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Corrosão por Pite - Características

• Importante: é limitação ao
uso seguro de componentes
metálicos, pois, trata-se de:
Exemplo: AA 3004-H39 - ácido
– corrosão perfurante acético - polarizado (aumento: 250x)

– difícil previsão
– alta velocidade de
propagação

• Materiais passivos
– Cl- (e outros halogênios)
– Temperatura

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CORROSÃO OUTRAS
INTERGRANULAR 8% CORROSÃO SOB
12% TENSÃO
37%

CORROSÃO UNIFORME
18%

CORROSÃO POR PITE


25%

Principais tipos de falhas por corrosão em aços inoxidáveis em processos industriais


químicos. (ROBERGE, P.R. Handbook of Corrosion Engineering. McGraw-Hill
Handbooks, p.1-54, 2000.)

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Corrosão por Pite - Mecanismo

Nucleação:

– adsorsão de Cl-
– concentração crítica de Cl-
– ruptura das ligações da
película passiva
– região anódica localizada

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Corrosão por Pite - Mecanismo
Crescimento:
• Dissolução:
Me = Me+z + ze-
• Reação catódica:
O2 + 2H2O + 4e- = 4OH-
• Migração de íons Cl-
• Acidificação:
Me+Cl- + H2O = MeOH + H+Cl-
• Mais dissolução – nova migração de
Cl- - mais acidificação...

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Corrosão por Pite - Mecanismo

Crescimento:

• outro agente oxidante: Fe+3

• efeito galvânico:

superfície de pite << superfície catódica

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Corrosão por Pite

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Corrosão por Pite – Fatores que influenciam

• Temperatura
• Estagnação / Agitação / Limpeza
• Acabamento superficial
• Microestrutura
• Inibidores
• Proteção Catódica
• Potencial de eletrodo
– aumenta o teor de Cl- adsorvido
– Ep : potencial de nucleação de pite

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600
SHNO3/H2O
500

400

Potencial (mV, ECS)


300

200

100

(A/cm2) -100

-200
Curva de polarização cíclica, para a liga AA 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2
5052. Condições: solução 3,5%NaCl, 23 C, 15 Densidade de Corrente (A/cm²)
min de imersão, 1 mV/s. Referência: Eletrodo
de Calomelano Saturado. Liga AA 5052 Curva de polarização para AISI 304L em 3,5% NaCl.
(96,75Al-2,62Mg-0,26Fe-0,18Cr-0,11Si- Acabamento: lixa #600 / ácido nítrico / imersão em água.
0,03Mn-0,03Cu-0,02Zn). [Referência: HARA, A. Corrosão de
ligas de alumínio da série 5XXX em meios contendo íons cloreto. Trabalho de
Formatura apresentado à Escola Politécnica da USP - Depto de Engenharia
Metalúrgica e de Materiais, 1997.]

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600
SHNO3/H2O
500

400

Potencial (mV, ECS)


300

200

100

-100

-200
1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2
Densidade de Corrente (A/cm²)

(A/cm2)

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Corrosão por Pite – Fatores que influenciam
• Temperatura
• Estagnação / Agitação /
Limpeza
Ep
• Acabamento superficial
• Microestrutura
• Inibidores
• Proteção Catódica Atividade de Cl-

• Potencial de eletrodo Efeito da atividade do íon cloreto sobre o potencial


– aumenta o teor de Cl-
adsorvido de pite do alumínio 1199 em soluções de NaCl.
[HOLLINGSWORTH, E. H.; HUNSICKER, H. Y. Corrosion
– Ep : potencial de nucleação de of aluminum and aluminum alloys. In: KORB, L. J. et al.
pite Metals Handbook - Corrosion, ASM, Metal Park, Ohio,
1989, 9ed., v. 13, p.583-584. ]
• Concentração de Cl-
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Corrosão por Pite - Avaliação
• Imersão
– ASTM G48 (aços inoxidáveis)
• 6% FeCl3
• TCP
• Exame visual; perda de massa;
– profundidade e densidade de pite (ASTM G46)

• Ensaio Acelerado
• Câmara de Névoa Salina (ASTM G85)

• Eletroquímica
• Polarização Cíclica (ASTM G61 - p/ Fe-Ni-X e Co-X); Método
Potenciostático; Método Galvanostático; Método do Riscamento
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Corrosão por Pite - Avaliação

• Imersão
– ASTM G48 (aços
inoxidáveis)
• 6% FeCl3
• TCP
• Exame visual; perda
de massa;
– profundidade e
densidade de Superfícies do aço UNS S30400 solubilizado (sem chanfro) e
pite (ASTM solubilizado-sensitizado (com chanfro), lixa #600, após imersão
em cloreto férrico (por 72 horas). [Referência: Doutorado,
G46) Zanetic, S.T., 2006; figura 99.]

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Taxa de Corrosão - 1000x(g/cm2h)
Exemplo de
0,6
0,500633 Perda de
TC(g/cm h) 1000x

0,5
0,4
Massa para
0,3 avaliação da
2

0,2 0,147295 0,144630 resistência à


0,1
corrosão
0
ST-S NBS-570S NPL-420S por pite.
Amostras

Taxa de corrosão (perda de massa; 1000x) após ensaio de


imersão em cloreto férrico do aço UNS S30400: amostras
solubilizadas sem (ST) e com tratamento de
nitrocarbonetação.
Ref: ZANETIC, S. T. Trabalho publicado no 62o Congresso Anual da ABM-Vitória-ES 2007.

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solubilizado

Carbonetos impedem o
crescimento.
Podem influenciar a
nucleação: sítios de adsorção
de cloreto.

sensitizado

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ASTM G46

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Corrosão por Pite - Avaliação
• Imersão
– ASTM G48 (aços inoxidáveis)
• 6% FeCl3
• TCP
• Exame visual; perda de massa;
– profundidade e densidade de pite (ASTM G46)

• Ensaio Acelerado
• Câmara de Névoa Salina (ASTM G85)

• Eletroquímica
• Polarização Cíclica (ASTM G61 - p/ Fe-Ni-X e Co-X); Método
Potenciostático; Método Galvanostático; Método do Riscamento
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Câmara de Névoa Salina (ASTM G85)
Aço Inoxidável 304

Figura 4.26 - Amostras com tratamento de nitretação em banho de sais.


a) solubilizada, b) solubilizada-sensitizada, c) solubilizada-soldada
(Referência: Silvio Tado Zanetic, Relatório Final do Auxílio à Pesquisa Fapesp, processo: 00/12162-5 )

Figura 4.26a: Após 24 horas de ensaio verificou-se o aparecimento de corrosão proveniente do metal-base nas bordas dos três corpos de
prova. Após este período retirou-se dois corpos de prova da câmara, permanecendo o terceiro até 48h, que apresentou pontos de
corrosão na superfície ensaiada após este período, o ensaio foi então interrompido.
Figura 4.26b: Após 24 horas de ensaio verificou-se o aparecimento de corrosão proveniente do metal-base nas bordas dos três corpos de
prova e aparecimento de corrosão proveniente do metal-base em cerca de 10% da superfície ensaiada de um dos três corpos de prova, o
ensaio foi então interrompido.
Figura 4.26c: Após 24 horas verificou-se o aparecimento de corrosão proveniente do metal-base em toda superfície ensaiada dos três
corpos de prova, o ensaio foi então interrompido.

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Corrosão por Pite - Avaliação
• Imersão
– ASTM G48 (aços inoxidáveis)
• 6% FeCl3
• TCP
• Exame visual; perda de massa;
– profundidade e densidade de pite (ASTM G46)

• Ensaio Acelerado
• Câmara de Névoa Salina (ASTM G85)

• Eletroquímica
• Polarização Cíclica (ASTM G61 - p/ Fe-Ni-X e Co-X); Método
Potenciostático; Método Galvanostático; Método do Riscamento
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BRENNERT, Sven. Local corrodibility of stainless. Metal Progress, Cleveland,
v.31, n.6, p. 641-642, June, 1937.

KLIMZACK-MATHIEU, L.; MEUNIER, J.; POURBAIX, M.; VAN


LEUGENHAGHE, C. apud POURBAIX, A. Electrochemie et corrosion localisée

• Polarização Cíclica
des aciers inoxydables. Mémoires et Etudes Scientifiques de la Revue de Métallurgie,
Paris, v.85, n.12, p.667-674, déc. 1988.

– BRENNERT , 1937: Ep (para aço inoxidável)


– KLIMZACK-MATHIEU et al., 1962: Epp (para aço inoxidável)

– 3,5% NaCl
– 1 mV/s (0,1 mV/s)
– acabamento (mais comum é #600)
– outras variáveis: tempo de imersão, temperatura, composição do eletrólito

– Ep: potencial de nucleação de pite


– Epp: potencial de proteção ou de repassivação de pite
• Ep: f (eletrólito, método experimental, condição superficial...)
• Epp: f (concentração das espécies dissolvidas, geometria pite,
processos de transferência de massa...)
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Curva de polarização cíclica, para a
liga AA 5052.
Condições:
•solução 3,5%NaCl,
•23 C,
•15 min de imersão,
•1 mV/s.
•Referência: Eletrodo de Calomelano
Saturado.
• Liga AA 5052 (96,75Al-2,62Mg-
0,26Fe-0,18Cr-0,11Si-0,03Mn-0,03Cu-
0,02Zn).

[Referência: HARA, A. Corrosão de ligas de alumínio da série


5XXX em meios contendo íons cloreto. Trabalho de Formatura
apresentado à Escola Politécnica da USP - Depto de Engenharia
Metalúrgica e de Materiais, 1997.]

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• Corrosão por Pite - Prevenção

redução da agressividade da solução, através da diminuição


do teor de íons cloreto, temperatura, acidez, agentes
oxidantes;
utilizar materiais mais resistentes à corrosão, como ligas
contendo Mo, W;
eliminar pontos de estagnação;
limpeza periódica;
acabamento superficial
inibidores
proteção catódica

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Exemplos Específicos:
Cobre e Alumínio

• Cobre:
– água do mar com baixa velocidade (0,6 a 0,9 m/s)
– Cu-Al e Cu c/ baixo teor de Zn: mais resistentes
– Cu-Ni e bronzes de Sn: resistência intermediária
– Na presença de Cl-: Cu-Zn: dezincificação
– Na presença de S-: Cu ligas: pite

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Exemplos Específicos:
Cobre e Alumínio

• Alumínio:
– células galvânicas formadas com Cu
– efeito de segundas fases
– tendência a auto passivação
– morfologia ramificada e corrosão de
planos cristalográficos preferenciais
•Pites observados na liga 3004-H39 polida
metalograficamente, após polarização
potenciodinâmica, seguida de potenciostática por
30 min (densidades de corrente da ordem de 10-5
e 10-4 A/cm2) em solução de ácido acético 1M.
Os pontos brancos são precipitados de segunda
fase. Aumento: 250x. [MELO, H. G. Estudo do
comportamento eletroquímico da liga de alumínio 3004-H39 em meio de
ácido acético na presença e na ausência de íons cloreto. Tese de
Doutorado, Universidade de São Paulo, Escola Politécnica, São Paulo,
1994, p.118. ]

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Exemplos Específicos:
Liga de Alumínio: efeito da presença de sulfato - inibidor

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Exemplos Específicos:
Aços Inoxidáveis: Efeito do Acabamento Superficial
300 600

#600
S#600
500 H 2SO4/H2O
SH2SO4/H2O
200
400

Potencial (mV, ECS)


Potencial (mV,ECS)
100
•Aço Inoxidável Austenítico 300

200
0
•AISI 304L 100
-100
0

-200 -100
1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2
Densidade de Corrente (A/cm²) Densidade de Corrente (A/cm²)

400 HNO3/H2O 600


600
SHNO3/H2O
HNO /ar
3
SHNO3/AR
H2SO4/ar
SH2SO4/AR
500 500
300
400 400

Potencial (mV, ECS)


Potencial (mV,ECS)

Potencial (mV, ECS)

200 300
300
200
200
100
100
100
0
0
0
-100

-100 -100
1E-9 1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2 -200 1E-9 1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2
1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2 Densidade de Corrente (A/cm²)
Densidade de Corrente (A/cm²) Densidade de Corrente (A/cm²)
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•Aço 304L Lixado • Corrosão por pite para
•Ep = 150
mV,ECS
304L: efeito do acabamento

•Aço 304L Eletropolido


•Ep = 350 mV,ECS

Referência: Mestrado de
Leila Garcia Reis, 2005
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Referências Bibliográficas

1. ALONSO-FALLEIROS, N. Corrosão em fresta, corrosão por pite e


corrosão microbiológica. Capítulo da publicação da ABM: Programa
de Educação Continuada - Cursos ABM - Corrosão de Metais Não
Ferrosos, novembro de 2001, 25 páginas.
2. SHREIR, L. L. Corrosion. 2a. ed. London. Newnes - Butterworths,
1976. p.1:130 e seguintes.
3. PULINO, Débora; ALONSO, Neusa. Métodos eletroquímicos de
avaliação da susceptibilidade de um material à corrosão por pite.
Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP/Departamento de
Engenharia Metalúrgica e de Materiais, n. 93/003, 1993. 15p.

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Exercício:
1. Os dados a seguir foram retirados de um artigo da revista Corrosion – NACE, de Abril de 2006, p.357 – “Corrosion Resistance
of Injection-Molded 17-4PH Steel in Sodium Chloride Solution”. Trata-se do aço inoxidável endurecível por precipitação
17-4PH. Amostras desse aço foram obtidas por dois processos de fabricação (Metalurgia Convencional e Metalurgia do Pó) e
submetidas a ensaio de polarização em solução contendo 3,5% NaCl. A superfície após ensaio de polarização apresentou o
mesmo aspecto nas duas condições (veja a morfologia obtida em microscópio eletrônico de varredura). Com tais informações,
responda:
a. Qual é o tipo de corrosão?
b. Quais parâmetros você consegue obter destas curvas? Quais seus valores? O que significam?
c. Qual é o aço de melhor desempenho? (aquele produzido por metalurgia do pó 17-4P/M ou por metalurgia convencional
17-4C)? Por que?
OBS: A metalurgia convencional consta de fusão e solidificação após vazamento. A metalurgia do pó consta de compactação e
sinterização. A partir disso, qual a diferença (microestrutural ) que explica a diferença de desempenho observada?

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