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TACTEIO

Tacteio à força e digo-me que vivo. Atiro promessas vestido em


proa. Esbarram contra a gaveta como cartas de papel empilhadas.
Calamidade dos sustos que rompem em gritaria muda. Já disse que
não era mas sendo que tormento. Perseguição do rabo tonto, por
acordar ansioso. Tacteio timoratamente de luvas finas sem expor
os dedos à agrura. Vem do plástico essa miséria que se acha uma
imagem. Que teimosia do espelho e das luvas. Mordo o toque que se
empoleira espreitando, garatuja do orgasmo químico. À força das
imposições que estrangulam, Mira, mira, tens tudo sabido à volta.

16 Janeiro 2007 (revisão 2010)


Autor: José Pedro Gomes
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