedimentos metodológicos
Quanto à classificação metodológica, trta-se de um estudo de caso, que segundo Gil (1999, p.
73) possui a característica de ser um estudo “profundo e exaustivo de um ou de poucos
objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente
impossível mediante os outros tipos de delineamento considerados”.

A referente pesquisa foi efetivada através de contatos com a empresa e seu responsável
técnico Daniel Guastala. Trata-se de uma empresa de médio porte, localizada no município
de Reserva - Paraná que atua no setor florestal como terceirizada e que possui equipe técnica
especializada em plantios florestais de exóticas e tratos silviculturais, comprometida com a
aplicação de constantes pesquisas e técnologias operacionais - desenvolvidas e aperfeiçoadas
ao longo do tempo e enriquecidas pelo intercâmbio permanente com os seus clientes e
instituições afins.

Para os procedimentos de coleta de dados se utilizou o questionário e a observação ditreta


intesiva. As vantagens desse tipo de pesquisa, segundo Gil (1999, p. 144), baliza-se por:
facilitar o rápido acesso a dados sobre situações habituais em que os membros das
comunidades se encontram envolvidos; - Possibilitar o acesso a dados que a comunidade ou
grupo consideram de domínio privado.
O trabalho consistiu inicialmente na pesquisa de observação dirigida que, na definição de
Marconi e Lakatos (2001), é aquela que utiliza os sentidos na obtenção de determinados
aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou
fenômenos que se deseja estudar.
A pesquisa envolveu uma amostra de 28 indivíduos sorteados dentre os 90 funcionários da
empresa estudade. A realização do estudo acorreu no período: de 05/05/2012 a 15/05/2012.

A metodologia utilizada para a pesquisa foi à observação da local e da forma de realização


das atividades de aplicação e manejo de agrotóxicos, junto com a abordagem por questionário
aos indivíduos selecionados. Apesar de elaborado com cuidado para que fosse de fácil
interpretação pelos funcionários, o baixo nível de escolaridade ocasionou muitas dúvidas
quanto às questões, sendo então necessário alterar a forma de aplicação, manteve-se o
questionário individualizado e acrescentou-se um entrevistador, para que os funcionários
pudessem esclarecer suas dúvidas. O entrevistador foi orientado a evitar o direcionamento das
respostas, buscando manter a clareza da pesquisa.

2.1 Engenharia de segurança de sistemas

2.1.1 Definição de risco

Na área da Engenharia de Segurança de Sistemas algumas terminologias são utilizadas para


demonstrar seus significados. “Acidentes” ocorrem desde tempos imemoriais, e as pessoas
têm se envolvido tendo em vista a sua prevenção por períodos comparavelmente extensos.
Lamentavelmente, apesar de o assunto ter sido discutido continuamente, a terminologia
relacionada ainda carece de clareza e precisão.

Além dos riscos de acidente, as formas de uso do meio ambiente podem ser prejudiciais para a
sociedade e para o meio ambiente, segundo Dias (2010, p 45) “a utilização privada do meio
ambiente, que é um recurso comum, foi discutida pelo biólogo Garratt no artigo “A tragédia
dos bens comuns”, no qual indica o destino ao qual parece estar condenado qualquer recurso
que tem sua propriedade partilhada”. Pela perspectiva da abordabem, embora seja dever de
todos cuidar do bem comum, na prática acontece muita exploração e pouca preservação e
cuidado do que é coletivo.

Quando executada a atividade, indiferente de qual for, ao não tomarmos os devidos cuidados,
ela poderá contribuir para a poluição ambiental (biológica, física, química e radioativa) do
solo, da água e do ar, e assim, fazendo que os seres vivos tornem-se expostos, pelas vias
diretas ou por meio de vetores biológicos e mecânicos. As atividades capazes de proporcionar
danos, doenças ou morte caracterizam-se como “atividades de risco”.
2.1.2 Gestão de risco

A análise de risco e gerenciamento de risco cresce em importância, devido às mudanças


rápidas na sociedade e na vida social, forças econômicas, desenvolvimento tecnológico e
novo tipo de sistema de produção e estrutura organizacional. O uso da tecnologia de
informação possibilita a conexão de unidades junto a sistemas grandes e complexos com
tempo pequeno e constante, permitindo pequeno ou nenhum tempo para correção de erros ou
para neutralizar efeitos devidos as circunstâncias inesperadas. Acidentes sérios são ampla e
rapidamente divulgados, alertam principalmente para a fragilidade que os responsáveis
possuem no quesito da prevenção, enfatizando a remediação dos danos. Assim, em tão pouco
tempo os indivíduos se tornam complacentes novamente. O que contribui para que ocorra um
aumento do potencial de desastres com conseqüências piores.

2.1.3 Classificação dos riscos.


Os riscos são classificados em cinco tipos: Risco Físico: forma de energia que possam estar
expostos aos trabalhadores, como agentes do tipo: ruídos; pressões anormais, ultra-sons e
infra-sons. Sua característica sobre avaliação ambiental é a quantitativa encontrada nas
Normas Regulamentadoras (NR-09 e NR-15).
Risco Químico: onde os trabalhadores ficam expostos aos riscos de respirar compostos como:
poeiras; fumos; gases ou vapores, podendo ser absorvido também pela pele. Suas avaliações
ambientais são classificadas por qualitativas e quantitativas e orientadas pelas Normas
Regulamentadoras (NR-09 e NR-15).

Riscos Biológicos: São derivados das bactérias, fungos, parasitas, protozoários, vírus (NR-
09), são avaliados pela qualidade.

Riscos Ergonômicos: São os elementos físicos e organizacionais que interferem no conforto


do trabalhador (NR-17).
Riscos de Acidentes: São riscos classificados de várias formas a causar danos ao trabalhador,
podem ser analisados como riscos, físicos, químicos e biológicos, potencializando o aumento
de acidentes se por ventura não houver prevenção.
A identificação e a percepção de cada tipo de risco que se pode encontrar ou sofrer na
atividade de manipulação e aplicação de agrotóxico e relevante, pois pode ser evitada ou
mesmo se atuar de forma mais eficiente quando se detecta um risco ou mesmo um acidente.

2.1.4 Qualificação dos riscos

Os riscos são categorizados por diversos métodos de análise de risco. Classificam as


categorias de riscos em: „Desprezíveis‟, „Marginal‟, „Crítico‟ e „Catastrófico‟ e as respectivas
descrições são visualizadas no Quadro 1.
Quadro 1 - Categorias ou Classes de Riscos.
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
Categorias ou Classes de Risco
A falha não irá resultar numa degradação maior do
I. DESPREZÍVEL sistema, nem irá produzir danos funcionais ou lesões,
ou contribuir com um risco ao sistema.
A falha irá degradar o sistema numa certa extensão,
II. MARGINAL (OU LIMÍTROFE) porém sem envolver danos maiores ou lesões, que
podem ser compensados ou controlados
adequadamente.
A falha irá degradar o sistema causando lesões,
danos substanciais, ou irá resultar num risco
III. CRÍTICA
inaceitável, necessitando ações corretivas
imediatas.
A falha irá produzir severa degradação do sistema,
IV. CATASTRÓFICA
resultando em sua perda total, lesões ou morte.
Fonte: (DE CICCO e FANTAZZINI, 1985).

Percebe-se para compreender e avaliar os riscos inerentes ao processo de contaminação na


aplicação de agrotóxicos é preciso conhecer e compreender as categorias ou classes de riscos
e as categorias de frequencia dos riscos, e, com isso avaliar as formas de evitar os riscos da
atividade e de minimizar o seu impacto para a saúde dos trabalhadores.
Quadro 2 - Categoria de Freqüência dos Riscos.
Categoria Denominação Descrição
Cenário que depende de falhas
múltiplas no sistema ou
A Extremamente remota
subsistemas. Conceitualmente é
possível, mas extremamente
improvável de ocorrer durante a
instalação ou atividade.
Pouco provável de ocorrência
durante a vida útil da instalação ou
atividade. A ocorrência depende de
B Improvável uma única falha (humana ou
ambiente).
Uma ocorrência previsível durante
a vida útil da instalação, atividade
ou sistema. A ocorrência depende
C Provável de mais de uma falha (humana ou
ambiente).
Várias ocorrências previsíveis que
ocorrem durante a vida útil da
instalação, atividade ou sistema.
D Frequente As ocorrências estão relacionadas
conforme a sua periculosidade e
situação real.
Fonte: (DE CICCO e FANTAZZINI, 1985)
Atrávés do quadro que categoriza, denomina e descreve os riscos de acidentes com
agrotóxicos, pode-se perceber que é necessário entender e atuar de forma a tanto dos
trabalhadores como a empresa estarem bem informados e evitar a ocorrência dos mesmos.

2.1.5 Controle do risco


Segundo o MS (2002), a exposição das pessoas aos riscos pode ser controlada através de
quatro ações: uso de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC); uso de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI); imunização, e educação continuada.

"A melhor proteção que podemos oferecer ao trabalhador é a informação e treinamento, pois
de nada valerá uma “parafernália” de equipamentos de proteção, se estes forem
incorretamente empregados" (MASTROENI, 2004, p. 22). Ao conscientizarmos o
profissional, previamente, o indivíduo estará capacitado para desempenhar as atividades
previstas ao seu cargo de maneira segura, indiferente do local de trabalho.
2.1.6 Técnicas de análise de risco

Segundo BOYKIN (1988), as técnicas de análises de risco são definidas como métodos
estruturados que visam à identificação, causa, conseqüência e ações mitigadoras relativas a
cada risco presente em uma atividade de trabalho. Atualmente, existem diversas técnicas já
convalidadas e empregadas nas mais diferentes áreas de produção e de serviços, destacando-
se:
 Análise Preliminar de Riscos (APR) é realizada durante a fase inicial, de concepção
ou desenvolvimento de um sistema novo e tem a finalidade de determinar os riscos
que poderão estar presentes na fase operacional do mesmo. No desenvolvimento de
uma APR algumas etapas básicas devem ser seguidas:
 REVER PROBLEMAS CONHECIDOS: checar em outros sistemas similares as
experiências passadas. Tentar detectar os riscos que poderão estar presentes no sistema novo
que está sendo desenvolvido e analisado.
 REVISAR A MISSÃO: rever os objetivos, as exigências de desempenho, as
principais funções, procedimentos, e os ambientes onde ocorrerão as operações.
 DETERMINAR OS RISCOS PRINCIPAIS: verificar quais são os riscos principais,
quais têm potencial para causar direta ou imediatamente lesões, perda de função, danos a
equipamentos e perda de material.
 DETERMINAR OS RISCOS INICIAIS E CONTRIBUINTES: com a detecção dos
riscos principais, elaborar as Séries de Riscos para determinar os riscos iniciais e
contribuintes.
 REVER OS MEIOS DE ELIMINAÇÃO OU CONTROLE DOS RISCOS: verificar
quais são os meios possíveis e procurar as opções mais eficazes e compatíveis com as
exigências do sistema.
 ANALISAR OS MÉTODOS DE RESTRIÇÃO DE DANOS: considerar os métodos
possíveis mais eficientes na restrição dos danos, no caso de perda de controle sobre os riscos.
 INDICAR OS RESPONSÁVEIS PELAS AÇÕES CORRETIVAS: deixar claro quem
serão os responsáveis pelas ações corretivas, designando as atividades a serem cumpridas.
No relatório deverá constar a identificação do sistema, os subsistemas, as causas e
conseqüências do risco, a categoria dos riscos encontrados e as medidas de prevenção e
correção, objetivando eliminar ou minimizar os riscos.
 Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) é utilizada para determinação de
problemas originados dos equipamentos e sistemas utilizados. Esta análise
proporciona estudar de que modos podem falhar os componentes de um equipamento
ou do sistema, estimar as taxas de falha, determinar quais efeitos poderão decorrer da
falha e estabelecer as mudanças para dirimir a probabilidade de falha do sistema e
equipamentos.
 Análise de Árvore de Falhas (AAF), esta técnica também foi desenvolvida a pedido
da Força Aérea Americana, para avaliar um sistema de mísseis em 1966, com
aplicações em equipamentos de telecomunicações. Este método mostrou-se eficiente
para o estudo dos fatores que “podem” causar um evento indesejado (falha, risco
principal ou catástrofe).
 Análise de Operabilidade de Perigos - “HAZard and Operability Studies
(HAZOP)”, a técnica é muito indicada para a implementação de novos processos na
fase de projeto e na modificação de processos que já existem. Deve obrigatoriamente,
ser desenvolvida antes da fase de detalhamento e construção do projeto, para evitar
que modificações tenham que ser feitas seja no detalhamento ou ainda nas instalações,
quando o resultado do HAZOP for conhecido.
 Técnica de Incidente Crítico (TIC) é um método utilizado para identificação de erros
e condições inseguras. O incidente contribui para os acidentes com lesão, tanto reais
quanto profissionais, através de uma amostragem aleatória estratificada de
observadores-participantes, selecionados entre uma população.

2.2 Agotóxicos
2.2.1 Definições sobre agrotóxicos
São produtos de processos físicos, químicos e biológicos destinados aos setores de produção
agrícola, florestas, pastagens, em ambientes urbanos, para fins de extermínio das pragas
existentes dentro do meio existente. São empregados também como desfolhantes,
estimuladores e inibidores de crescimento.

Para produto fitossanitário, usualmente é definido como o produto utilizado como medida
sanitária para preservação ou defesa dos vegetais, também conhecido por agroquímico, como
exemplo de agroquímico pode-se citar a uréia, que é utilizada como adubo na agricultura.

2.2.2 Classificação de agrotóxicos


Os agrotóxicos são classificados de acordo com a sua finalidade: inseticidas, formicidas,
larvicidas, bernicidas, acaricidas, carrapaticidas, moluscidas, nematicidas, rodenticidas,
raticidas, repelentes, atraentes, esterilizantes, bactericidas, fungicidas, herbicidas, arbusticidas,
desfolhantes, desflorantes, dessecantes, antibrotantes e reguladores de crecimento.

Segundo BRASIL (1992), os agrotóxicos são classificados, inclusive, quanto à classe


toxicológica. Facilmente observado no Quadro 3:

Quadro 3 - Classificação Toxicológica dos Agrotóxicos

Classe Toxicidade do Produto Faixa

I Extremamente tóxico Vermelha

II Altamente tóxico Amarela

III Medianamente tóxicos Azul

IV Pouco tóxicos Verde

Fonte: BRASIL (1992).

3 Apresentação e análise dos dados


O trabalho na aplicação de agrotóxicos foi investigada como os trabalhadores se semtem com
relação a cansáço e dores físicas, pelas respostas tabuladas percebeu-se que todos os
entrevistados apresentaram algum incômodo após o término do seu turno de trabalho,
conforme Figura 1.
Gráfico1: Demonstrativo dos percentuais de dores localizadas.

Fonte: Autores, (2013).

Procurou peceber se os colabores estão preparados e recebem treinamento para aplicação de


herbicida. Como se percebe e demonstra a figura 2, percebe-se que o treinamento com os
trabalhadores em relação ao herbicida é baixo e preocupante, apenas 29% revelam que foram
treinados para a atividade e 71% afirmam não estarem preparados. A atividade é de risco e
precisa de atenção e preparo, neste caso é lamentável este dado e precisa ser trabalhado esta
questão.

Gráfico2: Treinamento sobre herbicida.

Fonte: Autores, (2013).


Quando abordado se a empresa disponibiliza equipametos de segurança, a figura 3 é demonstrada a
disponibilização de equipamentos de segurança das empresas aos seus empregados. Fator importante e
que merece destaque, importante a proteção e o cuidade para evitar riscos.

Gráfico 3: Equipamentos de segurança disponibilizados.

Fonte: Autores, (2013).


Porém, mesmo que a empresa fornece equipamentos, quando perguntado se eles já sofreram
algum aidente pelo não uso de equipamento, a figura 4 mostra que mais de 78% já sofream
acidentes relacionados com a falta do uso de equipamentos de segurança nos cultivos
florestais.
Pode-se verificar que mesmo fornecendo equipamentos, talvez pela falta de treinamento,
orientação ou supervisão, acabam acontecendo acidentes, isso deve ser trabalhado para evitar.

Gráfico 4: Acidentes com herbicidas.

Fonte: Autores, (2013).

Na figura 5 o demostrativo de tipos de acidentes. Os tipos de acidentes verificados são 45% que
afetam as mãos e membros superiores, 32% para inalação e 23% englobam ambos os casos. A empresa
deve estar mais atenta para evitar estas situações e com isso manter a saúde, a qualidade de vida e a
capacidade laboral de seu colaborador.

Gráfico5: Tipo de acidente.

Fonte: Autores, (2013).


Com a coleta de dados foi possível observar que as medidadas de proteção individual e
coletiva oferecidas pela empresa são: EPI´s e EPC´s adequados para o trabalho junto a campo;
Desenvolvimento e utilização de procedimentos padronizados; Treinamentos sobre utilização
dos EPI‟s, riscos dos agrotóxicos e das demais operações desenvolvidas no campo.

Através do estudo e coleta de dados, aliado as observações percebeu-se que as medidade de


proteção propostas pelos pesquisadores para que a empresa implemente em seu processo são:
Utilizar EPI para aplicação de agrotóxicos (respiradores PFF 1 ou 2, luvas de neoprene,
óculos de proteção, botas impermeáveis, macacão hidrorrepelente); Treinar todos os
trabalhadores com um curso profissionalizante de 20 horas de acordo com as especificações
da NR 31; Fiscalizar e exigir o uso dos EPI‟s; Repor os EPI‟s danificados ou sem condições
de uso.

Em relação às formas para melhorar a proteção dos trabalhadores e se evitar acidentes, através
do estudo destaca-se:

Possibilidade de treinamentos mais intensos e maior fiscalização; Poucos trabalhadores


desconhecem o risco real dos agrotóxicos. Os autores destacam ainda como observações
complementares que se pode trabalhar em:
Monitorar nos exames de sangue periódico, as possíveis intoxicações crônicas; Treinar e
reciclar bianualmente os trabalhadores com treinamentos e palestras. De modo geral o estudo
aponta para uma situação bem delicada que deve ter especial atenção da empresa e dos
trabalhadores, pois consequenciais nesta área seriam danosas e podem afetam de forma
irreparável a saúde do trabalhador e o próprio desempenho da organização.

4 Conclusão

Dentro dos fundamentos de pesquisa dos riscos existentes na área de estudo, houve a
possibilidade de desenvolvimento de um programa de prevenção de riscos de acidentes -
PPRA para trabalhadores florestais que atuam na silvicultura de plantios comerciais de
espécies exóticas realizando a tarefa de controle de ervas daninha com aplicação de
herbicidas.

A análise dos resultados obtidos com o questionário aplicado aos trabalhadores forneceu
subsídios suficientes para a avaliação geral deste estudo e dos riscos existentes na área de
desenvolvimento do trabalho. No estudo dos procedimentos observou-se que, além dos
colaboradores que não receberam treinamento, também os treinados apresentaram baixo nível
de preparo para a função que desempenham com freqüência, expondo-se ao risco de
contaminação pelo produto utilizado.

A principal contribuição do presente trabalho é a apresentação de um PPRA que poderá ser


aplicado à realidade observada, possibilitando ao supervisor e aos líderes de equipe uma
orientação para uma atuação correta das atividades desenvolvidas e aos trabalhadores realizá-
las de maneira segura.

Pode-se ressalvar que o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambietais) apresentado, e


mesmo suas atualizações e correções futuras, não serão suficientes para garantir a segurança
dos trabalhadores enquanto os mesmos não alcançarem o grau de consciência necessário
sobre a gravidade dos riscos à saúde aos quais estão expostos com o uso de herbicidas.

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