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Universidade Estadual do Maranhão

Centro de Ciências Sociais Aplicadas


Departamento de Ciências Sociais Aplicadas
Disciplina: Mídia e Poder
Docente: Caio Rodrigues
Discente: Mariana Torres

SCOTTO, Gabriela. A política como vocação. In: SCOTTO, Gabriela. As (difusas)


fronteiras entre a política e o mercado: um estudo antropológico sobre marketing
político, seus agentes, práticas e representações. Rio de Janeiro: Relume Dumará:
Núcleo de Antropologia da Política/UFRJ, 2004

Gabriela Scotto é professora do Instituto de Ciências da Sociedade e


Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense, possui doutorado em
Antropologia Social pelo Museu Nacional. Tem experiência antropologia com ênfase
em antropologia da política e antropologia e meio ambiente. Realizando pesquisas sobre
diferentes temas tais como: política e Estado, participação politica e ação coletiva,
conflitos sócio-ambientais, entre outros. Além desses campos também atuou como
pesquisadora de entidades não-governamentais como o IBASE e é autora de diversos
livros sobre essas temáticas.
No capítulo A política como vocação, a autora faz uma discussão acerca dos
chamados marqueteiros políticos e suas funções nas campanhas políticas que participam,
observando-os e analisando a luz weberiana. Nessa perspectiva a autora utiliza algumas
categorias analíticas que se encontram nas obras de Max Weber, além de Weber, a
autora ainda utiliza a Bourdieu e Habermas para pensar o jogo político que os chamados
marqueteiros políticos estão envolvidos.
O início do texto aborda a conjuntura em que Weber se encontrava quando
começa a pensar e escrever sobre a politica como vocação. Nesse ponto e que começam
a surgir os primeiros políticos profissionais acompanhados ao desenvolvimento do
Estado Moderno, dessa forma surgem indivíduos que observam duas maneiras de se
olhar para a política e Weber diferencia essas maneiras com: “ou se vive para a política
ou se vive da política”. Essa duas maneiras são diferenciadas por um nível econômico,
em que, uma é uma fonte de receita e a outra não se atrela a esse caso.
No decorrer do texto Scotto pras dois pontos em que os marqueteiros são
analisados. Um é no sentido de sua dedicação ou “engajamento” com as campanhas
políticas e o outro se encontra na discussão se a política é ocasional ou permanente. No
primeiro ponto, a autora se propõem a mostrar que os indivíduos se dedicam as
campanhas de maneira integral, mostrando que por muitas vezes os mesmos largam
empregos para que possam ter uma dedicação exclusiva para com a campanha política
que estão envolvidos. Esse envolvimento se mostra por meio de “envolvimentos
afetivos”, “afinidade ideológica” ou “engajamentos”, além do chamado
“profissionalismo.”
Já no segundo ponto, à análise é feita por meio de categorias weberianas. Scotto
utiliza os chamados que fazem politica “ocasionalmente” e os que a tem como
“profissão secundária” e dessa forma o que se torna muito evidente entre um e outro é o
tempo que se dedica a política. O próprio Weber escreve que políticos ocasionais somos
todos nós que apenas votamos e participamos da política apenas nesses momentos,
enquanto o que faz de sua profissão não, independente de se encontrar em momento de
campanha ou não o mesmo encontra uma forma de receber receitas através do processo
político.
Com toda essa discussão a Gabriela Scotto deixa algumas formas de se pensar
esse marqueteiro politico e sua relação com a chamada vocação política. Em alguns
casos muitos marqueteiros fazem um engajamento militante pra as campanhas tendo
envolvimentos que vão além do profissional e nesse ponto, muito não trabalham para
qualquer partido, ainda mantendo algumas questões morais.
Além disso, os chamados marqueteiros políticos podem serem pensados também
como profissionais que vivem da política e tem os seus engajamentos próprios. Os
mesmos podem ter apenas engajamentos profissionais, que no caso seria o de trabalhar
para qualquer partido ou politico, mostrando que conhecem mais de opinião de voto e
técnicas a serem utilizadas em campanhas, e assim mostrando uma necessidade para
esses profissionais.
A autora traz Bourdieu para se pensar essas duas maneiras de se fazer campanha,
os marqueteiros muitas vezes jogam apenas as regras do jogo fazendo uma “adesão
fundamental do próprio jogo”. Dessa forma se observa também que muitos se colocam
nessa posição de adesão, apenas em beneficio próprio e pensando posteriormente, para
que sua atividade política seja de longo prazo e não termine com o findar das
campanhas.

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