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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE

SOROCABA

Maria Cecília de Castro Gomes, brasileira, solteira, 19 anos, diarista, residente na Rua Alice
Paes da Silva, 125, no Jardim Tatiana, na cidade de Sorocaba, inscrita no CPF 124.326.525-7,
RG 20.121.240-8, vem respeitosamente a Vossa Excelência, por meio de seu advogado com
escritório no endereço Avenida Dr. Armando Pannunzio, 750, onde recebe intimações, propor
a presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS


Lei 5.478/68 pelo rito da Lei 11.804/08 em face de

Pedro Ferreira da Silva, brasileiro, solteiro, 24 anos, mecânico de autos, residente na Rua
Salvador Pereira de Camargo, 40, Bairro do Éden, inscrito no CPF 123.215.600-3, RG 21.318.
645-5.

1. DOS FATOS

A autora e o réu mantiveram um relacionamento não formalizado por dois anos e


meio que resultou em gravidez conforme o exame em anexo. Ocorre que, após a confirmação
da gravidez o relacionamento acabou e a autora, impossibilitada de arcar com os custos
advindos da gravidez, visto que é uma profissional no mercado informal, ganhando somente
pelo dia trabalhado em um período de demanda baixa por seus serviços.
Já o demandado, mesmo podendo ajudá-la financeiramente, não o faz, mesmo após
diversas tentativas de contato, tanto pessoalmente como por meio de contato telefônico e
redes sociais.

2. DOS FUNDAMENTOS
2.1 DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Conforme o artigo 4° da Lei 5.478/68: “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar
que deles não necessita”. Na hipótese em discussão, a autora por ser profissional informal e
receber somente pelo dia trabalhado não tem condições de arcar sozinha com alimentação,
exames e demais despesas advindas da gestação, conforme os comprovantes bancários em
anexo.
Já o réu está empregado formalmente e tem a renda mensal de R$ 2.500,00 (dois mil
e quinhentos reais).
Diante disso do evidente periculum in mora, haja vista que a demandante não pode
custear sozinha a gravidez, requer a fixação liminar dos alimentos gravídicos no valor de R$
650,00 (seiscentos e cinquenta reais).

2.2 DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS

Os alimentos gravídicos têm previsão específica na Lei 11.804 de 5 de novembro de


2008 que dispõe em seu artigo 2° “Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os
valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela
decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência
médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais
prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o
juiz considere pertinentes”. Acerca das condições para a concessão dos alimentos gravídicos o
artigo 6° da referida lei dispõe: “Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz
fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as
necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré”.
No referido caso, não resta dúvidas da paternidade tendo em vista que a demandante
se encontrava em um relacionamento duradouro com o réu e que a gravidez foi confirmada
ainda quando estes estavam juntos. A demandante afirma que durante o relacionamento com
o réu só tinha relações sexuais com ele.
O parágrafo 1° do artigo 1.694 do Código Civil dispõe que: ”Os alimentos devem ser
fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada”.
Também artigo 1.695 do referido código dispõe: “São devidos os alimentos quando quem os
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e
aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento”.
Considerando a condição financeira da requerente explanada anteriormente, fica
evidente a necessidade da mesma em receber os alimentos gravídicos durante todo o período
de gestação no valor de R$ 650,00 (seiscentos e cinquenta reais).

3. DOS PEDIDOS
1. Concessão dos benefícios da justiça gratuita, visto que a demandante pobre em
sentido legal conforme a Lei 1.060/50 e declaração de pobreza em anexo;
2. Intimação do Ministério Público, por se tratar de interesse me menor, nos moldes do
artigo 82 do Código de Processo Civil;
3. Que seja designada audiência de conciliação de acordo com o artigo 334 do Código de
Processo Civil;
4. Concessão de imediato de alimentos provisórios no valor de R$ 650,00 (seiscentos e
cinquenta reais) mensais a serem descontados diretamente em folha de pagamento;
5. Citação do réu para contestação no prazo de 5 dias, sob pena de revelia;
6. Julgamento procedente para condenar o réu a pagar à autora o valor de R$ 650,00
(seiscentos e cinquenta reais) que, após o nascimento com vida, sejam convertidos em
pensão alimentícia em favor do menor;
7. Condenação do réu do pagamento dos custos processuais e honorários advocatícios
no montante de 20% (vinte por centro) do valor da causa.

Protesto provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,


notadamente, documental, testemunhal e, após o nascimento com vida, a pericial.
Dar-se-á a esta causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Nestes termos, pede deferimento

Sorocaba, 10 de maio de 2018

José Roberto de Meneses Giotti


OAB 412635/SP

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