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Um Ensaio Descritivo por Aleister Crowley,

editado por Frieda Harris,


com prefácio de Hymenaeus Beta
ÍÍNDICE

Prefácio
Introdução
Os Vinte e Dois Trunfos ou Arcanos Maiores

OS ARCANOS MAIORES

0 O Louco 11 A Justiça
1 O Mago 12 O Enforcado
2 A Sacerdotisa 13 A Morte
3 A Imperatriz 14 A Temperança
4 O Imperador 15 O Diabo
5 O Papa 16 A Torre
6 Os Apaixonados 17 A Estrela
7 O Carro 18 A Lua
8 A Força 19 O Sol
9 O Eremita 20 O Julgamento
10 A Roda da Fortuna 21 O Mundo

As Cartas Menores e as Cartas da Corte

OS ARCANOS MENORES

Naipe de Paus Naipe de Ouros Naipe de Espadas Naipe de Copas


Ás Ás Ás Ás
Dois Dois Dois Dois
Três Três Três Três
Quatro Quatro Quatro Quatro
Cinco Cinco Cinco Cinco
Seis Seis Seis Seis
Sete Sete Sete Sete
Oito Oito Oito Oito
Nove Nove Nove Nove
Dez Dez Dez Dez
Princesa Princesa Princesa Princesa
Príncipe Príncipe Príncipe Príncipe
Rainha Rainha Rainha Rainha
Cavaleiro Cavaleiro Cavaleiro Cavaleiro
PREFÁCIO
Aleister Crowley nasceu Edward Alexander
Crowley, em Leamington Spa, Inglaterra, em 1875.
Poeta educado em Cambridge, hoje em dia ele é
amplamente conhecido como o maior instrutor de
esoterismo do século XX. A filosofia religiosa por ele
fundada, Thelema, está entre as que mais rapida-
mente crescem no mundo.
Edição revisada em 1998 e.v., editada por Hymenaeus Em 1904, o evento mais importante na vida de
Beta. Tradução por Marcelo Santos. Crowley ocorreu. Enquanto no Cairo, ele recebeu
Livreto, Copyright © 1942, 1997 Ordo Templi Orientis, uma comunicação verbal direta de um emissário dos
Sede Internacional, POBox 684098, Austin, TX78768. Chefes Secretos, a Grande Irmandade Branca que
Edição portuguesa © 1998 AGM AGMüller, Neuhausen, guia a evolução planetária. Esse emissário, cha-
Suiça. Todos os direitos reservados. mado Aiwass ou Aiwaz, ditou, e Crowley escreveu,
Nota: O Tarô de Thoth é composto de 78 cartas. Segundo a um curto trabalho de três partes, intitulado Liber AL
tradição, o baralho contém duas cartas adicionais, uma com ou LiberLegis: O Livro da Lei. Este livro anunciava o
o "hexagrama de invocação da Besta" e outra com uma início de uma Nova Era, ou aeon, regida por Hórus, a
declaração da O.T.O. Estas cartas devem ser retiradas do divindade egípcia da cabeça de falcão.
baralho antes do seu uso, pois elas não têm lugar no Desde 1904, este Novo Aeon de Hórus tem gra-
sistema nem significado na divinação.
dualmente suplantado o aeon passado, de Osíris. A
Art. 12.575 humanidade se desenvolve à medida que sua
fórmula mágica evolui, e O Livro da Lei introduziu a
ISBN 3-905219-09-3 nova fórmula e simbolismo que continuarão a esti-
Produzido na Suíça por AGM AGMüller, mular a evolução por milhares de anos. Esta nova
CH-8212 Neuhausen fórmula permeia o simbolismo do Tarô de Thoth,
assim como o do seu texto companheiro, O Livro de conhecidos verdadeiramente através da experiência
Thoth. direta, e a experiência direta somente é alcançada
Crowley estudou o Tarô por quarenta anos, antes através da consecução individual, os segredos po-
de encontrar sua colaboradora artística, Frieda Lady deriam guardar-se a si mesmos adequadamente,
Harris. Nascida em 1877, Lady Harris (née Bloxam) mesmo quando claramente publicados.
foi a mulher de Sir Piercy Harris, do Parlamento O Tarô de Thoth foi o primeiro a fazer explícitas
Britânico. essas atribuições iniciáticas. Crowley renomeou
O Tarô de Thoth gradualmente veio à existência, algumas cartas para assegurar que a doutrina do
de 1938 a 1942, enquanto Harris preparava suas Novo Aeon se fizesse explícita. O Trunfo XI foi reno-
aquarelas a partir dos esboços e descrições de meado "Volúpia", o Trunfo VIII foi renomeado "Ajusta-
Crowley. Este permitiu que ela exercitasse ampla- mento", e o Trunfo XIV foi renomeado "Arte" (origi-
mente o seu notável senso visual; porém os títulos, nalmente, "Força", "Justiça" e "Temperança", res-
os desenhos em geral, os símbolos e esquemas de pectivamente).
coloração, enfim, tudo que é derivado da teoria Ele também incorporou uma importante correção
esotérica, veio de Crowley, que teve a aprovação às atribuições ocultas tradicionais das letras he-
final. Crowley fez com que ela redesenhasse ou braicas aos Trunfos do Tarô, envolvendo os Trunfos
repintasse algumas cartas cinco ou seis vezes. IV e XVII ("O Imperador" e "A Estrela"). Tal correção
As atribuições cabalísticas das cartas do Tarô foi proporcionada por uma instrução d'O Livro da Lei.
estiveram entre os mais bem guardados segredos do Explicações para essas mudanças devem ser bus-
século XIX e do começo do século XX. Quando cadas no trabalho do próprio Crowley, O Livro de
escritores continentais, como Eliphas Lévi, Papus e Thoth (The Book of Thoth, publicado em Inglês por
Maxwell ensinavam as atribuições do Tarô e sua Samuel Weiser, Inc., e em Alemão e Francês por
conexão com a Qabalah, deliberadamente eram Urania Verlag AG), ou num de seus vários livros
introduzidos "disfarces" para desviar o não-iniciado. póstumos que lidam exclusivamente com o Tarô de
Crowley, entretanto, tornou o trabalho de sua vida Thoth e seu simbolismo.
fazer com que as chaves para o Caminho, tão mara- Lady Harris promoveu exibições das pinturas em
vilhosamente simbolizado no Tarô, fossem aces- galerias, no início dos anos 40, e o catálogo prepa-
síveis para todos. Ele chegou à conclusão de que, já rado para a Nicholson and Venn Gallery, em Oxford,
que os segredos místicos e mágicos somente são foi baseado nas notas de Crowley, tendo encontrado
a sua aprovação. Isto forma a base do presente mal entendido. Nisto, com a ajuda de Lady Harris, ele
li vreto, no qual os nomes das cartas (dados em obteve sucesso.
negrito) estão em conformidade com os seus títulos Este baralho deve ser estudado em conjunto com
finais, tal como dado em O Livro de Thot e nas O Livro de Thoth, de Crowley, que é a autoridade
próprias cartas. Atribuições hebraicas, astrológicas e máxima no que se refere ao seu significado. Esse
elementais também foram adicionadas, e alguns livro é um tanto avançado; felizmente, numerosos
erros e omissões óbvios foram remediados, fiando- livros introdutórios, lidando especificamente com o
se no próprio trabalho de Crowley. Tarô de Thoth, são atualmente disponíveis.
O texto companheiro de Crowley para as cartas é
O Livro de Thoth, hoje geralmente reconhecido como Hymenaeus Beta
o clássico moderno sobre o Tarô, publicado original- Frater Superior, Ordo Templi Orientis
mente em 1944 pela fraternidade mágica da qual ele
foi o chefe mundial, o Ordo Templi Orientis (O.T.O.).
Crowley morreu em 1947, e a primeira publicação
das cartas ocorreu postumamente, em 1971, pela
O.T.O. em cooperação com Gerald J. Yorke.
Crowley pretendia que o Tarô de Thoth servisse
como um Atlas Mágico e Guia do Universo para este
Novo Aeon de Hórus, escrevendo que: – "para mim,
este Trabalho sobre o Tarô é uma Enciclopédia de
toda a filosofia "oculta" séria. Ele é um Livro de
Referência padrão, que determinará o curso inteiro
do pensamento místico e mágico para os próximos
2.000 anos". Este foi o primeiro Tarô global, retra-
tando o simbolismo de várias culturas e períodos,
passados e presentes, orientais e ocidentais. Crow-
ley também pretendia que sua verdade inegável,
poder e beleza fossem uma justificativa tangível do
trabalho de sua vida, o qual foi mui freqüentemente
números e das 22 letras sobre o homem, e o melhor
método para que este manipule as forças daqueles.
Parece, a partir da classificação, que o sistema do
Tarô é o da Qabalah hebraica. Qabalah significa
INTRODUÇÃO "recebido(a)", isto é, uma tradição recebida por meio
da iniciação. A Qabalah hebraica sustenta ser ba-
A origem do Tarô é desconhecida, mas, de toda seada na Qabalah egípcia. Supunha-se que Moisés,
sorte, ele foi introduzido na Bacia Mediterrânea antes o grande magista dos hebreus, havia sido iniciado
do final do século XIV. Nós temos maços já exis- pelos hierofantes daquele país. Esta teoria é con-
tentes no século XV. firmada pelos traços fortemente marcados de figuras
Admite-se geralmente que as cartas eram uma e idéias egípcias nos próprios desenhos tradicionais,
classificação ou mapa do universo. O universo mate- mas há também uma múltipla expressão da influên-
rial sempre foi dividido da primeira à quarta instância, cia das religiões indianas. Em particular, o Deus
e o número quatro é a base do baralho. indiano Ardha-nari é representado com quatro armas
Há quatro naipes correspondentes aos quatro dos quatro naipes, Bastões, Taças, Espadas e Dis-
elementos, quatro pontos cardeais, quatro posições cos. Parece, portanto, provável que os adeptos
do sol, quatro estações do ano e assim por diante. egípcios e indianos tenham sido os responsáveis
Disto derivam diretamente os outros números envol- pela forma primitiva do baralho, atualmente perdida.
vidos nesta classificação. O que é inegável é que o maço deve ter sido reunido,
em sua forma medieval, pelos cabalistas hebreus.
O simbolismo geral dos Atus é baseado nas idéias
de Igreja e Estado correntes naqueles tempos. Isto
está especialmente manifestado em títulos de Atus
tais como o Louco, o Magista (Conjurador ou Pres-
tidigitador), a Papisa, o Imperador, a Imperatriz, o
O número dos Trunfos (22) está de acordo com o Papa, o Eremita, o Pendurado, Justiça, Morte, o
dos Atus, ou Casas, ou Chaves. O tema das cartas e Diabo, a Torre Fulminada, o Julgamento Final. Há
do livro (o Tarô é chamado o livro de Thoth ou Tahuti, uma certa evidência da influência greco-romana e,
o Mercúrio Egípcio) refere-se à influência dos 10 possivelmente, assíria ou caldéia, pois, nos baralhos
antigos, o lmperador era por vezes chamado Júpiter,
e nós temos a tríade astronómica do Sol, da Lua e da
Estrela, enquanto talvez a Torre Fulminada possa ser
tomada como um símbolo de Agni, Fogo ou Relâm- OS VINTE E DOIS TRUNFOS
pago.
Estas origens misturadas não são, entretanto, de
grande significado. O que é certo é que o baralho, tal 0. O Louco (aleph hebraico, Ar).
como era, foi habilmente moldado por Iniciados, O Louco é o Ar, ou Vácuo, ou Poderosa Inocência.
como um meio de preservar e transmitir a tradição da Ele carrega o elemento masculino do fogo, o elemen-
sabedoria iniciática; salvaguardas contra a traição to feminino da água, a espada do ar e o disco da ter-
dos segredos foram introduzidas, especialmente ra. Ele é o Homem Verde da Primavera, o Grande
com respeito às atribuições dos Atus ou Trunfos. Louco dos Celtas (Daluah) e Parsifal. Ele também é
Através dos séculos, as cartas têm sido muito Zeus Arrhenothelus, Dionisus Zagreus, Bacchus Di-
famosas. Centenas de livros foram escritos sobre fues e Baphomet.
elas. Elas foram usadas pelos "Boêmios" ou Ciganos
para prever a sorte, e, de uma forma mutilada, são I. O Mago, o Magista, ou o Prestidigitador (beth
usadas como vários jogos de carteado em todos os hebraico, Mercúrio).
países latinos, em ambos os hemisférios. Mas estas Mercúrio, que é Sabedoria, Vontade e Palavra, por
são degradações do seu verdadeiro uso, a nobre quem o mundo é criado, simboliza a base fluídica de
contemplação das Energias Secretas da Natureza. toda transmissão de atividade. Atrás dele, está o Ma
caco, Hanuman, que é uma concepção hindu. A sua
contraparte egípcia, Thoth, também é sempre segui-
da pelo Macaco Cinocéfalo.

II. A Alta Sacerdotisa (gimel hebraico, Lua).


Ela é Isis, a eterna virgem, e também Artemis. Por
esta razão, ela está vestida no luminoso véu de luz,
sendo a luz vista, não como a manifestação, mas
como o véu do espírito.
Ill. A Imperatriz (daleth hebráico, Vênus). mente se move em intervalos de 2.000 anos. As qua-
tro máscaras são os guardiães de todo mistério, cul-
Ela está sentada em postura tradicional. Essa postu-
minando no Grande Mistério da união do microcos-
ra representa o sal, o princípio inativo da natureza. O
mo com o macrocosmo. A mulher na frente do hiero-
lótus tipifica o poder feminino ou passivo. As Abelhas
fante representa Vênus, agora armada e militante. A
no robe podem ser comparadas com a flor de lis, su-
Baqueta, com seus anéis entrelaçados, mostra os
gerindo a origem francesa do símbolo. A faixa é o Zo-
três Aeons, de Ísis , Osíris e Hórus.
díaco. O Pelicano pode ser identificado com a Gran-
de Mãe e sua prole, representando a continuidade da
Vl. Os Amantes ou Os Irmãos (zain hebraico, Gêmeos).
vida e a herança do sangue unindo todas as formas
da natureza. A Águia Branca tipifica o Sal Alquímico Esta carta especificamente alquímica é um símbolo
e a Tintura Branca, da natureza da prata. da procriação, as espadas chamando à atenção para
o processo de divisão que na verdade ocorre. Cain e
Abel representam a recusa de Deus de ouvir os filhos
IV. O Imperador (tzaddi hebraico, Áries).
de Eva até que o sangue seja derramado. Este pare-
Esta carta significa Governo, por meio de dois sím-
ce ser o símbolo da religião externa. Foi através do
bolos contrastantes. Estes são o Carneiro, o qual,
derramamento de sangue e das religiões externas
quando selvagem, é solitário e corajoso, e o Cordei-
que Cain pôde ter contato com seus companheiros.
ro, que é doce e covarde, sendo, na verdade o Car-
Neste sentido, o significado da carta é dar ciência à
neiro amansado pela autoridade. A Postura tipifica o
humanidade, posto que o assassinato simboliza aná-
Enxofre Alquímico, o elemento ígneo do universo. A
lise e subseqüente contato, síntese.
Águia Vermelha representa a Tintura Vermelha dos
Alquimistas, que é da natureza do ouro.
VII. A Carruagem (cheth hebraico, Câncer ).
V. O Hierofante (vau hebraico, Touro). As quatro Esfinges nesta carta, puxando a carrua-
gem, são o Boi, o Leão, a Águia e o Homem, o con-
A referência nesta carta é a Taurus, o Boi, e seu equi-
junto representando os dezesseis sub-elementos. A
valente indiano, o Elefante. O pentagrama, com sua
função do Cocheiro é carregar o Santo Graal, em
criança masculina dançante, simboliza o Novo Aeon
cujo centro está o sangue radiante, simbolizando a
da Criança, Hórus, que toma o lugar do Velho Aeon,
presença da Luz na Escuridão.
que nos governou por 2.000 anos. 0 Hierofante so -
Vlll. Ajustamento, ou, tradicionalmente, Justiça baixas. A letra iod significa "uma mão", e a mão é o
(Lamed hebraico , Libra). centro do desenho.
Esta carta representa a mulher satisfeita. Esta con-
dição é simbolizada pelos pratos da balança, nos X. Fortuna ( kaph hebraico, Júpiter).
quais ela pesa o universo. Alfa, o primeiro, equilibra Pela atribuição desta carta ao planeta Júpiter, ela re-
exatamente contra ômega, o último. Estes pratos re- presenta o Universo em seu aspecto de mudança
presentam as duas "testemunhas". Cada "testemun- contínua. A presença de todo tipo de fenômeno ce-
ha" é uma autêntica manifestação de Maya, uma pre- lestial enfatiza isto. No centro, está a roda de dez ra-
enchendo a outra por um processo de contradição, ios, o símbolo aceito da Fortuna. As três figuras pre-
pois a natureza não é Justiça – ela é, sim, através de sas à roda simbolizam as três formas de energia, ex-
seu processo de equilíbrio, "Ia Justesse". Finalmente, pressadas no Sistema Hindu pelo termo guna. No
esta Mulher é o Arlequim original, pois a mistura sel- topo, está sentada a Esfinge, tipificando inteligência
vagem de cor e de movimento se resolve no equilí- e equilíbrio (sattvas); Hermanubis, no semblante de
brio de todas as possibilidades de sensação. um macaco, representa a inquietação da razão bril-
hante, movediça (rajas); e, no fundo, quase caindo
IX. O Eremita (iod hebraico, Virgem ). da roda, está Tifon, o de cabeça de reptil (tamas), o
A letra à qual esta carta é atribuída é iod, o funda- símbolo da destruição, da preguiça e da ignorância.
mento de todas as outras letras do alfabeto hebraico. As atribuições alquímicas dos gunas são Enxofre,
O simbolismo é o do Criador da Vida, sendo o esper- Mercúrio e Sal.
matozóide o seu representante. Por tal razão, a carta
é chamada o Eremita. Na mesma ordem de idéias, o XI. Volúpia (teth hebraico, Leão).
Eremita segura a lâmpada cujo centro é o Sol. O Esta carta foi originalmente chamada Força. Ela re-
Ovo, circundado pelos anéis de uma cobra, tipifica o presenta, entretanto, não apenas força, mas alegria
Universo, enquanto a cobra significa a essência fluí- na força exercitada. As sete cabeças do leão são,
dica da luz, que é a vida do Universo. Nesta carta, há respectivamente, a de um anjo, um santo, um poeta,
traços da lenda de Perséfone. A Baqueta de serpen- uma adúltera, um guerreiro, um sátiro e um leão-ser-
te, que aqui parece crescer do Abismo, é a Baqueta pente. A figura central é a mulher, que se cercou de
de Mercúrio, o guia da alma através das regiões mais todas as forças da criação e que cavalga a Besta
com as pernas abertas. Em sua mão esquerda, ela se submeter a qualquer transformação, que permitirá
segura as rédeas, representando a paixão que os a continuação de sua existência sob uma forma dite-
une, e, em sua mão direita, ela segura no alto a Taça rente. Assim, o potássio, jogado sobre a água, acen-
inflamada com amor e morte. Nesta taça, estão mis- de e aceita o abraço do radical hidroxil. O peixe e a
turados os elementos do sacramento do Aeon. No serpente, aqui representados, foram objetos de ado-
plano de trás, estão as figuras anêmicas dos santos ração em cultos que ensinavam a doutrina da ressur-
sobre os quais essa miragem opera, pois suas vidas reição ou reencarnação. A figura central está exe-
inteiras foram absorvidas no Santo Graal. cutando a Dança da Morte (esqueleto e foice são fi-
guras saturninas), e usa sobre sua cabeça a coroa
XII. O Pendurado ou Deus Moribundo (mem hebraico, de Osíris. A influência de Saturno é expressa no as-
Água). pecto negativo da Morte, como representante das
formas essenciais que não são destruídas pelas mu-
A postura do homem enforcado ou pendurado é da
maior importância. As pernas estão cruzadas, de danças ordinárias da natureza; o lado positivo e cria-
tivo é visto no ceifar da foice, trazendo bolhas à
modo que a direita forma um ângulo reto com a es-
querda, e os braços estão esticados num ângulo de existência, simbolizando novas vidas. O aspecto
mais alto da carta é a Águia, que representa a exal-
sessenta graus, de modo a formar um triângulo equi-
tação sobre a matéria sólida.
látero. Isto dá o símbolo do triângulo sobreposto por
uma cruz, que representa a descida da luz às trevas,
XIV. Arte, originalmente chamada Temperança
de modo a redimi-las. Toda a idéia de sacrifício decor-
re de uma má concepção da natureza, e o elemento e(samek hebraico, Sagitário). (sam
da água, ao qual a carta é atribuída, é o elemento da A mais alta consecução da alquimia foi a efetivação
il usão. da mudança, a transmutação de objetos, qualidades,
cores e assim por diante, nos seus opostos. Assim,
XIII. Morte (nun hebraico, Escorpião). nesta carta, o leão vermelho se tornou branco, e a
águia branca se tornou vermelha. Na figura principal,
O sentido alquímico da Morte é mais o de mudança
do que de destruição. Então, nós temos, nesta carta, as personagens preta e branca, que eram os Aman-
o Escorpião representando a energia primitiva, sem- tes na carta VI, agora combinaram e se fundiram
numa figura andrógina. Esta é a consumação do Ca-
pre pronto a cometer suicídio (de acordo com a len-
samento Real. O arco-íris simboliza outro estágio no
da) quando duramente cercado, mas preparado para
processo alquímico, pela aura das luzes multicolori- XVI. A Torre, ou Torre Fulminada, A Casa de Deus,
das surgindo da putrefação. A própria putrefação é ou Guerra( pé hebraico, Marte).
mostrada pelo corvo empuleirado sobre uma caveira Esta carta é associada à letra hebraica pé, que signi-
no caldeirão. A consumação de toda a arte da Alqui- fica uma boca. A carta, que admite duas interpre-
mia é proclamada em glória com sua inscrição "visita tações em uma, é a manifestação na sua forma mais
interiora terrae rectificando invenies occultem lapi- rude, de pura destruição, a destruição do antigo
dem" ("visita o interior da terra; retificando, tu encon- Aeon estabelecido, por meio de relâmpagos, cha-
trarás a pedra oculta"). O conselho de visitar o interi- mas e engenhos de guerra. A outra interpretação é
or da terra é uma recapitulação (num plano mais alto) retirada do culto a Shiva. No topo da carta, aparece o
da primeira fórmula do Trabalho. A palavra importan- Olho de Shiva. De acordo com isto, a carta repre-
te é rectificando, que indica a correta condução da senta perfeição, a perfeição da aniquilação pela
nova substância viva no caminho da Verdadeira Von- emancipação da prisão da vida organizada. A pomba
tade. e a serpente representam os impulsos masculino e
feminino. Na linguagem de Schopenhauer, "A Vonta-
XV. O Diabo (ayin hebraico, Capricórnio). de de Viver e a Vontade de Morrer".
O Diabo é aqui representado na forma tradicional do
Bode. O culto ao Bode representa o impulso à cri- XVII. A Estrela (hé hebraico, Aquário).
ação descuidada, sem qualquer preocupação com o Toda forma de energia na carta é espiral: isto é uma
resultado. Atrás do Bode, está a Árvore da Vida, que antecipação do presente Aeon, o de Hórus, a Cri-
penetra nos Céus numa mistura de formas fantásti- ança coroada e conquistadora, sucessora do "deus
cas, lembrando as marcas do planeta Marte, sempre moribundo", Osíris. O Aeon que se vai é mostrado
associado às energias ígneas materiais da criação. nas formas retilíneas de energia, emitidas da taça de
Nas raízes transparentes, vê-se a seiva, fervendo e baixo. Estas formas representam a atualmente aban-
pulando em toda direção. O anel no topo é um dos donada geometria Euclidiana. A figura da deusa
anéis de Saturno ou Set, o deus de cabeça de burro pode ser tomada como uma manifestação do espaço
dos egípcios. A forma espiral dos chifres é uma alu- em volta do Céu.
são às coisas mais altas e remotas. Zoroastro define
Deus como "tendo uma força espiral".
XVIII. A Lua (qoph hebraico, Peixes). XX. O Aeon, ou O Anjo, ou O Julgamento Final (shin
Esta carta representa o estado de horror impuro, de hebraico, Fogo e Espírito).
escuridão oculta, através do qual se deve passar A carta é cingida com o corpo de Nuit, a deusa das
para que a luz possa renascer. A Lua é, portanto, o estrelas, representando possibilidade ilimitada. Ela
mais universal dos planetas, participando, de uma só envolve o globo de fogo, seu par, Hadit, representan-
vez, do mais alto e do mais baixo. No fundo da carta, do a energia eterna. No meio, está sentado seu filho,
move-se o Besouro Sagrado, carregando o Sol pela Hórus, também uma divindade solar, que é a encar-
escuridão da noite. Acima está o cenário maligno da nação do novo Aeon. A mão esquerda, estendida e
Lua. Um rio, ou caminho de soro, tingido de sangue, vazia, nos lembra que o Deus destruiu o antigo Uni-
flui por entre duas montanhas áridas. Sobre os mon- verso, mas ainda é jovem demais para formar seu
tes, encontram-se torres sinistras. Na entrada, está o sucessor. No fundo aparece uma letra hebraica, shin,
deus de cabeça de chacal, Anúbis, em dupla forma; que é atribuída a esta carta. Os três iods são ocupa-
aos seus pés, estão os chacais, esperando para de- dos por três figuras humanas, que chegam para par-
vorar aqueles que caírem ao longo do caminho. ticipar da Essência do Novo Aeon.

XIX. O Sol (resh hebraico, Sol). XXI. O Universo (tau hebraico, Terra e Saturno).
Esta carta representa o Senhor do novo Aeon, o Esta carta é atribuída à letra tau. Juntamente com a
Senhor da Luz, Vida, Liberdade e Amor, e a completa primeira carta, o Louco, a palavra Ath é pronunciada,
emancipação da raça humana. O monte verde repre- significando "Essência". Assim, toda a realidade é
senta a terra fértil, mas a presença de um muro mos- compreendida na série da qual estas duas cartas são
tra que o novo Aeon não implica em ausência de o começo e o fim. A letra tau simboliza uma extensão
controle. As crianças gêmeas são representadas quádrupla, aplicável à transcendência do espaço e
dançando além do muro, porque elas tipificam o do tempo por uma mudança continuamente auto-
novo estágio na história da humanidade, o estágio de compensante. Além disso, a carta é atribuída a Sa-
completa liberdade das restrições impostas por idéi- turno, o mais lento dos planetas, e, por conta disto,
as tais como a de pecado e morte. associada com o elemento Terra. Saturno é o velho
'deus, o deus da fertilidade. A posição da letra tau so-
bre a Árvore da Vida indica um estado de equilíbrio
entre a mudança e a estabilidade. O glifo sobre a car-
ta, portanto, simboliza a conclusão da Grande Obra.
A imagem do Universo é uma donzela, a letra final do
Tetragramaton. Ela é representada dançando com a
grande Serpente espiral ou Sol. Ela é cercada por AS CARTAS MENORES E AS
dez símbolos. Ao seu redor, está uma elipse com-
posta de setenta e dois círculos para os quinários do CARTAS DA CORTE
Zodíaco. Nos cantos da carta, estão os quatro Que-
rubins, mostrando o Universo estabelecido. No cen- BASTÕES
tro, está a Roda da Vida, dando início à forma da Ár-
vore da Vida, que somente pode ser vista pelos pu- Ás de Bastões representa a essência do elemento
ros de coração. Na parte inferior da carta, está o bem Fogo em seu começo. As chamas são iods, arruma-
conhecido mapa dos elementos químicos, de J.W.N. dos na forma da Árvore da Vida. É a energia primor-
Sullivan. dial manifestada na matéria.

Dois de Bastões = Domínio. Chokmah no naipe do


Fogo. Marte em Áries. Há, aqui, dois dorjes cruza-
dos. O dorje é o símbolo tibetano da destruição. Mas
a destruição pode ser vista como o primeiro passo no
processo criativo.

Três de Bastões = Virtude. Binah no naipe do Fogo.


Sol em Áries. Os Bastões tomam a forma do Lótus,
representando o estabelecimento da energia primor-
dial.

Quatro de Bastões = Conclusão. Chesed no naipe


do Fogo. Vênus em Áries. Os Bastões têm, numa
ponta, o Carneiro sagrado de Aries e, na outra, as
pombas de Vênus. A Vontade original de Dois foi
transmitida através de Três, e é agora erigida num Nove de Bastões = Força. Yesod no naipe do Fogo.
sólido sistema de ordem, lei e governo. Lua em Sagitário. Os Bastões se tornaram flechas,
em número de oito, e urna flecha Mestra, que tem a
Cinco de Bastões = Disputa. Geburah no naipe do Lua como ponta e, acima, o Sol como a força impul-
Fogo. Saturno em Leão. Estes Bastões são o do sora. Esta carta dá o mais completo desenvolvimen-
Chefe Adepto (ou Caduceus), segundo Adepto (ou to da Força em sua relação com as Forças acima
Fênix) e terceiro Adepto (ou Lótus). Cinco chamas dela.
duplas demonstram energia balanceada. Isto é pura-
mente força ativa. Dez de Bastões = Opressão. Saturno em Sagitário.
Malkuth no naipe do Fogo. Os Bastões estão cruza-
Seis de Bastões = Vitória. Tiphareth no naipe do
dos, mostrando os poderes das energias aperfeiçoa-
Fogo. Júpiter em Leão. Os três Bastões dos três
das do Fogo, mas perderam suas patentes de nobre-
adeptos, dispostos em ordem. Nove chamas quei-
za. Na frente, estão dois dorjes alongados como bar-
mam como lâmpadas. A energia, com sua recepção
ras. Esta carta mostra a Força desligada de suas fon-
e reflexão pelo Feminino, é tipificada.
tes espirituais.
Sete de Bastões = Valor. Netzach no naipe do Fogo.
Marte em Leão. Os Bastões dos Adeptos são afasta- Princesa de Bastões (rege um quadrante dos céus
dos para o fundo; na frente, está uma clava crua e em torno do Pólo Norte) = a parte térrea do Fogo, ou
áspera; as chamas são dispersas. Isto demonstra a a atração química irresistível da substância combus-
degeneração da Energia inicial e a perda do equilí- tível. Ela tem as plumas da Justiça saindo da sua so-
brio. brancelha e segura um Bastão coroado pelo Sol.

Oito de Bastões = Rapidez. Hod no naipe do Fogo. Príncipe de Bastões (rege de 20° Câncer a 20°
Mercúrio em Sagitário. Esta carta apresenta os Leão) = parte aérea do Fogo, com sua faculdade de
Bastões de Luz transformados em raios elétricos, expansão e volatilidade. Ele está sentado numa Car-
constituindo a matéria com sua energia. Acima des- ruagem de Chamas e segura o Bastão da Fênix, de
se Universo restaurado, está o Arco-íris, represen- Poder e Energia.
tando interação e correlação. Também demonstra
energia de alta velocidade.
Rainha de Bastões (rege de 20° Peixes a 20° Áries)
= parte aquosa do Fogo, sua fluidez e cor. A carta
DISCOS
mostra uma Rainha com a coroa do globo alado. Ela
está sentada num trono de chamas, ordenadas em
luz geométrica por seu poder material. Ela carrega Ás de Discos representa o último dos símbolos fe-
mininos; é a irmã gémea do Ar, e sua noiva. Não é
um Bastão com um cone de pinho no topo, sugestivo
apenas a Terra, mas a própria matéria. Per contra, o
dos mistérios de Baco.
Disco é o símbolo rodopiante do Espaço. O Disco é
Cavaleiro de Bastões (rege de 20° Escorpião a 20° alado para indicar a sua origem espiritual.
Sagitário, incluindo parte de Hércules) = parte ígnea
Dois de Discos = Mudança. Chockmah no elemento
do Fogo. Esta carta apresenta um guerreiro em ar-
da Terra. Júpiter em Capricórnio. A carta apresenta
madura completa. No seu elmo, como crista, ele tem
dois pantáculos, um acima do outro, que são os sím-
um cavalo negro. Em sua mão, ele carrega uma to-
bolos chineses do yang e yin. A sua volta está uma
cha ardente; há uma flama, também, em sua capa; e
ele cavalga sobre as chamas. Seu corcel é negro e Serpente verde, formando a figura 8. Esta carta re-
está saltando. presenta a doutrina: "a Mudança é o suporte da esta-
bilidade".

Três de Discos = Trabalho. Binah no elemento da


Terra. Marte em Capricórnio. Esta carta representa
uma pirâmide vista de cima. A base é formada de
três rodas, representando Mercúrio, Enxofre e Sal;
sattvas, rajas e tamas; aleph, shin e mem. Isto signifi-
ca o estabelecimento material da idéia do universo.

Quatro de Discos = Poder. Chesed no naipe da Ter-


ra. Sol em Capricórnio. Os Discos são muito grandes
e sólidos, sugerindo uma fortaleza. Esta carta simboliza
a Lei e a Ordem, mantidas pela constante vigilância.
Cinco de Discos= Preocupação. Geburah no naipe hexágono. Isto significa a multiplicação do Mundo
da Terra. Mercúrio em Touro. Esta carta mostra cinco original, a mistura de boa sorte e boa administração.
discos num pentagrama invertido. O efeito geral é o
de tensão, embora o símbolo seja o de uma longa Dez de Discos = Riqueza. Malkuth no naipe da Ter-
continuidade de inação. Seu significado natural é o ra. Mercúrio em Virgem. Os Discos se tornaram moe-
da inteligência aplicada ao labor. das, e estão dispostos sobre a Árvore da Vida, sendo
o décimo Disco maior que os outros. A imagem indi-
Seis de Discos = Sucesso. Tipharet no naipe da Ter- ca a futilidade do ganho material.
ra. Lua em Touro. Os Discos estão num hexagrama.
Os planetas estão arrumados em sua atribuição Princesa de Discos (rege um quarto quadrante dos
usual; no Centro está o Sol como Rosa e Cruz. Isto céus em torno de Kether) = parte térrea da Terra, ou
representa o estabelecimento harmonioso da ener- o elemento à beira da Transfiguração. Ela está de pé;
gia dos Elementos. sua crista é a cabeça do carneiro; seu cetro desce
pela terra, onde sua ponta se torna um diamante.
Sete de Discos = Fracasso. Netzach no naipe da Atrás, há um bosque de árvores e um altar seme-
Terra. Saturno em Touro. Os Discos estão arruma- lhante a um molho de trigo. Ela carrega um Disco,
dos como na figura geomântica Rubeus. Esta carta em cujo centro está o ideograma chinês que denota
representa enfraquecimento e influências nefastas. a dupla força espiral da Criação em perfeito equilí-
brio.
Oito de Discos = Prudência. Hod no naipe da Terra.
Sol em Virgem. Os Discos estão arranjados como a Príncipe de Discos (rege de 20° Áries a 20° Touro) =
figura geomântica Populus, e representam o fruto de parte aérea da Terra, ou a florescência e frutificação
uma grande árvore. Significa inteligência aplicada a desse elemento. Ele está sentado numa carruagem
questões materiais. puxada por um touro. Seu elmo é coroado por um
touro, e ele carrega um Disco que se assemelha a
Nove de Discos = Ganho. Yesod no naipe da Terra. um globo marcado com símbolos matemáticos. Na
Vênus em Virgem. Os Discos estão dispostos como outra mão, ele carrega um cetro coroado por uma cruz.
três triângulos equiláteros, ápice para cima, envolvi- A carta simboliza a função de fazer surgir, da terra, a
dos por um anel. Seis Discos maiores formam um vegetação, que é a substância do próprio Espírito.
Rainha de Discos (rege de 20° Leão a 20° Virgem) =
a parte aquosa da Terra, ou fertilidade. Ela está ent- ESPADAS
ronada em meio à vegetação e é coroada com os
chifres espirais de Markhor. Seu cetro é coroado por
Ás de Espadas. Esta carta representa o primeiro
um cubo, e ela segura seu próprio Disco – uma esfe-
ra de círculos e laços. Ela representa a ambição da dos elementos misturados, sendo o resultado da
matéria quanto a tomar parte no trabalho da criação. União da Água com o Fogo. No centro, está uma
espada, implicando realeza, que atravessa uma co-
Cavaleiro de Discos (rege de 20° Leão a 20° Vir- roa com doze pontas, os doze signos do Zodíaco.
gem) = a parte ígnea da Terra. Montanhas, terremo- Dois de Espadas = Paz. Chokmah no naipe do Ar.
tos, assim como gravitação e a atividade da Terra Lua em Libra. Nesta carta, há duas espadas cruza-
como a criadora da Vida. Ele está vestido como um das, unidas por uma rosa azul com cinco pétalas,
guerreiro, e seu elmo tem um cervo na crista. Ele que emite raios brancos, produzindo um padrão geo-
está armado com um mangual, carrega um Disco ex- métrico que sugere uma energia além da luta da per-
cepcionalmente sólido e está montado num cavalo turbação do intelecto.
de trato.
Três de Espadas = Dor. Binah no naipe do Ar. Satur-
no em Libra. A carta representa a Grande Espada do
Magista, com a ponta para cima, cortando a junção
das duas espadas curtas. O fundo mostra cristaliza-
ção e tempestade. Esta é a escuridão do Grande
Mar.

Quatro de Espadas = Trégua. Chesed no naipe do


Ar. Júpiter em Libra. As quatro espadas nesta carta
estão nos cantos de uma Cruz de Santo André. Suas
pontas estão embainhadas numa rosa de quarenta e
nove pétalas. Isto representa o estabelecimento de
dogma e convenção no reino do intelecto.
Cinco de Espadas = Derrota. Geburah no naipe do Nove de Espadas = Crueldade. Yesod no naipe do
Ar. Vénus em Aquário. Os punhos das espadas for- Ar. Marte em Gêmeos. As nove Espadas são de ta-
mam um pentagrama invertido e são diversos, as lâ- manhos diferentes, apontando para baixo; sangue
minas estão quebradas e tortas, tipificando intelecto pinga de suas pontas irregulares. O fundo é craveja-
enfraquecido pelo sentimento. do de lágrimas e formas de cristal. Nesta carta, o in-
telecto é substituído por paixão cruel.
Seis de Espadas = Ciência. Tipharet no naipe do Ar.
Mercúrio em Aquário. Os punhos ornamentais das Dez de Espadas = Ruína. Malkuth no naipe do Ar.
Espadas formam um hexágono na carta. Suas pon- Sol em Gêmeos. As Espadas são ordenadas sobre a
tas tocam as pétalas externas de uma rosa vermelha Árvore da Vida, mas as pontas de um a cinco e de
sobre uma Cruz Dourada de seis quadrados. O equi- sete a nove racham a Espada central, que represen-
líbrio perfeito das faculdades mentais e morais, difi- ta o Sol, o Coração. O fundo é inflamado com destru-
cilmente obtido e impossível de se manter, interpreta ição explosiva. Esta carta mostra a razão enlouqueci-
a idéia da Ciência. da e um excesso de mecanismos desalmados.

Sete de Espadas = Futilidade. Netzach no naipe do Princesa de Espadas (rege um terceiro quadrante )
Ar. Lua em Aquário. A carta mostra seis Espadas = a parte térrea do Ar; a fixação do volátil, ou a mate-
com seus punhos em crescente formação. Suas rialização da idéia. Ela aparece nesta carta defronte
pontas se chocam com uma Espada muito maior, a um altar estéril, tendo um elmo de Medusa sobre
movendo-se para cima. Aqui, vacilação e compro- sua cabeça.
misso são retratados.
Príncipe de Espadas (rege de 20° Capricórnio a 20°
Oito de Espadas = Interferência. Hod no naipe do Aquário) = a parte aérea do Ar. Esta carta tipifica o
Ar. Júpiter em Gêmeos. O centro da carta contém intelecto. O Príncipe está sentado numa carruagem
duas longas Espadas apontando para baixo, en- puxada por fadas semelhantes a crianças.
quanto seis menores, sugerindo armas orientais, as
cruzam, três de cada lado. A carta sugere falta de Rainha de Espadas (rege de 20° Virgem a 20° Libra)
persistência em matérias intelectuais e interferência = a parte aquosa do Ar, isto é, sua elasticidade e seu
acidental. poder de transmissão. Ela está entronada sobre as
nuvens, e seu elmo leva a cabeça de uma criança.
Em uma mão, uma espada; na outra, a cabeça de
um homem. Representa a percepção clara de uma COPAS
idéia, a Libertadora da mente.
Ás de Copas = o elemento da Água, em sua forma
Cavaleiro de Espadas (rege de 20° Touro a 20° Gê- secreta e original. É o complemento feminino do Ás
meos) = a parte ígnea do Ar, vento e tempestade; o de Bastões. Esta é a carta primordial na forma es-
poder violento do movimento aplicado a um elemen- sencial do Santo Graal.
to manejável. Ele é representado como um guerreiro
com um elmo que tem uma asa giratória, montando Dois de Copas = Amor. Chockmah no Naipe da
um corcel enlouquecido. Ele carrega uma Espada e Água. Vênus em Câncer. A carta apresenta duas
um Punhal. taças transbordando sobre um mar calmo. Elas são
preenchidas a partir de um Lótus, flutuando sobre o
mar, unido a dois golfinhos, demonstrando a harmo-
nia do macho e da fêmea, interpretada no mais alto e
amplo sentido.

Três de Copas = Abundância. Binah no Naipe da


Água. Mercúrio em Câncer. As Taças são romãs, ge-
nerosamente transbordando num mar calmo, tipifi-
cando o cumprimento da Vontade de Amar.

Quatro de Copas = Luxúria. Chesed no Naipe da


Água. Lua em Câncer. As quatro Taças estão sobre o
mar, já não mais estável, mas sim encrespado. O
Lótus tem uma haste múltipla. A energia do elemen-
to, apesar de ordenada, perdeu a pureza original da
concepção.
Cinco de Copas = Desapontamento. Geburah no Nove de Copas = Felicidade. Yesod no naipe da
Naipe da Água. Marte em Escorpião. As Taças estão Água. Júpiter em Peixes. As nove Taças estão perfei-
vazias. Elas estão dispostas como um pentagrama tamente arranjadas em um retângulo. Elas estão
invertido. Simbolizam o triunfo da matéria sobre o cheias e transbordando de água. Este é o aspecto
espírito. mais benéfico da água.

Seis de Copas = Prazer. Tiphareth no naipe da Dez de Copas = Saciedade. Malkuth no naipe da
Água. Sol em Escorpião. As hastes do Lótus estão Água. Marte em Peixes. As Taças são arranjadas
agrupadas num movimento elaborado. A água jorra, como na Árvore da Vida, mas estão instáveis e der-
através das flores, para dentro das Taças; estas es- ramam a água do grande Lótus que está acima de-
tão cheias, mas não transbordando. Isto mostra a in- las. Isto tipifica a força desordenada e violenta que,
fl uência do Sol sobre a Água. Sua força ígnea, mas inevitavelmente, ataca toda suposta perfeição.
balanceada, opera sobre um tipo de putrefação que é
a base da fertilidade. Princesa de Copas (rege outro quadrante) = parte
térrea da Água, ou a sua faculdade de cristalização;
Sete de Copas = Deboche. Netzach no naipe da também, sua faculdade de dar substância à idéia, de
Água. Vênus em Escorpião. Os Lótus se tornaram suportar a Vida e de formar a base da combinação
venenosos; Iodo verde escorre deles. Eles estão química. Ela é representada como uma figura
dispostos em dois triângulos descendentes, com dançante e possui, na crista, um cisne com as asas
uma taça embaixo, muito maior do que as demais. abertas. Ela carrega uma Taça com uma tartaruga. O
Isto demonstra esplendor externo e corrupção inter- golfinho simboliza o poder de criação.
na.
Príncipe de Copas (rege de 20° Libra a 20° Escor-
Oito de Copas = Indolência. Hod no naipe da Água. pião) = parte aérea da Água, ou sua elasticidade e
Saturno em Peixes. Os Lótus murcharam; as Taças volubilidade, e a energia do vapor. Nesta carta, ele
são rasas e velhas, estando ordenadas em três filei- está sentado numa carruagem, cercado por nuvens
ras. A fileira de cima está vazia. e puxado por uma águia. Ele carrega um Lótus e
uma Taça, da qual sai uma serpente espiral.
Rainha de Copas (rege de 20° Gêmeos a 20° Cân-
cer) = parte aquosa da Água, ou o seu poder de re-
flexão e recepção. Ela está entronada sobre a água
parada e carrega uma Taça em forma de concha,
contendo uma lagosta. Na sua outra mão, ela segura
o Lótus de ísis.

Cavaleiro de Copas (rege de 20° Aquário a 20° Pei-


xes, incluindo grande parte de Pégaso.) = parte íg-
nea da Água, ou o poder de solubilidade da água. A
carta o apresenta como um guerreiro numa armadu-
ra negra, com asas brancas, sobre um cavalo bran-
co. Em sua mão, ele carrega uma Taça, da qual sai
um Caranguejo, símbolo da agressividade d'água. O
pavão simboliza o brilho da água.
Bahnhofstrasse 21
CH-8212 Neuhausen am Rheinfall
Suíça

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