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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS PORTADORES

DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE


SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE ACREÚNA - GO

Getúlio Antonio de Freitas Filho1; Eliene Barbosa Ferreira2; Nulciene Firmino de


Freitas1; Leonardo Squinello Nogueira Veneziano1; Rejane Maria Cruvinel Cabral1;
Roberto Dias1; Lya Karla Manso Miranda1; Kátia da Silveira Ferreira1; Renata do
Nascimento Silva 1; Tairo Vieira Ferreira1; Fernando Duarte Cabral1

1
Instituto de Ensino Superior de Rio Verde/Faculdade de Fisioterapia, Rio Verde-GO.
2
Fisioterapeuta, Rio Verde-GO.

Resumo - A hipertensão arterial sistêmica (HAS), também conhecida como pressão alta, é um mal
que ataca milhões de pessoas em todo o mundo. Estudos epidemiológicos apontam que cerca de
20% da população brasileira sofre com hipertensão. Este trabalho tem por objetivo a avaliação do
nível de atividade física em indivíduos portadores de hipertensão arterial sistêmica de unidade de
estratégia de saúde da família do município de Acreúna-GO. Foram estudados 33 indivíduos
hipertensos, sendo 10 do sexo masculino e 23 do sexo feminino, que frequentam o programa de
acompanhamento de hipertensos da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Sol Nascente. Para tanto,
os indivíduos analisados responderam ao IPAQ (questionário internacional de medidas prevalentes
de atividades físicas) versão curta para verificação do nível de atividade física. Conclui-se que, no
geral, quer seja do sexo masculino ou feminino, ambos têm uma boa prática de atividade física.
Embora não seja a ideal, a atividade física praticada, alicerçada pelo tratamento medicamentoso a
eles oferecido, lhes proporciona uma boa qualidade de vida.

Palavras-chave: Hipertensão arterial; Atividade Físicas; IPAQ.


Área do Conhecimento: Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Introdução

A hipertensão arterial é uma doença crônica, assintomática, de tratamento contínuo, que não
escolhe sexo, faixa etária, etnia e nível socioeconômico. É caracterizada como importante fator de
risco para outras doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Um fato importante, que
deve ser considerado, mas que ainda não possui explicação científica definida, é que indivíduos da
raça negra apresentam maior propensão para desenvolvimento da doença.
A partir do seu diagnóstico, faz-se necessário que o paciente adquira novos hábitos de vida como,
por exemplo, abdicar de vícios como o tabagismo e o alcoolismo, perder peso e praticar exercícios
físicos, ou seja, buscar uma vida mais saudável, considerando que esta é a forma não
medicamentosa de tratamento, mas há também o tratamento medicamentoso, com o uso de anti-
hipertensivo (BRASIL, 2006).
É comum no início do tratamento o paciente crer que está curado e deixar de fazê-lo, ou
abandoná-lo devido ao mal-estar gerado pelos efeitos colaterais causados pelos medicamentos anti-
hipertensivos, fatores estes que só agravam a doença.
Para tanto, informações sobre a doença tornam-se fundamentais. Quando o paciente começa a
entender o que é a doença, quais são as prováveis causas e como deve ser o tratamento, o mesmo
torna-se mais consciente e consequentemente adere melhor ao tratamento.
A atividade física, de forma sumarizada, pode ser entendida como todo movimento que resulte em
gasto de energia considerável.
A prática regular de atividades físicas, reduz o risco de desenvolvimento da hipertensão arterial.
Estudos apontam que o treinamento físico treinamento reduz a pressão arterial clínica
sistólica/diastólica de hipertensos, além de outros benefícios à saúde. Portanto, a prática de atividade
física regular se torna uma grande aliada no tratamento da hipertensão arterial.

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Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba.
Este trabalho tem por objetivo avaliação do nível de atividade física em indivíduos portadores de
hipertensão arterial sistêmica da unidade de estratégia de saúde da família do município de Acreúna
– Goiás

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo, analítico e transversal. Onde foram avaliados indivíduos


hipertensos de ambos os gêneros, com idade compreendida entre, 40 a 69 anos, que frequentam a
unidade de estratégia de saúde da família (ESF) Sol Nascente no município de Acreúna-Goiás.O
presente estudo foi submetido e aprovado pelo CEP (comitê de ética e pesquisa) encaminhado pela
Plataforma Brasil sob o nº 045/2015.
Foram convidadas a participar do estudo, os que aceitaram, assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido e posteriormente responderam o questionário sobre nível de atividade física
IPAQ. Propuseram-se a participar da pesquisa 33 indivíduos, sendo 10 homens e 13 mulheres,
conforme os critérios de inclusão e exclusão.
Foram incluídos na pesquisa os hipertensos com idade entre 40 a 69 anos, aceitaram participar da
pesquisa de forma voluntária através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Após a autorização da Secretaria Municipal de Saúde do Município de Acreúna – GO, para
realização do estudo na estratégia de saúde da família (ESF) Sol Nascente. Na oportunidade a
Enfermeira chefe da Unidade de Saúde também autorizou a realização da pesquisa.
As análises dos questionários se deram a partir do consenso realizado entre o CELAFISCS e o
Center for Disease Control and Pevention (CDCP) de Atlanta em 2000, considerando os critérios de
frequência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias:
a) Sedentário-inativos: indivíduos que não praticaram nenhum tipo de atividade física por pelo
menos 10 minutos contínuos durante a semana;
b) Insuficientemente Ativo A: representam os indivíduos que praticaram atividade física por pelo
menos 10 minutos por semana obedecendo uma frequência de cinco dias por semana ou 150
minutos semanais na soma dos diferentes tipos de atividade física (caminhada: moderada e
vigorosa), porém insuficiente para ser classificado como ativo;
c) Insuficientemente Ativo B: Indivíduos que praticaram atividade física ao menos 10 minutos por
semana, com duração inferior a 150 minutos semanais ou 5 dias por semana, somando-se todos os
diferentes tipos de atividade;
d) Ativo: Indivíduos que realizaram atividade física consideradas vigorosa por três dias ou mais na
semana com duração de pelo menos 20 minutos a sessão; ou realizaram atividade física moderada
ou caminhada por 5 ou mais dias por semana e com duração de 30 minutos ou mais a sessão; ou
qualquer atividade (caminhada: moderada e vigorosa) que somada daria 5 dias ou mais por semana
e 150 minutos semanais ou mais;
e) Muito Ativo: Quem praticou atividade física vigorosa por 5 dias ou mais semanais com 30
minutos (ou mais) de duração em cada sessão; ou praticaram atividade física vigorosa por três dias
ou mais por semana com duração de 20 minutos ou mais a sessão e praticaram atividade física
moderada e/ou caminhada por cinco dias (ou mais) na semana com duração de pelo menos 30
minutos a sessão.
Terminada esta etapa os dados foram enviados para gerar a estatística, para chegar aos valores
abaixo relacionados e gráficos expostos foi utilizado o programa Microsoft Excel 2000, transferindo-os
para o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Não houve desvio padrão nos dados encontrados, no entanto, para verificar o nível de atividade
física foram utilizadas variáveis paramétricas de distribuição normal por estatística descritiva. Nos
dados comparativos utilizou-se o nível estatístico de significância menor que 5 % de erro (p < 0,05).

Resultados

Após pesquisa realizada foi utilizado o sistema Excel para tabulação dos dados obtidos e
posteriormente organizados em gráficos.
A tabela abaixo apresenta a distribuição em idade e sexo dos participantes da pesquisa.
Conforme se observa tanto na tabela quanto no gráfico 1 a população predominante nesta
pesquisa é a feminina, pois a mesma representa aproximadamente 70% dos participantes, contudo é

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válido ressaltar que isso não significa que há mais mulheres do que homens com hipertensão mas
que há por parte das mulheres melhor adesão ao tratamento.O gráfico 1, abaixo apresenta em
percentual os participantes da pesquisa.

Tabela 1 - Idade e sexo dos participantes

SEXO FAIXA ETÁRIA (anos) TOTAL

40 a 49 50 a 59 60 a 69

MASCULINO
02 02 06 10
FEMININO
04 08 11 23
TOTAL
06 10 17 33

Fonte: dados da pesquisa

Gráfico 1 – Sexo dos participantes da pesquisa.

Fonte: dados da pesquisa

O gráfico 2 buscou conhecer a idade dos participantes, chegando se a conclusão que a medida
que a idade vai avançando torna-se maior a incidência da hipertensão arterial.
Considerando que o maior percentual está entre os indivíduos com idade entre 60 a 69 anos, ou
seja, dos 33 participantes 16 (dezesseis ou 48%) estão numa faixa de idade mais avançada,
enquanto que comparado aos de 40 a 49 anos são apenas 16%.

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Gráfico 2- Idade dos participantes da pesquisa

Fonte: dados da pesquisa

O gráfico 3 apresentou os resultados obtidos através do IPAQ que comprovam o nível de atividade
física por eles praticados com separação de sexo, onde percebe-se claramente que as mulheres são
mais ativas que os homens.
O gráfico 3 demonstra que existe a prevalência ativo no sexo feminino sendo que 18 das 33
participantes são ativas e embora os homens não tenham aparecido como inativos, sendo que 03
participantes são consideradas insuficientemente ativo A e 01 inativo

Gráfico – 3 Prevalência de atividades físicas

Pelo teste de Mann-Whitney, não foram encontradas diferenças estatisticamente


significativas (P = 0,2324) entre os dois sexos.
Fonte: dados da pesquisa.

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Diferentemente dos estudos analisados esta pesquisa demonstra que o nível de atividade física
praticada pelos participantes é bom, pois a entre as mulheres há uma prevalência de mais de 78%
(Ativo) e entre os homens nem ao menos é mencionado o inativo ou insuficientemente ativo A ou B.
O gráfico 4 apresenta a prevalência de prática de atividade física por idade sem a separação de
sexo.

Gráfico 4 – Prática de atividade física determinada por idade

De acordo com o teste de Kruskal-Wallis, não houve diferença estatisticamente significativa (P =


0,3844) entre as faixas etárias
Fonte: dados da pesquisa.

Embora os referenciais bibliográficos anteriores tenham demonstrado que a medida que a idade
avança passa-se a desenvolver com maior facilidade a hipertensão arterial, neste estudo é possível
perceber que há uma prevalência na prática de atividades físicas entre as pessoas com faixa etária
maior. Ou seja, dos 33 participantes 13 que se encontram ente 60 e 69 anos se mantêm ativos,
seguido no mesmo patamar estão os 07 que representam a faixa de 50 a 59 anos. É possível
perceber que os indivíduos participantes buscam uma vida ativa e consequentemente lutam por se
manterem saudáveis

Discussão

A predominância do sexo feminino já foi observada em outros estudos, assim como a prevalência
da faixa etária de 60 a 79 anos (OLIVEIRA, et. al, 2013, p. 179). Em concordância Silva (2011, p. 16)
também afirma que “a maior participação de mulheres pode ser explicada pelo fato de procurarem
com mais frequência os serviços de saúde”.
No Brasil, as mulheres conhecem mais a sua condição de portadores de hipertensão do que os
homens, assim como acusam procura maior pelos serviços de saúde, fato que pode explicar a
presença predominante dentre os atendidos (MARTINS et. al, 2009, p. 5).
Observa-se que mesmo havendo uma mudança comportamental na mentalidade das pessoas
ainda é comum haver entre as pessoas do sexo masculino medo ou preconceito em buscar ajuda
médica para tratamento de saúde, muitos procuram omitir a doença só procurando quando não é
mais possível viver sem o medicamento (SILVA, 2011).
Martins et. al, (2009) também expressa da mesma forma ao afirmar que o sedentarismo é um forte
componente para o desenvolvimento de doenças oportunistas como o caso da hipertensão. No

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entanto, medir o nível de atividade física em pacientes é difícil por falta de instrumentos
padronizados.
Embora este estudo não tenha buscado a relação do desenvolvimento de atividades físicas com a
escolaridade dos participantes os estudos que foram utilizados por comparação: Martins et. al (2009);
Silva (2011) e Oliveira et. al (2013) apresentam que quanto maior a escolaridade maior é prevalência
na prática de atividades físicas, ou seja, quanto mais consciente é uma pessoa da importância de
praticar exercícios mais ela buscará essa situação para a sua vida.
Porém este fator pode estar alicerçado no fato de a mulher desenvolver atividades domésticas em
maior número e intensidade que os homens, fato este que as ajudaria a ter uma vida mais ativa e
consequentemente mais saudável.
Ocorre que na maioria das vezes os homens ao se aposentarem tendem a buscar atividades mais
inertes como assistir televisão, jogar com os amigos entre outros (MARTINS et. al, 2009).
Martins et. al (2009, p. 6) afirma que, no contexto dos estudos levantados, nota-se a necessidade
de ampliar pesquisas que se dediquem ao desenvolvimento de estratégias, as quais estimulem a
adoção de prática cotidiana de atividade física como forma de controle e prevenção de problema de
saúde.

Conclusão

A hipertensão arterial é uma morbidade que evolui de forma silenciosa, só apresenta sintomas
quando a doença já se encontra em estado grave, seu tratamento é prolongado, podendo em alguns
casos ser estendido por toda a vida, contudo, uma vez diagnosticado cabe ao paciente buscar por
mudanças nos hábitos cotidianos, considerando que o tabagismo, o alcoolismo e a obesidade são
elementos que normalmente levam ao desenvolvimento e à evolução da doença.
O tratamento pode se farmacológico ou não. Quando envolve medicamentos normalmente são
utilizados diuréticos, vasodilatadores diretos, inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA),
inibidores adrenérgicos, bloqueadores dos canais de cálcio e antagonistas do receptor AT2 da
angiotensina II (AII), podendo haver a combinação de dois ou mais remédios. O tratamento não
farmacológico corresponde a prática de atividades físicas, diminuição do uso do sal, do tabaco e de
bebidas alcoólicas, bem como, a perca de peso.
Mediante pesquisa realizada com os pacientes frequentadores do Programa de Acompanhamento
de Hipertensos da unidade de estratégia de saúde da família (ESF) Sol Nascente, conclui-se que no
geral quer seja do sexo masculino ou feminino ambos, têm uma boa prática de atividade física,
embora não seja a ideal. Contudo, é importante ressaltar que as atividades físicas práticadas,
alicerçada pelo tratamento medicamentoso a eles oferecido, favorece o controle da doença, o que
sem dúvida lhes proporciona uma boa qualidade de vida.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Hipertensão arterial sistêmica para o sistema único de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

MARTINS, Larissa Castelo Guedes; GUEDES, Nirla Gomes; TEIXEIRA, Iane Ximenes; LOPES,
Marcos Venícios de Oliveira; ARAUJO, Thelma Leite de. Nível de atividade física em portadores de
hipertensão arterial. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.17 no.4 Ribeirão Preto July/Aug. 2009.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
11692009000400005&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em junho de 2015.

OLIVEIRA, Thatiane Lopes; MIRANDA, Leonardo de Paula; FERNANDES, Patrícia de Sousa;


CALDEIRA, Antônio Prates. Eficácia da educação em saúde no tratamento não medicamentoso da
hipertensão arterial. Acta Paul Enferm. 2013; 26(2):179-84. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ape/v26n2/v26n2a12.pdf. Acesso em junho de 2015.

SILVA, Rafaela Niels da. Nível de atividade física em usuários do sus que recebem medicamentos
para controle da hipertensão e diabetes na cidade de Olinda/2011. Disponível em:
http://157.86.8.70:8080/certifica/bitstream/icict/44811/2/478.pdf. Acesso em: junho de 2015.

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Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba.

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