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Controle de Riscos
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em Máquinas,
Equipamentos e
Instalações
Manutenção de maquinas e equipamentos
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Manutenção de maquinas e equipamentos
Introdução ao Tema
Devido à utilização intensa e continua, as máquinas acabam sofrendo danos em
suas peças e demais componentes. De maneira geral, qualquer máquina, seja robusta
ou estruturalmente simples, para de funcionar caso ocorra de alguma de suas peças
essenciais ser danificada, independente da aplicação dessa peça na máquina, seja nos
comandos, controles, dispositivos ou até mesmo em mecanismos de transmissão ou em
alguma região externa – por exemplo, no caso de um caminhão, um pneu seria uma
parte essencial para que o mesmo funcione corretamente.
Nas últimas duas décadas, as manutenções em geral sofreram alteração drásticas por
conta de fatores como:
·· Complexidade de projeto;
·· Ampliação da quantidade de itens físicos que devem ser mantidos;
·· Inovação nas técnicas de manutenção a serem aplicadas;
·· Novos conceitos sobre a organização da manutenção e suas responsabilidades.
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Começando então a evidenciar a necessidade de maior disponibilização, pensando
também no ganho de confiança, tudo isso para buscar uma grande produtividade, a
indústria ficou muito dependente de um funcionamento perfeito das máquinas, trazendo
a ideia de que o defeito nos equipamentos poderia e deveria ser evitado, o que resultou
no conceito de manutenção preventiva.
Por fim, a quantidade de capital que foi investido em itens físicos, em conjunto com
o aumento do valor do capital, condicionou as pessoas a começarem a buscar novos
recursos que aumentassem a vida útil de seus equipamentos e máquinas. Alcançando assim
a terceira geração, que surgiu a partir da década de 1970 e acelerou consideravelmente
o processo de mudança nas indústrias.
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Manutenção de maquinas e equipamentos
Leitura Obrigatória
Fases da Produção
A disposição e confiabilidade de um sistema de produção dependem diretamente da
correta realização de cada uma das fases de implantação desse sistema, sendo: fabricar,
projetar, operar, instalar e cuidar da manutenção. Na fase inicial, ou seja, do projeto, o
levantamento de todos os dados deve incluir e envolver os usuários das fases posteriores
(operação e manutenção), os quais devem esclarecer quais as necessidades reais para
a realização de suas atividades e tarefas, com certo nível de detalhamento, pois as
definições técnicas, ajustes e cálculos na fase de projeto irão impactar diretamente nas
demais fases, com consequências diretamente ligadas ao desempenho (confiabilidade,
produtividade, qualidade do produto final, segurança e preservação ambiental) e na
economia (nível de custo-eficiência obtido) (WOMACK, 1992).
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Tipos de manutenção e seus conceitos
Os danos nas máquinas e nos equipamentos podem ser causados por inúmeros
fatores, tais como:
·· Erros de projetos ou de especificação – as máquinas ou suas peças, por
algum motivo, passam a não atender às necessidades para que trabalhem
adequadamente. Os problemas podem estar em diversos fatores: erros de
dimensionamento, rotações inadequadas, marchas, materiais, tratamento
térmico, ajustes, acabamentos superficiais ou, ainda, erros em desenhos;
·· Falhas de fabricação – a máquina, com componentes falhos, não foi montada
corretamente, com potencial aparecimento de trincas, concentração de
tensões, inclusões, contatos imperfeitos, folgas exageradas ou insuficientes,
empeno ou exposição de peças a tensões não previstas no projeto;
·· Instalação incorreta ou mal efetuada – causam desalinhamento dos eixos
entre o motor em funcionamento e a máquina acionada. Os desalinhamentos
acontecem por conta dos fatos a seguir: fundação (local onde a máquina será
assentada), fazendo com que ocorram vibrações e oscilações; sobrecargas;
trincas; corrosão de componentes importantes;
·· Manutenção inadequada ou imprópria – mediante a perda de ajustes e
da eficiência da máquina ou equipamento em questão em virtude de alguns
fatores como os que seguem: sujeira; ausência de lubrificação por breves
períodos; lubrificação inadequada que acaba resultando no rompimento do
filme ou em sua degradação; aquecimento excessivo por causa da falta de
gomosidade do lubrificante; folgas ou faltas de reaperto; falhas no controle
de oscilações e vibrações no equipamento;
·· Operação imprópria – gerando sobrecarga, choques e vibrações que acabam
danificando componentes mais frágeis, mas de muita importância, os quais
geralmente provocam danos em outros componentes ou peças da máquina.
A análise de danos e defeitos de peças de uma máquina/equipamento é
realizada com dois objetivos:
1. Apurar o motivo da falha, para que possam ser tomadas medidas com objetivo
de eliminar sua repetição;
2. Repassar orientações ao usuário explicando a respeito do que pode acontecer
se a máquina for mal-usada ou malconservada e as formas de prevenção disso.
Para que essa análise possa ser bem feita, não basta apenas examinar a peça que
gerou a falha, é necessário efetuar um levantamento de todo o histórico da operação e manutenção
da máquina:
·· Como a falha aconteceu?
·· Quais são as causas apontadas?
·· Essa falha é reincidente?
·· Desde sua aquisição, quanto tempo a máquina ficou em uso constante?
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Portanto, a busca dessas informações deve ser a mais detalhada possível, para que
a causa da falha fique claramente apontada evitando futuros erros. Ou seja, as duas
medidas principais dessa análise são:
·· Uma observação pessoal das condições gerais da máquina;
·· Um exame do seu Data Book (Pasta de projeto).
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principais formas de manutenção são definidas com base em atividades comuns, como:
·· Manutenção corretiva sem planejamento;
·· Manutenção corretiva com um planejamento correto e eficaz;
·· Manutenção preventiva;
·· Manutenção preditiva;
·· Manutenção detectiva;
·· Colocar em prática a engenharia da manutenção.
Manutenção corretiva
Manutenção corretiva consiste na correção de um mal funcionamento ou de um erro
menor que o esperado. Quando estamos trabalhando com uma maquina ou equipamento
que mostra ter um funcionamento inferior ao esperado, ou mesmo que esteja danificada,
estamos realizando uma manutenção corretiva. Isso quer dizer que uma manutenção,
quando denominada corretiva, é uma manutenção emergencial, pois essa precisa ser
realizada naquele exato momento, sem protelação. Existem duas condições específicas
que guiam a uma manutenção corretiva:
·· Desempenho inapropriado que aponta o acompanhamento das variáveis
operacionais.
·· Ocorrência de uma falha. A finalidade dessa manutenção é corrigir ou redefinir
de forma correta e segura o andamento adequado do sistema, máquina
ou equipamento em questão. A ação principal na manutenção corretiva é
reestruturar ou corrigir o bom funcionamento do sistema ou equipamento.
Sendo assim, essa manutenção denominada “corretiva” pode ser dividida em
dois formatos:
·· Corretiva sem planejamento;
·· Manutenção corretiva com um planejamento adequado.
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É um tipo de manutenção que deveria ser abolido das práticas das empresas,
pois demonstra o desconhecimento e o “descontrole” do seu sistema de produção.
Normalmente, a manutenção corretiva com um planejamento abaixo da média acarreta
valores maiores do que foi planejado, ou seja, um dano inesperado de uma máquina ou
equipamento pode acarretar queda na produção, pouca qualidade no produto e elevados
custos indiretos de manutenção ao equipamento.
Além de tudo isso, os erros aleatórios podem ter sérias consequências para um
equipamento, ou seja, a dimensão dos danos pode ser ainda maior. Em plantas industriais
de processos que precisam de uma continuidade (petróleo, petroquímico, cimento
etc.), interromper processamentos complexos (com pressões, temperaturas, ou vazões
elevadas) de forma abrupta para arrumar uma determinada máquina pode comprometer
a qualidade de outros equipamentos que vinham sendo operados de forma adequada,
levando-os a constantes colapsos após a partida ou a uma baixa na campanha da planta.
Mesmo que a decisão gerencial seja de deixar o equipamento funcionar até a quebra,
essa é uma função conhecida e algum planejamento pode ser feito quando a falha
ocorrer, como, por exemplo:
·· Substituir o equipamento por outro idêntico;
·· Ter um “kit” para reparos rápidos;
·· Preparar o posto de trabalho com dispositivos de alerta, etc.
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·· Possibilidade de ser compatível com a necessidade da interferência com os
interesses da produção, a partir de um bom planejamento dos serviços prestados;
·· Garantia da existência de sobressalentes de equipamentos e ferramental para
realizar a ação de reparo de forma efetiva e eficiente;
·· Recursos humanos com uma tecnologia eficiente para colocar em prática os
serviços em qualidade suficiente, que podem, inclusive, serem encontrados
fora da organização/instituição.
Manutenção preventiva
Manutenção preventiva é a atuação realizada que visa diminuir ou evitar os erros
ou o baixo desempenho, seguindo um plano anteriormente montado, como base em
intervalos definidos. Ao contrário da política de manutenção corretiva, a manutenção
preventiva busca evitar a ocorrência de erros decorrentes.
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para a intervenção;
·· Abertura do equipamento/reposição de componentes prematuramente.
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Manutenção Preditiva
Segundo Mirshawaka (1991), a Manutenção Preditiva – também conhecida como
Manutenção Sob Condição ou Manutenção com Base no Estado do Equipamento –
pode ser definida da seguinte forma: “é a atuação realizada com base em mudanças de
seguimentos de desempenho ou condição, cujo acompanhamento segue um sistema
específico”. A manutenção preditiva é a primeira grande queda de um padrão nas
práticas de manutenção e tem se mantido cada vez mais com o avanço tecnológico
que disponibiliza equipamentos que permitem uma avaliação confiável de instalações e
sistemas operacionais com um bom funcionamento.
Quando o grau de degradação totalizar o limite que foi estabelecido com antecedência,
o mais indicado é a interferência. Esse tipo de acompanhamento nos permite uma
preparação antecipada do serviço a ser executado, além de alternativas e decisões que
tenham relação com a produção. Ou seja, a manutenção preditiva prediz as condições
dos equipamentos e, quando a intervenção é decidida, o que se faz, na realidade, é uma
manutenção corretiva com bom planejamento.
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Os custos relacionados à Manutenção Preditiva podem ser divididos por dois enfoques:
·· O acompanhamento periódico por meio de instrumentos/aparelhos de
medição e análise não é muito elevado e quanto maior o progresso na área
de microeletrônica, maior a redução dos preços;
·· O trabalhador envolvido não apresenta valores elevados – com expectativa
de acompanhamento, também, pelos próprios colaboradores e operadores.
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Manutenção detectiva
A menção à manutenção detectiva começou a ocorrer a partir da década de
1990. A denominação “detectiva” está ligada à palavra detectar (em inglês detective
maintenance). Uma boa definição é: manutenção detectiva é a atuação imediata
de um sistema que objetiva cuidados buscando encontrar erros escondidos ou
que não sejam perceptíveis aos funcionários da manutenção e operação. Então,
as atividades realizadas em nível de avaliação de um sistema de proteção que funciona
normalmente simbolizam essa manutenção. Um exemplo simples e bem objetivo é o
botão para testar uma lâmpada de sinalização e alarme em painéis luminosos.
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Suponha que uma determinada planta adota um sistema baseado em manutenção
preventiva para um conjunto de redutores de uma torre de refrigeração. A estimativa do
tempo para as intervenções é extremamente difícil, porque nesse tipo de equipamento
a vida dos diversos componentes é diferente, apesar do pequeno número deles. Os
rolamentos têm uma vida diferente dos retentores que, por sua vez, têm vida diferente
das engrenagens. A experiência indica que serão feitas mais intervenções do que o
necessário e/ou um número elevado de troca de peças com “meia vida”, ainda em bom
estado, será processado. Devem-se comparar as vantagens e as desvantagens entre o
custo desnecessário de utilização de alguns sobressalentes contra sucessivas intervenções
nos equipamentos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Aprofunde seus estudos acessando ao conteúdo listado:
Sites
Manutenção industrial
http://goo.gl/jFF6g3
Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações
https://goo.gl/nwjMMN
A importância da manutenção preventiva dos equipamentos de Sistemas de Segurança Eletrônica
http://goo.gl/0VhokO
A importância da manutenção de equipamentos da construção civil
http://goo.gl/e7mTYG
Leitura
Manutenção preventiva: Estudo de caso em um comércio varejista de automóveis seminovos
http://goo.gl/jhzIdH
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Referências
BRASIL. Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978. 1978. Disponível em:
<https://normasregulamentadoras.wordpress.com/legislacao/portaria-3214-de-08-
de-junho-de-1978>. Acesso em: 12 maio 2016
MIRSHAWKA, V. Criando Valor Para o Cliente. São Paulo: Makron Books, 1993.
MIRSHAWKA, V.; MIRSHAWKA, V. JR. QFD – A Vez do Brasil São Paulo: Makron
Books, 1994.
PINTO, Alan Kardec; XAVIER, Júlio Nassif. Manutenção: função estratégica. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1998.
WOMACK, James P. et al. A Máquina que Mudou o Mundo. 4. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1992.
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