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O Amplificador Operacional, AO, foi criado no final dos anos 50 e início dos anos
60 e foi considerado, após o desenvolvimento do transistor em 1947, o passo seguinte no
avanço na eletrônica. Mesmo tendo mais de 50 anos, o AO ainda continua sendo um
componente eletrônico fundamental e é muito utilizado, pois a maioria das grandezas
físicas são analógicas e ele é o grande responsável pelo condicionamento desses sinais.
Isto faz com que o AO seja fundamental na área de instrumentação. O nome operacional
é dado em função do AO poder realizar diversas operações matemáticas tais como: + , - ,
x , , , dx/dt , xn , x1/n ; e também muitas outras funções: comparadores, conversor V/I,
conversor V/F, reguladores PID, filtros ativos, geradores de forma de onda, etc.
O AO é um amplificador diferencial de altíssimo ganho, alta resistência de entrada
(Rin) e baixa resistência de saída (Ro). Responde desde sinais CC (0Hz) até a faixa de
MHz, dependendo de seu ganho e do AO utilizado.
- 2 terminais de alimentação;
- 2 terminais de entrada;
- 1 terminal de saída;
- 2 terminais para ajuste de offset.
A seguir, será feita uma análise dos seus terminais básicos ao mesmo tempo em
que serão apresentados parâmetros do AO a eles relacionados.
O AO possui dois terminais para a alimentação de seu circuito. Ele pode ser
alimentado com tensões simétricas (+VCC e –VCC) ou então de forma unipolar (+VCC e 0V
ou 0V e –VCC). A escolha dos valores das fontes de alimentação vai depender dos valores
que desejamos ter para a tensão de saída. Os limites máximos da tensão de alimentação
do AO estão em ±18V (ou +36V e 0V ou 0V e -36V) para os CI’s na versão comercial e
chega a ±22V (ou +44V e 0V ou 0V e -44V) para a versão militar. Lembrar que na versão
militar temos CI’s com a mesma função da versão comercial, mas com desempenho e
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parâmetros melhorados. O consumo de energia do AO normalmente é menor que
500mW.
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Terminais das Entradas Não-Inversora, (+) ou e+=, e Inversora, (-) ou e-
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Equação da tensão de saída
(e e )
Equação Completa do AO V o Adif (e e) ACM (1)
2
OBS: Daqui em diante, para maior facilidade, ao invés da nomenclatura A dif para o ganho
diferencial do AO, vamos empregar somente o “A” para expressar essa grandeza.
Corrente de saída, Io
Na saída do AO, temos uma proteção contra curto circuito. No caso do LM741,
esse valor é limitado em cerca de 25mA.
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Tensão de saturação, VSAT
Exemplo:
- Se Vcc = 15V e as perdas forem de 2V +Vsat = +13V, -Vsat = -13V e
-13V < V0semdistorção < +13V.
A seguir temos uma tabela ilustrativa contendo os valores ideais e típicos dos
principais parâmetros dos AO’s.
MODOS DE OPERAÇÃO DO AO
1. MALHA ABERTA (ou sem realimentação): a saída fica sempre saturada (operação
instável Vo = Vsat). Ex: Comparadores.
Em malha aberta, o AO apresenta uma saída sempre saturada, ou seja, +V sat ou -Vsat.
Isto acontece pois como o ganho do AO é muito alto, uma mínima diferença entre as
entradas e+ e e- já é suficiente para que ocorra a saturação do AO. Considerando ±Vsat =
±13V e A = 105, temos que:
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V o A . (e e ) (14)
13V
(e e ) 5
(16)
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Comparador não-inversor
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Na Fig. 14, temos o circuito do comparador não inversor, com um exemplo de
resposta no tempo e também a sua Figura de Lissajous. Neste caso, a tensão de entrada
é comparada com uma tensão de referência de +5V. Uma outra forma interessante de
interpretar a resposta do comparador não inversor é através da figura de Lissajous, ou
seja, VO em função de Vin, onde pode-se ver claramente que se:
- a tensão de entrada for maior que a referencia, a saturação é positiva.
- a tensão de entrada for menor que a referencia, a saturação é negativa.
Sempre que se aplica a tensão de entrada no lado não inversor do AO, a
polaridade da tensão de saída será a mesma da entrada. Caso a tensão de entrada seja
aplicada no lado inversor do AO, a polaridade da tensão de saída será a contrária à da
entrada como é o caso do comparador inversor mostrado a seguir.
Comparador inversor
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Fig. 15 - Comparador inversor
V o A . (e e ) (24)
V (e e ) (V in V f ) (25)
V f B .Vo (26)
10
Fig 16 – Análise de estabilidade da RN
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inversora é praticamente a mesma tensão da entrada inversora, ou seja, e + ≈ e-. Na
análise ideal, assume-se e+ = e-. Surge então o conceito de potencial virtual ou curto-
circuito virtual, no qual as tensões das entradas inversora e não-inversora são as mesmas
porém o termo virtual se justifica pois existe entre elas uma alta impedância,
descaracterizando o curto-circuito físico ou real.
e V in (27)
Ri
e Vo (28)
R f Ri
Vo Rf
ANINV 1 (29)
V in Ri
I Vo (30)
R f Ri
I V in (31)
Ri
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Igualando-se essas duas equações chegamos ao mesmo resultado indicado na
Eq. 29, já mostrada para o amplificador não-inversor
Uma outra forma de equacionamento pode ser feita utilizando-se a Fig. 16. Através
da manipulação das equações básicas do AO, temos:
Vo A .V (32)
V (e e ) (V in V f ) (33)
V f B . Vo (34)
V o A . (V in B . V o ) (35)
Vo A 1 1 1 Rf
ANINV 1 (36)
V in 1 A B 1 B B Ri Ri
A Ri R f
e B V o (39)
Ri
e Vo (40)
Ri R f
14
B Ri (41)
Ri R f
Buffer
Rin Buffer
e V V (59)
Rin Buffer R
V o e V (60)
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Fig. 22 - Circuito buffer
AMPLIFICADOR INVERSOR
A RN faz com que o potencial da entrada inversora seja o mesmo da entrada não
inversora, ou seja 0V. O fato do terminal (+) no amplificador inversor estar aterrado é
comum se falar que existe no terminal (-) um terra virtual. O terra virtual nada mais é do
que um caso particular do potencial virtual que ocorre no amplificador inversor.
Pelo circuito doo inversor, temos que a corrente de entrada é dada por:
V in e V in 0 V in
I in (66)
Ri Ri Ri
Como a corrente de entrada segue para a saída através de Rf, como ocorrido no
conversor I/V, resulta:
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V in Rf
V o R f I in R f V in (67)
Ri Ri
Vo Rf
AINV (68)
V in Ri
RinINV Ri (69)
AMPLIFICADOR SOMADOR
Fig. 25 – Somador
V in n
I in n (73)
Ri n
17
A tensão de saída será dada por:
n V in n
Vo Rf (74)
1 Ri n
V in1 V in 2 V in n
V o R f ... (75)
Ri1 Ri 2 R i n
AMPLIFICADOR DIFERENCIAL
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Fig. 36 – Amplificador diferencial
mR
e V2 (124)
R mR
mR R
e V1 Vo (125)
R mR R mR
V o m (V 2 V 1) (126)
19
mR
V oV 1 V1 m V1 (127)
R
mR
V oV 2 e 1 (128)
R
mR
e V2 (129)
R mR
mR mR
V oV 2 V 2 1 (130)
R mR R
V oV 2 m V 2 (131)
V o V oV1 V oV 2 (132)
V o m (V 2 V 1) (133)
V in
RinDIF 2R (135)
I
RoAO
RoDIF (136)
S
21
Fig. 40 - Análise do efeito de Vref no amplificador diferencial
mR
V oVref e 1 (138)
R
R
e V ref (139)
R mR
R mR
V oVref V ref 1 (140)
R mR R
Através desse resultado vemos que toda tensão aplicada em V ref aparece somada
à tensão de saída com ganho unitário. Dessa forma, a equação geral do efeito de V1, V2 e
Vref será:
V o m (V 2 V 1) V ref (142)
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Fig. 41 - Amplificador diferencial com entradas V1, V2 e Vref
V o A . (e e ) (148)
V (e e ) (V f V in ) (149)
23
V f B .Vo (150)
24
Análise dos circuitos com realimentação positiva
e V in (151)
Ri
e Vo (152)
R f Ri
Logo:
Ri
V in Vo (153)
R f Ri
Como a tensão de saída pode ser +Vsat ou –Vsat, teremos então dois pontos de
comparação. Quando a tensão de saída está saturada positivamente, tem-se o ponto de
comparação superior, Vcomp sup, dado por:
V comp sup
Ri V sat (154)
R f Ri
25
Fig. 45 – Comparador inversor com histerese e referencia nula.
V comp inf
Ri V sat (155)
R f Ri
26
No caso particular de termos tensões de saturação simétricas, a histerese é dada
por:
H 2 Ri (157)
V sat
R f Ri
e V in (159)
Rf Ri
e V ref Vo (160)
R f Ri R f Ri
Rf Ri
V in V ref Vo (161)
R f Ri R f Ri
V com p sup
Rf
V ref
Ri V sat (162)
R f Ri R f Ri
V com p inf
Rf
V ref
Ri V sat (163)
R f Ri R f Ri
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A histerese agora apresenta seu valor central dado por:
Rf
V central V ref (164)
R f Ri
Observe que o ponto central do comparador não é dado somente pela tensão de
referência, mas por um fator envolvendo as resistências R f e Ri que multiplica a tensão de
referência. Dessa forma, se quero o ponto central da histerese em +5V, a tensão de
referência deverá ser ajustada um pouco maior que +5V.
Fig. 46 – Comparador inversor com histerese com tensão de referência diferente de zero
A histerese é continua a mesma dada pela Eq. 157, para tensões de saturação
simétricas e pela Eq. 158, para o caso de tensões de saturação não simétricas.
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COMPARADOR NÃO INVERSOR COM HISTERESE
e 0 (165)
Rf Ri
e V in Vo (166)
R f Ri R f Ri
Ri
V in Vo (167)
Rf
Ri
V comp inf V sat (168)
Rf
Ri
V sat
Ri
V comp sup V sat (169)
Rf Rf
29
H 2 Ri V sat (171)
Rf
No caso de termos tensões de saturação não simétricas, a histerese é calculada
por:
30
O comparador não-inversor com histerese e tensão de referência diferente de zero
é mostrado na Fig. 48.
e V ref (173)
Rf Ri
e V in Vo (174)
R f Ri R f Ri
R f Ri Ri
V in V ref Vo (175)
Rf Rf
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Quando a tensão de saída está saturada positivamente, tem-se o ponto de
comparação inferior, Vcomp inf, dado por:
R f Ri Ri
V comp inf V ref V sat (176)
Rf Rf
R f Ri Ri
V comp sup V ref V sat (177)
Rf Rf
R f Ri
V central V ref (178)
Rf
Observe que o ponto central do comparador não é dado somente pela tensão de
referência, mas por um fator envolvendo as resistências R f e Ri que multiplica a tensão de
referência. Dessa forma, se quero o ponto central da histerese em +5V, a tensão de
referencia deverá um pouco menor que +5V.
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Fig. 49 – resposta do comparador simples, ideal e do comparador com histerese
33
H V ruidopp para evitar chaveamentos devido ao ruído.
FILTRO BUTTERWORTH
O circuito a seguir ilustra um filtro passa baixa butterworth. Podemos ver que existe
ligação da saída com o lado inversor através de um curto e com o lado não inversor
através do capacitor 2C. Neste caso a RN prevalece e a resposta é estável.
1
fc (179)
2 2 RC
OSCILADOR
V sat V ltp
T 1 RC Ln
(180)
V sat V utp
34
V sat V utp
T 2 RC Ln
(181)
V sat V ltp
T T1 T 2 (182)
1
f (183)
T1 T 2
Assim para eliminar esse erro basta seguir a recomendação do fabricante como
mostra o caso do 741 mostrado a seguir:
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Fig. 12 – Ajuste interno de offset para o 741
O ajuste pode ser conseguido como mostra a Figs. 64 e 65. Na Fig. 64, basta
adicionar uma entrada a mais utilizando-se o princípio do somador e o seu efeito é dado
por:
Rf
V OFFSET V CC V CC R f (198)
Roff Roff
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Fig. 65 – Outro ajuste externo do erro DC para o amplificador inversor
Na Fig 65, aplicamos uma tensão no lado não inversor que será amplificada pelo
ganho do amplificador não inversor. Neste caso a único cuidado a ser tomado é que a
resistência Thevenin da tensão introduzida não afete o valor do resistor R B. Isto significa
que RTh deve ser muito menor que RB.
Rf R1 R f 1
V OFFSET e 1 V CC (199)
Ri R1 R2 Ri
Rf R1 R f R1 R f
V OFFSET V off V CC V CC (201)
Ri R1 R2 Ri R1 R2 Ri
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Fig. 66 – Ajuste externo do erro DC para o amplificador não inversor
Rf
V OFFSET V CC V CC R f (203)
Roff Roff
38
1) utilizar a entrada Vref, garantindo que a RTh da tensão inserida seja muito
menor que mR para não interferir no ganho do amplificador como
mostrado na Fig. 68.
RTh m R (206)
V OFFSET m V OFF m V CC
R1 m V CC R1 (207)
R1 R2 R1 R2
RTh R (208)
3) utilizar a entrada V2, garantindo que a RTh da tensão inserida seja muito
menor que R para não interferir no ganho do amplificador. Ver Fig. 70.
Neste caso as equações são praticamente as mesmas do caso anterior.
V OFFSET m V OFF m V CC
R1 m V CC R1 (207)
R1 R2 R1 R2
RTh R (208)
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Fig. 68 – Ajuste externo do erro DC para o amplificador diferencial usando Vref
INTEGRADOR
V in
I in (209)
Rin
1 1 V in
V o V C I in dt dt (210)
Cf Cf Ri
Fig. 72 – Integrador
41
1
Vo V in dt (211)
Ri C f
DIFERENCIADOR
d
I in C i V in (216)
dt
d
V o R f I in R f C i V in (217)
dt
Fig. 74 – Diferenciador
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