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29 PIN ‘AEconomia Industrial estuda ‘© comportamento das empresas ‘em mercados imperteltos: situagdes de _ ‘monopélio e, principalmente, situagées de concorréncia estratégica entre empresas. Neste livro, sao tratados conceitos-chave como: concentragao, oligopélio, lideranga, conluio, barreiras & entrada, fusdes e aquisi¢ao, discriminagao de pregos, diferenciagao do produto, publicidade, Investigagao e desenvolvimento, Luis Cabral obteve o seu doutoramento ‘em Economia (Ph.D.) pela Universidade de Stanford, em 1989, Foi investigador Visitante do'Santa Fe Institute, do Institut d'Analisi Econémica, e das Universidades de Boston Stanford. E actualmente Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, E também Research Fellow do Centre for Economic Policy Research e membro dos consethos editoriais das revistas Investigaciones Econdmicas e International Journal of Industrial Organisation, Economia ‘Industrial LUVRARIA CIENTIFICA_ LTDA, Vie Modis Brteavee Economia Industrial PAT RAAT AR AT DADRARAAANAANDNADRAANRARAAY | Economia | | Industrial Luis Cabral Faculdade de Economia > Universidade Nova de Lisboa , : McGRAW-HILL LISBOA + SAO PAULO + BOGOTA * BUENOS AIRES + GUATEMALA ‘MADRID + MEXICO = NOVA IORQUE + PANAMA + SAN JUAN « SANTIAGO - AUCKLAND * HAMBURG * KUALA LUMPUR * LONDON ) MILAN * MONTREAL * NEW DELHI + PARIS + SINGAPURE » SYDNEY - . TOKYO * TORONTO ECONOMIA INDUSTRI lat (Copsint © 1994 ds Estos McGRAWAILL de Porta. Li “ds 0 dieitonrexevadn ela Elva AcGRAW-HILL Be Portugal. [ds de Alas, Loe 107, Blo At 2720 Aifagice, PORTUGAL “Tele (01) 4725.00 — Fax 1 471 9981 Nenhums pte dest pubicagio pedert Siena renevals oa tries por tepredania, guatdea pelo iter modo por qualner ‘tre mei, sen eletnice, mecinico de Toca, de gravagin 9 otro, fem psa suorapi, por ect, da Ear Denso legal 9872794 9b: 9729241570 lerroioesorTo eaPDADKiMsoTS espoworiMosTs Inpresso: Tioga Lovsanese. LA Leask Inpro em Portegal — Printed in Ponta Indice Preficio 1 Introdugio ui 12 13 14 15 Retrutu 21 22 23 24 25 Dois exemplos sees ‘Trés questdes contrais < - . - Duas posigies radicais Um paredigma .. . . Plano do tivro de mereado Introdugio. ... - Definigdo de mereado - Medlidas de concentragiio. Medidas de volatilidade - Exercicios Modelos de oligopélio 31 32 33 34 35 36 ar Introdugio. 6 eee eee ee 3.1 O modelo de emprese dominant 3.1.2 O modelo da concorréncia Innes 313) Teeia doe Jogos: breve introdgto 0 modeto de Cournot. 3.2.1 Derivagio geométrica 3.2.2 Derivagio algébrica......- « 32.3 Propriedades do equlorio .. 3.24 Oligopslio assimétrico 32.5 Relacdo entre estrutura e resultados O modelo de Bertrand . . . dilema Cournot-Bertrand O modelo de Stackelberg. . Modeles dindmicos: um ere : Exercicios . : 41 42 43. Estrutura de mereado e conluio 44 4.5 Estimacio do poder de mercado . 46 Bxercicios .. 2.00. c ese 5 Barreiras & entrada 5A : 52 5.2.1 Defnigio de economins de ceca... 5.2.2 Economias de escala e estrutura de mercado . . 5.23 Economias de escala ¢ rentabilidade . 5.24 Custos fixos e custos irreversiveis 5.3 Comportamento estratégico . 53.1 Progo limite . . . 532. Proliferagio de produtos ... 5.8.3 Entrada em pequena escala ..... . 54 Entrada e bem-estar* cee 55 Bridéncia empitica . . : 56 Entrada e said em mercados concorrenciais 57 Bxeticios .. 2.2.06... 6 Fusdes ¢ aquisigies 61 Introdugio. 62. Fustes horizontals . . 63 Integragio vertical... . 64 A ier de masiizago d uso 65 Exercicios .... . bese 7 Discrlninage de progos 71 Introdugio. 7.2, ‘Taxinomia da disriminagio de pregos. 7.3. Exemplos* . 73:1 Tarifas de duns partes... 732. Disriminago temporal com bes ‘duréveis 783 Sales... . 14 Exereicios . . - 107 Indice 101 101 105 ~ 109 2 4 ng 129 129 131 ML uq 151 151 - 11 +155 155 2158 164 166 tndice 8 Diferenciagio do produto Bl Introdugio. . . . faeces 82. Informagio imperfotla |. 2... 83. Custos de mudanca . a : 8.4 Diferenciagio do produto. . oe 84.1. Diferenciagia horizontal ¢ diferenciagio vertical 84.2 O modelo de Hotelling 85 Publicidade ... . . 8.5.1 Nivel dptimo de publicidade . os : 85.2 Estrutura de mercado e publicidsde ss... |. 85.3 Publicidade e bem-estar . a 86 Exoreicios 6.0... eee 9 Investigagio e Desenvolvimento 9.1 Introdugdo. . . . ee 9.2 Estrutura de mercado e incentives para ID... 93 Dindmica concorrencial* : seat 9.4 Incentives privados e bem-estar social... ss... 9.5 Exereicios . . 10 Politica industrial, polities de concorténcia¢ regulon 10.1 Introducio 1022 Politica industrial . 10.2.1 Politica comercial: O Estado como agente extratégico 10.2.2 Sectores estraiégicas ou prioritérios . 103 Politiea de concorréncia. 10.3.1. Acordos horizontals 103.2 Relagies verticals. 10.3.3 Abuso de posiglo dominate 10.3.4 Politica de fuses... . 10.4 Regulagho de mereados mnt 104.1 Regulagio de progor soe sens 10.4.2 Rogulagio da entrada 10.43 Informacio imperfeita 105 Regulagio de empresas... 0... 10.6 Epilogo fe indice remissivo Prefacio ESTE LIVRO baseia-se em notas de aula da disciplina de Economia Industral, Teccionada pelo autor naz Universidades de Stanford e Nova de Lisboa. Ao procurar uma justificacio para o trabalho de escrever um livro de texto, nao consige melhor que o lugar comum de nao ter encontrado nenkium texto satis- fatério, Parece-me que os textos existentes out sio demasiado avangados para senciatura (v.g., 0 livro de Jean Tirole); ot. demasiado voltados para exemplos © aplicagies expecificos dos Estados Unidos (v.g., 08 livros de Frederic Scherer e Thomas Ross, Stephen Martin, Dennis Carlton e Jeffrey Perloff); ou demacindo “sécos” do exemplos ¢ aplicagées (v.g., 0 livro ‘de Michael Waterson). Acresce ainda © facta, de que —com a excepgio do algo desactualizado manual de Alexis Jacquemin— néo existe nenhum manual de ectudo escrito ‘em portugués. Embora seja partidério da opinitio de que 0 uso de linguas ‘estrangeiras ¢ muito itil na formago do universitério (em particalar, do ec0- nomista), também reconhego que’ 0 aproveitamento médio dos estudantes & significativamente inferior quando estudam com textos em inglés ou francés. Espero assim que a elaboracao de um livro de texto ditigido 20 aluno de Ii. cenciatura e escrito em portugués venha preencher uma lacuna que me parece relevante. Os destinatérios principals deste livro so os alunos de Economia Indus- trial, dos doi itimos anos da Liconintura de Beonomia. No entento, parece me que este texto poderé também ser siti em cadelras de Beonoria (nomea- ddamente Microeconomin © Marketing) do outros cursos que nio Economia; e rontres disciplinas da Licenciatura em Economia que nio Boonomia Indus- trial. RRR RRA RATAN ANN AIF ¢ ” Proficio Metodologia Comparando a filosofia Pragmatista com a filosofia Tomista, Chesterton es cereveu the Pragmatist sets out to be practical, but his practicality turns ‘out to be entirely theoretical. The Thomist begins by being theo- retical, but his theory turns out to be entirely practical." Este livro nio trata de Filosofia, No entanto, parte tambim do principio de que “a melhor ajuda para a vida prética ¢ uma boa teoria” (teoria. no sentido correcto da palavra, no no sentido —infeliamente comum— de um “conjunto de ideias totalmente irrelevantes"). Além de ser baseado em ideins, © livro segue uma andlise formal, baseada em modelos simplificades. Tal como ‘arguinenta H. Varian, um bom modelo 6 tao itil camo um bom mapa. Um born apa niio & “realista” no sentido em que no descreve todos 08 pormenores do espago que retrata; pelo contrério, um bor mapa é um retrato simples € implista da realidade. Mas é justamente por este motive que & iti: apenas 6 retrato eatilizndo permite evidenciar os aspectos essencinis. Para que fosse went realista, um mapa teria de ser desenhado & escala 1:1—-o que 0 tornaria totalmente instil Em paralelo com a anilise teériea, procurei acompanhar o texto com exem- plos prticas e referencias & bibliografia empirica relevante. O expago dedicado 4 andlise empirica é, contudo, relativamente reduzido, No entanto, a forma ‘como as referéncias bibliogréfias se encontram d'stribuidas ao longo do texto permite, assim se espera, que cada docente (¢ cada leitor, em geral) adapte 0 ‘gran do profimdidade na anélise empirica aos seus préprios interessese dispo- niilidade de tempo. Relativamente aos modelos tedricos uilizados, procurei seguir @ estratésia, ne Frie Rasmmsen descreve como “evitar gorduras desnecessirias". A andlive 6 apenas levuda até ao nivel de generalidade estrtamente necessério para de- var as idoins © as intuigéos relevantes. No entanto, com vista a facilitar 0 ‘profundamento em cada assimto, s80 feitas ao longo do texto referéncins ts ‘contribuigies fundamentais —no jufeo do autor— para a Teoria da Economia Industrial (especialmente as mais recentes). TER. Chesterton, St Thomas Aquinas, New York: Image Books, p15 Preficio x Requisitos Apesar da estratégia indicada no parégrafo anterior, & importante notar que 0 livro pressupde do leitor uma boa preparagio em Mieroeconomia — correspon dente ao nfvel do Intermediate Microeconomics de Hal Varian, por exemplo —, ¢ uma familiariedade minima com Algebra Linear e Cilculo. Na Uni- versidade Nova, por exemplo, a disciplina de Eeonomia Industrial T tem como pré-requisito o aproveitamento em Microeconomia I, que por sia vez tem cone prérequisito 0 aproveitamento em Introdugio & Mieroeconomia (tudo disci plinas semestrais). Algumas seecaes do livro, assinaladas com um *, sio reletivamente mais cexigentes de um ponto de vista matemético e analftico. A continuidade do texto ndo é, no entanto, seriamente afectada pela omissio destas seccies. Critério wemelhante & também aplicével acs exercicios incluidos no final de cada capitulo. Aliés, alguns destes exercicios tém como fungéo o aprofunda- mento de temas referidos de passagem no texto principal, Estrutura ‘A organizacio do texto segue, em grandes linhas, o paradigma da estrutura- -conduta-resultados de Mason-Bain-Scherer. Assim, depois de um capitulo de introdugio e um outro sobre problemas de definigio e medigae (“Estrutura de mercado”), eucontran-se quatro capiulos que constituem o nécleo da andlise: (8 dois primeiras ("Modelos de oligopdlio, “Poder de mercao) descrevern ‘© sentido de causalidade “directo” dentro do exquema do paradigma; o3 dois “ttimos (*Barreiras & entrada”, “Fusses e aquisigées") debrugamese sobre ox chamados efeitos retroactivos dentro do mesmo esquema. ‘Os Capitules 7 & 9 podem ser interpretudos como refinameatos da andlise dos Capitulos 3 a 6. Sio considerados tépicos sobre discriminagao de pregos (7), diferenciagio do produto (8), investigagio ¢ desenvolvimento (9). Final- © Capitulo 10 debrugavse sobre 0 papel da intervengio do Estado no contexto da Beonomia Industrial. © aspecto mais inovador do livro consiste na incorporagio, em quase to- dos os capitulos, de material de investigacdo relativamente recente e como tal ‘ausente de muitos outros livros de texto. Coneretamente, sto aualisados os mo- delos de Kreps e Sheinkman (Auopélio com restriges de eapacidadey; Gelman ¢ Salop (entrada em pequena escala); Jovanovie (entrada ¢ sata em merendos concorrencias); Grossman ¢ Hart (integragio vertical); Gilbert e Newbery sil Preticio (inémica concorrencial com investigagiio ¢ desenvolvimento); e varios ou tron, Estes trabalhos representa marens importantes no entendimento de fenémenos centrais da Economia Industrial; © a forma complicada como foram originalmente apresentaslos nao deve ser dbice a que sejam incorporados numa livro de texto — desde que devidamente adaptados e simplificados. Agradecimentos Antes de mais, devo agradecer ao Conselho Cientiico da Faculdade de Eeono- tia da Universidade Nova de Lisboa todo o apoio prestado, sem 0 qual este livro nio teria sido escrito (pelo menos nio em tao pouco tempo) ‘A Donald E. Knuth ¢ Leslie Lamport agradego 0 trax batho de elaboragéo dos programas ‘TeXe IMTRX, rogratnas utlizados na composicio deste liv. Como o presente parigrafo demonstra, trate-se ‘de progtamas com una qualidade e versnilidade notaves, © que me lito eit a tae de orgs zagboe design erfcn. O meu sgn tanbtn “Apron Alc inprador dat br lx A tentaet in Wonderland Through the ones Clas «rr Num nivel mais stro ¢ profundo, gostaria de agradecer sos vitios profes: sores que despertaram 0 meu interesse pela Economia Industrial: na Universi dado Catslica, os Profezores Amado da Silvae Antbal Santos; na Universidade de Stanford, os Professores Timothy Bresnahan, Poul Milgrom, Roger Noll, William Novshek e Robert Wilson. Um agradecimento especial é devido « Mi cael Riordan, que, nfo tendo sido mou professor no sentide formal da palavra, me ensinou muito do que hoje sei sobre Eeonomia Industial Na claboragio do texto do livro, foram viios os colegns que me ajudaram ‘com comentarios © sugestées titeis: Fernando Branco (U Catdlica), Anténio Brando (U Porto), J. Pedro Pontes (ISEG) e J. Miguel Villas Boas (Ber. ‘ecley). ‘Um agradecimento especial 6 devido Pedro P, Barros (UNL), Jeaé Mata (Banco de Portugal e UNL) e Vasco Santos (UNL) que leram, releram e ‘comentaram varias versées anteriores do livro. Algumas partes do texto bene. Preficio xi ficiaram, directa ou indirectamente, de conversss com Anténio Leite e Diogo Lucena (UNL). Agradego ainda a todos os alunos de Economia Industrial na ‘UNL que, com divides e sugesties diversas, contribufram para a melhoria da apresentacéo, Obviamente, nenhum dos aqui mencionsdes pode ser torado como responsivel quer pelas opiniGes quer pelas deficiéncias do Lvro. Finalmente, agradego a todos os meus professores no ensine pré-univer- sitario, Embora o seu contributo no soja evidente das péginas deste texto, cercio que merecem um crédito que vai muito para além do que rormalmente recebem. A todos eles, como forma de agradecimento justo se bern que tardio, 6 dodicado este livro. PESIFITIFIIISNG Capitulo 1 Introdugao “There's gory for you! I don't know what you mean by “lor"Alice said meant, “there's a nice knockdown argument for you" * “But “alory” doesnt mean *a nice knock-down argument",” Alice objected, ‘When Ise 9 word’ Humpty Dumpty su in a rather scornful tone, “it means just what I choose fo mean-neither more nor les Lewis Carroll, Through the Leobing Glas CCORRENDO 0 ISCO de cair em preciosismos linguistcos, comegamos este texto com uum eslarecimento sobre o significado da expresso “ecoiomia industrial Embora o nome desta drea da economia seja aparentemente niteeselarecedor, a verdade 6 que leva facimente & confusio. ‘A expresséo “economia industrial”, pelo menos quando assoriada ao raino 44a economia de que este livo trata, deriva de uma tradugéo mais ou menos directa do inglés industrial economics ou industrial organization, Ora o termo industry tem er inglés dois seis distintos. Segundo o, Webster's New World Dictionary, industry definese como qualquer actividade econémica, cpecialmente de manufacturaéo (v.g., the paper industry); neste sentido, falamos de industry por oposigéo a services ou agriculture. Eu: sentido mais lato, industry significa também qualquer actividade econémica de grande es- cala (v.g, the tourism industry). Ein portugués, no entanto, apenas encontramoe o primeire sentido para 4 palavra “indistria”. Segundo o dicionsrio da Porto Editor, indistria & a “aetividade econémice.que se utiliza de um técnica, dominada, »m geral, pela presenga de ma 0s, para transformar matées-primas em artefactos acabadlos'. Daf que o termo “economia industrial” «steja normal- mente associado & ideia da “economia da ferrugem” 1 2 Capitulo 1. Inteodgiio ae “intitria” subjncente a este texto correspende ao segs sentido da palavea industry acima roferide; isto 6, consideramos economia wlnstrial © esturdo cle actividades econémiens de eseala conserved (mais cocretanente, mercados),independente dese tratarem de actividades indus- rin, agricola, on de servigas. Neste sentido, n designngio mais correcta parn a disciplina de economnin industrial seria “Economia dos Mereads' ou, dala 8 hordagem expecifca da diseiplinn, Economia dos Mercados Imperfeitos. Mas 0 estudo do comportamento dox mercaéos é, afinsl, 0 objecto dn Microcconomnin. Por este motivo, G. Stiglor defend que “there is no such Subject. as industrial organization"! Em defosa dx independéncia da disci plina de Economia Industrial, devemos invocar que a analise mierocconstnien tradicional trata principnlmente das estruturas de mercado simples © extromas (monopslio “puro” e concorréncia perfeita), enquanto que a Economia Indis- trial se preoenpa princfpalmente com todas as estruturas de mercado que se ‘encontram entire estes dois extremos. Além disso, oestido das politieas gover- nameniais no sent de mclhorar eficiéncia do feacionamento dos mercades, uum t6pico poco aprofundado em Mierocconomia, assume wim papel canta ‘in Beonomia Industrial. 1.1 Dois exemplos "What isthe nee of » bao Lewis Carroll, Through the Looking Glass thonght Alice, ‘without pictures oF conver- Nesto momento, alguns exemplos serio porventura mais éteis que definigies aicionais. Por este motivo, antes «lc discutie em pormenor algumas das ‘auesties contrais da Economia Industrial (Secgie 1.2), apresentamos agora alguns casos concretos em que questoes de Economia Industrial assumem um. papel principal 1 Indiistria farmacdutica, Um dos primeiras problemas que se péem xo procurar analisar a indistria farmacéutica é 9 da definigdo de mercado. Considerar torla a indhistrin como vim mercado tinico é certamente potica rea- lista, pois incinir-s-iam no mesmo “saco" produtos que téim mnite pouco a ver tins com os outros. Por outro Indo, uma definigio demasiado restrita (v-, "George F. Slige, The Organizaion of industry, Homewood, Minois: R.D. Irwin, 1968, pl L1- Dois exemplos : 3 por sub-sub-aplicagéo terapéutica) também tem os sens problemas: concre- tamente, éfrequente a sitiagéo em que um mesmo medicamento tom vérias aplicagées terapénticas. Se adoptarmos uina definigio Iata de merendo, entio n concentracéo das empresas parecer-nos-& mito baixa:_mundinlmenta, exisiom bastantes arandes empresas, do dimensio relativamente semelhante. Se, plo coniratio, ‘vloptarmos uma visio mais retrta,entao o sector farmacbatico saecer-nos como umn série de monopstios © duopslos. ‘Seja como for, 0 sector farmacéutico tem sido um alvo preferencial de acusagies de poder de mercado exagerado, De facto, on preqos dos medi- camentes so Vpicamente fixados em valores bastante superiors 60 custo de produgéo. As margens, medidas como (P-C")/P, onde P representa o prego. © C’ o custo marginal, sio frequentemente proximas de 100%." Em sua defesa, as empresas farmacéuticas apresentam vite tipos de at- gumentos, Em primeiro lugar, é preciso notar que as empresas gastam um montante bastante clovado cm investigagio © desenvolvimento (1D). Ora estes custos tém de ser recuporados de alguma forma; daf, as margens clovadins que se praticam na venda de medicamentos. Em segundo lugar, a Afirmagio de que as empresas detém posigdes dominantes (por vezes sia 0 tinico produtor) em determinadas aplicagdes terapéuticas deve ser vista numa perspectiva dinamics, pois posiglo dominante 6, om goral, meramonte tem- Pordria: 0 aparecimento de um novo medicamento de qualidade superior, des- coberto e patenteaco por outra empresa, destréi parcial ou otalmente o poder de mercado detido pela primeira empresa, Finalmente —e este é porventura 0 argumento mais forte—, as empresas farmacduticas argumentam que o énfase nas acusagies de poder'de mercado consttui um forte envesamento a favor da eficiéncia estdtica ¢ em desfavor da eficiéncia dindmica, entendendo-se esta itima como o ritmo de apatecimento de novos medicaments © melhore- mento dos i existentes. : govern dispiie de_divmrens increments porn bolancenr a cficiéncia cctition com a oficéncia dinimicn. O direito de patente ¢ porentura 0 ‘mais importante. “Trata-se de uma forma directa de atr poder de mer- carlo empresa inventora. No easo esprofco do sector farmactxtico, também assumem grande importincia 0 processo de aprovagio de novos meicamentos 7Outro argument, cate bastante mals diseuivel 6 que & taxa de rentable do sector ‘6 auperior& dos restates sectors. Note que se trata de ume afirmagie diferente da anterior (a dliferenca est no valor dos custos foe). A identifencio deetac de aimee tem sido ‘um dos princpaisfectores de confusio ~aio npenae neste rector sabre a naturezn do poder cle merento 4 Capitulo 1. Introdugéo (por vezes mais importante que o proprio direito de patente) e o tratamento legal dado aos genéricos, medicamentos quimica e/ou terapeuticamente equi- valentes aos medicamentos patenteados e vendidos a precos substancialmente inforiores (os produtores de genéricos nao tém de incorrer nos elevados custos de investigacio das grandes empresas). mais que 0 dobro). Nao é raro que o ratio publicidade/receitas excedn os 20%. Coloca-se aqui o problema que se ple em muitos outros sectores: ser& que as despesas de publicidade tém um carscter informativo (logo itil), ou serdo estas apenas um meio de persuasio do cliente, seja ele © médico ou 0 paciente? 'A resposte mais correcta parece ser “um poxco dos dois”. Por um lado, 6 evidente que hé um mfnimo de propaganda médica que & estritamente ne- cessirio, Pot outro lado, encontram-se exemplos de medicamentes que devem ‘0 seu sucesso no tanto is suas qualidades terapéutieas, mas principalmente 1 engenhosas eampanhas publictériss. Vejé-se, por exemplo, a quota de mer- cado conquistada pelo Zantac da Glaxo & custa do Tagamet da SmithKline {ambos so medicamentos contra ilceras). 1 ‘Transporte aéreo. Desde o acordo das Bermudas (146), © com a ex- ceepgio dos Estados Unidas desde 1979, 0 mercado do transporte aéreo it temacional tem sido organizado segundo wn modelo de acordos bilaterais. Dados quaisquer dois paises, apenas as companhias nacionais de cada pais tém utorizagio, em principio, para estabelecer as ligngbes aéreas respectivas. Por exemplo, em principio, apenas a TAP e a Iberia estio autorizadas a voar entre Lisboa e Barcelona. Além disso, os acordos tipicamente prevém a repartigao cquitativa das quotas de mercado (niiinero de woos) ¢ a fixagio de tarifas Descontentes com 4 ineficéneins provocadas por esta situagio de poder de mercado, os Estados Unidos decidiram em 1979 liberalizar a entrada no ‘mercado interno de transporte aéreo, seguindo aquilo que se veio a designar por open skies policy. Tal como o nome indica, a ideia principal da nova politica comsiste em permitir a qualquer companhia americana o estabelecimento de ualquerligagio aérea dentro dos Estados Unides. Durante os primeiras anos, apés 1979, verifcou-se um scréscimo muito siiificativo no mimero de companhins de aviagio, nomeadamente através da entrada de muitas pequenas empresas regionals. Por outro lado, as grandes LL. Dois exemplos 5 companhias aumentaram 0 mimero de ligagées oferecidas. Como resultado, (© mimero de concorrentes em cada mereario aumentou muito, 0 que $2 reflectiu num acréscimo de concorréncia e deeréscimo de proyos. Se 0 primeiro choque no processo de liberalizagéo norts-americana foi entrada em massa, 0 segundo choque, sentido a partir de meades dos anos 80, foi de certa forma inverso. Com o acréscimo dle conorrincia, muitas ‘empresas foram levadas a situagGes finaneciras precérias que acaberam na faléncia ¢/ou aquisi¢do por outras empresas. Como resulta deste processo, de consolidagio, o nimero de empresas tem diminuido progressivamente, sendo actualmente jé inferior ao de 1979! ‘A comparacio entre os Estados Unidos (pés-liberalizagio) e & Europa per- rite ter uma ideia sobre os custos de um mereado demasiado regulamentado. As tarifas europeias so tipicamente 50 2 100% mais elevadas que as ame- ricanas, © que naturalmente ce relecte em ineficiéneia na afectagio dos recursos nos mercados europeus. No que respeita A eficténcta produtiva mais dificil obter estimativas exactas, mas as diferencas pareoem significativas. Em 1986, a produtividade das seis maiores companhias europeiss encontrave- -se entre 20% (Alitalia) e 70% (British Airways) da prodwsividade das oito rmaiores empresas americanas.> ‘O estudo do caso americano 6 importante na medida em que nos encontra- mos no comeco do proceso de liberalizagéo do transporte aéreo europeu. Nao querendo repeti alguns dos erros do processo americano — nomeadamente a ‘enorme turbuléncia decorrente de uma liberalizagio radicel quase imediata —; optou-se na Burops pela remogio progressive das medidas restritivas de- ‘correntes do acordo das Bermudas. Por exemplo, as quotas de mereado das dduas transportadoras nacionais entre dois paises jé no tém de ser 50%, sendo tolerada uma margem de variagéo; j4 se permite actualmente que uma compa- nihia do pais A faca a ligagio entre as cidades x e y do pals B (nslguns casos, setualmente; em todos os casos, dentro de algum tempo); et. Eapera-se que o impacte da liberalizacio seja bastante significative, devido ‘20 facto de 0 clasticidade prego da procura ser muito elevado. Por exem- plo, em Maio de 1986, 0 Departamento de Turismo Irlaids designow uma nova companhia privada para estabelecer o servigo Dublin/Londres. A nova companhia estabeleceu una tarifa bastante mais baixa que a praticada pela ‘empresa instalada, tendo a slima respondido com um decréscimo da tarifa. i David H. Good, M. hag Nadi, Lars HendikRilere Robin C. Sickles, “PMielency and Productivity Growth Comparisons of Buropesn and US. Air Camas: A Fast Look wt ‘the Data’, Universidades de Indian, Rice e Nova Torque, ¢ INSEAD, 1092. 6 Capitulo 1, Introdugion ‘Como resultado, o tréfego aumentou cercn dle 30% entre Maio e Dezembro de 1986.4 1.2 Trés questées centrais “Thave answered three questions, and that is enough,” Lowis Carrol, Alice's Adventures in Wonderland id hi father Os excmplos acima discutidos sio sugestivos no que respeita ts quests cen- trais da Economia Industrial. Vérias sistematizagbes sio posstveis, tendo-se aqui optado por considerar as seguintes trés questoes: (i) Existe poder de mercado? (fi) Quais as consequéncias do poder de mercado? (ii) Que pode o Estado fazer para evitar as consequéncias negativas do poder de mercado? Existe poder de mercado? Esta é compreensiveliente, uma questo importante, Pelo Primetre Teo- rema Fundamental da Economia do Bem-Eatar sahemos quo, nio ezis- tindo poder de mercado (e ver‘fieando-se outras condigées), a solucéa de emui- rio & eficiente, nfo havendo lugar, por conseguinte, a qualquer tipo de in- tervengiio estatal (para além da distribuigio do rendimento e outras medidas de melhoria da equidade). Muitos estudas tém sido elaborados com o objetivo de madiro gran de poder de tiereado na economia em geral © nalguas mereados ern particular. Gitar agit dom Ge io pecan riguieaiver, qu pelos roel tados algo extromos a que chegaram, quer pela simplicidade da metodologia nilznda, Uma aproximagio de primeira ordem a perda deeficiéncin devida so poder dle mereado-consite om namimir qne o cto marginal € constants edit a stad triamgulo de Ineficiéncia, ato ¢, «ren somproondidn entra curva de custo marginal ¢ @ curva da procira, © entre 9 quantidade de equiltirio © ‘a quantidade de concorréncia perfeita.> Mostra-se que esta area é aproxima- slamente dada por A= trPQe, onde r = £9708 6 taxa de rentable © 98.5 a clasticidade procura prego. iF. Michel Brier ( ), The Beonomics of 1998, Oxford: Oxford Unversity Pres, 1998, “bate iculo permite responder A primeira questo (Existe poder de mercado?) bem ‘como, em pact, segunda questo (Chins afconseqancins do ple de mere) 1.2, Trés questoas contrais 1 Baseado em davios sobre re PQ, ¢ inzendo bipsteses sobre o valor de ¢ A. Hearbergereatimon que o valor de A, para a economia americana ¢ ex 1924-28, ‘era de apenas 0.1% do PNB. ‘Uma ver que o poder de mercado se manifesta numa diferenga entre prego © custo marginal, uma alternative A-motodologia do Hacherest consisie. em robabilidade de conseguir a situagao privilegiada: subornos a governantes, despesas de publi- le exageradas e de cardcter principalmente “persuasivo", etc. Em sitima ‘nalise, os potenciais monopolistas estario dispostos a dispender recursos até ‘a0 montante dos lucros de monopdlio, pelo que o limite supetior dos custos de eficiéncia 6 dado nao pela érea C’ mas sim pela soma das dreas B @ C.! Uma situagio “eldssica” em que se verifieam custos de monopolizagio 6 a de limitagies quantitativas & importacéo (quotas). Outro exemplo, muito importante no caso portugués, é 0 de licengas de entrada em determinados sectores produtives, Uma das principais criticas apontadas & Lei do Condi- cionamento Industrial (que consistia basicamente rum sistema de licengas de entrada e expansiio de capacidade) prende-se justamente 20m o8 custos de monopotizagio quo esta implicava. 1 Eficiéncia produtiva. A rea C na Figura 1.1 corresponde. na afeetacio dos recursos. No entanio, a passagem de um Feuck igo de poder de mercado impli 20 Tonga daw cirvas de proct ustos, moe também, uma variagéo ix propria funcio_eustos Esta varlagio corresponde ao conceito de eficiéncin produtiva.”® A ideia é que os gestores de uma empresa monopalista, owde uma ‘inpresa Tum oligopslio pouco competitive, esto sujeitos a menores presses para a mivimizacéo dos custos. Este facto parece especialmente marcante 20 comparar empresas ptiblicas com empresas privadas (cfr. Capitulo 6). No en- tanto, encontra-se também evidéneia empirca de uma relagio postiva entre ‘ prossio competitiva e a produtividade das empresas, considerando apenas fenupresas privadas. Vejase, por exemmplo, a comparagéo entre as companhias de transporte aéreo europeias ¢ americanas (Seogio 1.1). Citando J. Hicks, “the best of all monopoly profits is the quiet life.” 1 ‘Monopélio natural. Muitos sectores sio carneterizados por tecnologias "Gtr. Richard A. Poorer, “The Social Casts of Monopoly and Regulation", Journal of Pelieal Beonomy 83 (3975), 807-827. Concrta semethante ¢0 eonceito de efckéneia-X. Cf. Harvey Leitenstehn “Allocative [ficiency and X-Elelency”, The Armercan Beonomde Kevnew 86 (1966), 302-415 John Hicks, "Anoual Survey of Economie ‘Theory: The Theory of Monopoly”, Beono- smetrica 3 (1985), 1-20. I 10 Capitulo 1. Introdugio {de procugio com fortes economias de eseala. Fila-se de economins le excala ‘quando 0 custo inédio de produgio € cecrescente com a quantal prot ‘Um caso paradiginitieo — de que as telecomunicagies 0 uma born exemaplo — consiste num ensto fixo clevaclo e win custo marginal constante. Nestes ensos, poder cle mercado inerente & estrutura monopolista love see consirderado wm mal menor relativamente & ineficiéncia produtiva que resulta da multiplicidacle de empresas. A comparagio entre os prés © os contras dn monopolizagio de mercado conde a tecnologia se encontra sujeita a economins de escala 6 por vezes conhe- cida como 0 balango de Williamson (Williamson's trade-off)" Volteinos ‘a considerar a Figura 1.1, onde se comparam 0s equilibrios de concorréncin perfeita e com poiler de mercado, Suponhanos que inicialmente existe apenas "uma empresa e que o seu dptimo se encontra no ponto E, O excedente total 6 neste caso dado pelo excerlente do consumidor (a dren do trifngulo acina do rectingulo B) mais 0 luero variével do predutor (a sea do rectingulo 3) ‘menos 0 custo fixo, que designames por F. Suponhamos agora que uma segunda empresa entra no merenda © que m ‘concorréncia entre as empresas é de modo a que o novo progo de equilfbrio scjn. ‘gual ao custo marginal. O excedente total é agora dado pelo excedente do ‘consumidor (0 valor anterior mais as éreas B eC) menos duns vezes o valor das custo fizo FP. Qual a variagio do excedente total em relagio & sitninglo inicial? Por um Indo, o excedente aumenta no valor da area C (ineficiéucia que deixa de se verificar); mas, por outro, diminui no montaate do custo fixo F da nova ‘empresa entrante. O argumento de Williaunson ¢ justamente que, em sectores com fortes economias de escala (neste caso, F maior que a area C), entio, mesmo na mellior das hipdteses no que respeita 20 efeito concorrencial da contrada de tina nova etprosa (prego igual ao custo marginal), esta entrada provoca tum decréscimo do bem-estar. Por outess palavras, a poupanga de ‘custos fixos mais que compensa o poder de mercado inerente & situagio de maonopsiio. ‘Em Portugal, discutin-se recentemente esta questo a propésito da estr- tuura do sector cimentciro. Apesar des arguimentos dos emprestrios de que a dimensio & um factor muito importante (também para a concorréncia in ternacional), decidi o Governo que os heneficios da concorréncia entre duas ‘empresas serio maiores que os custos do ndo aproweitamonto cle economins de cesealn, iver E. Wilson, "Baonoraie as an Antitrust Defensa”, American Economie Review 158 (1008), 18 1.2, Trés questées contrais ul @ Eficiéncia dindmica. JA teferimos 0 enviezamento, comum em Econo- ‘mia Incistrinl, de considetar uma andlise simplesmente parcial. Um segundo enviezamento, porventira mais grave, cousiste em ignorar, ou pele menos dar ‘menor importancia, a aspectos dinimicos. Ora os aspectos dinimicas so essenciais, nomeadamente em sectores intensivos em investigngio e desenvol- nto (veja-se o exemplo da indiistria farmacéutica apresentado na socgio anterior). O motivo por que as empresas dispendem recursos prdprios tia pes quis de novos produtos e/ou processos de fabrico é justamento a expectativa de vir a auferir lucros futuros, lucros esses que esto normalmente associndos ‘certo grau de poder de mercado. Neste sentido, pode argumentar-se que 0 porter de mercado € néo s6 um mal necessério (caso das economias de escala), mas até um mal desejével. Em geral, assim como se verifica um belanco entre eficiéncia estética na afectacio dos recursos e eficiéncia produtiva (cfr. Wil- Jiamson), vorifica-se também um balanco entre eficiéncia estdtica e eficiéncia dindmi Nao é fécit definir rigorosamente eficiéncia dintimiea, sabend»-se apenas ‘que corresponde ao ritmo de introdugio de novos produtos, melhoramento de processes de fabrico, etc. Aliés, wm dos motivos por que se tem prestado tio pouca atencao a estes aspectos prende-se justamente com o facto ce ser muito dificil definir, e ainda mais medir, a eficiéncia dinamica. Que pode fazer'o Estado para remediar situagies de ineficiéncia? ‘Tal como noutras éreas da Economia, questées de earscter posit.vo dio na- ‘turalmente origein a questies de cardcter normative, E opiniée comum da wioria dos economistas que existem morcados em que 6 poder de mercado ¢ umn realidade, ¢ que esta realidade tem consequénciag negatives para a eficiincia econdmica. Nestes casos, o Estado pode ter tin papel importante a desemponhar. A maiorin dos instrumentos de intervengéo podem classificar-se como po- itica de concorréncia ou como politien industrial, No prineiro grupo incluem-se a proibigio do abuso de poder de mercado por parte de empresas ‘monopolistas ou dominantes,.a apreciagao de pedidos de fusio/squisigao, 0 ficcaliangiio de acordos entre empresas, etc. O segundo grupo, por set turno, lui apoio governamental a empresas (nomenciamente atravix-desubsidios), ‘65 exquemas de incentivos a0 investimento em determinados sectores e tecno- logies, 0 controlo da entrada ¢ expansio de capacidade, ete. © controlo cle propriedade de grandes empresas (nacionaliangio, privatiza io, controlo via accoes preferenciais de empresas mistas) e a regulsmentagio

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